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Brasileira”
Por:
Arthur Hiago
Bernardo Aguiar Gonzales, Lélia
Clara Lima
Gabriel Nunes
Larissa Oliveira
Tony Sanchez
Quem é Lélia Gonzales?
Quem é Lélia Gonzales?
“Racismo? No Brasil? Quem foi que disse? Isso é coisa de americano. Aqui não tem diferença, porque todo
mundo é brasileiro acima de tudo, graças a Deus. Preto aqui é bem tratado, tem o mesmo direito que a gente
tem. Tanto é que, quando se esforça, ele sobe na vida como qualquer um. Conheço um que é médico;
educadíssimo, culto, elegante e com umas feições tão finas… Nem parece preto”.
“A Nêga Ativa”
“a nêga ativa”
“a nêga ativa”
O CARNAVAL:
Lélia Gonzalez inicia o texto nos trazendo a canção “Mulata”, de autoria dos Irmãos Valença e popularizada
por Lamartine Babo;
“O teu cabelo não nega, mulata,
que tu és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata,
Mulata, eu quero o teu amor
Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor”
“a nêga ativa”
Lélia resgata na história o termo “mucama” para entender a “confusão que o branco faz na gente que é
preto”.
Segundo o dicionário Aurélio: "Mucama. (Do quimbumdo mu’kama ‘amásia escrava’) S. f. Bras. A escrava
negra moça e de estimação que era escolhida para auxiliar nos serviços caseiros ou acompanhar pessoas da
família e que, por vezes, era ama de leite. (Os grifos são meus).“
→ Duplo sentido da mucama: a doméstica (mucama permitida; da prestação de serviço; cotidiana) e a
mulata (mucama ocultada; do carnaval; exaltada)
“a nêga ativa”
*Crítica: Caio Prado Júnior nega o estatuto de sujeito humano ao escravo. (Escravo X Negro)*
“a nêga ativa”
Lélia define esse tipo de pensamento como sendo fruto da “neurose cultural brasileira” gerada pela
culpabilidade branca.
→ Neurose cultural brasileira: construção de modos de ocultamento de um sintoma.
→ Culpabilidade branca: ligada especificamente a palavra responsabilização.Exemplo do caso do vice-rei:
“Mais adiante, citando José Honório Rodrigues, ela se refere a um documento do fim do século XVIII pelo
qual o vice-rei do Brasil na época excluía de suas funções do capitão-mor que manifestara “baixos
sentimentos” e manchara seu sangue pelo fato de ter se casado com uma negra. Já, naqueles tempos,
observa-se de que maneira a consciência (revestida de seu caráter de autoridade, no caso) buscava impor
suas regras do jogo: concubinagem, tudo bem; mas casamento é demais.”
“a nêga ativa”
O CASO MARLI
Nasceu no Rio de Janeiro, na favela do Pinto, em 1954. Trabalhou como empregada
doméstica e quando criança viu a favela onde vivia com sua família ser alvo de um
incêndio criminoso.Em 1979, testemunhou o assassinato de seu irmão, Paulo Pereira
Soares, pela polícia militar, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, junto com seu pai,
foi à delegacia em Belford Roxo, na Baixada Fluminense denunciar. Lá, reconheceu
e apontou um dos assassinos de seu irmão, que nunca foi preso.
Esse dia foi o primeiro de sua longa jornada por justiça, porque Marli precisou ir
mais 30 vezes na delegacia fazer reconhecimentos, até que passou a ir diariamente.
Sua luta fez com que fosse apelidada pela imprensa como “Marli Coragem”. Ela
passou a sofrer ameaças e se manteve escondida por muito tempo.
Anos mais tarde, seu filho Sandro, de 15 anos, também foi assassinado pela polícia.
Sua história foi relatada no livro “Marli Mulher: tenho pavor de barata, de polícia
não”, que conta sua luta por justiça. (Fonte: site Memórias da Didatura).
“a nêga ativa”