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TEORIA GERAL DO ESTADO

PROF. FLÁVIO QUINAUD PEDRON

2º EXERCÍCIO DE REVISÃO NÃO PONTUADO

1. Trace um breve esboço do desenvolvimento histórico do conceito de soberania para a TGE,


destacando principalmente a compreensão e as distinções do conceito no pensamento de Aristóteles,
Bodin, Hobbes, Jellinek, Vatell e Kelsen.

O conceito de soberania, tal qual nos temos hoje, poder de decisão autônoma do Estado dentro de um
território delimitado, é fruto de um processo evolutivo:

Estado Antigo

Aristóteles em seu livro a política não utilizou o termo soberania e sim autarquia que significa auto-
suficiência. (autonomia política da polis).

Estado Medieval

Segundo Jean Bodin, a soberania repousava sobre a pessoa do monarca pois tal, era concebida por vontade
divina. (Teoria do Direito Divino dos Reis).

Estado Moderno

Para Thomaz Hobbes , a soberania estava no Estado e não mais na figura do monarca. Essa soberania se
dava a partir do “Contrato Social”. O rei é depositário e não proprietário do poder soberano.

Georg Jellinek/Vatell século XIX

Soberania é a capacidade de autodeterminação do Estado por direito próprio e exclusivo. A soberania faz
parte da personalidade Estatal, para eles toda forma de coação estatal é legitima, por que tende a realizar o
direito como expressão da vontade soberana do Estado. A soberania passa a ser atribuição e condição de
existência do Estado.

Kelsen, século XX

Influenciado pela teoria pura do direito Kelsen dirá que a soberania é um conceito jurídico e não apenas
político. Só existe o direito estatal, elaborado e promulgado pelo estado.

2. Explique as características dada pela doutrina clássica ao conceito de soberania.

A soberania, no conceito da Escola Clássica, é UNA, INDIVISÍVEL, INALIENÁVEL e


IMPRESCRITÍVEL.
UNA porque não pode existir mais de uma autoridade soberana em um mesmo território.
INDIVISÍVEL, seguindo a mesma linha de raciocínio que justifica a sua unidade.
INALIENÁVEL, por sua própria natureza. A vontade é personalíssima: não se aliena, não se
transfere a outrem.
IMPRESCRITÍVEL, no sentido de que não pode sofrer limitação no tempo. Uma nação, ao se
organizar em Estado soberano, o faz em caráter definitivo e eterno. Não se concede soberania temporária,
ou seja, por tempo determinado.

3. Por que é possível compatibilizar a afirmação de que a soberania é indivisível e uma com a noção e
necessidade de um sistema de separação e limitação de Poderes (Funções) do Estado?
A soberania é una pois não se admite mais de uma autoridade dentro de um mesmo território e de igual
modo indivisível. Montesquieu afirma que cada Estado tem três sortes de poderes: Poder Legislativo,
Executivo e Judiciário. Assim, deve haver distinções e separações dentro do Estado para que haja liberdade,
uma vez que houver, uma pessoa singular ou coletiva apenas para decidir em todos os âmbitos, já não haverá
liberdade.

Dentro de um sistema de separação e limitação de poderes o poder soberano continua sendo uno e
indivisível, só que agora exercido em esferas diferentes e com funções diferentes pois isso é que irá
caracterizar o poder soberano do Estado.

4. Quem é o titular na teoria contemporânea da soberania? Fundamente sua resposta.

Há correntes de estudiosos do direito que sustentam que o titular da soberania é o detentor do poder
político. Outras sustentam que é o Estado. Nessa perspectiva, considera-se o titular da soberania como
Rousseau o fez, ou seja, defendendo a idéia de soberania popular, fato este que levou Esmein considerar o
princípio mais importante proclamado pela Revolução Francesa.

Citando Grotius, Carpizo observa que o holandês ao estabelecer suas idéias afirma que o titular da soberania
é o direito natural, ao passo que Hobbes ao estabelecer um humanismo jurídico-político diz que o titular é o
detentor do poder. Hegel e Jellineck, precursores da doutrina alemã, indicam o Estado e, Rousseau, não
hesita em mostrar que o povo é o soberano.

