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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

PEDAGOGIA - LICENCIATURA

VALDIRENE DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DIGITAIS NA CONSTRUÇÃO


DE UMA EDUCAÇÃO PARA TODOS

Barras
2021
VALDIRENE DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DIGITAIS NA CONSTRUÇÃO


DE UMA EDUCAÇÃO PARA TODOS

Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia -


Licenciatura da UNOPAR - Universidade Norte do
Paraná, para as disciplinas de Ed Cultura Digital;
Educação a distância; Educação e Diversidade;
Educação Inclusiva; Inovação Educacional; Libras –
Língua Brasileira de Sinais; Sociedade Brasileira e
Cidadania, Língua Portuguesa Para Docentes.

Barras
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3

2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4

3 CONCLUSÃO........................................................................................................9

4 REFERÊNCIAS...................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

Vivemos uma crise sem precedentes. A pandemia do coronavírus chegou


nos impondo uma nova ordem, um outro ritmo para a humanidade. O caos se
instalou. No Brasil, além da grave crise sanitária, ainda passamos por profundas
crises econômica e política. Para tentar entender este momento, precisamos
dialogar com um turbilhão de sentimentos, assim como, com teorias e práticas que
possam nos ajudar a encontrar um pouco de ordem nessa situação tão
desordenada.
Contudo, até o presente, a formação docente pode ser considerada
incipiente para o uso de tecnologias digitais (TD) na educação básica, uma vez que
ainda é necessário firmar a aproximação entre a teoria e a prática, intensificando a
formação sob o viés da utilização das tecnologias digitais de forma transversal, e
não meramente instrumental. (PINTO; SILVA, 2016).
O presente estudo vem a fim de apronfundar um pouco mais sobre as
consequências e possíbilidades advindas da pandemia do Covid-19, bem como
debater o uso de tecnologias no processo de ensinoaprendizagem no durante e no
pós-pandemia.
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2 DESENVOLVIMENTO

