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COLÉGIO ESTADUAL MIGUEL COUTO

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA


2º ANO TURMA: _____
NOME COMPLETO: ___________________________________

LITERATURA

O negro na literatura brasileira

Muitas vezes ausente, representado em personagens coadjuvantes ou em estereótipos, o povo negro


ocupa até hoje lugar secundário na produção literária brasileira.

"A representação do negro na literatura brasileira reforça diversos estereótipos nas obras, o que traz um
desserviço a essa parcela da sociedade, que já, por muito tempo, é tratada com descaso e desprezo. A
presença de personagens negros na literatura, quando há, dá-se, na maioria das vezes, em papéis
secundários de coadjuvantes ou de vilões. Representantes negros no protagonismo não são muito
encontrados e, quando são, estão quase sempre presos a ambientes predeterminados."

A representação do negro na literatura brasileira

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2015, pretos e pardos
totalizam 54% da população brasileira. Em meio a esse cenário de diversidade, predomina, no senso
comum, a muito difundida teoria da democracia racial, que enquadra o Brasil como um país dito não
racista.

Entretanto, os números da Pnad Contínua de 2017 apontam outra realidade: enquanto a média salarial
dos negros é de R$1.570, a dos pardos é de R$1.606 e a da população branca chega a R$2.814. As
disparidades não param por aí: no grupo do 1% mais rico da população brasileira, a porcentagem de
negros e pardos era de apenas 17,8%.

"Esse contexto evidencia um abismo social na sociedade brasileira. A abolição do trabalho escravo, há
pouco mais de um século, não garantiu, como demonstram esses números, a inserção da população preta
e parda como cidadã no território brasileiro, pelo menos não em paridade com a população branca.

Entre os diversos fatores que contribuem para essa desigualdade racial, embasada na lógica da
colonização, que sequestrou milhões de africanos para condená-los à escravidão em terras brasileiras, a
literatura aparece como grande veiculadora de preconceitos, seja naturalizando estereótipos negativos
vinculados ao negro, seja pela ausência de personagens negros como um todo. É o caso, por exemplo, do
projeto nacionalista do romantismo indianista, que entende a genealogia brasileira como fruto do encontro
racial entre europeus e indígenas, subtraindo a presença negra da população nacional."

O cenário da literatura contemporânea não é diferente. De acordo com pesquisa do Grupo de Estudos de
Literatura Contemporânea da Universidade de Brasília, entre os anos de 1965 e 2014, 70% das obras
publicadas por grandes editoras brasileiras foram escritas por homens, dos quais 90% são brancos e pelo
menos a metade deles é de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Os próprios personagens retratados
aproximam-se da realidade desses autores: 60% das obras são protagonizadas por homens, sendo 80%
deles brancos e 90% heterossexuais.

Ainda de acordo com a mesma pesquisa, entre 2004 e 2014, apenas 2,5% dos autores publicados não
eram brancos, e apenas 6,9% dos personagens retratados eram negros. Em apenas 4,5% das histórias
eles aparecem como protagonistas. Entre 1990 e 2014, as cinco principais ocupações dos personagens
negros nas obras analisadas eram: bandido, empregado doméstico, escravo, profissional do sexo e dona
de casa.

"“Na Literatura Brasileira o personagem negro ocupa lugar menor, muitas vezes inexpressivo e quase
sempre coadjuvante, ou vilão no caso masculino, mantendo nos personagens a inferioridade dada a eles
como reflexo da era escravista.”|1|"

Personagens negros na literatura brasileira canônica: os estereótipos

O negro aparece na literatura brasileira muito mais como tema do que como voz autoral. Assim, a maioria
das produções literárias brasileiras retrata personagens negras a partir de pontos de vista que evidenciam
estereótipos da estética branca dominante, eurocêntrica. Trata-se de uma produção literária escrita
majoritariamente por autores brancos, em que o negro é objeto de uma literatura reafirmadora de estigmas
raciais.

