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Pessoas com Deficiência

Por que é uma minoria?

O que são minorias sociais ?

Uma classe de pessoas que sofrem desvantagens em âmbito social e que geralmente sofrem alguma forma de
discriminação

Porque pessoas com deficiência são minorias ?

Mesmo sendo cerca de 1 bilhão de pessoas com deficiência ainda sim essa comunidade de pessoas sofrem
muito um tratamento discriminatório e intolerante .

Segundo uma pesquisa encomendada pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo e realizada pelo Ibope 69% dos
entrevistados informaram que já vivenciaram ou presenciaram algum tipo de discriminação, bullying, rejeição, assédio moral
e sexual, isolamento ou até violência física no ambiente de trabalho, estes dados nos mostram como a realidade destas pessoas
é marcada pelo preconceito.
Histórico no Brasil;

Pessoas com deficiência sofrem de opressão historicamente na forma de restrição de direitos civis ,
sempre houve pouco ou nenhum espaço para que essa população participasse das decisões
em assuntos que lhes diziam respeito.

Ao decorrer do século XX surgiram iniciativas voltadas para as pessoas com deficiência –


especialmente na área educacional e na forma de obras caritativas e assistencialistas. Um
passo importante para o Brasil foi a criação, em 1986, da Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa com Deficiência ( Corde) e, em 1999, do Conselho Nacional
dos Direitos das Pessoas com Deficiência ( Conade), vinculado ao Ministério da Justiça,
imaginados como caixas de ressonância do conjunto das associações para dentro do Poder
Público. A promulgação da Constituição em 1988 garantiu no artigo 23, inciso II, a
Constituição determina que é competência comum da União , dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas com deficiência.
cont.

Outro marco importante foi Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, em 2009 que estabeleceu parâmetros para o
desenvolvimento da política nacional sobre o tema, mas colocou novos desafios, a começar
por sua aplicação e fiscalização.

Em 2010 foi desenvolvido o Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa
com Deficiência, rompendo com o paradigma assistencialista e promovendo os conceitos
de inclusão, como independência e empoderamento das pessoas. Além disso, constitui-se
em uma política intersetorial e transversal, abrangendo uma multiplicidade de dimensões e
fatores de origem socioeconômica, cultural, familiar, individual e institucional.
Outro marco muitíssimo importante foi a a Lei Brasileira de Inclusão – Lei
13.146/2015, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua
inclusão social e cidadania.
Histórico no mundo;
Nos primórdios da humanidade não havia ainda meios de registros escritos, a respeito de como eram as condições
de existência das pessoas com deficiência, pois em grande parte das sociedades primitivas os enfermos e as
pessoas com deficiência eram mortos ou abandonados. Não se tem informação exata a respeito de como viviam os
homens neste período histórico ou como os deficientes eram considerados na sociedade

No Egito Antigo, a pessoa com deficiência integrava-se nas diferentes e hierarquizadas classes sociais (faraó,
nobres, altos funcionários, artesãos, agricultores, escravos), as pessoas com nanismo não tinham qualquer
impedimento físico para as suas ocupações e ofícios, principalmente de dançarinos e músicos. Os anões eram
empregados em casas de altos funcionários, situação que lhes permitia honrarias e funerais dignos. No Antigo
Egito os papiros contendo ensinamentos morais ressaltam a necessidade de se respeitar as pessoas com nanismo
e com outras deficiências.

Em Atenas, na Grécia Antiga, os recém-nascidos com alguma deficiência eram colocados em uma vasilha de argila
e abandonados. Grandes pensadores como Platão em seu livro “A República” e Aristóteles no livro “A Política”,
trataram do planejamento das cidades gregas indicando que as pessoas nascidas com problemas deveriam ser
eliminadas. A eliminação era por exposição, abandono ou atiradas de uma cadeia de montanhas na Grécia. O
extermínio de crianças com deficiências era tão comum que, mesmo os maiores filósofos da época estavam de
acordo com tal costume.
Cont.

