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SEMANA 6

EIXO TEMÁTICO:
Mundo Moderno, colonizações e relações étnico-culturais.

TEMA/TÓPICO:
Colonização Portuguesa e Resistência/Palmares e Revolta dos Malês.

HABILIDADE(S):
Identificar e analisar diferentes formas e relações de trabalho escravo na América Portuguesa.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Formação de quilombos no Brasil; resistências à escravidão.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Sociologia.

TEMA: Quilombo dos Palmares e Revolta dos Malês.


BREVE APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante, nesta semana você vai saber qual foi o maior quilombo da História do Brasil e conhe-
cer sua História, além de entender a importância da maior revolta de escravizados acontecida na cidade
de Salvador (BA). Chegamos à última semana do PET 03. Nas semanas anteriores, fomos trabalhando e
estudando as diferentes questões que envolveram o período escravagista da história do Brasil. Nessa
semana vamos finalizar com os estudos sobre duas resistências escravas bem importantes: o quilom-
bo e a Revolta dos Malês (Bahia, 1835).

QUILOMBO DOS PALMARES


LOCALIZAÇÃO: Serra da Barriga, no atual município de União dos Palmares, em Alagoas. No Brasil Co-
lônia, pertencia à Capitania de Pernambuco.
PERÍODO EM QUE EXISTIU: 1597-1694. Núcleos remanescentes: até 1710.
FASE DA HISTÓRIA DO BRASIL: COLÔNIA. Invasões Holandesas (1624-1625) e (1630-1654).
PRINCIPAIS LÍDERES: Ganga Zumba (governou Palmares entre 1670 e 1678) e seu sobrinho Zumbi (de
1678 até 1694). A esposa de Zumbi, Dandara, destacou-se como guerreira, organizando a resistência
feminina a invasões pelas quais o quilombo passou.
IMPORTÂNCIA HISTÓRICA: foi o maior e o mais organizado quilombo do Brasil, tendo existido por quase
um século. Por isso tornou-se símbolo da luta dos escravizados(as) contra a escravidão. O local em que
existiu hoje em dia é o PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES. A data da morte de Zumbi, 20
de Novembro, é o Dia Nacional da Consciência Negra.
Os primeiros registros sobre o Quilombo dos Palmares são de 1597. Formado por escravizados (as) que
conseguiam fugir das lavouras de cana-de-açúcar da então Capitania de Pernambuco que se esconde-
ram no alto da Serra da Barriga, em meio a uma densa Mata Atlântica que ainda existia nessa região do
país, cresceu muito ao longo dos anos, principalmente na segunda fase da Invasões Holandesas ( 1630-
1654 ), quando os senhores de engenho, preocupados em organizar tropas para expulsar os holandeses,
relaxaram a vigilância sobre os (as) escravizados (as) que trabalhavam em todas as fases do plantio da
cana e da produção de açúcar para exportação para a Europa.

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Palmares foi uma área enorme formada por vários núcleos habitacionais (mocambos) onde também
viveram indígenas e brancos pobres. Seus habitantes viviam da caça, da pesca, da coleta de frutas e da
agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar). Além disso, faziam cerâmicas e
cestos e praticavam a metalurgia. Tinham intensa atividade comercial com alguns brancos pobres que
viviam fora da área do quilombo, com os quais trocavam parte do que produziam por armas e munição.
Desde que a localização de seus núcleos foi descoberta pelos senhores de engenho e pelas autoridades
portuguesas, foram organizadas e enviadas para Palmares várias expedições com o objetivo de destruir
o quilombo, capturar seus habitantes e escravizá-los novamente. Inclusive os holandeses, enquanto
permaneceram em Pernambuco, fizeram o mesmo. Na luta contra uma dessas expedições, a de 1675,
destacou-se Zumbi, um sobrinho de Ganga Zumba, rei de Palmares. Três anos depois Zumbi se tornaria
rei de Palmares e o líder da resistência aos muitos ataques que o quilombo sofreu, após seu tio aceitar
um Acordo de Paz proposto pelo governador da Capitania de Pernambuco que dividiu os habitantes dos
mocambos: alguns foram embora com Ganga Zumba para o Vale do Cacaú, onde perceberam que foram
enganados – as terras eram de péssima qualidade e a vigilância constante; os que ficaram na Serra da
Barriga permaneceram em guerras constantes sob a liderança militar de Zumbi.
Como era muito complicado derrotar Palmares, em 1687 os senhores de engenho e o governador da
Capitania de Pernambuco se uniram para contratar um bandeirante paulista, Domingos Jorge Velho, e
os homens de seu grupo, para destruir os núcleos do quilombo. A guerra começou em 1692 com a vitó-
ria inicial dos quilombolas. Em 1694, com um reforço de 6 mil homens para ajudarem os bandeirantes,
inclusive com o uso de canhões, as batalhas duraram um mês. Ao final desse período, os quilombolas
foram derrotados. Zumbi consegue fugir e se refugia nas matas. No ano seguinte, seu esconderijo foi
delatado. Em 20 de Novembro de 1695, Zumbi cai numa emboscada e é morto.
Os poucos quilombolas que conseguiram sobreviver aos ataques e fugir resistiram até 1710, quando o
quilombo é totalmente desfeito.

