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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE PASSOS – SRE

PMAT - Programa Municipal de Atividades Tutoradas


PMAT – 34ª SEMANA – 01 a 05 de novembro de 2021.
ALUNO (A): _______________________________________________________________________________________________
PROFESSOR: Marcos Paulo da Silva COMPONENTE CURRICULAR: História
ESCOLA: ___________________________________________________________________ TURMA: 8º ano _______
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Atividades adaptadas para o aluno: João Lucas da Silva Guimarães

Industrialização, Imperialismo e Resistência

Aula 1 – (EF08HI24)
A ideia principal do imperialismo – um povo ou nação que domina outro território – existiu desde
os tempos mais remotos. Desde a Antiguidade, civilizações com mais recursos buscavam invadir terras
alheias a fim de garantirem mão de obra, matéria-prima e passagem para seus exércitos. Podemos citar o
Império Egípcio e o Império Romano como exemplos. No entanto, o conceito de imperialismo que
explicamos aqui é o criado por Lenin (1870-1924) na sua obra “Imperialismo: etapa superior do
capitalismo”, de 1917. Neste livro, ele analisava a moderna dominação de países europeus industrializados
sobre territórios africanos e asiáticos. Segundo Lenin, o imperialismo era uma consequência do
crescimento industrial. Os países produziam tanto que o mercado interno ficava reduzido e era preciso
buscar outros lugares para vender os excedentes. Também era necessário encontrar fornecedores de
matéria-prima para as indústrias que requeriam cada vez mais recursos. Da mesma maneira, o número de
desempregados aumentava com o progresso tecnológico e ir para esses territórios era uma chance de
encontrar trabalho. Vemos que a expansão imperialista trazia soluções para os problemas criados com a
Segunda Revolução Industrial para os países europeus. No entanto, para aqueles que foram subjugados, as
dificuldades só estavam começando.
O imperialismo é o nome dado para o conjunto de políticas que teve como objetivo promover a
expansão territorial, econômica e/ou cultural de um país sobre outros. O imperialismo mudou totalmente
a organização do mapa da Terra. Impérios existentes nos continentes ocupados foram destruídos e suas
populações foram colocadas sobre uma cruel exploração de seu trabalho. Imperialismo e colonialismo
apresentam muitas semelhanças, mas não são sinônimos. O colonialismo foi uma dominação direta,
econômica e política, principalmente sobre territórios americanos, africanos e asiáticos. Ocorreu no século
XVI, quando a ideia de acumulação metalista ditava as regras econômicas. Por outro lado, o imperialismo
aconteceu durante os séculos XIX e XX, em sociedades industrializadas sobre sociedades agrárias. O
imperialismo se caracteriza, especialmente, por uma dominação econômica, onde os chefes políticos locais
conservavam uma parcela do seu poder. Alguns autores, inclusive, preferem o termo neocolonialismo.
Nem o imperialismo, nem o colonialismo foram pacíficos e acabaram por destruir muitas sociedades que
dominaram.

1) Qual a relação entre a Segunda Revolução Industrial e o Imperialismo?


