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Para darmos início à abordagem, bastante pertinente, que tem que ver com os

actos unilaterais de Angola como fonte de Direito Internacional Público, teremos de


fazer uma incursão pela doutrina, a fim de perceber o que são actos unilitarais, como se
classificam e ver em que matéria dogmática enquadra-se esta figura.
Ab initio, poderíamos, desde já, dizer que os actos unilaterais enquadram-se na
matéria sobre as fontes de direito internacional, sendo estas o modo de formação e
revelação das normas de direito internacional público. Agora, ficamos com a
responsabilidade de saber o que são actos unilaterais, classificá-los e até que ponto
influenciam a formação e revelação das normas de direito internacional público.
Vejamos:
Os actos unilaterais dos estados, diferentemente do que ocorre com as demais fontes de
direito internacional mencionadas no artigo 38º do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justiça, não são destacados “ formalmente” neste diploma como fonte de direito
internacional público. Nem por isso ,contudo, podem tais actos jurídicos ser
considerados como não pertencentes ao contexto das fontes do direito das gentes,
principalmente quando se sabe que a assunção de obrigações internacionais é uma das
mais importantes preocupações desta disciplina. Portanto, tanto os actos unilaterais dos
estados como as decisões das organizações internacionais são modos de formação
voluntários do Direito Internacional Público, por tratar-se sempre da expressão da
vontade de um sujeito do direito das gentes, tendente a criar efeitos jurídicos.
Neste trabalho, nos iremos ater aos actos unilaterais dos estados, que serão entendidos
como a manifestação de vontade inequívoca deste, formulada por uma autoridade com
competência para validamente engajá-lo, com a intenção de produzir efeitos jurídicos
nas suas relações com outros estados ou organizações internacionais, com o
conhecimento expresso destes ou destas ( uma clara intenção em aceitar obrigações).
Tais actos têm de ser, obrigatoriamente, internacionais, o que significa que a regência
do seu valor obrigacional deve ser determinada pela ordem internacional, e não pela
ordem jurídica interna do Estado que o manifesta. A produção de efeitos jurídicos é
outro dado importante na constatação do acto unilateral válido, único a ensejar a
responsabilização internacional do Estado e a ser fonte autónoma do Direito
Internacional Público. Portanto os actos unilaterais dos estados, como as cartas de
intenções que os Estados remetem ao Fundo Monetário Internacional. O acto unilateral
tem de demonstrar imputabilidade ( o acto é produto da vontade do estado) do acto do
Estado, terá de ser público e notório, pois somente assim gerará a necessária
expectativa de direitos aos seus destinatários e eventuais beneficiários. *Mazuolli
Em suma, havendo a intenção de produzir efeitos juridicos independentemente de outras
fontes, imputando-se ao Estado sua manifestacao, sendo esta pública e notória, pode-se
já dizer tratar de um acto unilateral válido. O que não se pode confudir é a falta de
produção de efeitos jurídicos(caso em que não se etará dianta de um acto unilateral)
com a falta de normatividade, que é coisa bem diferente não mé dificil visualizar que os
actos unilaterais dos Estados, pela sua própria forma de expressao, são distituidos de
caracteristicas normativas (uma vez que não têm qualquer abstração e generalidade), o
que não significa, em absoluto que eles não produzam consequencias juridicas, uma vez
que criam obrigações internacionais para aqueles estados que os proclamam, tanto
quanto a ratificação de um tratado ou a sua denuncia. Assim, desde que autorizado pelo
dieito internacional, um acto unilateral deve ser analisado sobre a óptica dos direitos e
obrigações que atingem outros estados, bem como os direitos e deveres do estado que o
realiza., Mas,uma vez que, pelo principio da igualdade soberana do estado, não se
permite que um estado unilateralmente, imponha obrigações a outro, só resta então a
possibilidade de um unilateral criar direitos para outros estados, ficando o estado que o
realizou com a obrigação juridico-internacional de garanti-lo, mesmo no caso de o
estado beneficiario dele não necessitar.

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