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Curso Professor Clemilson

SEMANA 6
Questão 01 Questão 02 PROFA. PATRÍCIA
LIMA
O holandês Boyan Slat criou a Ocean Clean Up, uma
tecnologia capaz de limpar o lixo do Oceano Pacífico em uma
década. O sistema funciona como uma barreira flutuante que
aproveita as correntes oceânicas para bloquear os resíduos
encontrados no mar.
Nos testes com um protótipo, a barreira foi capaz de
coletar plásticos em até três metros de profundidade. O sistema
também recolheu pouca quantidade de zooplâncton, o que
facilita o reaproveitamento e a reciclagem do plástico. A
estimativa é de que o sistema remova 65 metros cúbicos de lixo
por dia.
Slat teve a ideia anos atrás, quando mergulhava na
Grécia e viu mais garrafas de plástico do que peixes. Desde
então, desenvolveu a tecnologia, montou um site com todas as
especificações, fez um estudo de viabilidade e uma campanha
para financiar sua ideia.
DARAYA, V. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 23 jun. 2014.

Ao avaliar a intenção comunicativa, bem como os interlocutores


desse texto, verifica-se que ele enquadra-se no gênero
A) resenha, pois analisa as informações sobre os fatos
apresentados.
B) relato, pois descreve um fato referente a um acontecimento
específico.
C) conto, pois exibe uma história curta, com personagens e
enredo.
D) depoimento, pois expõe fatos reais vividos por uma
pessoa.
E) notícia, pois divulga fatos por meio de linguagem objetiva.
Em relação ao post adaptado da página do Facebook “Caneta Questão 03
Desmanipuladora”, a “desmanipulação” (substituição de “já” por
“só” e acréscimo de “até agora”) explicita a tentativa do jornal — Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é...
de levar o leitor a pensar que filho de uma escrava.
— Eu?
A) ainda falta muito a ser pago pela mineradora e há atrasos — O senhor é um homem de cor!... Infelizmente esta é
no pagamento. a verdade...
B) a Samarco já quitou o que devia , conforme valor Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim
homologado na justiça. de um silêncio:
C) o governo e a população também deviam arcar com o — Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana
pagamento das multas. Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi
D) a mineradora não deveria arcar sozinha com a despesa da muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a
tragédia de Mariana. sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira;
E) a Samarco teria pago uma grande parte do que devia e o concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não
prazo provavelmente está sendo cumprido. imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca
me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo,
teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar
a neta senão um branco de lei, português ou descendente
direto de portugueses!
AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008.

Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra


destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de fins
do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção
em que a
A) miscigenação racial desqualificava o indivíduo.
B) condição econômica anulava os conflitos raciais.
C) discriminação racial era condenada pela sociedade.
D) escravidão negava o direito da negra à maternidade.
E) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos
brancos.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 1
#noCPCvocêsegarante

Questão 04 Questão 05

TEXTO I Washington, 7 de setembro de 1956,


Sexta-feira, 10 horas a.m.
[...] Prezados Sr. e Sra. E. Veríssimo,
Ouça-me bem, amor,
Como é do conhecimento dos senhores, meu marido
Preste atenção, o mundo é um moinho e eu, não tendo infelizmente religião (por enquanto), criamos
nossos filhos na ideia de Deus, mas sem lhes dar rituais
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
definitivos, e à espera de que eles próprios mais tarde se
Vai reduzir as ilusões a pó definam.
Tendo terminado com algum esforço frase tão
Preste atenção, querida,
comprida, venha ao assunto principal que é o objetivo
De cada amor tu herdarás só o cinismo emocionado desta carta. Desejo perguntar-lhes se acreditam
na possibilidade de padrinhos leigos. Eu acredito. No caso do
Quando notares estás à beira do abismo
sr. e da sra. Fal também acreditarem, esta carta os convida, em
Abismo que cavastes com teus pés... nome de uma amizade perfeita, a serem padrinho e madrinha
“O mundo é um moinho”, de Cartola (1974). de Pedro e Paulo. A condição única é continuarem a gostar
deles.
TEXTO II No caso dos senhores não aceitarem, no hard
feelings. Mas a verdade é que, por três anos, vocês têm sido
os padrinhos deles, por tácito, espontâneo e comum acordo.
Restaria apenas legalizar uma situação que aos poucos estava
se tornando escandalosa.
Se eu disser que a ideia já me havia ocorrido mais de
uma vez, os senhores hão de duvidar. Pois acreditem. Quando
o senhor E. Veríssimo aventou a hipótese, meu coração se
rejubilou, e, quando o digo, não estou brincando.
Aí pois fica o nosso convite. A resposta deverá ser
dada antes do embarque, pois, em caso de uma afirmativa,
quero anunciá-la às crianças.
Na esperança do convite ser aceito, ouso assinar.

