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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
(REAL ACADEMIA DE ARTILHARIA, FORTIFICAÇÃO E DESENHO – 1792)
Hidrólise Catalisada de Éster
AUTORES:
Gabriel Caser
Jackson Miguel Monteiro de Barros Machado
Leonardo da Silva Kranzfeld
Raphael da Rocha França
4o Ano
RIO DE JANEIRO
Maio de 2011
1 OJETIVOS
Determinar a ordem e a constante cinética da hidrólise do acetato de etila catalisada por
HCl.
2 INTRODUÇÃO TEÓRICA
2.1 Cinética Química
2.1.1 Conceito de velocidade de reação
Cinética química é o estudo da velocidade das reações, de como a velocidade varia em
função das diferentes condições e quais os mecanismos de desenvolvimento de uma reação. A
velocidade de uma reação química é o aumento na concentração molar do produto por
unidade de tempo ou o decréscimo na concentração molar do reagente na unidade de tempo e
a constante da velocidade, k, é uma constante de proporcionalidade que relaciona velocidade e
concentração.
Fatores que afetam a velocidade de uma reação química:
• Concentração dos reagentes. Geralmente quanto mais concentrado mais rápido é a
velocidade. Existem exceções a esta regra;
• Temperatura. Normalmente a velocidade das reações aumenta com o aumento da
temperatura. Um aumento de 10oC chega a dobrar a velocidade de uma reação;
• Estado físico dos reagentes. Normalmente a velocidade segue esta ordem: gases >
soluções > líquidos puros > sólidos. Devido ao aumento da superfície específica;
• Presença (concentração e forma física) de um catalizador ou inibidor. Catalizador
acelera e inibidor diminui a velocidade de uma reação química;
• Luz. A presença de luz de certo comprimento de onda também pode acelerar
certas reações químicas.
A extensão (progresso ou desenvolvimento) de uma reação química é medida através
da quantidade da substância que reagiu. A velocidade (taxa) de uma reação química é uma
derivada da extensão da reação com relação ao tempo.
Para reações homogêneas a extensão é medida em termos de concentração (c) ou
pressão parcial (p), enquanto que a velocidade é medida como uma derivada ou velocidade
instantânea, dc/dt ou dp/dt.
Infelizmente não há equipamentos para medir velocidades instantâneas, então o que
tem sido feito é medir a extensão da reação, c ou p, em tempos diferentes. A diferença entre
duas medidas sucessivas da extensão da reação em tempos sucessivos resulta numa
diferencial, Dc/Dt ou Dp/Dt, a qual é a velocidade média da reação durante aquele intervalo
de tempo. Assim que o tempo entre as medidas sucessivas se torna menores, a diferencial se
aproxima da derivada.
A velocidade média durante o intervalo (diferencial) se torna então uma boa
aproximação da velocidade instantânea (derivada) e pode ser usada no seu lugar
A velocidade de uma reação química depende das condições nas quais a reação está
ocorrendo, tais como a temperatura, pressão, e as concentrações ou pressão parcial de
algumas substâncias presentes.
É importante conhecer tanto a extensão como a velocidade de uma reação química ao
mesmo tempo, porque a velocidade observada de uma reação depende normalmente das
concentrações ou pressão parcial de alguns se não todos os reagentes e, na maioria das
reações, as concentrações ou pressões parciais de todos os reagentes diminui gradativamente à
medida que a reação se desenvolve.
Uma maneira na qual tanto a extensão como a velocidade da reação pode ser obtida ao
mesmo tempo, é preparar soluções isoladas dos reagentes, misturálas rapidamente e medir a
velocidade imediatamente após a mistura, obtendo assim a velocidade inicial da reação. A
velocidade inicial é mais freqüentemente obtida medindo a extensão da reação como uma
função do tempo e extrapolando a velocidade instantânea de volta para o inicio da mistura dos
reagentes.
