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daConcurso Publico:

Está regulado no art.130.º a 161.º do CCP e é o procedimento de iniciativa pública


aberto à livre competição dos interessados admitidos a fazer valer a sua pretensão de
contratar com a Administração em condições de plena igualdade entre as respetivas
propostas, para que aquela possa escolher a que melhor satisfaça o interesse público.
A tramitação do concurso publico processa-se da seguinte forma.
Escolha do CP como Elaboração das Disponibilização
Decisão de contratar Anúncio Juri
procedimento peças das peças

Avaliação das Lista dos


Prep. Da adjudicação Leilão eletrónico Apres. De Propostas
propostas concorrentes

Negociação das
propostas

1. Decisão de contratar:
A decisão de contratar é um ato administrativo que inicia o procedimento de formação
de qualquer contrato (36.º/1). Como ato administrativo tal decisão está sujeita às normas
de procedimento administrativo reguladas no CPA. Isso inclui desde logo o principio da
prossecução do interesse publico e o principio da legalidade, mas também o principio da
imparcialidade (55.º CPA), e ao dever de fundamentação da decisão.
A decisão é entregue ao órgão competente para autorizar a despesa inerente ao contrato
a celebrar, podendo essa decisão está implícita nessa ultima (36.º).
2. Escolha do concurso publico como procedimento:
Segundo consta do artigo 38.º “A decisão de escolha do procedimento de formação de
contratos, de acordo com as regras fixadas no presente Código, deve ser fundamentada
e cabe ao órgão competente para a decisão de contratar”.
Portanto, decorre daqui um dever de fundamentação. Isso porque a determinação do
método de escolha do co-contratante pode por em risco os princípios gerais da
contratação pública.
Trata-se de saber quais as regras que a entidade adjudicante está obrigada a observar, a
fim de garantir que a escolha daquele com quem vai celebrar o contrato é a mais
adequada da perspetiva da prossecução do interesse público, garantindo-se também a
observância de princípios tais como o da imparcialidade ou o da concorrência.
A fundamentação exigida no art. 38º é de facto e de direito. Ou seja, tem de se basear
num dos arts. 17º e ss. para justificar a escolha. Contudo, tal não basta, é também
necessária uma justificação de facto. Essa escolha deve ser escrutinada a luz dos
princípios da contratação pública.
O concurso público é procedimento mais aberto e por isso satisfaz melhor os princípios
da concorrência, transparência e igualdade, na medida em que não há limitação no
numero de candidatos que podem apresentar propostas apenas limitações qualitativas. O
grande problema do concurso público se coloca a nível de celeridade, pois é um
processo complexo, burocrático e lento.
No CPC, nomeadamente no 17.º e ss foi enunciado dois critérios de escolha do
procedimento, a saber: o do valor, e o critério material.
Uma rápida analise por esses artigos permite-nos compreender que o valor nunca é
impeditivo de se utilizar o concurso público, mas por outro lado pode ser imperativo.
Assim nos artigos 19.º, 20.º, 21.º.
Quanto aos critérios materiais Só se fossemos aplicar os artigos a contrario, visto as
normas não se referirem diretamente ao contrato publico. Assim a questão é, quando
não se verificarem esses pressupostos, realizarmos o concurso público.
3. Elaboração das peças do procedimento.
Nesse tipo de procedimento as peças do procedimento 1 a aprovar logo no início do
procedimento são:
i) O programa do procedimento (132.º) – Regulamento que define
os termos a que obedece a fase de formação do contrato até à sua
celebração. É um verdadeiro regulamento. Desse programa deve
constar:
a. Identificação do concurso
b) A entidade adjudicante;
c) O órgão que tomou a decisão de contratar e, no caso de esta
ter sido tomada no uso de delegação ou subdelegação de
competência, a qualidade em que aquele decidiu, com menção
das decisões de delegação ou subdelegação e do local da
respetiva publicação;
d) O fundamento da escolha do concurso público, quando
seja feita ao abrigo do disposto no artigo 28.º;
e) O órgão competente para prestar esclarecimentos;
f) Os documentos de habilitação, diretamente relacionados
com o objeto do contrato a celebrar, a apresentar nos termos
do artigo 81.º;
g) O prazo para a apresentação dos documentos de habilitação
pelo adjudicatário, bem como o prazo a conceder pela
entidade adjudicante para a supressão de irregularidades
detetadas nos documentos apresentados que possam levar à
caducidade da adjudicação nos termos do disposto no artigo
86.º;

