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CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE

INSTITUTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA

AMANDA GURGEL BRAGA


BRUNO HENRIQUE DE PAULA
CAROLINA ARAÚJO MOREIRA
FELIPE GREGORY DE AGUIAR
LORENA MINGOTE MARQUES
MAGNO SCHEDER DE ALMEIDA
THIAGO VISCONTI PEREZ
THULIO YVO PEDROSA SANTOS

ESTUDO DE CASO: reutilização da água da estação de tratamento de


esgoto

BELO HORIZONTE
OTUBRO – 2012
AMANDA GURGEL BRAGA
BRUNO HENRIQUE DE PAULA
CAROLINA ARAÚJO MOREIRA
FELIPE GREGORY DE AGUIAR
LORENA MINGOTE MARQUES
MAGNO SCHEDER DE ALMEIDA
THIAGO VISCONTI PEREZ
THULIO YVO PEDROSA SANTOS

ESTUDO DE CASO: réu


tilização da água da estação de tratamento de esgoto

Projeto de Pesquisa apresentado ao Instituto de Engenharia e


Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, como requisito para a
aprovação na disciplina Trabalho Interdisciplinar de Graduação II.

Orientadora: Profa. MSc. Maria Eugênia da Costa Machado

BELO HORIZONTE
OUTUBRO - 2012
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CONAMA– Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBO– Demanda Biológica de Oxigênio
DQO –Demanda Química de Oxigênio
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
ETEs – Estegulamentação de Tratamento de Efluentes
FUNASA– Fundação Nacional da Saúde
NBR- Norma Brasileira Regulamentadora.
SS – Sólidos em Suspensão
SST– Sólidos em Suspensão Total
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO..................................................................................................................5
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA.........................................................................................6
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA.................................................................6
1.3 OBJETIVOS....................................................................................................................6
1.3.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................6
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................7
1.4 JUSTIFICATIVA............................................................................................................7
1.5 DISCUSSÃO COM AS DISCIPLINAS.........................................................................7
1.5.1 CÁLCULO DIFERENCIAL........................................................................................7
1.5.2 ALGORITMO E ESTRUTURA DE DADOS.............................................................8
1.5.3 DESENHO TÉCNICO COMPUTACIONAL.............................................................8
1.5.4 ECONOMIA................................................................................................................8
1.5.5 SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SÓCIO AMBIENTAL.............8
2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................10
2.1 DEFINIÇÃO DE ESGOTO..........................................................................................10
2.2 COMPOSIÇÕES TÍPICAS DOS ESGOTOS...............................................................10
2.3 CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS.......................................................................11
2.3.1 TEMPERATURA......................................................................................................11
2.3.2 VARIAÇÃO DE VAZÃO..........................................................................................11
2.3.3 MATÉRIA ORGÂNICA............................................................................................12
2.3.4 MATÉRIA INORGÂNICA.......................................................................................12
2.3.5 INDICADORES DE POLUIÇÃO.............................................................................12
2.3.6 COLORAÇÃO...........................................................................................................12
2.3.7 TURBIDEZ ...............................................................................................................13
2.3.8 ODOR.........................................................................................................................13
2.3.9 MICRORGANISMOS...............................................................................................13
2.4 IMPORTÂNCIAS DO TRATAMENTO......................................................................14
2.5 PROCESSOS DE TRATAMENTO DE ESGOTO.......................................................15
3. METODOLOGIA...........................................................................................................17
4. CRONOGRAMA............................................................................................................18
5. REFERÊNCIAS..............................................................................................................19
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1 INTRODUÇÃO

A reutilização de água não é um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo há
muitos anos. Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a disposição de esgotos e
sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda crescente por água tem feito do reuso
planejado da água um tema atual e de grande importância.

