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UNIDADE IV

Biossegurança

Profa. Dra. Andreza Santos


Precauções universais: limpeza, desinfecção, esterilização,
lavagem, higienização
Limpeza, desinfecção e esterilização

Antes de iniciar o processo de limpeza e desinfecção do ambiente:


 guardar todos os objetos e materiais, liberando as superfícies para facilitar
a limpeza e contribuir com as condições de trabalho da equipe.
Precauções universais: limpeza, desinfecção, esterilização,
lavagem, higienização
Limpeza

 Remove a contaminação por microrganismos e material orgânico para o sucesso


da desinfecção e da esterilização.

Objetivos

 Reduzir a carga bacteriana natural dos artigos.

 Remover contaminantes orgânicos, inorgânicos e sujidades.

 A limpeza é o primeiro passo para o processo


de descontaminação.

 Remoção de toda matéria orgânica dos artigos utilizando água


e detergente (utilizados enzimáticos, desincrustantes com
tensoativos não iônicos).
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lavagem, higienização
Tipos de limpeza

Limpeza concorrente

Considerada geral, realizada diariamente em:

 pisos;

 sanitários;

 superfícies horizontais;

 troca de lixo e roupas e arrumação de maneira geral.


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lavagem, higienização
Limpeza operatória ou imediata

 Deve ser realizada sempre que ocorrer uma sujidade imediata com matéria orgânica.
Exemplo: sangue visível.

 Deve ser realizada pela técnica spray-wipe, que significa borrifar uma substância
desinfectante, esfregar o local com papel toalha descartável e borrifar novamente
a mesma substância, deixando secar naturalmente.

Para a desinfecção

 Álcool 70%;

 Compostos sintéticos do iodo;

 Solução alcoólica de clorexidina (2 a 5% em álcool a 70%);

 Compostos fenólicos ou hipoclorito de sódio (1%), de acordo


com o material da superfície.
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Limpeza de manutenção

 Exige vistoria contínua de pisos, banheiros, superfícies horizontais e lixos para garantir
que tudo esteja em ordem.
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Limpeza de superfícies fixas
 Utilizada para o chão, paredes, bancadas e equipamentos que permitam o contato com a água.
 Para equipamentos, paredes e bancadas, utilizar a limpeza manual úmida, esfregando uma
esponja, espuma ou pano umedecido em solução detergente e enxugar com outro pano
umedecido em água limpa.
 Para a limpeza do chão: limpeza manual úmida.
 Para remover as sujidades, ensaboar com o auxílio de um detergente tensoativo bactericida e
outro para enxaguar o chão, utilizando água limpa.
 Quando possível, realizar a limpeza manual molhada no chão,
espalhando a água com detergente tensoativo, empurrando-a
para o ralo e enxaguar o local várias vezes com água limpa.
 Áreas não críticas e descobertas, que não sofrem
contaminação, realizar a limpeza a seco, com vassouras.
 Áreas não críticas cobertas, utilizar o aspirador para auxiliar
a remoção de sujidades.
 Materiais utilizados nas limpezas devem ser guardados
e precisam ser separados por áreas.
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Tipos de detergentes

 Detergentes desincrustantes: são detergentes enzimáticos, que removem gorduras, sujeiras


impregnadas nos artigos (instrumentos).

 Utilizados para: limpeza de artigos, pois os objetos necessitam ficar submersos por algum
tempo, e esse período pode variar de acordo com a marca do detergente.
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lavagem, higienização
 Detergentes surfactantes: são preparações químicas que alteram a natureza de partes de
contato. Diminuem a tensão superficial e facilitam a limpeza.

 Detergentes enzimáticos: são substâncias que apresentam enzimas que desencadeiam o


processo de decomposição dos restos orgânicos, facilitando a limpeza dos artigos. São
atóxicos, não deixam resíduos e removem a matéria orgânica de instrumentos cirúrgicos.

 O instrumental deve ficar submerso durante um tempo para facilitar a remoção da sujidade.

 Detergente tensoativo sintético biodegradável: utilizado na


limpeza doméstica, formulado com sais alcalinos de ácidos
graxos associados a outros tensoativos.