1
As peças do procedimento integram o processo administrativo de adjudicação – 1.º/2 CPA
h) Os documentos referidos nos n.os 1 e 2 do artigo 57.º e no
n.º 4 do artigo 60.º;
i) Os documentos que constituem a proposta que podem ser
redigidos em língua estrangeira, nos termos do disposto no n.º
2 do artigo 58.º;
j) Se é ou não admissível a apresentação de propostas
variantes e, em caso afirmativo, o número máximo de
propostas variantes admitidas;
l) O prazo para a apresentação das propostas;
m) O prazo da obrigação de manutenção das propostas,
quando superior ao previsto no artigo 65.º;
n) O modelo de avaliação das propostas, nos termos do
artigo 139.º;
o) O modo de prestação da caução ou os termos em que não
seja exigida essa prestação de acordo com o disposto no n.º 4
do artigo 88.º;
p) O valor da caução, quando esta for exigida;
q) A possibilidade de adoção de um ajuste direto, nos termos
do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou na alínea a)
do n.º 1 do artigo 27.º, ou da consulta prévia, nos termos do
artigo 27.º-A;
r) A indicação de que se trata de um contrato reservado, nos
termos dos artigos 54.º-A ou 250.º-D, se for o caso.
ii) Caderno de encargos – é a peça que contem o as clausulas a
incluir no contrato a celebrar (42.º), caso o contrato implique um
preço deve constar no caderno de encargos o preço-base -o preço
máximo que a entidade está disposta a pagar (artigo 47.º/1)
iii) Para além disso a decisão de contratar é publicitada mediante
anúncios
4. Anuncio:
O concurso público é publicitado no Diário da República, através de anúncio conforme
modelo aprovado por portaria dos membros do Governo responsáveis pela edição do
Diário da República e pelas áreas das finanças e das obras públicas, podendo depois ser
divulgado por qualquer outro meio considerado conveniente, nomeadamente no site da
entidade.
Pode também ser divulgado no Jornal oficial da EU, nos termos do artigo 131.º, i.e., faz
um anuncio contendo as menções referidas na parte C do anexo V da Diretiva
2014/24/EU, entre outras regras.
5. Juri:
Num concurso ao quel estão subjacentes várias proposts que devem ser avaliadas e
ordenadas é muito importante a existência de um júri. O júri é um órgão ad hoc que
dirige a instrução do procedimento pré-contratual, designado pela entidade adjudicante,
nomeadamente pelo ógão responsável pela decisão de contratar competindo-lhe
nomeadamente (69.º/1):
i) Apreciar as candidaturas e as propostas´
ii) Elaborar os relatórios de analise das candidaturas e das propostas
iii) Exercer a competência que lhe seja delegada pelo órgão competente
para a decisão de contratar, não sendo, porém delegável a
competência para a decisão de qualificação dos candidatos ou para a
decisão de adjudicação.
O júri começa as suas funções no primeiro dia útil subsequente ao do envio do anuncio
para a publicação ou do convite (68.º/1), devendo as suas deliberações ser sempre
fundamentadas e são tomadas por maioria, não sendo permitido a abstenção
(68.º/3). As propostas são analisadas para efeitos de verificação da sua conformidade
com os parâmetros jurídicos do procedimento, podendo para este efeito pedir
esclarecimento sobre as propostas (72.º). São posteriormente avaliadas quanto ao seu
mérito relativo, cumpridos os trâmites relativos à audiência dos interessados, o júri
ordena definitivamente as propostas em ordem a adjudicação pelo órgão competente
para a decisão de contratar.
6. Disponiblização das peças.
As peças do processo, por força do principio de transparência e acesso devem ser
disponibilizadas pelas entidades adjudicantes na respetiva plataforma eletrónica de
contratação pública de forma livre, completa e gratuita as peças do procedimento, a
partir da data da publicação do respetivo anúncio (133.º/1). As peças procedimentais
que não possam, total ou parcialmente, ser disponibilizadas sem restrições de acesso,
designadamente por motivos de segurança, são disponibilizadas por outros meios
adequados, que devem ser indicados aos interessados. A disponibilização das peças do
procedimento tem lugar a partir da data da publicação do anuncio.
7. Apresentação das propostas:
Chegados aqui estão reunidas as condições para que os interessados possam enviar as
suas propostas.
A noção de proposta ficou referida no artigo 56.º onde foi entendida como a declaração
pela qual o concorrente manifesta a sua vontade de contratar e o modo como está
disposto a fazê-lo sendo essa composta por vários documentos (57.º) como

