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SUPORTE ORGANIZACIONAL: LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DAS


PUBLICAÇÕES DAS MELHORES IES AVALIADAS PELO GUIA DO
ESTUDANTE DA EDITORA ABRIL

ORGANIZATIONAL SUPPORT: BIBLIOGRAPHICAL SURVEY OF THE BEST


INSTITUTIONS OF HIGHER EDUCATION’S PUBLICATIONS EVALUATED BY
THE “GUIA DO ESTUDANTE” OF EDITORAL ABRIL

Autores: SILVA, Adriano Marcos Da, drickosantiago@gmail.com; TEIXEIRA, Angélica


Aparecida, angelicaapt@hotmail.com; SILVA, Leandro Calixto da, leoclxt@yahoo.com.br;
PEREIRA, Pamella Ferreira, pamellaferreira.pereira@gmail.com; SILVA, Kélia Bianco,
keliab@hotmail.com

RESUMO

Este artigo, a partir de um levantamento bibliográfico, traz em 2017 resultados realizado


através de buscas no Google Scholar a partir da identificação das dez melhores IES (públicas
e privadas) identificadas pelo Guia do Estudante da Editora Abril em 2017, relacionando os
artigos encontrados com a proposta do projeto. Suporte Organizacional pode ser definido
como as percepções do colaborador a respeito da qualidade do tratamento que ele recebe na
organização como forma de retribuição à sua dedicação e ao esforço no trabalho (Eisenberger;
Huntington; Sowa, 1986, p.31), e tende a influenciar no absenteísmo, na intenção de sair da
empresa, no desempenho, na satisfação no trabalho, no envolvimento com o trabalho, no
comprometimento afetivo com a organização e com a equipe de trabalho e nos
comportamentos de cidadania organizacional. Tratou-se de uma pesquisa de levantamento
bibliográfico, tendo caráter descritivo a partir de artigos encontrados com base nos filtros de
busca no que diz respeito ao conceito de Suporte Organizacional. Possui como indagação: a
partir do conhecimento e compreensão sobre Suporte Organizacional, o que de fato tem sido
feito pelas organizações em relação a essa variável, e os impactos gerados pela mesma?

Palavras-Chave: Suporte Organizacional; Comprometimento Organizacional; Qualidade de


Vida.

ABSTRACT
This article, from a bibliographical survey, presents results obtained through searches on
Google Scholar after the identification of the ten best Institutions of Higher Education (public
and privated) identified by the "Guia do Estudante" of Editora Abril, relating the articles
found with the proposal of the project. Organizational support can be defined as the
employee's perception about the quality of treatment it receives in the organization as a way
of repaying its dedication and effort in its work (EISENBERGER; HUNTINGTON; SOWA,
1986, p. 31). It tends to influence the employee to reduce absenteeism, its intention to leave
the company, increases its performance, job satisfaction, involvement at work, affective
commitment to the organization and to the work team and rises its organizational citizenship
behaviors. This article was a bibliographic survey research, having a descriptive character
bases on articles found with search filters that relate to the concept of Organizational Support.
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Its inquiry is: from the knowledge and understanding about Organizational Support, what
have been done by organizations in relation to this variable and what are the impacts
generated by it?

Keywords: Organizational Support; Organizational Commitment; Quality of life.