A pesquisadora Mirian Mendes nos lembra que os estereótipos são “a base ideológica da dominação do
negro pelo branco”. O professor e pesquisador Domício Proença Filho aponta como principais
estereótipos:

 O escravo nobre

Aqui o negro seria aquele que é fiel, submisso, que supera todas as humilhações e vence a crueldade dos
senhores pelo branqueamento. É o caso da personagem protagonista de Escrava Isaura, de Bernardo
Guimarães, publicado em 1872 e adaptado como novela de televisão pela Rede Globo em 1976 e pela
Rede Record em 2004. Isaura é filha de mãe negra e pai português, e tem a pele clara. Veja um trecho do
romance, em que Isaura conversa com sinhá Malvina:"

"“– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz,
vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida, que faria inveja a muita gente
livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação, como não tiveram muitas ricas e
ilustres damas, que eu conheço. És formosa e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas
veias uma só gota de sangue africano.

[...]

– Mas senhora, apesar de tudo isso que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação, que
me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na
senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

– Queixas-te de tua sorte, Isaura?

– Eu não, senhora: apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu
lugar.”"

"O diálogo transparece e reafirma os paradigmas vigentes: a branquitude como sinônimo de beleza, a
herança africana como maldita, a benevolência dos senhores para com a escrava, a perpetuação desse
estado de coisas que se encerra com a fala de Isaura “sei conhecer o meu lugar”.

 O negro vítima"

"Criado para exaltar o projeto abolicionista, aqui o negro é retratado também com a submissão servil,
vítima de um sistema desumano. É o caso de diversos poemas de Castro Alves, tais como “A cruz da
estrada”, em que a morte aparece como a única chance de libertação do negro escravizado, ou mesmo o
célebre “O navio negreiro”, em que o poeta relembra os perversos anos do tráfico negreiro e menciona
grandes nomes europeus, como Colombo e Andrada, mas não há sequer uma menção à resistência
negra, aos quilombos, a Zumbi ou Luiza Mahin.
“Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.” (versos finais de “A cruz da estrada”, Castro Alves)

A esse estereótipo associa-se também o do escravo fiel e passivo, presente em diversas obras, como em
Mãe Maria, conto infantil de Olavo Bilac, publicado no livro Contos Pátrios (1904):"

"“Comprar e vender escravos era, naquele tempo, uma coisa natural. Ninguém perguntava a um negro
comprado o seu passado, como ninguém procurava saber de onde vinha a carne com que se alimentava
ou a fazenda com que se vestia. De onde vinha a velha Maria, quando, logo depois de meu nascimento,
meu pai a comprou? Sei apenas que era africana; e tinha talvez um passado terrível: porque, quando a
interrogavam a esse respeito, um grande terror lhe dilatava os olhos, e as suas negras mãos reluzentes e
calejadas eram sacudidas de um tremor convulsivo. Conosco, a sua vida foi quase feliz.”

(Olavo Bilac, Mãe Maria)"

"Vê-se a naturalização da escravidão e do apagamento completo do passado da personagem, em que


“africana” oculta suas origens e todos os termos prestam-se a uma indefinição de Maria. A ausência da
família contribui para enquadrá-la sob o paternalismo branco, “quase feliz”.

 O negro infantilizado

Caracterizado como subalterno e serviçal, é o estereótipo que o coloca como incapaz. Presente em obras
como O demônio familiar (1857), de José de Alencar, e O cego (1849), de Joaquim Manuel de Macedo.
Domício Proença Filho associa ainda esse estereótipo à animalização de Bertoleza, personagem de O
Cortiço (1900), de Aluísio Azevedo:

“Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço,
sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do
amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais
escrava e rasteira. João Romão subia e ela ficava cá embaixo, abandonada como uma cavalgadura de
que já não precisamos para continuar a viagem.” (O Cortiço, Aluísio Azevedo)