 É um produto da reação natural por saponificação de hidróxido


de sódio ou potássio e uma gordura vegetal ou animal.
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Limpeza dos instrumentais
 Importante antes do processo de desinfecção e/ou esterilização dos artigos.
 Deverá ser realizada utilizando um detergente enzimático ou desincrustante.
Pode ser feita de duas maneiras
 Limpeza manual: com o auxílio de escova própria para limpeza e detergente enzimático
ou desincrustante.
 Sugere-se utilizar uma cuba com tampa para deixar o material submerso durante o tempo
preconizado pelo fabricante, que varia de 15 a 30 minutos.
 Depois, realizar a limpeza com o auxílio da escova.
 O profissional deve sempre usar EPI.
 Limpeza ultrassônica: realizada com um aparelho de cuba
ultrassônica, a limpeza é feita por vácuo, requer detergentes
desincrustantes ou enzimáticos, é a mais indicada para
instrumentais.
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Para ambos os métodos, é necessário realizar o preparo dos instrumentais
 Imersão prévia em detergente enzimático ou desincrustante em um período de 15 a 30
minutos.
 Lavagem dos instrumentais.
 Enxaguar com água abundante e o último enxágue deverá ser feito com água destilada.
 Secagem dos artigos deve ser feita de maneira criteriosa, evitando que a umidade
comprometa a esterilização.
 Após a secagem, deve-se realizar a inspeção do material:
todo o instrumental deve passar por um processo de inspeção
sistemático e rigoroso, independentemente do processo
utilizado (manual ou mecânico).
 Nesse passo deve-se observar a presença de sujidade,
oxidação e a funcionalidade do instrumental.
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 Sanitização: utiliza uma substância para reduzir o número de microrganismos em um local
ou material até níveis aceitáveis pela legislação sanitária.

 Antissepsia: método que impede a proliferação de microrganismos em tecidos vivos


com o uso de substâncias químicas (os antissépticos) empregadas como bactericidas
ou bacteriostáticos.

 Inibe ou destrói microrganismos na superfície de tecidos vivos.

 Substância química, usada em objetos inanimados, será


chamada de desinfetante, mas quando usada em tecidos
vivos, será chamada de antisséptico.

 Assepsia: impede que determinado equipamento, objeto,


medicamento, cosmético ou ambiente estéril venha a ser
contaminado.
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Desinfecção

 Inativação de todas as formas vegetativas, com exceção de bactérias esporuladas.

 Pode ser obtida por processo químico, que deve ser escolhido em função das características
do artigo.

Agentes químicos desinfetantes

 Produtos químicos (cuidado na avaliação da compatibilidade química com os utensílios).

 Desinfecção química acontece porque algumas substâncias


têm a capacidade de danificar a parede celular.