INTRODUÇÃO
Conforme Tamayo e Trólli (2002), a relação entre colaborador e a organização implica
na ideia de troca por ambas as partes. Geralmente, os colaboradores entram nas organizações
com expectativas sobre sua realização profissional e como a organização pode contribuir para
facilitar o seu trabalho. Por outro lado, de acordo com Rhoades e Eisenberger (2002), a
organização também cria expectativas sobre os colaboradores, principalmente no que se
refere à lealdade e à dedicação, tendo em vista o comprometimento com os objetivos da
organização. Nesse sentido, a perspectiva de reconhecimento e retribuição estão pontualmente
associadas à Suporte Organizacional (SO), mostrando a reciprocidade entre colaborador e
organização. Eisenberger, Huntington e Sowa (1986) definem o conceito de SO como crenças
globais desenvolvidas pelo empregado sobre a extensão em que a organização valoriza as
suas contribuições e cuida do seu bem-estar.
A fim de contribuir com o conhecimento e compreensão da variável de Suporte
Organizacional no ambiente de trabalho, bem como com o anseio de que profissionais da área
de Psicologia estejam envolvidos em pesquisas e estudos, o projeto foi realizado para melhor
compreensão dessa variável. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo efetuar uma
revisão de literatura científica de artigos publicados sobre a variável de Suporte
Organizacional no período entre 2010 e 2018 das 10 melhores Instituições de Ensino Superior
(IES) públicas e privadas de acordo com o Guia do Estudante da Editora Abril de 2017 e
identificar os aspectos comuns ou não entre os artigos, a formação do pesquisador, tipo de
pesquisa e dessa forma relacionar os artigos encontrados com a proposta do projeto.
Dada a relevância do conceito de Suporte Organizacional e os impactos gerados por ele
nos diferentes níveis: microorganizacional, mesoorganizacional e macroorganizacional, foi
levantado como hipótese de que haveria um número (mínimo de três por IES) considerável de
artigos publicados sobre essa variável, de modo a compreender e analisar melhor esse
universo, bem como seu poder sobre os resultados da organização.
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Diante do exposto, justifica-se que profissionais da Psicologia Organizacional, a partir


de sua compreensão e interesse no que diz respeito à subjetividade humana e tendo em vista o
fato de avaliarem o impacto no comportamento do indivíduo na organização, estudem os reais
efeitos da boa relação entre empresa e colaborador, bem como seu comportamento
relacionado a mesma. Questões relativas ao bem-estar e qualidade de vida do trabalhador
precisam ser vistas e discutidas. Conforme Vasconcelos (2001) a construção da qualidade de
vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um
todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. Assim, justifica-se promover a Qualidade
de Vida no Trabalho, criando dessa forma uma relação harmoniosa entre empregado e
empregador.

REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Clot (2006, p.55), o profissional na organização visa “analisar e modificar os


