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EDUCAÇÃO E TRABALHO

PANDEMIA

Coronavírus: pais podem pedir suspensão de


mensalidades a escolas que não ofereçam atividades
remotas
Consumidor pode optar por não pagar conta de creches ou instituições infantis

20/03/2020 - 18h08min

ERIK FARINA

A suspensão das aulas no Estado em razão do coronavírus pode abrir margem para que os

pais renegociem ou adiem mensalidades em instituições de ensino que não estejam

oferecendo alternativas às aulas presenciais. Conforme o Procon da Capital, a solicitação

pode ser feita por pais ou estudantes de escolas ou universidades que tenham paralisado

as aulas e não estjam oferecendo opções como Ensino à Distância (EAD) ou canais digitais

para realização de tarefas.

— Os consumidores podem solicitar que a cobrança ocorra apenas quando as aulas forem

retomadas ou na recuperação da carga horária após o período letivo — detalha Fernanda

Borges, diretora do Procon de Porto Alegre. 

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No caso das creches e escolas infantis, que não têm prestação continuada e nem carga

horária mínima a cumprir, os pais podem optar pelo não-pagamento do período em que o

estabelecimento permanecer fechado e até pela rescisão contratual sem arcar com

multas. Isso porque o consumidor não estará usufruindo de nenhum serviço destes locais
durante a interrupção.

Entretanto, explica Fernanda, o bom senso deve prevalecer. Como a paralisação está

acima da escolha das creches e dos pais e vem por motivo extraordinário, os clientes

devem conversar com a diretoria para encontrar um meio termo.

— Se a paralisação for apenas até início de abril, talvez não haja necessidade de negociar

desconto, até porque as empresas precisam pagar seus funcionários e outras despesas.

Agora, se a suspensão se prolongar por dois ou três meses, é natural que os pais optem

por não fazer o pagamento ou negociem uma compensação durante um período em que

ela estaria fechada, como nas férias de junho ou janeiro — entende Fernanda.

Para escolas de ensino básico e universidades, o pagamento deverá ser mantido

integralmente caso estas mantenham as atividades remotamente.  A exceção é para

atividades extras que não estejam sendo realizadas, como reforço escolar, grupos de

estudos ou ginástica, por exemplo.  

O entendimento se baseia no parecer 01/2020 do Conselho Estadual de Educação

(CEEd/RS), publicado na última quarta-feira (18), que autorizou as atividades

domiciliares como alternativa para cumprir o ano letivo em meio ao estado emergencial.

Para universidades, o CEEd autoriza que seja contada carga horária por meio do EAD,

seguindo uma portaria publicada pelo Ministério da Educação em dezembro de 2019. 

— Pelo que temos observado, praticamente 100% das instituições de ensino particulares
ESTÚDIO GAÚCHA
têm oferecido alternativas ao atendimento presencial para cumprir a carga horária —
22:00 - 00:00
afirma Bruno Eizerik, presidente do Sindicato do Ensino Privado no Rio Grande do Sul

(Sinepe-RS).

A orientação de autoridades para a suspensão das aulas presenciais nas instituições de

ensino gaúchas vão até o dia 2 de abril. Em Porto Alegre, a prefeitura determinou que a

suspensão das aulas deverá permanecer até 12 de abril.

Eizerik avalia que não cabe às escolas descontarem da mensalidade o que economizam

com água, luz e lanche, por exemplo. Para Fernanda, do Procon, caso os pais estejam com

dificuldades em pagar esta conta, inclusive por terem perdido parte de sua renda em

razão da paralisação da economia, é adequado que contatem a direção para solicitar o

abatimento destes custos.

— O principal custo das escolas é com recursos humanos, chega a cerca de 70% das

despesas, e ainda há os gastos com aluguel. Uma redução na mensalidade não é regra,

embora possa ser negociada até para contemplar os pais que estejam em dificuldades —

afirma Eizerik. 

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