Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brasil República:
Consolidação e
Tensões sociais
Material Teórico
De Volta à Democracia (1989-2010)
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia
De Volta à Democracia (1989-2010)
• Introdução
• Sarney: Presidente do Acaso
• O Poder do Voto: Eleições Presidenciais de 1989
• Collor e o colorido das ruas...
• Itamar Franco e o início da “estabilização” econômica do país.
• Governo FHC: quatro anos que se multiplicaram...
• Lula e o PT Chegam ao Poder
Nesta unidade, vamos discutir um pouco mais sobre um importante tema da História do
Brasil República: “De Volta à Democracia (1989-2010)”. Procure ler, com atenção, o
conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça! A leitura é um momento
oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe de registrá-las e transmiti-las
ao professor-tutor. Para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente o mais interativo
possível, na pasta de atividades, você também encontrará a atividades de Avaliação, o
Fórum de Discussão e a Videoaula.
Para realizar o trabalho desta unidade e desenvolver seu estudo, primeiro acesse o item
Material Didático, no qual você encontrará o Texto Teórico, ou seja, o texto que servirá de
base para as atividades da unidade. Leia-o com atenção!
Em seguida, verifique se houve suficiente compreensão do conteúdo, respondendo
às perguntas das Atividades de sistematização e da Avaliação, que tratam das questões
fundamentais sobre o assunto abordado.
Foram disponibilizados, ainda, Materiais Complementares e Videoaula para aprofundar a
análise do tema.
Finalmente, realize a Atividade de Aprofundamento: Fórum de Discussão da unidade, na qual
você encontrará dicas para saber mais sobre o tema “De Volta à Democracia (1989-2010)”.
5
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Contextualização
A contextualização desta unidade é de caráter geral para se entender o contexto local através
do documentário “A Doutrina do Choque”.
Abaixo você encontrará o link para assistir ao documentário baseado no livro da jornalista
Naomi Klein e refletir sobre o contexto do conteúdo teórico desta unidade. Tente perceber
a ocorrência, no Brasil, de algumas das iniciativas propugnadas pelos “Chicago boys”. Após
um momento de crise e caos político-econômico, guardando suas devidas proporções, foram
aplicadas medidas econômicas no nosso país que só fizeram aprofundar as diferenças entre
ricos e pobres. Na atual conjuntura, ainda de crise internacional, o país tenta se levantar, com
avanços e recuos, das imposições do neoliberalismo e implantar uma política econômica um
pouco menos selvagem, apesar da insatisfação dos que sempre ganharam com as crises.
A doutrina do choque
Naomi Klein, Ed. Nova Fronteira
O filósofo italiano Giorgio Agamben já demonstrou como a política trabalha secretamente
na produção de emergências. Só que faltava um ponto de vista jornalístico, apurado e certeiro,
sobre a natureza e as dimensões do fenômeno. Essa parece ser a proposta de Naomi Klein nesse
livro. Logo no primeiro capítulo, ao entrevistar Gail Kastner, remanescente das experiências da
CIA com eletrochoques nos anos 1950, Klein define a obra como “um livro sobre o choque”, ou,
se preferirmos, sobre como o capitalismo lucra com a dor dos outros diante da desgraça. O livro
descreve inicialmente como os países ficam impactados por causa de guerras, ataques terroristas,
golpes de Estado e desastres naturais, e, em seguida, são submetidos a novos choques políticos
e econômicos, por meio de desregulamentações, privatizações e cortes dos programas sociais –
doutrina neoliberal desenvolvida pelo economista Milton Friedman (1912-2006), professor da
Escola de Economia de Chicago. E quem ousar resistir às medidas impostas corre o risco de ser
torturado com novos choques (elétricos). Como disse Eduardo Galeano, muito citado no livro,
“Friedman ganhou o Nobel e o Chile ganhou Pinochet”.
6
rastro do furacão Katrina, em 2005. A doutrina do choque é altamente recomendável a todos
que esbravejam contra os desmandos do regime chinês, sem se darem conta de que a Cisco,
a General Electric, a Honeywell e o Google, entre outras empresas, vêm trabalhando de mãos
dadas com os governos locais para permitir o monitoramento remoto da internet e fornecer a
infraestrutura para um dos maiores complexos policialescos do planeta.
