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Perguntei ao meu Mestre qual o significado do número 7, considerado e sempre mencionado como
o número iniciático, tendo em vista o fato de que, na Astrologia, encontramos não 7, mas 12
princípios básicos.
Sua resposta foi: “Quantas linhas tens num horóscopo? Observa e medita sobre elas”. Compreendí,
então, que cada 2 signos formam uma linha-eixo de energia = total de 6 eixos; a Sétima linha é o
próprio círculo.
Não há dúvida de que Da Vinci pintou todo seu profundo conhecimento de Astrologia e de
Psicologia no quadro da Santa Ceia, dando para a humanidade, no tempo em que a fé e a ciência se
separaram, o testemunho de todo o seu conhecimento oculto.
Pouco depois, foi publicada uma pesquisa sobre a Mona Lisa, onde se descobriu o conhecimento de
Da Vinci sobre Astronomia, mostrando 100 anos antes de Galileu, as órbitas heliocêntricas dos
planetas.
Na maneira de distribuir linhas, luzes e dimensões, Da Vinci nos falou em seus quadros não
somente da sua arte, mas também do seu saber universal.
Tudo no quadro da Santa Ceia é simbologia, não somente da Astrologia, mas também da
Numeralogia.
Existem várias interpretações de outros autores a respeito da Astrologia e os 12 apóstolos. Mas a
ordem, a biotipologia, os gestos e as expressões, na ordem em que Da Vinci pintou a Santa Ceia,
mostram a mesma interpretação que eu tinha encontrado na observação das fisionomias, gestos e
vida das pessoas.
São 6 signos de Áries a Virgem à esquerda de Cristo e 6 à sua direita, de Libra a Peixes.
9 6 4
10 3 2
12 11 8 1
7 5
1- ARIES - Simão 7 – LIBRA - João
2- TOURO – Judas 8 - ESCORPIÃO - Judas Escariotes
Tadeu 9 - SAGITÁRIO – Pedro
3- GÊMEOS - Mateus 10 - CAPRICÓRNIO - André
4- CÂNCER – Felipe 11 - AQUÁRIO - Tiago Maior
5- LEÃO – Tiago, Menor 12 - PEIXES - Bartolomeu
6- VIRGEM - Tomé
João simboliza Libra. É a harmonia, a justiça e o seu semblante revela a beleza. É o que medita e
mede, o coordenador, o colaborador simbolizado pelas mãos entrelaçadas, inclinando a cabeça, pois
assim evita o impacto da energia de Áries.
Libra é o que considera o outro lado do eu, o tu.
Os Taurinos, com sua boa vontade, carinho, esforço e dedicação, precisam da energia de Escorpião
para imporem autoridade e terem sangue frio.
Não há física sem química e não pode haver química sem a matéria.
Os Taurinos querem o que realizaram e possuem o senso de conservar, com todo carinho e amor, o
que desejam.
O Escorpião contraria a matéria física e quer despertar as forças latentes, a vida oculta nessa
matéria, para uma transformação e uma renovação. É o signo da morte, da destruição da matéria
para transmutação e libertação do espírito. Quem chega a compreender o Judas Escariotes de Da
Vinci, sabe da sua grande função dentro da engrenagem do Zodíaco e da vida humana.
Enquanto o Touro (Judas Tadeu) aceita e confirma com o gesto da mão, Escorpião (Judas
Escariotes) enfrenta e mostra a sua decisão batendo na mesa.
Sentado e recuado para fixar e estudar o conjunto, está com o saquinho de dinheiro na mão. Judas
Escariotes era o organizador da comunidade dos apóstolos. Se havia sido dada a ele esta função, é
porque tinha a capacidade de administração.
Se algum Escorpião te ferir, esteja consciente de que ele tem a finalidade de despertar alguma
qualidade que você deixava oculta ou sem ser realizada. Lembremos das palavras de Cristo a
Judas: “Vai e faça o que tens de fazer”.
Como cirurgiões os escorpiônicos são os melhores.
A energia desse eixo deve ir de Escorpião (o uso do poder próprio) a Touro (o conforto e amor ao
próximo).
Gêmeos rege, no corpo humano, os 2 braços e os 2 pulmões. Sagitário são as coxas e a circulação.
Mateus é o repórter da vida de Cristo; ele viu e conviveu. No quadro ele tem a cabeça em direção a
Simão (Áries) e os braços em direção a Cristo, o que simboliza dispersão dos movimentos para
todos os lados, querendo falar para vários lados ao mesmo tempo. É absolutamente o biotipo: rosto
esguio, falante, movimenta-se em todas as direções.
Sagitário, com o centauro como símbolo, expressa a lei da evolução, na forma de animal humano,
em busca do alto.
Representa a lei, o dogma a religião e a filosofia, o pensamento fixo no alto. Foi Pedro quem fez o
dogma e a lei da igreja cristã. Com a faca na mão direita, representa também a fera, o animal que
está no homem; a parte superior inclinada para Judas representa o ser humano buscando avançar
para frente com o dedo apontado para o alto.
