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BRASIL?1
1 Esse artigo foi escrito no quadro de uma pesquisa sobre os percursos sociais de
estudantes formados pela Unicamp na década de 80 nos cursos de Economia,
Engenharia Elétrica e Medicina, desenvolvida com recursos do CNPq.
2 Trata-se de conclusões apresentadas por estudos produzidos a partir de linhas
de raciocínio variadas. Para uma amostra, ver, entre outros, Souza e Silva
(1996); Barros e Mendonça (1995), Nogueira (1998 e 2000), Portes (2000),
Viana (2000), Almeida (2001), Silva (2003).
significa apenas que aquilo que é considerado como “boa educação” é
distribuído no interior do sistema de ensino em função das condições
econômicas? Se a maior escolarização dos pais e das mães está em
alguma medida associada à sua situação econômica e a fortiori à sua
capacidade de arcar com o custo das altas mensalidades cobradas pelas
“boas” escolas privadas, para que precisamos do conceito de capital
cultural?
Esse artigo tem como objetivo discutir essas questões. O meu
interesse é mostrar que a utilização da noção de capital cultural na análise
da desigualdade educacional no Brasil e sua persistência no tempo
demanda o desenvolvimento de uma série de estudos que ainda são
bastante raros na agenda de pesquisas da sociologia da educação
brasileira. Para isso proponho examinar alguns dos elementos centrais da
noção da capital cultural, confrontando-os ao exame da configuração
particular que define a sociedade brasileira.
Considerações finais
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