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Data: 27/09/2021
A PROBIDADE EM QUESTÃO
A questão da probidade está implicada, não em um agir moral apenas, mas está ligada a
uma conduta em que o administrador da coisa pública respeite todos os princípios que
pautam a atuação estatal; tal implicação repercute no bem maior que o próprio servidor
faz parte: o interesse coletivo.
A disseminação da palavra probidade deve ser levada a um contexto em que, não só seu
uso no vocabulário e linguajar seja comum, mas que a sua práxis conduza os agentes
públicos a uma significação integrante de suas consciências morais. Aristóteles bem nos
ensinou que a prática de condutas virtuosas, ou seja, aquelas que pelo exercício habitual
conduzem ao bem viver, devem ser realizadas por si mesmas e não por recompensas
honrosas.
Ainda o filósofo Immanuel Kant evidenciou a importância de um agir com ênfase no ato
em si, e não pelos resultados que se alcança. O agente probo, de acordo com o
imperativo categórico kantiano, realiza uma ação como se esta servisse de aplicação
geral; mais ainda, que aquilo que fazemos pelo outro, é aquilo que esperamos que façam
por nós.
Por todo exposto, a probidade deve estar contida em toda a seara da Administração
Pública, seja no exercício das funções, seja na consciência dos agentes que a integram.
De nada vale preconizar o interesse coletivo, se para a realização deste, é necessário
priorizar as punições ao invés de se enaltecer a habitualidade das condutas probas.