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AVALIAÇÃO DE PRÉ TRATAMENTO DE LIXIVIADO

O lixiviado é um efluente líquido de alta complexidade, e sua geração está diretamente


ligada à produção de resíduos sólidos, em especial nas aeras urbanas do Brasil. Tais resíduos
devem receber, conforme a legislação, destino final ambientalmente adequado, sendo
dispostos em aterros sanitários ou controlados. Desta disposição há produção de lixiviado, que
se forma no maciço dos aterros devido aos processos de degradação de matéria orgânica
somado as precipitações atmosféricas. Este efluente não pode ser lançado em corpos hídricos
sem tratamento prévio uma vez que tem elevada toxicidade podendo causar prejuízos a biota
aquática. Há ainda a obrigação legal de tratamento e adequação as normas de lançamentos
contidas na resolução CONAMA 430/2011.

Uma alternativa para tratamento do lixiviado é o seu tratamento em uma estação de


tratamento de esgotos – ETE. Estas unidades realizam tratamento de efluentes como esgoto
sanitário através de processos biológicos como lodos ativados. Por outro lado, devido às
características físico químicas que o lixiviado pode conter, (como alto teor de matéria orgânica
e amônia) faz-se necessário pré tratar este efluente para que o mesmo não prejudique a
eficiência das estações. Deve-se buscar especialmente metodologias de tratamento que
elevem o teor de biodegradabilidade do efluente em questão, a fim de torná-lo mais suscetível
ao tratamento biológico esperado.

No presente estudo foram testados três tipos de pré-tratamento para o efluente:


processo Fenton, arraste de ar e tratamento com cal. O processo Fenton baseia-se na oxidação
da matéria orgânica do meio realizada por radicais hidroxila gerados de peróxido de
hidrogênio e catalisada na presença de ferro em pH ácido. O arraste de ar objetiva remoção de
amônia através da sua passagem da porção ionizada para a porção livre. Essa conversão se dá
em função do pH da amostra e da temperatura da mesma enquanto o ar carreia o analito para
a atmosfera. O tratamento com cal, por sua vez, emprega adição de hidróxido de sódio que é
um conhecido agente coagulante, sendo, portanto capaz de agrupar partículas em colóides
que serão removidos por precipitação. Este tratamento eleva o pH da amostra e é capaz tanto
de reduzir o teor de matéria orgânica como o de amônia.

Os efluentes pré-tratados foram submetidos a um teste de biodegradabilidade


aeróbia, afim de que este parâmetro seja avaliado como balizador na tomada de decisão
acerca da alternativa mais viável de tratamento anterior ao de uma ETE. Este teste compara a
evolução do teor de matéria orgânica dos efluentes tratados frente ao lixivado bruto num
período de 29 dias em um reator areóbio contendo lodo biológico de uma ETE.

A análise dos resultados obtidos no teste de biodegradabilidade mostraram que


nenhum dos tratamentos estudados elevou o teor de degradação do lixiviado bruto que foi de
24%, contudo, os efluentes pré tratados por arraste de amônia por ar com elevação de pH e
por tempertaura são consideradas alternativas viáveis, uma vez que apresentaram um
percentual de biodegradabilidade de 21% e 15%, respectivamente e para estas amostras,
observou-se também remoção de 88,41% e 88,74% de amônia nos mesmos tratamentos, o
que os torna alternativas viáveis para um tratamento biológico subseqüente.

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