[...]

Comadre Clarice
LISPECTOR, Clarice. Carta a Mafalda e Érico Veríssimo

Com base na leitura da carta enviada por Clarice Lispector a


Mafalda e Erico Verissimo, conclui-se que o tema é
LAERTE. Quadrão. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 jul. 2017.
Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2017. A) a ideia de que a religião deve ser uma escolha pessoal dos
filhos no futuro.
Os textos anteriores mantêm uma relação de intertextualidade B) o convite para que Mafalda e Erico fossem padrinhos de
na qual o(a) Pedro e Paulo.
C) o grande apreço por Mafalda e Erico, os melhores amigos
A) eu lírico do texto I elabora um retrato objetivo da situação da autora
narrada. D) a saudade dos amigos depois de um longo período vivido
B) texto I pode ser encarado como uma versão parodiada do no exterior.
texto II. E) a viagem para os Estados Unidos para aprender a língua
C) ironia do texto II se dá pela interpretação denotativa do inglesa.
texto I.
D) inversão de valores torna os sentimentos positivos no
texto I.
E) texto II faz uma tradução literal exata do contexto do
texto I.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 2
#noCPCvocêsegarante

Questão 06 Questão 08

[Cena igual à da aparição de Nosso Senhor e Nossa Senhora. O poder das comunicações globais, enquanto
A compadecida entra.] importante manifestação contemporânea, não implica em haver
produção de convergências significativas de atitudes e crenças.
ENCOURADO [com raiva surda]
Ainda que a CNN internacional transmita as mesmas imagens
Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
para o mundo inteiro, as interpretações em cada sala do
JOÃO GRILO planeta, diante das mesmas cenas, são diferentes, as
Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com experiências de cada cidadão não são as mesmas no Líbano
o verso que eu recitei? ou na Bósnia.
MELO, Eliana Meneses de et al. Linguagens, tecnologias, culturas: discursos
A COMPADECIDA contemporâneos.
Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho que São Paulo: Factash, 2008. p. 23-24.
Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não
deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, As convergências mediadas pelo acesso a informação são
mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. diferentes porque é necessário reconhecer que
Quem gosta de tristeza é o diabo.
A) as diferentes línguas são um empecilho comunicativo.
JOÃO GRILO B) o contexto também influencia a situação comunicacional.
É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a C) as dificuldades de transmissão desvirtuam a mensagem.
gente, dizendo que é falta de respeito. D) a mesma mensagem não é recebida por diferentes países.
A COMPADECIDA E) as informações não passam pelo filtro de um veículo
É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito formal.
apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Questão 09
ENCOURADO
Protesto. “Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar!” Lembra
MANUEL desse hit da infância? Se isso lhe parece nostalgia demais é
Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu porque, provavelmente você nunca ouviu falar de dança
velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou. circular.
SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 15. ed. Rio de Janeiro: Agir. (...)
1979. [Fragmento] Mas por que a dança é tão agregadora? A dança foi a
primeira forma de expressão criativa do ser humano e
O que determina o fragmento de Ariano Suassuna como
expressava uma conexão com o sagrado e com o mundo que
representante do gênero dramático é
estava em sua volta, e a roda foi a forma que os povos antigos
A) a linguagem coloquial na fala de figuras religiosas. adotaram para desenvolvimento da vida em grupo e social.
B) a indicação do receptor das falas por meio escrito. Apesar de acompanharem a história da humanidade,
C) o tom de humor imposto a uma cena conflituosa. as danças circulares se tornaram mundialmente conhecidas na
D) o emprego de rubricas na estruturação da ação. década de 60, quando o bailarino alemão Bernhard Wosien
E) o caráter opinativo dos textos entre colchetes. (1908-1986), ao entrar em contato com a dança em visita às
tribos do interior do Leste Europeu, adotou os passos e
Questão 07
repassou adiante com o objetivo pedagógico. No Brasil, a
atividade vem se propagando desde os anos 1980. “Essas
danças refletiam a necessidade de comunhão, celebração e
união entre as pessoas e, por isso, Bernhard viu o quanto elas
eram transformadoras e acabou divulgando e adaptando os
movimentos de forma que todos pudessem fazer parte do
grupo”, explica a psicóloga e adepta da dança circular, Gabriela
Bessa Barreto.
(...)
Disponível em: www.minhavida.com.br. Acesso em 20 fev. 2017.

