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INTRODUÇÃO
APORTE TEÓRICO
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São precursores e também referencias para debates da Nova História autores como: Nobert Elias, Mikhail Bakhtin,
Michael Foucault e Pierre Bourdieu (BURKE, 2008).
Ela dá a cada indivíduo um passado que se estende muito além de seu passado
pessoal e permite que alguma coisa das pessoas de outrora continue a viver no
presente... pela continuidade da tradição, a filiação a esses grupos-nós concede
ao indivíduo uma oportunidade de sobrevivência que transcende a existência
física real, uma sobrevivência na memória da cadeia de gerações (ELIAS, 1994,
p.182).
OBJETIVOS
Buscamos neste recorte da coleta de dados, com noticias de jornais a época, identificar
quais grupos, onde circulavam, as atividades, shows, ou formas de se referir a esta expressão da
cultura afro entre Recife e Olinda para que no conjunto destes dados aglutinados no estudo
possamos, entre outros objetivos, compreender que habitus foram delineados no processo da
construção da autoimagem negra através dos Afoxés de Recife e Olinda nos fins do Século XX.
METODOLOGIA
Para acessarmos memórias que possam guardar aspectos relativos aos Afoxés neste
recorte do estudo elencamos a busca por fontes documentais. A pesquisa documental se
caracteriza pela busca de informações em documentos que não receberam tratamento científico
como relatórios, reportagens, revistas, entre outros (OLIVEIRA, 2007).
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Grifo nosso.
RESULTADOS E ANÁLISE
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Notas encontradas no Diário de Pernambuco digitalizado no acervo on line da Biblioteca Nacional, no endereço
http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/, consultado entre os meses de abril e novembro de 2019.
É assim uma nota inicial, de apenas 1 (um) grupo buscando rememorar valores ancestrais
assim como fazer conhecer, divulgar e ser apreciado como expressão cultural. Destaca-se a
importância da manutenção das tradições populares, para que as mesmas não se percam com o
tempo, uma vez que estavam sendo abandonadas, correndo o risco de ficarem registradas apenas
nas memórias de seus participantes ou em museus.
Desta primeira experiência do afoxé em Recife damos um salto temporal até a década de
1990 em busca de registros desta expressão cultural, após pelo menos uma década daquele
momento inicial. Porém, diante dos fechamentos dos arquivos públicos durante a pandemia do
Covid 19, realizamos buscas e identificamos on line estes registros, abaixo sintetizados em nossa
tabela 1.
Encontramos notas de ensaios, de convites para shows musicais; de festival, toda uma
divulgação sobre o carnaval em Salvador, assim como sobre a Lavagem da Cidade Alta de Olinda.
Destacamos os achados, infelizmente poucos, referentes à participação dos afoxés Ará Odé, Ylê
de Egbá, Alafin Oyó e o Afoxé da Lua, em diversas programações carnavalescas, entre estas, na
tradicional Noite do Tambores Silenciosos.
Entendemos que, pelos registros, esta expressão cultural afro-brasileira conseguiu se
manter presente, provavelmente não livre das tensões sociais, por vários anos além do fato de
aquela primeira experiência ter de alguma forma inspirado a criação de outros grupos de afoxés,
aja vista a participação em diversas programações carnavalescas. Compreendemos que a
identidade-nós vem sendo rememorada, relacionando a imagem do nós de cada afoxé ao habitus
social dos indivíduos, integrantes intimamente ligados a uma carga afetiva desta identidade
artística tradicional, que ultrapassou os anos 1990, chegando a atualidade com registros de afoxés
entre Recife e Olinda com mais de 35 anos de fundação. O Afoxé como um Candomblé de Rua,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BACELLAR, Carlos. Fontes documentais – uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, Carla
Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. – 3.ed., 2ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2015.
BARROS, José D’Assunção.. O projeto de pesquisa em História – da escolha do tema ao
quadro teórico. Petrópolis/Rio de Janeiro:Vozes, 2013.
BURKE, Peter. O que é História Cultural?. 2.ed.rev. e ampl. – Rio de Janeiro:Zahar, 2008.
ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador – Formação do Estado e Civilização (vol I). Rio
de Janeiro:Jorge Zahar Editor, 1994.
ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos. – Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
ELIAS & SCOTSON, Nobert & John L.. Os Estabelecidos e os outsiders: sociologia das
relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla
Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. – 3.ed., 2ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2015.
OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2007.
Informações da autora:
Nome do autor: Gina Guimarães
Afiliação institucional: PPGE-UFPE
E-mail: ginag.@bol.com.br
ORCID:
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