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O autor não autoriza citações deste livro em trabalhos acadêmicos ou qualquer outro trabalho de
natureza científica. O objetivo do autor ao escrever foi alertar a igreja sobre tais práticas repugnantes. É uma
Foi lançado em 2011, mas não foi lançado oficialmente. Era vendido somente pelo autor. Agora foi digitalizado
para distribuição gratuita, em pdf. Caso você concorde, envie para mais pessoas.
Os textos bíblicos utilizados neste livro são da Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional, exceto
pdageorgeantonio@hotmail.com
https://www.youtube.com/prgeorgeantonio
http://pastorgeorgeantonio.blogspot.com.br/
Dedico este livro aos novos
obreiros, aqueles que ainda estão nas mãos do Oleiro,
sendo preparados para a obra dos últimos dias.
____________Sumário
Introdução .................................. 11
1. Hipnotizar para devorar ............................ 13
A caracterização do Estelionato Espiritual e as
técnicas usadas pelos golpistas .................... 17
Ele me dá a oferta do culto? ................... 26
2. A oferta da viúva pobre ............................ 29
3. O comércio dos amuletos mágicos .................... 33
“Os fins justificam os meios?” .................. 37
4. Viver pela fé ....................................... 39
5. Deus quis matá-lo! ................................ 49
A morte de Uzá ................................ 53
6. Iludidos pelas riquezas ............................. 59
A sedução das riquezas ......................... 63
7. Dignos de dupla honra ............................. 73
Últimas considerações ........................ 79
O azeite não cessará .................. 82
Introdução
171 é o artigo do Código Penal Brasileiro que tipifica o crime de
Estelionato. Assim o descreve o referido Código:
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou
qualquer outro meio fraudulento.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
“Paulo usa uma expressão muito rara em grego para construir uma
metáfora em relação ao procedimento dos falsos apóstolos. O termo, aqui
traduzido por “pesado”, tem a ver com a atitude predatória de um peixe oriental
que primeiro paralisa (hipnotiza) sua presa para, em seguida, devorá-la
tranquilamente”1. Este comentário é uma nota de rodapé da Bíblia King
James Atualizada, do texto bíblico acima.
Além desse peixe oriental, vive na América Central uma espécie
de cobra que usa a mesma arma para capturar sua presa. É a jararaca.
Ela hipnotiza a presa antes de atacá-la. É uma víbora de origem asiática
muito eficiente no ataque.
Em suas emboscadas, ela estende sua calda a certa distância e,
com movimentos característicos, simula uma minhoca. O movimento da
calda atrai (ou hipnotiza) a rã, que fixa seu olhar na “minhoca”. A presa
fica tão envolvida com o movimento da calda, que nem percebe a
presença da cobra, e cai na armadilha. Tal é o estado de hipnose que a
rã ataca a ponta da calda da víbora, para comê-la, momento em que é
atacada pelo seu predador, que injeta logo o veneno imobilizador e a
devora. Tenhamos cuidado com as cobras!
As víboras são predadores muito eficientes. Seus corpos, seus
movimentos e suas maneiras de agir lhe dão vantagens em suas
emboscadas. São eficientes na arte de ludibriar e enganar. Uma boa
camuflagem tira todas as armas de defesa da presa.
O dicionário de Aurélio conceitua Hipnose como sendo o estado
mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e no qual o
indivíduo continua capaz de obedecer às sugestões feitas pelo
hipnotizador. Esse nome vem de um deus da mitologia grega, Hypnos, o
Sono. Ele era irmão gêmeo de Tânatos, a Morte. Ambos eram filhos de
Nyx, a Noite.
Hipnotizador é aquele que faz a vítima adormecer, e Paulo
chamou aqueles falsos obreiros de hipnotizadores. O apóstolo identificou
a poderosa arma deles – a hipnose. Balançando a “ponta da calda” para
distrair seus ouvintes, os falsos obreiros contavam histórias
fraudulentas a fim de engabelar a igreja e convencê-la a dar-lhes tudo
quanto cobiçavam, sobretudo dinheiro.
Vemos que os estelionatários já agiam naquele tempo. Histórias
lindas e sensibilizadoras eram (e são) contadas nos púlpitos. Eu e você
já caímos várias vezes em muitas delas; não se admire disto! Eles têm
aparência de homens piedosos, conhecem muito bem a teologia bíblica,
são emocionalistas, nos levam facilmente às lágrimas, e eu e você
entregamos todo o dinheiro da carteira, e retornamos sorridentes e
confiantes de que respondemos a um chamado do Senhor para ofertar
daquela forma. O que não sabíamos é que acabávamos de entrar para a
estatística dos milhões de vítimas dos estelionatários espirituais.
Alguns dão carro, casa, todo o salário do mês, todo o dinheiro da
carteira, todo o sustento da família, e chegam até mesmo a pensar que
tiveram fé da mesma forma como teve aquela pobre viúva (Mc 12.41-44).
Falaremos dela posteriormente.
O problema vem depois. Os hipnotizadores levam tudo que foi
arrecadado nas ofertas e vão embora. Tem-se registro de pregadores que
levaram 10, 20 e até 30 mil reais de ofertas de uma reunião. Os pastores
já tinham dado a palavra que dariam toda a oferta da reunião, tem que
repassar tudo, para honrarem a palavra.
O povo de nada sabe acerca de valores; só consegue ver o estrago
no bolso. É estrago mesmo, porque o diabo faz isto quando abrimos
brecha para ele (João 10.10). Sejamos mais sábios nisto!
Certa feita, vi um pastor estarrecido com algo que presenciou na
Igreja que pastoreia. Ele havia aceitado a proposta de um pregador, que
pastoreia uma igreja em outro Estado, de dar-lhe toda a oferta do culto.
Este pregador foi convidado para pregar numa Igreja em nosso Estado
e, em razão de já estar aqui, ligou para alguns pastores para arrumar
agendas.
Pois bem, a palavra do pastor para mim foi: George, rapaz quando
acabou o culto o pastor desceu e foi direto para a secretaria, parecendo
um urubu, atrás do dinheiro da oferta!
Estarrecido e decepcionado com aquele ministro, que é um dos
pregadores de um grande congresso realizado neste país, disse-me que
não consegue compreender como ainda aconteceram algumas curas e
revelações na reunião.
Como somos facilmente enganados! Sobre este tipo de revelação
temos bons exemplos na Bíblia. É o caso de Balaão (Números 23.5) e do
“profeta velho” (I Reis 13.11,20), que receberam revelações divinas
mesmo com a vida totalmente desviada da presença do Senhor.
Sobre curas, foi o próprio Jesus quem nos alertou, dizendo que
“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu
nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos
milagres?” (Mateus 7.22). Veja a resposta do Senhor para estes obreiros:
“Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim
vocês, que praticam o mal!” (versículo 23).
