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Pós Graduação – Modalidade EAD

Especialização em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico.

TRABALHO AVALIATIVO
DISCIPLINA: Avaliação de Impactos Ambientais

RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO: Identificação, Mapeamento e


Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas. De autoria de Diane Holt
e David Littlewood (2015). Estudo de Caso publicado em Rev. California
Management Review, vol. 57, Nº 3, pp 107-125. ©2015.

EDSON FERNANDO DE SOUZA / Matão – SP.

Quando o Irmão Frei Luca Pacioli, que desenvolveu o método das partidas dobradas
(o princípio de tudo o que a empresa tem é igual a tudo o que a empresa deve), isto ainda no
século XIII 1, em plena Idade Média, ele criou a contabilidade moderna como a conhecemos, e
presumivelmente Pacioli não supôs que os objetivos das empresas (lucros e continuidade, por
exemplo) pudessem mudar ao longo do tempo. Isto quer dizer que basicamente as empresas, as
entidades contábeis servem para dar lucro aos donos ou investidores, além disto, as empresas
tem o princípio da continuidade, como a questão das empresas de família, em que mesmo com
o falecimento de um membro mais velho da família (que tocava o negócio), o negócio continua,
com um herdeiro assumindo a administração deste negócio e assim vai. Assim, diz-se que as
empresas tem que seguir, categoricamente, os princípios da entidades contábeis, e da

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Nota do estudante: (assunto: Contabilidade moderna – sua gênese e aplicabilidade) sendo que as
teorias de Pacioli prevaleceram como as únicas formas da contabilidade moderna do século “XV até o
século XVIII” (SCHMIDT, 2000 apud FERRARI, 2010, p.23).
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Ambientais. p. 2 / 4 – Às 21:08 de 29/01/2021

continuidade – e com isto, justifica-se inteiramente as partidas dobradas, onde tudo o que a
empresa tem é igual a tudo o que ela deve, seja ela devedora a terceiros, a bancos, enfim, ou
mesmo o que a empresa deve aos donos ou investidores dela, com a distribuição de lucros e
dividendos, os valores retidos em reservas de capital e etc.
Os objetivos das entidades contábeis, ou empresas, mudam ao longo do tempo, ou
melhor ao longo dos séculos. Por exemplo, pegue-se a revolução industrial. Era uma revolução
das manufaturas contra as produções mais artesanais. Depois vem a outra revolução industrial,
das linhas de produção, e toda a questão gerencial que isto acarretou. Depois teve ainda a
terceira fase da revolução industrial, com o mundo globalizado e as expansões dos mercados,
das telecomunicações e da informática; ultimamente, fala-se da indústria 4.0, ou seja, a indústria
ligada à internet das coisas, a indústria modular, adaptável e formada por indústrias que tem
severas preocupações socioambientais e etc. (FIA, 2020).
Com alguns conceitos essenciais incialmente expostos, então, apresenta-se o estudo
dos autores Holt; Littlewood (2015), que falam da questão das empresas híbridas, ou seja,
empresas que têm preocupações socioambientais (e que nem sempre significam preocupações
com lucros) conquanto a empresa também tiver suas preocupações econômicas (isto é, empresa
atenta a suas reservas, suas contas contábeis, seus lucros e etc.). Porém estas empresas híbridas
apresentam uma gama imensa de variações e diversidade, por exemplo:

Como exemplo dessa diversidade, exige-se que uma organização cadastre-se


como uma organização não governamental internacional (ONG), porque a
empresa utiliza o nome do país onde está a sede. Na realidade, elas possuem
características de ONG, empresa com fins lucrativos e associação comunitária, ou
seja, essencialmente elas são híbridas. É essa diversidade que sugere que um
processo de mapeamento de impacto, através de uma análise indutiva de nossos
casos, resulta em uma contribuição que pode [ser] amplamente aplicada (HOLT;
LITTLEWOOD, 2015, p. 110).

Assim, faz-se a resenha do artigo acadêmico intitulado “Identificação, Mapeamento e


Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas”, estudo acadêmico este que faz parte
do célebre rol de artigos que integram o Estudo de Caso Harvard, se tratando então (neste ad
ínterim), de um estudo da Instituição de Ensino Superior, publicado na revista California
Management Review, catalogado como Case Program cmr.2015.57.3.107. Além disto, esta
pesquisa foi financiada pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social (referência RES- 061-
25-0473). Por fim, os copyrights são de Harvard Bussiness School, e podem ser obtidas mais
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informações no contato: permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860, sendo que A cópia