A dança circular, a julgar pelo fragmento acima,

A) é a única modalidade de dança que tem por objetivo


promover a comunhão entre as pessoas.
Analisando-se as relações lógico-semânticas, o cartum sugere B) pode ser aproximada, historicamente, à música “ciranda
que cirandinha”, voltada para as crianças, pela sua natureza
agregadora.
A) o filho, mesmo com pouca idade, já teve relações sexuais, C) assumiu características comunitárias a partir da
o que o faz profundo conhecedor do assunto. descoberta feita pelo bailarino alemão Bernhard Wosien,
B) o acesso à internet permite o contato de muitas crianças na década de 60.
com conteúdos inapropriados; tal facilitação dá a elas D) mantém intactas as suas características originais de
comportamentos adultizados, amadurecimento precoce, religiosidade e interação com o sagrado.
porém, sem discernimento. E) ganhou dimensão mais individualista, a partir da
C) o pai já recebeu do filho bons conselhos sobre sexo, o que descoberta e consequente utilização de seus passos por
faz com que ele o procure novamente. parte do bailarino Bernhard Wosien.
D) sexo é um tabu apenas entre adultos; para as crianças, é
prática corriqueira.
E) as crianças, hoje, são verdadeiros prodígios: têm acesso a
tudo; não sabem, entretanto, nada.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 3
#noCPCvocêsegarante

Questão 10 Questão 11

Texto I O crack e a internação compulsória


Sereia
Os episódios ocorridos no ano de 2012 (divulgados
Clara como a luz do sol pela mídia) da ação da prefeitura do Rio de Janeiro atuando
Clareira luminosa nessa escuridão nas ‘cracolândias’ provocaram a discussão acerca do acerto ou
Bela como a luz da lua não da internação forçada dos usuários de crack. As classes
Estrela do oriente nesses mares do sul média e alta, acuadas, defendem a política de internação
municipal, sob o argumento de que tais pessoas, reunidas para
Clareira azul no céu se drogarem, constituiriam um perigo em potencial.
Na paisagem A municipalidade, por seu turno, fundamenta sua
Será magia, miragem, milagre conduta sob o argumento da preocupação com a saúde
Será mistério daquelas pessoas que precisam de ajuda para se recuperarem.
Por uma escolha pública, a ajuda eleita pelo Estado foi a
Prateando horizontes internação involuntária para tratamento, ou seja, contra a
Brilham rios, fontes vontade dos usuários. Deve ser esclarecido que, em tais
Numa cascata de luz episódios, não se realizou a chamada internação compulsória,
No espelho dessas águas mas sim a involuntária. Como visto, a compulsória é a requerida
Vejo a face luminosa do amor judicialmente e a involuntária é a realizada a pedido de pessoa
As ondas vão e vem diversa do paciente.
E vão e são como o tempo Assim, não houve um requerimento judicial de
internação coletiva dos usuários de crack que estivessem nas
Luz do divinal querer ruas. Mas sim, segundo o noticiado pela imprensa, a internação
Seria uma sereia dessas pessoas com base em laudo médico, que, supõe-se,
Ou seria só existia no momento da internação. Tais argumentos não
Delírio tropical, fantasia convencem.
Ou será um sonho de criança Texto adaptado: COELHO, Isabel; OLIVEIRA, Maria Helena Barros de.
Internação compulsória e crack: um desserviço à saúde pública. Disponível em:
Sob o sol da manhã <http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v38n101/0103-1104-sdeb-38-101-0359.pdf.>.
Acesso em 20/06/2017.
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

A continuidade de modo coerente ao texto é:


Texto II
Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era
A) A ação efetivada, por meio da internação compulsória,
Inocência de beleza deslumbrante.
garante o direito à vida.
Do seu rosto irradiava singela expressão de
B) A sustentabilidade está diretamente relacionada ao
encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar
desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio
sereno, que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a
ambiente.
franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem
C) A gestão do SUS passa a ser responsabilidade da União,
sombras nas mimosas faces. Era o nariz fino, um bocadinho
dos Estados e dos Municípios, agora entendidos como os
arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente
gestores do SUS.
torneado.
Trecho do romance Inocência. D) A internação compulsória que foi feita é uma saída
individual que o Estado brasileiro assume, mantendo o
direito do outro de decidir.
Considerando a leitura dos dois textos, podemos dizer que eles
E) É cristalino que o objetivo não é dar o melhor tratamento
se assemelham quando
àquelas pessoas – sim, são pessoas! –, mas ‘higienizar’ a
cidade para os futuros eventos internacionais.
A) traçam a ideia de nativismo e idealismo, apontando para a
individualidade da cultura brasileira.
B) mostram a cultura do povo do sertão, com seus hábitos e
costumes tão específicos.
C) tratam a mulher de forma idealizada, elevando-a por meio
da descrição a um nível de perfeição.
D) tratam a mulher como se fosse tão ingênua quanto uma
criança.
E) apontam para grandes feitos da mulher retratada. São
essas atitudes que fazem dela uma pessoa especial.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 4
#noCPCvocêsegarante