comportamentos e as situações do Homem no trabalho, no que diz respeito às condições de
trabalho exteriores a esse indivíduo e por meio dessas mesmas condições”. Dessa forma, esse
profissional procura entender o universo do trabalho onde o indivíduo se encontra, buscando
ter esse olhar subjetivo para compreender se o indivíduo se sente bem, satisfeito e motivado
no ambiente de trabalho.
Os estudos de comportamento organizacional revelam uma nova forma de estudar
diferentes variáveis que interferem nos resultados organizacionais, sugerindo, inclusive, o
quão importante são as diferentes interfaces no estudo e compreensão de tais variáveis numa
perspectiva multiprofissional. Comportamento Organizacional (CO), é definido por
Schermerhorn, Hunt e Osborm (1999), como um estudo de indivíduos e grupos em
organizações, bem como conhecimento que se aplica a todos os tipos de ambientes de
trabalho, sejam grandes ou pequenos, com ou sem fins lucrativos, que proporcionam maior
compreensão do trabalho, de si mesmo e de outras pessoas.
Conforme Sobral e Mansur (2013), a evolução e os avanços das pesquisas em CO,
estruturaram-no em três níveis para aplicá-lo de maneira mais adequada a nível
organizacional: o indivíduo (microorganizacional), as equipes de trabalho/grupo
(mesoorganizacional) e a organização como um todo (macroorganizacional). É importante
saber que o nível micro tem contribuições acentuadas da Psicologia, focando em aspectos
psicossociais do indivíduo, bem como nos processos através dos quais esses influenciariam e
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seriam influenciados pelos sistemas organizacionais. O nível meso tem seu olhar voltado aos
processos de grupos e equipes de trabalho. Já o nível macro se ocupa de questões sobre a
estrutura, o design, o suporte organizacional e as ações das organizações dentro de contextos
socioeconômicos.
Dentro desse universo, há um componente a ser considerado como importante que tem
como principal função gerir o comportamento humano dentro da organização: a Gestão de
Pessoas. Assim, entender a importância da Gestão de Pessoas no contexto de trabalho é algo
necessário para o presente projeto. Segundo Carvalho (2014) atualmente a Gestão de Pessoas
tem o intuito de governar os comportamentos internos e potencializar o capital humano.
Ainda pode ser caracterizada pelas práticas dentro da organização que têm por objetivo
orientar o comportamento humano, bem como suas relações no ambiente profissional, tendo
como papel primário o desenvolvimento e a satisfação das pessoas, mecanismos esses
utilizados para desenvolverem suas atividades de forma produtiva e satisfatória, tanto para a
empresa quanto para o colaborador.
Segundo Lima (2011) faz-se necessário que uma organização proporcione condições
adequadas a seus colaboradores, para que as pessoas não se sintam desconfortáveis e
impedidas de realizar seu trabalho com excelência. Há uma via de mão dupla entre o
trabalhador e a organização, ambos esperam e criam expectativas um em relação ao outro. A
empresa espera que o colaborador possa exercer sua profissão da melhor forma e o
trabalhador espera segurança, benefícios e oportunidades de crescimento da empresa. O
trabalho em grupo é essencial. A organização disponibiliza de inúmeras ferramentas e suporte
para poder valorizar e agregar qualidade ao contexto profissional e pessoal do colaborador.
Treinamentos e reconhecimentos pelos esforços dos trabalhadores são exemplos de empenhos
que a gestão pode e deve se apropriar.
Assim, pode-se pensar na importância da gestão de pessoas no ambiente das
organizações, compreendendo que por administrar o talento humano, a área tem a
responsabilidade de gerir mecanismos e ferramentas para proporcionar a realização do
colaborador. Fitz-enz (1994) diz que "a gestão do valor humano é uma estratégia que está
sendo utilizada na atualidade por um número cada vez maior de profissionais de Recursos
Humanos em muitos países. Sua intenção subjacente é criar valor para e com as pessoas.". De
maneira geral, ao se tratar de Gestão de Pessoas, variáveis estão envolvidas, como satisfação,
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valores, motivação e turnover. A partir desse ponto será discutido o Suporte Organizacional,
objeto de análise deste artigo.
O Suporte Organizacional refere às percepções do colaborador a respeito da qualidade
do tratamento que ele recebe na organização como forma de retribuição à sua dedicação e ao
esforço no trabalho. Conforme a teoria de Suporte Organizacional, “o desenvolvimento de
Suporte Organizacional (SO), é instigado pela tendência que os colaboradores têm de atribuir
características humanas à organização” (EISENBERGER; HUNTINGTON; SOWA, 1986,
p.31). Essas atribuições de características são consequências do comportamento dos
colaboradores referentes ao fato de que eles percebem as ações dos agentes organizacionais
como se fossem ações da própria organização.
Como afirmam Siqueira e Gomide Jr. (2004), o alto nível do Suporte Organizacional
fornecido pela empresa e percebido pelo colaborador reduz o absenteísmo, a intenção de sair
da empresa, aumento do desempenho, satisfação no trabalho, envolvimento no trabalho,
comprometimento afetivo com a organização e com a equipe de trabalho e aumenta os
comportamentos de cidadania organizacional. Rodrigues (1981) diz que até mesmo as
relações entre organização e colaboradores representam uma relação de troca, assim como
qualquer outro relacionamento, e essa relação se sustenta no retorno que o indivíduo espera
obter. Por fim, percebe-se que Suporte Organizacional reduz o absenteísmo, aumenta o
desempenho, o envolvimento com o trabalho, entre outros fatores que contribuem para a
efetividade organizacional, o que estimula os gestores de pessoas a valorizarem seus
empregados.
As crenças do Suporte Organizacional são desenvolvidas porque o empregado se coloca
no papel de receptor de doações que podem já terem sido feitas ou que provavelmente ainda
serão feitas. Essas crenças têm como função a composição da identidade social do empregado
(ZANELLI; BORGES-ANDRADE; BASTOS; COLS, 2004, p. 311). Diante disso, forma-se
o conceito de Suporte Organizacional que é o conjunto das crenças nutridas por empregados
que se posicionam mentalmente como receptores de doações organizacionais durante o
intercâmbio social.
O conceito e pesquisas sobre Suporte Organizacional, tiveram início com os trabalhos
de Eisenberg et al. (1986), as interações do trabalhador com a organização se caracterizam
por relações de troca marcadas por expectativas de reciprocidade. Referem-se a uma via de
mão dupla, onde a organização preocupa-se em proporcionar e desenvolver um ambiente de
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trabalho agradável, satisfatório e com melhores condições para o colaborador; esses


