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E.E.E.M.

I DOM PAULO ROLIM LOUREIRO

Minha vida de menina

Matéria: Português
Nome: Brenda M. Araujo N° 05
Luiza L. Gonçalves N°:27
Mateus Maila N° 29
Sabryna Salinas N° 35
Série: 3°C
Professor (a): Marcia Colar
Data: 3/09/18

Sumário
Síntese da obra “Minha vida de menina” .................................................................pag. 1
Biografia de Biografia de Alice Dayrell....................................................................pag. 2
Características do movimento literário e histórico ...................................................pag. 3
Bibliografia.............................................. .................................................................pag. 5
Síntese da obra “Minha vida de menina”

O livro, Minha vida de Menina, trata-se de um diário escrito por Morley durante os seus 13 e 15
anos, mas somente publicado em 1942, quando a autora expressou o desejo de deixar para as
netas e parentes suas lembranças e experiências da época de menina, possibilitando-os, assim, a
identificarem as diferenças entre a vida atual de sua família e a então vida simples experienciada
por ela no passado.

A obra é narrada em primeira pessoa, apresentando uma narradora-personagem que mostra sua
visão dos acontecimentos que moviam o cotidiano de Diamantina. Assim, a autora narra sobre
festas populares, superstições, causos de parentes, comidas e bebidas típicas, narra sobre a
escravidão, sobre o convívio familiar, fala sobre esperanças futuras etc., organizando tudo em
uma sequência cronológica, apesar de muitos eventos não terem relação entre si.

Alguns nomes de parentes e conhecidos são trocados por pseudônimos para evitar
desentendimento com os envolvidos nos fatos narrados. Assim, o pai, Felisberto, na obra é
chamado de Alexandre e a mãe, Alexandrina, é chamada de Carolina.

Além de narrar os fatos, a autora tece também comentários e críticas sobre os acontecimentos,
apresentando sua visão de mundo e deixando claro que possui opinião crítica sobre o que lhe
acontece.

Biografia de Alice Dayrell Caldeira Brant

Alice Dayrell Caldeira Brant (1880-1970) foi uma escritora brasileira. Com o pseudônimo de
Helena Morley escreveu seu diário, transformado no livro “Minha Vida de Menina”.
Alice Dayrell Caldeira Brant (1880-1970) nasceu em Diamantina, em Minas Gerais, no dia 28 de
agosto de 1880. Filha de pai inglês e de mãe mineira, esta descendente de família católica
fervorosa e tradicional. Entre 1893 e 1895 – mais ou menos dos seus 13 aos 15 anos – escreveu
um diário. Cursou a Escola Normal, formando-se professora. Em 1900 casou-se com o advogado
e político Augusto Mário Caldeira Brant e juntos tiveram cinco filhos.

Quando era adolescente, Alice foi aconselhada pelo pai a escrever diariamente, em um caderno,
seus afazeres do dia a dia passado na família e na escola na cidade de Diamantina. Muito
inteligente e perspicaz, Alice acrescentava comentários marotos sobre cada um dos fatos
registrados em seu diário.

Escreveu sobre o escândalo que a paixão de seus pais causava entre as tias, que não haviam tido
a sorte de escolher o próprio marido. Ou sobre a avareza dos parentes ricos, que desdenhavam da
teimosia de seu pai em procurar diamantes nas lavras quase esgotadas de Diamantina. Alice se
surpreendia com o lado brasileiro da família em aceitar como normal que os escravos livres
continuassem agregados à casa de sua avó. Falava das amigas, dos vizinhos, do padre e dos
professores, numa forma vivaz e cheia de inteligência.

Em 1942, sob o pseudônimo de “Helena Morley”, seu livro foi publicado com o título de “Minha
Vida de Menina”. Por seu valor literário e histórico, o livro foi considerado uma das melhores
obras literárias do Brasil do século XIX. A obra, apesar de ter sido escrita com a inconsequência
que as garotas costumam dedicar aos seus diários, traz um retrato das contradições sociais, das
festas religiosas e as várias faces do racismo, tudo numa linguagem franca, plena de humor e de
calor humano.

Na opinião do crítico Roberto Schwarz, a obra, é comparável, na produção do século XIX,


apenas à obra de Machado de Assis. A poetisa Elizabeth Bishop, fascinada pelo livro, tomou a
iniciativa de traduzi-lo para o inglês, nos anos 50. O escritor Guimarães Rosas classificou a obra
como “mais pujante exemplo de tão literal reconstrução da infância”.

Em 2004, o diário de Helena Morley ganhou uma adaptação cinematográfica. Dirigido por
Helena Solberg, com trilha sonora de Wagner Tiso, com Ludmila Dayer, como a protagonista,
com Daniela Escobar, Dalton Vigh, entre outros atores.