É o caso também de Tia Nastácia, personagem de Monteiro Lobato, confinada à cozinha onde trabalha a
serviço de uma família branca, apresentada como “negra de estimação que carregou Lúcia em pequena”
(Monteiro Lobato, Reinações de Narizinho), cujas histórias são frequentemente desqualificadas pelas
outras personagens:"

“– Pois cá comigo – disse Emília – só aturo estas histórias como estudos da ignorância e burrice do povo.
Prazer não sinto nenhum. Não são engraçadas, não têm humorismo. Parecem-me muito grosseiras e até
bárbaras - coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Nastácia. Não gosto, não gosto, e não gosto!

[...]

– Bem se vê que é preta e beiçuda! Não tem a menor filosofia, esta diaba. Sina é o seu nariz, sabe? Todos
os viventes têm o mesmo direito à vida, e para mim matar um carneirinho é crime ainda maior do que
matar um homem. Facínora!” (Monteiro Lobato, Histórias de Tia Nastácia)"

"Ilustração de Dona Benta, Narizinho e Tia Nastácia."


"Além de tida como ignorante, as características de seu fenótipo negro, como a cor da pele e o tamanho
da boca, são arranjadas para tornarem-se também ofensivos, sinônimos de feiura e inferioridade.

 O negro animalizado, hipersexualizado e pervertido

Presente em O bom crioulo (1885), de Adolfo Caminha, é o personagem negro que encarna a
homossexualidade, tida à época como perversão. É o caso também do romance A carne (1888), obra de
Júlio Ribeiro, que associa as liberações dos instintos sexuais da protagonista (branca) Lenita a
promiscuidades com os escravos. Aparece também na figura de Rita Baiana, de O Cortiço (1900), e em
diversas obras de Bernardo Guimarães, como Rosaura: a enjeitada (1883):

“Adelaide era como o leitor já sabe, de uma beleza plástica e mais provocadora. O seio túrgido, sempre
arfando em mórbida ondulação, parecia o ninho da ternura e dos prazeres; o olhar, a um tempo cheio de
meiguice e de fogo, como que derramava fulgores divinos sobre toda a sua figura; as faces róseas os
lábios purpurinos eram como esses pomos vedados, que no paraíso seduziram os progenitores da
humanidade e ocasionaram sua primeira culpa; e o porte dotado de elegância natural, com suas
voluptuosas ondulações e meneios graciosos pareciam estar cantando eternamente o hino de amor e de
volúpia; as feições, não muito corretas, eram animadas por uma fisionomia de tão encantadora expressão,
que impunha a adoração, sem dar tempo à observação.”

A erotização e objetificação da mulher negra é um dos estereótipos mais comuns não só da literatura
brasileira, como da representação das mulheres pretas de forma geral – desde Gregório de Matos, poeta
seiscentista, até a recém-extinta personagem da Globeleza, vinheta que ficou 26 anos no ar pela Rede
Globo mostrando sempre uma mulher negra nua como ícone do Carnaval.

Comparemos, a seguir, dois trechos de poemas de Gregório de Matos: o primeiro, um dentre os muitos
dedicados à D. Ângela de Sousa Paredes, donzela branca; o segundo, a Jelu, a “rainha das mulatas”:

“Anjo no nome, Angélica na cara,


Isso é ser flor, e Anjo juntamente, Se como Anjo sois dos meus altares,
Ser Angélica flor, e Anjo florente, Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Em quem, senão em vós se uniformara? Livrara eu de diabólicos azares.

[...] [...]”

Comparada a um ser angelical, às flores, a um amuleto contra o mal, D. Ângela é o retrato da beleza e das
virtudes. Com relação a Jelu, diz o mesmo poeta:

“Jelu, vós sois rainha das mulatas. Mas sendo vós Mulata tão airosa
E, sobretudo, vós sois rainha das putas. Tão linda, tão galharda, e folgazona,
Tendes o mando sobre as dissolutas Tendes um mal, que sois mui cagarrosa.
Que moram nas quitandas dessas gatas.
Pois perante a mais ínclita persona
[...] Desenrolando a tripa revoltosa,
O que branca ganhais, perdeis cagona.”