► Analise o infográfico e o texto para responder às questões Questão 13


de números 12 e 13.
Ao relacionar as informações do texto às do infográfico,
Texto 1 entende-se que a situação dos moradores de Vila Esperança

A) contraria a tendência nacional, já que os moradores de lá


procuram uma colocação profissional formal, como
Xambito, que “está correndo atrás de um ‘serviço fichado’”.
B) comprova os dados apresentados, como se pode ver com
a frase “Ninguém tem emprego” e com a fala de Xambito:
“é muita gente desempregada”.
C) marca-se pelo desejo de mudarem de vida pelo esporte, já
que o campinho do lugar fica “lotado de jovens descalços
disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz”.
D) exemplifica uma situação atípica no que diz respeito ao
desemprego, considerando-se a fala de Xambito: “mas diz
que aparecem dez vagas para 500 pessoas”.
E) mostra-se mais alentadora que a média do Brasil, criando
boas expectativas de vida aos moradores como Xambito,
ao dizer: “quero ver meu filho crescer, (...) pra estudar”.

Questão 14

Com as minhas bem parcas sobras, tomei uma


assinatura em um gabinete de leitura que então havia à Rua da
Alfândega, e que possuía copiosa coleção das melhores
novelas e romances até então saídos dos prelos franceses e
belgas. [...] Devorei os romances marítimos de Walter Scott e
Cooper, um após outro; passei aos do Capitão Marryat e depois
* Vila Esperança fica em Cubatão-SP
(http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/)
a quantos se tinham escrito desse gênero, pesquisa em que me
ajudava o dono do gabinete, em francês, de nome Cremieux,
Texto 2 se bem me recordo, o qual tinha na cabeça toda a sua livraria.
Li nesse discurso muita coisa mais: o que me faltava de
Às 15h de uma segunda-feira, o campinho de futebol Alexandre Dumas e Balzac, o que encontrei de Arlincourt,
sob o viaduto de Vila Esperança está lotado de jovens Frederico Soulié, Eugênio Sue e outros.
descalços disputando o clássico Dois Poste contra Santa Cruz. Como e por que sou romancista, de José de Alencar.
Ninguém tem emprego. Xambito é um deles.
Xambito precisa pagar pensão para seu filho de três Ao discursar em sua crônica sobre a função social
anos, mas não quer voltar para a “vida errada”, como diz. desempenhada pelo gabinete de leitura, infere-se pelo texto
“Essa vida errada aí, biqueira [ponto de vendas de que esse espaço
drogas], tráfico, só tem dois caminhos: cadeia ou morte; não
quero nenhum desses dois, quero ver meu filho crescer, botar A) contribuiu para a redução de leitores nas bibliotecas
ele pra jogar bola, pra estudar”, diz Xambito, que anda pela públicas.
favela com uma caixinha de som tocando o sertanejo Felipe B) tornou mais democrático o acesso à literatura e à
Araújo. informação.
Ele está correndo atrás de um “serviço fichado” C) funcionava como uma biblioteca pelo fato de fornecer
(registrado). Já foi várias vezes aos pátios das fábricas em livros de graça.
Cubatão, mas diz que aparecem dez vagas para 500 pessoas. D) diferenciava-se de uma livraria por apresentar pouca
“Só com ajuda de Deus para ser chamado, é muita gente variedade de produtos.
desempregada.” E) caracterizava-se como um ambiente hostil ao
(http://arte.folha.uol.com.br/mundo/2017/um-mundo-de-muros/brasil/excluidos/
desenvolvimento intelectual dos leitores.

Questão 12

De acordo com o infográfico, conclui-se corretamente que, na


Vila Esperança, assim como no Brasil,

A) uma pequena parcela da população vive com até 2


salários-mínimos.
B) a maior parcela da população tem renda entre 2 e 5
salários-mínimos.
C) a parcela da população que recebe mais de 20 salários-
mínimos é expressiva.
D) a parcela da população que vive sem renda ultrapassa os
10%.
E) a população sem renda equivale à que vive com até meio
salário-mínimo.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 5
#noCPCvocêsegarante

