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Ocorre que merece reparo a decisão no que concerne a alegação de que o réu seria
prejudicado sem sequer se pronunciar acerca da causa. Isso porque, como se sabe, quando a
parte pleiteia a tutela do direito mediante decisão provisória baseada na urgência, o
contraditório pode ser postergado quando a oitiva da parte contrária for capaz de impedir a
concretização da ameaça que se pretende inibir ou tiver potencial de frustrar o resultado que
com ela se pretende obter. Sobre isso, convém dizer que a teleologia que fundamenta o direito
à tutela tempestiva dos direitos está na sua compreensão como um direito a um processo sem
dilações indevidas, o que possibilita a apreciação do pedido de tutela provisória inaudita altera
parte.
Além disso, o argumento utilizado para o indeferimento do pleito onde a reintegração da parte
autora ao corpo de colaboradores no Governo do Estado da Bahia geraria prejuízos
irreversíveis aos cofres públicos foge á razoabilidade, pois o retorno da Agravante ao seu posto
de trabalho, liminarmente, não acarretará qualquer prejuízo ao réu, uma vez que haverá a
devida contraprestação com o seu efetivo trabalho de docência. Outrossim, não há
irreversibilidade nos efeitos da decisão, já que existe a possibilidade do retorno ao status
anterior, na eventualidade da revogação da tutela antecipada.
Contudo, o indeferimento da medida proposta causará prejuízo aos cofres públicos, pois o
Estado terá necessidade de contratação de profissional para suprir as atividades realizadas
pela Agravante.
Do mais, o afastamento da autora do seu cargo acarreta em prejuízo irreparável, de forma que
com a perda de sua atividade laboral, a requerente se encontrará em situação de
vulnerabilidade econômica.
Assim, diante dos fatos mencionados, conclui-se que a justificativa da decisão interlocutória
desconsidera a urgência do caso em questão bem como não atende de maneira adequada as
questões postas na Ação Anulatória.