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CADERNO DE EXERCÍCIOS

8a ETAPA - falta 4 e 10 - JURISPRUDENCIA: 4, 7

1.-) Admite-se a concessão de tutela antecipada na ação que


tem por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer ?

ponto 493-a – Humberto Theodoro Jr. – Volume I

Sim, admite-se a concessão de tutela antecipada na ação que tem por


objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, nos termos do
art. 461, §3º, do CPC.
A tutela antecipada é concedida para garantir a efetividade da chamada
tutela específica, o legislador conferiu ao juiz a possibilidade de
antecipar os efeitos do provimento jurisdicional, através da aplicação
dos meios coercitivos tendentes à obtenção do resultado específico,
desde que presentes os requisitos do artigo 461, § 3°, do CPC.
O dispositivo legal supramencionado exige como requisitos para a
antecipação dos efeitos da tutela, pela qual pretende o autor a
condenação do réu no cumprimento de uma obrigação de fazer ou não
fazer, a ser objeto de um provimento jurisdicional definitivo, o fumus
boni juris, ou seja, a relevância do fundamento da demanda, e o
periculum in mora, que é o justificado receio de ineficácia do provimento
jurisdicional.
O primeiro requisito pode ser definido como a probabilidade de
existência da relação de direito material que reclama a tutela específica.
Tal requisito não se difere da "verossimilhança das alegações mediante
prova inequívoca" exigida pelo artigo 273, I, do Código do Processo Civil
e do fumus boni juris do processo cautelar.
No que se refere ao periculum in mora, tal pressuposto reside no risco
de ineficácia do provimento final concessivo da tutela específica, isto é,
a ocorrência de uma situação fática que possa vir a impossibilitar a
obtenção do resultado prático pretendido com o provimento
jurisdicional.
MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Específica: arts. 461, CPC e 84, CDC.
2ª ed. 220f. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 4ª
ed. Vols. 1 e 2. São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 2004.

Presença dos requisitos ensejadores - Agravo provido.

2.-) Pode-se interpor recurso adesivo se não houve recurso


voluntário, mas apenas remessa necessária ?
pontos 517a – d e ponto 540 – Humberto Theodoro Jr. – Volume I
– considerando que Remessa Necessária não constitui espécie
recursal.

Resposta: Não. O recurso adesivo, previsto no art. 500 do CPC, aplica-se


exclusivamente em caso de sucumbência recíproca, situação em que
ambas as partes têm interesse para interpor o recurso independente,
porém, por alguma razão qualquer, uma delas não o faz. A princípio, a
falta de interposição do recurso principal por uma das partes traz a idéia
de preclusão lógica, eis que, expirado o prazo, esta não recorreu.
Todavia, ao ser intimada para contra-arrazoar o recurso interposto pela
parte contrária, surge, ao recorrido, dentro daquele mesmo prazo, o
direito previsto no mencionado art. 500, qual seja, de recorrer
adesivamente. O recurso adesivo só será admissível na apelação, nos
embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial
(art. 500, II, do CPC).

A vida do recurso adesivo depende da existência do recurso principal.


Caso haja desistência deste, aquele, inevitavelmente, falecerá. Também,
se o recurso principal for julgado inadmissível ou deserto, o adesivo não
será conhecido e julgado. Com tais ocorrências também o recurso
adesivo será extinto (art. 500, III, do CPC).
Aplicam-se ao recurso adesivo as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e
julgamento no tribunal superior (art. 500, parágrafo único, CPC).

