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Índice
Introdução..........................................................................................................................4

A génese da multiplicidade cultural na metade oriental da áfrica austral: factos e


processos culturais.............................................................................................................5

O processo de construção do império colonial e a pluralidade cultural............................5

Dinâmica aculturacional e permanência de modelos societais endógenos.......................7

A construção do outro e a tecnicização/tribalização em Moçambique.............................8

Os discursos da identidade nacional moçambicana...........................................................9

A anatomia e o processo das identidades rebuscadas........................................................9

O paradigma da diversidade cultural em Moçambique...................................................10

Conclusão........................................................................................................................13

Referências bibliográficas...............................................................................................14
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Introdução

Com o presente trabalho de pesquisa pretende se debruçar sobre a génese da


multiplicidade cultural, dinâmica cultural, paradigma da diversidade cultural em
Moçambique. Falar processos culturais é falar de elementos culturais que possibilitam a
mudança tanto participativa assim como involuntária de elementos culturais de
individuo para individuo assim como de uma sociedade. É extremo interesse uma, pois
constituem os elementos de analise de uma cultura, todavia, atitudes tomadas em
determinado período representam diferentes reacções e interpretações de acordo com
tempo em que são analisadas e as mudanças e o conflito pernicioso.

Objectivos

Geral:

Compreender a génese da multiplicidade cultural na metade oriental da áfrica austral e a


diversidade cultural em Moçambique.

Especifico:

Definir processos culturais;

Caracterizar processos culturais;

Dar uma contribuição teórica para o conhecimento dos aspectos culturais do ser
humano.

Metodologia

Para a produção deste trabalho foram usados métodos de recolha de dados, na pesquisa
bibliográfica e recorreu-se ao uso de tetos da interne.
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A génese da multiplicidade cultural na metade oriental da áfrica austral: factos e


processos culturais

Localizado na cota oriental da África, Moçambique limitasse ao norte com a Tanzânia,


a noroeste com o Malawi, a oeste com a Zâmbia e o Zimbabué, a sudeste com África do
sul e Suazilândia, sendo banhado a leste pelo oceano indico. A capital é Maputo (Antiga
Lourenço marques), principal cidade do país. O país é dotado de multiplicidade cultural,
étnica e linguística, legado dos primeiros habitantes dessas terras, ancestrais dos povos
khoisan (ou bosquímanas) e, séculos mais tarde, pelos bantus, povos falantes da língua
bantu, que migram do norte por meio de vale do rio Zambeze, avançado para os
planaltos e áreas costeiras. Os bantus ocupam quase a totalidade da África a sul do
Sahara.

Esses povos eram eximos agricultores, ferreiros, oleiros e tecelões, a estrutura família
era simples, baseada nas linhagens, em que se reconheciam a figura de um chefe
característica que ainda hoje é mantida em varias regiões do país e dos invasores que,
paulatinamente, ocuparam essas terras e perduraram durante séculos de dominação e
imposição das línguas, tradições e costumes.

Para a sua localização estratégica, as margens do oceano indico, a ilha de Moçambique


tornou-se o principal porto para as embarrações que chegavam e partiam rumo a asia,
incrementando, também, o comercio local principalmente com os árabes e,
posteriormente, com os indonésios, indianos e chineses, então, no século XVI, com os
português. Esse cadeamento entre a população local, pertencente aos grandes grupos
dos bantus e dominadores resultou numa intensa movimentação comercial e geográfica,
gerando novas comunidades, inúmeras etinas, além dos indianos e, uma grande
diversidade cultural e linguística, que se distingue entre os dois lados do país. Todas
essas populações estão divididas de norte a sul de Moçambique, em onze províncias.

O processo de construção do império colonial e a pluralidade cultural

a produção escrita moçambicana surgiu durante o período colonial com as grandes


navegações e, em 1854, com a instalação da imprensa, as primeiras publicações. Já as
obras de maior relevância surgiram no século XX, destacando-se os jornais O Africano
(1909) e o brado africano (1918), ambos voltados para a população local. Escreviam
sobre temáticas de interesses particulares e locais, e o mais significativo eram as
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publicações bilingues, com textos em português e línguas ronga, ressaltando sempre a


questão do assimilado, o que não os deixa esquecer-se da condição de colonizado,
daquele ser em situação fronteiriça, entre dois mundos. Em decorrência dos muitos
séculos da dominação portuguesa na África, dá-se a imposição da língua e da cultura do
colonizador num amplo processo de assimilação. Dessa relação, observamos o
surgimento da imprensa, em que escritores africanos produziam textos sob a perspectiva
da escrita europeia. No entanto, se, por um lado, essas narrativas fazem “A marrabenta
surgiu nas décadas de 1930 a 1940. É um ritmo urbano de origem do sul do país e seu
nome provem de rebenta, associada a dançar em excesso”.