Acontece que, o pecado destrói a natureza espiritual, mas as habilidades
naturais do homem permanecem. Mesmo com o coração completamente
voltado para as coisas materiais, sobretudo riquezas, eles ainda têm
eloquência e conhecimento bíblico, com os quais podem provocar
emoções e encorajar alguns a crerem em curas e milagres; e isto pode vir
a acontecer. As revelações e outras manifestações sobrenaturais são
mistérios que estamos muito aquém de ter um entendimento completo
das suas manifestações, como o admirável caso do profeta velho, citado
acima, e Balaão. Leia com atenção os textos que narram estes casos.
Devemos saber que manifestações de dons sobrenaturais não é
atestado de santidade, conforme você viu nos exemplos acima (leia e
analise você mesmo).
Veja que a exortação de Paulo a Timóteo é para que ele seja um
obreiro APROVADO (II Timóteo 2.15). Lembre-se que Deus usa até
seres irracionais, tais como jumenta (Números 22.28), corvo (I Reis
17.6), peixe (Jonas 1.17), galo (Lucas 22.60).
A avidez por profecias caracteriza a insegurança na Palavra e,
muitas vezes, peso de consciência em alguma área da vida do crente.
Quando tomamos conhecimento de alguns ministros que pregam
e acontecem coisas sobrenaturais, tais como curas, milagres,
manifestações demoníacas e revelações, logo somos impulsionados a
convidá-los para ministrar em nossa congregação. Ficamos facilmente
impressionados com estas coisas e com belos sermões. Vemos nos DVDs
os “conferencistas” e nos esquecemos de orar quando desejamos convidar
um pregador para uma festividade em nossa congregação. Veja o que diz
Leonard Ravenhil, em seu livro Por que tarda o pleno avivamento?
“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas
espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância,
mas de boa vontade” (I Pedro 5.2 - ARA).
É lamentável ver como muitos ministros do Senhor andam tão
ávidos por dinheiro. A maioria das igrejas já acha isto perfeitamente
normal, hipnotizada como está pela “doutrina da avareza”, ensinada
pelos estelionatários espirituais.
Os estelionatários atraíram uma nuvem negra de dúvidas sobre
a atitude de ofertar. Sabendo que muitas pessoas ofertam por interesses
materiais, abre-se uma estrada para a operação destes obreiros
fraudulentos. Eles usam suas armas malignas para produzirem falsas
expectativas nos ofertantes, razão pela qual as pessoas ficam tão
vulneráveis.
Geralmente, a técnica destes hipnotizadores é aplicada de duas
formas. Uma, e muito “erudita”, é aplicando grosseiramente textos
bíblicos pré-selecionados. A outra, e muito comovente, é contando
testemunhos impactantes de pessoas que ofertaram bens valiosíssimos
ou grandes somas de dinheiro, e, por fazerem tal coisa, receberam
infinitamente mais do que semearam, em poucos dias. O povo que ouve,
já comovido pela história contada e desejoso ou necessitado de receber a
mesma bênção, sob o efeito da hipnose faz da mesma forma que a
personagem da história fez: dar simplesmente tudo que tem!
Isto, além de contrariar preceitos bíblicos fundamentais, provoca
sérios danos, tanto ao fiel ofertante vitimado como à comunidade cristã,
pois enfraquece, ou mata, a fé de quem foi enganado e, aos olhos dos
mais fracos na fé, tornam indignas de confiança as promessas do Senhor
contidas em Sua Palavra, pois não haverá respostas divinas ao serviço
ministrado, uma vez que tudo não passou de uma fraude.
Você já viu a filhinha dos “corajosos” ofertantes? No meio do culto,
ou na grande cruzada evangelística, o pregador desafia: Quem é o
corajoso para ofertar 1000 reais? Vem aqui à frente e fique em fila, ou,
quem tem fé para ofertar agora 500 reais? Outros chamam 20, 30 ou
mais pessoas para ofertarem grandes quantidades. Após, vai baixando,
até chegar em valores mínimos. É lindo os ‘corajosos’ em pé à frente, e
todo mundo, crentes e não crentes, vendo os supercrentes enfileirados à
frente!
Quer dizer que quem não vai lá à frente dar o valor solicitado,
não tem fé ou é medroso? E quem é que sustenta a obra de Deus na terra,
são só aqueles ‘corajosos e fervorosos’ que se enfileiraram à frente? Isto
é uma maneira de induzir os vaidosos a ofertarem, isto é 171. É falta de
respeito às coisas de Deus, porque alguns ainda dizem que é Deus quem
revela: “Deus está me revelando que tem 30 pessoas que vêm aqui à
frente para dar 1000 reais”. Aí ficam horas esperando. Quando vêem que
está demorando e o número da “revelação” não se cumpriu, começam a
fazer promoções, facilitando o negócio ao ‘cliente’: “Você pode dar um
cheque para depois, mas venha aqui à frente; você também pode
parcelar, venha e fale depois com o pastor!”. Isto é golpe.
Nesta tentativa ambiciosa de arrancar dinheiro do bolso dos
crentes, alguns se lançam ao ridículo de inventar absurdas “revelações”.
Recentemente, presenciamos num grande congresso realizado neste país
um pregador dizer: “Quem é que vem trazer 1000 reais de oferta, tem
uma [profecia] quentinha só te esperando”. Outros dizem: “Você que tem
500 reais na carteira, Deus me revela que quer abençoar você, traz todo
este dinheiro; Ele quer te abençoar...”
Ora, num congresso com mais de quinze mil pessoas reunidas,
será que não tem um crente com 500 reais na carteira? Não pense que
não creio em revelações. Creio e vivo o sobrenatural de Deus. Mas
precisamos entender que infelizmente existem estas falsas revelações
em nosso meio, e não podemos deixar de ensinar as pessoas a abrirem
os olhos sobre esta questão.
Tenho observado que nestes grandes congressos os ministrantes
de oferta são escolhidos a dedo. São aqueles bons de lábia, que têm
histórias cinematográficas de pessoas que ofertaram carros, casas etc. E
os ministros que conseguem arrancar fortunas do povo tornam-se
honrados entre eles. Que honra, hein?
À vista dos de fora, isto macula a imagem do Evangelho,
deixando-o muito parecido com as picaretagens do mundo, onde os
“espertos” sempre levam a melhor. As muitas e repetidas referências ao
dinheiro e bens materiais no púlpito das Igrejas evangélicas têm sido
uma janela por onde se vê ganância e amor ao dinheiro no coração de
muitos ministros.
Isto tem sido claro e patente aos olhos de qualquer um. Em
muitos lugares a Casa de Oração (Igreja) tornou-se um covil de ladrões
(estelionatários). É dinheiro pra cá, dinheiro pra lá; traz isso que o
Senhor vai te abençoar; deposita tanto que você vai ser abençoado, e por
aí vai. O ensino fabuloso e aparentemente piedoso, mas que contém
mensagens subliminares malignas, é que as bênçãos de Deus podem ser
alcançadas pelo coçar do bolso. A você que agora percebe que é membro
de uma Igreja que ensina isto, a voz apocalíptica que deve ser ouvida
neste momento é:
“Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas
participante dos sete pecados, e para que não incorras nas suas pragas”
(Apocalipse 18.4 - ARA).