Silvio Miele
Jornalista e professor do Departamento de Jornalismo da PUC-SP
Fonte: http://www.diplomatique.org.br/resenhas.php?edicao=15
7
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Introdução
A democracia começou a ser forjada entre os anos de 1979 e1981 e não foi feita pelos
partidos políticos coalhados de setores da elite brasileira aliada ao capital internacional. A
luta pela democracia começou com os movimentos sociais. Para a elite, a ditadura estava
“muito bem obrigado” até seus ganhos astronômicos serem reduzidos. Apesar de ganharem
com a inflação, a elite queria mais; a elite quer sempre mais. Qualquer política que favoreça
a classe média baixa e os miseráveis une a elite. Como ela se uniu no passado. Foram os
“Mesquitas” e “Marinhos” os apoiadores de tentativas de golpes desde 1954 e do golpe “bem
sucedido” em 1964. Para saber mais sobre esse tema, é imprescindível recorrer às análises de
Thomas Skidmore, Brasil de Getúlio a Castelo, ou aos documentos da “Comissão Verdade”,
que revelam a participação do mandatário da Rede Globo, Roberto Marinho, na articulação
que manteve o Golpe em 1964. Porém a sociedade pressionou pela abertura:
Feridos, mas não vencidos, os movimentos sociais foram se articulando; alguns se uniram aos
partidos de esquerda. O candidato governista do PDS foi derrotado. E a história dos avanços e recuos
da democracia adormecida pela longa ditadura começou a ser contada com Sarney, Collor, FHC,
Lula e, ainda, procura se firmar nos dias de hoje e, ainda, com avanços e recuos...
1 REIS, Daniel Aarão. A vida Política. In, REIS, Daniel Aarão (Coord.). v. 5, Modernização, Ditadura e Democracia 1964-2010. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 106.
8
Fonte: portalmetropole.com
9
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
10
“O país estava na contracorrente do que
se passava no mundo. De fato, os anos 1980
assinalaram o triunfo do chamado neoliberalismo.
[...] No fim da década, caiu o Muro de Berlim e, em
1991, desintegrou-se a URSS. Na Europa Ocidental,
núcleo histórico das propostas de estado de Bem-
Estar Social, os partidos socialistas recuavam sob a
ofensiva das ideias liberais”4.
Fonte: Wikimedia Commons
O contexto econômico não ajudava muito a implantar no país as políticas sociais necessárias
para diminuir as desigualdades, nem o mercado se esforçava para que isso fosse possível. O
capitalista nunca esteve disposto a abrir mão de seus lucros em prol da diminuição da miséria.
O Brasil, nos primeiros anos após a abertura democrática, capengava economicamente; a
salvação da pátria nesses primeiros anos de abertura foi mesmo a elaboração da Constituição
promulgada no ano de 1988.
4 REIS, Daniel Aarão. A vida Política. In, REIS, Daniel Aarão (Coord.). v. 5, Modernização, Ditadura e Democracia 1964-2010. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 109.
5 REIS, Daniel Aarão. A vida Política. In, REIS, Daniel Aarão (Coord.). v. 5, Modernização, Ditadura e Democracia 1964-2010. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 110.
6 FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2001, pp. 288-289.
11
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Concordo com Boris Fausto, no ponto em que ele salienta que o país passou para uma
“situação democrática”, pois, nos moldes como foi realizada a transição política, construída
por atores políticos apartados da sociedade, a democracia foi algo novo para grande parcela
da sociedade brasileira, que não estava acostumada a respeitar o estado de direito de seus
oponentes e ou das instituições democráticas. Para que haja democracia de fato, é necessário
à consciência político-social da população um ambiente propício à construção social da
democracia. Por isso vê-se, na atualidade, grupos que, quando são contrariados em seus
projetos de poder, partem para o enfrentamento, em vez de partir para a oposição e, através
de seus projetos, conquistar democraticamente seu espaço como atores políticos de relevância
para mudar a situação que não lhes agrada.