A velocidade de uma reação na qual é conhecida a estequiometria pode ser avaliada
pela medida da velocidade de aparecimento de algum produto ou a velocidade de
desaparecimento de algum reagente. O aparecimento é indicado normalmente como uma
velocidade positiva, com um sinal positivo, e o desaparecimento como uma velocidade
negativa, com um sinal negativo.
Uma vez que a velocidade de uma reação depende freqüentemente da concentração ou
pressão parcial de um reagente, porém não de um produto, velocidades de reação são
normalmente escritas em termos de velocidade de consumo de reagentes.
2.1.2 Ordem de reação e Leis de velocidade
Ordem de uma reação química é igual ao valor do expoente ao qual os reagentes estão
elevados e expressos na equação da lei da velocidade. A lei de velocidade de uma reação
química é uma equação que relaciona a velocidade de uma reação com a concentração dos
reagentes elevadas em certos expoentes.
Para uma reação química geral:
aA + bB ↔ cC + dD
A seguinte lei da velocidade é obtida:
Velocidade = k [A]m [B]n
onde m e n são os expoentes dos reagentes e são determinados experimentalmente. Os valores
de m e n são as ordens da reação química, portanto esta reação é de ordem m em relação ao
reagente A e de ordem n em relação ao reagente B, e de ordem (m + n) para a reação total.
A constante de proporcionalidade k é chamada de constante de velocidade da reação.
Os químicos escrevem uma reação química geral na qual os reagentes M, N, O, ....reagem
para formar os produtos P, Q, R, .... A equação possível para esta reação forma a lei da
velocidade, e suas descrições normais em termos de ordem são:
Velocidade = d[M]/dt = k = k[M]0 → zero ordem em [M]
Velocidade = d[M]/dt = k[M] = k[M] → primeira ordem em [M]
Velocidade = d[M]/dt = k[M]2 → segunda ordem em [M]
Velocidade = d[M]/dt = k[M]3 → terceira ordem em [M]
Tanto a ordem de uma reação química como a constante de velocidade devem ser
determinadas experimentalmente. Com exceção para a lei de velocidade de zero ordem, na
qual a velocidade é independente da concentração, a velocidade de uma reação química varia
à medida que a reação se desenvolve porque as concentrações dos reagentes e produtos
variam assim que a reação se desenvolve.
• Lei da velocidade de zero ordem:
A reação é de zero ordem quando a velocidade da reação química é independente da
concentração do reagente. Leis de velocidade de zero ordem não são muito comuns. A
maioria das reações química segue leis de velocidades de primeira e segunda ordem. Leis de
velocidade são equações diferenciais porque a velocidade de uma reação química é a
velocidade de variação o de desenvolvimento da reação com o tempo. Para solucionar esta
complexidade, medidas quantitativas da velocidade da reação utilizam a forma integral da lei
da velocidade.
A lei de velocidade de ordem zero para a reação geral:
M →
é descrita pela equação:
d[M]/dt = k
na qual a integração de ambos os termos resulta em:
[M] = kt + constante
No início da reação, quando t = 0, [M] é a concentração original do reagente M, [M]0. E a
constante de integração deve ser então = [M]0.
Isto fornece a lei da velocidade integrada para a reação de zero ordem:
[M]0 – [M] = kt
ou:
[M] = kt + [M]0
A forma integrada da lei de velocidade mostra que a reação de zero ordem dá uma
linha reta em um gráfico se os valores medidos das concentrações do reagente, [M], forem
colocados no gráfico em função do tempo. A inclinação da reta será a constante da velocidade
de zero ordem aparente. Esta constante de velocidade de zero ordem deve ter a mesma
unidade que a velocidade da reação, a qual é em mol.m3.s1.
A lei de velocidade de zero ordem para uma reação química significa que a velocidade
da reação é independente da concentração de qualquer reagente. A lei de velocidade de zero
ordem pode ser observada apenas se as concentrações atuais dos reagentes não puder variar à
medida que a reação se desenvolve, o que é incomum, e estas reações não são encontradas
facilmente.
