O documento resume o romance Capitães da Areia de Jorge Amado, descrevendo sua estrutura, personagens, temas e estilo narrativo. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados na Salvador dos anos 1930 e denuncia problemas sociais como pobreza e desigualdade.
O documento resume o romance Capitães da Areia de Jorge Amado, descrevendo sua estrutura, personagens, temas e estilo narrativo. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados na Salvador dos anos 1930 e denuncia problemas sociais como pobreza e desigualdade.
O documento resume o romance Capitães da Areia de Jorge Amado, descrevendo sua estrutura, personagens, temas e estilo narrativo. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados na Salvador dos anos 1930 e denuncia problemas sociais como pobreza e desigualdade.
Capitães da Areia é um romance, publicado em 1937.
O livro retrata a vida de um grupo de menores
abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador /trapiche abandonado (espaço) dos anos 30 (tempo). A obra Capitães da Areia foi escrita na primeira fase da carreira de Jorge Amado, e nota-se grandes preocupações sociais. As autoridades e o clero são sempre retratados como opressores (Padre José Pedro é uma exceção mas nem tanto; antes de ser um bom padre foi um operário), cruéis e responsáveis pelos males. Os Capitães da Areia são tachados como heróis no estilo Robin Hood. No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transforma em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães da Areia de Salvador. A linguagem é coloquial , com alguns termos chulos, regionais e jornalística,
Regional ou arcaica – “buliram”, “bater a chapa”,
“história zorreta”, “batuta”, “xilindró”,
Chula: “foi tu que tirou meu cabaço”, “tu não
trepa com esse menino”, “Agora tu vai ter bexiga na piroca, negro burro”, “Ninguém aqui vai ficar bexinguento só por causa deste fresco”, “mas bem comível ainda” , “capaz de derrubar mulher”, “xibungo”, “nem pra me tocar bronha” Tempo - A data em que ocorre o romance é imprecisa, mas algo entre de 1928 e 1932, pois em 1917 eclodiram as greves operárias, na qual o pai de Pedro Bala morreu. A obra apresenta tempo cronológico demarcado pelos dias, meses, anos e horas conforme exemplificam os fragmentos: "É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia, Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus 5 anos. Hoje tem 15 anos. Há dez anos que vagabundeia nas ruas da Bahia."
O tempo psicológico correspondente às lembranças e
recordações constantes na narrativa. Todas as ações acontecem em Salvador – BA em sua maioria nas ruas das cidades, onde os garotos furtam pra viver, além da rua há outros espaços como as casas que eles analisam antes de roubar ou o trapiche em que eles dormem. Foco Narrativo A obra Capitães da Areia é narrada na terceira pessoa, sendo o autor, Jorge Amado, o narrador apenas o expectador. Ele se comporta, durante todo o desenvolvimento do tema, de maneira indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolver diretamente com eles. A história é contada em 3º pessoa por um narrador onisciente, que é aquele que sabe de tudo, pois além de narrar o presente dos garotos, o narrador conhece o passado deles. O tempo é o presente, dando a impressão que as ações estão acontecendo no mesmo momento da leitura.