A pandemia do coronavírus pegou o mundo inteiro de surpresa e adaptar-se


a essa nova realidade não foi nada fácil, principalmente quando falamos em
educação. Os desafios de alunos e professores durante a quarentena têm sido
incontáveis.
Como ocorreu de forma inesperada não houve nenhum tipo de planejamento
para o ensino à distância que está sendo feito atualmente o Ensino Remoto
Emergencial, adaptar-se a essa nova realidade não tem sido uma tarefa fácil.
Apesar das Tecnologias da Informação e Comunicção – TICs já fazerem
parte, direta ou indiretamente, da rotina das escolas e da realidade de muitos
professores e estudantes, a utilização delas no período de pandemia, para substituir
os encontros presenciais, tem encontrado vários desafios, entre eles: a infraestrutura
das casas de professores e estudantes; as tecnologias utilizadas; o acesso (ou a
falta dele) dos estudantes à internet; a formação dos professores para planejar e
executar atividades online.
Com a emergência da pandemia, escolas precisaram se organizar para
migrar para o ensino com o uso das tecnologias digitais. Esta migração gerou uma
transposição de práticas e metodologias do ensino presencial para as plataformas
virtuais de aprendizagem, o chamado ensino remoto. Segundo Moreira e Schlemmer
(2020, p. 9), no ensino remoto
[...] o ensino presencial físico (mesmos cursos, currículo,
metodologias e práticas pedagógicas) é transposto para os meios digitais,
em rede. O processo é centrado no conteúdo, que é ministrado pelo mesmo
professor da aula presencial física. Embora haja um distanciamento
geográfico, privilegia-se o compartilhamento de um mesmo tempo, ou seja,
a aula ocorre num tempo síncrono, seguindo princípios do ensino
presencial. A comunicação é predominantemente bidirecional, do tipo um
para muitos, no qual o professor protagoniza vídeo-aula ou realiza uma aula
expositiva por meio de sistemas de webconferência. Dessa forma, a
presença física do professor e do aluno no espaço da sala de aula
geográfica são substituídas por uma presença digital numa sala de aula
digital. No ensino remoto ou aula remota o foco está nas informações e nas
formas de transmissão dessas informações.
Professores e gestores escolares tiveram que aprender rapidamente a
manusear aplicativos e ferramentas digitais nunca vistos antes, além de gravar e
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editar vídeos ao mesmo tempo que procuravam a melhor forma de transimitir seus
conteúdos e manter a atenção de seus alunos.
Os/as professores/as deixam claro que têm demandas exaustivas de mais
de 12h de trabalho dentro de suas casas para desenvolver as demandas do trabalho
remoto, a exemplo de elaboração de atividades, postagem de materiais, elaborações
de provas, gravações e edições de vídeos, monitoramento de atividades enviadas
para os/as estudantes.
A preparação de toda a comunidade escolar para a inclusão da tecnologia
não se faz do dia para a noite. Investir na formação de professores é uma boa opção
para iniciar uma efetiva transformação, valorizando esses atores importantíssimos.
Precisa-se pensar na educação como um todo, em que não haja um único
protagonista (o conteúdo, por exemplo). O processo precisar ser em rede, em que
cada ator (o que age) possa também ser autor (o que cria) em determinado
momento. Isso deve valer para todos que são importantes num processo de
educação on-line: o aluno, o professor, o material didático, a ambiência formativa
proposta pelo mediador, o ambiente virtual de aprendizagem, entre outros, de forma
a integrar em rede para a construção do conhecimento.
O Ensino Remoto Emergencial difere-se da modalidade já conhecida e
consolidada da Educação a Distância (EaD). A EaD possui legislação específica e
uma estrutura já estabelecida para desenvolver as práticas de ensino e de
aprendizagem de forma síncrona e assíncrona, de acordo com o nível de ensino. É
um sistema tecnológico, baseado na sistematização de diversos recursos didáticos
apoiados a uma organização autônoma por parte do estudante, em que o professor
realiza a tutoria dos conteúdos. (ARETIO, 2001).
Diferente disso, o ERE não tem nem mesmo uma legislação própria, uma
vez que não é considerado como modalidade de ensino (JOYE et al, 2020). O
objetivo do Ensino Remoto Emergencial não é criar uma nova modalidade, mas sim
fornecer um suporte para minimizar os efeitos do distanciamento social (JOYE et al;
2020), mantendo um vínculo entre professor e estudante.
O desafio mais complexo neste percurso é a conectividade. O período da
pandemia escancarou as grandes desigualdades existentes no Brasil. Alunos das
escolas públicas têm muito mais dificuldade de acesso à internet do que os das
escolas particulares.
Diante da urgência de adaptações para a continuidade dos estudos,
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evidenciou-se que parte da população que não possui acesso à internet está sendo
privada do processo de aprendizagem por plataformas on-line. Nesse sentido,
considerando a diversidade social do Brasil, a vulnerabilidade financeira de muitas
famílias e, consequentemente, a exclusão digital, é possível afirmar que o momento
pelo qual encotra-se o mundo atualmente é oportuno para uma reflexão e avaliação
de uma nova educação, visto que a própria Constituição Federal garante educação
de qualidade a todos, contudo essa garantia à educação não está sendo atendida
nesse período de ERE. (JOYE et al, 2020).
As ferramentas digitais podem contribuir com o processo de aprendizado
neste momento e no pós-pandemia e mais que isso mudar a maneira que os
estudantes se relacionam com a tecnologia deixando o papel de consumidores para
assumir o papel de produtores dela, além de personalizar o ensino e contribuir para
que sejam protagonistas do seu processo.
As tecnologias podem potencializar as práticas pedagógicas colaborativas,
deixando pistas de que não se trata apenas da inclusão das tecnologias em
ambiente escolar, mas sim de uma transformação de pensamento sobre o ato
educativo.
O ensino à distância é é um mundo de oportunidades no mundo atual,
porém mudar abruptamente do ensino presencial para o ensino online, sem nenhum
tipo de planejamento, trouxe inúmeros desafios e consequências.
Para os alunos com acesso à internet, o grande desafio é aprender a
gerenciar o tempo dentro de casa e ter disciplina para estudar no modelo EaD. Tudo
isso no contexto de stress por estarem confinados em casa, longe dos amigos e
professores e vivendo no contexto de uma pandemia internacional.
Ao refletir sobre esse contexto, atualmente desafios quanto à docência têm
se colocado para efetivação do modelo de aulas remotas, sendo que questões de
ética e privacidade entram no debate da condução de aulas remotas. Conforme
Marasca, Yates, Schneider, Feijó e Bandeira (2020),
em tempos de distanciamento social, em que os professores
precisaram adaptar suas aulas para um formato totalmente online, aulas,
mesmo que transmitidas ao vivo, podem ser gravadas para revisão do
conteúdo, fazendo com que o professor não tenha controle dos rumos que
essa gravação pode tomar [...] Embora essas situações possam acontecer
também no contexto presencial, quando apresentados na prática remota, a
disseminação deste conteúdo pode ser ainda maior, tendo em vista a
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facilidade de já estar disponível de modo digital (Marasca et al. 2020, p. 7)


