Você está na página 1de 24

MATERIAL DE

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

9º Ano
Ensino Fundamental – Anos Finais

História
VOLUME 1
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES
Governo do Estado de Minas Gerais
Secretaria de Estado de Educação

Governador do Estado de Minas Gerais


Romeu Zema

Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais


Júlia Sant’Anna

Secretária de Estado Adjunta de Educação


Geniana Guimarães Faria

Subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica


Izabella Cavalcante Martins

Diretor da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional do Educador


Weynner Lopes Rodrigues

Coordenadora de Ensino da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores


Janeth Cilene Betônico da Silva

Produção de Conteúdo
Professores-Formadores da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores

Revisão
Equipe Pedagógica da Escola de Formação

Colaboradores
Professores das Universidades parceiras
SUMÁRIO

HISTÓRIA
Planejamento 1: As minorias sociais e o governo da Primeira
República ............................................................................................ pág 01
Planejamento 2: Minorias sociais na República, suas lutas,
conquistas e o papel do Estado republicado ....................................... pág 06
Planejamento 3: O nascimento da República e os problemas sociais ... pág 10
Planejamento 4: Era Vargas e as questões trabalhistas ....................... pág 16
Planejamento 5: O início do século XX ................................................. pág 19
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
9 o ano Ensino Fundamental – Anos Finais 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


História Ciências Humanas e suas Tecnologias
COMPETÊNCIA
UNIDADE TEMÁTICA
O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S):
A questão da inserção dos negros no pe-
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
ríodo republicano do pós-abolição na so-
ciedade brasileira urbana e rural.
Os diversos caminhos migratórios que os
negros usaram para os grandes centros
urbanos, a permanência nas fazendas,
no trabalho de parceria no campo, obser-
vando que não houve efetiva melhoria nas
condições de vida dessa parcela da popu-
lação brasileira. (EF09HI03X) Identificar os mecanismos de inserção/ex-
clusão dos negros na sociedade brasileira pós-abolição e
As mudanças que a ideia ou o conceito de
avaliar os seus resultados.
diversidade sofreu durante o século XX,
reconhecendo a existência de “outras cul- (EF09HI08X) Identificar as transformações ocorridas no
turas”, coadjuvantes e inferiores frente a debate sobre as questões da diversidade no Brasil duran-
uma cultura superior e dominante. te o século XX e compreender o significado das mudan-
ças de abordagem em relação ao tema, ressaltando que a
O movimento multicultural que enfatiza as
nação brasileira é multirracial e pluriétnica.
diferenças e as considera um produto da
história, do poder e das ideologias. (EF09HI09X) Relacionar as conquistas de direitos políti-
cos, sociais e civis à atuação de movimentos sociais en-
As conquistas de direitos políticos, sociais
fatizando o protagonismo feminino.
e civis e a ação de movimentos sociais,
como os surgidos no final do século XIX,
entre os quais, o anarquismo e o anarcos-
sindicalismo.
O protagonismo das mulheres pela con-
quista da igualdade de direitos.
A importância do anarquismo para a pau-
ta da igualdade de direitos entre homens
e mulheres.

1
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As minorias sociais e o governo da Primeira República
DURAÇÃO: 05 a 06 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Análise dos objetos de conhecimento para estruturação do desenvolvimento da habilidade em
questão. Seleção de tipos textuais para conexão da habilidade com os objetos em estudo. Ave-
riguação com a sala de estudantes de conhecimentos e informações prévias sobre os objetos de
conhecimento. Conceituar os principais elementos dos objetos de conhecimento. Uso de mídias
digitais. Uso de fontes documentais para desenvolvimento das habilidades. Uso de metodologias
ativas para estimular a participação estudantil. Averiguação do desenvolvimento das habilidades
através de recursos pedagógicos.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A Proclamação da República no Brasil, em 1889, não significou a inserção de maioria da popula-
ção aos processos de cidadania. Da mesma forma que nos períodos colonial e imperial, indígenas,
pretos(as), pardos(as), mulheres e pobres ficaram às margens dos processos políticos, sociais e
econômicos. Pode-se salientar que, as regras eleitorais e algumas leis promulgadas nesse perío-
do dificultavam/impediam o acesso desses grupos à plena cidadania. Após essa introdução, de-
senvolva a importância da imigração nos processos de construção das leis trabalhistas no Brasil
por meio de ações grevistas, formação de sindicatos e divulgação dos pensamentos anarquistas e
anarcossindicalistas. Frise a conexão com o movimento operário europeu. Em sequência, estabe-
leça conexão com o movimento feminista no setor laboral e no setor político (sufrágio) e com ques-
tões de equidade de gênero. Por fim, construa o processo do conceito de diversidade e como os
movimentos por inserção das minorias vão permitindo a mudança da ideia de diverso e construção
da nação brasileira.
B) DESENVOLVIMENTO:
Na primeira aula desta sequência didática, comente com a sala de aula as habilidades que serão
desenvolvidas e os objetos de conhecimento que serão utilizados para desenvolvê-las. Isso é im-
portante para criar familiaridade com os temas. O(A) professor(a) pode começar perguntando se
os(as) estudantes(as) sabem o que diversidade, se entendem que após a abolição negros e negras
continuaram sendo excluídos(as) da sociedade (se pode perguntar quais os possíveis impactos
dessa exclusão na realidade e comentar sobre isso [favelização, encarceramento em massa, me-
nos escolaridade, dentre outros]), se sabem como se construir a luta das mulheres brasileiras por
cidadania e respeito e como é essa luta na contemporaneidade.
Após essa introdução, sugere-se entregar a íntegra do texto: “5 leis para entender como o Estado
Brasileiro excluiu o negro após a abolição”. Disponível em: <https://iconografiadahistoria.com.
br/2020/11/02/5-leis-para-entender-como-o-estado-brasileiro-excluiu-os-negros-apos-a-abo-
licao/>.
O próprio texto auxilia no debate e na construção da habilidade 03. Vale ressaltar que tanto o dis-
curso da inferioridade racial quanto o ideal de embranquecimento e o mito da democracia racial
foram formas que serviram para manter a colonialidade do poder de modo que a diferença, a desi-
gualdade e a injustiça social para com os sujeitos racializados continuassem sendo invisibilizadas.
Na segunda aula, caso “esgotadas” as discussões sobre a questão do(a) negro(a), inicia o desenvol-
vimento da habilidade 09. Num primeiro momento, a habilidade versa sobre o caminho e luta pelos
direitos sociais. Nessa seara você, professor(a), pode explanar, do período da Primeira República,
sobre os movimentos messiânicos e movimentos urbanos (Revolta da Vacina, Revolta da Chibata e

2
Tenentismo). Em sequência, fale sobre o movimento operário, suas lutas e conquistas e apresente
os conceitos de anarquismo e anarcossindicalismo.