7 FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2001, p. 290.
12
O Poder do Voto: Eleições Presidenciais de 1989
A expectativa após a finalização dos trabalhos constituintes era a possibilidade de se eleger,
de forma direta, o presidente da República, inclusive com o voto dos analfabetos. Enfim, o
movimento “Diretas Já” tornara-se realidade. A lei que dispôs as normas para as eleições
foi a Lei n. 7.773, de oito de junho de 1989. Antes disso, porém, as eleições de 1988
reservaram uma primeira surpresa: a população elegeu a paraibana Luiza Erundina de Sousa
para comandar a cidade com o maior colégio eleitoral do país. A petista venceu pela vontade
popular e contrariou as elites paulistanas.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, FIESP, que já havia apoiado os ditadores,
ressuscitou o discurso anticomunista e ameaçou uma debandada de empresários do país, caso
outro petista conseguisse seu intento. O alvo era Luís Inácio da Silva, Lula, que era candidato à
Presidência da República em disputa acirrada com Fernando Collor de Melo. Erundina, mulher
de esquerda, governando a capital da Locomotiva do país, era demais para endinheirados,
principalmente, após ter derrotado o empresário e candidato a “qualquer coisa” Paulo Maluf,
PDS, e o engenheiro João Leiva, PMDB.
A ameaça do empresariado paulista e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, aliados à
“Grande Imprensa”, que não tinha ainda a concorrência das mídias sociais, derrotou os “comunistas”.
O sucessor de Sarney, Fernando Collor de Mello, foi favorecido pela polarização direita – esquerda,
mas, antes da batalha eleitoral do segundo turno, contou com outros pesos pesados da política
brasileira. Concorreram, no primeiro turno das eleições: Ulysses Guimarães (PMDB), Mário Covas
(PSDB), Paulo Maluf (PDS), Leonel Brizola (PDT), Roberto Freire (PCB), Guilherme Afif Domingos
(PL), Aureliano Chaves (PFL), Affonso Camargo (PTB). No total foram 22 candidatos à Presidência
da República, conforme tabela abaixo.
Eleições Presidenciais de 1989: Primeiro Turno / 1989 Presidential Elections: First Round
Candidato / Candidate Partido / Party Votos / Votes %
Fernando Collor de Mello PRN 22.611.011 28,52
Luís Inácio Lula da Silva PT 11.622.673 16,08
Leonel Brizola PDT 11.168.228 15,45
Mário Covas PSDB 7.790.392 10,78
Paulo Maluf PDS 5.986.575 8,28
Guilherme Afif Domingos PL 3.272.462 4,53
Ulysses Guimarães PMDB 3.204.932 4,43
Roberto Freire PCB 769.123 1,06
Aureliano Chaves PFL 600.838 0,83
Ronaldo Caiado PSD 488.846 0,68
Affonso Camargo PTB 379.286 0,52
Enéas Ferreira Carneiro PRONA 360.561 0,50
Marronzinho PSP 238.425 0,33
P.G. PP 198.719 0,27
Zamir PCN 187.155 0,26
Lívia Maria PN 179.922 0,25
13
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Eleições Presidenciais de 1989: Segundo Turno / 1989 Presidential Elections: Second Round
Candidato / Candidate Partido / Party Votos / Votes %
Fernando Collor de Mello PRN 35.089.998 49,94
Luís Inácio Lula da Silva PT 31.076.364 44,23
Votos em Branco / Blank Votes 986.446 1,40
Votos Nulos / Null Votes 3.107.893 4,42
Fonte: Instituto Inter-Americano de Direitos Humanos <http://pdba.georgetown.edu/Elecdata/Brazil/pres89.html>.
14
senador diz ter pensado na véspera que perderia a eleição”11. Podemos hoje confirmar as
suspeitas da época, o debate foi manipulado12 , de acordo com as declarações recentes de seu
(ex)“todo poderoso”, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.
Collor de Mello estava disputando as eleições pela coligação “Movimento Brasil Novo”,
composta por seu partido, o Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e pelos partidos:
Social Cristão (PSC), Trabalhista Renovador (PTR) e Social Trabalhista (PST). Itamar Franco,
vice-presidente eleito, estava no PRN até divergir da política econômica do governo Collor,
retornando ao PMDB no início de 1992. Durante as eleições, os grandes partidos da época já
demonstravam inclinação a apoiar o candidato do PRN. A intenção tornou-se apoio explícito
na disputa do segundo turno das eleições vencidas por Collor. O petista Lula foi apoiado pelos
partidos Socialista Brasileiro (PSB) e Comunista do Brasil (PCdoB).