Sai dessa Igreja, irmão! Mesmo que você tenha recebido cura ou
milagre, ou mesmo tenha nascido nela. Sai dela, se ainda és povo do
Senhor. Quem te curou ou te abriu a porta foi o Senhor e a Palavra dele
te convida a sair agora.
“E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para
que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário,
vocês transbordem em toda boa obra” (II Coríntios 9.8).
Estava agendado para pregar numa igreja, porém dias antes fui
atingido por um problema de garganta. Impedido de atender a agenda,
liguei para dizer do estado que estava. Coincidentemente, no mesmo dia
recebi uma ligação de um pastor conhecido. Ele é de outro Estado e
estava visitando nossa cidade (São Luís). Com sua agenda na mão achou
meu número. Depois de alguns minutos de conversa ele perguntou se eu
tinha alguma agenda para ele. Logo disse que estava impossibilitado de
pregar, e não podia atender um compromisso para aquela noite. Ele
disse: “Irmão George, liga pro pastor e pergunta se ele me dá a oferta do
culto que eu vou lá, substituí-lo”. Aquilo para mim foi como um choque.
Ele continuou insistindo, querendo que eu “ajeitasse” tudo para ele. Não
tive coragem de dizer nada para ele naquele momento. Depois de muitas
horas, comecei a achar que deveria pedir perdão ao Senhor por não ter
repreendido aquele ministro 171.
Orando, o Senhor confortou-me, fazendo-me entender que isto
era mais uma prova da existência e presença constante dos
estelionatários espirituais em nosso meio. A palavra viria depois – este
livro. Mas assim como fiquei numa situação tal que não tive ação de dizer
nada, acredito que muitos pastores ficam, e acabam aceitando a visita
destes estelionatários.
Quando falava com ele (o ministro 171), observei que ele parecia
estar com uma agenda na mão, ligando para líderes de igrejas,
“mendigando” agendas para aplicar os seus golpes.
Não há como compreender isto, senão entender que querem
mesmo é dinheiro das Igrejas. Não podemos julgar, mas a atitude
denuncia a motivação, que não é o desejo de pregar a palavra de Deus,
pois se fosse, não estariam mendigando oportunidades, haja vista ter
mercado público cheio de pessoas que não conhecem o Evangelho, tem
feira livre, shoppings, feirões, logradouros públicos etc.
Cuidado, pastores! Há casos em que estes pregadores saem
zangados com o pastor da igreja, só porque a oferta não atingiu o que
eles esperavam e ainda saem difamando a Igreja.
O choque maior veio depois. Soube que ele pregou, levou a oferta
e arranjou mais agendas nas Igrejas daquele Ministério. Provavelmente
pregou uma “mensagem poderosa”, aplicando a velha tática da bajulação
e atacando veementemente os possíveis antipatizantes do líder da igreja.
Mas se fosse um homem (ou mulher) de Deus, e falasse algumas
verdades, mesmo não pedindo nada, nunca mais o convidariam. Os
tempos terríveis já chegaram!
__________Notas
“Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela
porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante” (João 10.1).
_________Nota
1 BEVERE, John. AIsca de Satanás. Editora Atos Ltda, MG. 1997, p. 49.
Quarto capítulo
Viver pela fé
Terminou o culto e minha esposa dirigiu-se à pregadora a fim de
convidá-la para pregar na festa do círculo de oração da Igreja onde
congregávamos. Estávamos em outra cidade, numa Igreja em festa. A
pregadora olhou para a minha esposa e disse: Você sabe, irmã, eu vivo
pela fé, me dá uma oferta bem gorda, que eu vou lá. Eu vivo disto, o
Senhor me mandou largar tudo e viver pela fé. Minha esposa insistiu em
saber quanto seria esta “oferta bem gorda” e, como resposta, disse a
irmã: De 400 reais pra cima, fora as passagens (este fato ocorreu no ano
2008).
Nesta “fé”, citada acima, há uma enxurrada de pessoas
afirmando que deixaram tudo para viverem para Deus. Homens e
mulheres que dizem terem deixado seus negócios, seu emprego, tudo
aquilo que lhes constituía sua fonte de renda, para viverem das ofertas
que recebem das igrejas. Na verdade, o que é pouco comum é vermos
pessoas deixando grandes negócios, bons empregos públicos,
confortáveis situações financeiras para viverem pela fé, como fez Saulo
de Tarso. E observamos, ainda, que dificilmente os vemos dizer que
abandonaram coisa pequena ou que já viviam em situações financeiras
difíceis. Quase todos dizem ter deixado situações financeiras folgadas.
Isto os ajuda a pedirem a oferta, pois o fato de terem renunciado a uma
vida financeira folgada para viverem pela fé, demonstra o desapego ao
dinheiro; e isto, de certa forma, é uma capa de piedade.
Mas, biblicamente, o que é viver pela fé?
Muitos dos que afirmam viver pela fé, hoje, testemunham que foi
Deus quem mandou que assim vivessem. Como veremos posteriormente,
há de fato alguns que o Senhor chamou para viver pela fé, mas este é o
argumento central dos ministros estelionatários quando preparam a
presa para o golpe. Veja que o nome de Deus vai à frente, como que para
legitimar o pedido ou a cobrança do dinheiro. Usam o nome de Deus para
tirar da “negociação” qualquer aparência de impiedade. Hoje é comum
cantores e cantoras famosos pedirem R$ 3.000,00 (Três mil reais) para
cantar uma noite numa Igreja. Este valor oscila, dependendo de como
está o nome do “artista” na mídia evangélica. Há quem peça menos,
outros mais. Há até quem exija 30 mil reais para cantar uma noite;
outros exigem 15 mil reais para pregar num final de semana; além, é
claro, da venda de seus materiais (CDs e DVDs), que é legítima.
Há entre os cantores alguns que já nem querem agendar com
Igrejas. O alvo deles agora é atender agendas de shows. A Igreja não
cobra entrada, pelo menos até agora, e isto diminui o cachê deles. Melhor
mesmo é se apresentarem nos shows, onde são tratados como estrelas e
engordam mais rapidamente a conta bancária. Quando soube disto,
estava junto com minha esposa e confesso que tive dificuldades para
acreditar. Mas é fato, meu querido irmão! Soube até de alguns nomes,
cantores que ajuntam multidões e cantam hinos com letras
profundamente espirituais, mas não querem mais cantar nas Igrejas, de
olho na grana. Vejam, não estou dizendo que eles não cantam mais em
Igrejas, digo que eles não querem. Só sabe disto quem está presente na
hora da contratação, que é assinada bem antes do evento, com cláusulas
contratuais que se você as lê dá nojo. Mande e-mails ou ligue para estes
cantores, cantoras ou pregadores famosos e confira tudo isto. Lembre-
se, não são todos, mas quase todos.
Sobre venda de materiais, alguns criaram mais uma maneira de
engordar seu cachê. Quando são convidados para ministrar, exigem que
a igreja venda, antecipadamente, quantidades cada vez mais
exorbitantes de seus materiais. Uns chegam a mandar adiantado 300,
400 ou mais CDs e DVDs. A igreja que se vire! Os irmãos saem como
loucos tentando vender os materiais dos “astros dos púlpitos”. Agora
imagine, o Senhor quer levar um servo, que Ele capacitou com algum
dom, para abençoar uma igreja e este faz exigências deste tipo! E, caso
a igreja não aceite tais exigências, o “servo” não vai. Dá para entender
isto? Onde você já viu servo exigir algo?