ANARQUISMO ANARCOSSINDICALISMO
FILOSOFIA • HISTÓRIA POLÍTICA (CIÊNCIA POLÍTICA • IDEOLOGIA)
Teoria social e movimento político, presente na Anarquismo que atribui aos sindicatos o prin-
história ocidental do século XIX e da primeira cipal papel na luta pelas reivindicações sociais,
metade do século XX, que sustenta a ideia de econômicas e culturais. Doutrina ou ação sin-
que a sociedade existe de forma independen- dicalista em que são valorizadas as tendências
te e antagônica ao poder exercido pelo Estado, contrárias ao Estado e descentralizantes.
sendo este considerado dispensável e até mes- (Dicionário Oxford Languages).
mo nocivo ao estabelecimento de uma autênti-
ca comunidade humana.
POR EXTENSÃO
qualquer ataque ou afronta à ordem social esta-
belecida ou aos costumes reinantes.
(Dicionário Oxford Languages).

Na terceira aula, relembre os objetos de conhecimentos trabalhados para estabelecer o elo com o as-
sunto dessa aula: o protagonismo feminino no movimento operário e ações do feminismo na luta por
cidadania. Sobre esse assunto, selecione e reproduza à sala de aula (impressão e/ou projeção) tre-
chos do seguinte artigo: Mulheres, sindicatos e organização política nas greves de 1917 em São Paulo.
Fraccaro, Glaucia Cristina Candian. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917 em São Paulo.
Revista Brasileira de História [online]. 2017, v. 37, n. 76, pp. 73-90.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbh/a/THvpNy5TDW34ZgVDKgCFvBR/?lang=pt#>. Acesso em: 28 mar. 2022.

Adicionando à discussão do protagonismo feminino na luta operária por dignidade, introduza a


questão política: o direito de voto e participação eletiva. Nessa reportagem: 90 anos do sufrágio
feminino no Brasil: 4 ícones da longa luta das mulheres pelo direito ao voto.
MOTA, Camilla Veras. 90 anos do sufrágio feminino no Brasil: 4 ícones da longa luta das mulheres pelo direito ao voto.
BBC News Brasil, São Paulo, 2022. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60501066>.
Acesso em: 28 mar. 2022.

Você encontra subsídios para expor a luta pelo direito ao voto e conhecerá uma personagem im-
portante desse assunto no Brasil: Leolinda de Figueiredo Daltro. Nesse texto você encontra ima-
gens que podem ser expostas aos(às) estudantes.
Na aula seguinte, tratar-se-á da habilidade 08. Comece questionando os estudantes sobre o que
eles entendem por diversidade. Comente sobre os tipos de diversidade e como, a partir disso, in-
troduza a construção da ideia de diversidade ao longo do tempo. Até as primeiras décadas do sécu-
lo XX, havia um conceito dominante do caráter racial e do discurso da superioridade branca. Essa
“superioridade” se forja nos processos colonialista e neocolonialista. Após a Segunda Guerra, com
os processos emancipatórios e as questões regionais da Guerra Fria, a diversidade vai tomando
corpo e as ações dos grupos se tornam mais evidentes e suas pautas se tornam mais conhecidas e
ganham notoriedade.

3
A UNESCO, agência da ONU, no fim do século XX, reconhece o respeito à diversidade como forma
de garantia do diálogo e respeito entre os povos. Para aprofundar no tema e dar subsídios aos(às)
estudantes no desenvolvimento da habilidade, selecione trechos do texto: O debate contemporâ-
neo sobre a diversidade e a diferença nas políticas e pesquisas em educação.
RODRIGUES, Tatiane Cosentino; ABRAMOWICZ, Anete. O debate contemporâneo sobre a diversidade e a diferença
nas políticas e pesquisas em educação. Educação e Pesquisa [online]. 2013, v. 39, n. 1, pp. 15-30.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ep/a/WskqTPrZgtc8k56XHvr8XBz/?lang=pt#>. Acesso em: 28 mar. 2022.

Na última aula da sequência, verifique o processo de aprendizagem. Há atividades sugeridas na


sequência, mas o(a) professor(a) pode criar e acrescentar atividades que melhor se configurem aos
processos pedagógicos desenvolvidos em suas salas de aulas.

RECURSOS:
Textos impressos, imagens, vídeos, fotografias, atividades de verificação de aprendizagem.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Participação discentes na leitura, debates, discussões e realização das atividades de verificação
de aprendizagem propostas.

PLANEJAMENTO
1 – Leia o trecho: “Lei da vadiagem, aprovada pelo congresso em 1941, legaliza uma tradição que já
ocorria bem antes: a de prisão e indiciamento de negros pelo simples fato de não terem trabalho
e ficarem em bares e pelas ruas. Essa lei abria brecha para que a polícia decidisse quem estava
vadiando ou não. No início do século XX, quando a capoeira e outras manifestações culturais ne-
gras foram proibidas, prender homens negros virou hábito da força policial. Após a legalização,
as prisões só aumentaram”.
Disponível em: <https://iconografiadahistoria.com.br/2020/11/02/5-leis-para-entender-como-o-estado-brasileiro-
excluiu-os-negros-apos-a-abolicao/>. Acesso em: 08 mar. 2022.

De acordo com o texto, a Lei de vadiagem, de 1941,


a) aumentou a prisão dos indivíduos considerados indesejáveis pela população e pelo Estado.
b) contribuiu para a procura de estabelecimentos escolares visando a formação profissional.
c) extinguiu as leis anteriores que proibiam as práticas culturais da população negra.
d) reafirmou formas de excluir e criminalizar a população negra marginalizada pela sociedade.
e) reafirmou as proibições de leis anteriores e que eram descumpridas pela população.

2 – Leia os suportes:

Participantes do II Congresso Internacional Feminista no Recreio dos Bandeirantes (RJ): con-


quista do voto teve muitas protagonistas.
“Já separada do segundo marido e com 5 filhos - os quais sustentava com seu salário -, a própria
forma como levava a vida afrontava os costumes da época. E foi experimentando as barreiras que
se colocavam às mulheres pelo simples fato de serem mulheres que Leolinda se voltou para as
questões de gênero.

4
Em setembro de 1909, foi impedida de apresentar um trabalho no primeiro Congresso Brasileiro de
Geografia por ser mulher,[...]. Por essa razão, nunca foi nomeada oficialmente como “catequista
leiga ou diretora de índios”, cargos aos quais sempre almejou”.
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60501066>. Acesso em: 09 mar. 2022.

Escreva um pequeno texto explicando a construção da participação feminina na política e a con-


quista de direitos. Finalize seu texto comentando sobre a importância dessa luta para as mulheres
brasileiras dos dias de hoje.