 Escolha de agente químico desinfetante: alta atividade biocida,


efetividade na presença de matéria orgânica, baixa toxicidade,
efeito residual, solubilidade em água e líquidos orgânicos, não
ser corrosivo, não manchar.
Precauções universais: limpeza, desinfecção, esterilização,
lavagem, higienização
 Características: fácil uso, odor agradável, econômico, considerado desinfetante hospitalar
para superfícies ou desinfetante hospitalar para artigos.
 Dependendo da resistência do microrganismo a ser combatido, a desinfecção por produtos
químicos pode ser dividida em 3 níveis: desinfetantes de baixa, intermediária e alta atividade
biocida.
 Desinfetantes de baixa atividade biocida não inativam o Mycobacterium tuberculosis: vírus
hidrofílicos nem os esporos.
 São utilizados quando o objetivo é eliminar bactérias
vegetativas, vírus médios ou lipídicos.
 Produtos mais comuns nesse processo: amônia, utilizado
na limpeza de superfícies, paredes e mobiliários.
 Vantagem: pouco tóxico para humanos, pode causar irritações
na pele e atacar borrachas sintéticas, cimento e alumínio.
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Desinfetantes de intermediária atividade biocida
 Inativam o Mycobacterium tuberculosis, as bactérias vegetativas, os vírus e fungos, porém
não inativam os esporos. Exemplos: cloro; iodo; álcool.
Hipoclorito de sódio
 Apropriado para a desinfecção de superfícies e ambientes.
 Concentração ideal para esse fim é de 1%.
 Possui atividade bactericida diminuída na presença de restos orgânicos.
 É corrosivo a alguns metais, não deve exceder o tempo de contato de 30 minutos.
 Exige enxágue abundante.
 Recomendado como desinfetante de ambientes e superfícies.
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Compostos fenólicos
Vantagens:
 Efetivos na presença de restos orgânicos;
 Úteis quando a remoção completa de matéria orgânica é impossível ou não é prática;
 Eficazes em metais, vidros, borrachas e plásticos;
 Registrados como desinfetantes de superfície e de imersão;
 São menos tóxicos que o glutaraldeído.
Desvantagens:
 Não são esporicidas;
 Formam uma película cumulativa;
 Alto poder de penetração, são agressivos à pele;
 Não são indicados para artigos que entrem em contato com
as vias aéreas superiores, a menos que seja possível eliminar
resíduos, é feito por meio de enxágue abundante ou do uso de
álcool 70%;
 Período de ação de 10 minutos para superfícies e de 30
minutos para imersão de artigos.
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Iodo
 Artigo para aplicação em pele e mucosa;
 Age na síntese de proteínas, sais proteicos;
 Uso como antisséptico e associação ao álcool para desinfecção de artigos;
 Ação antimicrobiana de largo espectro, inclusive contra bactérias gram-negativas,
Micobacterium tuberculosis, esporos, fungos e a maioria dos vírus;
 Iodo colore superfícies, é irritante, alergênico, corrói metais,
aço, pele e tecidos, produz reação de hipersensibilidade;
 Iodóforos têm amplo espectro antimicrobiano, são menos
irritantes aos tecidos, menos alergênicos e de ação
prolongada após a aplicação;
 Usados na antissepsia de pele e mucosas pré-cirurgias e de
degermação das mãos.
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Álcool
 Utilizado no ambiente hospitalar;
 Álcool etílico a 70%;
 Mecanismo de ação: desnaturação de proteínas, uso restrito por causa da falta de atividade
esporicida e contra alguns vírus hidrofílicos (HVB, por exemplo), pela rápida evaporação
e inabilidade de penetração em restos proteicos;
 Álcool é irritante à pele quando deixado por período prolongado;
 Recomendado para antissepsia, desinfecção de artigos e
superfícies com tempo de exposição de 10 minutos, sendo
aconselhadas 3 aplicações intercaladas pela secagem natural;
 Não é recomendado para borrachas e plásticos;
 Álcool iodado pode ser utilizado em artigos, superfícies
e bancadas;
 Após o tempo de exposição, friccionar o álcool para evitar
o efeito corrosivo, principalmente em metais.
Precauções universais: limpeza, desinfecção, esterilização,
lavagem, higienização
 Desinfetantes de alta atividade biocida inativam os microrganismos, inclusive esporos
bacterianos. Exemplos: ácido peracético e óxido de etileno.

 Ácido peracético tem atividade bactericida, fungicida, viciada e esporicida.

 Produz desnaturação proteica e alteração da parede celular, é efetivo na presença


de matéria orgânica.

 Não promove resíduos tóxicos.


Interatividade

 Antes de iniciar o processo de limpeza e desinfecção do ambiente, todos os objetos e


materiais devem ser guardados, liberando as superfícies para facilitar a limpeza e contribuir
com as condições de trabalho da equipe. Responda qual a finalidade da limpeza e cite seus
objetivos.
Resposta

 Antes de iniciar o processo de limpeza e desinfecção do ambiente, todos os objetos e


materiais devem ser guardados, liberando as superfícies para facilitar a limpeza e contribuir
com as condições de trabalho da equipe. Responda qual a finalidade da limpeza e cite seus
objetivos.

 Resposta: a limpeza remove a contaminação por microrganismos e material orgânico


para o sucesso da desinfecção e da esterilização.

 Objetivos: reduzir a carga bacteriana natural dos artigos,


remover contaminantes orgânicos, inorgânicos e sujidades,
a limpeza é o primeiro passo para o processo de
descontaminação, remoção de toda matéria orgânica
dos artigos utilizando água e detergente (utilizados
enzimáticos, desincrustantes com tensoativos
não iônicos).
Esterilização

 É a inativação de todos os microrganismos vivos, incluindo vírus, fungos, bactérias


e esporos.

