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AO JUÍZO DE DIREITO DA _______ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE

FEIRA DE SANTANA - BAHIA

MMM, brasileira, casada, professora, RG nº..., inscrita no CPF nº..., residente e


domiciliada na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., CEP..., Endereço eletrônico..., por seu
Advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório profissional
situado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., CEP..., no Estado de..., onde recebe
intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS


PROVISORIOS.

Em face de JJJ, brasileiro, casado, funcionário da empresa XXXXX, RG nº..., inscrito


no CPF nº..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., CEP..., pelos
motivos de fato e de direito que passa expor.
PRELIMINARES

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A Requerente é professora, contudo recebe pouco menos que 1 (um) salário


mínimo, sendo assim, percebe-se que a mesma é pobre na acepção jurídica do termo e
bem por isto não possui condições de arcar com os encargos decorrentes do processo
sem prejuízo de seu sustento e de sua família, motivo pelo qual requer os benefícios da
justiça gratuita, preceituados no artigo 5.º, LXXIV da Carta Magna e do Art. 4º da Lei
1.060/50

DOS FATOS

Requerente e Requerido são casados pelo regime de COMUNHÃO


UNIVERSAL DE BENS desde 15/05/1999 (fotocópia da certidão de casamento em
anexo). Desta união, resolveram em comum acordo, adotar a menor XXXXXXXX, já
que o casal não pôde ter filhos naturais.

Entretanto, a Requerente pretende dissolver o casamento civil por


meio do divórcio litigioso, tendo em vista que nos últimos 2 (dois) anos, o requerido
vem descumprindo com suas obrigações matrimonias e como pai, deixando de
contribuir com as despesas familiares, se ausentando na criação de sua filha além de
inúmeras vezes chegar em casa embriagado, deixando de ter relações conjugais com a
esposa e se envolvendo em jogos de azar.

Cumpre salientar que o Acionado tem problemas sérios com bebidas


alcoólicas, tendo em vista que uma das vezes que chegou em sua residência acabou
ameaçando sua esposa, conforme demonstra o Boletim de Ocorrência Policial nº
00000/97, lavrado na presença da Dra. YYYYYYYY, Delegada da Delegacia de Polícia
da Comarca de Salvador – Setor de Proteção à Mulher.

A requerente na qualidade de Professora, recebe atualmente líquidos


R$ 935,00 (novecentos e trinta e cinco reais) lecionando 40 (quarenta) horas por
semana, conforme contracheque em anexo. Além das necessidades de sustento próprio,
tem o IPTU e demais despesas de manutenção da família, estando atualmente obrigada a
buscar o auxílio financeiro de parentes, bem como, empréstimos bancários, onde ela e
sua filha estão passando reais necessidades de mantença. Muito pelo contrário, o
requerido atualmente recebe em torno de R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais)
líquidos/mês, quatro vezes o valor recebido pela requerente.

Perante todo o quadro de privações matérias e afetivas supra


demonstrado do desrespeito a com sua cônjuge e filha, do desamor inquestionável, não
resta a menor dúvida de que o mesmo violou e continua violando gravemente os deveres
do matrimônio, resultando numa insuportável convivência em comum e numa
impossibilidade de coabitação.

DO DIREITO

4.1 DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS


Neste contexto, existindo provas documentais comprovando a
paternidade, há de se conceder alimentos provisórios em favor da Autora. Do contrário,
há possibilidade de se prejudicar o desenvolvimento da menor, influenciando na rotina
escolar e até mesmo em sua saúde .
Assim, mister que referidos alimentos sejam concedidos, de sorte a
atender às necessidades da mãe. De mais a mais, esses alimentos devem compreender
valores de modo a suprirem despesas referente a alimentos, remédios, plano de saúde,
colégio e roupas.
Cabe reiterar que o Réu, ora REQUERIDO, é um funcionário de
uma boa empresa, detentor de um patrimônio consideravelmente alto, em comparação a
Acionante, sendo plenamente possível a fixação dos alimentos pleiteados de que
necessitam para viver de modo compatível com a sua condição social e educacional .
Ou seja, a atual situação financeira do Réu, o qual dispõe de vida
uma confortável e luxuosa, o mesmo detém capacidade financeira para tal desiderato,
sem haver indícios de motivo para se esquivar da sua obrigação para com o nascituro.
A Autora, de outro bordo, já não mais se encontra em condições de trabalhar em mais
de um emprego, tendo ainda que cuidar de sua filha adolescente , além do mais, a sua
atividade laborativa, a expõe a situações exaustivas e complexas, tendo em vista que a
mesma é professora e lida com crianças diariamente.
Segundo Gilmar Ferreira Mendes, Curso de direito constitucional,
pág. 114:

“O princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, em


essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica
que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom
senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de
excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a
positivação jurídica, inclusive a de nível constitucional; e,
ainda, enquanto princípio geral do direito, segue de regra de
interpretação para todo o ordenamento jurídico. Esse é o vetor
para a fixação dos alimentos: o princípio da
proporcionalidade. (Grifo meu).

Tradicionalmente, invoca-se o binômio necessidade-possibilidade,


ou seja, perquirem-se as necessidade do alimentando e as possibilidades do alimentante
para estabelecer o valor da pensão. No entanto, essa mensuração é feita para que se
respeite a diretriz da proporcionalidade. Por isso se começa a falar, com mais
propriedade, em trinômio: proporcionalidade-possibilidade-necessidade.” (Grifo
meu).

4.2 DO DIVORCIO

Verifica-se no contexto acima apresentado, que a possibilidade de


convivência da requerente com o requerido minguou com o decorrer do tempo. A fim
de evitar maiores transtornos na vida da Requerente, a mesma optou por requerer o
divórcio.
O Código Civil contempla expressamente a hipótese em tela, quando
dispõe acerca das hipóteses que dão ensejo à dissolução do vínculo conjugal, por
impossibilidade da vida em comum, quando em seu Art. 1.573, Parágrafo Único, assim
estabelece:
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão
de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que
tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.

4.3 DA GUARDA E REGULAMENTAÇÃO

Durante a união, o casal adotou uma menor XXXXXXXX atualmente


com 15 anos de idade, (conforme fotocópia da certidão de nascimento em anexo).
Desde o afastamento citado acima, a guarda fática da menor é exercida pela requerente.
Quanto a isso, o caput do Art. 1.583 do Código Civil prevê a perfeita possibilidade que
assim seja mantido:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
(Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).

Considerando que a mãe sempre foi responsável pela educação e os


cuidados da filha, e que o Sr. JJJ se mostra um dependente químico, e totalmente
instável, não resta dúvida que a guarda unilateral deve ser atribuída à Sra. MMM. Desta
forma, a requerente pleiteia a guarda unilateral da menor com base na fundamentação
jurídica aqui tratada.
Não se opondo à visitação do pai em fins de semana alternados (de
quinta-feira à noite até domingo à noite) e nas datas comemorativas.

4.4 DOS ALIMENTOS

A Constituição Federal, em seu Art. 229, dispõe que:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os


filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Conforme texto do Art. 1.694, em seu inciso I e II, do Código Civil os


companheiros pedem uma quantia compatível com as necessidades da menor:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros


pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de
culpa de quem os pleiteia.

Como verificado, compete também ao requerido promover a


subsistência da menor, algo que não vem ocorrendo no caso citado, pois apenas a
requerente é quem vem mantendo com ajuda de seus familiares e empréstimos o
sustento da criança.
Pelos fatos em questão, se faz necessário que Vossa Excelência fixe
alimentos no percentual de 30% (trinta por cento) do salário que requerido recebe da
empresa XXXXX, que é de R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais), correspondente
nessa data a R$ 1.140,00 (um mil cento e quarenta reais), a ser pago até o dia 10 (dez)
de cada mês, mediante depósito na Conta... de número...., agência..., operação..., do
Banco...., em nome da requerida.

4.5 DO REGIME DE BENS

Ao contraírem núpcias, as partes elegeram o regime da Comunhão


Universal de Bens, conforme preceitua o Art. 1.667 do Código Civil:

Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a


comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges
e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.

