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Kazuo Ohno experimentava a dança Butoh a partir de relações com o vento, a flor, o
pássaro (BAIOCHI, 1995) e demais manifestações da vida em movimentos que acentuam a
vitalidade e os sentidos do corpo, da morte e da maternidade. Seu livro Treino e(m) Poema
(2016) esboça uma das possíveis políticas pedagógicas do Butoh com a reunião transcrições
de aulas, versos e fotografias que não só compõem “a dança do livro” como é uma fonte para
ampliar o campo referencial sobre o Butoh através de ensinamentos de Ohno. Por sua vez,
Hijikata já expôs que sua dança nasceu da lama (BAIOCCHI, 1995, PERETTA, 2015) e seus
trabalhos frequentemente abordam a escuridão e a morte, as memórias da infância e a guerra,
principalmente quando surge com seu Ankoku Buto (Dança das Trevas).
Essas menções associadas ao Butoh não comportam-se como definições que poderiam
enclausurar a dança em dada compreensão, ordem ou determinismo de estilo, forma ou ritmo.
Mesmo considerando tais bailarinos como precursores do Butoh, nos interessa não reproduzir
discursos conservadores, afiliativos e pioneiristas a respeito do que seria um Butoh
verdadeiro.
Referências bibliográficas
ALLIEZ, Éric. Deleuze Filosofia Virtual. Tradução de Heloísa B.S. Rocha – São Paulo: Ed.
34, 1996.
BAIOCCHI, Maura. Butoh: Dança Veredas D’Alma. São Paulo: Palas Athena, 1995.
LAPOUJADE, David. William James: A Construção da Experiência. São Paulo: n-1, 2017
MANNING, Erin. 10 Propositions for a Radical Pedagogy, or How To Rethink Value.
Inflexions, n. 8, “Radical Pedagogies”, 2015.
OHNO, Kazuo. TREINO E(M) POEMA. Prefácio Ligia Verdi. Tradução Tae Suzuki. São
Paulo: n-1 Edições, 2016.
PERETTA, Éden. O soldado Nu: raízes da dança butô. 1 ed – São Paulo: Perspectiva, 2015.