 Obtida por processo físico, físico-químico ou químico.

 Processos físicos e físico-químicos são os mais indicados, garantem a destruição total


de todas as formas de vida microbiana.

 Processos químicos devem ser utilizados quando não houver


outro recurso, devido a inúmeras variáveis, não dão garantia
total de esterilidade do material.
Métodos de esterilização

Processos físicos

 Esterilização ocorre por meio da mudança no estado físico dos microrganismos, podendo
ser feita por aumento de temperatura ou envolver radiação.

Exemplos:

 Vapor saturado sob pressão (autoclave);

 Calor seco (estufa ou fornos de Pasteur);

 Radiação ionizante e não ionizante.


Esterilização por calor – vapor saturado sob pressão

Vapor saturado sob pressão (autoclave)

 Oferece maior segurança e economia, realizado em autoclave convencional horizontal


ou autoclave a alto vácuo.

 Autoclave vertical é própria para laboratórios, não devendo ser utilizada para a esterilização
de artigos médico-cirúrgicos e odontológicos, pois os pacotes ficam superpostos, dificultando
a drenagem do ar, retardando a penetração do vapor e não permitindo a secagem dos
artigos, o que não garante sua esterilização.

 Para facilitar a penetração e circulação do vapor e eliminação


do ar na autoclave convencional horizontal, deve-se utilizar no
máximo 80% da sua capacidade.
Esterilização por calor – vapor saturado sob pressão

 Pacotes maiores ficam na parte inferior e os menores na parte superior do aparelho.

 Manter espaço de cerca de 3 cm entre eles, evitando que encostem nas paredes
da autoclave.

 Jarros e bacias devem ser colocados em posição que facilite a remoção do ar e escoamento
do vapor.

 Período de exposição varia de acordo com o artigo, tipo de


equipamento utilizado e a temperatura em que está regulado
o aparelho.
Esterilização por calor – vapor saturado sob pressão

Qualidade do vapor
 Vapor saturado seco contém somente água no estado gasoso.
 Forma mais efetiva de vapor esterilizante.
 Vapor saturado úmido (condensado) contém vapor saturado de forma excessiva devido
à condensação.
 O excesso de água compromete a secagem da carga em processamento.
 Os pacotes devem ser retirados da autoclave frios e secos para evitar que o vapor se
condense na temperatura ambiente, contaminando os artigos.
 A autoclave deve ser limpa diariamente com pano úmido
e sabão neutro.
 A limpeza dos filtros e do purgador deve ser feita pelo técnico
de manutenção especializado.
 A esterilização por autoclave exige empacotamento com
material permeável ao vapor, de preferência em embalagem
dupla para evitar contaminação.
Esterilização por calor seco

Calor seco (estufa ou fornos de Pasteur)


 Uso limitado, sua penetração e distribuição dentro da câmara não se faz de maneira
uniforme.
 O processo requer um tempo de exposição mais prolongado e altas temperaturas,
é inadequado para certos materiais, como tecido e borrachas.
 A estufa deve possuir um termômetro indicando a temperatura atingida no interior,
um termostato responsável pela manutenção da temperatura desejada.
 Para facilitar a condução do calor sem encostar as caixas
na parede da estufa nem encostar o bulbo do termômetro nas
caixas, é preciso colocar as maiores nas prateleiras superiores
e as menores nas inferiores.
 Não é recomendado colocar grande quantidade de material
dentro das caixas para não sobrecarregar o aparelho.
 Deve-se seguir o manual de instruções do fabricante.
Esterilização por calor