Sendo assim, o casal possui em comum os seguintes bens imóveis e


moveis:
a) 01 (uma) casa localizado na rua XXXXXXXX, n° 0000, bairro
XXXXX, contendo a área privativa de 140,27 m2 (cento e quarenta metros quadrados
vírgula vinte e sete decímetros quadrados), bem como, a área comum de 30,45 m2
(trinta metros quadrados vírgula quarenta e cinco decímetros quadrados), perfazendo
uma área global real de 170,72 m2 (cento e setenta metros quadrados vírgula setenta e
dois decímetros quadrados), hipotecado à Caixa Econômica Federal - CEF, conforme
fotocópias do instrumento contratual de financiamento habitacional anexas à presente
petição inicial;
b) Guarnecem a referida casa os seguintes bens móveis:
c) 01 (um) automóvel, marca Volkswagen, modelo GOL, ano 2000;
d) 02 (duas) linhas telefônicas, sendo uma convencional identificada
pelo n° (00) 3000- 0000 e uma celular identificada pelo n° (00) 9000 0000.

4.5.1 Seguindo o preceito legal, a requerente ofertou partilhar todos os


bens na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada cônjuge.
4.5.2 Ocorre que como a Sra. MMM, requer a guarda da Menor, a
mesma deseja permanecer com o bem móvel, tendo que o mesmo será utilizado em
beneficio de sua filha.
4.4.3 Pretende a requerida, enquanto não for realizada a alienação da
casa, que as despesas relativas a IPTU e demais despesas, sejam rateadas em igual
proporção pelo casal.

4.6 DO USO DO NOME

Quanto ao nome, a requerente pretende continuar a utilizar o nome de


casada, ou seja, XXXXXXXXXXXX.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, entendendo estarem plenamente configurados os


pressupostos legais que regulamentam a matéria em tela, requer a Vossa Excelência:
a) Requer seja-lhe deferida a GRATUIDADE
JUDICIÁRIA, por força do art. 1º, § 2º, da Lei de
Alimentos;
b) A CITAÇÃO DO RÉU, pela via postal (LA, art. 5º, 2º)
para, querendo, no prazo de cinco (5) dias apresentar
resposta, sob pena de revelia e confissão, sendo informado,
nesta, a data e horário da audiência de conciliação e
julgamento, com a ciência de seu empregador (LA, art.5º e
§ 7º);
c) A CONDENAÇÃO do Réu a pagar os ALIMENTOS
PROVISORIOS, arbitrados LIMINARMENTE,
tornando-os definitivos após o fim da presente demanda,
convertendo-os em pensão alimentícia em favor dessa, valor
este não inferior a R$ 1.140,00 (um mil cento e quarenta
reais);
d) Que seja CONCEBIDO A PARTILHA DE BENS
DOS CONJUGES EM 50%, sendo este: 01 (uma) casa
localizado na rua XXXXXXXX, n° 0000, bairro XXXXX,
contendo a área privativa de 140,27 m2 (cento e quarenta
metros quadrados vírgula vinte e sete decímetros
quadrados), bem como, a área comum de 30,45 m2 (trinta
metros quadrados vírgula quarenta e cinco decímetros
quadrados), perfazendo uma área global real de 170,72 m2
(cento e setenta metros quadrados vírgula setenta e dois
decímetros quadrados), hipotecado à Caixa Econômica
Federal – CEF, assim como que as despesas relativas a
IPTU e demais despesas, enquanto estas não sejam
alienadas.
e) No tocante aos BENS MOVEIS, estes: 01 (um)
automóvel, marca Volkswagen, modelo GOL, ano 2000/ 02
(duas) linhas telefônicas, sendo uma convencional
identificada pelo n° (00) 3000- 0000 e um celular
identificada pelo n° (00) 9000 0000, REQUER QUE SEJA
ATRIBUIDO À ACIONANTE, TENDO EM VISTA
QUE ESTES SÃO DE SUMA NECESSIDADE PARA O
CONFORTO E COMODIDADE DE SUA FILHA.
f) Acerca do nome da requerente, não deseja nenhum
alteração, permanecendo seu nome de casada, MMM.

Dá-se à causa o valor de (Bens + 12 vezes 30% do salario liquido do


Acionado)

Nesses termos,
Pede deferimento.
Feira de Santana, 12 de Junho de 2018

ADVOGADO
OAB...

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