Por incrível que pareça, os pregadores, com suas raríssimas
exceções, exigem as mesmas condições, havendo também variações. Há
os mais ousados, que pedem R$ 10.000 (Dez mil reais) para pregarem
numa festa de dois ou três dias; fora as despesas de viagem e hotel.
Talvez você se admire de que isto esteja acontecendo na igreja,
mas receio de que estes valores estejam desatualizados. Pode ser que
estejam pedindo mais. Na verdade, a expressão pedir não é a melhor
para usarmos aqui. A palavra cobrar é a melhor; pois se a igreja que
convida não se dispõe a pagar o valor estipulado, eles não vêm e
agendam com outra.
Claro que isto é feito de forma “espiritual”. Como disse no início
deste capítulo, o nome de Deus vai à frente. Dizem que este dinheiro é
para o sustento de sua família. Alguns são mais abertos e dizem que seu
ministério sustenta pessoas e por isto cobram tais valores. Como foi
Deus que o chamou e deu o ministério, bem como os muitos empregados,
pode haver um pequeno desvio da regra e cobrar estes valores, assim
entendem.
Admira-me a expressão: “Esta oferta é para o sustento da minha
família”. Duas palavras me chamam a atenção. A primeira é chamar isto
de oferta. Como posso estar ofertando se estou sendo cobrado? Como
posso chamar de oferta um valor a mim exigido? A segunda é a palavra
sustento. Vejam, se cobram em média dois ou três mil reais por noite,
quanto ganham por mês? Lembrando que eles pregam ou cantam quase
todos os dias e ainda vendem seus materiais, que têm saída
extraordinária porque a igreja reúne muitas pessoas e incentiva o povo
a comprar.
Um pequeno parêntese. Sobre venda de materiais evangélicos, vi
algo que me fez rir demais. Recentemente, minha esposa comprou um
DVD infantil de uma cantora gospel muito famosa no Brasil. Quando
iniciou o DVD apareceu a mensagem de advertência contra a pirataria.
Entre tantas proibições, estava até a de emprestar. Você entendeu? A
mensagem de abertura do DVD da irmã proibia até você emprestar seu
DVD. Daqui a pouco vão querer proibir você de assistir junto com sua
família, tem que comprar um DVD para cada membro da família!
A sede por dinheiro tenta invadir até a nossa privacidade. Já é
proibido até emprestar um objeto seu! Quero saber quem no mundo tem
o direito de me proibir de emprestar um CD ou DVD que comprei com
meu dinheiro. Empresto para quem eu desejar. Isto não é crime, é
ganância por dinheiro. A lei não pode exigir o absurdamente impossível
de ser praticado. A lei é criada para harmonizar as relações humanas,
eliminando os conflitos sociais, não complicando, sobretudo a vida em
família e entre amigos.
Se fosse algo produzido para edificar o Reino de Deus na terra, a
mensagem seria de incentivo à divulgação, não de proibição visando
somente o lucro.
Mas, o que é viver pela fé? Temos que olhar para a Bíblia para
respondermos tal pergunta.
Quando Jesus começou seu ministério público, após ir ao Jordão
e ao deserto para ser tentado, ele se dirigiu à praia do lago da Galiléia
em busca de companheiros. Ao encontrá-los, chamou-os para o seguirem.
Eles, convencidos pelo Espírito Santo, abandonaram suas atividades que
lhes serviam de fonte de renda, e seguiram o Mestre.
Não é fácil entender isto! Lemos que Pedro tinha família (Mateus
8.14). Paulo nos faz entender que Pedro não era o único apóstolo que
tinha família (I Coríntios 9.5). Mas eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Sabe por que não é fácil entender isto? Porque não se consegue entender
quem vive pela fé.
Mais tarde Pedro declarou o que deixou, pelo chamado:
“As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho
do homem não tem onde repousar a cabeça” (Lucas 9.58).
“Mas as pessoas que querem ser ricas logo começam a fazer toda espécie de
coisas erradas para ganhar dinheiro, coisas que lhes causam danos e as
tornam malvadas, e finalmente as mandam para o próprio inferno” (I Timóteo
6.9 – Bíblia Viva).
“Uma pessoa só pode receber o que lhe é dado dos céus” (João 3.27).
O servo de Deus que exige ou pede algum valor, por menor que
seja, para ministrar numa igreja, há muito deixou de viver pela fé.
Deixou de confiar no Senhor. Isto é comércio; está impondo condições
para fazer algo que o Senhor já o mandou fazer [de graça]. Está
comercializando o que não é seu - Deus o mandou dar.
A oferta virá se Deus quiser dar. Quem determina o valor é o
Senhor, se quiser. Não me refiro às despesas de locomoção e outras
necessárias, que se tornam um dever de quem convida, refiro-me ao
pagamento pelo serviço. Esta cobrança nenhum servo de Deus, por mais
espiritual que seja, foi autorizado a fazê-la. Esta cobrança escandaliza a
obra de Deus. Esta cobrança revela os desejos do coração de quem a faz.
Esta cobrança envergonha os verdadeiros homens de Deus, entristece o
Espírito Santo e causa prejuízos financeiros às comunidades cristãs,
pelas razões já expostas anteriormente. Esta cobrança vicia e adoece o
coração, fazendo nascer raízes danosas que corroem como câncer. Esta
cobrança revela que há amor ao dinheiro, que a Bíblia chama de “raiz de
todos os males” (I Timóteo 6.10).
Por fim, quem vive pela fé já aprendeu a não amar as coisas deste
mundo e há muito vive para o mundo vindouro. Quem vive pela fé pensa
e busca as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra
de Deus (Colossenses 3.1,2). Quem vive pela fé acumula riquezas onde a
traça e a ferrugem não corroem. Quem vive pela fé entendeu que “a
piedade com contentamento é grande fonte de lucro” (I Timóteo 6.6).
“Durante a viagem, Moisés parou para passar a noite numa pensão. Ali o
SENHOR apareceu e ameaçou matar Moisés” (Bíblia Viva).
A morte de Uzá
Davi segue para Baalim de Judá, junto com seus oficiais e o povo
de Israel (II Samuel 6). A missão era buscar a Arca da Aliança do Senhor
para introduzi-la no coração de Jerusalém e do povo. A festa era
tremenda. Deram o melhor de si para aquele tão esperado dia. O zelo
parecia ser muito grande quando apresentaram um carro novo para
levar aquela caixa de madeira revestida com ouro. Tudo parecia
espiritual, mas com um detalhe, sem obediência à palavra do Senhor.
Deus já havia instruído Israel acerca do transporte dos utensílios
sagrados, sobretudo da Arca. Ela deveria ser conduzida nos ombros dos
levitas filhos de Coate, não num carro de boi, mesmo que fosse novo
(Números 4.4,5,15; I Crônicas 15.2). Israel desobedeceu, os bois
tropeçaram, o carro tombou, Uzá tentou segurar a Arca e Deus o matou.