 Não é indicado interromper o processo de esterilização com a abertura da porta,


para que o processo de esterilização seja inadequado.
Comparação: uso da autoclave x estufa
 Mais difícil de interromper o processo de esterilização na autoclave, pois o aparelho encontra-
se em alta temperatura e sob pressão e o processo de esterilização é automatizado.
 Para efetiva esterilização em autoclave é necessário aplicar uma temperatura de
121 ºC por 15 a 30 minutos, dependendo de se o material está limpo ou sujo.
 Para medicamentos que não suportam 121 ºC pode-se
diminuir a temperatura para 115 ºC e aumentar o tempo
de exposição para 45 minutos.
 Estufas de secagem e esterilização, conforme a temperatura
utilizada, diferentes tempos são usados para se conseguir a
esterilização e, em geral, são elas: de 160 a 170 ºC por 2 horas,
de 140 ºC por 3 horas e 40 minutos ou 120 ºC por 12 horas.
Esterilização por calor

 Dificuldade da estufa de se fazer um controle biológico adequado, o Bacillus subtilis,


microrganismo utilizado para a realização do teste de esterilidade, é de difícil obtenção.
 O método de avaliação é mais caro do que o empregado para o controle biológico da
autoclave, quando se utiliza o Bacillus estearoterphomilus.
 Em estufa, as embalagens que suportam altas temperaturas, como caixas de alumínio
fechadas, são as mais indicadas.
 Caixas de aço inoxidável são aceitas como embalagens para a estufa, porém são menos
recomendadas para o método.
 Lâminas de alumínio podem ser utilizadas para esse método de esterilização.
 Estufas: tempo e temperatura inadequados e a interrupção
do ciclo com a abertura da porta são as principais causas de
falhas no processo.

 A temperatura adequada deve ser observada com o uso do


termômetro e não apenas pela leitura do termostato, que pode
estar desregulado.
Esterilização por calor

 Acondicionamento inadequado de material é uma das causas do insucesso.

 Caixas metálicas não devem se tocar e não devem tocar nas paredes da estufa, as maiores
ficam em cima e as menores embaixo.

Principais falhas no processo de esterilização da estufa:

 Limpeza inadequada dos instrumentos.

 Temperatura real versus termostato.

 Interrupção do ciclo (abrir a porta).

 Tempo de exposição insuficiente.

 Volume e distribuição de material inadequados.


Esterilização por radiação

Radiação ionizante

 Modifica o DNA da célula microbiana, provocando lesões estruturais graves e a difusão


de radicais livres.

 Nesse tipo de esterilização é utilizada a radiação gama, que possui um alto poder de
penetração, modificando o DNA das células dos microrganismos e gerando sua inativação.

 Dificuldade de operação e custo, esse tipo de esterilização é


utilizado em materiais implantáveis em medicina e odontologia.
Exemplo: implantes dentários.
Processos físico-químicos

 Classificação dos tipos de esterilização que integram um meio físico (temperatura) com
uma substância química.

 Devido a um aumento ou diminuição de temperatura, a substância química auxilia


a inativação dos microrganismos.

 Exemplos: óxido de etileno e peróxido de hidrogênio.


Óxido de etileno

 Obtido pela ação combinada de um agente químico, o óxido de etileno (ETO) e o calor
na forma de vapor saturado sob pressão, gerado em autoclave.

 Uso restrito a unidades hospitalares de grande porte devido ao custo das instalações
e complexidade na operacionalização.

 Instruções do fabricante e a supervisão das técnicas de manejo dos equipamentos de


segurança física e ambiental, uso de EPIs como luvas de proteção, óculos de proteção,
máscara com filtro químico próprio para vapores orgânicos, botas e roupas de PVC.

 A exposição continuada ao ETO pode provocar irritação


cutânea, anemia e vômito, além de ser carcinogênico e
mutagênico.
Plasma de peróxido de hidrogênio

 Meio de esterilização físico-químico.


 Considerado o quarto estado da matéria: sólido, líquido, gás, plasma.
 O plasma gerado a partir do peróxido de hidrogênio (água oxigenada) é constituído de
radicais livres e de formas químicas altamente reativas, interagindo com as membranas
celulares.
Características:
 Ação bactericida, esporicida, fungicida e virucida.
 Tempo de exposição para esterilização: 75 minutos, temperatura de 40 ºC a 55 ºC.
 Utilizado para materiais e artigos termossensíveis, aparelhos
elétricos, endoscópios e outros instrumentais
médico-hospitalares.
 Considerado atóxico, eficaz e possui alta penetrabilidade.
 Fases do seu ciclo são: vácuo, injeção, difusão, plasma
e a ventilação.
Processos químicos

 Utilizados quando não pode realizar a esterilização pelos métodos físicos ou físico-químicos.