Collor surgiu no cenário político como uma liderança alternativa aos velhos políticos de
sempre, que ou estavam alocados no PDS ou no PMDB. Com a abertura política, a divergência
foi se realçando e criaram-se novos partidos com velhas figurinhas carimbadas. José Sarney era
um desses casos e também não conseguiu mudar o cenário socioeconômico em seu governo;
ao contrário, ao negociar com o “Centrão”, aprofundou a velha política do toma-lá-dá-cá.
Somente Lula e Collor poderiam mudar esse cenário? Talvez, mas ele não foi mudado. Collor,
o caçador de marajás e implacável perseguidor de corruptos, caiu nas tentações da velha
política corrompida. O empurrãozinho inicial para tumultuar o cenário político partiu do irmão
do presidente, Pedro Collor:
11 http://noticias.uol.com.br/especiais/eleicoes-1989/ultnot/2009/11/15/ult9005u10.jhtm
12 Assista a declaração de Boni, feita em 2011, na GloboNews, reproduzida depois em alguns jornais: https://www.youtube.com/watch?v=VrpurEkmJkU
13 http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/11/apos-22-anos-boni-admite-que-globo.html
15
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
A crise econômica e a inflação alta, contornadas por Collor no início de seu governo, fez
reviver a euforia do Plano Cruzado do governo Sarney. Com deflação, abertura de mercado
e um plano de desestatização da economia, Collor viveu momentos de glória, o Congresso
apoiava-o, aprovando suas medidas econômicas. O Plano Brasil Novo, popularizado como Plano
Collor, era composto pela Política Industrial e de Comércio Exterior (PICE) e pelo Programa
Nacional de Desestatização (PND). A política econômica foi implantada pelos economistas
Antônio Kandir, Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga, Eduardo Teixeira
e João Maio. Entre os ajustes realizados, o confisco da poupança foi recebido muito mal pela
população. Zélia Cardoso de Mello era a Ministra da Fazenda.
“[...] no dia seguinte à posse, em 16 de março de 1990, foi lançado o Plano Collor.
A ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, anunciou que, a partir daquele dia,
nenhum brasileiro poderia sacar mais do que 50 mil cruzeiros da poupança ou da
conta corrente pelos próximos 18 meses. O valor era equivalente, na época, a 13,6
salários-mínimos. O objetivo da medida, a mais drástica na história da economia
do país, era reduzir a quantidade de dinheiro em circulação, diminuindo o poder de
compra e, assim, controlando os preços”15.
No início do ano de 1991, “lançou-se o Plano Collor II, com medíocres resultados. Em
agosto, o governo liberou o dinheiro sequestrado em março de 1990, mas a engrenagem
inflacionária estava novamente em curso degradando a todos”. A crise política e econômica
não tardou a chegar, a inflação retornou e a resistência à desestatização, com greves de
funcionários públicos e de outros setores da economia, exigindo reajustes pelas perdas salariais,
surgiu com força ainda em seu primeiro ano de governo.
O longo “Inferno Astral” vivido por Collor, durante o ano de 1992, começou com as
denúncias de corrupção desde o início de seu governo. A esperança depositada no líder
alternativo, “jovem, bom de verbo e de voto, empolgava as massas populares e seduzia as
elites [...] pelas alianças políticas, pela posição social [...] e, sobretudo, pelas propostas de abrir
o país para o mercado internacional e enfraquecer o Estado”16 , naufragou em seu segundo
ano de governo. A população saiu às ruas para pedir o impeachment de Collor. Contra ele já
havia denúncias comprovadas de envolvimento em corrupção feitas pelo irmão Pedro Collor.
14 http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/impeachment-de-collor--20-anos-corrupcao-e-plano-economico-
derrubaram-presidente.htm
15 http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/impeachment-de-collor--20-anos-corrupcao-e-plano-economico-
derrubaram-presidente.htm
16 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 113.
16
O pivô do primeiro impeachment de um líder de governo na América Latina foi o tesoureiro
da campanha de Collor à presidência, Paulo Cesar Siqueira Cavalcanti Farias, o PC Farias,
assassinado em 1996 em condições até hoje mal resolvidas. Collor foi arrogante politicamente
e afastou a maioria de seus apoiadores, inclusive a população que havia conquistado durante
as eleições. Em uma última tentativa de sobreviver aos escândalos em que era envolvido, fez
um apelo à população para que fosse defendido das acusações, “o resultado, oposto, foi o
aparecimento nas ruas de movimentos estudantis contra sua permanência no cargo. Com os
rostos pintados como índios, os “caras pintadas” exigiram, de agosto em diante, a deposição
de Collor por meio de impeachment”17.