Imagino a festa, os cânticos, os sacrifícios, enquanto os bois
puxavam a Arca. Alegravam-se fora da Palavra. Imagino o Senhor
observando o povo pulando, dançando, sorrindo, dando gritos de aleluia
e glória, se envolvendo numa adoração sem observar a Sua vontade.
Muitas igrejas vivem assim. Muitos ministros já não observam mais
certas coisas; são pequenas e antiquadas demais para serem praticadas.
“Se os famosos dos púlpitos e os pastores das grandes igrejas vivem desse
jeito, também posso fazer o mesmo!”, pensam. O púlpito já não
representa o que devia representar. De lá de cima alguns vêem as
ovelhas com a visão de criadores, não de apascentadores. Os criadores
as olham pela perspectiva do lucro; os apascentadores sabem que terão
que prestar contas de cada uma delas.
Levando a vida assim, como Israel levava naquela ocasião, mais
cedo ou mais tarde “os bois vão tropeçar” e, inevitavelmente, vai morrer
gente.
Em nossos dias alguns querem andar com Deus a seu próprio
modo e em suas próprias conveniências, sem atentar para a Sua palavra.
Crentes casam-se hoje, divorciam-se amanhã, casam-se novamente e
continuam na casa do Senhor, às vezes sentados em lugares de honra.
Ministros e mais ministros (da Palavra e do louvor) fazem o mesmo. Não
deu certo, larga! São as diferenças irreconciliáveis, ou melhor, as
incompatibilidades de gênios; e o rastro de sofrimento vai ficando para
trás. E tome festa! E o Senhor continua dizendo: “Eu odeio o divórcio”
(Malaquias 2.16). Quando chegar o dia da prestação de contas, na
eternidade, tenho certeza que uma pergunta o Senhor não deixará de
fazer a muitos que ali comparecerem: “Onde está a mulher da tua
mocidade?” (Malaquias 2.14).
O número de divórcio é cada vez maior, tanto fora como dentro da
igreja. Fora não nos admira, pois apesar das regras de casamento serem
universais, sabemos que o homem que não conhece o Senhor também
não o teme. Mas este mal chamado divórcio é cada vez mais visto onde a
palavra do Senhor deveria ser honrada e obedecida: na igreja. Deixam o
cônjuge e ainda os acusam de infidelidade, para ficarem “limpos” diante
do povo de Deus. Ouvimos constantemente: O pregador, ou cantor,
Fulano se separou; a esposa o traiu!
Pergunto, onde estão as mensagens sobre este assunto? Quanta
importância ele tem na Palavra e quase não ouvimos acerca disto!
Falamos o tempo todo que a família foi instituída antes da igreja, mas
isto não passa de palavras, não é? O dinheiro está por trás de tudo isto.
Os altos dízimos e as grandes ofertas têm tapado a boca de muitos
líderes e pregadores, conhecidos como “profetas”.
Cito um exemplo, mesmo estando um pouco desconectado com o
tema do livro, mas não com a realidade bíblica.
Além da banalização das regras do casamento, vemos em muitos
locais, o povo que se diz de Deus andando seminu. Roupas que em nada
glorificam a Deus, pois não cobrem o corpo. Mas parece que ninguém ver
isto. Já ouvi até um pastor, pasmem os leitores, num debate na TV (Rede
Boas Novas) defendendo o nudismo. Onde vamos parar?
Agora está em alta os ‘Shows gospel’, que mais parece as loucuras
do mundo. É jovem escanchada nos ombros de outro jovem; é rock, funk,
“pedradas” etc, “rolando solto”, conforme eles mesmos dizem. Os
“artistas gospel” são sensuais, com roupas coladas ao corpo, levando as
fãs ao delírio – “Tá tudo dominado, mesmo!”. Eles ditam a moda para os
jovens crentes. Roupas sensuais, pulseirinhas do amor; é a onda do
cabelo arrepiado, assanhado, longo, tingido e moicano. A moda dos
jovens agora é imitar o sensualismo feminino; alguns parecem uma
mocinha, com roupas coladas, brinco e cabelos compridos, resultado da
influência dos demônios que tentam perverter a imagem masculina
criada por Deus.
Certa feita, vi um jovem escandalizado com o que viu num destes
shows. Para começar, entrou em cena um cantor famoso da música
gospel no Brasil, com roupas coladas ao corpo e quase transparentes
(camiseta tarrafa). As irmãzinhas quando viram o “ídolo” entrar, foram
ao delírio. Ouviam-se assovios e outros sons iguais àqueles que os filhos
da desobediência fazem em seus shows quando entram em cena seus
ídolos.
Mas o nome de Jesus é pronunciado do começo ao fim, como que
para aliviar a consciência da massa presente. Chamam as músicas de
evangélicas ou gospel só porque a letra da música faz alusão, vez por
outra, a Jesus ou a algum personagem da Bíblia. Como temos sido
ingênuos! A letra é de Jesus, e o resto é de quem? O Deus santo não
recebe nem tem parte neste negócio.
Se você conversar com alguns dos promotores destes eventos, que
são pastores e pregadores, em sua maioria, você ouvirá a citação de
muitos textos da Bíblia, todos distorcidos para justificar seus eventos. O
pior de tudo é que são líderes com grande poder de persuasão.
Interpretam inescrupulosamente o texto bíblico de acordo com o “zelo”
que há em seus corações...
O alvo de tudo isto é a dinheirama que é arrecadada em cada um
destes shows. Não há nenhum interesse em promover o Reino de Deus,
mas de maximizar os ganhos dos estelionatários e estabelecer seus
Impérios (que ousam chamar de Igrejas). Alguns líderes até vêem a
malignidade destes eventos, mas o dinheiro tapa-lhes a boca.
Satanás tem alcançado seus objetivos. Na mente das pessoas há
uma confusão total: não é preciso mais renunciar a nada, Jesus aceita
tudo mesmo! É só dizer que é crente.
É doidão? Bom, agora vai ser um doidão de Jesus! É regueiro?
Agora vai ser um regueiro de Jesus! É pop star? Agora vai ser um pop
star de Jesus! É roqueiro? Agora vai ser roqueiro gospel, ou roqueiro de
Jesus! Vem do jeito que é e com tudo que tem, que tudo é gospel e tudo
é de Jesuuuuuus! Mas quando olhamos para a Bíblia, vemos um
importante conselho de quem conheceu a vontade de Deus:
“É por essa razão que nunca podem agradar a Deus aqueles que ainda
estão sob o controle de sua própria natureza pecaminosa, inclinados a
seguir seus antigos desejos malignos” (Romanos 8.8 – Bíblia Viva).
Não posso dizer que foi só um parêntese, pois deste tamanho mais
parece um colchete ou chave.
Podemos esperar qualquer coisa de quem não teme ao Senhor. Às
vezes encontramos dificuldade para entender que há muitos
estelionatários nos púlpitos das Igrejas evangélicas, mas se você conhece
um pastor homem de Deus, converse com ele sobre este assunto. Deixe-
o à vontade, afirmando que não deseja saber de nomes, somente dos
fatos. Você ouvirá muito mais do que leu aqui.