 Podem ser empregados quando os materiais que necessitam de esterilização não podem
sofrer alterações de temperaturas.

 Para esterilização, o material terá que ficar imerso em contato com a substância por
determinado tempo que será definido pelo fabricante.

 Processo de esterilização química exige embalagem plástica


com tampa.

 Deve-se checar o tempo de esterilização, validade do produto,


submersão total dos instrumentos, limpeza e desinfecção
prévia do material e fechamento do recipiente que contém
o esterilizante.
Ácido peracético

 Ação esterilizante se dá pela oxidação.

 Ácido peracético atua na parede celular e no interior da célula, danificando o sistema


enzimático e destruindo o microrganismo.

 O agente esterilizante é o ácido acético, e o tempo de exposição para esterilização


compreende de 30 a 45 minutos, temperatura de 50 ºC a 55 ºC, que varia de acordo
com a marca comercial.

 O ácido peracético só deve ser utilizado em materiais


e instrumentais para uso imediato.

 Não permite o acondicionamento e armazenamento, o


material, ao ser retirado da imersão, não pode mais ser
considerado esterilizado.
Glutaraldeído

 Substância química que utiliza produtos do grupo dos aldeídos, glutaraldeídos


e formaldeídos.
 Toxicidade ao tempo prolongado de exposição e necessidade de utilização imediata,
não pode ser armazenado.
 Órgãos de saúde não recomendam o uso do glutaraldeído devido à sua toxicidade
e possibilidade de não esterilizar alguns tipos de microbactérias.
 Artigos devem estar limpos, secos e desconectados
(permitindo a ação do produto químico) e totalmente imersos
na solução em recipiente de vidro ou plástico com tampa
(recomenda-se recipiente duplo perfurado e outro sem furo).
Não é recomendado empregar metais diferentes devido à
corrosão eletrolítica.
 Tempo da exposição: 10 horas.
 O material estéril deve ser armazenado em ambiente seco,
limpo e fechado.
Interatividade

 Esterilização é a inativação de todos os microrganismos vivos, incluindo vírus, fungos,


bactérias e esporos, pode ser obtida por processos físicos, físico-químicos ou químicos.
Explique os processos físicos de esterilização e cite três exemplos.
Resposta

 Esterilização é a inativação de todos os microrganismos vivos, incluindo vírus, fungos,


bactérias e esporos, pode ser obtida por processos físicos, físico-químicos ou químicos.
Explique os processos físicos de esterilização e cite três exemplos.

 Resposta: esterilização ocorre por meio da mudança no estado físico dos microrganismos,
podendo ser feita por aumento de temperatura ou envolver radiação. Exemplos: vapor
saturado sob pressão (autoclave); calor seco (estufa ou fornos de Pasteur); radiação
ionizante e não ionizante.
Monitoramento do processo de esterilização

Testes para verificar se a esterilização foi eficiente;

 Teste mais seguro é promover a cultura dos microrganismos, o procedimento leva dias para
apresentar algum resultado.

Monitoração por intermédio de meios mecânicos, químicos e biológicos

 Meios mecânicos: realiza-se inspeção no equipamento para conferir seu funcionamento


e observar se não há problema que possa comprometer a esterilização.

 Na estufa, observa-se o termostato e confere-se a temperatura


real por meio de um termômetro.

 Na autoclave é necessário se preocupar com as válvulas,


os drenos, a borracha de vedação da porta, que comprometem
a esterilização e acabam por interromper o ciclo.
Monitoramento do processo de esterilização

 Meios químicos: são integradores químicos e são tiras indicadoras impregnadas com tinta
termoquímica, que muda de coloração quando exposta à temperatura.

 As tintas podem ser utilizadas internamente, nas embalagens colocadas sobre todos
os produtos a serem esterilizados.

 Podem ser usadas de maneira externa, contendo um integrador químico que muda de cor
após o material ser esterilizado.
Monitoramento do processo de esterilização

 Meios biológicos: são culturas padronizadas de microrganismos comprovadamente


resistentes a processos térmicos menos severos.