“A República, Livro IV - Pegarão então os filhos dos homens superiores, e levá-los-ão para o aprisco, para junto de
amas que moram à parte num bairro da cidade; os dos homens inferiores, e qualquer dos outros que seja disforme,
escondê-los-ão num lugar interdito e oculto, como convém.” (GUGEL, 2007, p. 63).
Já em Esparta, onde o cidadão pertencia ao Estado, os pais tinham o dever de apresentar seus filhos perante os
magistrados em praça pública, às crianças com deficiências eram consideradas subumanas, o que legitimava sua
eliminação ou abandono, atitudes perfeitamente coerentes com os ideais atléticos e clássicos que serviam de base à
organização sociocultural dos espartanos.

Em Roma as leis não eram favoráveis às pessoas que nasciam com deficiência, aos pais era permitido matar as
crianças com deformidades físicas pela prática do afogamento ou abandonavam seus filhos em cestos no Rio Tibre,
os sobreviventes eram explorados nas cidades ou passavam a fazer parte de circos para o entretenimento dos
homens ricos.

Quando surgiu o cristianismo ainda no Império Romano a doutrina combateu, dentre outras práticas, a eliminação
dos filhos nascidos com deficiência, nesse período é que surgiram os primeiros hospitais de caridade que abrigavam
indigentes e pessoas com deficiências.
Cont.
No início da idade média, os deficientes físicos e mentais eram frequentemente vistos como possuídos pelo demônio
e eram queimados como as bruxas. A população ignorante encarava o nascimento de pessoas com deficiência
como castigo de Deus. Os supersticiosos viam nelas poderes especiais de feiticeiros ou bruxos. As crianças que
sobreviviam eram separadas de suas famílias e quase sempre ridicularizadas, a literatura da época coloca os anões
e os corcundas como focos de diversão dos mais ricos.

Depois passou a ser uma prática comum na sociedade feudal a segregação das pessoas com deficiências em
hospitais ou asilos. Nos primeiros séculos da idade média, estas instituições eram mantidas basicamente pela Igreja.
Apesar da existência dos hospitais e asilos, eles não eram em número suficiente para atender a todos, por isso
muitos ficavam perambulando pelas ruas ou eram aceitos por algumas famílias por motivos supersticiosos ou ainda
serviam como bobos da corte.

Na Idade Moderna ocorreu a passagem de um período de extrema ignorância para o nascer de novas ideias. Nos
séculos XIV, XVI e XVIII ocorreram grandes transformações marcadas pelo humanismo. Gerolamo Cardomo (1501 a
1576), médico e matemático inventou um código para ensinar pessoas surdas a ler e escrever, por meio de sinais.
Esse método contrariou o pensamento da sociedade da época que não acreditava que pessoas surdas pudessem
ser educadas. No Século XV o reformador religioso Martinho Lutero afirmava que as pessoas portadoras de
deficiência não possuíam natureza humana e eram usadas por maus espíritos, bruxas, fadas e duendes e
costumava dar ordem de afogar crianças com deficiência mental.
Cont.

Durante os séculos XVII e XVIII houve grande desenvolvimento no atendimento às pessoas com deficiência
em hospitais. Havia assistência especializada em ortopedia para os mutilados das guerras e para pessoas
cegas e surdas. Philippe Pinel (1745-1826) explicou que pessoas com perturbações mentais devem ser
tratadas como doentes, ao contrário do que acontecia na época, quando eram trados com violência e
discriminação.

No século XIX Louis Braille (1809- 1852) criou o sistema de escrita “BRAILLE” usado por pessoas cegas até
os dias de hoje. Foi no Século XIX com os reflexos das ideias humanistas da Revolução Francesa que se
percebe que as pessoas com deficiência não só precisavam de hospitais e abrigos, mas de atenção
especializada. É nesse período que se inicia a constituição de organizações para estudar os problemas de
cada deficiência.
Cont.

