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CAPITÃES DA AREIA

JORGE AMADO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS

CYNTHIA RAYANNA
JAIRO CLEVERTON
JOSÉ CARLAINO
LAÍSE MIKELLY

Trabalho apresentado à disciplina de Teoria da


Literatura II, Prof. Dr. Renildo Ribeiro como
requisito parcial avaliativo.
CONTEXTO HISTÓRICO / TEÓRICO

• A obra faz parte da segunda fase do modernismo, que


tinha como principais características a representação
da realidade social, econômica e cultural;
• No mundo desenrolava-se a segunda guerra mundial,
que impactou o Brasil. O território nacional vivia sob
o regime do Estado Novo, ditadura instaurada por
Getúlio Vargas, que trazia a Constituição baseada no
fascismo, censura de imprensa e artistas, proibição de
manifestações e greves, assim como partidos políticos;
• Em 1937, obras consideradas “propaganda do credo
vermelho”, no caso obras comunistas ou de orientação
política de esquerda, pelo Estado Novo foram
queimadas em praça pública na cidade de Salvador.
• O livro está inserido em um contexto teórico
influenciado pelas ideias marxistas, especialmente as
de Karl Marx. No romance, Jorge Amado aborda
questões sociais, econômicas e políticas da época,
refletindo a desigualdade social, a exploração das
classes mais baixas e a falta de oportunidades para os
menos privilegiados.
TEMA E ASSUNTO

Marginalização
• "Porque o que faz a criança é o ambiente de casa, pai, mãe, nenhuma responsabilidade".
• Jorge Amado denuncia em seu romance a exclusão dos menores de rua por parte da população e do
governo, que os tratam com grande violência, seja na forma como são retratados nos trechos publicados nos
recortes do jornal, onde são referidos com nomes pejorativos, como "demônios", ou quando ao vê-los no
carrossel uma senhora confronta o Padre José Pedro chamando o grupo de adolescentes de gentalha.
Injustiça Social
• "Um dia a gente muda o destino dos pobres...", clama João De Adão, um dos personagens do livro.
• A obra Capitães de Areia aborda explicitamente a injustiça que permeia na sociedade.
• Em diversas partes da história há o confrontamento dessa desigualdade que percorre as ruas da Bahia junto
com o grupo de Pedro Bala. O romance nos deixa cara a cara com os sentimentos mais primitivos do ser
humano pela busca da sobrevivência e vontade de mudar de vida.
• Apesar de publicada em 1937, é possível notar que a realidade não mudou muito desde então, milhares de
"Pedro Bala" ainda andam pelas ruas na incerteza do que virá no amanhã.
MENSAGEM

• Crítica Social: O livro critica fortemente a desigualdade social, a


pobreza e a falta de oportunidades para as camadas mais baixas da
sociedade;

• Solidariedade: Apesar das condições adversas, os Capitães da Areia


demonstram uma forte ligação entre si e uma solidariedade que
transcende as dificuldades;

• Injustiça e Repressão: A história aborda as injustiças e a repressão


sofridas pelas crianças por parte da sociedade e do sistema.

• Esperança e Desespero: O livro também explora temas de esperança e


desespero, mostrando como esses jovens enfrentam as dificuldades com
resiliência, mas também revelando os desafios quase insuperáveis que
enfrentam.
• A trama de "Capitães da Areia" segue a vida de um grupo
de crianças órfãs em Salvador, Bahia, conhecidas como os
Capitães da Areia. Essas crianças, lideradas por Pedro
Bala, enfrentam a dura realidade de viverem à margem da
sociedade, buscando sobreviver nas ruas através de dos
furtos e dos crimes

TRAMA E ENREDO • O enredo, organiza esses eventos de maneira a destacar as


relações entre os personagens, suas experiências
individuais e coletivas, e as interações com o mundo ao seu
redor. A narrativa explora a amizade, a solidariedade e as
lutas dessas crianças contra a adversidade, enquanto
também lança um olhar crítico sobre as condições sociais e
políticas da época.
NÚCLEOS DRAMÁTICOS

"Capitães da Areia" possui vários núcleos dramáticos que se entrelaçam ao


longo da narrativa. Alguns dos principais núcleos incluem:
• A vida nas ruas: O núcleo central é a vida dos meninos órfãos, mostrando
suas atividades diárias;
• As relações entre os personagens: O relacionamento entre os meninos,
suas amizades, conflitos, solidariedade e o desenvolvimento de laços
fraternos;
• A crítica social: A obra também aborda criticamente questões sociais;
• A esperança e redenção: Outro núcleo dramático é a busca por um futuro
melhor, a esperança de mudança e a possibilidade de redenção para esses
meninos
• A obra Capitães de Areia é narrada em terceira pessoa.
"Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando
palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos
da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a
NARRADOR amavam, os seus poetas".
"O que ele queria era felicidade, era alegria, era fugir de toda aquela
miséria, de toda aquela desgraça que os cercava e os estrangulava"
PERSONAGENS

Pedro Bala: líder dos Capitães de Areia, Pedro é descrito como um garoto de 15 anos, que há 10 anos vagueia pela Bahia,
conhecendo todas as suas ruas e becos.
João-Grande: Garoto de 13 anos que se destaca no grupo pelo seu tamanho e força, está quase sempre perto de Pedro Bala,
por isso é uma espécie de braço direito do líder.
Professor (João José): Amante da literatura e pinturas, Professor virou perito nos furtos depois de roubar um livro em uma
casa na Barra
Pirulito: Buscava conforto nas orações, tendo conhecido a religião através do Padre José Pedro.
Sem - Pernas: Descrito como coxo, nunca teve família, antes de fugir para as ruas vivia na casa de um padeiro que o surrava.
Gato: "Vinha do meio dos Índios Maloqueiros, crianças que vivem sob as pontes de Aracaju", descrito como galã do grupo
aos 14 anos.
Dora: Encontrada pelos Capitães de Areia, sendo a única menina de lá, assume diversos papéis simbólicos no grupo, seja
como mãe, irmã e noiva para Pedro Bala, por quem inocentemente se apaixona.
Boa-Vida: descrito como malandro que adora fazer samba e cantar pelas ruas, rouba o suficiente para contribuir com o
grupo.
Volta-Seca: mulato sertanejo e grande admirador de Lampião, a quem chamava de "padrim“.
Querido-de-Deus: pescador e grande capoeirista
Padre José Pedro: padre de bom coração e humilde
MOMENTO LITERÁRIO

• Por ser uma obra lançada em 1937 e ter certas características, o momento literário da produção da
obra é posicionado na segunda fase do Modernismo, época em que o movimento literário começava a
colocar suas lentes nas questões sociais.
• Além da segunda fase modernista que, como supracitado, focava nas questões sociais, o romance
“Capitães da Areia” surge numa época de polarizações políticas em que o Estado Novo (marcado pelo
nacionalismo, anticomunismo e autoritarismo) se aproximava do regime nazista e a população
começava a criar uma consciência de classe.
• É possível, assim, ir mais longe ao afirmar que se trata de um “romance social” de fato, o que pode
ser embasado justamente pelo momento literário cujo foco eram as questões sociais e pelas
motivações do próprio autor, Jorge Amado, um homem assumidamente de esquerda e membro do
Partido Comunista, que fez de sua literatura reflexo de suas convicções políticas

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