REVOLTA DOS MALÊS


ONDE OCORREU: Salvador (BA).
QUANDO: Noite de 24 para 25 de Janeiro de 1835.
FASE DA HISTÓRIA DO BRASIL: Período Regencial (1831-1840).
OBJETIVOS: libertar a população escravizada da religião muçulmana. Imalê, no idioma iorubá, significa
muçulmano.
COMO FOI FEITA: através de uma rebelião generalizada de escravizados de religião muçulmana nasci-
dos na África; em muitos lugares diferentes das ruas de Salvador, no mesmo horário.
COMO ACABOU: em menos de 24 horas, devido à ação das forças policiais.
PUNIÇÕES AOS ENVOLVIDOS: prisão, prisão com trabalhos forçados, açoite, pena de morte (4 foram
executados) e deportação para a África, para as regiões onde hoje em dia ficam os países Nigéria e Be-
nim, que na época era o Daomé.
PARTICULARIDADES DESSA REVOLTA: Foi organizada por escravizados nascidos na África, de religião
muçulmana, que sabiam ler e escrever em Árabe. Durante a rebelião, usavam amuletos contendo pas-
sagens do Alcorão.
Por causa dessa revolta, no mesmo ano foi aprovada em Salvador uma lei que determinava que todos os
africanos escravizados suspeitos de envolvimento em rebeliões seriam deportados para a África.

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PARA SABER MAIS:
Sobre Zumbi e Quilombo de Palmares. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Yj_UyRKB-
5Ng>. Acesso em: 19 abr. 2021.
Sobre Dandara dos Palmares. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XKWfzxga49I>.
Acesso em: 19 abr. 2021. e Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EOnUvmRnMw8>.
Acesso em: 19 abr. 2021.
Sobre as guerras de Palmares. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6qS5tgAZotw>.
Acesso em: 19 abr. 2021.
Sobre a Revolta dos Malês: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RVRrIrvTNs4>. Aces-
so em: 19 abr. 2021.
Comunidades quilombolas no Pará atual: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-
wXexAYIPGa0>. Acesso em: 19 abr. 2021.
Visita Virtual ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares: Disponível em: <serradabarriga.palmares.
gov.br>. Acesso em: 19 abr. 2021.

ATIVIDADES

1 – (CESGRANRIO) No Brasil, o quilombo foi uma das formas de resistência da população escrava. Sobre
os quilombos no Brasil, é correto afirmar que o (a):

a) maior número de quilombos se concentrou na região nordeste do Brasil, em função da deca-


dência da lavoura cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados de sustentar os escravos,
incentivavam-lhes a fuga.
b) maior dos quilombos brasileiros, Palmares, foi extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o
governador de Pernambuco, que se comprometeu a não punir os escravos que desejassem
retornar às fazendas.
c) existência de poucos quilombos na região Norte pode ser explicada pela administração di-
ferenciada, já que, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Coroa Portuguesa havia proibido a
escravidão negra. 
d) quase inexistência de quilombos no Sul do Brasil se relaciona à pequena porcentagem de negros
na região, o que também permitiu que lá não ocorressem questões ligadas à segregação racial.
e) população dos quilombos também era formada por indígenas ameaçados pelos europeus,
brancos pobres e outros aventureiros e desertores, embora predominassem africanos e seus
descendentes.

2 – A forma mais elaborada de resistência à escravidão se deu por meio dos quilombos. No Brasil,
considera-se o mais importante o de Palmares, que

a) foi formado exclusivamente por escravos nascidos na África e esteve em pleno funcionamento
apenas durante a presença dos holandeses no nordeste brasileiro.
b) se formou no final do século XVI, chegou a ter por volta de 20 mil moradores e foi destruído no
final do século XVII, pela ação de bandeirantes.
c) se especializou, durante todo o século XVI, na exploração de metais preciosos, abundantes
nas margens dos rios do interior de Pernambuco.

