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TRABALHO DE CONCLUSÃO DA PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO

CONSTITUCIONAL APLICADO ONLINE TURMA 01 DA FACULDADE LEGALE

Aluna: Patricia de Castro Martins

Data: 27/09/2021

Discorra sobre o assunto: "Probidade administrativa e princípios regentes da


Administração Pública" (mínimo 30 e máximo 50 linhas).

A PROBIDADE EM QUESTÃO

Quando mencionamos a questão da probidade, muitos a identificam com o seu lado


oposto, ou seja, só escutamos e assistimos a uma série de notícias e relatos de servidores
da Administração Pública praticando crimes tipificados na Lei 8.429/1992, que disserta
sobre a Lei de Improbidade Administrativa. O que se pretende dignificar no presente
artigo é como o termo probidade deve ser ressaltado por seu caráter positivo de
aplicabilidade, tanto na forma da literalidade, como na sua práxis.

O artigo 37 da nossa Magna Carta preconiza os princípios da Administração Pública,


quais sejam, a legalidade, impessoalidade, a moralidade, publicidade e eficiência,
norteando a ação administrativa e limitando o poder discricionário do administrador. O
dever de probidade se insere justamente neste contexto, estruturando uma cadeia de
órgãos que compõem o funcionalismo público.

A questão da probidade está implicada, não em um agir moral apenas, mas está ligada a
uma conduta em que o administrador da coisa pública respeite todos os princípios que
pautam a atuação estatal; tal implicação repercute no bem maior que o próprio servidor
faz parte: o interesse coletivo.

A disseminação da palavra probidade deve ser levada a um contexto em que, não só seu
uso no vocabulário e linguajar seja comum, mas que a sua práxis conduza os agentes
públicos a uma significação integrante de suas consciências morais. Aristóteles bem nos
ensinou que a prática de condutas virtuosas, ou seja, aquelas que pelo exercício habitual
conduzem ao bem viver, devem ser realizadas por si mesmas e não por recompensas
honrosas.

Ainda o filósofo Immanuel Kant evidenciou a importância de um agir com ênfase no ato
em si, e não pelos resultados que se alcança. O agente probo, de acordo com o
imperativo categórico kantiano, realiza uma ação como se esta servisse de aplicação
geral; mais ainda, que aquilo que fazemos pelo outro, é aquilo que esperamos que façam
por nós.

Por todo exposto, a probidade deve estar contida em toda a seara da Administração
Pública, seja no exercício das funções, seja na consciência dos agentes que a integram.
De nada vale preconizar o interesse coletivo, se para a realização deste, é necessário
priorizar as punições ao invés de se enaltecer a habitualidade das condutas probas.

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