Alice Dayrell Caldeira Brant deixou também uma vasta correspondência que trocava com seus
parentes e com as pessoas mais próximas, durante a época em que acompanhou seu marido no
exílio político que passou na Europa e depois na Argentina. Alice Dayrell Caldeira Brant faleceu
no Rio de Janeiro, no dia 20 de junho de 1970.

Características do movimento literário e histórico

A obra “Minha vida de menina” foi escrita pela autora entre 1893 e 1895, uma época de grandes
transformações sociais marcadas pela Abolição e pela Proclamação da República, o diário da
menina mostra os impactos que os acontecimentos históricos provocaram na população e como
as famílias conviviam com os ex-escravos (recém-libertos) e com as notícias do novo regime
político. Diamantina permanece praticamente esquecida de grandes movimentações políticas,
mas são comuns as opiniões emitidas por partidários de pontos de vista específicos.
Por ter sido escrita em meados de 1890 a obra pertenceria de praxe ao movimento literário
conhecido como Parnasianismo, todavia a obra é repleta de características que são contraditórias
ao movimento, tendo como destaque a falta de termos rebuscados na obra e o uso excessivo de
expressões populares usados pela protagonista. Ao ter sido lançado na década de 1930 a obra se
identifica com o Modernismo, tendo características fortes do mesmo, como o uso exacerbado do
Realismo enquanto conta a história, assim como o uso de linguagem informal para representar
com maior veracidade a identidade nacional brasileira. Outras características modernistas
presentes na obra são: Revisão crítica do passado histórico e cultural, Busca pela linguagem
brasileira, Nacionalismo, Subjetivismo, Linguagem coloquial, e Caráter revolucionário.
Minha vida de menina, assim como outras inúmeras obras possui características próprias que a
torna importante na leitura da sociedade, sendo elas:
Linguagem – a obra possui uma linguagem familiar, marcada pela afetividade e por expressões
como “Valha-me Deus”, ou “A quem você saiu com estas ideias…”. A característica dessa
linguagem é a que a narradora expressa o comportamento linguístico de cada uma das pessoas
que vive ao seu redor.
Metalinguagem – recurso constante na obra. Ato de falar sobre a própria escrita. “Eu estava
com a pena na mão pensando o que havia de escrever, pois há dias não acontece nada”.
Pobreza – Helena mostra sinais de pobreza tanto na sua família quanto na sua cidade,
Diamantina.
Escravismo – Helena escreveu seu diário em um período imediatamente posterior à Abolição da
Escravatura. O livro mostra que o regime foi abolido por lei, mas não na memória dos
brasileiros. A notícia chega à Chácara de Dona Teodora, os negros fazem uma enorme festa, mas
D. Teodora intervém acabando com a algazarra, exigindo respeito na sua propriedade, lembrando
que a liberdade viera para ela. E ainda disse que quem quisesse farra que fosse procurar seu
canto. Os festejantes pediram desculpas, permanecendo a trabalhar para ela.
Racismo – o livro mostra inúmeros casos de racismo. Siá Ritinha vive impedindo que Helena
brinque com ‘colegas escuras’. Mas a menina parece ter simpatia com os negros, da mesma
forma sua mãe, que reclama pelo fato de Helena querer cuidar da filha de uma criada. “Penso
que se a menina fosse branquinha mamãe não se incomodaria”.
Religiosidade – o catolicismo marca o caráter brasileiro. E religião é vista como salvação,
literalmente. Nos momentos de desespero econômico ou acadêmico (obter notas), recorre-se a
rezas e novenas.

Superstições e Crendices – o livro traz uma infinidade de superstições e mostra a força das
crendices em nossa sociedade. “Todos sabem que superstição é pecado, mas preferem levar o
pecado ao confessionário a fazerem uma coisa que alguém diz que faz mal”.

Provérbios – os ditados populares são muito utilizados. Ex: ‘Quem dá aos pobres empresta a
Deus’, ‘Os dedos da mão não são iguais’, ‘Casamento e mortalha no céu se talha”.
Desejo de Ser Homem – Helena é apaixonada pela liberdade, mas se sente barrada por ser
menina. Quando a menina conta que uns rapazes fizeram maldades na festa que sua avó deu aos
empregados ela diz: “eu desejei ser um homem para me vingar por vovó!”.
Crítica da educação – Helena sempre questiona o porquê de ter que aprender tanto para ter de
ensinar na periferia, onde não havia nenhuma condição.

Bibliografia
Biografia de Alice Dayrell. Disponível em:
https://www.ebiografia.com/alice_dayrell_caldeira_brant/
Acesso em: 30/08/18
Características da Minha vida de menina. Disponível em:
http://www.naveliteratura.com/2017/10/minha-vida-de-menina-de-helena-morley.html
Acesso em: 29/08/18
Características do Modernismo. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-
do-modernismo/
Acesso em: 29/08/18

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