I. INTRODUÇÃO
A teoria das dobras é baseada no princípio de enrijecimento das chapas lisas através de
dobras. No caso do aço é a proteção da chapa lisa através da dobra ou vinco feito nela,
ou seja, é o quanto se pode deixar rígida a chapa lisa após a dobra, sem que ela tenha
flambagem local em um comprimento limitado à seção. O que limita o comprimento da
seção é o índice de esbeltez. Em testes realizados em Julho/1994 junto à empresa do
ramo conclui-se que o aço sendo um material dúctil a temperatura localizada no momento
da dobra é o equivalente aos efeitos de 345ºC sobre a chapa metálica resfriada, o que
prova a alteração da matéria física. Ao decorrer do tempo para demonstrar na prática a
teoria das dobras foi adotado o seguinte critério, utilizando-se de uma chapa quadrada de
comprimento e altura “x” (o considerado no caso do teste 200mm) e aumentando o
número de dobras retas aumenta-se, esquecendo as propriedades geométricas,
consideravelmente a sua resistência à compressão; é fácil demonstrar isso com um filme
de papel que se trata de uma dimensão linear. Para provar que as dobras são
independentes e pontes de ligação das chapas lisas para compor qualquer seção
geométrica, toma-se um retalho de papel 60 g quadrado de 7x7cm e fazem-se os
seguintes testes:
2. Faz-se uma dobra ao meio com ângulo reto e coloca-se um copo plástico de 50ml
sobre uma base de papelão e com uma seringa gradativamente acrescenta-se
água para carregamento conforme demonstra o desenho abaixo. Há um ganho de
estabilidade e resistência através das dobras..
pág. 1 de 9
3. Para finalizar da mesma forma acima faça duas dobras nas metades em qualquer
direção com ângulo reto, observe que a resistência é aumentada bastante em
relação à situação anterior.
pág. 2 de 9
Conclusão: À medida que moldamos o papel teremos diversas formas com capacidade
de até 5 x o carregamento inicial, com n dobras.
Este teste simples prova que a dobra protege a parte lisa e conseqüência disto, existe
um aumento de resistência. Posteriormente, checando as propriedades geométricas da
seção dando-se uma espessura, há a confirmação dos testes acima, quanto ao raio de
giração da secção no sentido x e no sentido y.
No dimensionamento das estruturas, uns dos pontos comuns geralmente que determina
os perfis são as barras sujeitas à compressão ou flexo-compressão. No caso do aço um
estudo criterioso da seção, pode levar em determinadas situações a um resultado
econômico e muito satisfatório com o ganho de rigidez e qualidade da obra. As dobras
realizadas no sentido da distorção da seção irão levar a seção mais rígida e adequada
para a que se destina.
Também por meio desta teoria pode-se definir com grande precisão, para perfis dobrados,
regras que limitam as mais diversas geometrias para cada tipo e função.
pág. 3 de 9
Destaca-se aqui somente os perfis mais utilizados hoje o U, Cartola e C que pode ser
definidos em uma tabela de perfis estruturais. Porém, podem ser definidas tabelas para o
L, Z , Z enrijecido etc...
Agora veremos de uma forma básica, o que acontece com a chapa dobrada quando se
faz uma dobra, a região curva muda de característica mecânica, devido ao aquecimento
localizado das moléculas, delineando uma linha neutra onde as moléculas superiores são
tracionadas e as inferiores comprimidas de tal maneira que há uma plastificação deixando
assim o aço daquela região no sentido z (comprimento da seção) com fator de resistência
mecânica diferente das partes lisas. Sendo que hoje não se leva isso em consideração no
cálculo. É questionável o que alguns profissionais experientes da área dizem no sentido
de que na deformação da peça a ruptura da seção começaria na dobra, porque ali está o
ponto mais forte ou seja, existe ali um residual de tensão diluída no perfil ou seja o
aquecimento e o atrito das moléculas levou a uma queima de carbono. Observamos nas
estruturas que se romperam, na maioria dos casos, não foi por rasgamento e sim torção
ou deformação excessiva que atingiu a chapa lisa deixando a dobra intacta.
A tensão residual deixada no ato do dobramento é o suficiente para tornar a seção mais
resistente.
Em laboratório é fácil provar que o cálculo baseado simplesmente governado pela seção
geométrica pode ser em alguns casos mal colocado e uma inverdade. Pois dependendo
do número de dobra, segundo a sua dimensão pode-se aumentar ou diminuir a sua
resistência.