A remessa necessária, ou reexame, disposta no art. 475 do CPC, é a


devolução da decisão do órgão "a quo", para revisão pelo órgão "ad
quem", independentemente da interposição de recurso pelas partes.
Somente após a confirmação pelo tribunal superior a sentença produzirá
efeitos. O rol do art. 475 é taxativo, portanto só haverá remessa
necessária em caso de sentença (de mérito) proferida contra a União, o
Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e
fundações de direito público (art. 475, inciso I, CPC), e que julgar
procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida
ativa da Fazenda Pública (inciso II do referido artigo).
A maioria dos doutrinadores não considera a remessa necessária como
recurso. Entre eles destacamos a opinião de Nelson Nery Junior, para
quem a remessa necessária não tem natureza jurídica de recurso, pois
lhe faltam a voluntariedade, a tipicidade, a dialeticidade, o interesse em
recorrer, a legitimidade, a tempestividade e o preparo, características e
pressupostos de admissibilidade dos recursos, acreditando que a
natureza desse instituto é a de condição de eficácia da sentença (NERY
Junior, Nelson. A remessa oficial e o princípio da igualdade Revista de
Processo, nº 80 ano 20, 1995).
Conclui-se, então, do acima exposto, que a remessa necessária não é
equiparada a recurso, motivo pelo qual não se pode interpor recurso
adesivo, pois este tem como pressuposto de admissibilidade a
interposição de recurso principal (voluntário), posição não ocupada pela
remessa necessária.

3.-) O proprietário da área usucapienda que não foi citado


pessoalmente para a ação de usucapião deverá atacar a
sentença declaratória (procedente) do usucapião por ação
ordinária ou por ação rescisória ?

PONTO 623 - Humberto Theodoro Jr. – Volume I

"todo e qualquer processo é adequado para constatar e declarar que um


julgado meramente aparente é na realidade inexistente e de nenhum
efeito. A nulidade pode ser alegada em defesa contra quem pretende
tirar da sentença um efeito qualquer; assim como pode ser pleiteada em
processo principal, meramente declaratório.”

Resposta: O artigo 942 do Código de Processo Civil prescreve que o


autor na ação de usucapião deverá na petição inicial expor o
fundamento do pedido, juntar planta do imóvel e requerer a citação
daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel “usucapiendo”. Assim
também orienta a Súmula 263 do Supremo Tribunal Federal.
Também vale considerar que, em se tratando de litisconsórcio
necessário, conforme artigo 47 do Código de Processo Civil, a eficácia da
sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
Sendo assim, melhor será enfrentar a sentença declaratória via ação
ordinária, pois sem a citação do proprietário a relação jurídica
processual não se constituiu, nem se desenvolveu com validade. A
nulidade da sentença poderá ser declarada em ação declaratória de
nulidade.
Em outras palavras, a sentença proferida na ação de usucapião de bem
imóvel, em que o proprietário não foi citado, é nula de pleno direito. A
ação indicada para desconstituí-la é a declaratória de nulidade, de
natureza constitutiva negativa. Não se trata neste caso de ação
rescisória, uma vez que esta teria por finalidade desconstituir sentença
válida, o que não ocorre no nosso caso.
Como conseqüência desse entendimento teremos que a sentença
proferida no processo será nula de pleno direito, assim como serão nulos
todos os atos posteriores, reconhecendo-se a ineficácia do registro
imobiliário que se seguiu ao ato decisório.
Alinhando-se nesta compreensão, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
proferiu no acórdão 0395372-4, do ano de 2003:
EMENTA: Processual Civil – Ação declaratória de nulidade de processo –
Inexistência de citação – Desnecessidade de ação rescisória – Ação de
usucapião em que o titular do domínio não foi citado – nulidade
reconhecida e declarada.
Doutrinariamente corrobora com o nosso entendimento, Teresa Arruda
Alvim Pinto, em Nulidades da Sentença, Editora Revista dos Tribunais,
São Paulo, p. 209, onde nos ensina que “por meio da ação declaratória
da inexistência, serão atingidas as sentenças proferidas, em processo a
que tenha faltado pressuposto processual de existência”.

4.-) Caso não tenha sido imposta a multa diária ao réu pela
sentença no processo de conhecimento, poderá ser fixada na
fase de execução? Justifique.

Ponto 631 – Volume II. Humberto Theodoro

5.-) Pode haver assistência em processo de execução?