3 – “Sob o manto da diversidade, o reconhecimento das várias identidades e/ou culturas é atraves-
sado pela questão da tolerância, tão em voga, já que pedir tolerância ainda significa manter intac-
tas as hierarquias do que é considerado hegemônico. Além disso, a diversidade é a palavra-chave
da possibilidade de ampliar o campo do capital, que penetra cada vez mais em subjetividades antes
intactas. Vendem-se produtos para as diferenças e, nesse sentido, é preciso incentivá-las. Ou seja,
a diversidade foi entendida como uma forma de governamento exercido pela política pública no
campo da cultura, como uma estratégia de apaziguamento das desigualdades e de esvaziamento
do campo da diferença, tendo como função borrar as identidades e quebrar as hegemonias”.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ep/a/WskqTPrZgtc8k56XHvr8XBz/?lang=pt>. Acesso em: 09 mar. 2022.

Como o conceito de diversidade é utilizado como exercício de domínio e controle socioeconômicos


das minorias sociais?

REFERÊNCIAS
ABRAMOWICZ, Anete; RODRIGUES, Tatiane C. O debate contemporâneo sobre a diversidade e a
diferença nas políticas e pesquisas em educação. Educ. Pesqui. 39 (1) • Mar 2013. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ep/a/WskqTPrZgtc8k56XHvr8XBz/?lang=pt>. Acesso em: 09 mar. 2022.
Educação como exercício da diversidade. UNESCO/MEC. Brasília, outubro de 2005. Disponível em:
<https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000143241>. Acesso em: 07 mar. 2022.
FRACCARO, Glaucia C. C. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917 em São Paulo.
Dossiê: Centenário 1917: Grande Guerra, greves e revoluções. Rev. Bras. Hist. 37 (76) • Sep-Dec 2017.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbh/a/THvpNy5TDW34ZgVDKgCFvBR/?lang=pt#:~:tex-
t=A%20presen%C3%A7a%20feminina%20era%20um,de%20trabalho%20do%20setor%20t%-
C3%AAxtil.&text=21%20Boletim%20do%20Departamento%20Estadual,6%2C%20n>. Acesso em:
09 mar. 2022.
MARINGONI, Gilberto. O destino dos negros após a abolição. IPEA. São Paulo, 2011. Ano 8. Edição 70.
Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2673%3A-
catid%3D28>. Acesso em: 08 mar. 2022.
MONTEIRO, Roberta Amanjás. A inserção do negro na sociedade brasileira do século XIX e a ques-
tão da identidade entre classe e raça. Disponível em: <http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=-
f87b7d1f666a0a1d>. Acesso em: 08 mar. 2022.
MOTA, Camilla Veras. 90 anos do sufrágio feminino no Brasil: 4 ícones da longa luta das mulheres
pelo direito ao voto. BBC NEWS Brasil. 24 fev. 2022. Disponível em:<https://www.bbc.com/portu-
guese/brasil-60501066>. Acesso: 09 mar. 2022.

5
UNIDADE TEMÁTICA
O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S):
A situação dos povos indígenas e das popula-
ções afrodescendentes, identificando ações
(governamentais ou não) de inclusão ou exclu-
são desses grupos na sociedade brasileira du- (EF09HI07X) Identificar e explicar, em meio a
rante a República (até 1964). lógicas de inclusão e exclusão, as pautas dos
O protagonismo de personalidades negras do povos indígenas, no contexto republicano (até
período. 1964), e das populações afrodescendentes,
A questão indígena no âmbito da expansão das considerando as particularidades da história
atividades econômicas em direção às regiões regional e local.
tradicionalmente ocupadas por povos indíge-
nas, resultando em conflitos com fazendeiros,
pecuaristas, etc.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Minorias sociais na República, suas lutas, conquistas e o papel do Estado repu-
blicado
DURAÇÃO: 04 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Verificação se estudantes(as) conhecem (ou a sala de aula possui) pessoas que se identificam
como indígenas e/ou descendentes de quilombolas e/ou quilombolas. Aulas expositivas. Uso de
recursos audiovisuais e documentais. Verificação de aprendizagem por meio avaliativo para ob-
servar os níveis de apreensão da habilidade desenvolvida e dos objetos de conhecimentos.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Desde o início da ocupação portuguesa da América, as nações indígenas foram tendo seus terri-
tórios vilipendiados e, muitas dessas nações, foram dizimadas nesse processo. Populações afri-
canas foram forçadas a migrarem para a América e submetidas à escravização. No século XIX,
na construção do ideário de nação, as populações indígenas foram sendo inseridas no tecido so-
cial do império. Era o momento do romantismo, da busca das origens e dos valores nacionais.
No caso da população africana e seus descendentes, o estado manteve posturas de exclusão, an-
tes e depois da lei Áurea. Essa população irá criar, ao longo da república, redes de proteção e for-
mas de manutenção de suas culturas e de incentivo ao protagonismo negro. As populações serão
tuteladas e ainda sofrerão várias ações de apagamento de suas identidades. A preservação das
etnias indígenas e a proteção da população não branca contra ações discriminatórias só se tornam
realidade, na lei, na Constituição de 1988.
B) DESENVOLVIMENTO:
Professor(a), você pode introduzir a construção da habilidade por dois caminhos: solicitando
aos(às) estudantes informações deles(as) sobre o que sabem das nações indígenas e comunidade
quilombolas no Brasil e na região em que está situada a escola em que você leciona. Pode apresen-
tar, também, caso tenha os recursos materiais necessários, o sítio web do Museu dos quilombos
e favelas urbanas, MUQUIFU, (Conhecendo Museus - http://www.conhecendomuseus.com.br/mu-
seus/muquifu/), situado na cidade de Belo Horizonte. O segundo caminho é apresentar trechos da