O Esgoto, efluente ou águas servidas são todos os resíduos líquidos provenientes de indústrias
e domicílios e que necessitam de tratamento adequado para que sejam removidas as
impurezas e assim possam ser devolvidos à natureza sem causar danos ambientais e à saúde
humana. Geralmente a própria natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica
presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes essa matéria é em grande
quantidade exigindo um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais rápida. É importante
destacar que o tratamento dos efluentes pode variar muito dependendo do tipo de efluente
tratado e da classificação do corpo de água que irá receber esse efluente, de acordo com a
Resolução CONAMA 20/86. Quanto ao tipo, o esgoto industrial costuma ser mais difícil e
caro de tratar devido à grande quantidade de produtos químicos presentes. (COPASA,
CETESB, 2007).

Os esgotos tratados têm um papel fundamental no planejamento e na gestão sustentável dos


recursos hídricos como um substituto para o uso de águas destinadas a fins agrícolas,
refrigeração e alimentação de caldeiras em indústrias, irrigação paisagística, combate ao fogo,
descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de
ruas e pontos de ônibus em centros urbanos, entre outras.

Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para abastecimento público e outros usos
prioritários, o uso de esgotos contribui para a conservação dos recursos e acrescenta uma
dimensão econômica ao planejamento dos recursos hídricos.

A crescente consciência de que a qualidade da vida humana depende criticamente do controle


ambiental, além da pressão social pelas soluções "ecologicamente corretas," mais do que as
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penalidades financeiras, são a principal motivação das empresas para iniciar seus projetos de
tratamento de seus efluentes e, em especial, do reuso da água.

1.1 Problema de pesquisa

Qual a viabilidade econômica e física para a reutilização da água da ETE (Estação de


Tratamento de Efluentes) em uma grande empresa da indústria automobilística de itabirito?

1.1.1 Contextualização do problema

Em uma empresa localizada na cidade de Itabirito – MG, há um sistema em pleno


funcionamento para o tratamento do esgoto gerado pela fábrica.

Após todo o processo de tratamento, utiliza-se a água para irrigação do jardim, e lavagem do
asfalto, ambos pertencentes à empresa, porém em pequenas quantidades, deposita-se a maior
parte no rio Itabirito.

Logo, pretende-se estudar a viabilidade econômica e física para que a água não vá para o rio,
e seja reutilizada nos vasos sanitários da mesma.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Discutir uma melhor distribuição e reutilização da água tratada de uma E.T.E (Estação de
Tratamento de Esgoto).
7

1.2.2 Objetivos específicos

• Identificar uma alternativa para a reutilização das águas resultantes do tratamento de esgoto;
• Fazer um levantamento de dados e checar o quanto seria viável ou não esta alternativa;
• Criar uma maquete que possibilite uma melhor visualização do processo indicado.

1.3 Justificativa

Atualmente, a sustentabilidade tem sido alvo de grandes discussões, devido a sua relevância
na sociedade, pois é através da mesma em que busca-se a saída para os problemas em que
encontra-se o meio ambiente.

Partindo-se desta ideia, inovar com um intuito e pensamento empreendedor fez com que o
grupo pesquisasse novas tecnologias, novos processos para melhorar uma ETE(Estação de
Tratamento de Efluentes), localizada em uma empresa na cidade de Itabirito-MG.

Logo, projetou-se de acordo com as análises efetuadas, uma maneira para reutilizar a água
tratada, que é depositada em um rio que passa nas margens da empresa nos vasos sanitários da
mesma. Acredita-se que é possível minimizar despesas econômicas e impactos gerados ao
meio ambiente.

1.4 Discussão com as disciplinas

1.4.1 Cálculo diferencial

Pode-se relacionar o trabalho com o Cálculo Diferencial uma vez que o grupo irá fazer o
dimensionamento da ETE e também o cálculo estrutural para reaproveitamento da água em
vasos sanitários. A contribuição desta disciplina encontra-se no tópico resultados e discussão.
8

1.4.2 Algoritmo e estrutura de dados

Será feito um algoritmo que mostrará o cálculo da área de um vestiário feminino, assim como
masculino. Esse algoritmo encontra-se em anexo.

