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TExTOS PARA A AVALIAÇÃO DA ORALIDADE

(Disponíveis para audição no CD áudio, no Livromédia, em Santillana Multimédia ou na Pen do Professor.)

Setembro

Faixa 60
Felizmino e Zangadão
Felizmino e Zangadão não podiam ser mais dife- bem-dispostas, todas muito parecidas com a de Feliz-
rentes. Felizmino estava sempre alegre, enquanto para mino. Eram fotografias da sua família e percebia-se
Zangadão tudo não passava de um grande aborreci- que aquela era uma família feliz.
mento. Se chovia, ficava infeliz, se fazia sol, sofria Zangadão lembrou-se, então, que na sua casa não
muito com o calor, as flores da primavera provocavam- havia fotografias e que a sua família nunca o visitava.
-lhe alergias e o Natal, com tanta alegria e tantos pre- Porque seria? Sentindo saudades, coisa muito estra-
sentes, irritava-o até mais não. nha, Zangadão tomou uma decisão. Iria procurar a sua
Um dia, algo de muito estranho aconteceu. Sobre casa, abrir as janelas, deixar entrar a luz e encher as
a cidade abateu-se uma grande chuva colorida que paredes vazias de fotografias.
fez, como por artes de magia, com que todas as casas Quando, finalmente, Zangadão encontrou a sua casa,
mudassem de lugar. teve uma grande surpresa: lá dentro estava Felizmino,
Felizmino, deslumbrado, ficou encantado: acompanhado dos filhos e dos netos de Zangadão, que,
— Onde estará a minha casa? Adoro caças ao ao verem a porta aberta, tinham entrado, contentes
tesouro. Zangadão, pelo contrário, estava furioso, e, com aquela inesperada surpresa, embora também com
reparando que no lugar da sua casa estava agora a um certo receio do que pensaria daquela visita sem
casa de Felizmino, resolveu entrar e dali já não sair aviso o mal-humorado Zangadão. E... adivinhem só!
mais. Olha que aborrecimento! A cozinha, o quarto, a Zangadão, em vez de os expulsar, fez um enorme sor-
sala, tudo era diferente. Nem sequer conseguiu encon- riso e, num grande abraço, todos acarinhou.
trar uns chinelos para calçar em vez dos sapatos que Ele há cada coisa!
o magoavam, um hábito que se recusava a dispensar.
Margarida rainha e ana Ferreira, Conto a Conto,
Por toda a casa havia fotografias de caras sorridentes e
Santillana Editores

Outubro
Faixa 61
Os ovos misteriosos
Era uma vez uma galinha que mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o corpo quente, quente.
— Olhem a minha ninhada! — mostrava ela às galinhas do mato. — É tão variada, é tão engraçada.
— Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos — aconselhava a perdiz.
Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor?
Um dia, depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseram-se a cantar:

Somos todos irmãos, Na terra e na água


somos todos diferentes: fazemos nossas casas.
há uns que têm bico, Somos todos diferentes,
outros que têm dentes. mas todos queremos bem
à boa da galinha
Há uns que têm escamas, que é a nossa mãe.
outros que têm asas.

Luísa ducLa soares e ManueLa BaceLar, Os ovos misteriosos,


Edições Afrontamento (adaptado)

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Novembro
Faixa 62
São Martinho
Cai o outono O seu assador, No meu bolso guardei
caem as folhas. é fundamental, meia dúzia de castanhas.
Vêm as castanhas para as castanhas Tão quentes que estão,
quentes e boas. é o ideal. ainda queimo a minha mão.
Logo aparecem Com tanto fumo, Vou dá-las ao meu pai.
homens nas ruas fico cinzento. Vou dá-las à minha mãe.
a vender castanhas, E o homem das castanhas Castanhas quentinhas
são minhas e tuas. andando ao vento. que sabem tão bem.
Tradicional (adaptado)