ou o envio deste documento viola os direitos autorais.
O estudo resenhado é de autoria de Holt; Littlewood (2015), sendo que Diane Holt é
Professora Universitária Sênior em Gestão na Escola de Administração, discente de Essex,
Universidade de Essex, Reino Unido. Contato com a professora pode ser feito em
<dholt@essex.ac.uk>; e David Littlewood é um Professor Universitário, na área de Reputação
e Responsabilidade, discente na Escola de Administração Henley, Universidade de Reading, no
Reino Unido. E o contato com o professor Littlewood pode ser feito em
<d.c.littlewood@reading.ac.uk>
O estudo trata da questão de fazer a exposição de “um processo [que serve] para
identificar, mapear e construir indicadores de impacto baseados em um estudo com vinte
organizações híbridas na África Subsaariana” (HOLT; LITTLEWOOD, 2015, p. 107).
Como o estudo fala de empresas híbridas na nações Africanas Subsaarianas,
evidentemente, o texto resenhado tem uma alta carga de escrita sobre meio ambiente,
sustentabilidade, projetos sociais, ações sociais e os impactos destes projetos / ações todos no
desenvolvimento sustentável.
E os autores Holt; Littlewood (2015) realmente captaram o cerne de toda a temática
do estudo que eles se propuseram a fazer, tratando de regiões com graves problemas de
desenvolvimento, e de desenvolvimento sustentável, pegando ainda a questão das empresas
com forte cunho social, e a concepção das empresas híbridas, casando assim todos os pontos
do texto – desenvolvimento, erradicação da pobreza, dignidade humana e sustentabilidade.

Os contextos institucionais fragmentados e altamente variáveis das nações da


África Subsaariana e os problemas sociais graves existentes nesses ambientes com
recursos limitados conduziram a uma proliferação de tipos diferentes de
organizações híbridas que lidam com diversos desafios sociais e ambientais
intransponíveis (HOLT; LITTLEWOOD, 2015, p. 108).

O estudo além de tratar destes novos cocneitr5os de desenvolvimento holístico-


sustentável, de empresas híbridas e de modelos de negócios verdes, além disto, o estudo traz
um modelo de gestão especialmente adaptado para as necessidades destas empresas híbridas
que atuam na região africana subsaariana.
Este modelo de gestão é oriundo do padrão Hy-Map, isto é, um modelo semelhante ao
diagrama de análise SWOT, ou semelhante a uma matriz de alvo central, de hierarquia de
prioridade e escala de valores. Sendo que os autores Holt; Littlewood (2015, p. 115) dizem
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assim sobre tais análise de gestão (Hy-Map) nas empresas híbridas da África subsaariana:
“Após identificar e se envolver com as partes interessadas relevantes, sugerimos que o modelo
Hy-Map ofereça um mecanismo capaz de gerar uma visão holística de uma organização híbrida
e seus impactos potenciais em várias partes interessadas”.
Por fim, aponta-se que o estudo de Holt; Littlewood (2015) traz relevantes informações
sobre as empresas híbridas e a necessidade de readaptação que os processos empresais devem
passar; mesmo fazendo atualizações nas definições de contabilidade, e deixando claro que sim,
as empresas ainda precisam ter lucros, porém, que as empresas com ações de cunho social, ou
mesmo as empresas híbridas, com certeza, prezam sim por lucros, índices de rentabilidade dos
negócios e etc.; porém que outros valores, como valor agregado a produtos, iniciativas sociais,
programas de desenvolvimentos de comunidades, e ações de enfrentamento a pobreza, por
exemplo, são mais (ou, ao menos, tão) importantes quanto a lucratividade. Porque de fato, a
empresa atua em nichos sociais (comunidades), e de certo modo, favorecendo as próprias
comunidades, no fim das contas, são as próprias empresas que também saem favorecidas.

REFERÊNCIAS

FERRARI, Bruno Amorim. Contabilidade Financeira VS Gerencial: Um estudo da


evolução histórica da contabilidade e formação dos contadores. © 2003, pp. 53. Copyrights
do autor. Curso de Ciências Contábeis. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis — SC. Versão online. Disponível em <http://tcc.bu.ufsc.br/
Contabeis300550.PDF> Acesso em 27 de jan. de 2021.

FIA (Fundação Instituto de Administração). Indústria 4.0: o que é, consequências, impactos


positivos e negativos (Guia Completo – resenha). Site de FIA (Blog). Datado de: 11 de nov.
de 2020. Disponível em < https://fia.com.br/blog/industria-4-0/> |Acesso em 28 de jan. de
2021.

HOLT, Diane; LITTLEWOOD, David. Identificação, Mapeamento e Monitoramento do


Impacto em Organizações Híbridas. Rev. California Management Review, Vol. 57, nº 3,
pp.107–125. ISSN 0008-1256, e-ISSN 2162-8564. © 2015 pelos Regentes da Universidade da
Califórnia. Todos os direitos reservados. Para solicitar permissão para fotocopiar ou
reproduzir o conteúdo de artigos, entre em contato com a Universidade da Califórnia em
http://www.ucpressjournals.com/reprintinfo.asp. DOI: 10.1525/cmr.2015.57.3.107. Versão
online. Versão traduzida por corpo docente de IES: versão para fins educacionais, para Oscar
Javier Celis Ariza, Universidade Estácio de Sá. A cópia ou o envio deste documento viola os
direitos autorais. Contato: Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860. Acesso mediante
log-in em <http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/ disciplineDetails> Acesso em 24 de jan. de
2021.

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