A proteção que cada dobra promove a chapa lisa funciona como um apoio para a chapa.
Como numa laje que se apóia em vigas ou paredes.
pág. 4 de 9
Vamos analisar agora a chapa dobrada: Definindo alguns limites de rigidez.
1- Chapa grossa: quando a base em relação a sua espessura é menor que 15
2- Chapa mediana: quando a base em relação a sua espessura está entre 16 a 50
3- Chapa fina: quando a base em relação a sua espessura está entre 51 a 777.
Outras definições:
1- Chapa rígida : quando não há deformação. L/e<7
2- Chapa semi-rigida: quando a deformação é muito pequena, quase nula.
(<0,3/1000) . 74>L/e>57
3- Chapa flexível: quando existe deformação para chapa lisa não tendendo ao infinito.
777>L/e>74
É necessário analisar a espessura da chapa com relação a sua altura, para se chegar a
um limite que possa garantir a sua estabilidade.
E fácil demonstrar isso pegando uma chapa de corte 200x200#1/4“, no vácuo ela estaria
perfeitamente de pé mantendo seu centro de gravidade centrado na base. Em condições
pág. 5 de 9
normais esta estabilidade desaparece, mas se for feita uma dobra ao meio, em qualquer
ângulo em base plana ela se estabiliza em pé.
Vamos ver agora uma chapa fina (ex. 200x3,04mm) e altura grande (ex. 700mm).
Existe uma flambagem local da chapa em grandes proporções, se conseguirmos fazer
dobras no seu percurso no caso de um U essa flambagem aproxima-se de zero.
O raio da dobra equivale, aproximadamente, no eixo da chapa 1,5 vez a sua espessura.
Cada dobra garante o aumento da rigidez da chapa. Isso é muito significante, porque
quem governará a esbeltez da chapa será o conjunto das dobras, definindo assim qual
será realmente o perfil estrutural perfeito.
A seção carregada axialmente a compressão muitas vezes tem sua resistência diminuída,
quando protegemos a seção com dobras criteriosas, teremos quase a mesma tensão de
tração a um comprimento de flambagem a compressão maior.
Essa é uma nova linha de estudo que deveria ser aprofundada para que as tensões
obtidas em laboratório sejam compatíveis com o calculado. Dependo do tipo de aço e
seção.
A alteração física do material nas dobras devido ao aquecimento e atrito localizados das
moléculas torna o aço mais duro e rígido fortalecendo um longo percurso da chapa. Essa
seção sai da linha de escoamento e tem um aumento 2%00 no diagrama tensão x
deformação do aço. Não pode ser aplicada aqui a lei de hooke pois a pequena seção está
plastificada.
5 a 28e (perfil compacto) <- 14 a 48e (perfil ideal para aproveitamento máx. de
capacidade) -> acima de 48e (perfil esbelto) limitando ao máximo de 210e
I = e^4/12 ; S = e² ; r = e/(2raiz(3))
Lambda = KL/r = 77 para comprimento de flambagem ideal
Encontramos o comprimento do perfil ideal com proteção máxima pelas dobras acontece
quando o comprimento de flambagem for igual a 22e e final de borda da chapa 7e.
Baseado nestes cálculos pode-se definir parâmetros para perfis de chapa dobrada com
função especificamente estrutural.
pág. 6 de 9
IV. CONSIDERAÇÕES DE DOBRAMENTO
Para borda livre, a dobra protege o máximo de chapa lisa 22e do início da curva.
Sempre que a composição do perfil se tratar de varias ligações chapa mais dobra a borda
final ou enrijecimento final evitar ultrapassar a região compacta (22e).
Apesar de que a curva tem aprox. 3e adotaremos 2e pois em alguns casos pelo tipo do
aço esse valor chegou a ser um pouco menor que 3e.
Para se formar qualquer perfil basta fazer a ligação curva – chapa. Ex.
pág. 7 de 9
LIMITES DE RIGIDEZ GEOMÉTRICA DA SEÇÃO
Aba
Altura
Aba
Altura
Enrijecimento
pág. 8 de 9
3.75 180 180 38 585
4.75 228 228 48 741
O perfil C tem comum finalidade para terças não sendo peças principais como as vigas, usaremos
então
uma aba menor.
Para o perfil C, com a mesma altura
Aba= 28e (semi-compacta)
Enrijecimento = 10e
Aba
Enrijecimento
Altura
pág. 9 de 9