Dezembro
Faixa 63
Pequeno Natal
Na véspera de Natal, quando o pai da Ana prepa- No almoço de Natal, quando a mãe da Ana tirava
rava a árvore de Natal, apercebeu-se de que faltava um o tronco de Natal do frigorífico, apercebeu-se de que
ramo ao abeto. faltava uma fatia. Foi o ratinho que a levou, para fazer
Foi o ratinho que o levou, para fazer uma árvore um bolo de Natal para os seus pequenitos.
de Natal para os seus pequenitos. Na noite de Natal, No dia a seguir ao Natal, quando o ratinho acor-
quando o Pai Natal descia pela chaminé, apercebeu-se dou os seus filhos para festejar o Natal dos ratinhos,
de que lhe faltava um bolso no seu casaco vermelho. apercebeu-se de que faltava uma agulha ao ramo do
Foi o ratinho que o levou, para fazer um Pai Natal para abeto, um fio vermelho ao bolso do casaco, uma fita ao
os seus pequenitos. Na manhã de Natal, quando a Ana sapato da boneca vestida de princesa e uma migalha
abria os seus presentes, apercebeu-se de que faltava à fatia de bolo. Foi a formiga que os levou para fazer o
um sapato à sua boneca que estava vestida de prin- Natal para os seus filhinhos.
cesa. Foi o ratinho que o levou, para fazer um presente Conto tradicional (adaptado)
de Natal para os seus pequenitos.

Janeiro
Faixa 64
Conta o dedo mindinho da mão direita
Era uma vez uma menina chamada Maria. Há mui- Eu tenho tantos amigos
tas meninas com este nome, mas embora o nome que nem os posso contar.
seja igual, todas as meninas são diferentes umas das Sei que reparam em mim
outras. sempre que vou a passar.
A Maria desta história era um bocadinho vaidosa e E mesmo quando estou só,
gostava de conhecer uma cidade grande! Ah, é preciso sei que estou acompanhada.
dizer que ela vivia sempre na aldeia, onde tinha muitos Com os amigos, estou bem,
amigos. Os amigos da Maria eram os coelhinhos da sem eles não brinco nada.
coelheira, o cão de guarda do rebanho, os gatos das
vizinhas, o papagaio da mercearia, os grilos dos cam- Mas a Maria tinha uma amiga muito especial que
pos, os pombos do pombal... costumava viver num vaso de malmequeres da varanda
do seu quarto: era uma joaninha.

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Só que não era uma joaninha qualquer! Esta falava Estava ela a acabar de se pôr bonita, ouviu uma voz
e tudo. delicada:
Praticamente era a sua conselheira para todos os — Levas-me contigo, Maria? Eu também gostava
assuntos que lhe pareciam mais complicados. muito de conhecer a cidade...
Quando a Maria queria saber qualquer coisa, per- A menina ficou triste, de repente. Se pedisse para
guntava logo à sua amiga joaninha. levar a sua amiga joaninha, ninguém ia deixar e de
E o mais engraçado é que a joaninha lhe respondia certeza ainda fariam troça...
mesmo! Ficou ali a pensar um bocadinho e teve uma bela ideia.
Isto era o que a Maria garantia a quem a quisesse Que sorte o seu vestido ser todo às pintinhas de mil
ouvir. cores!
Muita gente não acreditava.
Viajar de camioneta,
Muita gente ria, como se fizesse troça.
de comboio ou de carroça,
Mas nem a Maria nem a joaninha se ralavam lá
de automóvel, de avião,
muito com isso.
de burro ou de trotineta,
Até que um dia os pais da Maria lhe disseram:
não faz grande admiração!
— Vai vestir o teu vestido novo, que hoje vamos à
Mas viajar uma joaninha
cidade grande!
numa encarnada bolinha
A menina ficou radiante!
do vestido da Maria,
Que bom era ir de passeio até à cidade grande! Que
nunca eu tinha visto, não!
bom era vestir o seu vestido novo!
Toda vaidosa, foi logo arranjar-se. Maria aLBerta Menéres, Dez dedos, dez segredos,
Lisboa Editora

Fevereiro
Faixa 65
O palhacinho Traquina
O palhacinho Traquina era o herói da criançada. E, para ajudar ao zunzum, lá estavam os fiéis com-
Todos os anos animava a cidade. Era um verdadeiro panheiros do palhacinho Traquina, os seus amigos ani-
artista! Tinha a cara redondinha com as bochechas ver- mais.
melhuscas, uma vistosa cabeleira azul, o narigão arrebi- O Rui e o Ulisses, de olhos arregalados, fingiam, os
tado e todo pintalgado. Às vezes aparecia de índio ou de marotos, que não estavam assustados.
cowboy mascarado. Usava dois enormes sapatões e uma E o público, pasmado, aplaudia, entusiasmado…
luva em cada mão com um enorme botão. E os mais divertidos eram os meninos da história, que,
Era uma figura sorridente e caricata, capaz de mui- por artes de fantasia, foram mágicos, malabaristas, doma-
tas caretas, tropelias e perigosas acrobacias. Era vê-lo na dores, acrobatas e trapezistas, pelo menos por um dia…
trotineta a pular para a bicicleta, uma cambalhota no ar Maria João carvaLho, Conto a Conto, San-
para nos patins aterrar. Mas que grande chinfrineira! tillana Editores (adaptado)