prazos
Nesse seguimento é importante falar sobre os prazos para apresentação das propostas,
ao contrário do que seria de esperar não é a publicação do anuncio que marca o inicio da
contragem de prazos procedimentais mas sim a data do envio do anuncio para
publicação como podemos ver nos artigo 135 e 146.
Existem em suma, um grande critério quando a estipulação do prazo, que é o facto do
concurso ser ou não publicado no Jornal oficial da EU. No caso de não ser publicado no
JOUE o artigo 135.º refere que o prazo não pode ser inferior a seis dias a contar da data
de envio do anuncio para a publicação (salvo no caso de se tratar de uma empreitada de
obras publicas na qual o prazo não pode ser inferior a 14 dias).
Porém se o anuncio for realizado no JOUE a regra do 136 determina que o prazo não
possa ser inferior a 30 dias, salvo as exceções do 136.º/2, onde é referido que esse prazo
pode ser reduzido para 15 dias nas situações em que O anúncio de pré -informação
tenha sido enviado para publicação com uma antecedência mínima de 35 dias e máxima
de 12 meses em relação à data do envio do anúncio; e b) O anúncio de pré -informação
tenha incluído todas as informações, disponíveis à data da sua publicação, exigidas nos
termos da parte B do anexo V da Diretiva n.º 2014/24/UE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26 de fevereiro; E as exceções do 136.º/3 — O prazo mínimo previsto no
n.º 1 pode ser reduzido para 15 dias nos casos em que uma situação de urgência
devidamente fundamentada pela entidade adjudicante inviabilize o cumprimento do
prazo mínimo de 30 dias.

Esse prazo pode ser prorrogado em certas condições (64.º e 133.º/7) relacionadas com o
acesso dos interessados as peças do procedimento

Até ao termo do prazo fixado para a apresentação das propostas, os interessados que já
as tenham apresentado podem retirá-las, bastando comunicarem tal fato à entidade
adjudicante, sem prejuízo do direito de apresentação de nova proposta dentro daquele
prazo.