Questionamentos surgem quanto aos níveis de interação que são possíveis
nos ambientes virtuais. Atualmente, vários aplicativos foram incorporados nas
práticas docentes, alguns já voltados para o ensino híbrido e outros passaram a ser
alternativas para a comunicação online de grupos para atividades de ensino. Essa
utilização imediata e acelerada de ferramentas antes nunca ou pouco exploradas por
professores e estudantes acentua a necessidade de formação e mapeamento
diagnóstico para compreender a realidade do público docente e estudantil.
O Google Sala de Aula (Google Classroom) é uma ferramenta que diversas
instituições têm utilizado para conduzir aulas a partir do ensino remoto e o contexto
da pandemia popularizou sua aplicação (Antunes, 2020; Rodrigues, 2020; Agência
Alagoas, 2020). Além do ensino remoto realizado a partir de Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA) como o Modular Object-Oriented Dynamic Learning
Environment (Moodle) e o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas
(SIGAA), os quais são utilizados em instituições de ensino públicas brasileiras, para
ensino em nível médio, técnico e superior (Rodrigues, 2020; Conceição & Rocha,
2020; SEDIS, 2020; UFAL, 2020; IFAL, 2020).
O distanciamento social e a suspensão das aulas presenciais impuseram um
momento de reflexão para toda a comunidade escolar. Com a paralisação forçada,
educadores, pesquisadores e gestores da área da Educação estão buscando meios
de renovar o ensino.
É a oportunidade de ressignificar a Educação e de pensar em maneiras mais
efetivas de desenvolver novas competências nas crianças e nos jovens, as
chamadas habilidades do futuro.
O suporte da tecnologia é fundamental, primeiramente eliminando qualquer
barreira física ou geográfica de comunicação e interação. Contudo, as ferramentas
tecnológicas vão além, pois proporcionam a adoção de conteúdos variados e mais
interativos, como videoaulas, infográficos, animações, realidade aumentada, jogos
educacionais, tours virtuais em locais famosos e muito mais, auxiliando na Educação
em tempos de Coronavírus.
As tecnologias educacionais promovem ainda meios de colaboração para a
execução das atividades e de compartilhamento de experiências de maneira
assíncrona, ou seja, as participações são registradas e acessadas por todos a
qualquer momento.
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Se por um lado a imposição do ensino remoto e a distância causa uma


perturbação geral da rotina de estudos, a perspectiva dessa nova realidade é o
estímulo ao desenvolvimento de novas habilidades, principalmente da autonomia
dos alunos, colocando-os como protagonistas do seu próprio processo de
aprendizagem.
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3 CONCLUSÃO

A emergência do coronavírus provocou várias mudanças nas nossas vidas


e, em relação à educação, mostrou o que já estamos discutindo e estudando há
muito tempo: a educação precisa se reinventar. O ensino conteudista, instrucionista
não tem mais espaço na sociedade em que vivemos. Na fase pós-pandemia, é
fundamental unir esforços para ultrapassar o ensino baseado na transmissão, no
falar-ditar do mestre (SILVA, 2002) e experimentar outras metodologias e práticas
que levem em conta o potencial das tecnologias digitais em rede e favoreçam a
colaboração, a autonomia, a criatividade e a autoria de professores e estudantes.
As ferramentas digitais são uma ótima opção para a aprendizagem, podem
potencializar as práticas pedagógicas colaborativas, deixando pistas de que não se
trata apenas da inclusão das tecnologias em ambiente escolar, mas sim de uma
transformação de pensamento sobre o ato educativo. Mas, para tanto, precisa ser
acompanhada de objetivos claros e com potencial de apoiar as práticas
pedagógicas, sendo exploradas a serviço da construção da aprendizagem e como
um facilitador aos professores e estudantes.
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4 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Luana Costa; DALBEN, Adilson. (re)organizar o trabalho pedagógico em


tempo de Covid-19: no limiar do (im)possível. Revista Educação e Sociedade.
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