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Thomas Hobbes:

Thomas Hobbes foi


um matemático, teórico
político e filósofo inglês, autor
de Leviatã (1651) e Do
cidadão (1642). Thomas Hobbes
defendia a ideia segundo a qual
os homens só podem viver em
paz se concordarem em
submeter-se a um poder
absoluto e centralizado. O Estado
não pode estar sujeito às leis por
ele criadas pois isso seria infringir
sua soberania. Para ele, a Igreja
cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que
teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto.
Neste sentido, critica a livre interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de
certa forma, enfraquecer o monarca. Sua filosofia política foi analisada pelo cientista
político Richard Tuck como uma resposta para os problemas que o método
cartesiano introduziu para a filosofia moral. Hobbes argumenta que só podemos
conhecer algo do mundo exterior a partir das impressões sensoriais que temos dele
("Só existe o que meus sentidos percebem"). Esta filosofia é vista como uma tentativa
de embasar uma teoria coerente de uma formação social puramente no fato das
impressões em si, a partir da tese de que as impressões sensoriais são suficientes para
o homem agir no sentido de preservar sua própria vida. A partir desse imperativo,
Hobbes constrói toda sua filosofia política.
5 de abril de 1588
Nascimento
Aldeia de Westport, próximo
a Malmesbury, no condado de Wiltshire,
na Inglaterra

Morte 4 de dezembro de 1679 (91 anos)
Hardwick Hall, na Inglaterra

Nacionalidade  Inglês

Ocupação Preceptor, filósofo.

Magnum opus Leviatã

Escola/ Empiricismo, mecanicismo, nominalismo
tradição

Principais Política, direito, filosofia política, ciência


interesses política, teoria do conhecimento

Ideias notáveis Estado de natureza, Contrato


social, Soberania, Bellum omnia omnes

Biografia:
Hobbes alegou, em sua autobiografia, que "ao nascer, sua mãe teria dado a luz
a gêmeos: Hobbes e o medo", já que a mãe de Hobbes havia entrado em trabalho
de parto prematuro com medo da Armada Espanhola (a Invencível Armada), que
estava prestes a atacar a Inglaterra. Embora os temas do medo e do seu poder
avassalador fossem aparecer mais tarde em suas obras, os primeiros anos de vida de
Hobbes foram, em grande parte, livres de ansiedade. Seu pai era o vigário de Charlton
e Westport, cidades próximas de Malmesbury, mas uma disputa com outro vigário o
levou a se mudar para Londres. Como resultado, aos sete anos de idade, Thomas
Hobbes ficou sob a tutela de seu tio Francisco. Hobbes fez seus primeiros estudos em
Malmesbury e mais tarde em Westport, onde exibiu seus dotes intelectuais em

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estudos clássicos. Aos quatorze anos, em 1603, seu tio Francisco financiou os seus
estudos, permitindo que Hobbes entrasse na Magdalen Hall, onde predominava o
ensino da escolástica de inspiração aristotélica, no qual Hobbes, no entanto, não
demonstrou grande interesse.

Em 1610, empreendeu uma viagem à Europa acompanhando William Cavendish, indo


para França, Itália e Alemanha. Pôde, então, observar, em primeira mão, a pouca
apreciação da escolástica na época - que já estava em claro declínio. As muitas
tentativas de abrir portas para o desenvolvimento de outros conhecimentos fez com
que ele decidisse retornar à Inglaterra para aprofundar o estudo dos clássicos. Nesse
período, já de volta à Inglaterra, suas relações com Francis Bacon irão reforçar a linha
de seu próprio pensamento, bem fora do aristotelismo e da escolástica.

Em 1631, a família de nobres ingleses Cavendish novamente pede seus serviços como
guardião do terceiro Duque de Devonshire, e Hobbes irá ocupar este cargo até 1642.
Durante este período, faz outra viagem ao continente, lá permanecendo de 1634 a
1637. Na França, entra em contato com o círculo intelectual do padre Mersenne, mentor
de Descartes. Em geral, Hobbes era a favor da explicação mecanicista do universo (que
predominava na época), em oposição à teleológica defendida por Aristóteles e a
escolástica. Também teve a oportunidade de conhecer Galileu durante uma viagem à
Itália em 1636 (6 anos antes de Galileu morrer), sob cuja influência Hobbes
desenvolveu a sua filosofia social, baseando-se nos princípios da geometria e ciências
naturais.

Em 1640, teve a possibilidade de apresentar suas teorias mais uma vez quando foi
recebido por um círculo de intelectuais franceses.

Em 1646, ainda em Paris, vira professor de matemática do Príncipe de Gales, o


futuro Carlos II, que também se encontrava exilado em Paris devido à Guerra Civil
Inglesa. Em 1651, dois anos após a decapitação do rei Carlos I, Hobbes decide voltar
para a Inglaterra com o fim da Guerra Civil e o começo da Ditadura de Cromwell. Neste
ano, também publica "Leviatã", que provoca o início de sua disputa com John
Bramhall, bispo de Derry, o principal acusador de Hobbes como sendo um
"materialista ateu".

A publicação do De Corpore em 1665 irá resultar em uma polêmica com os principais
membros da Royal Society, que criticaram suas contribuições para a matemática bem
como as posições ateístas defendidas por Hobbes. Na Inglaterra, o "anti-Hobbismo"
atingiu um pico em 1666 quando seus livros foram queimados na sua alma mater, Oxford.

Hobbes manteve-se um escritor extremamente produtivo na velhice, mesmo sendo


prejudicado pela oposição generalizada a seu trabalho. Viveu até os 91 anos durante
uma época em que a expectativa média de vida não era muito mais do que quarenta

3
anos. Aos 80 anos, Hobbes produziu novas traduções para o inglês tanto
da Ilíada quanto da Odisseia e escreveu, em 1672, uma autobiografia em latim. Apesar
da polêmica que causou, ele foi uma espécie de símbolo na Inglaterra até o final de sua
vida. Seu ponto de vista pode ser considerado abominável ou atraente; suas teorias
brilhantemente articuladas são lidas por pessoas de todos os espectros políticos.

Encontra-se sepultado na Igreja de São João Batista, em Ault Hucknall, em Derbyshire,


na Inglaterra.

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