6
PL 191, que trata da autorização de exploração de mineradoras em territórios das nações indígenas.
Por qualquer um desses caminhos, discuta com a sala de aula como as populações indígenas e
afrodescendentes têm suas culturas negligenciadas e apagadas e, dessa forma, sofrem com ações
excludentes e de exploração por parte da sociedade e do estado brasileiro. Na sequência, peça
para que os(as) estudantes(as) escrevam um parágrafo sobre como enxergam a relação da socieda-
de brasileira com os povos originais e com a população preta e parda. Finalize a aula com algumas
leituras dos(as) estudantes(as).
Na aula seguinte, introduza a questão indígena na república. Em 1910 foi criado o S.P.I. (Serviço de
Proteção ao Índio). Sob tutela do Ministério da Agricultura e objetivando, em âmbito nacional, su-
pervisionar os assuntos indígenas, o SPI sofreu ressalvas dos governos estaduais: num momento
de construção do federalismo nacional e ameaçados por uma centralização de poder na esfera
federal (presidência), as lideranças estaduais viram o serviço, que tinha responsabilidades apenas
com o governo federal, um instrumento de centralização política do poder. Além das motivações
políticas e comerciais, o SPI sofria oposição de religiosos. Durante séculos os indígenas foram
inseridos no modelo trazido pelos portugueses por meio da catequização e educação patrocina-
dos pela Igreja Católica. O SPI funcionou, com diversos formatos, até o ano de 1967, quando foi
substituído pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio), em vigor até o presente momento. Comente,
também, que a expansão das fronteiras agrícolas nas regiões norte e centro-oeste foram respon-
sáveis por atrocidades aos povos originários com anuência do estado brasileiro. Vastos territórios
indígenas tiveram suas terras griladas. A demarcação das reservas indígenas e o respeito às suas
identidades são garantidos pela Constituição de 1988, porém, na prática, os povos originários do
Brasil ainda sofrem com a ganância da sociedade e com a negligência estatal.
Na terceira aula, inicie com a questão da população negra e parda na transição do império para a
república. Relembre aos(às) discentes que a abolição não significou a inserção dessa população
à cidadania. Ex-escravizados(as) e libertos(as) continuaram às margens das relações sociais, po-
líticas, culturais e econômicas. Saliente que, para reverter esse quadro discriminatório, no início
da República começaram a ser fundados muitos clubes e associações negras em vários pontos do
país. Embora tivessem em geral um caráter assistencialista, recreativo e/ou cultural, foram uma
das bases da articulação efetiva da comunidade negra em torno de necessidades e reivindicações
comuns. Selecione recursos textuais que demonstrem o aparecimento e crescimento de uma im-
prensa negra. Essa imprensa foi responsável pelo caldo cultural ideológico, que aparece entre os
anos 1920 e 1930, por meio de uma série de grupos mais politicamente engajados e combativos.
Saliente que, durante a ditadura do Estado Novo, agremiações políticas foram proibidas. Somente
após 1945 é que esses grupos voltam a se rearticular e reiniciam suas práticas de luta.
Por fim, na última aula, aplique atividade verificação dos níveis de consolidação da habilidade. Uti-
lize os exercícios propostos nessa sequência didática e/ou aqueles que julgar pertinentes à reali-
dade de suas turmas.

RECURSOS:
Textos, conservas, discussões, explanação, uso de recursos imagéticos e audiovisuais.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Participação dos(as) discentes nas aulas. Exercícios de fixação com recursos didáticos utilizados.
Avaliação para verificação dos níveis de consolidação da habilidade.

7
ATIVIDADES
1 - Leia o decreto que cria o Serviço de Proteção aos Índios (decreto nº 8.072, de 20 de junho de 1910):
Art. 2º A assistência de que trata o art. 1º terá por objecto:
3º, pôr em prática os meios mais eficazes para evitar que os civilizados invadam terras dos índios
e reciprocamente;
4º, fazer respeitar a organização interna das diversas tribus, sua independência, seus hábitos e
instituições, não intervindo para alterá-los, sinão com brandura e consultando sempre a vontade
dos respectivos chefes;
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8072-20-junho-1910-504520-
publicacaooriginal-58095-pe.html>. Acesso em: 24 mar. 2021.

a) Quais juízes de valor estão presentes nesse artigo do S.P.I? O que isso revela sobre as ações
políticas da república brasileira em relação às populações nativas?

2 – “Alguns anos antes, aflorara em Abdias uma inquietação perante a ausência dos negros e dos
temas sensíveis à história da população negra nas representações teatrais brasileiras. Em geral,
quando lhes era concedido algum espaço cênico, este vinha para reforçar estereótipos, a partir do
direcionamento dos atores/atrizes negros/as a papéis secundários e pejorativos. Havia, segundo
ele, uma rejeição do negro como “personagem e intérprete, e de sua vida própria, com peripécias
específicas no campo sociocultural e religioso, como temática da nossa literatura dramática.” 
Disponível em: <https://www.palmares.gov.br/?p=40416>. Acesso em: 10 mar. 2022.

Por que negros e negras recebiam papeis secundários e pejorativos nas criações culturais brasilei-
ras durante a primeira metade do século XX?

3 – (UnB/FUNAI, 2017) A riqueza da diversidade sociocultural dos povos indígenas representa uma
poderosa arma na defesa dos seus direitos e hoje alimenta o orgulho de pertencer a uma cultura
própria e de ser brasileiro originário. A cultura indígena em nada se refere ao grau de interação com
a sociedade nacional, mas com a maneira de ver e de se situar no mundo; com a forma de organizar
a vida social, política, econômica e espiritual de cada povo. Nesse sentido, cada povo tem uma cul-
tura distinta da outra, porque se situa no mundo e se relaciona com ele de maneira própria.
Gersem Baniwa. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006, p.46.

Tendo o texto precedente como referência inicial e considerando os vários aspectos a ele relacio-
nados, julgue os itens a seguir.
(  ) A definição de cultura indígena empregada no texto refere-se à produção de artefatos manufa-
turados, também conhecidos como cultura material.
(  ) As sociedades indígenas definem-se a partir da memória que conservam sobre seus antepas-
sados e de suas formas particulares de organização, de modo que é considerado índio aquele que
é aceito como membro por essas sociedades.
(  ) Órgãos como o Serviço de Proteção aos Índios e a FUNAI são tradicionalmente dirigidos por
lideranças indígenas, desde a sua criação, o que facilita as relações entre o Estado brasileiro e as
sociedades indígenas.
(  ) O crescimento da população indígena no Brasil, nas últimas décadas, revela a longa resistência
dos índios contra as agressões por eles sofridas e contribui para a preservação da diversidade cul-
tural de centenas de povos, que possuem diferentes línguas e milhares de indivíduos distribuídos
pelo território nacional.
8
REFERÊNCIAS
CANTALICE, Tiago. Teatro Experimental do Negro. Fundação Cultural Palmares - Governo Federal
Disponível em: <https://www.palmares.gov.br/?p=40416>. Acesso em: 10 mar. 2022.
FAHS, Ana C. Salvatti. Movimento negro: história, conquistas e polêmicas! Politize, 08 abr. 2019.
Disponível em: <https://www.politize.com.br/movimento-negro/>. Acesso em: 10 mar. 2022.
Movimento Negro no Brasil: resistências e lutas. Que república é essa? Portal de estudos republica-
nos. 29 out. 2019. Disponível em: <http://querepublicaeessa.an.gov.br/temas/186-movimento-ne-
gro-no-brasil-resistencias-e-lutas.html>. Acesso em: 10 mar. 2022.
Origem e fundação do serviço de proteção aos índios. Disponível em: <https://www.revistas.usp.
br/revhistoria/article/view/107270/105782>. Acesso em: 10 mar. 2022.