Longe da idealização espiritualizada do amor platônico inspirado pela branca D. Ângela, Jelu é facilmente
transfigurada em “gata”, em figura animalesca, em mulher prostituída, ao contrário do retrato angelical da
primeira. Além de erotizada, objetificada, tomada como impura, resta a Jelu ainda a comparação de sua
beleza a um cenário sórdido, fétido.

São inúmeras as produções que perpetuam esse estereótipo erotizado da mulher negra. É o caso das
mulatas de Jorge Amado, com especial destaque para Gabriela, protagonista de Gabriela, cravo e canela
(1958), descrita com sensualidade e beleza que enlouquecem os homens e como uma mulher que se
entrega à paixão, mas não à continuidade de um envolvimento afetivo ou amoroso:
“Atacou uma melodia do sertão, estava com um nó na garganta, aflito o coração. A moça começou a
cantar em surdina. A noite ia alta, a fogueira morria em brasas, quando ela deitou-se junto dele como se
nada fora. Noite tão escura, quase não se viam. Desde aquela noite milagrosa, Clemente vivia no terror de
perdê-la. Pensara a princípio que, tendo acontecido, ela já não o largaria, iria correr sua sorte nas matas
dessa terra do cacau. Mas logo se desiludiu. [...] Era de natural risonha e brincalhona, trocava graças até
com o negro Fagundes, distribuía sorrisos e obtinha de todos o que quisesse. Mas quando a noite
chegava, após ter cuidado do tio, vinha para o canto distante, onde ele ia meter-se, e deitava-se a seu
lado, como se para outra coisa não houvesse vivido o dia inteiro. Se entregava toda, abandonada nas
mãos dele, morrendo em suspiros, gemendo e rindo.”

Luís Fernando França, em sua dissertação de mestrado, elenca, a partir das análises de Roger Bastide,
mais de 20 estereótipos associados aos negros na produção literária brasileira. Entre eles, destacam-se
também os do malandro, do bêbado ou afeito aos vícios, do feiticeiro ou “macumbeiro”, do maldoso etc.

“Alguns exemplos: quem não se lembra dos versos de Manuel Bandeira, “Irene preta, Irene boa, Irene
sempre de bom humor”? Ou da mulata assanhada, que nunca é mulher diurna, só noturna; nunca é
espírito, só carne; nunca é família ou trabalho, só prazer? E bem conhecemos o complemento masculino
dessa fantasia branca: o mulato malandro, chegado à festa e aos vícios muitos, fator de degeneração e de
desequilíbrio social. Estes e tantos outros fantasmas emergem de nosso passado escravista para ainda
hoje habitarem o imaginário social brasileiro, onde fazem companhia a figurações como a do “bom senhor”
ou do “bom patrão”; do “escravo contente” ou do seu oposto, o marginal sanguinário e psicopata,
naturalmente voltado para o crime. Estas e tantas outras deturpações da identidade afro-brasileira
inscrevem-se em nossas letras, tanto quanto no filme, na TV ou nos programas popularescos que se
espalham pelas ondas do rádio. São estereótipos sociais largamente difundidos e assumidos inclusive
entre suas vítimas, estereótipos que funcionam como poderosos elementos de manutenção da
desigualdade.” (Eduardo de Assis Duarte, “Literatura afro-brasileira: um conceito em construção”)

Exercícios

1) Conforme o texto, pode-se afirmar que a literatura brasileira presta um desserviço para a parcela negra
da população? Justifique.

2)Faça um infográfico com os dados da Pnad, de 2017, em que aponta-se a média salarial entre as raças.

3)Observe o infográfico que você construiu na atividade anterior e diga o que ele evidencia.