Pouca ou nenhuma menção as línguas nacionais, por outro lado apresentam muitas
referencias a autores franceses, latinos e europeus, exaltando-os com modelos a serem
seguidos, é o momento em que, segundo ferreira (s.d., p.33), “o escritor africano
encontrasse em estado quase absoluto de alienação, incapaz de se libertar dos modelos
europeus”. Todavia, o próprio desenvolvimento da literatura africana lusófona sugere
analise e reflexão critica, na criação de uma literatura anticolonial (1900-1930),
ideologicamente centrada na ideia de negritude, superando a alienação dos escritos, por
um sentimento nacional.

A partir desse momento, muito se discutiu sobre os pontos de maior relevância de maior
período d formação da literatura moçambicana. No âmbito literário, surgiu uma
produção que teve papel importante na luta pela independência e pelo conhecimento do
país e que, no período pós independência, vem exercendo forte função histórica ao
debater sobre as questões de identidade e a condição do Moçambique pós colonial. No
norte de Moçambique, a estrutura familiar se matem ligadas as tradições do povo
macua, associada as influências muçulmanas e portuguesas. Embora seja uma cultura
patriarcal, a forma de tratamento de mulheres esta ligada ao matriarcalismo, tomando
mais fácil a situação das mulheres, porque estão mais ligadas as sus famílias de origem.
Neste caso, as mulheres se consideram as melhores tratadas pelos homens. No sul, ainda
predomina a patrilinearidade, sendo comum o lobolo, pratica que consiste ao pagãmente
de dote, dinheiro ou bens materiais, para a família da noiva, principalmente na zona
rural, tomando propriedade do marido. Nesta região, as mulheres foram criadas para o
trabalho, para a procriação e para os cuidados com a família, devendo ao marido
obediência e submissão, e a poligamia, sistema considerado ilegal e que vai contra as
tradições cristas, mas é mito comum em várias localidades do sul de Moçambique.
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No entanto, esta situação tem-se apresentado um pouco na cidade de Maputo, pós a


modernização e a influência da globalização aos poucos vão mudando também a
mentalidade das pessoas e alterando comportamentos. Esse contexto brevemente
traçado permite perceber que a multiculturalidade entendida como um jogo de
diferenças, quando diversos elementos culturais se associam num mesmo espaço
transformou-se em traço balizador do povo moçambicano.

Assim, tendo o princípio a valorização das diferenças entre gerações, classes sociais,
grupos linguísticos, etnias etc. e os grandes grupos a que pertencem, numa convivência
nem sempre pacífica, vão delineando (ou identidades) do povo moçambicano.

Dinâmica aculturacional e permanência de modelos societais endógenos

Aculturação considera a cultura algo estática e congelado, e as influencias d um grupo


social sobre outro e um processo de desconstrução de identidade, deformação. Está
associada a ideia de extinção, descaracterização social, cultural e perda de identidade.

Seja qual for o padrão de cultura que uma sociedade desenvolva, ele nunca fica
perpetuamente o mesmo. Há períodos em que as mudanças são mais dignas de realces
ou mais rápidos do que nos outros, mas o certo é que, mesmo num grupo vivendo
isolado, a pressão das forcas internas da cultura acaba sempre por ocasionar
modificações. Muitas das alterações internas surgem á a medida que as pessoas
aumentam a sua soma colectiva de conhecimentos. Com o decorrer do tempo os
indivíduos vão aprendendo mais a cerca do ambiente externo que a cerca, disso
resultando um diferente uso dos recursos naturais. Tal facto leva a modificações na
tecnologia, ao uso de novas ferramentas ao desenvolvimento de novas aptidões que se
vão reflectir em todos os lados do triângulo bio cultural em que se inscreve toda
actividade do homem, ou seja, nas relações do homem com o seu ambiente físico, nas
relações interpessoais e nas relações homem-sobrenatural.

Para LIMA et all. (s/d:197), dá-se, pois, o nome de aculturação ao processo de que
implica uma imposição, no todo ou em parte e momentos de uma cultura sobre outra.

Importa afirmar que o estudo desse processo, deve se ter em conta que existe uma
diferença entre a aculturação e endoculturação, este ultimo termo ocorre a nível do
individuo, em quanto o primeiro dá-se ao nível do grupo.
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O processo de aculturação, originam formas novas de cultura e novas tradições,


assumindo em se aspectos positivos da dinâmica cultural e constituindo fenómeno
primordial da própria cultura.

O processo de difusão cultural tem se constituído um factor muito importante da


dinâmica cultural e tem merecido dos estudiosos a atenção de que é merecedora. A ser
assim, devemos levar em consideração as culturas são unidades integradas e
harmoniosas e que ao absorver elementos culturais de outras culturas, não o fazem
como o simples transplante, mas sim como um processo de assimilação e reformulação.

