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UNIDADE CURRICULAR: Sociologia Geral

CÓDIGO: 41100

DOCENTE: Joaquim Fialho

A preencher pelo estudante

NOME: Fernando Manuel de Sousa Simões

N.º DE ESTUDANTE: 2103020

CURSO: Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 12 de Abril de 2022

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Como ponto de partida para elaboração deste trabalho, foi solicitada a reflexão

sobre uma reportagem jornalística que tem por título: “Imigrantes nas estufas do

Alentejo assumem luta por trabalho mais digno”, tendo por base as principais

ideias de Wright Mills na sua “Imaginação Sociológica”.

Para Mills, a “Imaginação Sociológica” é um conceito que deve ser praticado e

que permite, ao individuo, em geral, transcender-se de forma a compreender a

sua situação face ao fenómeno social e as suas relações, bem como de localizar

historicamente essas interações e, daí, poder situar-se dentro da sociedade.

Assim, ao interpretarmos a reportagem, e desenvolver trabalho sobre esta,

deveremos tentar entender as diferentes relações entre este “problema”, em

especifico, os indivíduos e a sociedade.

Assim, serão ser abordados três aspetos principais correspondentes às devidas

expressões, começando por algumas características da imigração em Portugal,

e em especial no concelho de Odemira, passando pelas causas que levaram a

esta situação concreta e, posteriormente, a posição e a relação da sociedade

(quer localmente, quer de uma forma global) perante este fenómeno como

conclusão sobre a matéria em análise.

Segundo dados do Observatório das migrações, no seu Relatório Estatístico

Anual de 2021, de Catarina Reis de Oliveira, o número de estrangeiros a residir

em Portugal, em 2020, era de cerca de 662.000. No concelho de Odemira

existem cerca de 9.600, na sua grande maioria de origem indostânica (India,

Paquistão, Bangladesh, etc.). De modo a caracterizar esta imigração, podemos

salientar o fato de que existem mais homens do que mulheres, a faixa etária

situar-se entre os 20 e os 44 anos e o nível de escolaridade ser bastante baixo,

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para além de religião e culturas próprias. Na sua grande maioria trabalham,

essencialmente, na agricultura. Estes imigrantes pretendem juntar algum

dinheiro que lhes permita aceder a outras condições de vida no seu país de

origem ou, no caso de permanecerem por alguns anos, trazer as respetivas

famílias (Lusa, 2021). No entanto, para além das características do próprio

trabalho, que se apresenta bastante exigente fisicamente, existem diversos

aspetos relacionados com as empresas de contratação destes trabalhadores

(algumas vezes associadas a fenómenos de tráfico humano), que cobram altas

taxas aos imigrantes para que estes possam trabalhar, e com as que contratam,

ignorando as condições dos trabalhadores a contratar, que originam a revolta,

tais como, contratos pouco claros, baixos salários comparados com o número de

horas de trabalho, falta de condições de habitabilidade, falta de assistência

sanitária, incumprimento de promessas quanto à naturalização e outros (Santos,

2021). A atribuição de incentivos fiscais às empresas (Lusa, 2021) e o tráfico

humano (Henriques, 2021) são outros fenómenos que influenciam uma análise

global, a esta matéria, uma vez que, no que diz respeito ao primeiro, será difícil

compreender os critérios de como são atribuídos subsídios com dinheiros

públicos, que são pagos com impostos da sociedade contributiva, sem existir

qualquer tipo de atenção quanto à mão-de-obra utilizada e às suas condições de

trabalho, enquanto que no segundo caso a realidade estende-se a um fenómeno

da responsabilidade das autoridades locais e de órgãos Mundiais que

acompanham este fenómeno, mas, acima de tudo, de toda uma sociedade que

deveria estar atenta, intervir e exigir uma maior intervenção por parte dos

responsáveis do controlo e fiscalização.

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Bibliografia/Webgrafia

 Material de apoio ao Tema 1 – O que é a Sociologia?:

o Aldeia, João (2021/2022), Sociologia Geral (41100), Texto de apoio

ao estudo do tema 1, C. Wright Mills, A imaginação sociológica

o Mills, Charles Wright (1982), “A promessa”, in idem, A imaginação

sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 9-32. Edição original

1959.

 Santos, N. F. (2022). Imigrantes nas estufas do Alentejo assumem luta

por trabalho mais digno. Público.

 OLIVEIRA, Catarina Reis. Indicadores de integração de imigrantes:

relatório estatístico anual 2021. 1ª ed. (Imigração em Números –

Relatórios Anuais 6)

 Lusa (2021). Mais de 9600 imigrantes viviam legalmente no concelho de

Odemira em 2020.

https://www.publico.pt/2021/05/03/sociedade/noticia/9600-imigrantes-

viviam-legalmente-concelho-odemira-2020-1961057.

 Henriques, Joana G. (2021) Da precariedade ao tráfico: um retrato dos

“cerca de 50 mil trabalhadores” imigrantes na agricultura.

https://www.publico.pt/2021/05/17/sociedade/noticia/precariedade-

trafico-retrato-cerca-50-mil-trabalhadores-imigrantes-agricultura-1962553

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