funcionários esperam respeito da qualidade de tratamento pela organização como forma de
retribuição o seu desempenho e dedicação no trabalho. Segundo Gouldner (1960), a
reciprocidade é norma social, apesar de não ocorrer em todos os casos de interações sociais o
termo reciprocidade no contexto organizacional presume que o empregado e o empregador se
mantêm correspondentes de forma justa e favorável.
Conforme Siqueira e Gomide Jr (2004) para a perspectiva psicológica, condições
favoráveis, tais quais o significado do trabalho e a adequação da supervisão, resultam num
processo de envolvimento com o trabalho. Já para a perspectiva sociológica, é o processo de
socialização do indivíduo que o permite internalizar os valores e as normas sociais relativas
ao trabalho, levando-o a aceitar as regras do sistema organizacional e pautar sua conduta no
trabalho a partir delas.

METODOLOGIA

O presente trabalho envolveu uma pesquisa de levantamento bibliográfico, tendo caráter


descritivo a partir de artigos encontrados com base nos filtros de busca no que diz respeito ao
conceito de Suporte Organizacional. Foi realizada no intuito de orientar o leitor a
compreender a relevância e complexidade da área.
De início foi feito uma pesquisa em relação às dez melhores IES públicas e privadas do
Brasil, de acordo com o Guia do Estudante de 2017. A partir dos dados obtidos pelo Guia do
Estudante, foi feita uma pesquisa de quais das dez maiores IES públicas e privadas ofereciam
o curso de Psicologia. Em seguida, verificou-se se dentre as IES que ofereciam o curso de
Psicologia, havia publicações acerca de Suporte Organizacional, variável do objeto de estudo
do presente projeto. Expandiu-se essa busca para os demais cursos, desde que fosse uma
publicação ainda dentro do crivo utilizado de estar entre as dez melhores IES públicas e
privadas. As pesquisas de publicações foram realizadas na base de dados Google Scholar, no
período entre 2010 e 2018. Dessa forma, os critérios de inclusão foram: estudos sobre Suporte
Organizacional publicados pelas dez melhores IES públicas e privadas entre os anos de 2010
e 2018.

RESULTADO E DISCUSSÃO
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Das dez melhores instituições privadas, sete ofereciam o curso de Psicologia. Das
instituições públicas, seis ofereciam o curso de Psicologia. A partir desse resultado, foi
realizada no Google Scholar a varredura em relação às IES que tinham artigos publicados
entre 2010 e 2018 mencionando Suporte Organizacional. Foram encontrados oito artigos de
maneira geral, mas apenas dois dos artigos encontrados tratavam de Suporte Organizacional,
enquanto os demais não se relacionavam com a proposta do projeto, apenas citando o termo
sem aprofundar.
Os achados selecionados indicaram que o suporte social e o suporte organizacional
têm impacto direto no bem-estar. A gestão de desempenho foi o principal indicador de afeto
positivo e realização no trabalho, enquanto a Carga de trabalho foi o principal indicador de
afeto negativo. O bem estar no trabalho, é composto por três fatores: afeto positivo, afeto
negativo e realização. Os resultados demonstraram que itens como, gestão de chefia e de
suporte social agrupam-se num único fator, denominado no presente estudo de suporte social.
De acordo com autores diversos (Cooper, Dewe, & O’Discoll, 2001; Winnubst, Buunk, &
Marcelinen, 1988), o apoio social recebido no trabalho revela-se por meio das relações de
cooperação e compreensão mútua entre os colegas, bem como da atenção e reconhecimento
gerencial.
Já no outro achado selecionado, que tem como foco de estudo a saúde mental dos
trabalhadores e o suporte organizacional. Trata-se de um levantamento bibliográfico reunindo
vários achados de pesquisas nacionais e internacionais relacionando as duas temáticas. Os
resultados são descritos as relações entre as variáveis, suporte organizacional, bem estar,
estresse, Burnout, depressão e ansiedade. Os resultados indicam que a Percepção de Suporte
Organizacional (PSO) está associada à saúde mental dos trabalhadores, podendo esta abranger
diversos sintomas. Enquanto o Burnout foi objeto de estudo em nove artigos publicados,
totalizando quase metade dos achados, a ansiedade foi avaliada em apenas um e a depressão
em duas publicações. Isso ocorre porque Burnout é um fenômeno tipicamente vinculado aos
contextos de trabalho e organizacionais.
O Burnout, em inglês, significa aquilo que deixou de funcionar por total falta de
energia (DANTAS, 2003). Esta síndrome psicológica detém duas definições. A mais antiga
que a define como uma doença que ocorre regularmente entre profissionais no qual o trabalho
envolva um relacionamento intenso, tenso e frequente entre as pessoas. Enquanto a mais nova
e abrangente a descreve como uma doença que tem como origem o estresse ocupacional
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crônico. A síndrome de Burnout conecta-se mais fortemente aos aspectos do ambiente de