Questão 15 Questão 16

Texto I Cacarecos da língua

Antes de sair de casa, passei a manhã diante da Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta.
máquina, tentando iniciar esta crônica. O papel em branco era Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de desastre,
um desafio à minha esterilidade mental. Agora as ideias vão as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um
afluindo, e se aglutinam, compondo frases que procuro fixar na pouco – à medida em que as pessoas que as usavam vão
memória, para lançá-las no papel assim que chegar em casa. morrendo também. Minha avó, por exemplo. Tenho certeza de
Descubro que, para um escritor, nada mais inspirador do que que levou junto com ela a palavra “lorota”.
uma corrida matinal. Mais tarde, comunico a descoberta à Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar.
minha mulher, queixando-me de que tão logo regresso ao A palavra “cacareco”, por exemplo, tá na UTI. Pros jovens que
trabalho, as ideias se vão. Ela começa a rir e sugere que eu não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa velha, já
corra com a máquina de escrever pendurada no peito. sem utilidade. Sim, a própria palavra “cacareco” virou um
[...] cacareco.
SABINO, Fernando. Corro risco correndo Está longe de ser o único cacareco da linguagem.
Texto II Pense quando foi a última vez que ouviu que a situação está
um despautério, que fulano tá borocoxô, que tal roupa é uma
Catar feijão se limita com escrever: coqueluche, que fulana é uma songamonga.
joga-se os grãos na água do alguidar O hospital das palavras está cheio – e ninguém nem
e as palavras na folha de papel; sequer vai visitar as enfermas (“enfermas”: taí outra palavra
e depois, joga-se fora o que boiar. dodói). Elas não têm orgulho. Pra reavivá-las, basta chamar em
Certo, toda palavra boiará no papel, voz alta que elas voltam serelepes, faceiras – acabou de
água congelada, por chumbo seu verbo: acontecer com as palavras “serelepe” e “faceira”.
pois para catar esse feijão, soprar nele, Precisamos fazer uma força-tarefa pra salvar a palavra
e jogar fora o leve e oco, palha e eco. “força-tarefa”. Junto com as palavras morrem também as coisas
MELO NETO, João de. Catar feijão. – e às vezes é impossível saber quem morreu primeiro, se a
palavra ou a coisa.
.
Nos trechos da crônica de Fernando Sabino e do poema de Paramos de falar alpendre porque as casas deixaram
João Cabral de Melo Neto, verifica-se um tema comum, que é de ter alpendre ou as casas pararam de ter alpendre porque já

A) a importância dos exercícios físicos. ninguém sabia o que era um alpendre?


B) o diálogo com outros textos. DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>.
C) a vida em sociedade. Acesso em: 29 out. 2017. [Fragmento]
D) o processo de escrita. Para ser persuasivo, o produtor de um texto argumentativo
E) o trabalho doméstico. defende seu ponto de vista e o justifica. Nesse artigo, o
segundo parágrafo desempenha um importante papel no
planejamento discursivo do texto, porque
A) traz a explicação para a tese defendida anteriormente.
B) estabelece uma comparação entre as palavras e a cultura.
C) revela uma analogia entre a morte e as palavras em
desuso.
D) expressa uma causa para as inevitáveis mudanças na
língua.
E) indica uma contraposição em relação ao parágrafo
anterior.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 6
#noCPCvocêsegarante

Questão 17 Questão 18

"Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, Moonlight: sob a luz do luar – Um retrato universal da
sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois solidão, que recusa o lugar-comum
imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar
“Todo crioulo é uma estrela” (“Every nigger is a star”).
com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer, não
vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de Essas são as primeiras palavras que se ouvem no filme
que eu trato, são os outros - ladrões de maior calibre e de mais
Moonlight. A frase é, na realidade, o verso da música
alta esfera... Os outros ladrões roubam um homem, estes
roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, homônima de Boris Gardiner, artista negro, que ironicamente
estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são
usa o termo pejorativo para inflar a autoestima da própria
enforcados, estes furtam e enforcam."
Sermão do bom ladrão. Padre Antônio Vieira. comunidade. Mas engana-se aquele que pensar que se trata,
Com base na leitura do texto atemporal do escritor barroco aqui, de um filme de gueto – embora a produção seja, sim, um
Padre Antônio Vieira, a charge que melhor se comunica com
importante instrumento de voz para os afrodescendentes.
ele é
Escrito e dirigido por Barry Jenkins, a partir de uma ideia de
uma peça, o filme é o que, em cinema, se chama de um
verdadeiro estudo de personagem.
HERMSDORFF, Renato. Moonlight: sob a luz do luar – Um retrato
universal da solidão, que recusa o lugar-comum. Adoro cinema. Disponível em:
<http://www.adorocinema.com>. Acesso em: 19 maio 2017. (adaptado)

Na construção textual, o autor do texto anterior abdica de


alguns caminhos e favorece a sedimentação de outros para
A) cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social
desse texto é

A) apresentar uma resenha imparcial sobre o filme.


