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É de conhecimento pré-estabelecido que a Canonização se trata de um processo complexo

realizado pelos Altos Membros da Igreja, dentre eles o Papa, o qual atribui o Título de Santo
aos Beatos, sendo tratado somente pela Santa Fé. Sendo assim, a veneração à um indivíduo
que não tenha passado pelo processo de beatificação seria considerado heresia.

Embora longínqua, o processo ganhou maior expressividade com o Papa João Paulo II. Ao
modificar a Constituição Apostólica, as quais expressavam as Causa dos Santos pela orientação
do processo, que especificaria e possibilitaria a participação de Igrejas particulares, e Bispos da
Igreja local, os quais teriam a função de decretar um Postulador (Guia de causa judiciais
católicas),o qual deveria investigar de forma detalhada a vida do Beato.
"Para fomentar a santificação do povo de Deus, a Igreja recomenda à
veneração peculiar e filial dos fiéis a Bem-aventurada sempre Virgem Maria,
Mãe de Deus, que Jesus Cristo constituiu Mãe de todos os homens, e
promove o verdadeiro e autêntico culto dos outros Santos, com cujo
exemplo os fiéis se edificam e de cuja intercessão se valem”

Os processos da canonização são longos, sendo o primeiro passo a investigação das


virtudes e martírios do mesmo, ou seja, as circunstâncias que envolvem sua morte. O
segundo passo fica responsável pelo início da do processo de beatificação, em que se
busca apresentar milagres que ocorreram pela intercessão do Beato, com a exceção de
martírios, pois o mesmo exclui a necessidade de investigação de milagres, sendo sua
morte o maior o gesto de fé e Graça. Enquanto, o terceiro passo, sendo o último
processo, é o milagre que ocorre após a beatificação, e ao ser comprovado, o Beato
passa a ser cultuado como Santo universal.
De tal forma, como pode-se notar, o processo de Mártir sempre esteve ligado à Igreja
Católica, sendo anteriormente o principal motivo para a conceder o título de Santo ao
indivíduo, tendo inúmero exemplos femininos que, ao passar por mortes e torturas
rigorosas defendendo sua fé, passaram a ser cultuadas como Santas, como por
exemplo, Santa Lucia (Luzia),a qual, após ser descoberta como Cristã, tem os olhos
arrancados e é morta por decapitação, ou Santa Ágata, que também ao ser descoberta
como Crente e se negar ao casamento, tem a virgindade ameaçada e ambos os seios
cortados. Ambas, assim como muitas outras, mortas em defesa da Lei Diocleciano que
proibia a crença na religião Católica e postulava a morte de seus seguidores, e que,
assim, vivenciaram o Mártir em nome de seu Deus e sua Fé.
Temos como outros exemplos, as vitimas brasileiras do massacre de Cunhaú e Uruaçú
em 1645, o qual deixou 150 vitimas devido a intolerância religiosa. O massacre,
iniciado na capela de Cunhaú deixando 70 mortos, para 30 dias depois, outra chacina
ocorrer próximo os rios de Uruaçú, assassinado mais 80 indivíduos, todos
respectivamente católicos e que se recusaram a abdicar de suas crenças. Assim, em
2000 o Papa João Paulo II iniciou o processo de bealização de 30 Beatos, os únicos que
se conseguiu identificar, foram finalmente canonizados em 2017 pelo Papa Francisco,
sendo assim os primeiros martírios brasileiros da Igreja Católica.
Joana D’arc e martírios da Igreja

Como postulado anteriormente, o Mártir poderia ser o suficiente para ergue uma
mulher como Santa, algo sofrido por agir a favor de sua crença, no entanto, ao avançar
em postos históricos, fica notável os erros cometidos pela própria Igreja Católica, que
por corrupção e ignorância, junta a interesses políticos realizou alguns mártir,
infligindo a morte, até mesma à seguidores cristãos, durante a Nova Inglaterra
puritana, os condenando por bruxaria ou heresia. Algumas destas mortes após
décadas acabam sendo reconsideradas e necessitando auxilio, recorrendo até mesmo
a indenização financeira de vítimas e familiares (o segundo caso se dá em decorrência
da perda de um familiar durante ou após julgamento injusto). Um dos casos mais
conhecidos e recentes em que a Igreja reconsidera seu erro chegando a conceder
canonização, foi a Santa Joana D’Arc, heroína francesa, que foi considerada em sua
morte como herege e bruxa.
A história de Joana D’arc se dá aos seus 13 anos, quando a jovem menina (confirma)
ouvir as vozes de São Miguel Arcanjo, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida
de Antioquia, que lhe guiavam e a aconselhavam em como salvar a França dos
ingleses, pois caso não conseguisse a França sucumbiria.(Fato este, que os
historiadores corroboram com o fato de que, na época os ingleses pendiam para o
Protestantismo e que, se a França se tornasse uma de suas colônias, a Europa se
tornaria protestante). Assim, de forma resumida, aos seus 18 anos, Joana se
encontrava na linha de frente da Guerra dos 100 anos, numa tentativa de retomar a
França e coroar o legitimo rei Frances, Carlos VII. Sua promessa se seguiu por inúmeras
vitórias dificilmente explicadas, mas que a fez ser considerada por inúmeras vezes
como o símbolo da força e resistência, sempre rezando e exaltando sua fé em campo
de batalha, mesmo após sofrer de ferimentos.
“Voltando, apanhou depressa seu estandarte e colocou-se sobre a borda do
fosso. Quando a viram os ingleses tremeram e ficaram aterrorizados, e os
soldados do rei tomaram coragem e começaram a subir, atacando o
baluarte sem encontrar a menor resistência” (JOANA D’ARC A MULHER
FORTE,p.77)

Após a vitória, como a jovem tinha prometido, a França finalmente havia sido
recuperada para o rei, que após ser coroado abandonou Joana em sua própria sorte,
sem ainda a enviar para casa, lhe pedindo para que recuperasse outras terras
francesas em seu nome. No entanto, durante sua jornada, a jovem acabou sendo presa
por franceses que eram a favor da colonização inglesa. Presa e vista como ameaça,
Joana D’arc acabou sendo acusada de bruxaria e heresia, vítima de um golpe político,
para que assim sua morte não desencadeasse problemas políticos ao rei Frances,
assentido que a mesma fosse torturada numa tentativa falha de assumir sua ligação
com a feitiçaria, sendo então morta na fogueira. “Mesmo se me arrancassem os
membros e me separásseis a alma do corpo, eu nada vos diria, e se eu vos dissesse
alguma coisa, depois eu diria que vós me forçastes a fazê-lo” (PROCESSO
INQUISITÓRIO DE JOANA D’ARC;apud/Wanessa Lopes Nunes).
Assim, o Papa Calisto II, só iniciaria em 1455, um processo de revisão inquisitório do
caso e um ano depois retiraria as acusações sobre a mesma, possibilitando que Papa
São Pio X desse início ao processo de bealização, e em 1920, Joana D’Arc finalmente
fosse canonizada pelo Papa Bento XV, sendo intitulada como Santa.

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