1.4.3 Desenho técnico computacional

A discussão com a matéria Desenho Técnico Computacional será feita através da construção
de uma planta da ETE com representações também do futuro direcionamento da água para os
vasos sanitários. Essa contribuição encontra-se em resultado e discussão e anexo.

1.4.4 Economia

Como o grupo pretendia analisar além da viabilidade física, também a viabilidade econômica
para a construção de novas instalações hidráulicas para a reutilização de água da ETE, foi
executado um planejamento financeiro para a construção das mesmas. Essa contribuição
encontra-se em resultado e discussão.

1.4.5 Sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

Com a construção de um novo sistema hidráulico para a ETE já existente na empresa situada
em Itabirito, será despejada uma menor quantidade de litros de água no Rio Itabirito. Sendo a
água já tratada, com o reaproveitamento quase total da mesma, a empresa mostra seu respeito
e preocupação com o meio ambiente e a população da cidade, uma vez que é um exemplo a
ser seguido por todos os moradores. Essa contribuição encontra-se em resultado e discussão.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Definição de esgoto

Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986) esgoto sanitário é o despejo líquido constituído de
esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e água pluvial parasitária.

Ainda segundo a mesma norma, esgoto doméstico é o despejo líquido resultante do uso da
água para higiene e necessidades fisiológicas humanas; esgoto industrial é o despejo líquido
resultante dos processos industriais, respeitando os padrões de lançamento estabelecidos; água
de infiltração é toda água proveniente do subsolo, indesejável ao sistema separador e que
penetra nas canalizações; contribuição pluvial parasitária é a parcela do deflúvio superficial
inevitavelmente absorvida pela rede de esgoto sanitário.

Segundo Von Sperling (1996), o esgoto sanitário é formado por esgoto doméstico, águas de
infiltração e despejos industriais, sendo que:

• O esgoto doméstico é derivado das residências, do comércio e das repartições públicas. A


porcentagem de retorno é de 80 % do escoamento da água distribuída;

• As águas de infiltração são as que entram na rede coletora de esgoto através de juntas
defeituosas das tubulações, paredes de poços de visita, etc. A taxa de infiltração depende
muito das juntas das tubulações, do tipo de elementos de inspeção, do tipo de solo e da
posição do lençol freático. Os valores médios são de 0,3 a 0,5 L/s.km;

• Os resíduos industriais são efluentes de indústrias que, devido às características favoráveis,


são descartados na rede de esgoto. Os esgotos industriais ocorrem em pontos específicos da
rede coletora e suas características dependem da indústria.
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2.2 Composições típicas dos esgotos

Os autores Silva e Mara (1979) afirmaram que a matéria sólida corresponde 0,1% dos esgotos
sanitários, sendo que a água é responsável pelos 99,9% restantes. A contribuição “percapita”
diária de DBO5 no Brasil pode ser de até 50g.

Tanto Gonçalves e Souza (1997), como Jordão e Pessoa (1995), afirmaram que a matéria
sólida representa apenas 0,08% dos esgotos sanitários, sendo que a água é responsável pelos
99,92% restantes. A diferença da composição em relação à proposta de Silva e Mara, (1979) –
99,9% e 0,1% - não é significativa.

Segundo Braga et al (2002), o esgoto contém inúmeros organismos vivos, tais como bactérias,
vírus e protozoários que, em sua maioria, são liberados com os dejetos humanos. Alguns são
de ampla importância para o próprio tratamento biológico dos efluentes, pois são responsáveis
pela decomposição da matéria orgânica complexa em compostos orgânicos mais simples e
estáveis, possibilitando a separação das fases sólida e líquida, e, gerando com isso um efluente
tratado assimilável pelo meio ambiente sem efeitos negativos.