A construção do outro e a tecnicização/tribalização em Moçambique

Etnia são grupos de pessoas que são definidas pelas suas origens e por seus traços
físicos e culturais. Este termo é usado para substituir o ter raça que era usada de forma
abusiva já que não existe raça de seres humanos e sim pessoas de características
diferentes. “Etnia refere-se ao âmbito cultural – um grupo étnico é uma comunidade
humana definida por afinidades linguísticas e culturais e semelhanças genéticas. Estas
comunidades geralmente constroem estruturas sociais, política e territorial. Exemplo as
comunidades negras, indígenas, alemãs, italianas, polonesas e orientais.

Segundo Ribeiro (2006) em Moçambique existe uma diversidade de etnias já que as


origens provem de fusão de diferentes grupos étnicos. Alguns são classificados em
mulatos: descendentes de negros e brancos. Os caboclos: descendentes de índios e
brancos. O cafuso: são descendentes de índios e negros. Os indígenas: são nativos de
região brasileira. Brancos: são apresentadas poucas pigmentações, ou seja, pele clara.
Negros: são os que apresentam grande pigmentação, ou seja, pele escura.

Etnia, uma categoria antropológica, refere-se a um conjunto de dados culturais, língua,


religião, costumes alimentares, comportamentos sociais, mantidos por grupos humanos
não muito distante em sua aparência, os quais preservam e reproduzem seus aspectos
culturais no interior do próprio grupo, sem que estejam necessariamente vinculados por
nacionalidade comum e se organizem, em determinados casos, como população geral
desse território.

Não há culturas superiores e inferiores, mais complexas e menos complexas, ricas e


pobres, há culturas diferentes, e qualquer comparação que pretenda atribuir valor
positivo ou negativo a essas diferenças é cientificamente ironia. Por isso não há grupo
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social a que possa faltar cultura, já que este termo, em seu sentido antropológico,
significa precisamente a maneira pela qual um grupo social se identifica como um
grupo, através de comportamentos, valores, costumes, tradições, comuns e partilhados.
Negar a existência de cultura em determinado grupo é negar a existência do próprio
grupo.

A cultura vem sendo compreendida a partir de tensões entre a mudança e a


permanência, contudo acreditasse que o que é preciso ser estudado e problematizado é
como as manifestações, ditas tradicionais sobrevivem a esse novo quadro das
sociedades contemporâneas. A partir dai é possível compreender elementos importantes
para aprofundar os estudos em culturais.

Os discursos da identidade nacional moçambicana

A república popular de Moçambique, sobre liderança da Frente de Libertação de


Moçambique desde sua independência em 25 de jungo de 1975 do jugo colonial
português, propôs, a partir das premissas da camada de dirigentes do estado, constituir
as características voltadas para a construção da identidade nacional do país.

A anatomia e o processo das identidades rebuscadas

O processo das identidades estão ligados a história da humanidade, que não se constitui
somente que não é oficial, dos grandes feitos, dos grandes líderes. Nos professores
temos o dever de ensinar aos nossos alunos as contribuições dos diferentes grupos
culturais na construção da nação, ensinar o respeito, aceitação e admiração pela cultura
pela etnia do outro, mostrando que o estranhamento é gerado pelo desconhecido, assim
como o preconceito. Precisamos estimular nossos alunos o pensamento crítico e a
percepção de que, pra o outro, também somos o outro. Valorizar a história de vida de
nossos alunos, de suas famílias, e suas experiências poderá ser factor determinante para
a construção de uma identidade positiva de si mesmo e elevar a sua auto-estima.

Para as populações moçambicana, dançar e cantar são parte da essência humana; é uma
forma de celebrar a vida e a morte. Todas as regiões têm as suas danças específicas.
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O paradigma da diversidade cultural em Moçambique

O mundo hodiemo está complexo e confuso, foram as diversas mudanças sociais,


políticas e culturais nas últimas décadas. Essa crise a cada dia se enraíza nos valores de
diversas sociedades.

Segundo Alain Touraine, sociólogo francês, não compartilha do entendimento de que


entramos numa pós-modernidade. Para o autor esse entendimento afirma o
desaparecimento de todo o princípio histórico central de definição de conjunto social.
Entretanto, Touraine compreende que vivemos hodiemamente em novo paradigma, o
paradigma cultural que superou o anterior paradigma social, ocasionando o
desaparecimento do universo que até então chamávamos de social, ou seja, as
sociedades passam a ser compreendidas sobre o prisma cultural e não mais social.