Havia condições políticas e provas contra o presidente, que sucumbiu às denúncias e foi
incriminado pela CPI. Em meio ao fogo cruzado das ruas e dos partidos políticos, Collor
renunciou ao cargo no dia 29 de outubro de 1992. Mesmo assim perdeu seus direitos políticos
por oito anos após o julgamento do Senado. Itamar Franco, que estava presidente interino,
assumiu o cargo.
O governo FHC conseguiu domar a inflação, graças ao Plano Real de Itamar Franco. Com
isso, houve maior distribuição de renda e mais mobilidade social, coisa quase inexistente em
governos passados. Mesmo durante o milagre econômico dos governos militares, o país não
conseguiu fazer uma distribuição de renda como estava sendo feita com FHC.
Outra medida que foi iniciada em outro governo, o de Collor de Mello, retomada e
aprofundada no governo FHC, foi à abertura do mercado brasileiro para a atuação cada
vez mais crescente das empresas multinacionais. Além de abrir mão da atuação do estado
na economia, a privatização em seu governo foi imensa. A oposição protestava de forma
veemente contra o entreguismo do Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo FHC.
O programa liberal estava na pauta mundial. Até mesmo a antiga União Soviética sofreu
o “entreguismo” após a abertura política no ano de 1985. Assim como no país comunista, o
governo de FHC fez a sua perestroika (reestruturação), ou seja, diminuiu muito a participação
do estado na economia, mas, em compensação, a glasnost (transparência) ficou a desejar.
Apesar do bom começo do governo FHC e de sua ampla maioria para governar, nem
tudo saiu como previsto. Para a aprovação de algumas emendas constitucionais – como, por
exemplo, a desregulamentação da economia, abrindo-a aos investimentos internacionais; a
reforma da previdência, que visava reduzir gastos públicos com o pagamento de pensionistas;
a reforma administrativa, na qual fosse permitida a demissão de funcionários públicos com
estabilidade – precisou de alguns malabarismos até que fossem aprovadas. O governo precisou
“negociar” com a oposição, loteando cargos públicos para garantir votos para as emendas e
reformas que faria na constituição e em outras áreas de interesse do governo.
Um episódio que flerta até hoje com as suspeitas de corrupção durante o governo de
FHC foi sua luta vitoriosa pela emenda que garantiu a ele e a governos futuros, até hoje, a
reeleição para todos os cargos executivos: Municipal, Estadual e Federal, “após acusações de
compra de votos, uso de verbas públicas para convencer deputados indecisos e loteamento
de cargos públicos, foi aprovada em quatro de junho de 1997, a Emenda Constitucional n.
16, garantindo a reeleição”20. Após esse ato, o governo conseguiu aprovar outras medidas
impopulares, como acabar com a estabilidade do funcionalismo público em 1998.
18
Fonte: Folha de S.Paulo, 13 de maio de 1997
FHC governou o país durante oito anos, incentivou a abertura de capital para os mercados
estrangeiros, praticamente estabilizou a economia e domou a inflação, mas “o país entrou
em uma espiral de endividamento externo e de desemprego crônico. Definida genericamente
como neoliberal, tal política tem gerado controvérsias e ácidas críticas”21. O governo de
Fernando Henrique começou surfando sobre os dividendos do Plano Real do governo de
Itamar Franco. Não satisfeito em governar o país conforme instituía a Constituição Federal de
1988 e pela qual se pautou Itamar Franco para passar o governo adiante,
FHC, governou o país por oito anos, pois conseguiu fazer aprovar, pelo Congresso
Nacional, em junho de 1997, emenda constitucional autorizando a reeleição para
presidente da República e de todos os cargos executivos. A mudança provocou
protestos veementes contra o novo princípio, considerado antidemocrático e contra
os métodos empregados para obter a maioria necessária à aprovação, denunciados
como corruptos e fisiológicos, o que não impediu, mais tarde, que se disseminasse e
fosse adotado por todas as forças políticas.22
O primeiro mandato de FHC foi muito melhor avaliado que o primeiro; pagou o preço
pela ambição de ficar mais tempo no cargo do que previu a Constituição de 1988. “[...] no
último ano do segundo mandato, os índices de popularidade de FHC estavam tão baixos
que o candidato do próprio PSDB às eleições de outubro de 2002, José Serra, preferiu não
reivindicar seu legado”23.