 Os esporos bacterianos são empregados nesses testes.

 Caso a cultura sobreviva ao processo de esterilização, significa que houve uma falha no
processo e deve-se identificar a causa da falha para que os próximos ciclos sejam efetivos.

Testes biológicos mais utilizados:

 Estufa: teste utilizando o esporo Bacillus subtilis.

 Autoclave: teste utilizando o Bacillus stearothermophilus.


Classificação dos artigos

 Artigos na área de saúde devem ter um cuidado especial, pois podem propagar infecção
cruzada entre os pacientes, os profissionais e disseminá-la no meio ambiente.

Classificação dos artigos:

 Artigos críticos, semicríticos e não críticos.


Classificação dos artigos

Artigos críticos

 São instrumentos que penetram na pele e mucosa o suficiente


para atingir o tecido subepitelial.

 São perfurocortantes, o que pode causar a ruptura da pele


ou da mucosa.

 Exemplos: agulhas, lâminas de bisturi e sondas. Agulha, artigo crítico


Fonte: livro-texto.

 Materiais críticos que não sejam capazes de passar pelo


processo de esterilização devem ser descartados após o uso.
Exemplo: agulhas e lâminas de bisturi.
Classificação dos artigos

Artigos semicríticos

 São materiais que entram em contato com a pele e mucosa,


sem penetrá-la, não atingem o tecido subepitelial.

 Não possuem ponta ativa, pois as partes que entram em contato


com pele e mucosa não são consideradas perfurocortantes.

 Exemplos: condensador e a espátula de inserção. Material semicrítico: inalador


Fonte: livro-texto.
 Materiais semicríticos exigem cuidados.

 Deve-se preconizar a esterilização.

 Quando o material não permitir a esterilização devido à sua


resistência ao processo, deve-se realizar a desinfecção com
um agente com alta atividade biocida. Exemplo: ácido
peracético.
Classificação dos artigos

Artigos não críticos

 São considerados materiais ou instrumentos que não entram em contato com a pele
ou mucosa.

 Sofrem contaminação, podendo disseminar infecção cruzada.

 Exemplos: bancadas, alças de refletores, comadres, papagaios, jarros, bacias, cubas,


aparelhos de pressão, termômetros e outras superfícies.

 Cuidados: desinfeção realizada com agentes com média


atividade biocida.

 Exemplos: álcool etílico a 70% e hipoclorito de sódio a 1%.


Higienização e lavagem das mãos

 Importantes no controle de infecção cruzada.

 Realizar de maneira correta e com o auxílio de soluções antissépticas.

 Remover joias, pulseiras, anéis e relógios, pois podem acumular microrganismos.

 Diferentes técnicas de higienização das mãos podem variar de acordo com o objetivo
ao qual se destinam.
Higienização e lavagem das mãos

Técnicas de higienização

Higienização simples das mãos

 Finalidade: remoção dos microrganismos que habitam nas camadas superficiais


da pele (como o suor, a oleosidade e células mortas), retirando a sujidade, permanência
e proliferação de microrganismos.

Higienização antisséptica das mãos

 Igual à anterior (higienização simples), substituindo o sabão


por um antisséptico.

 Promove a remoção de sujeiras e microrganismos


e reduz a carga microbiana nas mãos.
Higienização e lavagem das mãos

Antissépticos utilizados
 Remove sujidades e diminui microrganismos.
 Limpeza das mãos, usar a mesma técnica da higienização simples, substituindo o sabão por
um antisséptico.
 Fazer uma fricção antisséptica das mãos para reduzir a carga microbiana não remove
totalmente a sujidade como no processo de higienização das mãos com sabonetes
antissépticos.
 Duração da antissepsia das mãos: aproximadamente 20 a 30 segundos, tempo menor
quando comparado à higiene das mãos.
 Ministério da Saúde recomenda substâncias para antissepsia
das mãos:
 Solução alcoólica, clorexidina a 2% ou 4%, polivinil
pirrolidona-iodo (PVPI – solução aquosa, solução alcoólica,
solução degermante, todas a 10%, com 1% de iodo ativo);
ou o iodo na forma de solução alcoólica a 1% (álcool iodado);
triclosano; permanganato de potássio; soluções aquosas de
sais de prata.
Higienização e lavagem das mãos

Antissépticos efetivos

 Amplo espectro antimicrobiano.