Sexto capítulo
“Outra parte caiu entre os espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas... Quanto
ao que foi semeado entre os espinhos, este é aquele que ouve a palavra, mas a
preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera”
(Mateus 13.7,22 – grifo do autor).
Jesus nos revela aqui que satanás lança estas sementes malditas
na direção dos verdadeiros discípulos e, se penetrarem no coração,
sufocam a Palavra, impedindo-a de produzir frutos.
Esta semente maligna não vem para matar a planta, pois esta
cresceu, lançou raízes e permanece firme. Satanás sabe que não
consegue destruir estes discípulos, mas com esta arma consegue impedi-
los de frutificar. Ainda que ligados a Cristo, têm as preocupações da vida
e os desejos materiais dominando o coração.
Com esta observação acrescentada por Marcos temos uma
terceira possibilidade. É certo que o terreno não havia sido bem
preparado (quando aceitou a Jesus não houve uma limpeza completa no
coração). Ou havia raízes de espinheiros, ou estes ainda eram
plantinhas, aparentemente inofensivas, ou, ainda, foram semeados
posteriormente, mas numa terra muito propensa a desenvolver tais
‘ervas daninhas’.
Seja qual for a possibilidade, certo é que a terra não era boa. As
duas primeiras possibilidades acima mostram pessoas que não “se
despiram do velho homem com suas práticas” (Colossenses 3.9), o corpo
do pecado ainda não foi desfeito (Romanos 6.6) e ainda são escravos do
pecado (Romanos 6.7). Creram na mensagem da cruz, mas ainda amam
as riquezas, ainda amam este mundo com suas concupiscências, ainda
são inclinados aos prazeres da vida material; ainda se sentem atraídos
pelas glórias humanas, pela fama, pelo desejo de grandeza, buscam
prestígio entre os homens; gostam de ser considerados importantes,
gostam de exibir-se com vestes e bens luxuosos e de ostentar suas
posições; encontram grande prazer e conforto acumulando riquezas.
A Bíblia de Jerusalém nos dá um entendimento mais claro sobre
o terreno espinhoso. Lucas diz que os espinheiros nasceram com a planta
(Lucas 8.7). E diz o resultado desta convivência: “Aquilo que caiu nos
espinhos são os que ouviram, mas, caminhando sob o peso dos cuidados,
da riqueza e dos prazeres da vida, ficam sufocados e não chegam à
maturidade” (verso 14).
Estes desejos e inclinações não podem permanecer em nós. Vez
por outra temos nossa atenção atraída pelas coisas deste mundo, mas o
nosso amado Senhor nos aconselha: “Quanto a antiga maneira de viver,
vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por
desejos enganosos” (Efésios 4.22 - NVI). Também o Senhor nos diz:
“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês”
(Colossenses 3.5 - NVI). “... Se afastem dos prazeres malignos deste
mundo; eles não são para vocês, pois lutam contra suas próprias almas”
(I Pedro 2.1c - BV). Como vimos, se permitirmos viver com nosso coração
sobrecarregado pelos cuidados desta vida, desejos por riquezas e as
demais ambições, seremos, inevitavelmente, sufocados e não daremos
frutos. Estas coisas não podem conviver conosco, elas nos dominarão. O
Espírito de Jesus Cristo liberta o homem destas prisões.
Se você, que lê este pequeno livro, se sente atraído ou entrou por
algum destes negros caminhos descritos acima, não se desespere; há um
caminho de libertação. Há um meio bíblico de sermos libertos destes
entranhados desejos malignos. Talvez você já reconheceu que precisa ser
transformado, mas nunca obteve respostas. Pois bem, agora o Senhor te
responde.
A obra do novo nascimento é operada pelo Espírito do Senhor
(João 3.5,6), com uma pequena cooperação sua. Posso dizer que o vento
soprou em tua direção hoje (verso 8).
Logo quando terminares de ler este livro, adquira urgentemente
o livro CELEBRAÇÃO DA DISCIPLINA, de Richard J. Foster. É da
Editora Vida. Você precisa ler este livro. Ele te conduzirá pelo caminho
bíblico da verdadeira transformação segundo imagem de Cristo. Este
livro foi um presente de Deus para minha vida, e sei que será para a sua.
A terceira possibilidade, citada por Marcos, é atualmente a mais
usada por satanás e também uma arma poderosa. Veja que ele diz:
entrando, sufocam a palavra. Dá-nos a ideia de algo que é semeado e, se
encontrar terra receptiva, produzirá danos terríveis.
Paulo nos alertou: “Não se deixem enganar: ‘As más companhias
corrompem os bons costumes’” (I Coríntios 15.33). Para os Israelitas,
antes de tomarem posse da terra da promessa, o Senhor alertou:
“Acautele-se para não fazer acordo com aqueles que vivem na terra para
qual você está indo, pois eles se tornariam uma armadilha” (Êxodo
34.12).
Se você é um jovem com grandes promessas e está sendo
poderosamente usado por Deus, ou está experimentando grande
crescimento ministerial, nunca esqueça este conselho acima: não faça
acordo com aqueles que vivem na terra para onde o Senhor está te
levando; é uma armadilha para você; “ao contrário, derrube os altares
deles, quebre as suas colunas sagradas e corte os seus postes sagrados.
Nunca adore nenhum outro deus [dinheiro, fama, luxo, etc.], porque o
Senhor, cujo nome é Zeloso, é de fato Deus zeloso” (Êxodo 34.13,14 –
colchete acrescentado pelo autor).
O Senhor alertou o famoso rei Salomão: “Vocês não poderão
tomar mulheres dentre essas nações, porque elas os farão desviar-se
para seguir outros deuses” (I Reis 11.2). Este texto revela algo muito
importante sobre nosso tema. Salomão não se desviou dos caminhos do
Senhor logo que se uniu às suas muitas mulheres. O texto é claro e
afirma que: “À medida que Salomão foi envelhecendo, suas mulheres o
induziram a voltar-se para outros deuses” (I Reis 11.4). As mulheres
ganhavam força à medida que o coração de Salomão enfraquecia. À
medida que o zelo pelas coisas do Senhor diminuía, as más influências
prevaleciam no seu intento. Enquanto Salomão vivia inflamado de amor
e zelo pelas coisas do Senhor nada o influenciou, mas o tempo da
“velhice” vem para todos. “Salomão foi envelhecendo”.
O Senhor quer que tenhamos por companheiros aqueles cujos
corações ardem de zelo por Ele. Todos nós temos momentos de fraqueza
– a “velhice”. Aqui ou acolá somos apanhados por situações difíceis.
Momentos de tristezas também sobrevêm ao coração dos que amam a
Deus, mas se estivermos próximos de quem ainda serve ao Senhor com
zelo seremos poderosamente animados a retomar as forças. Mas se
estivermos na companhia de quem não possui temor e ainda vive na
prática da velha natureza pecaminosa, o estado de fraqueza que o fiel
discípulo se encontra não lhe dará condições de resistência e,
inevitavelmente, a semente maligna penetrará no coração e paralisará
a obra da frutificação.