2.3 Características dos esgotos

De acordo com FUNASA (2004), as principais características dos esgotos são: temperatura,
variação de vazão, matéria orgânica, matéria inorgânica, indicadores de poluição, coloração,
turbidez, odor, microrganismos. A seguir encontra-se a explicação de cada característica.

2.3.1 Temperatura

Geralmente, é pouco superior à das águas de abastecimento. A velocidade de decomposição


do esgoto é proporcional ao aumento da temperatura.
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2.3.2 Variação de vazão

Depende dos costumes da população. A vazão doméstica do esgoto é calculada em função do


consumo médio diário de água de um indivíduo. Estipula-se que para cada 100 litros de água
consumida, são lançados aproximadamente 80 litros de esgoto na rede coletora, ou seja, 80%.

2.3.2 Matéria orgânica

Cerca de 70% dos sólidos no esgoto são de origem orgânica, com maior frequência esses
compostos orgânicos são uma combinação de carbono, hidrogênio e oxigênio, e algumas
vezes com nitrogênio.

2.3.3 Matéria inorgânica

É constituída principalmente pela presença de areia e de substâncias minerais dissolvidas.

2.3.4 Indicadores de poluição

São muitos os organismos cuja presença num corpo d´água indica uma forma qualquer de
poluição. Para indicar a contaminação de origem humana adotam-se os organismos do grupo
coliformes como indicadores. As bactérias coliformes são típicas do intestino humano e de
outros animais de sangue quente. Estão presentes nas fezes humanas (100 a 400 bilhões de
coliformes/hab. dia) e são de simples determinação.

2.3.5 Coloração
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A coloração revela o estado de decomposição do esgoto, e fornece dados que podem


caracterizar o estado do despejo. Como exemplo, a cor preta é típica do esgoto velho e de uma
decomposição parcial, enquanto a tonalidade acinzentada já indica um esgoto fresco
(JORDÃO e PESSÔA, 1995).

2.3.6 Turbidez

Assim como a coloração, a turbidez igualmente revela o estado em que o esgoto se encontra.
Este parâmetro está relacionado com a concentração dos sólidos em suspensão. Esgotos mais
frescos ou mais concentrados possuem geralmente maior turbidez. (VON SPERLING, 1996)

2.3.7 Odor

No instante em que ocorre o processo de decomposição, alguns odores característicos de


esgotos podem ser gerados. Jordão e Pessoa (1995) citam três odores como sendo os
principais:

• odor razoavelmente tolerável, típico do esgoto fresco;

• odor intolerável, típico do esgoto velho ou séptico, que se procede da formação de gás
sulfídrico oriundo da decomposição do lodo contido nos despejos;

• odores variados, de produtos podres como de repolho, peixe, legumes; de fezes; de produtos
rançosos; de acordo coma predominância de produtos sulfurosos, nitrogenados, ácidos
orgânicos, etc.

2.3.8 Microrganismos
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As bactérias, fungos, protozoários, vírus e algas são os microrganismos mais pertinentes no


esgoto sanitário. (NUVOLARI, 2003).

As algas variam de formas e dimensões. No caso de lagos e lagoas, a reprodução de algas é


estimulada com o lançamento de efluentes de estações de tratamento ricos em nutrientes
(nitratos e fosfatos). Este lançamento é indesejável quando o seu crescimento é demasiado –
também conhecido como floração – e deve ser restringido.

O excessivo enriquecimento de nutrientes do corpo receptor seja ele um lago ou lagoa é


denominado de eutrofização, que nada mais é do que a superprodução de algas em floração
(SILVA, 2004).

Segundo Nuvolari (2003), as bactérias na sua grande maioria são unicelulares procariontes se
reproduzem por divisão celular, possuem tamanho de 0,5 a 1, são filamentosas e sua absorção
de nutrientes se da pela membrana celular.

Segundo o último autor, os fungos sob certas condições aparecem, mas, são indesejáveis e a
maioria é filamentosa. É estritamente aeróbio o que permite seu controle por anaerobiose
temporária.