B) classificar o filme para uma determinada faixa etária.
C) informar ao espectador que os fatos apresentados são
ficcionais.
B) D) observar referências e o papel social do filme sob um olhar
crítico.
E) destacar que o filme focaliza mais na ação que nas
personagens.
Questão 19

C)

Disponível em: http://colunistas.ig.com.br/cip/alerj-em-nova-campanhaeducativa-


sobre-transito
D)
A campanha de trânsito elaborada pela Alerj, Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, tem por finalidade chamar a
atenção dos motoristas para
A) o resultado de acidentes proveniente da falta de respeito
às leis de trânsito.
B) a quantidade de acidentes fatais presentes nas estradas
cariocas.
C) a relação existente entre o consumo de álcool e o uso do
cinto de segurança.
D) o descaso das autoridades frente à malha rodoviária no
E)
país.
E) a principal causa de vítima fatais nas estradas e rodovias
cariocas.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 7
#noCPCvocêsegarante

Questão 20 Questão 22

Futuro incerto Fazer 70 anos

O futuro das inteligências artificiais – como está na Fazer 70 anos não é simples.
literatura – pode ser desenhado e projetado, em grande A vida exige, para o conseguirmos,
medida, por elas mesmas. O que vale dizer que elas poderão perdas e perdas no íntimo do ser,
evoluir independentemente de nós. Se é capaz de aprender, como, em volta do ser, mil outras perdas.
tem êxito na primeira geração, retoma e otimiza a segunda [...]
geração, sem que nenhuma pessoa tenha tido influência Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
alguma no processo. Desse modo vão se criando efetivamente Nós o conseguimos...
organismos quase biológicos. E sorrimos
Sociologia, ed. 69, jun/17, p. 77. (Excerto). de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?
O texto revela uma análise sobre as inteligências artificiais. Um ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992
(fragmento).
exemplo que ilustra a projeção descrita no texto é

A) o processo de comunicação em rede que despreza O pronome oblíquo "o", nos versos "A vida exige,
fronteiras físicas. para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a
B) a invasão de sites de segurança máxima por hackers progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o
especializados. segmento
C) o armazenamento de dados humanos para o avanço da
ciência. A) “Ó José Carlos”.
D) o desenvolvimento de robôs capazes de tomar as próprias B) “perdas e perdas”.
decisões. C) “A vida exige”.
E) a propagação de discursos de ódio via sistema D) “Fazer 70 anos”.
operacional invadido. E) “irmão-em-Escorpião”.

Questão 21 Questão 23

Dois parlamentos Todo o bate-boca em torno do fenômeno fake news


Nestes cemitérios gerais (notícias falsas) pode acabar levando a mudança de um dos
não há morte pessoal. comportamentos mais arraigados na cultura jornalística, o do
Nenhum morto se viu imediatismo, ou seja, a preocupação em ser o primeiro a
com modelo seu, especial. publicar uma notícia. Pesquisadores do jornalismo,
Vão todos com a morte padrão, especialistas em comunicação e estrategistas políticos estão
em série fabricada. chegando à conclusão de que a correria pelo furo noticioso
Morte que não se escolhe dificulta a checagem de dados, fatos e eventos tanto nas
e aqui é fornecida de graça. redações on-line como entre os editores independentes em
Que acaba sempre por se impor blogs jornalísticos. A solução seria reduzir o ritmo, gastar mais
sobre a que já medrasse. tempo na verificação e contextualização das informações para
Vence a que, mais pessoal, evitar que o fenômeno das fake news assuma proporções
alguém já trouxesse na carne. catastróficas comprometendo ainda mais a credibilidade da
Mas afinal tem suas vantagens imprensa.
CASTILHO, Carlos. Das “fake news” ao fenômeno “slow news”.
esta morte em série. Observatório da Imprensa.
Faz defuntos funcionais, Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em:
próprios a uma terra sem vermes. 18 abr. 2017. (adaptado)
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997
(fragmento).
Ao reconhecer criticamente os problemas derivados do
imediatismo na cultura jornalística, o texto destaca que
A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés
temático muito presente em João Cabral de Melo Neto. No A) a checagem de dados atrapalha a construção da
fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a) credibilidade jornalística.
B) as redações on-line apresentam um baixo índice de
A) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte. problemas com notícias falaciosas.
B) aspecto desumano dos cemitérios da população carente. C) o furo jornalístico é benéfico ao processo de disseminação
C) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte. da informação verídica.
D) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra. D) a redução do ritmo de trabalho dos profissionais do
E) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos. jornalismo eliminaria as notícias falsas.
E) os jornais deveriam se preocupar mais com a ratificação
das informações do que com instantaneidade.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 8
#noCPCvocêsegarante