Assim, após a evolução dos pensamentos, o povo é o detentor da soberania, pois é este que legitima as ações
do Estado.

5. Qual o conceito contemporâneo de território do Estado? Como tal conceito de correlaciona com o
conceito de soberania? Fundamente.

Espaço geográfico dentro do qual o Estado exerce seu poder. Este conceito esta correlacionado com o
conceito de soberania, que é por sua vez poder exercido pelo Estado dentro de um território.

6. Enumere e explica os modos de aquisição originário e derivado de território pelo o Estado.

A aquisição pode ser originaria, quando se der nas formas de ocupação e acessão (natural/artificial).
Derivada cessão : gratuita/onerosa, adjudicação ( decisão de órgão jurisdicional para que o Estado entregue
um espaço ao outro). Usucapião e conquista.

7. Aponte o que as seguintes teorias entendem por território, bem como qual(is) crítica(s) elas estão
sujeitas: território-patrimônio; território-objeto; território-espaço; território-limite; território-
competência.

a) Território-patrimônio: não faz distinção entre imperium e dominium, concebendo o poder do estado
sobre o Território, como o de qualquer proprietário;
b) Território-objeto: concebe o território como objeto de direito real de caráter público, sendo a relação
entre Estado e território tão só de domínio;
c) Território-limite: O imperium deve incidir sobre pessoa, ele é o Estado, ou melhor, a força dele. Há
demarcações e mesmo que o Estado seja invadido, aquele território é do Estado e posso retomá-lo de
outrem que o tenha invadido.
d) Território-espaço: o território é a extensão da soberania do Estado;
e) Território-competência: o território é o âmbito de competência da ordem jurídica do Estado.

8. Explique o que se entende por espaço aéreo e por mar territorial. Esses elementos compõem o
território de um Estado? Fundamente.
O espaço aéreo seria a coluna de ar sobre referida superfície e o mar territorial a extensão de 200 milhas do
litoral do território.

9. Explique o desenvolvimento histórico do conceito de Povo na TGE, destacando as concepções de


Sièyes e Jellinek.

10. Diferencie: povo, população e nação.

Povo conjunto de pessoas que detêm o poder político a soberania.

População é a expressão numérica de um determinado território sem revelar o vinculo existente entre a
pessoa e o Estado.

Nação é a comunidade unida por uma história comum e uma cultura comum

11. Explique como de dá a aquisição de nacionalidade originária pelo Estado brasileiro.

São inúmeros os critérios estabelecidos pelos Estados para identificar os seus nacionais originais. No
entanto, os mais importantes são: o ius solis, em que a nacionalidade é definida pelo o local do nascimento;
e o ius sanguinis, segundo o qual a nacionalidade se determina pelo vínculo de sangue, sendo nacional todo
o descendente de nacional, independentemente do local do nascimento.

Art.12. (CF) Os nascidos no Brasil mesmo que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
do seu país. E os nascidos no estrangeiros, de pai brasileiro ou mãe brasileira desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil.

12. Quais as modalidade de aquisição de nacionalidade derivada presentes na Constituição de 1988?

Pode ser tácita ou expressa, e esta úktima pode se subdividir em ordinária e extraordinária.

13. Conceitue: extradição, expulsão, deportação.

Extradição obrigação resultante da solidariedade internacional na luta contra o crime, por meio da qual um
Estado entrega a outro alguém acusado ou condenado pela pratica de determinado crime, para que seja
julgado ou para que a pena seja executada.

Expulsão é quando o estrangeiro atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a
tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular.

Deportação ocorre quando o estrangeiro, ultrapassou a fronteira, o porto ou o aeroporto brasileiro de modo
irregular (clandestinamente), no território nacional, bem como a entrada regular, cuja a estada tornou-se
irregular, ensejam a sua deportação.

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