Existem homens de Deus que foram nocivamente influenciados
por outros. Começaram bem, foram crescendo, lançaram raízes
profundas e desenvolveram-se a ponto de chamar a atenção de muitos.
Lembra que a semente maligna do engano das riquezas ataca discípulos
no processo de crescimento, impedindo a frutificação?
A satanás foi entregue, ainda que temporariamente, o governo
deste sistema político, econômico, social e religioso, e ele pode oferecê-lo
a quem quiser. As glórias dos reinos da terra o pertencem e, da forma
como os ofereceu a Jesus no deserto, continua oferecendo aos ministros
de Deus. Ao contrário de Jesus, muitos têm trocado a glória do alto pelas
glórias deste mundo; trocaram o alto preço da semeadura cristã pelo
luxo, dinheiro, bens e prazeres mundanos.
Estes obreiros cresceram e se desenvolveram no ministério;
alguns começaram a pregar em grandes cruzadas e congressos, outros
em conferências, mas não puderam continuar a frutificar. Logo tiveram
seus olhos e corações voltados para as riquezas e cuidados desta vida.
Antes andavam pela fé e não pediam ou exigiam nenhum valor para
ministrar, mas agora, por terem sido influenciados por outros,
comercializam seu ministério. A semente penetrou através das más
companhias e dos maus testemunhos. A terra (o coração), que já era
muito propícia ao cultivo de ervas daninhas, fez os espinheiros se
desenvolverem rapidamente, que vieram posteriormente a sufocar a
Palavra.
A ideia maligna que se proliferou no Cristianismo moderno é
esta: “Veja, ele é usado por Deus, reúne multidões, sua Igreja cresce e
ele é por todos reconhecido, até internacionalmente, e exige dinheiro
para pregar, tem mansões, fazenda, carros importados, vive em luxo,
afinal o nosso Deus é dono do ouro e da prata! Se ele faz isto e Deus opera
no ministério dele, então posso fazer também”, pensam.
Satanás ganhou força na vida de alguns através da ganância, e
esta brecha transformou-se numa porta. Pedro relaciona o pecado da
ganância com pecados sexuais (leia e medite em II Pedro 2.3,14).
Já ouviu falar da queda de alguns grandes pregadores? Sei que
ouviu falar de muitos que se envolveram em pecados sexuais. Pois é, só
tomamos conhecimento do pecado sexual, mas veja o quanto seu coração
estava embriagado pela ganância por dinheiro antes do adultério. “Um
abismo chama outro abismo...” (Salmo 42.7). Ao tempo em que se
tornaram exploradores financeiros, foram dominados por muitas
concupiscências, e conforme vemos em alguns textos da Bíblia, o pecado
da ganância está estreitamente ligado aos pecados sexuais (Cl 3.5; I Co
6.9,10; II Pe 2.14).
Amados, cuidado com estes e estas que exigem dinheiro para
pregar ou cantar. Como vimos acima, a ganância é só uma das
manifestações carnais da grande lista. Não deixa estas pessoas terem
acesso ao púlpito de sua igreja, nem ao seu lar. Quando você, amado
pastor, autoriza estes obreiros 171 ministrarem à sua igreja, você está
autorizando o espírito, que opera neles, operar a mesma obra nos que
recebem suas ministrações. Da mesma forma no seu lar.
Seja mais cuidadoso com a igreja do Senhor e com teu lar. Temos
visto muitos testemunhos deploráveis. Estes ministros 171 têm
introduzido em muitos lares e igrejas espíritos de prostituição, contenda,
ganância etc.
Na hora da pregação deles é um barulho enorme e muita emoção.
Mas barulho maior vem depois de algum tempo, quando coisas horríveis
começam a acontecer e não sabemos o porquê. Algum tempo depois,
alguns aparecem com rebeliões na igreja e em casa, surgem divisões no
corpo, quedas por prostituição e a lista continua – é a ação do espírito
maligno.
Cuidado também na escolha dos músicos! Eles também
ministram à igreja. O espírito que neles opera, opera naqueles que
recebem a ministração deles. Para o Senhor, a questão principal não é
talento musical, mas vida no altar e chamado para ministrar o louvor.
Precisamos buscar perseverantemente no Senhor os nomes
daqueles que virão ministrar em nossa igreja. Quando é enviado por Ele,
a igreja desfruta as maravilhas celestiais. O que estava torto se
endireita e o caminho do Senhor é preparado.
O pior é que a maioria destes obreiros 171 nem sabem que são
causadores de tantos males. Como Sansão, pensam que ainda têm o
Espírito de Deus (Juízes 16.20).
“Então contou esta parábola: Um homem tinha uma figueira plantada em sua
vinha. Foi procurar fruto nela, e não achou nenhum. Por isso disse ao que
cuidava da vinha: Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e
não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra? Respondeu o homem:
Senhor, deixe-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei. Se
der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a” (Lucas 13.6-9).
das
Sétimo capítulo
O que Jesus nos ensina é que o homem de Deus não deve querer
ser festejado, achando-se no direito de exigir determinado valor para
ministrar numa igreja, como se suas lutas e seus sacrifícios pela obra
representasse alguma dívida da Igreja ou do Senhor, para com ele; mas
isto não desobriga o povo de Deus de honrar (com boa soma de valores,
segundo o texto acima) os dedicados ministros do Senhor. Veja que isto
está entre a igreja e Deus, o ministro apenas é autorizado a receber,
nunca a definir ou exigir quantidades.
Paulo, apesar de não fazer uso deste direito, reconhece a
necessidade de abençoar, com abundância de recursos, os bons pastores
e os fiéis pregadores da palavra de Deus.
Existem igrejas abençoadoras. Não só abençoam homens (ou
mulheres) com ministérios conhecidos internacionalmente, mas a todos
que trazem a boa mensagem do Senhor, seja pregando ou cantando.
Há, é verdade, os exigentes, que querem passagem de avião na
primeira classe, hotéis de inúmeras estrelas, carro de luxo para apanhá-
los no aeroporto e para transportá-lo do hotel para a igreja ou outro local
etc. Estes se recusam a aprender com o Mestre, e têm conceitos
elevadíssimos acerca de si mesmos. Podem até cantar bonito ou ter
muita erudição e eloquência na palavra, mas nunca conheceram a Jesus,
que é humilde de coração (Mateus 11.29).
Mas da mesma forma entendo que nada disto desobriga a igreja
a se esforçar para dar as melhores condições de transporte e estadia aos
ministros convidados, bem como uma boa oferta (dentro de suas
limitações). O número de estrela do hotel não deve ser levado em conta,
mas a igreja deve escolher bem o local onde vai hospedar um homem de
Deus.
A igreja quando convida ministros de fora de sua localidade
geralmente está em festa, mas o ministro convidado não. Ele deve estar
concentradíssimo naquilo para o qual foi chamado. Quem é espiritual
sabe do peso da responsabilidade de assumir a tribuna de uma Igreja.
