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O homem que julgou morrer de amo de Manuel Jorge marmelo, publicado pela primeira vez

em 2006, sendo que a obra que li foi uma reedição de 2018.

Escolhi apresentar este livro porque, apesar de não ser do meu estilo favorito, conta uma
história incrivelmente dinâmica, bonita e interessante.

Resumindo, esta história, para que estejam contextualizados no que vou dizer a seguir, passa-
se em Atenas da Grécia Antiga e, apesar de não estar explícito, creio que seja no ano de 399
aC, pelas razões que depois apontarei.

O protagonista desta história chama-se Transímaco e era um advogado sofista juvenil, ou seja,
seguia os preceitos do filósofo Sócrates. O enredo consiste na paixão ardente que Trasímaco
tem por Helena, uma jovem escrava de Sócrates que lhe estava prometida, isto quer dizer que
mantinham uma relação sexual, o que forçava Helena a ser-lhe fiel, não podendo estar assim
com Transímaco. Cego pela sua paixão, este, após muita deliberação, decide matar o grande
filósofo. Primeiro, tenta matá-lo pelas suas mãos. Após tentar e descobrir que não tem
coragem, vira os seus discípulos contra o mestre. Este, é assim acusado de criar guerras
desnecessárias provocando várias mortes, de não acreditar e prestar culto aos deuses gregos e
de se focar em assuntos ilegítimos que afundavam Atenas. Sócrates acaba então por ser
condenado à morte, sendo envenenado. Este é o fator que me leva a crer que a ação se passa
em 399 aC, já que este é o ano da morte do pensador. O livro acaba com Transímaco a
suicidar-se por não aguentar ser o culpado pela morte de uma pessoa importante para Helena.

Pessoalmente, eu gostei bastante deste romance porque, como podem ver, é-nos apresentado
num formato sintetizado, o que para mim é excelente já que perco o foco na ação bastante
facilmente. Para além disso, apresenta uma fusão equilibrada entre factos e ficção, já que
todas as personagens foram reais, mas a dinâmica entre elas foi renovada de forma fantasiosa,
de forma a prender a atenção do leitor e de o manter concentrado e interessado no enredo.

Apesar das boas qualidades desta obra creio que para alguém não tão interessado na
Antiguidade Clássica seja um pouco maçante já que faz muitas referências culturais e históricas
a esse período, para além de, por vezes, se ter de interromper a leitura para ir pesquisar
algumas expressões ou acontecimentos históricos referidos para que seja possível a
contextualização e boa perceção da narrativa.

Portanto, finalizando a apreciação, eu recomendo vivamente este livro a interessados por


romances e história já que são esses os temas predominantes, para além de serem
apresentados de uma forma bastante percetível e suscita. Porém, a quem não partilha deste
gosto ou prefere ter tudo explicitamente escrito, não considero que seja uma boa opção.

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