Questão 24 Questão 26

Às vezes a gente que finge que trabalha; o leitor lê a Entre as crianças brasileiras, 30% apresentam
crônica e no fim chega à conclusão de que não temos assunto. sobrepeso e 15% delas já são obesas. A má alimentação
Erro dele. Quando não tenho nenhum frete a fazer, sempre começa cedo: 56% dos bebês com menos de um ano de idade
carrego alguma coisa, que é o peso de minha alma; e olhem lá no Brasil consomem refrigerantes. Dados como esses ganham
que não é pouco. O leitor pensa que troto com meu carrinho rosto no documentário Muito além do peso (2012), de Estela
vazio; e eu mesmo disfarço um pouco assobiando; mas no fim Renner: o filme mostra como a alta ingestão de açúcar, pais
da crônica estou cansado do mesmo jeito. A grande vantagem desinformados e a publicidade voltada para o público infantil
do leitor é que ele pode largar a crônica no meio, ou no começo, criam uma geração de crianças com problemas como colesterol
e eu tenho de ir tocando com ele, mesmo sentindo que estou alto e diabetes tipo 2. O documentário pode servir como ponto
falando sozinho. Ouço, em imaginação, o bocejo do leitor, e de partida para abordar a questão com professores e pais.
sinto que ele me põe de lado e vai ler outra coisa, ou nada. Que
me importa: tenho de escrever, vivo disso. Obesidade infantil. Revista Escola Pública, n. 31, fev.-mar. 2013.
[...]
BRAGA, Rubem. Faço questão do Córrego Analisando os procedimentos argumentativos empregados,
verifica-se que o texto tem como propósito
No trecho da crônica de Rubem Braga, a função da linguagem
predominante é a A) apresentar dados estatísticos do Brasil sobre a obesidade
infantil.
A) fática, pois o autor procura estabelecer contato com o B) fazer propaganda de material informativo sobre a
leitor. obesidade infantil.
B) conativa, pois o autor pretende convencer o leitor a ler a C) justificar a necessidade de se discutir o problema da
crônica. obesidade infantil.
C) expressiva, pois o autor revela seu estado de ânimo, sua D) destacar a ingestão de açúcar como a principal causa da
objetividade. obesidade infantil.
D) metalinguística, pois o autor utiliza a crônica para falar E) alertar para a contribuição da mídia no aumento da
sobre a crônica. obesidade infantil no Brasil.
E) referencial, pois o autor transmite uma informação objetiva
sobre a realidade. Questão 27

Questão 25 Hoje fui ao túmulo de Gina e de longe já vi as rosas


vermelhas espetadas na jarra do lado esquerdo, Oriana veio
ontem. [...] Fiquei um tempo olhando suas rosas vermelhonas,
completamente desabrochadas. Um pouco mais de sol nessas
corolas e em meio do perfume virá aquele cheiro que vem dos
mortos quando também eles começam a amadurecer. Não nas
narinas, eu disse. Fui buscar o corpo depois da autópsia, já não
era mais a pequena Gina, agora era o corpo com aquele
algodão atochado no nariz, tira isso! O enfermeiro obedeceu,
GOMES, C. Disponível em: <https://bichinhosdejardim.com>. Acesso em: 29 apático. [...] Sua filha? Ele perguntou. Fiz que sim com a cabeça
out. 2017 (Adaptação).
e então me recomendou, caso precise, a senhora depois
arruma outro algodão. Não precisou, até o fim Gina ficou com
Para responder às perguntas e conceituar sentimentos, a
suas narinas livres para voltar a respirar se quisesse. Não quis.
personagem do caramujo emprega a figura de linguagem
Está certo, foi feita a sua vontade, ela era voluntariosa, quando
resolvia uma coisa, hein?
A) comparação, porque associa semelhanças e diferenças TELLES, Lygia Fagundes. Uma branca sombra. In: ______. A noite escura e
entre os elementos citados. mais eu.
B) metáfora, porque instaura entre os termos uma relação São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
incomum de semelhança.
C) pleonasmo, porque utiliza a redundância dos termos na A literatura de Lygia Fagundes Telles é pródiga na
construção do sentido. apresentação de experiências emocionais profundas nas
D) gradação, porque apresenta os sentimentos em uma vivências de suas personagens. No fragmento, a narradora
sequência decrescente. enfatiza o(a)
E) paradoxo, porque aproxima proposições aparentemente
antagônicas. A) sentimento de completude gerado pela perda da filha.
B) carinho que guarda pela figura feminina de Oriana.
C) comportamento obediente da personagem Gina.
D) teimosia presente no temperamento da filha.
E) visão estereotipada das relações familiares.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 9
#noCPCvocêsegarante

Questão 28 Questão 29

(...)