Jorge Amado é conhecido por ser um escritor que cria narradores
que aderem às causas das personagens mais necessitadas, excluídas. Escolhendo essa forma de criar histórias, através de narradores que tomam partido pelos mais fracos, Jorge Amado, claramente, reflete os princípios ideológicos da esquerda, pois, conforme já afirmado anteriormente, na época em que escreveu o romance, o autor pertencia aos quadros do Partido Comunista. Dessa forma, o narrador, aqui, funciona como uma espécie de delegado do autor. A grande admiração de Jorge Amado pelos vagabundos ensejou o romance Capitães da Areia. A narrativa se desenrola no Trapiche (hoje Solar do Unhão e o Museu de Arte Moderna); no Terreiro de Jesus (na época era lugar de destaque comercial de Salvador); onde os meninos circulavam na esperança de conseguirem dinheiro e comida devido ao trânsito de pessoas que trabalhavam lá e passavam por lá; no Corredor da Vitória área nobre de Salvador, local visado pelo pelo grupo porque lá habitavam as pessoas da alta sociedade baiana, como o comendador mencionado no início da narrativa. Pedro Bala, o líder, uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros, e depois descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve; Volta Seca, afilhado de Lampião, tem ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro; Professor (João José), grande amigo de Pedro Bala partilhando amor pela mesma moça que o seu amigo, rapaz sonhador e mediador do grupo Capitães da Areia, sendo essencialmente conselheiro de Pedro B.; Lê e desenha vorazmente, sendo muito talentoso; ao final do livro, vai para o Rio de Janeiro pintar e ficou conhecido por isso. Essa sua ida proporcionou ao mundo a história do seu grupo de crianças de rua; Gato, que com seu jeito malandro acaba conquistando uma prostitua, Dalva; Boa-Vida, era um malandro, adorava Querido- de-deus, ia para as festas conquistando prostitutas; Sem-Pernas, o garoto coxo que serve de espião se fingindo de órfão desamparado (em uma das casas que vai é bem acolhido, mas trai a família ainda assim, mesmo sem querer fazê-lo de verdade); provavelmente a criança mais carenciada de afeto no grupo; João Grande, o "negro bom" como diz Pedro Bala, segundo em comando; porte físico forte e corajoso; Querido-de-Deus, um capoeirista que é apenas amigo do grupo; Dora, era a "mãe" de todos do trapiche, é amada por Professor e por Pedro Bala. Fica doente e antes de morrer teve relações sexuais com Pedro Bala. Professor diz que Dora, ao morrer, vira uma estrela no céu; Caboclo Raimundo, era chefe dos Capitães da Areia antes de Pedro Bala, foi ele que cortou o rosto de Pedro Bala, mas logo vai embora; Don'Anninha, mãe de santo amiga dos Capitães da Areia; Padre José Pedro, amigo dos Capitães da Areia e que procura fazer Daqueles meninos homens de bem e crentes em Deus; João-de-Adão, estivador, negro, forte e antigo grevista. Através dele Pedro Bala soube do pai; Barandão, nomeado chefe do grupo depois que Pedro Bala partiu para o grupo dos Índios Maloqueiros de Aracaju, onde tenta organizá-los como os Capitães da Areia. Almiro, morreu de Bexiga; Pirulito, grande fé cristã, o único que prestava atenção nos dizeres religiosos do Padre José Pedro, seu destino foi o celibato; Loiro, pai de Pedro Bala, lider nas greves antigas ao lado de João de Adão; Zé Fuinha, irmão de Dora; Ezequiel, chefe de outro grupo de meninos mendigos; Alberto, estudante que se torna amigos dos Capitães da Areia. Mãe para o Gato e Volta Seca Mãe dos outros para o Professor (gostava dela) Pecado para Pirulito (religião) Irmã para João Grande Noiva para Pedro Bala Denúncia de problemas sociais urbanos, a questão do menor abandonado e das diferenças de classes que geram: discriminação, marginalidade, prostituição, miséria, pobreza, abandono, infelicidade, entre outros, o que mostra a falta de posicionamento da sociedade no que tange à busca de uma solução para questões tão presentes, ainda hoje, em nosso meio. Liberdade X reformatório, prisão Sincretismo religioso – católica X umbanda (dia de Xangô, Ogum, Omulu, Iemanjá Hipocrisia (as beatas, Ideal comunista-socialista, lutas sindicais, greves, movimentos do operariado Carência material e afetiva Descritivismo, verossimilhança Prostituição, promiscuidade, depravação Orfandade Leis internas (pederastas passivos, roubo, não pagar pelo sexo, Referência ao cangaço (Volta Seca) Romantismo X Realismo, lirismo X narrativo, individual X social, poesia X prosa Cultura baiana (capoeira, manifestações afro- brasileiras, culinária) Autoritarismo Homossexualismo (Boa Vida & Gato, Barandão & Almiro) Consumo de álcool Discurso Direto - - Tenho pena dela. - - Quem manda deitar com outros...
Discurso Indireto: Passou a mão na minha cabeça, depois me disse que muito obrigado.