Ainda segundo o mesmo autor, os protozoários alimentam-se de bactérias dispersas. No


decantador secundário isto se torna uma vantagem, uma vez que bactérias dispersas (não
aderentes ao floco biológico) não sedimentam e acabam saindo com o efluente tratado. O
falecimento desses microrganismos pode ser um indicador da ocorrência de produtos tóxicos.

2.4 Importâncias do tratamento

A maior parte do esgoto gerado tem como destino final um corpo d’água. O lançamento
destes efluentes em quantidades superiores à capacidade de assimilação do corpo receptor,
gerando a poluição das águas, pode acarretar além de danos ao meio ambiente, prejuízos à
saúde pública. No que se refere a questão da preservação do meio ambiente, o lançamento de
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esgotos ocasiona a depleção do oxigênio dissolvido, podendo provocar a morte de peixes e


outros organismos aquáticos.

Dentre as principais doenças relacionadas às fezes e, portanto, aos esgotos, estão a disenteria
bacilar, a cólera, a leptospirose, a salmonelose, a febre tifoide, a disenteria amebiana, a
giardíase, a hepatite, a gastroenterite e a poliomielite. (BENENSON, 1985)

2.5 Processos de tratamento de esgoto

No mundo contemporâneo, existem inúmeros processos para o tratamento de esgoto,


individuais ou combinados. A escolha pelo processo a ser empregado, deve-se levar em
consideração, principalmente, as condições do curso d´água receptor (estudo de
autodepuração e os limites definidos pela legislação ambiental) e da característica do esgoto
bruto gerado. É necessário certificar-se da eficiência de cada processo unitário e de seu custo,
além da disponibilidade de área (IMHOFF e IMHOFF, 1996).

Von Sperling e Chernicharo (2000) averiguaram os 32 processos de tratamento mais


comumente utilizados em todo o mundo e chegaram a conclusão que a maioria deles é capaz
de atingir valores razoáveis de qualidade de efluente, considerando DBO (Demanda Biológica
de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio) e, algumas vezes, SS (Sólidos em
Suspensão), compatíveis com a maioria de padrões de lançamento existentes para efluentes.
No entanto, para amônia, nitrogênio, coliformes termo tolerantes e especialmente fósforo,
somente uma faixa limitada de tecnologias de tratamento consegue gerar um efluente
compatível com eventuais padrões existentes.

Von Sperling (1996) cita que os aspectos importantes na seleção de sistemas de tratamento de
esgotos são: eficiência, confiabilidade, disposição do lodo, requisitos de área, impactos
ambientais, custos de operação, custos de implantação, sustentabilidade e simplicidade. Cada
sistema deve ser analisado individualmente, adotando-se a melhor alternativa técnica e
econômica.
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O tratamento de esgoto é usualmente classificado através dos seguintes níveis, segundo Von
Sperling (1996):

• Tratamento preliminar: objetiva apenas a remoção de sólidos grosseiros.

• Tratamento primário: visa à remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria orgânica,


predominando os mecanismos físicos.

• Tratamento secundário: onde predominam mecanismos biológicos, com objetivo principal


de remoção de matéria orgânica e de nutrientes (nitrogênio e fósforo);

• Tratamento terciário: objetiva a remoção de poluentes específicos (usualmente tóxicos ou


compostos não biodegradáveis) ou ainda, a remoção complementar de poluentes não
suficientemente removidos no tratamento secundário. O tratamento terciário é bastante raro
no Brasil.