Treinamento funcional

O treinamento funcional se baseia nos movimentos


naturais do ser humano, como pular, correr, puxar, agachar,
girar e empurrar. O praticante ganha força, equilíbrio,
flexibilidade, condicionamento, resistência e agilidade. Ele tira
a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou
isolados, como acontece na musculação. Por isso, virou uma
alternativa para quem estava cansado dos exercícios mais
tradicionais na academia. Para trabalhar a musculatura
profunda, são utilizados acessórios como elásticos, cordas,
bolas, cones, discos e hastes. É um método que ajuda a
prevenir lesões, gera melhorias cardiovasculares, a redução do Disponível em: <tecnologia.uol.com.br/album/humor.htm#fotoNav=21>.
percentual de gordura, emagrecimento e definição muscular.
(...) Na charge acima, publicada no UOL, a combinação dos
elementos verbais e não-verbais permite afirmar que:
Musculação
A) a reação do adolescente à ordem do pai traduz-se de
Mas será que todos esses benefícios vão colocar fim forma dócil, solícita, sem reclamações de qualquer
aos halteres e anilhas? Não, se o objetivo é aumentar a massa espécie, o que caracteriza o adolescente dos anos 90
muscular ou conseguir resultados estéticos em pouco tempo. A como mais conectado à tecnologia e tolerante que o
musculação é muito eficiente para a hipertrofia, que não é o adolescente atual.
objetivo central do funcional. Ao contrário do funcional, a B) os elementos não-verbais indicam haver, nos anos 90,
musculação consegue trabalhar os grupos musculares celeridade no processo de acesso à internet, cuja
isoladamente e com mais especificidade. De acordo com o tecnologia já era comparável à dos anos atuais.
American College of Sports Medicine (ACSM), a musculação C) pressupõe-se, pela fala do pai, que o acesso do
também exerce um impacto direto sobre as atividades da vida adolescente à comunicação por meio da internet interferia
diária que exijam um percentual da capacidade muscular para na comunicação familiar, posto que utilizasse a linha
serem executadas. telefônica fixa que também servia à comunicação de toda
– Um programa feito de duas a cinco vezes por semana gera a família.
benefícios no condicionamento físico, aumento da massa D) o acesso à internet, nos anos 90, apesar de demandar
magra e diminuição do percentual de gordura, se aliado a uma tempo menor que o atual no acesso aos sites
dieta adequada – afirmou Vinícius Oliveira, coordenador e disponibilizados aos usuários dessa tecnologia de
professor da academia Forum Exere Fitness. comunicação, não tinha o alcance e o impacto social que
Carla Gomes e Igor Christ. Rio de Janeiro. apresenta hoje.
Disponível em: www.globoesporte.globo.com. Acesso em 20 fev. 2017.
E) os elementos não-verbais representam o processo de
abertura de uma página da internet nos anos 90,
O confronto entre os dois métodos de trabalho com o corpo caracterizando a morosidade desse processo numa época
mencionados acima permite o reconhecimento de que em que a internet estava em seu estágio inicial.
A) a musculação, ao contrário do treinamento funcional, Questão 30
busca, por meio de elásticos, bolas e molas, a diminuição
do percentual de gordura dos praticantes.
B) os movimentos naturais do corpo humano são igualmente Devemos dar apoio emocional específico, trabalhando
privilegiados nas duas práticas referidas no texto em o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. O
questão. principal problema que vivenciamos é quanto ao aleitamento
C) os dois tipos de atividade buscam, primordialmente, com materno. Além do sentimento muito forte manifestado pelas
igual intensidade, propiciar aos praticantes a obtenção de gestantes de amamentar seus filhos, existem as cobranças da
desejáveis níveis de emagrecimento. família, que exige explicações pela recusa em amamentar, sem
D) há compatibilidade entre as duas práticas mencionadas, falar nas companheiras na maternidade que estão
uma vez que seus diferentes objetivos podem ser tidos amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior desafio.
como complementares. Assim, criamos a técnica de mamadeirar. O que é isso? É
E) seriam pouco significativas as alterações nas finalidades substituir o seio materno por amor, oferecendo a mamadeira, e
das duas práticas, caso os alteres e anilhas de uma fossem não o peito!
PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids:
cambiáveis com as bolas e molas da outra. interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado).

O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de gestantes


e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao drama de
mães que não devem amamentar seus recém-nascidos,
observa-se um recurso da língua portuguesa, presente no uso
da palavra “mamadeirar”, que consiste

A) na manifestação do preconceito linguístico.


B) na recorrência a um neologismo.
C) no registro coloquial da linguagem.
D) na expressividade da ambiguidade lexical.
E) na contribuição da justaposição na formação de palavras.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 10

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