8. Lista dos concorrentes


O júri, no dia imediato ao termo do prazo fixado para a apresentação das propostas,
procede à publicitação da lista dos concorrentes na plataforma eletrónica utilizada pela
entidade adjudicante. Mediante a atribuição de um login e de uma password aos
concorrentes incluídos na lista é facultada a consulta, diretamente na plataforma
eletrónica referida, de todas as propostas apresentadas.
9. Avaliação das propostas
As propostas são analisadas em todos os seus atributos representados pelos fatores e
subfatores que densificam o critério de adjudicação.
O júri do procedimento pode pedir aos concorrentes quaisquer esclarecimentos sobre as
propostas que considere necessários para efeito de análise e de avaliação das mesmas.
Os esclarecimentos fazem parte integrante das propostas e devem ser disponibilizados
em plataforma eletrónica utilizada pela entidade adjudicante, devendo todos os
concorrentes ser imediatamente notificados desse fato.
A pontuação global de cada proposta, expressa numericamente, corresponde ao
resultado da soma das pontuações parciais obtidas em cada fator ou subfator elementar,
multiplicadas pelos valores dos respetivos coeficientes de ponderação.
Para cada fator ou subfator elementar deve ser definida uma escala de pontuação através
de uma expressão matemática ou em função de um conjunto ordenado de diferentes
atributos suscetíveis de serem propostos para o aspeto da execução do contrato
submetido à concorrência pelo caderno de encargos respeitante a esse fator ou subfator.
As pontuações parciais de cada proposta são atribuídas pelo júri através da aplicação da
expressão matemática referida ou, quando esta não existir, através de um juízo de
comparação do respetivo atributo com o conjunto ordenado referido no mesmo número.
10. Leilão eletrónico:
No caso de contratos de locação ou de aquisição de bens móveis ou de contratos de
aquisição de serviços, a entidade adjudicante pode recorrer a um leilão eletrónico que
consiste num processo interativo baseado num dispositivo eletrónico destinado a
permitir aos concorrentes melhorar progressivamente os atributos das respetivas
propostas, depois de avaliadas, obtendo -se a sua nova pontuação global através de um
tratamento automático.
Só podem ser objeto de um leilão eletrónico os atributos das propostas, desde que:
a) O caderno de encargos fixe os parâmetros base dos respetivos aspetos da
execução do contrato a celebrar submetidos à concorrência; e
b) Tais atributos sejam definidos apenas quantitativamente.
O programa do concurso deve indicar, para além dos elementos referidos no artigo
132.º:
a) Os atributos das propostas objeto do leilão eletrónico;
b) As condições em que os concorrentes podem propor novos valores relativos aos
atributos das propostas objeto do leilão eletrónico, nomeadamente as diferenças
mínimas exigidas entre licitações;
c) Outras regras de funcionamento do leilão eletrónico;
d) As informações relativas ao dispositivo eletrónico a utilizar e às modalidades e
especificações técnicas de ligação dos concorrentes ao mesmo.
Todos os concorrentes são simultaneamente convidados pela entidade adjudicante, por
via eletrónica, a participar no leilão eletrónico.
Não pode ser dado início ao leilão eletrónico antes de decorridos, pelo menos, dois dias
a contar da data do envio dos convites.
O dispositivo eletrónico utilizado deve permitir informar permanentemente todos os
concorrentes acerca da pontuação global e da ordenação de todas as propostas, bem
como dos novos valores relativos aos atributos das propostas objeto do leilão.
No decurso do leilão eletrónico, a entidade adjudicante não pode divulgar, direta ou
indiretamente, a identidade dos concorrentes que nele participam.
A entidade adjudicante pode encerrar o leilão eletrónico:
a) Na data e hora previamente fixadas no convite para participação no leilão
eletrónico; ou
b) Quando, decorrido o prazo máximo contado da receção da última licitação, não
receber novos valores correspondentes às diferenças mínimas exigidas entre licitações
11. Preparação da adjudicação
Após a análise das propostas, a utilização de um leilão eletrónico e a aplicação do
critério de adjudicação constante do programa do concurso, o júri elabora
fundamentadamente um relatório preliminar, no qual deve propor a ordenação das
mesmas.
Elaborado o relatório preliminar, o júri procede à audiência prévia.
Cumprido o procedimento da audiência prévia, o júri elabora um relatório final
fundamentado, no qual pondera as observações dos concorrentes efetuadas ao abrigo do
direito de audiência prévia, mantendo ou modificando o teor e as conclusões do
relatório preliminar, podendo ainda propor a exclusão de qualquer proposta se verificar,
nesta fase, a ocorrência de qualquer dos motivos previstos no n.º 2 do artigo 146.º. O
relatório final, juntamente com os demais documentos que compõem o processo de
concurso, é enviado ao órgão competente para a decisão de contratar.
Cabe ao órgão competente para a decisão de contratar decidir sobre a aprovação de
todas as propostas contidas no relatório final, nomeadamente para efeitos de
adjudicação ou para efeitos de seleção das propostas ou dos concorrentes para a fase de
negociação quando seja adotada essa fase (a fase de negociação das propostas pode ser
adotada no caso de contratos de concessão de obras públicas ou de concessão de
serviços públicos).
12. Negociação das propostas.´
Concurso publico urgente:
É um procedimento qe se baseia na tramitação geral do concurso publico (156.º), mas
em que há uma simplificação de tramitação bem como um encurtar dos prazos.
Pode ser aplicado no caso de urgência na celebração de um dos contratos referidos no
155.º desde que:
a) O valor do contrato a celebrar não exceda os limiares previstos no artigo 474.º,
no caso de locação ou de aquisição de bens moveis ou de aquisição de serviços;
não ultrapasse 300 000 no caso da empreitada de obras publicas e;
b) O critério de adjudicação seja o do preço mais baixo (modalidade prevista no
74.º/1, al. b)

Nos termos do 155.º CCP, em caso de urgência na celebração de contratos de locação


ou aquisição de bens movies ou de aquisição de serviços de uso corrente, desde que o
respetivo valor seja inferior aos limiares de aplicação as diretivas e que o critério de
adjudicação seja o do preço mais baixo,é possível utilizar o procedimento de concurso
publico urgente.

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