Ponto 684 – Volume II. Humberto Theodoro

Em princípio não (assistência simples ou litisconsorcial), pois na


execução não há como o assistente ajudar o exeqüente na obtenção de
uma sentença favorável (CPC, art. 50), já que não visa o exeqüente a
uma sentença de mérito. “Mas, havendo embargos, instaura-se uma
nova relação processual incidental, de natureza diversa da execução
pois o procedimento, que é cognitivo, então, visará a uma sentença com
eventual força constitutiva diante do título executivo, podendo,
inclusive, neutralizá-lo definitivamente. Em sendo assim, o terceiro
interveniente poderá, perfeitamente, ter interesse em assistir qualquer
das partes” (Theodoro Júnior, Curso, II, p. 60). CF. RT 728/269.

6.-) João firmou contrato de locação de imóvel na condição de


locatário. Já tendo tomado posse do imóvel, convidou, sem
anuência do locador, um amigo para morar com ele e assim
dividir as despesas. Passado um tempo resolveu voltar para sua
cidade natal e deixou seu amigo morando no imóvel, o qual
assumiu todas as despesas, inclusive o aluguel que era cobrado
mediante boleto entregue pelo condomínio. O síndico observou
os fatos e informou o locador que procura você, como advogado,
para resolver a questão. Qual o procedimento cabível?

Está configurada sublocação sem consentimento do locador, portanto


clandestina e ilegal, portanto legitima-se o proprietário do imóvel a
tomar medidas judiciais para garantir seu direito. Conforme acentua José
da Silva Pacheco “No caso do locatário, sem consentimento do locador,
sublocar o prédio integralmente, como proceder? Duas soluções: a)
ocorre infração contratual, sendo cabível o despejo por infração; b)
ocorre esbulho, sendo cabível a reintegração de posse (DJ de abril de
1962, apenso 71, p. 389). Aliás, a 1.ª T. do Supremo Tribunal decidiu
pela admissão da reintegração de posse quando houvesse cessão não-
consentida pelo locador (DJ de novembro de 1962, apenso 209, p. 754).
Dúvida não deve haver que, exigindo a lei consentimento escrito, se
este não se dá, intruso é o subinquilino irregular que se instalar no
prédio. Contra ele, tem o locador ação de reintegração de posse. Além
disso, porém, tem ação de despejo por infração contratual contra o
locatário. Ao locador cabe escolher a via adequada.” (In Tratado das
Locações, Ações de Despejo e Outras. 11ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2000, p. 261-262).

7.-) O reconhecimento, pelo réu, da procedência do pedido e a


confissão, são a mesma coisa? Em caso negativo, diferencie-os.

ponto 329 livro I e ponto 433

Não. “Enquanto a confissão apenas se relaciona com os fatos em


discussão, sem que a parte se manifeste sobre jurisdicidade da
pretensão do outro litigante, o reconhecimento do pedido refere-se
diretamente ao próprio direito material sobre o qual se funda a
pretensão do autor” (Ada Pelegrini Grinover. Apud Theodoro Júnior,
Curso, I, p. 320-321.

8.-) O recurso de apelação não assinado pelo advogado impede


o conhecimento do recurso?

ponto 284 livro 1

Há duas correntes: a primeira entende que sim, pois implica a


inexistência de recurso (STF e STJ – Theotonio, CPC, nota 5 ao art. 514);
a segunda entende que não, constituindo mera irregularidade, devendo
ser concedida oportunidade para ser sanada afalha, nos termos do art.
284 do CPC (STF e STJ, Theotonio, CPC, nota 5 ao art. 514).

9.-) A denunciação da lide pode ser determinada “ex officio”


pelo juiz?

ponto 115
Não, porque é uma outra ação (ação secundária), o que impede que o
juiz tome a providência diante do princípio da inércia da jurisdição (ne
procedat judex ex oficio).