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d) foi constituído no fim do século XVIII e contou com a importante contribuição de setores da
Igreja Católica, que eram contrários ao escravismo.
e) contou com o decisivo apoio de importantes senhores de engenho de Pernambuco e da Bahia,
com o intuito de sabotar a presença holandesa nessas capitanias.

3 – (FUVEST) Em 1694, uma expedição chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho foi encarregada
pelo governo metropolitano de destruir o quilombo de Palmares. Isto se deu porque:

a) Os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial centrada no Nordeste, queriam aí es-


tabelecer pontos de comércio, sendo impedidos pelos quilombos.
b) Os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os quais aliados aos negros de Palmares
ameaçavam o governo com movimentos milenaristas.
c) O quilombo desestabilizava o grande contingente escravo existente no Nordeste, ameaçando
a continuidade da produção açucareira e da dominação colonial.
d) Os senhores de engenho temiam que os quilombolas, que haviam atraído brancos e mestiços
pobres, organizassem um movimento de independência da colônia.
e) Os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos à revolta contra a metrópole vi-
sando trazer novamente o Nordeste para o domínio holandês.

4 – (VUNESP) Na noite do dia 24 para 25 de janeiro de 1835, um grupo de africanos escravos e libertos
ocupou as ruas de Salvador, Bahia, e durante mais de três horas enfrentou soldados e civis armados.
Os organizadores do levante eram malês, termo pelo qual eram conhecidos na Bahia da época os
africanos muçulmanos. Embora durasse pouco tempo, apenas algumas horas, foi o levante de escravos
urbanos mais sério ocorrido nas Américas e teve efeitos duradouros para o conjunto do Brasil escravista.
REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003

O episódio descrito no trecho contribuiu para

a) a longa duração do tráfico negreiro, pois, diante do crescente conflito social, os defensores do
escravismo reconheceram que era necessário trazer mais escravos para o Brasil.
b) a abolição da escravidão poucos anos depois, pois os grandes proprietários sentiram-se ame-
açados e inseguros e perceberam a necessidade de adotar o trabalho livre.
c) a intensificação das tensões no interior da elite de grandes proprietários no contexto da Re-
gência, incomodados com as diversas revoltas que explodiram à época.
d) o aprofundamento da crise que levou à renúncia de Dom Pedro I, considerado um monarca
politicamente inábil e incapaz de manter a imensa população de escravos sob controle.
e) a crise política que levou ao Golpe da República e ao início da Primeira República, devido ao
descontentamento dos grandes proprietários com a gestão liberal do período regencial.

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5 – (CESGRANRIO 2010) “Os grupos de escravos egressos da Costa da Mina, sob diferentes identidades
(Nagô, Hauçá, Jeje, Tapa), promoveram o maior ciclo de revoltas escravas africanas de que se tem
notícia na história do Brasil. O caráter de resistência sistêmica à escravidão só teve equivalente, antes,
na Guerra dos Palmares e, depois, no movimento abolicionista da década de 1880. Com efeito, entre
1807 e 1835, a Bahia viveu um período de rebeliões contínuas dos escravos africanos, cujo ápice foi a
Revolta dos Malês.”
REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil, a História do Levante dos Malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras.

Completando 175 anos em 2010, a Revolta dos Malês, na Bahia, embora não tenha conseguido modificar
a ordem escravista brasileira, teve um aspecto bastante representativo, uma vez que

a) foi o levante de escravos urbanos, na sua grande maioria de religião muçulmana, mais sério
ocorrido no Brasil.
b) foi um levante de escravos com objetivos claros e definidos, o que justifica a sua longa duração.
c) foi, por meio dessa Revolta, que, pela primeira vez, um grupo de escravos ocupou, ainda que
por curto período, o poder em Salvador. 
d) precipitou a assinatura da Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico negreiro.
e) acelerou a introdução de imigrantes para substituir a mão de obra escrava negra.

6 – Sobre a Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia, em 1835, é correto afirmar que:

a) Foi uma importante revolta organizada pelos alfaiates de Salvador, contra os desmandos e a
repressão do governo regencial.
b) Tratou-se de um levante, concebido pelos indígenas, os chamados malês, visando libertarem-se
da opressão dos brancos.
c) Foi uma importante revolta organizada pelos africanos de religião muçulmana, os chamados
malês, que visavam à libertação dos escravos.
d) Tratou-se de uma revolta da pequena burguesia local contra o governo regencial, visando à
independência de Salvador, à semelhança de Canudos.
e) Foi um significativo levante concebido pelos crioulos, que ocupavam postos na guarda nacio-
nal, visando à independência do recôncavo baiano.

Caro(a) estudante do 1º Ano do Ensino Médio, foi ótimo escrever esse PET para você! Aguardo sua
companhia no próximo!

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