Discurso Indireto Livre:
Pedro pensou que tudo estava perdido. Como iria ele tirar o embrulho debaixo da perna do homem? O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, via uma seqüência de pseudo-reportagens, explica-se que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caçam como os adultos antes do tempo que são. Retrata os meninos como moleques atrevidos, malandros, espertos, famintos, ladrões, agressivos, falsos, soltos de língua, carentes de afetos, de instrução e de comida. O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, vem uma sequência de pseudo-reportagens, que caracterizam-nos e mostram diversas visões sobre o caso. Primeira Parte: Sob a lua, num velho trapiche abandonado. Subdividida em 10 capítulos, a primeira parte apresenta o local em que as ações transcorrerão. Um trapiche (ou armazém abandonado), à beira-mar, que no passado fora um local movimentado e agora está sujo e infestado de ratos. Fora frequentado inicialmente pela marginália, até ser tomado pelo bando dos Capitães da Areia. “Ao contrário de outros grupos espalhados pela cidade, os Capitães da Areia têm um líder, seguem normas e, principalmente, obedecem a um chefe que cumpre o papel de "manter um lar" para as crianças que ali vivem. Pedro Bala, quase naturalmente surge como um líder e tem o papel de harmonizar, manter a ordem e, de certa maneira, ensiná-los a agir sob certas circunstâncias. Com quinze anos, audaz, ativo e conhecedor de todos os recantos da cidade, é marcado por uma cicatriz e por seus cabelos loiros. Poucos lhe conheceram a mãe, e o pai "morrera num balaço". Para firmar a liderança, Pedro Bala destituiu o caboclo Raimundo, após uma luta pelo "poder". O ápice da primeira parte vem em dois momentos: quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e experimentam as sensações infantis; e quando a varíola ataca a cidade e acaba eliminando um deles, Almiro, apesar da tentativa do padre José Pedro em ajudá-los, e tendo grandes embaraços por causa disso... Segunda parte: Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos Relata a história de amor que surge quando Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia". Apesar de inicialmente os garotos tentarem estuprá-la, Dora vira uma espécie de mãe para eles. Mas isto acontecera apenas uma vez! Podemos até mesmo afirmar que por breves momentos, Dora era a única pessoa sobre a qual o líder dos Capitães da Areia, Pedro Bala, estaria disposto a pensar a matar,e desta forma ultrapassar o sentimento de "Carpe Diem". Bem como era uma espécie de "estrela", que por sua guiou e fez sonhar Pedro Bala com simplesmente o seu amor. Professor – pintor no RJ Pirulito- vendedor de jornais, engraxate, carregador de bagagens, frade Padre José Pedro – indicado para uma paróquia numa vila no sertão Boa Vida – tocador de violão, capoeirista, arruaceiro Gato – vai para Ilhéus, com Dalva, é preso, depois vai pra Aracajú (açúcar) Volta Seca – na “rabada de um trem”, vai para Aracajú, 60 mortes no fuzil, 30 anos de prisão, informações que são chegadas através de jornais Sem Pernas – depois do último golpe (D. Joana) – “canção de amor da vitalina”, se joga de cima de uma montanha, “como um trapezista de circo” Pedro Bala, Barandão e João Grande – associam-se aos grevistas, “companheiros” Pedro Bala – vira líder grevista, organiza uma brigada de choque em Aracajú, foi preso numa colônia e fuge, tornando-se fugitivo da polícia Barandão – assume a liderança do grupo João Grande - marinheiro Terceira parte: Canção da Bahia, Canção da Liberdade Mostra a desintegração dos líderes. Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia que odeia; Professor parte para o Rio de Janeiro onde torna-se um pintor de sucesso, entristecido com a morte de Dora; Gato se torna um malandro de verdade, abandonando eventualmente sua amante Dalva, e passando por Ilhéus; Pirulito se torna padre; Padre José Pedro finalmente consegue uma paróquia no interior, e vai para lá ajudar os desgarrados do rebanho do Sertão; Volta Seca se torna um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 60 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro; Querido-de-Deus continua sua vida de capoeirista e malandro; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães da Areia ajudam numa greve. Pedro Bala abandona a liderança do grupo,transferindo-a para Barandão, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim Pedro Bala deixa de ser o líder dos Capitães da Areia e se torna um líder revolucionário comunista.
Considerações Sobre 'Canção Do Exílio', 'O Menino Sem Passado' e 'A Outra Infância' de Murilo Mendes e 'Os Sinos' e 'O Último Poema' de Manuel Bandeira - Literatura Brasileira III