9
UNIDADE TEMÁTICA
O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
(EF09HI01X) Descrever e contextualizar os principais aspectos so-
O nascimento da República ciais, culturais, econômicos e políticos da emergência da Repú-
no Brasil. blica no Brasil, destacando os movimentos contestatórios como
A filosofia positivista na Re- parte constituinte da identidade nacional e mostrando a enorme
pública brasileira. desigualdade social entre as elites e a população pobre.
Reforma Pereira Passos. (EF09HI05) Identificar os processos de urbanização e moderniza-
Revolta da Vacina. ção da sociedade brasileira e avaliar suas contradições e impactos
na região em que vive.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O nascimento da República e os problemas sociais
DURAÇÃO: 03 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Exibição da bandeira do Brasil ou desenho da bandeira do Brasil com ênfase na frase “Ordem e Pro-
gresso” e questionamento dos estudantes quanto ao significado dos símbolos da bandeira. Após a
fala dos estudantes, o professor pode explicar o significado tanto das cores e a relação com a famí-
lia real quanto com a frase, que remete à filosofia positivista. Após o momento inicial, o professor
pode abordar que a nossa república inicialmente se inspirou no positivismo e que a sua proclama-
ção foi algo que envolveu apenas a elite.
B) DESENVOLVIMENTO:
1ª Aula
Após o momento inicial o professor deverá distribuir o Texto 1 para leitura individual. Em seguida,
os estudantes devem ser colocados em dupla para compartilhar o que compreenderam e por últi-
mo devem expor em sala para o restante da turma. O objetivo é mostrar que a república não levou
em conta a população brasileira que não fazia parte da elite. O professor pode também discutir com
os estudantes que além de não ser levada em conta, a população era vista como aquela que atrapa-
lhava o desenvolvimento do país.
2ª Aula
Leitura do Texto 2 pelos estudantes. Após a leitura, os estudantes devem realizar uma discussão
em grupo se a Reforma Pereira Passos foi positiva ou negativa. O objetivo é discutir a importân-
cia dessa remoção das famílias e suas consequências humanitárias e políticas. Após a discussão,
o professor poderá perguntar se os estudantes conhecem alguma reforma desse tipo na cidade
onde vive e se eles sabem o que houve com a população.
3ª Aula
A aula se iniciará mostrando o gráfico de pessoas que se vacinaram contra a Covid 19 a partir do link
da reportagem (Mapa da vacinação contra Covid-19 no Brasil. Disponível em: <https://especiais.
g1.globo.com/bemestar/vacina/2021/mapa-brasil-vacina-covid/>). Após uma breve análise dos
números o professor deverá distribuir o texto e o questionário para que os estudantes respondam:

10
1) Qual era o problema de saúde enfrentado no Rio de Janeiro em 1904?
2) Qual a solução criada pelo governo para resolver este problema de saúde?
3) Qual a relação da população com essa medida?
Após os estudantes responderem essas questões, o professor deverá iniciar uma discussão com
eles sobre as respostas dadas e abordar sobre a importância da vacina e de respeitar a população
em suas vontades.

RECURSOS:

Texto 1
Cartas do Rio(*)
ACONTECIMENTO ÚNICO
Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1889.
Eu quisera poder dar a esta data a denominação seguinte: 15 de Novembro, primeiro ano de Re-
pública; mas não posso infelizmente fazê-lo. O que se fez é um degrau, talvez nem tanto, para o
advento da grande era.
Em todo o caso, o que está feito, pode ser muito, se os homens que vão tomar a responsabilidade
do poder tiverem juízo, patriotismo e sincero amor à liberdade. Como trabalho de saneamento,
a obra é edificante. Por ora, a cor do Governo é puramente militar, e deverá ser assim. O fato foi
deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula.
O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos
acreditaram seriamente estar vendo uma parada. Era um fenômeno digno de ver-se. O entusias-
mo veio depois, veio mesmo lentamente, quebrando o enleio dos espíritos.
Pude ver a sangue-frio tudo aquilo. Mas voltemos ao fato da ação ou do papel governamental.
Estamos em presença de um esboço, rude, incompleto, completamente amorfo. Bom, não pos-
so ir além; estou fatigadíssimo, e só lhe posso dizer estas quatro palavras, que já são históricas.
Acaba de me dizer o Glycerio que esta carta foi escrita, na palestra com ele e com outro corre-
ligionário, o Benjamim de Vallonga. E no meio desse verdadeiro turbilhão que me arrebata, há
uma dor que punge e exige o seu lugar – a necessidade de deixar temporariamente, eu o espero,
o Diário Popular.
Mas o que fazer? O Diário que me perdoe; não fui eu; foram os acontecimentos violentos que nos
separaram de momento.
Adeus.
Aristides Lobo
(*) Cartas do Rio era o título da coluna que o jornalista mantinha no Diário Popular.
Carta de Aristides Lobo. Imagens e Histórias. Disponível em: <https://imagensehistoria.wordpress.com/tema-1-republica-
velha/carta-de-aristides-lobo/>. Acesso em: 14 mar. 2022.

11
Texto 2
Há 107 anos, a cidade do Rio de Janeiro vivia um período de grandes transformações. A então
capital federal da República passava por um amplo programa de reforma urbana. O projeto de
remodelação, iniciado em 1903, foi realizado em conjunto pelos governos federal e municipal.
O presidente Rodrigues Alves, ao tomar posse em 1902, anunciou as obras de melhoramento e
nomeou como prefeito o engenheiro Pereira Passos. Estava formada a dupla que comandaria a
mais profunda transformação na malha urbana do Município.
A reforma sustentou-se em três pilares: saneamento, abertura de ruas e embelezamento. O ob-
jetivo era tornar o Rio de Janeiro digno de ser a cidade-capital da República e torná-lo o espelho
do Brasil. Além disso, o governo desejava facilitar o escoamento da produção e atrair capitais
estrangeiros.
O acelerado processo de urbanização e industrialização que ocorria no Brasil, no início do século
XX, causou o inchaço da cidade e, consequentemente, ocupação desordenada, problemas de
infraestrutura e péssimas condições sanitárias. Era preciso ampliar as ruas, iluminar, ventilar,
arejar, enfim, adaptar a cidade colonial de ruelas sujas à cidade comercial e industrial, conforme
os padrões de civilização das nações europeias.
Apesar de a reestruturação ter sido realizada em conjunto, os moradores associaram as obras
públicas a Pereira Passos. O período ficou marcado como o “bota-abaixo” do prefeito. Essa iden-
tificação também ocorreu por causa das medidas proibitivas impostas pela Prefeitura
BARBOSA, Vanessa Maria. O bota-abaixo de Pereira Passos: a tentativa de promover uma nova ética urbana no Rio de
Janeiro. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. n.5, 2011, p.227-242. Disponível em: <http://wpro.rio.rj.gov.br/
revistaagcrj/wp-content/uploads/2016/11/e05_a9.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2022.

Texto 3
A Revolta da Vacina
Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São
Sebastião. Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido
de pústulas de vacas doentes. Afinal, era esquisita a ideia de ser inoculado com esse líquido.
E ainda corria o boato de que quem se vacinava ficava com feições bovinas.
No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837 e para
adultos em 1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da vacina em es-
cala industrial no Rio só começou em 1884. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o go-
verno a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo
o território nacional. Apenas os indivíduos que comprovassem ser vacinados conseguiriam con-
tratos de trabalho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens etc.
Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamenta-
da em 9 de novembro. Isso serviu de catalisador para um episódio conhecido como Revolta da
Vacina. O povo, já tão oprimido, não aceitava ver sua casa invadida e ter que tomar uma injeção
contra a vontade: ele foi às ruas da capital da República protestar. Mas a revolta não se resumiu
a esse movimento popular.