21 DEL PRIORI, Mary; VENÂNCIO, Renato Pinto. História do Brasil do descobrimento à globalização. São Paulo: Ediouro, 2001, p. 384.
22 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 117.
23 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 118.
19
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
O metalúrgico Luís Inácio da Silva, o Lula, era uma das figuras políticas mais expressivas
que surgiu no país no final da década de 1970. O político Lula ajudou a fundar o Partido dos
Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 1980 e esteve
engajado no processo de abertura democrática iniciado em 1984 com Ernesto Geisel. Lula
participou ativamente do movimento Diretas Já, sendo um de seus protagonistas ao lado de
políticos como Ulysses Guimarães, Eduardo Suplicy, Tancredo Neves e Fernando Henrique
Cardoso, entre outros.
Lula comandou greves no ABC paulista, foi perseguido pela ditadura, preso na repressão
aos grevistas durante o governo Figueiredo, quando o ministro do Trabalho, Murilo Macedo,
ordenou a intervenção no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Candidatou-se ao governo de
São Paulo no ano de 1982 e foi derrotado por Franco Montoro, do PMDB. Sua votação de
1.144.648 votos deixou-o em quarto lugar. Em 1986, Lula foi o político que alcançou a maior
votação para a Câmara Federal, representando São Paulo. Foi constituinte e comandou a
oposição do Partido dos Trabalhadores ao governo Sarney.
Candidato derrotado em três eleições presidenciais, Lula sofreu os revezes para Collor
de Mello (1989) e Fernando Henrique Cardoso (1994 - 1998), e, finalmente, o petista saiu
vitorioso nas eleições de 2002, ao derrotar o candidato José Serra (PSDB). Durante a década
de 1980, o discurso de Lula era agressivo e não media palavras para atacar os adversários
e o neoliberalismo. A plataforma anticorrupção era seu mote predileto, às vezes com toda
razão. Sempre batendo nessa tecla, seu discurso não se restringiu a isso Lula e o partido,
“criticavam as desigualdades sociais e as estruturas elitistas da institucionalidade política
brasileira. Queriam melhoria das condições de vida e de trabalho e participação política, em
suma, a plena cidadania”24.
24 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 118.
25 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 118.
20
O interessante, nas disputas presidenciais em que Lula foi sendo derrotado, é o fato de
que, a cada eleição, o candidato aumentava seu número de eleitores; parecia que seu discurso
ganhava corpo na sociedade. E não era só o candidato Lula que crescia. O partido também
ganhava corpo e representatividade no país. Por exemplo, nas eleições municipais de 1988,
o PT conquistou 33 prefeituras, entre as quais São Paulo; nas eleições de 1992, o número
foi ainda mais expressivo, 49. Apesar de perder em São Paulo, ganhou em Belém, Goiânia,
Belo Horizonte e Rio Branco. Em 1996 as conquistas municipais somaram 111 cidades. Esse
é apenas um exemplo de como o partido estava crescendo junto com Lula. O partido passou
a eleger, em números cada vez mais expressivos, Deputados Estaduais e Federais, Senadores
e alguns governadores,
O Partido dos Trabalhadores mostrou habilidade política para vencer. Uma estratégia
inteligente de campanha foi a elaboração da “Carta aos Brasileiros”, na qual o partido e o
candidato se comprometiam a respeitar os contratos firmados em governos anteriores, inclusive
em relação às privatizações, criticadas pelos políticos do PT; a não fazer uma inquisição contra
os adversários políticos; a manter a batalha contra a inflação, que estava domada; e a manter
a meta do partido de inclusão social e cidadania, ou seja, o partido estava, com essa carta,
comprometendo-se com a estabilidade política e econômica do país. A campanha eleitoral
bem elaborada fez nascer o bordão “Lulinha paz e amor”. A vitória de Lula veio no segundo
turno com a diferença de quase 20 milhões de votos sobre José Serra, do PSDB.
26 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 118.
27 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 160.