trabalho do que o indivíduo. O suporte organizacional é uma de das principais variáveis
preditoras (TAMAYO e TRÓCCOLI, 2002). No que se refere à relação entre ansiedade,
depressão e PSO, a pesquisa constatou uma correlação negativa entre POS e ansiedade e
depressão, e que um baixo índice de PSO pode ser considerado precursor de depressão em
profissionais jovens, caso esse que não ocorreu entre os trabalhadores mais idosos. Como se
pode constatar nos achados, o Suporte Organizacional é uma variável que exerce um forte
impacto na relação organização e colaboradores e afeta diretamente fatores como o turnover,
absenteísmo, produtividade e bem estar no trabalho.

IES(PÚBLI ARTIGO REVISTA AUTOR CRITÉRIO TIPO DE


CA OU PESQUISA
PRIVADA)

Anomia Curitiba Marcos Aguiar de Excluído Quali


organizacional: (2013) Souza; Rodolfo de
discussão conceitual e Castro Ribas Junior
PUCPR desenvolvimento de
(privada) escala

Comunicação Bauru Marina Veroneze Excluído Quali


organizacional: um (2010) Vieira
estudo de caso da
UNESP agência propagação da
(pública) FAAC

Felicidade no trabalho: Curitiba Tatiane Paschoal; Incluído Quali


relações com suporte (2010) Cláudio V. Torres;
UNB organizacional e Juliana Barreiros
(pública) suporte social Porto

Impacto das políticas Belo Luciana Gelape dos Excluído Quanti


de gestão de pessoas Horizonte Santos; Luiz Carlos
nos níveis de (2016) Honório
comprometimento
organizacional: um
estudo em uma agência
de fomento de Minas
PUC Gerais
MINAS
(privada)

Liderança Brasília Ivan de Oliveira Excluído Quali


PUC organizacional: um (2016) Ramos Junior;
MINAS levantamento Mário Teixeira Reis
(privada) bibliográfico Neto; Zélia Miranda
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Kilmnik; Gustavo
Quiroga Souki

Papel da Confiança Rio de Ana Paula Riani Excluído Quanti


Organizacional na Janeiro Buarque
Satisfação no (2015)
PUC RIO Trabalho: Um Estudo
(privada) de Caso

Qualidade de vida e São Paulo Sérgio Martins Excluído Quali


satisfação no trabalho: (2014) Lopes; Patrícia
MACKENZ percepções de Botelho da Silva;
IE trabalhadores com Elizeu Coutinho de
(privada) deficiência Macedo

Relações entre suporte São Paulo Bruno Bertoncello; Incluído Quali


UNESP organizacional e saúde (2015) Jairo Eduardo
(pública) mental do trabalhador Borges-Andrade

