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PEDAGOGIA

TECNICISTA

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O tecnicismo é uma síntese de diversos pressupostos acerca
da filosofia, psicologia, sociologia e história da educação,
bem como de uma didática. Essa pedagogia busca inserir o
aluno numa realidade dada, ou seja, busca formar uma mão-
de-obra barata, minimamente qualificada e submissa. A
formação de mão-de-obra dessa pedagogia, é baseado na
teoria do capital humano, que considera a educação como
investimento estratégico, formando mão-de-obra para o
crescimento da economia.
Na pedagogia tecnicista, o elemento principal passa a ser a
organização racional dos meios, ocupando professor e aluno
posição secundária, relegados que são à condição de
executores de um processo cuja concepção, planejamento,
coordenação e controle ficam a cargo de especialistas
supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais.
Nesta tendência pedagógica, o professor não considerado
como um intelectual, e sim, como um mero aplicador de
conteúdos.
A pedagogia tecnicista ela é definida como uma prática
pedagógica altamente controlada e dirigida pelo professor
com atividades mecânicas inseridas numa proposta
educacional rígida e passível de ser totalmente programada
em detalhes, burocratizando o ensino como elemento de
controle, sobrecarregando o professor com tarefas
secundárias. O aluno exerce o papel passivo, em que não há
espaço para críticas, reflexões e diálogo; estando a caber o
papel do aprender a fazer na pedagogia tecnicista.

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Nessa tendência pedagógica, o trabalhador deve adaptar ao
processo de trabalho, já que este foi objetivado e organizado
na forma parcelada. Nessas condições, o trabalhador ocupa
seu posto na linha de montagem e executa determinada
parcela do trabalho necessário para produzir determinados
objetos. O produto é, pois, uma decorrência da forma como
é organizado o processo. O concurso das ações de diferentes
sujeitos produz assim um resultado com o qual nenhum dos
sujeitos se identifica e que, ao contrário, lhes é estranho.
A pedagogia tecnicista é baseada no behaviorismo, no
positivismo, na teoria do capital humano e na história
positivista. Os comportamentos dos alunos são observáveis
e mensuráveis (behaviorismo), não importando os
pensamentos dos alunos. Há também uma especialização das
funções como num modo de produção fabril, de modo que
há uma separação entre o setor de planejamento e o de
execução do trabalho, sendo o professor um mero aplicador
dos manuais elaborados por técnicos e especialistas.
Esta pedagogia se sustentava no princípio da neutralidade
da ciência e da educação, desconsiderando as dimensões
políticas e implicações éticas e sociais destas. Ela não permite
nem problematizar a sociedade, nem formar indivíduos
pensantes, críticos ou autônomos, apenas técnicos
produtivos para o país. Neste período, houve também a
redução da carga horária das disciplinas e a exclusão de
filosofia, dando lugar à formação técnica/profissional.
Os objetivos educacionais eram ancorados no lema ‘’Ordem
e Progresso’’, apresentando caráter conservador e

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salvacionista, voltados para combater a desordem, a
subversão, o comunismo e a corrupção. Assim há,
juntamente com a formação para o trabalho, uma formação
moralista, que busca domesticar os corpos e os espíritos para
poder, ao mesmo tempo, adestrar para o trabalho e docilizar
para impedir a contestação política. É então, marcadamente
autoritária, antidemocrática, repressora, moralista,
excludente e reacionária.
Na pedagogia tecnicista, é o processo que define o que
professores e alunos devem fazer, e assim também como e
quando o farão.

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