21
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
O ponto mais crítico durante os oito anos de mandato de Lula foi protagonizado por um
velho aliado e amigo do presidente, Roberto Jefferson (PTB), que, no ano de 2005, resolveu
denunciar um esquema de corrupção. A alegação era a de que haveria um esquema, por
meio do qual o governo pagava propina para a aprovação dos projetos apresentados no
Congresso. “Instaurou-se uma CPI que se transformou num circo midiático. Embora não se
tenha conseguido provar a existência do mensalão, evidenciaram-se práticas ilegais promovidas
pelo PT para financiar suas próprias campanhas eleitorais e de aliados”28.
Essa prática não é privilégio dos petistas; sempre houve corrupção na política brasileira.
A diferença é que, para um partido que pregava o combate aos corruptos, esse escândalo
repercutiu muito mal. Caso similar envolveu o PSDB, no “Mensalão Mineiro” (1998), ambos
operados pelo publicitário mineiro Marcos Valério.
Estamos falandoL de fatos ainda não solucionados pela justiça ou pela política brasileira.
Durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (2011-2014), ocorreu o julgamento
do “mensalão petista”, esquema no qual estão envolvidos diversos atores políticos, empresários
e banqueiros do extinto Banco Rural. Foram condenados e presos vinte e cinco personagens
do “mensalão petista” no ano de 2013. Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco
do Brasil, único fugitivo da justiça, condenado há doze anos e sete meses por corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e peculato, fugiu para a Itália, mas está preso aguardando os
transmites da justiça para definir sua situação.
28 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 120.
22
Os réus do mensalão PSDB-MG tiveram direito ao desmembramento, que não foi
oferecido aos petistas. Só isso seria suficiente para definir um abismo – mas não é
só. Sua apuração é tão vagarosa que acaba de ser anunciado, oficialmente, que o
caso deve ser julgado em 201529.
Não é tarefa fácil para o historiador fazer uma análise crítica de eventos que ainda estão
acontecendo, mas que, de qualquer forma, merecem ser citados porque envolvem os governos
de dois grandes estadistas brasileiros da atualidade: Lula e Fernando Henrique Cardoso. O
complicador é que não são apenas petistas e peessedebistas envolvidos nesses escândalos.
Outros partidos estão envolvidos em esquemas semelhantes.
Já tiveram os nomes citados nos inquéritos dos mensalões, por aparente envolvimento
de integrantes das siglas, os partidos dos Trabalhadores (PT), Social Democracia
Brasileira (PSDB), Democratas (DEM), Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
Popular Socialista (PPS), Trabalhista Brasileiro (PTB), República (PR), Socialista
Brasileiro (PSB), Trabalhista Cristão (PTC), Republicano Progressista (PRP), Social
Cristão (PSC) e Progressista (PP)30.
Outros fatores, porém, explicam melhor a popularidade do presidente. Não foi apenas o
fato de a corrupção “estar no DNA dos partidos”. Fatores como as políticas públicas, que
privilegiaram, de forma mais objetiva, a população pobre e miserável que, antes, ficava com
as sobras, puderam reverter a complicada situação pela qual estava passando o governo Lula.
29 http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/326787_O+MENSALAO+PSDB+MG+E+LINDO
30 http://oab-ma.jusbrasil.com.br/noticias/2027976/doze-partidos-tem-historico-de-mensaloes
31 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 120.
23
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Políticas públicas formuladas e aplicadas pelo governo com grande impacto social: o
programa Bolsa Família, assegurando uma renda mínima aos mais desfavorecidos;
o crédito consignado, direcionado aos assalariados da função pública; o aumento
real do salário mínimo; a diminuição de impostos sobre alimentos básicos e materiais
de construção. Além disso, o governo beneficiava-se de uma conjuntura econômica
favorável, registrando-se curvas ascendentes da produção e do emprego.32
Foram fatores mais econômicos do que políticos que também alavancaram as eleições do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O Plano Real reduziu a miséria social no país em
18,47% e, entre os anos de 2003 e 2005, no governo Lula, a miséria chegou a ser reduzida
em 19,8%. É interessante observar que foi durante o governo Lula que ocorreu uma redução
sensível na diferença de salários entre homens e mulheres no Brasil. Os dados são da Relação
Anual de Informações Sociais – Rais (2006). Também, nesse ano, houve aumento significativo
do trabalho formal assim como o aumento médio do salário do trabalhador.