4) O romantismo no Brasil se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da identidade nacional e
resgate das tradições e valores da cultura popular e do folclore. Temas como o índio, a exaltação da
natureza, os regionalismos e a realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos. Se
o negro também é elemento constituinte da nossa história, por que ele não aparece com tanta ênfase
como o indígena?

5)De acordo com o Grupo de Estudos de Literatura Contemporânea da UNB (Universidade Nacional de
Brasília), entre 1990 e 2014, nas obras analisadas, quais eram as principais ocupações interpretadas
pelos negros ?

6) – Mas senhora, apesar de tudo isso que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação,
que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados
na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

O trecho de Escrava Izaura, de Bernardo de Guimarães,reafirma a branquitude como sinônimo de beleza.

a) No ano de 2023, ser branco ainda é sinônimo de validação? Justifique.

b) “A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.” Quais são as senzalas ainda existentes
em nosso contexto social, quando o assunto em questão é a raça.
7) De onde vinha a velha Maria, quando, logo depois de meu nascimento, meu pai a comprou? Sei apenas
que era africana; e tinha talvez um passado terrível: porque, quando a interrogavam a esse respeito, um
grande terror lhe dilatava os olhos, e as suas negras mãos reluzentes e calejadas eram sacudidas de um
tremor convulsivo. Conosco, a sua vida foi quase feliz.”

(Olavo Bilac, Mãe Maria)"

O que seria, aos olhos do narrador, uma vida “quase feliz”, se Maria ainda era uma escrava?

8) Releia o texto e resuma como você compreende o arquétipo do negro serviçal.

9) Relate as diferenças entre as personagens D. Ângela e Jelu, ambas pertencentes as obras de Gregório
de Matos, poeta barroco.

Texto 1 Texto 2

“Anjo no nome, Angélica na cara, “Jelu, vós sois rainha das mulatas.
Isso é ser flor, e Anjo juntamente, E, sobretudo, vós sois rainha das putas.
Ser Angélica flor, e Anjo florente, Tendes o mando sobre as dissolutas
Em quem, senão em vós se uniformara? Que moram nas quitandas dessas gatas.

[...] [...]
Mas sendo vós Mulata tão airosa
Se como Anjo sois dos meus altares, Tão linda, tão galharda, e folgazona,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda, Tendes um mal, que sois mui cagarrosa.
Livrara eu de diabólicos azares.
Pois perante a mais ínclita persona
[...]” Desenrolando a tripa revoltosa,
O que branca ganhais, perdeis cagona.”

10) Como a mulher negra era descrita por Jorge Amado?

11) Redija um texto dissertativo, cujo tema seja: “A persistência do racismo na sociedade brasileira”

Mínimo: 20 linhas Máximo: 30 linhas

Texto motivador: O racismo estrutural no Brasil

Racismo estrutural é uma forma de organização da sociedade que beneficia uma etnia específica ao
passo que oprime e explora outra.
No caso do Brasil, devido ao processo histórico de colonização e escravidão que durou mais de três
séculos, a população branca é privilegiada e a negra é desmerecida.
Trata-se de um processo sutil e complexo, que muitas vezes pode passar despercebido pela maioria,
criando, inclusive, a perspectiva falsa de que “não existe racismo no Brasil”.
No entanto, basta analisar a diferença de representações sociais entre a população branca e negra para
observar que, na verdade, está bem explícito.
seguir, confira alguns dados que comprovam esse fato:

Segundo o Anuário Brasileiro , 66,7% da população carcerária é negra — ou seja, a cada três presos, dois
são negros.

De acordo com levantamentos do IBGE , negros são 75% entre os mais pobres.Mesmo com a
implementação de medidas, como a Lei das Cotas, para

reduzir essa disparidade entre brancos e negros na sociedade brasileira, a questão do racismo estrutural
ainda é muito evidente e precisa melhorar bastante.

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