 Ação rápida.

 Absorção não sistêmica.

 Não alergênico, irritante e/ou ressecante.

 Odor agradável.

 Baixo custo.

 Necessidade de obter dispensadores de pronto uso.

 Exemplos: álcool, compostos de iodo, clorexidina, triclosan,


nitrato de prata, permanganato de potássio.
Gerenciamento de resíduos

Classificação dos geradores de resíduos de serviço da saúde:


 Hospitais;
 Laboratórios analíticos de produtos para saúde;
 Necrotérios e funerárias;
 Serviços de medicina legal;
 Drogarias e farmácias (incluindo as de manipulação);
 Estabelecimentos de ensino e pesquisa da área da saúde;
 Clínicas e consultórios médicos e odontológicos.

O documento deve descrever as ações relativas ao manejo


dos resíduos sólidos e as características e riscos referentes
à geração, segregação, acondicionamento, coleta,
armazenamento, transporte, tratamento e disposição final,
as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
 Elaboração de ações específicas para situações de emergência e acidentes.
 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
 Comissões internas de Biossegurança e Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
Classificação dos Resíduos de Serviço da Saúde

 Tipo A: resíduo biológico.

 Tipo B: resíduo químico.

 Tipo C: resíduo radioativo.

 Tipo D: resíduo comum.

 Tipo E: perfurocortantes.
Sacos identificados com o símbolo de substância infectante
Fonte: livro-texto.

Grupo A – Resíduos biológicos

 Resíduos infectantes. Devem ser acondicionados em sacos


brancos leitosos e identificados com o símbolo de substância
infectante (desenhado na cor preta).

 Exemplos: gazes, algodões, campos utilizados em cirurgia,


luvas, máscaras, aventais descartáveis.
Classificação dos Resíduos de Serviço da Saúde

Grupo B – Substâncias químicas


 Resíduos podem apresentar risco à saúde do profissional ou ao meio ambiente.
 Não devem ser descartadas em esgoto, deve utilizar um coletor rígido com vedação na
tampa, identificado pelo símbolo de risco associado, com discriminação de substância
química e frases de risco.
 Exemplos: produtos inflamáveis, corrosivos e tóxicos.
Grupo C – Resíduos radioativos
 Resultantes de laboratórios de serviço de medicina nuclear, radioterapia e raios-X.
 Devem ser descartados em contêineres de chumbo.
 Materiais para o descarte devem ser representados pelo
símbolo internacional de radiação ionizante.

Identificação dos resíduos radioativos


Fonte: livro-texto.
Classificação dos Resíduos de Serviço da Saúde

Grupo D – Resíduos comuns

 Não apresentam risco biológico.

 Devem ser acondicionados em sacos de cor diferente do grupo


A (branco) para não haver confusão no momento da separação
dos detritos.
Recipientes coletores de
materiais perfurocortantes
 São identificados pelas seguintes cores: azul: papéis; amarelo: Fonte: livro-texto.
metais; verde: vidros; vermelho: plásticos; marrom: resíduos orgânicos.

Grupo E – Perfurocortantes

 Materiais considerados perfurocortantes.

 Exemplos: agulhas, ampolas de vidro, brocas,


lâminas de bisturi e vidros quebrados
Recipiente com símbolo
de coleta seletiva
Fonte: livro-texto.
Conservação de reagentes, insumos, medicamentos
e produtos cosméticos
Fatores extrínsecos: Fatores intrínsecos:
 Calor;  Interação entre os componentes
 Luz; da fórmula;
 Umidade;  Mudanças de pH;
 Agentes microbianos;  Água no interior do medicamento
ou do cosmético.
 Oxigênio (O2);
 Gás carbônico (CO2);
 Natureza dos recipientes.
Recursos específicos para minimizar
as alterações:
 Estabilizantes;
 Conservantes;
 Liofilização.
Convite ao chat

 Agora deixo para vocês uma atividade para ser realizada no chat.
ATÉ A PRÓXIMA!

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