Março
Faixa 66
Para onde foram os ovos da Paulina
Desde manhã cedo que Paulina, a galinha, não para de se queixar:
— Todos os dias ponho um ovo fresquinho e todos os dias ele desaparece do ninho.
— Também o meu! Também os nossos! — exclamam em coro as outras galinhas.
Paulina, no entanto, está disposta a meter-se em sarilhos para saber o que acontece aos ovos do galinheiro.
Por isso, sobe para a carroça que parte para o mercado.
De repente, chega a uma praça em grande azáfama. — Parece um formigueiro cheio de formigas gigantes!
— exclama a assustada Paulina.

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Já não lhe apetece meter-se em sarilhos. Mas como encontrará o caminho para casa neste emaranhado de ruas
e ruelas?
Encontra-se diante de uma porta aberta, que deixa ver um alegre galinheiro.
Mas que susto! A loja está cheia de pessoas que cacarejam mais alto do que mil galinhas juntas:
— Quero duas dúzias de ovos de chocolate.
Paulina escuta-as aterrada.
— Mas o que estão a dizer? Serão doidas?
A verdade é que estes ovos têm um cheiro doce como nunca sentiu no seu velho galinheiro…
A porta escancara-se e Paulina, como uma seta, foge daquele galinheiro a fingir.
aLessia gariLLi, Patrizia La Porta, Para onde foram os ovos da Paulina, Livros Horizonte (adaptado)

Abril
Faixa 67
O crocodilo
Andava eu a nadar no rio Nilo, sozinho no rio Nilo diante E partiu logo às arrecuas em
apareceu-me um crocodilo de um crocodilo. grande estilo, deixando-me
com o rabo a rabiar e dentes muito Lembrei-me de lhe perguntar: outra vez tranquilo nas
afiados para me trincar. — Sabes nadar em marcha-atrás? mansas águas do rio Nilo.
Aquilo era inesperado. — Claro que sei, meu rapaz vioLeta Figueiredo, Fala bicho,
Eu nunca sonhara achar-me — disse o crocodilo. Editorial Caminho

Maio
Faixa 68
O pião
Era uma vez duma janela da escola. — Meu pai é vidraceiro,
um menino chamado João Logo veio a correr senhora professora —
que a jogar o pião a senhora professora: assim falou o Chico —,
era mesmo um campeão. — Olha o que fizeste, João?! meu pai conserta a janela.
Ora uma vez no recreio — Ó senhora professora, E assim aconteceu.
o pião fugiu-lhe da mão não castigue o João! — PaPiniano carLos,
e foi quebrar a vidraça gritaram todos os alunos. Era uma vez…, Campo das Letras

Junho

Faixa 69
O dia em que o mar desapareceu
O meu mar é azul, mesmo muito azul. frasco inteiro de bronzeador nas rochas. Tiravam pas-
É preciso tratar bem do mar para ele ficar sem- tilhas elásticas da boca e colavam-nas nas estrelas-
pre assim tão azul, tão brilhante e tão limpo. Mas há -do-mar e na carapaça dos caranguejos que ficaram
quem não trate bem do mar. coladinhos uns aos outros e muito aflitos.
Sabem o que são pássaros Bisnaus? Andam sempre O mar é grande, fundo e largo. Mas, mesmo
despenteados e cheiram mal porque nunca tomam banho. assim, não aguenta tanta porcaria. Por isso foi dei-
Os pássaros Bisnaus são horríveis, muito maus e burros! xando de ficar azul. Todos os seres vivos do meu mar
Mal se instalou no meio da praia, a família dos se foram embora, partiram para outras paragens.
pássaros Bisnaus desatou a fazer porcaria: o pai Bis- E até as algas deixaram de crescer.
nau cuspiu no mar, a filha Bisnau bebeu uma lata de
José Fanha, O dia em que o mar desapareceu,
sumo e atirou-a para a areia. O Bisneco entornou um Gailivro (adaptado)

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