12
Fonte da imagem. Disponível em:<https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/publique/revolta1.jpg>.
Acesso em 28 de março de 2022.

Toda a confusão em torno da vacina também serviu de pretexto para a ação de forças políticas
que queriam depor Rodrigues Alves – típico representante da oligarquia cafeeira. “Uniram-se na
oposição monarquistas que se reorganizavam, militares, republicanos mais radicais e operários.
Era uma coalizão estranha e explosiva”, diz o historiador Jaime Benchimol.
Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois, estu-
dantes aos gritos foram reprimidos pela polícia. No dia 11, já era possível escutar troca de tiros.
No dia 12, havia muito mais gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava instalado no Rio. “Houve de
tudo ontem. Tiros, gritos, vaias, interrupção de trânsito, estabelecimentos e casas de espetácu-
los fechadas, bondes assaltados e bondes queimados, lampiões quebrados à pedrada, árvores
derrubadas, edifícios públicos e particulares deteriorados”, dizia a edição de 14 de novembro de
1904 da Gazeta de Notícias.
Tanto tumulto incluía uma rebelião militar. Cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha enfren-
taram tropas governamentais na rua da Passagem. O conflito terminou com a fuga dos comba-
tentes de ambas as partes. Do lado popular, os revoltosos que mais resistiram aos batalhões
federais ficavam no bairro da Saúde. Eram mais de 2 mil pessoas, mas foram vencidas pela dura
repressão do Exército.
Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas
semanas de conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. “Todos
saíram perdendo. Os revoltosos foram castigados pelo governo e pela varíola. A vacinação vinha
crescendo e despencou, depois da tentativa de torná-la obrigatória. A ação do governo foi desas-
trada e desastrosa, porque interrompeu um movimento ascendente de adesão à vacina”, explica
Benchimol. Mais tarde, em 1908, quando o Rio foi atingido pela mais violenta epidemia de varíola
de sua história, o povo correu para ser vacinado, em um episódio avesso à Revolta da Vacina.
FIOCRUZ. A Revolta da Vacina. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/revolta-da-vacina-2>. Acesso em: 14 mar. 2022.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Discussão com os estudantes e questionário sobre a Revolta da Vacina.

13
ATIVIDADES
1 - Com base no texto 3 responda:
a) Qual era o problema de saúde enfrentado no Rio de Janeiro em 1904?
b) Qual a solução criada pelo governo para resolver este problema de saúde?
c) Qual a relação da população com essa medida?

2 - Leia o texto:
Quando Aarão Reis (1853-1936) concluiu a planta da construção da nova capital de Minas Gerais,
Belo Horizonte ganhou status de uma cidade moderna e planejada, com propostas inspiradas em
Paris e Washington, antes mesmo de ser inaugurada, em 12 de dezembro de 1897. Mas quem correr
os olhos pelo mapa assinado pelo engenheiro e urbanista perceberá que várias propostas não saí-
ram do papel. A BH que não vingou é cheia de curiosidades.
A metrópole erguida sobre a empoeirada área do então arraial Curral del-Rei teve como uma de
suas missões o fortalecimento da República, instituída em 1889, em detrimento ao colonialismo na
antiga capital, Ouro Preto. Por isso, Aarão Reis pensou em extensas e largas avenidas. E em espa-
ços que valorizassem tanto o paisagismo quanto grandes construções.
Elaborada por Aarão Reis, a planta da construção de BH não foi cumprida à risca.
Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/02/17/interna_gerais,734868/elaborada-por-aarao-reis-
planta-da-construcao-de-bh-nao-foi-cumprida.shtml>. Acesso em: 14 mar. 2022.

Relacione a construção de Belo Horizonte com os ideais republicanos.

3 - Publicado em 1902, “Os sertões”, de Euclides da Cunha, sobre a guerra de Canudos (1896-1897),
descreve a região do sertão baiano em que tinham se assentado os fiéis do beato Antônio Con-
selheiro falando de uma “elítica curva fechada ao sul por um morro, o da Favela, em torno de larga
planura ondeante onde se erigia o arraial de Canudos…”. O nome do morro, explica o autor, devia-se
a uma planta comum por ali, as favelas, “anônimas ainda na ciência – ignoradas dos sábios, conhe-
cidas demais pelos tabaréus…”.
De Canudos para o Brasil: a história da palavra favela. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/coluna/sobre-palavras/de-
canudos-para-o-brasil-a-historia-da-palavra-favela-2/>. Acesso em: 14 mar. 2022.

Explique como a Reforma Pereira Passos influenciou a criação das primeiras favelas no Rio de Ja-
neiro.

14
REFERÊNCIAS
CARTA de Aristides Lobo. Imagens e Histórias. Disponível em: <https://imagensehistoria.word-
press.com/tema-1-republica-velha/carta-de-aristides-lobo/>. Acesso em 14 mar. 2022.
BARBOSA, Vanessa Maria. O bota-abaixo de Pereira Passos: a tentativa de promover uma nova
ética urbana no Rio de Janeiro. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. n.5, 2011,
p.227-242. Disponível em: <http://wpro.rio.rj.gov.br/revistaagcrj/wp-content/uploads/2016/11/
e05_a9.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2022.
DOLHNIKOFF, Miriam. História: Escola e Democracia 8. São Paulo: Moderna. 2019.
FIOCRUZ. A Revolta da Vacina. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/revolta-da-vaci-
na-2>. Acesso em: 14 mar. 2022.
ELABORADA por Aarão Reis, planta da construção de BH não foi cumprida à risca. Estado de Minas.
Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/02/17/interna_gerais,734868/
elaborada-por-aarao-reis-planta-da-construcao-de-bh-nao-foi-cumprida.shtml>. Acesso em: 14
mar. 2022.
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História: Ensino Fundamental Anos Finais: 8º ano. São Pau-
lo: Ed. SM. 2019.RODRIGUES, Sérgio. De Canudos para o Brasil: a história da palavra favela. 2020.
Veja. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/coluna/sobre-palavras/de-canudos-para-o-brasil-
-a-historia-da-palavra-favela-2/>. Acesso em 14 mar. 2022.