Em termos gerais, duas abordagens são normalmente consideradas quanto padrão de


lançamento de efluentes. A primeira considera a implementação de padrões que levam em
conta o risco ambiental ocasionado pelo lançamento dos efluentes. Os padrões de emissão são
estabelecidos para resguardar os padrões de qualidade dos corpos d’água receptores, de forma
a assegurar que as condições ambientais existentes serão mantidas. A segunda incorpora a
fixação de limites baseados nas melhores tecnologias de tratamento (REVISÃO DA
LITERATURA, Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos da UFMG) disponíveis, considerando a remoção de constituintes mais
convencionais, tais como DBO e SST. No primeiro caso, os padrões podem ter uma maior
flexibilidade, não sendo mais restritivos que o necessário, mas existe a necessidade de uma
avaliação individual de cada situação e maior experiência e conhecimento por parte dos
órgãos ambientais competentes. A segunda abordagem reconhece que diferentes tipos de
sistemas de tratamento acarretam diferentes níveis de impacto ambiental e, apesar de mais
simples de administrar, requer que a situação econômica dos países seja capaz de arcar com
os custos de instalação das melhores tecnologias existentes, para que seja assegurada a
qualidade do ambiente receptor (Canadian Council of Minister of the Environment, 2005).
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3 METODOLOGIA

A metodologia empregada consiste em pesquisas voltadas à artigos, teses, monografias,


dissertações, revistas técnicas, livros e internet com o intuito de obter variada gama
bibliográfica para consulta e enriquecimento. Após a análise destes foram selecionados
materiais sobre diferentes tipos de ETEs, modelos de compostagem e alternativas para
utilização de água proveniente de ETEs para o desenvolvimento do trabalho.

As entrevistas com profissionais responsáveis pela ETE na empresa modelo serão decisivas
para o norteamento da pesquisa. Com o auxílio dos mesmos será possível ter ampla ideia e
referência em relação à aplicação e reaproveitamento de água.

Durante visita à empresa modelo que já faz uso constante de águas provenientes de ETEs será
possível elaborar novas estratégias para o uso das águas da ETE com base na Norma
12209/92.

Posteriormente será desenvolvida uma maquete com o intuito de demonstrar o funcionamento


do processo alternativo, a reutilização da água tratada nos vasos sanitários da empresa, que o
grupo está propondo.
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4 CRONOGRAMA

Agosto Setembro Outubro Novembro


Definição do tema e do problema
X
de pesquisa
Pesquisa bibliográfica X
Escrita do projeto X X
Entrega do projeto X
Elaboração e análise dos resultados X
Escrita da documentação final de
X
pesquisa
Entrega da documentação final de
X
pesquisa
Circuito acadêmico (divulgação
X
dos resultados)
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Resultados e discussões

MATERIAIS E MÉTODOS

Uma alternativa criativa para o problema pode ser o reuso da água estação de tratamento de
esgoto, mostrado na no projeto em anexo, que utiliza materiais baratos e um sistema simples
para o reaproveitamento da água da E.T.E no vaso sanitário. O projeto consiste de um
reservatório terrestre para receber a água tratada da estação de tratamento, uma peneira com
sistema de filtro de areia para retirar a sujeira da água, uma bomba centrifuga de água de
¼CV, Bivolt que eleva a água para o reservatório superior e este por sua vez interligado ao
vaso sanitário.
O projeto tem como objetivo proporcionar uma economia de cerca de 30% no consumo, uma
vez que, conforme a o projeto em anexo, boa parte da água tratada (aproximadamente
27,28m³) pode ser utilizada no vaso sanitário.
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3 Reaproveitamento da água e propostas

Reaproveitamento de água da ETE


-Água consumida -60 m³ /dia
-Água tratada -60 m³ /dia
Reuso do efluente tratado
-Irrigação -2m³ / dia
-Limpeza da pistas -5m³ /dia
-Lançado no Rio Itabirito -53m³ /dia
Possibilidade proposta de reuso
-Sanitários -27,28m³ /dia
Pojeto proposto
Fase 1
-Implantação e operação nos vestiários femininos e masculinos:
Demolição e substituição da rede hidráulica para tomada independente da rede potável para
higienização.
Investimentos: R$ 24.000,00
Fase 2
-Banheiros femininos e masculinos da manufatura e administração:
Demolição e substituição da rede hidráulica para tomada independente da rede potável para
higienização.
Investimento: R$ 17.000,00

A análise de viabilidade econômica de investimento para os sistemas de reuso de água foi


realizada utilizando-se o Método do Período de Retorno do Investimento (payback), que é
calculado dividindo o valor de investimento pelo valor de benefícios gerados pelo sistema.