Um exemplo de reação de zero ordem poderia ser uma reação no eletrodo onde
apenas o material adsorvido na superfície do eletrodo pode reagir.
• Lei da velocidade de primeira ordem
Reações de primeira ordem são aquelas nas quais a velocidade da reação química é
proporcional à concentração de um reagente. A lei da velocidade de primeira ordem é uma
das formas mais comuns da lei da velocidade.
Para uma reação geral:
M → Q
a lei da velocidade de primeira ordem é escrita pela equação:
d[M]/dt = k[M]
Esta lei de velocidade pode ser rearranjada para:
d[M]/[M] = kdt
a qual por integração de ambos os lados fornece:
ln[M] = kt + constante
Uma vez que a concentração original [M]0 estava presente no início da reação onde t = 0,
então a constante de integração = ln[M]0. A lei da velocidade integrada para a reação de
primeira ordem será então:
ln[M] = kt + ln[M]0
ou:
ln([M]/[M]0) = kt
Uma reação de primeira ordem apresenta uma linha reta se valores medidos tanto de
ln[M] ou ln([M]/[M]0) forem colocados em uma figura em função do tempo como mostrado
na figura abaixo.
A figura fornece uma linha reta porque [M]0 é uma constante. A inclinação da reta
será a constante da velocidade de primeira ordem aparente k, a qual tem a unidade em s1 (ou
mol0s1).
Observase pela figura que a concentração do reagente, M, diminui à medida que a
reação se desenvolve.
Quando se trabalha com reações de primeira ordem, é mais conveniente o uso de meia
vida em vez de constante de velocidade. A meia vida de uma substância reagente é
simplesmente o tempo necessário para que metade da quantidade original presente reaja. Ao
final de uma meia vida, 50% dos átomos ou moléculas originais permanecem.
A meia vida está diretamente relacionada com a constante da velocidade para uma
reação de primeira ordem. Através da equação geral:
ln([M]/[M]0) = kt
ln (0,500) = kt1/2
e então,
k = ln(0,500)/t1/2 = 0,693/ t1/2
t½ = 0,693/k
Para qualquer outro tipo de reação que não seja a de primeira ordem, a meia vida não é
constante, porém se altera dependendo da extensão na qual a reação tenha ocorrido. Devido a
isto, meia vida geralmente é usada para descrever apenas reações de primeira ordem.
• Lei da velocidade de segunda ordem
Reações de segunda ordem são aquelas nas quais a velocidade da reação química é
proporcional ao produto das concentrações de dois reagentes. Leis da velocidade de segunda
ordem envolvem dois reagentes, e para ambos a concentração depende do tempo. Devido ao
fato de haver várias pequenas diferentes formas possíveis de leis da velocidade de segunda
ordem, é mais conveniente tratálas separadamente.
A forma mais simples delas é obtida quando as duas moléculas de reagentes são
idênticas, como no caso onde dois átomos de hidrogênio se combinam para formar a molécula
de hidrogênio.
Uma lei da velocidade de segunda ordem deve envolver dois reagentes uma vez que
duas concentrações estão envolvidas, más os dois reagentes não necessitam que sejam
diferentes. Vamos considerar que os dois reagentes são idênticos e a estequiometria da reação
é de 1:1, devido as outras estequiometrias envolverem cálculos mais complicados.
No caso da reação geral:
M + M → Q
A sua lei da velocidade de segunda ordem será escrita como:
d[M]/dt = k[M]2
Esta equação da lei da velocidade pode ser rearranjada para:11
d[M]/[M]2 = kdt
onde a integração de ambos os lados resulta:
[M]1/(2 + 1) = kt + constante
ou:
1/[M] = kt constante
Uma vez que a concentração original [M]0 estava presente no início da reação, onde t
= 0, 1/[M]0 é o valor da constante de integração.