15
UNIDADE TEMÁTICA
O nascimento da República no Brasil e os processos históricos até a metade do século XX.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
(EF09HI06) Identificar e discutir o papel do trabalhismo como força polí-
Revolução de 1930. tica, social e cultural no Brasil, em diferentes escalas (nacional, regional,
Era Vargas. cidade, comunidade).
Trabalhismo. (EF09HI02) Caracterizar e compreender os ciclos da história republica-
na, identificando particularidades da história local e regional até 1954.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Era Vargas e as questões trabalhistas
DURAÇÃO: 4 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Colocar no quadro a sigla CLT e fazer um Brainstorm (tempestade de ideias) perguntando o que os
estudantes acham que significa. Para deixar a aula mais dinâmica, o professor pode pedir que os
estudantes escrevam suas palavras no quadro. Após terminarem de colocar as palavras, o professor
poderá explicar o que é a CLT e informar que ela foi criada inicialmente no governo de Getúlio Vargas.
B) DESENVOLVIMENTO:
1ª Aula
Após o Brainstorm, o professor deverá retomar com os estudantes sobre a Política do Café com
Leite para os estudantes, reforçando que o poder estava concentrado nas mãos de paulistas e mi-
neiros e que isso não satisfazia outras regiões do Brasil e também deverá retomar com os estu-
dantes sobre a Crise de 1929 para expor os problemas econômicos que o Brasil enfrentava no final
da década de 1920. Ao término das discussões o professor deverá entregar para a leitura em casa
para a aula seguinte, o texto Revolução de 1930, disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/
dossies/AEraVargas1/anos20/Revolucao30>. Acesso em: 8 mar. 2022.
2ª Aula
Os estudantes deverão ser colocados em duplas para responderem as questões sobre o texto lido
em casa.
Questionário

1) Quais os interesses dos revolucionários de 1930?


2) Luís Carlos Prestes se separou dos outros revolucionários. Quais medidas ele tomou após
essa separação?
3) Quais regiões do Brasil se tornaram os pilares do movimento revolucionário?
4) O que foi a Junta Provisória?
5) Por que Getúlio Vargas foi escolhido o líder do movimento?
Após o término da atividade os estudantes deverão compartilhar suas respostas com toda a turma
a fim de socializar o que aprenderam.

16
3ª Aula
Com o auxílio do livro didático o professor deverá pedir para que os estudantes elaborem, em du-
pla, mapas mentais sobre o Trabalhismo na Era Vargas. Nesse mapa mental os estudantes deverão
colocar, dentre outras coisas, elementos sobre o Ministério do Trabalho e CLT. Após a criação dos
mapas mentais, alguns estudantes podem compartilhar com a turma como foi feito. Em seguida o
professor deverá entregar o texto Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), disponível em: <http://
www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm> e pedir para que os estudantes pesquisem em
casa como funciona cada um dos direitos para ser utilizada na próxima aula.
4ª Aula
O professor deverá distribuir cartolinas ou folhas A3 para os estudantes que, em grupo, deverão
criar infográficos sobre os direitos da CLT com as informações que trouxeram na última aula (caso
o professor deseje, ele pode trazer também algumas informações complementares para auxiliar os
estudantes). Os infográficos poderão ser exibidos na sala ou em outros ambientes da escola.

RECURSOS:
Cartolina ou papel A3.
Texto: Revolução de 1930. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/
anos20/Revolucao30>. Acesso em: 15 mar. 2022.
Texto Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.
br/tematicas/clt.htm>. Acesso em: 15 mar. 2022.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Debates e produção de infográficos.

ATIVIDADES
1 - (Enem/2017) Nos primeiros anos do governo Vargas, as organizações operárias sob controle das
correntes de esquerda tentaram se opor ao seu enquadramento pelo Estado. Mas a tentativa fra-
cassou. Além do governo, a própria base dessas organizações pressionou pela legalização. Vários
benefícios, como as férias e a possibilidade de postular direitos perante às Juntas de Conciliação e
Julgamento, dependiam da condição de ser membro de sindicato reconhecido pelo governo.
FAUSTO, B. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado, 2002 (adaptado).

No contexto histórico retratado pelo texto, a relação entre governo e movimento sindical foi carac-
terizada
a) pelo reconhecimento de diferentes ideologias políticas.
b) por um diálogo democraticamente constituído.
c) pelas benesses sociais do getulismo.
d) pela vinculação de direitos trabalhistas à tutela do Estado.
e) por uma legislação construída consensualmente.

17
2 - (PUC/RS) “Façamos a revolução antes que o povo a faça.” A frase, atribuída ao governador de
Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, deixa entrever a ideologia política da Revolução de 1930,
promovida pelos interesses
a) da burguesia cafeicultora de São Paulo, com vistas à valorização do café.
b) do operariado, com o objetivo de aprofundar a industrialização.
c) dos partidos de direita fascistas, no intuito de estabelecer um Estado forte.
d) das oligarquias dissidentes, aliadas ao tenentismo pela reforma do Estado.
e) da burguesia industrial, na busca de uma política de livre iniciativa.

3 - A CLT foi uma conquista para o trabalhador e que se iniciou no governo de Getúlio Vargas, entre-
tanto, esse documento passou por diversas alterações ao longo dos anos. Além da CLT tradicional
existem outras modalidades de trabalho. Pesquise quais são as outras modalidades de trabalho e
monte um quadro comparativo com as principais características de cada uma delas.

REFERÊNCIAS
DOLHNIKOFF, Miriam. História: Escola e Democracia 8. São Paulo: Moderna. 2019.
FGV|CPDOC. Revolução de 1930. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVar-
gas1/anos20/Revolucao30>. Acesso em 14 mar. 2022.
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História: Ensino Fundamental Anos Finais: 8º ano. São
Paulo: Ed. SM. 2019.
ZANLUCA, Júlio César. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) Guia Trabalhista. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm>. Acesso em: 15 mar. 2022.

18
UNIDADE TEMÁTICA
Totalitarismos e conflitos mundiais.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S):
A evolução do capitalismo e sua evolução ao
longo do tempo. A primeira grande crise do ca-
pitalismo (a Grande Depressão - 1873-1896), que
levou à concentração de capital nos grandes
bancos, à expansão colonialista na África e Ásia (EF09HI10) Identificar e relacionar as dinâmi-
e ao surgimento de monopólios internacionais. cas do capitalismo e suas crises, os grandes
As tensões entre as potências europeias que conflitos mundiais e os conflitos vivenciados
disputam o controle por regiões na Europa na Europa.
(Alsácia-Lorena, Balcãs, estreito de Bósforo (EF09HI11) Identificar as especificidades e os
etc.) e fora dela (Marrocos), levando à eclosão desdobramentos mundiais da Revolução Russa
da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918). e seu significado histórico.
A relevância histórica da Revolução Russa (pri-
meira revolução comunista da História) e seus
efeitos no cenário mundial (difusão do comu-
nismo na Europa e na América).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O início do século XX
DURAÇÃO: 6 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Leitura prévia do(s) capítulo(s). Verificar se a sala de aula conhece eventos históricos relacionados
à Primeira Guerra Mundial; verificar se os(as) estudantes(as) sabem o que foi a Revolução socialis-
ta na Rússia e as consequências dessa revolução para as configurações geopolíticas da contem-
poraneidade. Uso de recursos audiovisuais e de gêneros textuais. Uso de processos avaliativos
qualitativos e quantitativos para mensurar o desenvolvimento das habilidades e dos objetos de
conhecimento selecionados.
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A virada do século XIX para o XX é marcada pela Belle Époque a ideia de otimismo trazida pela
consolidação da ordem industrial liberal burguesa. As populações europeias se imbuíam da ideia
de serem “civilizados” para impor um ritmo de dominação, exploração e apropriação de recursos
e territórios em outros continentes. O desenvolvimento ocasionou disputas econômicas que fo-
ram alimentadas pelo extremo nacionalismo e resultaram num grande conflito bélico que gerou
consequências para todo o globo. Ademais, desse conflito, resultou, também, na queda de um dos
últimos bastiões do absolutismo europeu e a formação de uma sociedade pautada na igualdade e
na ausência de classes. A revolução Russa marca o século XX pois, junto à Grande Guerra, são os
marcos que iniciam os tempos contemporâneos e definem a atualidade.
B) DESENVOLVIMENTO:
Na aula anterior à primeira aula desse sequenciamento didático, solicite aos(às) discentes que
façam uma leitura prévia do(s) capítulo(s) que trata(m) sobre Primeira Guerra e Revolução Russa.
Na aula seguinte, pergunte em sala sobre os conhecimentos e informações que os(as) estudan-
tes(as) têm sobre Belle Époque, Primeira Guerra e Revolução Russa. De sequência explicando que a