Numa perspectiva holística, a análise de Touraine se coaduna com as transformações


que diversas sociedades vêm passando recentemente. A introjecção de valores
individualistas, a perda do senso de colectividade de socialização, a transformação dos
movimentos sociais e movimentos “culturais”, o crescente discurso da autonomia do ser
humano e da libertação individual, seja económica até sexual são discursos cada vez
mais presentes na realidade hodiema. Dessa forma, em primeiro plano encontram-se as
reivindicações por direitos culturais, que se exprimem por meio de defesa de atributos
particulares, mas confere a casa defesa um atributo universal.

Essas transformações também são ocasionadas devido ao processo de subjectivação


liderado por diversos atores sociais, que buscam por meio de reivindicações públicas a
conquista de direitos culturais. Esse é o caso de diversos “movimentos culturais” como
o movimento feminista, o movimento LGBTT, a marcha das vadias, entre outros, que
tem por escopo questionar os valores autoritários, a ordem moral e cultural imposta em
determinadas sociedades, almejando o reconhecimento da diferença e a emancipação
por meio da conquista de direitos de igualdade. Para Touraine, sujeito é todo aquele que
tem vontade de ser actor de sua própria existência. Tal concepção de sujeito diverge do
pensamento de Michael Foucault que concebia o sujeito como subordinado a uma
ordem operante. Já Touraine entende que torna-se sujeito, conhecedor de sua realidade e
de sua situação é um importante passo para a emancipação.
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Nos tempos de paradigma cultural, é nítido que um grande desafio para a humanidade é
realizar um diálogo intercultural. O discurso sobre os direitos culturais e sobre a cultura
de um modo geral não deve se transformar em um comunitarismo, que se coloque acima
da cidadania, ou seja, que reconheça a pertença cultural superior a qualquer outro direito
e própria noção de dignidade humana. É nesse contexto que nasce a necessidade de
actuar diante de uma perspectiva intercultural, de modo a compreender no outro, nas
outras culturas e nas outras formas de pensar e agir uma possibilidade de interacção e
crescimento individual e colectivo.

De facto, o paradigma cultural também evidencia a construção de uma sociedade


essencialmente liderada por mulheres, onde não estamos marchando para uma
sociedade de igualdade entre os homens e as mulheres. É evidente que o pós-feminismo
consolidou transformações e resultados das reivindicações feministas, onde os papéis
centrais da sexualidade e da libertação sexual ganham uma substancial conotação.

Diante do paradigma cultural e da referida superação do paradigma social, é possível


perceber que existem pontos positivos e negativos que devem ser levados em
consideração no debate. Por um lado, o reconhecimento do individuo como um ser livre,
consciente e outono na gestão de sua própria vida, sem as amarras das imposições
morais autoritárias construídas no decorrer do paradigma social é de extrema
importância para a humanidade e para o desenvolvimento de uma nova moral. Já por
puto lado o individualismo exacerbado e a perda da noção de colectividade e de
sociedade distorcem o sentido de um bem comum, de uma causa em colectividade e até
mesmo de um sentimento de alteridade.

Contudo, a destruição dos laços sociais, a solidão, a crise de identidade vivida


hodiernamente pode ser superada pelo reconhecimento do homem como sujeito, ou seja,
pelo nascimento de novos sujeitos? É possível um novo modelo de modernização? As
mudanças sociais ocorridas substancialmente nas últimas décadas são “irreversíveis”?
São muitas as dúvidas e muitas as incompreensões sobre a complexibilidade da
realidade actual, entretanto uma coisa é certa: as transformações estão ocorrendo de
modo acelerado e nós, enquanto seres culturais, somos direitas ou indirectamente
influenciados por elas, portanto tomar consciência disso é uma contribuição para a
construção da subjectividade e, consequentemente, a construção de uma vontade de
mudança.
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Conclusão

Depois de um longo estudo acerca de dinamismo cultural, o dinamismo cultural,


engloba todo o processo cultural tendo como objectivo principal mostrar que as culturas
estão sempre em movimento, isto é, a própria natureza da aprendizagem da cultura lhe
determina uma transformação lenta. A endoculturacao pela qual os indivíduos passam
inclui uma conotação subjectiva, como será visto a seu tempo. Oque de facto, supõe
uma certa variação nos padrões de comportamento, mesmo pequena e imperceptível, tal
variação ocorrida em cada comportamento individual ira possivelmente provocar uma
modificação brm substancial no cômputo geral.

Ainda concluímos que, cultura é o conjunto complexo que inclui conhecimentos, arte,
moral, lei, costumes e qualquer outra capacidade e hábitos adquirido pelo homem
enquanto membro da sociedade.
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Referências bibliográficas

MARTINZ, Francisco Lerma. Antropologia Cultural Guia Para o Estudo Matola. 1994.

LIMA, Augusto M. et all. Introdução a Antropologia Cultural presença Lisboa, 1979

HERSKOVISTS, Melville, et all. Antropologia Cultural 1ª d. São Paulo, 1981.

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