Nessa festa da prosperidade, não podiam estar de fora os empresários brasileiros e
estrangeiros. Afinal nenhum governo, neste mundo globalizado neoliberal, se sustenta sem
a benção do mercado. O governo Lula, nesse sentido, foi bastante hábil, acendendo uma
vela a deus e outra ao diabo. Para Reis, Lula estava sendo comparado a Getúlio Vargas no
seu melhor momento, “o pai dos pobres e mãe dos ricos”. As áreas da cultura, ciência e
tecnologia também não ficaram desamparadas pelo governo. Lula e o PT foram responsáveis
pela expansão dos níveis de cidadania dos brasileiros.33
Finalizando...
Tudo isso favoreceu o ambiente para que Lula chegasse à sua segunda vitória em uma eleição
presidencial. O presidente, candidato à reeleição, esteve próximo de vencer no primeiro turno.
Foram 48,61% dos votos válidos contra 41,64% do candidato Geraldo Alckmin (PSDB). No
segundo turno, a vitória veio tranquila; foram mais de 58,2 milhões de votos contra 37,5
milhões do oponente.
No segundo mandato de Lula (2007-2010), foi mantida a aliança com o PMDB, agremiação
política com grande representatividade em todo o país, estando na vice-presidência, José
Alencar, que era respeitado e cujos palpites repercutiam para o bem e para o mal. Não era
homem de ficar calado e ajudou muito o presidente Lula na articulação política com a oposição.
As políticas econômicas e sociais que deram certo no primeiro governo petista foram
mantidas e ou aprofundadas em seu segundo mandato. Com a crise econômica que se
abateu sobre o mundo em 2008, o Brasil continuou apresentando razoáveis índices de
desenvolvimento socioeconômico. A mobilidade social continuou existindo. Lula capitalizou
seu prestígio político e fez seu sucessor, ou seja, uma sucessora, Dilma Rousseff, que fora
Ministra de Minas e Energias e Chefe da Casa Civil durante os dois governos de Lula.
32 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 120.
33 REIS, Daniel Aarão. A Vida Política. in, REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização,
Ditadura e Democracia (1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 120.
24
Material Complementar
Sites:
Doze partidos têm histórico de “mensalões”
JUS Brasil – OAB Maranhão - http://oab-ma.jusbrasil.com.br/noticias/2027976/doze-partidos-tem-historico-de-mensaloes
Paulo Moreira Leite - Diretor da Sucursal da ISTOÉ em BrasíÍia - é autor de “A Outra História do Mensalão”.
O Mensalão PSDB-MG É Lindo - http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/326787_O+MENSALAO+PSDB+MG+E+LINDO
25
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Referências
Básica:
FAUSTO, Boris. Historia Geral da Civilização Brasileira: O Brasil Republicano: Estrutura
de Poder. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
Complementar:
CARVALHO, L. M. Mulheres Que Foram à Luta Armada. São Paulo: Globo, 1998.
RAMOS, J. M. O. Cinema, Estado e Lutas Culturais: Anos 50, 60, 70. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1983.
AQUINO, Rubim Santos Leão de. Sociedade Brasileira: Uma História. 4. ed. Rio de Janeiro:
Record, 2005.
KLEIN, Herbert S.; LUNA, Francisco Vidal. População e Sociedade, In: REIS, Daniel Aarão
(Coord.). História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 5. Modernização, Ditadura e Democracia
(1964-2010). Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
26
REIS, Daniel Aarão. A vida Política. In: REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação:
1808-2010. v. 5, Modernização, Ditadura e Democracia 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://noticias.uol.com.br/especiais/eleicoes-1989/ultnot/2009/11/10/ult9005u1.jhtm
http://noticias.uol.com.br/especiais/eleicoes-1989/ultnot/2009/11/15/ult9005u10.jhtm
https://www.youtube.com/watch?v=VrpurEkmJkU
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/11/apos-22-anos-boni-admite-que-globo.html
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/impeachment-de-collor--20-
anos-corrupcao-e-plano-economico-derrubaram-presidente.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/impeachment-de-collor--20-
anos-corrupcao-e-plano-economico-derrubaram-presidente.htm
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/326787_O+MENSALAO+PSDB+MG+E+LINDO
http://oab-ma.jusbrasil.com.br/noticias/2027976/doze-partidos-tem-historico-de-mensaloes
27
Unidade: De Volta à Democracia (1989-2010)
Anotações
28