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do presente estudo foi possível identificar alguns pontos: a hipótese sugerida era
de encontrar um número considerável referente a Suporte Organizacional, por se tratar de
uma variável que é reconhecido o seu impacto sobre o comportamento organizacional,
entretanto a partir dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos encontrados o resultado não
foi o esperado, de pelo menos três artigos publicados por IES.
Como é possível compreender, o Suporte Organizacional tem relação com a Psicologia,
pois se encontra na posição de uma das variáveis dentro de Comportamento Organizacional,
principalmente em relação ao indivíduo e sua subjetividade. Suporte Organizacional é uma
variável atual, com um alto poder preditivo, visto que contribui para o desenvolvimento das
organizações e do próprio indivíduo.
Assim, diante do exposto pode-se perceber que o conceito de Suporte Organizacional
ainda é pouco difundido em meio a Psicologia Organizacional, visto que dentre as buscas
feitas foi encontrado um número muito pequeno de publicações. Sabendo disso e olhando
para a realidade que se apresenta, qual seria o motivo de um número tão pequeno de pesquisas
em relação a esse tema no universo investigado? O que foi encontrado, comparado a hipótese
inicial nos remete à ideia da possibilidade das faculdades não abordarem com maior afinco a
disciplina de Psicologia Organizacional e do Trabalho. Talvez as faculdades foquem em
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outras áreas de atuação, deixando o interesse no que se refere ao mercado de trabalho em


segundo plano, mesmo que o campo organizacional seja amplo, vasto e ofereça ao psicólogo
a possibilidade de atuar de forma significativa, compreendendo aspectos da subjetividade e
olhando o indivíduo não meramente como uma peça de uma máquina.
O estudante que está se graduando ainda muito incerto de qual área escolher, acaba
indeciso perante a possibilidade de opções e é na vivência prática que a escolha de fato se
afunila, que o olhar vai amadurecendo em relação aos caminhos, sendo assim um processo
particular do sujeito, dependendo então do que cada um acredita e dá preferência no que se
refere às atuações do Psicólogo. Pode-se pensar que o profissional ao se formar busque de
fato contribuir para o mundo do trabalho, porém acaba se distanciando da proposta de atender
ao ser humano e as necessidades psíquicas, quando percebe que a organização apenas quer
que seja realizado outras demandas pertinentes a função.
Sabe-se que após a formação do Psicólogo, existe um campo diverso com diferentes
possibilidades de atuação, como a psicologia escolar, clínica, social, do esporte,
organizacional, etc. Cada área possui seu referencial teórico orientando no fazer do
profissional. Por estar vinculado a uma empresa e possuir uma "estabilidade", muitos
profissionais recém formados acabam deixando de lado outra área que melhor se identifiquem
para atuarem na Psicologia Organizacional, sem nem ao menos compreenderem toda a
complexidade da área, acreditando ser um mera atividade de recrutamento e seleção,
deixando de lado o principal: o olhar para a subjetividade humana. Dessa forma, se torna uma
tarefa árdua contribuir em pesquisas, propor melhorias e mudanças comportamentais no que
se refere a Suporte Organizacional a nível do indivíduo, grupo e organização, se não há o
conhecimento da variável bem como os impactos gerados.
Diante dos argumentos expostos sugere-se que seja feita mais pesquisas por profissionais
da Psicologia no que tange a área Organizacional e as variáveis de grande impacto no
Comportamento Organizacional, como foi apresentado no presente estudo. Como é
mencionado por Gondim, Borges-Andrade e Bastos (2010) os psicólogos da subárea da
Psicologia Organizacional acabam publicando em outros periódicos de outros cursos, como
exemplo a Administração. Os estudos e publicações redigidos por estudiosos da Psicologia,
permitem sistematizar melhor o aprendizado e a formação de futuros outros profissionais que
se interessem em trilhar caminhos na direção da produção científicas da área.
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Algo também a ser considerado a partir do número de artigos encontrados, pode ser em
relação ao fato de outras variáveis no momento atual (2018) estarem sendo o foco de
investigação, o que explicaria o número pequeno de publicações feitas sobre Suporte
Organizacional. Percebe-se Qualidade de vida e bem estar no trabalho uma variável que tem
sido investigado, visando o bem estar do colaborador, o que implicaria nos resultados do
mesmo.

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