Para uma reação envolvendo apenas um tipo de reagente, a lei da velocidade integrada
para uma reação de segunda ordem será:
1/[M] = kt + (1/[M]0)
ou:
[M]0/[M] = k[M]0t + 1
Uma reação de segunda ordem envolvendo dois reagentes idênticos, os quais neste
caso significa o mesmo reagente duas vezes, irá dar uma linha reta se tanto 1/[M] ou [M] 0/[M]
for colocado em função do tempo, como mostrado na figura abaixo.
A inclinação da reta será a constante da velocidade de segunda ordem aparente k, o
qual tem unidade em mol1 m3 s1.
2.2 Hidrólise de ésteres
Os ésteres podem ser hidrolisados por catálise ácida. Neste caso, o mecanismo é
exactamente o oposto da esterificação. A reacção é por isso reversível. Quando se pretende
sintetizar o éster, removese a água da mistura reacional a fim de deslocar o equilíbrio no sentido da
formação do éster. Pelo contrário, quando se pretende hidrolizar o éster, realizase a reação na
presença de um grande excesso de água.
A hidrólise do éster em solução básica é, no entanto, irreversível pelo que o seu estudo mais
detalhado se justifica. Neste caso, a hidrólise não é realizada pela água, mas pelo anion hidróxido:
O último passo da reação é irreversível: o carboxilato (uma base fraca) não tem nenhuma
tendência a retirar o próton do álcool (um ácido muito fraco).
3 MATERIAL UTILIZADO
• 500 ml de NaOH 0,05M;
• 20 ml de Acetato de Etila;
• 100 ml de HCl 0,5M;
• Fenolftaleína 1%;
• Gelo de água destilada;
• Cronômetro;
• Uma pipeta de 100ml;
• Duas pipetas de 5ml;
• Um erlenmeyer de 125ml;
• Uma bureta de 50ml;
• Dois erlenmeyers de 250ml;
• Termômetro.
4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram colocados 100ml de HCl 0,5M no erlenmeyer de 250ml e 10ml de acetato de etila no
erlenmeyer de 125ml. Ambos os frascos foram postos no termostato a 25 oC, até alcançarem
equilíbrio.
5ml de acetato de etila foram pipetados nos 100ml de HCl. Imediatamente a mistura foi
agitada e o cronômetro acionado.
Passados 10 minutos, 5ml da mistura de acetato de etila e HCl foram pipetados e colocados
em um erlenmeyer de 250ml que previamente continha gelo triturado.
Essa solução foi titulada com NaOH (inicialmente 0,05M), utilizando como indicador a
fenolftaleína. A solução foi mantida em gelo até o fim da titulação.
Passados 20 minutos, mais 5ml da mistura foram pipetados e repetiuse o procedimento de
titulação com o NaOH. Tal processo foi feito novamente após 30, 40, 50 e 60 minutos.
5 CÁLCULOS E RESULTADOS
Os resultados obtidos durante a experiência foram os seguintes:
-0.200
-0.300
log [éster] y = -0.0041x - 0.3007
-0.400 R2 = 0.9734
-0.500
-0.600
Tempo (mim)
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1/[éster]
y = 0.0264x + 1.8933
1.500
R2 = 0.9657
1.000
0.500
0.000
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (mim)
Comparando os coeficientes de correlação (R2) de ambos os gráficos, observase que o do
gráfico 1 (0,9734) aproximase mais da unidade do que o do gráfico 2 (0,9657). Com base nisto
podese afirmar que a reação é de 1a ordem.
6 CONCLUSÃO
7 BIBLIOGRAFIA
MACEDO, Horácio, PINTO, J. E. S. e OLIVEIRA, L. F.; Manual de laboratório, 2;! edição, MEC
UFRRJ, Rio de Janeiro, 1974.
BVENO, W. A e DEGREVE, L Manual de Laboratório de Fisico
Química
, McGraw Hill do
Brasil, São Paulo, 1980.
CASTELLAN, Gilbert – Fundamentos de Físico Química Ed. LTC, RJ 2003