Certa feita, fui convidado para pregar numa cruzada evangelística
numa cidade bem distante, em nosso Estado. Quando preguei na
primeira noite, que era a abertura, o Senhor me fez entender o quanto
satanás trabalhou e estava trabalhando para impedir o derramar do
poder de Deus. Era uma cidade onde os moradores eram muito idólatras
e as igrejas evangélicas não conseguiam prosperar.
Ao retornar da reunião tentei ficar sozinho com o Senhor, em
oração e meditação, mas era impossível. Hospedaram-me na casa do
pastor, e creio que não tinha menos que vinte pessoas dividindo três
pequenos quartos. Era um entra e sai daqueles! Imaginem a fila de
espera na hora do banho!
Não tive coragem de dizer ao amado pastor que queria outra
hospedagem, mas desde então comecei a pedir aos pastores que me
convidam para ministrar, que reservem um local onde eu possa ter
condições de orar e meditar, seja um hotel ou uma casa onde haja
tranquilidade.
Reconheço que devemos priorizar a comunhão dos irmãos. Uma
viagem é mais uma oportunidade para compartilharmos novas
experiências. É também momento em que conhecemos melhor o obreiro
da igreja; tomamos conhecimento de suas lutas e dificuldades, ocasião
em que nossa presença pode ser de grande utilidade. Mas há lugares que
o Senhor nos envia que as lutas espirituais são fortíssimas. Parece que
a atividade maligna se concentra em maiores forças. Não sei meus
companheiros que viajam para pregar, mas nestas horas sinto o impulso
do Espírito do Senhor para recolher-me em oração.
Recentemente, fui convidado para pregar num retiro de quatro
dias, durante o período de carnaval. Quando recebi o convite logo pedi
ao pastor que reservasse uma hospedagem em local reservado, pois o
Espírito do Senhor me fazia entender que haveria muita resistência
espiritual naquele encontro.
Toda a igreja estava acampada no local do retiro, e o pastor,
embora com alguma dificuldade financeira, entendeu nossa solicitação
(minha e da minha esposa) e providenciou uma hospedagem num pequeno
hotel da cidade. Ainda faltando alguns dias para a viagem, o Senhor
começou a mostrar as lutas espirituais que travaríamos. Chegando lá,
já no hotel, Ele continuava mostrando as lutas. Na primeira noite de
ministração não orei pelos enfermos nem pelo derramar do Espírito
Santo. Havia sonhado na noite anterior e vi que os demônios, de alguma
forma, ainda prevaleciam em sua resistência. Senti que deveria jejuar e
orar mais, e assim o fiz. Na madrugada seguinte tive outro sonho:
Pessoas corriam com medo de um bandido encapuzado (símbolo de um
demônio), foi então quando peguei uma arma de fogo e atirei nele. O
bandido ainda deu algumas passadas e caiu, derrotado.
Na manhã seguinte foi a segunda ministração, mas entendi que
ainda não era a hora de começar a ministrar libertação e cura, pois
entendi que a pequena demora antes do bandido cair indicava que eu
deveria ministrar somente à noite, quando seria a próxima ministração.
Pela manhã demos o tiro fatal na resistência. Foi uma manhã de muita
adoração e lágrimas. Deus havia preparado o ambiente para manifestar
seu poder.
Passei a tarde toda aos pés do Senhor. No final da tarde, deitado
no chão e orando, ouvi uma voz falando no meu interior: “Vou te mostrar
o quanto o Senhor é fiel”. Creio que o Espírito de Deus me deu esta
palavra porque me viu já preocupado com tanta resistência maligna.
Veio-me, então, uma alegria inexplicável, levando-me, em
seguida, a entender que todas as forças demoníacas que agiam naquela
cidade haviam sido amarradas.
À noite, após pregar a mensagem comecei a ministrar cura e
libertação. Não sei se você acredita nestes mistérios, mas Deus começou
a mover-se naquele local como nunca. Pessoas caíam arrebatadas e
anestesiadas e o Senhor realizava cirurgias espirituais ao vivo. Pessoas
vomitaram doenças e algo lindo aconteceu: o Espírito Santo começou a
mover-se sobre as crianças e jovens que choravam copiosamente
enquanto eram batizados com o Espírito Santo e com fogo.
Nos dias seguintes as coisas aconteceram livremente e Deus foi
poderosamente glorificado. Pessoas se decidiram por Cristo, muitas
foram batizadas no Espírito Santo e curadas.
Quando conversei com o pastor da igreja sobre os sonhos, ele me
falou que também havia tido sonhos de guerra espiritual e estava orando
pela madrugada com alguns irmãos.
Aquela igreja hoje desfruta os seus melhores dias e experimenta
um genuíno avivamento, como resposta de vários anos de oração e
súplica.
Um hotel para um ministro ficar sozinho com o Senhor não é luxo,
às vezes é uma necessidade. A mulher sunamita deu ao profeta Eliseu
um lugar de honra em sua casa (II Reis 4.10).
Mas entendi que, não se tratando de local onde somos levados
para combater guerras espirituais tão fortes, o melhor mesmo é estar
junto com a igreja que nos convida.
Amém!
la
U ngidos
Senhor do
George Antonio
“Ninguém é capaz de reunir habilidades suficientes para liderar a igreja de Deus, se por Ele não
for chamado, ungido e capacitado. Só a chamada não é suficiente. Uma unção poderosa, também
não. Tamanho era o poder na vida de Davi que ursos e leões eram como bichinhos de pelúcia.
Tinha a chamada e a unção, mas ainda foram necessários muitos anos de preparo para poder
liderar o rebanho do Senhor. Saul também foi chamado e ungido por Deus, mas a falta do preparo
levou-o à soberba, a ponto de rebelar-se contra o Senhor, perseguir Seus ungidos e matar Seus
ministros. “O pastor não deve ser um cristão novato, pois poderia ficar orgulhoso de ter sido
escolhido tão depressa, e o orgulho vem antes duma queda...” (I Timóteo 3.6 – Bíblia Viva)”.
Este livro é, sem dúvidas, um brado profético contra práticas repugnantes que acontecem dentro
da Igreja em nossos dias. Temas até então intocáveis são abordados. Nele o autor fala, sem rodeios,
do despreparo e ganância de muitos pastores, das conseqüências do nepotismo no Ministério, da
escandalosa negociação do voto dos crentes por parte de alguns líderes, bem como das ‘ajudinhas’
financeiras dos políticos. Mas o tema central é a questão da “unção intocável”. Com certeza você
já ouviu alguém dizer: “Não toque no ungido do Senhor!”. Eu creio que já. Protegido por estes
tabus muitos pastores fazem o que querem com as ovelhas; fizeram-se semideuses!
Este livro, escrito numa linguagem muito simples, desmistifica esta “unção intocável”. O profeta
Samuel não tocou na unção de Saul, mas o denunciou e mostrou que o homem pode ter sido
chamado e ungido, mas em razão de sua má conduta, ser rejeitado pelo Senhor. O que é tocar no
ungido do Senhor? Como poderemos saber se um ungido é aprovado ou rejeitado pelo Senhor? O
que fazer com um ungido rejeitado?
Estas e outras perguntas são respondidas neste livro. Por fim, há uma mensagem aos ungidos
aprovados.