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Aula 2 – (EF08HI24)
Em fins do século XIX, a última sociedade escravista caiu. Foi nesse período que, embaladas palas
novas descobertas sobre a origem e evolução dos homens, surgiram novas teorias de cunho raciais. Além
disso, o termo raça deixou de ter um sentido estritamente biológico para também ter um sentido social. A
principal ferramenta para legitimar a dominação e a exploração imperialista sobre a África e a Ásia foi a
teoria racial, chamada de darwinismo social, utilizada pelos imperialistas. O darwinismo social foi uma
adaptação da teoria da evolução das espécies de Charles Darwin para o âmbito social, ou seja, essa teoria
propagou o propósito de que, na luta pela vida, somente as nações civilizadas (onde estariam as “raças
mais fortes e superiores”) sobreviveriam. O Darwinismo Social surgiu no século XIX e tem Herbert Spencer
como principal mentor. Alguns autores preferem chamar a doutrina encabeçada pelo antropólogo inglês
de spencerismo social.
A perspectiva pregada pelos adeptos do darwinismo social considera a extinção de algumas
sociedades como parte integrante do processo evolutivo. Desse modo, o princípio de seleção natural de
que fala Darwin se aplicaria às sociedades. Essa perspectiva teórica tem as ideias de progresso e
hierarquização racial como centrais para o entendimento das relações entre as sociedades. O darwinismo
social prega uma ideia de hierarquia entre as sociedades e criou métodos de compreensão da cultura
impregnados de equívocos e preconceitos, coloca que determinada sociedade é superior a outra. Segundo
essa teoria, somente as potências industrializadas e civilizadas poderiam propagar a civilização. Ou seja, a
“raça superior branca europeia” levaria a civilização (tecnologia, formas de governo, religião cristã e
ciência) para as colônias. Sendo assim, dentro da lógica dessa teoria, para a África e a Ásia conseguirem
evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o contato com as potências
imperialistas. Todo esse discurso legitimou a exploração política e econômica imperialista nos continentes
africanos e asiáticos até a década de 1960, período marcado pela descolonização da África e Ásia e fator
responsável pela atual miséria e fome existentes em diversos países africanos.
O Darwinismo Social também apresenta uma forte associação com a disseminação das ideias
racistas. Como já foi dito, essa teoria pregava a existência de sociedades superiores às outras. E a
atribuição do status de superioridade estava sempre associada às comunidades brancas, europeias. Os
povos negros, comunidades indígenas e orientais sempre ocupavam estratos mais baixos na hierarquização
promovida por essa teoria. Na história da humanidade, o pressuposto de superioridade racial esteve
presente no nazismo, ocorrido na Alemanha, e no fascismo, que se deu na Itália. No primeiro caso, foi
marcante a perseguição e morte de milhares de judeus, além de homossexuais e negros, que eram vistos
como inferiores. Para a ideologia nazista, liderada por Adolf Hitler, a raça ariana possuía o status de
superioridade frente as demais. O fascismo italiano, por sua vez, pregava o ideal de pureza racial e
afirmava que a mistura entre raças era uma forma de contaminação.
Diferente do que era pregado pelo Darwinismo Social e pelas ideologias estruturadas a partir dessa
doutrina, a existência de raças humanas nunca foi cientificamente comprovada. Pelo contrário, a ciência
reconhece a existência de apenas uma raça, a raça humana. Contudo, socialmente, são observadas
desigualdades e hierarquias entre grupos de indivíduos que possuem traços fenotípicos distintos. É o que
acontece no Brasil, por exemplo, onde pessoas negras geralmente ocupam as piores posições no que diz
respeito à garantia de direitos humanos, como saúde, educação, segurança e outros por consequências de
escolhas políticas que resultam em exclusão social.

1) Podemos dizer que uma das consequências da doutrina do Darwinismo Social, elaborada no século XIX,
foi: (marque a correta)

a) o aperfeiçoamento das sociedades democráticas e a evolução tecnológica ocidental.


b) as lutas pelos direitos civis e pela “igualdade racial”.
c) as políticas de segregação racial do século XX.
d) as leis de segregação racial implementadas no Brasil durante o período republicano.

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Aula 3 – (EF08HI24)
A apropriação do continente africano pelas potências europeias foi consolidada durante a
Conferência de Berlim, organizada entre 1884 e 1885 sob a liderança do chanceler alemão, Otto von
Bismarck. Conhecido também como partilha da África, esse evento oficializou o neocolonialismo que
resultou na extensa exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus.
Uma das principais características da exploração africana no período imperialista era o crescimento
do Eurocentrismo. E esse Eurocentrismo se definia por meio da força dos colonizadores que obrigavam os
nativos a adotarem aspectos europeus, como cultura e religião características da Europa.
Diferentemente do que muitos pensam, a ocupação europeia encontrou resistência em todo o
continente africano. Os movimentos de resistência foram organizados tanto por povos que possuíam um
Estado organizado e centralizado quanto por aqueles que não possuíam. A vitória dos europeus sobre
esses movimentos de resistência aconteceu em decorrência de sua vantagem tecnológica, sobretudo em
relação a armas e meios de comunicação. Apesar disso, considera-se que o movimento de ocupação dos
países europeus ocorreu de forma desorganizada.

1) “Os europeus estavam convencidos de que a África seria um grande mercado para os produtos de sua
indústria a partir do momento que se civilizasse, isto é, que adotasse as crenças, os valores e os modos de
vida dominantes na Europa. Contavam para isso com a ação dos missionários cristãos e dos comerciantes
europeus.”
Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.

O texto expõe a combinação de estratégias e interesses europeus na colonização da África, a partir do final
do século XVIII. Entre essas estratégias, é correto citar:

a) o respeito às tradições locais e a assimilação de princípios éticos e morais dos nativos.


b) a negociação com os líderes locais e a defesa da democracia política.
c) a catequização e a difusão de discursos de supremacia racial e cultural.
d) o endosso ao sincretismo religioso e o estabelecimento de laços diplomáticos

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