10.-) Qual a diferença existente entre as exceções diretas e as


indiretas?

a defesa pode dirigir-se contra o processo e contra a admissibilidade da ação, ou pode ser de mérito.
No primeiro caso, fala-se em exceção processual e, no segundo, em exceção substancial; esta por sua
vez se subdivide em direta (atacando a própria pretensão do autor, o fundamento de seu pedido) e
indireta (opondo fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito alegado pelo autor, sem elidir
propriamente a pretensão por este deduzida: por exemplo, prescrição, compensação, novação).
exceção direta - ataca a pretensao, o fundamento do pedido
exceção indireta - opoe fatos impeditivos modificativos ou extintivos do direito alegado pelo autor

teoria geral do processoCintra, Grinover, Dinamarco. cit. p. 275.

Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco. Teoria geral do
processo. 12 ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 1996. pp. 276 e ss.alias a pg ta erradaeh 275 e ss.

"(...)até aqui, falou-se em exceção em sentido amplo, como sinônimo de defesa. Mas a defesa pode
dirigir-se contra o processo e contra a admissibilidade da ação, ou pode ser de mérito. No primeiro
ccaso, fala-se em exceção ´processual, e, no segundo, em exceção substancial; esta, por sua vez,
subdivide-se em direta (atacando a propria pretensao do autor, o fundamento de seu pedido)

e indireta (opondo fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito alegado pelo autor, sem
elidir propriamente a pretensão por ele deduzida; por exemplo, prescrição, compensação, novação).

pg 291, TEORIA GERAL DO PROCESSO; Grinover, Dinamarco e Cintra - 23ªed.2007, Malheiros.

Querido, a dez eu ainda nao fiz...mas hoje ainda a farei, e t mando assim que fizer..mas a 4 é o
seguinte, pega se tiver o volume 2 do humberto theodoro, pag 31 e 32. A multa poderá ser
determinada a qualquer tempo, seja na sentença. em dec...isão onterlocutória que determina a
antecipação de tutela, ou mesmo em decisão de caráter incidental na fase de cumrprimento de
sentença (quando a sentença não o tiver estipulado). É exatamente o que prevê o paragrafo 5o do art
461 do CPC. O juiz pode se utilizar dessa medida a qualquer tempo para tornar efetiva a condenação
já proferida em sentença, e não necessariamente na pp sentença.

Em relação a jurisprudencia, na 4, eu nao encontrei algo especifico para a multa estipulada quando do
momento da execução da sentença. mas encontrei no livro do theodoro uma que fala sobre a
possibilidade q se tem, a qq tempo de aumentar ou diminuir o valor da multa já imposta, quando
enfim, for necessário.....seria digamos, uma aplicação d um raciocinio logico para fundamentar tudo o
que eu falei acima entendeu???

a dez meu bem e o seguinte. Na vdd nao ta perguntando sobre as excecoes como forma d defesa
processual, ta falando d excecoes d forma mais abrangente, como forma d defesa do reu entende?
Entao o que acontece...nas defesas (excecoes) de cunh...o material, sob a forma direta vc nega os
fatos constitutivos trazidos pelo autos, ou demonstra que se estes ocorrerem, nao vao provocar as
consequencias juridicas que o autor sustentou. Na vdd nessa forma direta vc nao amplia o conteudo
fatico da demanda, inicialmente apresentada pelo autos
ja na defesa (excecao) material indireta, vc ao inves d negar aquilo que o autos apresentou, vc traz a
tona um fato novo, que pode ser impeditivo, constitutivo, modificativo ou extintivo....vc amplia o
conteudo fatico da demanda, e isso tra...ra uma consequencia no que tange a realizacao daquele
direito, vai influencia diretamente na apreciacao do merito, logicamente.....tudo aquilo que o autor
apresentou inicialmente fica intacto, exatametne pq o q o reu vai fazer e trazer um fato novo, cuja
natureza vai variar entendeu????
Essa classificacao ta super bem desenvolvida no livro do Luiz guilherme marinoni sabe??? no que fala
se nao me engano d processo d conhecimento...nem vai pelo humberto theodoro, nao tem nada
falando la.....para acha jurisprudencia e meio foda tb, eu falei sobre algo bem generico, falando sobre
o 302 do cpc, que enfim, vai mais pros casos de excecao no modo direto, creio eu......

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