19
consolidação da ordem liberal burguesa permitiu o clima de otimismo da Belle Époque: o desenvol-
vimento acelerado e aparecimento cada vez maior de novas tecnologias geravam esse ambiente de
crença na prosperidade. Porém, mesmo com essa euforia, o fim do século XIX é marcado por uma
crise econômica que gerou concentração de riquezas e aumento da pobreza. Essa crise também re-
sulta no acirramento das divergências de interesses entre as nações europeias. Essas, por sua vez,
acabam criando sistemas de alianças entre as nações que possuam desejos e inimigos em comum.
Na aula seguinte apresente diferentes gêneros textuais (relatos, mapas, infográficos, vídeos cur-
tos) para exemplificar as causas e o desenvolvimento do primeiro grande conflito do século XX.
Termine a aula falando da entrada dos Estados Unidos no conflito e a saída da Rússia da guerra no
mesmo ano (1917) e as motivações para esses eventos. Na terceira aula, dedique-se, professor(a),
a versar sobre as consequências da guerra: 14 pontos de Wilson, Tratado de Versalhes, Liga das
Nações. Ao apresentar o Tratado de Versalhes, tente que os(as) discentes reflitam sobre como as
humilhações sofridas pela Alemanha podem ter causado o sentimento de revanchismo.
Na quarta aula, dedique um tempo para explicar sobre a estrutura do Czarismo e como essa estru-
tura, no século XX, é um dos principais fatores para o crescimento e vitória do movimento operário
em 1917. Vejam, através de perguntas, se a sala de aula conhece e entende conceitos como: socia-
lismo, comunismo, União Soviética. Na aula seguinte, apresente por meio de gêneros textuais e/ou
recursos audiovisuais, as transformações resultantes da revolução socialista: estatização socioe-
conômica, comunismo de guerra, NEP, Stalinismo.
Dedique a última aula desta sequência para desenvolver avaliação qualitativa e quantitativa sobre
os objetos de conhecimento trabalhados. (Acesse as duas primeiras referências para ver recursos
pedagógicos qualitativos de ludologia sobre os objetos de conhecimento trabalhados nessa se-
quência didática).

RECURSOS:
Gêneros textuais, recursos audiovisuais, oralidade, metodologia ativa, avaliação qualitativa e quan-
titativa.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Uso de metodologia ativa. Verificação de conhecimentos e informações prévias. Oralidade. Recur-
sos pedagógicos para sustentar a oralidade. Processos de verificação de aprendizagem e de de-
senvolvimento das habilidades e objetos de conhecimento selecionados.

ATIVIDADES
1 - No final do século XIX e início do século XX, por detrás de uma tranquilidade aparente do cená-
rio político da Europa, se escondia um clima de tensão e instabilidade que levaria a mergulhar a
Europa na Primeira Grande Guerra. Escolha dois dos fatores que contribuíram para essa instabili-
dade e comente.

2 - (UNIFESP-2005) “Estamos no promontório dos séculos! De que serve olhar para trás… Quere-
mos glorificar a guerra — a única cura para o mundo — o militarismo, o patriotismo, o gesto destrui-
dor dos anarquistas… e o desprezo pelas mulheres. Queremos demolir os museus, as bibliotecas,
combater a moralidade, o feminismo e toda a covardia oportunista e utilitária”.

20
Essa citação, extraída do Manifesto Futurista de 1909, expressa uma estética que contribuiu ideo-
logicamente para a
a) negação da ideia de progresso e, posteriormente, para a reação conservadora.
b) Guerra Civil Espanhola e, posteriormente, para o movimento vanguardista.
c) Revolução Russa de 1917 e, posteriormente, para a Segunda Guerra Mundial.
d) Primeira Guerra Mundial e, posteriormente, para o fascismo.
e) afirmação do surrealismo e, posteriormente, para a polarização dos anos vinte.

3 - No processo de implantação do socialismo na União Soviética houve dois momentos distin-


tos, tomando-se o ano de 1928 como referência. No primeiro, por iniciativa do camarada Lênin, fo-
ram toleradas algumas práticas capitalistas. No segundo, a partir de 1928, tiveram início os Planos
Quinquenais e a era estalinista.
Como se denominava o programa leninista que permitia a restauração de algumas práticas capi-
talistas?

4 - A Rússia, madura para a revolução social, cansada de guerra e à beira da derrota, foi o primeiro
dos regimes da Europa Central e Oriental a ruir sob as pressões e tensões da Primeira Guerra Mun-
dial (...) tão pronta estava a Rússia para a revolução social que as massas de Petrogrado imediata-
mente trataram a queda do czarismo como uma proclamação de liberdade, igualdade e democracia
direta universais. O feito extraordinário de Lenin foi transformar essa incontrolável onda anárquica
popular em poder bolchevique. (E. J. Hobsbawm, Era dos extremos.)
Como base no texto, identifique as condições estruturais que permitiram o autor considerar a Rús-
sia como uma nação madura para a revolução social.

REFERÊNCIAS
Primeira Guerra Mundial: 20 recursos para você aprender mais. História Digital. Disponível em:
<https://historiadigital.org/recursos/primeira-guerra-mundial-20-recursos-para-voce-apren-
der-mais/>. Acesso em: 10 mar. 2022.
CARVALHO, Vinicius Marino. Revolução Russa em Jogos – Fyodor Slusarchuk. Arise. Disponível em:
<http://www.arise.mae.usp.br/revolucao-russa-em-jogos-fyodor-slusarchuk/>. Acesso em: 10
mar. 2022.
Revolução Russa de 1917: o que mudou? Politize, 07 jan. 2019. Disponível em: <https://www.politize.
com.br/revolucao-russa-entenda/>. Acesso em: 09 mar. 2022.
Primeira Guerra Mundial: a grande guerra. História do Mundo. Disponível em: <https://www.historia-
domundo.com.br/idade-contemporanea/primeira-guerra-mundial.htm>. Acesso em: 10 mar. 2022.

21

Você também pode gostar