Historicamente os indivíduos com deficiência têm sido caracterizados por diversos paradigmas no
decorrer da história da humanidade os quais resistem ao longo dos séculos, tendo provocado
consequências históricas, pois é mais fácil prestar atenção aos impedimentos e às aparências do que
aos potenciais e capacidades de tais pessoas. A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios,
sempre inabilitou os portadores de deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade, essas
pessoas sempre foram alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas.

Atualmente o que se percebe é que mesmo com avanços significativos no que se referem a questões
sociais, políticas e legais as pessoas portadoras de deficiência ainda continuam à margem da
sociedade, sendo taxados como incapazes e improdutivos chamados por nomes pejorativos como:
coitadinhos, pobrezinhos e tantos outros.
Números;
Legislação nacional;
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e
cidadania.

Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto
Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do
art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico
externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de
2009 , data de início de sua vigência no plano interno.

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
Legislação internacional;
Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008,
conforme o procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição, a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março
de 2007;

Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação dos referidos atos
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas em 1o de agosto de 2008;

Considerando que os atos internacionais em apreço entraram em vigor para o Brasil, no plano
jurídico externo, em 31 de agosto de 2008;
•Decreta

Art. 1o A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, apensos por
cópia ao presente Decreto, serão executados e cumpridos tão inteiramente como neles se contém.

Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão dos
referidos diplomas internacionais ou que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição.

Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121o da República.


Movimentos sociais existentes
que defendem a causa;

Associação de Assistência à Criança Deficiente, cuja missão é tratar,


reabilitar e reintegrar portadores de deficiência física, especialmente
de crianças, adolescentes e jovens, contribuindo assim para a
integração social.

AdaptSurf :Desenvolvimento cognitivo e motor da pessoa com


deficiência. Os projetos são construídos para promover essas
atividades acessíveis a todos.
Movimentos sociais existentes que defendem a
causa;
AACD
Fundada em 03 de agosto de 1950, a AACD nasceu do desejo do Dr.
Renato da Costa Bomfim, especialista em Ortopedia, de contribuir para
a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência física no
Brasil.
Na época, o país enfrentava a poliomielite, que deixou sequelas motoras
em centenas de pessoas, principalmente crianças. Em viagem aos
Estados Unidos para conhecer o tratamento oferecido lá aos pacientes
da doença, Dr. Bomfim encontrou centros de reabilitação modernos,
novos equipamentos ortopédicos e protocolos diferenciados.

https://www.youtube.com/watch?v=gNEamkXhgm8
Movimentos sociais existentes que defendem a
causa;
ADAPTSURF F
Fundada em 2007, a ADAPTSURF é uma associação sem
fins lucrativos, que promove a inclusão social das pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida, garantindo
igualdade de oportunidades e acesso ao lazer, esporte e
cultura, através do contato direto com a Natureza.

http://adaptsurf.org.br/

https://www.youtube.com/watch?v=smK4XH_ajV0&t=10s
Ações afirmativas;
A um grande desafio para inclusao de pessoas com deficiencia nos
mais diversos espaços sociais com enfase na escola e no trabalho.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que os direitos


humanos são direitos que valem para todo mundo, mas na prática,
freqüentemente estes direitos são negados às pessoas com
deficiência, sejam eles direitos políticos, econômicos e/ou sociais.