3.1 Vantagens econômicas

 VOLUME ÁGUA TRATADA = 27,28M³/DIA

 27,28M³/DIA X 22DIAS = 600M³/MÊS

 600M³/MÊS X 12 MESES = 7200M³/ANO

 VALOR M3 DA ÁGUA = R$8,29

 GANHO ANUAL = 7200 X 8,29 = R$59.688,00

 INVESTIMENTO PARA INFRAESTRUTURA = R$35.000,00


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 SAVING = R$24.688,00
21

Conclusão

O sistema de reuso da água da estação de tratamento de esgoto em bacias sanitárias é apenas


uma das alternativas para economia de água que futuramente poderá ser bem explorada.
Primeiramente, porém, a análise das vantagens econômicas se faz necessária. Como pode ser
visto através dos cálculos a implantação do sistema se torna útil para locais que possuem
consumo de água elevado, em torno de 25m³. Para locais com consumo inferiores a este valor
os custos de implantação e a economia obtida mensalmente tornam o sistema inviável. Esses
resultados são analisados considerando os custos com equipamentos e taxas da distribuidora
de água para a atual realidade. Pode ser que futuramente, com o desenvolvimento de
tecnologias mais baratas, que esse sistema possa ser expandido para consumos menores. O
reuso e conservação da água doce hoje constitui palavras-chaves da gestão dos recursos
hídricos no Brasil. Contudo, a prática de reuso de água espera ser institucionalizada e
integrada aos planos de proteção e desenvolvimento de bacias hidrográficas. Nenhuma
agência reguladora ou fornecedora orienta ou incentiva as atividades de reuso praticadas no
território nacional.
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5 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Roberto de. O esgoto sanitário - a origem. Disponível em:


<http://www.tratamentodeagua.com.br/r10/Biblioteca_Detalhe.aspx?codigo=1183>. Acesso
em: 15 de setembro de 2012.

MELLO, Edson José Rezende de. Tratamento de esgoto sanitário, avaliação da estação de
tratamento de esgoto do bairro Novo Horizonte na cidade de Araguari – MG. Disponível
em: <http://pt.scribd.com/doc/91747323/23/Processos-de-tratamento-de-esgoto>. Acesso em:
15 de setembro de 2012.

NASCENTES, Alexandre Lioi. Avaliação da eficiência de sistema de tratamento de


esgotos do tipo manta de lodo – filtro biológico aeróbio, aplicado em escala piloto.
Disponível em: <http://bvssp.icict.fiocruz.br/pdf/nascentesalm.pdf>. Acesso em: 15 de
setembro de 2012.

PAULINO, Márcio Cesar. Avaliação da eficiência global e dos reatores UASB da ETE
Monjolinho – São Carlos – SP. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/76508097/3/Definicao-de-esgoto>. Acesso em: 15 de setembro de
2012.

SILVEIRA, Gustavo Echenique. Sistema de tratamento de efluentes industriais.


Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/35193/000792974.pdf?
sequence=1>. Acesso em: 15 de setembro de 2012.

SOUZA, Luís César da Cruz de. Alternativa paralela para o tratamento de esgoto no
município de ijuí/rs: estudo de caso, campus da unijuí - ijuí/rs. Disponível em:
<http://www.projetos.unijui.edu.br/petegc/wp-content/uploads/2010/03/TCC-Lu%C3%ADs-
C%C3%A9sar-da-Cruz-de-Souza.pdf>. Acesso em: 15 de setembro de 2012.

Jordão e pessoa citado por Souza(ano, ou ano do acesso)

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