Pessoas com deficiências geralmente são vistas como


incapazes de ter uma vida social, mesmo dando demonstrações
cotidianas de suas capacidade e habilidades.Portanto uma
pessoa com deficiência pode estudar , praticar esportes ,
namorar , trabalhar , enfim fazer tudo que todas as pessoas
fazem, desde que garantidas as condições de acessibilidade
que devem ser asseguradas para todos/as.
Notícias atuais veiculadas nas grandes mídias
sobre desrespeito;
Notícias atuais veiculadas nas grandes mídias
sobre desrespeito;
Notícias atuais veiculadas nas grandes mídias
sobre desrespeito;
Música e um verso que traz reflexões da causa;

“A maior deficiência não está no corpo do deficiente físico, mas na alma do


preconceituoso”
Sebastião Travassos

“Somos iguais, diferente”


https://www.youtube.com/watch?v=qb5E4KV-CGo
“A vida não tem cor sem sonhos, não queremos ser defendidos e sim
INCLUÍDOS. Não existe vida se não houver sonhos, não existe vida se não
houver movimentos, e apesar das nossas limitações, os nossos caminhos se
movimentam junto com os nosso sonhos.”
5 pessoas com deficiência inspiradoras

● Homero - que, pelos relatos, era cego e teria vivido em época antes de Cristo e escreveu os belos poemas
de Ilíada e Odisseia
● Elon Musk - é autista e é o fundador das seguintes empresas:CEO e CTO da SpaceX; CEO da Tesla Motors;
Vice-presidente da OpenAI; Fundador e CEO da Neuralink; Co-fundador e presidente da SolarCity
● Ludwig van Beethoven - passou por um período de perda de audição, em 1801,no entanto, que Beethoven
documentou evidências de que estaria ficando surdo, ao escrever para seu médico. A Nona Sinfonia é seu
trabalho mais conhecido nessa fase – ela começou a ser criada em 1822 e foi apresentada pela primeira vez
em 1824. Sobre essa apresentação, há relatos de que Beethoven teria continuado a conduzir a sinfonia
mesmo depois de ela ter acabado, sem ao menos ter ouvido os aplausos fervorosos atrás dele.
● Stephen Hawking - Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), Hawking foi um físico teórico e
cosmólogo britânico, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à ciência, sendo um dos mais
renomados cientistas do século
● Michael J. Anderson (1953) - Possuía nanismo o ator americano conhecido por seu trabalho nas séries
Twin Peacks e Carnivale foi ao ar no canal HBO. Além de seu desenvolvimento como ator, Michael trabalhou
anteriormente para a NASA desenvolvendo-se como técnico em informática, fornecendo suporte para o
ônibus espacial da empresa.
Referências:

● Enriconi, L. (2017). O que são minorias? In https://www.politize.com.br/o-que-sao-minorias/.


● Deficiente, pessoa especial ou portador de necessidades? Descubra o termo correto. (2021). In https://blog.freedom.ind.br/pessoa-
com-deficiencia-evolucao-do-termo-e-dos-conceitos-aplicados/ (p. Freedom).
● PROCESSO HISTÓRICO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL. (2018). In Casadaptada (p.
https://casadaptada.com.br/2018/03/processo-histor).
● Boas, G. (n.d.). Retrospecto histórico da pessoa com deficiência na sociedade (p.
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/).
● BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm.
● GAMA, Leilane. Audiência aponta desafios para a criação de cadastro único sobre pessoas com deficiência no Brasil. Camara dos
Deputados, 2017. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/519619-audiencia-aponta-desafios-para-criacao-de-cadastro-
unico-sobre-pessoas-com-deficiencia-no-brasil/.
● MOURÃO, Laysa. No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência entenda o que é capacitismo. g1, 2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2021/12/03/no-dia-internacional-da-pessoa-com-deficiencia-entenda-o-que-e-capacitismo.ghtml .
● FANTÁSTICO. Pessoas com deficiência são vítimas de ataques de ódio nas redes sociais. g1, 2022. Disponível em:
https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/02/06/pessoas-com-deficiencia-sao-vitimas-de-ataques-de-odio-nas-redes-sociais.ghtml.
● BÚSSOLA. Carrefour abre curso de formação profissional para pessoas com deficiência. Exame, 2022. Disponível em:
https://exame.com/bussola/carrefour-abre-curso-de-formacao-profissional-para-pessoas-com-deficiencia/.

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