Quem é de Gêmeos, precisa do pólo oposto, Sagitário, para não se dispersar demais, para se firmar
e fixar os pensamentos em direção a um alvo.
Quem é de Sagitário, somente atinge o alvo pelos movimentos da vida; chamamos Sagitário de
sinfonia inacabada. Seus ideais são altos, morais, elevados. Os retrocessos, as mudanças e a
aprendizagem da vida o fazem encontrar a meta, se dirigindo ao alto e para dentro de si mesmo.
Assim, o entusiasta dogmático e defensor da Lei se torna o filósofo realizado na sua vida interior,
atualizando as leis conforme o seu crescimento.
Gêmeos é a inteligência e Sagitário é a força espiritual empolgante. Uma energia sem a outra
conduz a erros.
Eu aplico para estes dois signos a fábula de La Fontaine: A Cigarra e a Formiga... Câncer é a
Cigarra e Capricórnio é a Formiga. A Cigarra cumpre a sua missão cantando e a Formiga,
trabalhando.
Mas aplico também a versão de Monteiro Lobato, onde a formiga convida a Cigarra para lhe
ensinar a cantar e dançar.
É, então, o saber cantar trabalhando e o trabalhar cantando, a síntese dos dois signos trabalhando em
conjunto, no mesmo eixo, um pólo equilibrando o outro.
Olhando a expressão de Felipe pode-se notar um certo encantamento pela presença de Cristo e fé;
suas mãos traduzem interiorização e exprimem gestualmente o sinal representativo do signo de
Câncer. Fisicamente retrata a tendência de rosto cheio e mãos fofas (Câncer), em contraste com as
mãos magras e os ossos salientes de André (Capricórnio).
As mãos de Felipe expressam o “venha a mim”, as de André expressam o “longe de mim”,
assustado pelo dever, sempre calculando e raciocinando.
A figura de André representa a confiança no hoje. Mas o amanhã, o ontem e o hoje não podem ser
separados, são os dois pólos do eixo do eterno presente.
Se Câncer, com toda a sua fé, sensibilidade e emotividade, observar os atributos de Capricórnio,
encontrará a chave para o equilíbrio de sua vida: a confiança nos teus próprios pés. Passará a usar
sua visão e fé no passo de cada dia, por mais duro que pareça, realizando assim a sua esperança.
Se Capricórnio se mirar nos atributos de Câncer, seu caminhar, utilizando a razão e o raciocínio,
será menos duro e suavizado pela fé.
Fato é que, para Da Vinci, formam os dois pólos de um só eixo: o da atração e o da irradiação.
Leão significa o rei, o centro e o governo, que exerce seu magnetismo e disciplina sobre os seus
vassalos.
Leão é a atração e Aquário a irradiação. Leão é o coração e Aquário as veias e a coluna vertebral.
Se o constante pulsar entre esses dois pólos, atraindo e irradiando, falhar, aí cessa a vida.
Analogicamente falando, se num dia de muito sol, a umidade da terra é atraída para a atmosfera,
formando nuvens, estas nuvens atraem os raios e forma-se a tempestade. A tempestade é que vai
irradiar, devolver para a terra, o que dela foi atraída em excesso. A tempestade também sacode e
arranca os velhos galhos das plantas para dar lugar aos novos brotos.
Daí temos para o signo de Leão o símbolo da força solar atrativa e para Aquário, aquele que rega a
terra para fazer germinar a semente e crescer a planta: é o “agueiro” e também é a eletricidade
cósmica, as ondas ou os raios da tempestade.
Oposto a Tiago Menor, está Tiago Maior, irmão de maior idade, símbolo da eletricidade cósmica,
da irradiação, como o raio na tempestade que não pode ser detido. É a liberdade.
Enquanto as duas energias estão divididas no ser humano, causam muitos conflitos.
Nesta transição do segundo milênio para o terceiro milênio, é preciso meditar sobre o significado
dessa dualidade, pois não haverá harmonia e felicidade, enquanto o despertar da consciência
cósmica, da liberdade e da fraternidade não se equilibrarem com o poder do coração e da disciplina.
Da Vinci exprimiu, em Tiago Maior, sua compreensão sobre Aquário, que visualiza toda a mesa,
encostado em Peixes.
Ele possui a sua própria experiência, forma sua própria idéia, mas sua mão está apoiada nas costas
de Pedro (Sagitário) como se perguntasse: “meu irmão, o que achas?”
A vontade da tempestade de sacudir e renovar, para advir o progresso, tem seu limite na Lei da
Ordem e Evolução. Não poderá “sacudir” as raízes da experiência (Saturno) para não destruir a
vida.
Os seres, regidos por Aquário, são pioneiros, precurssores do futuro, têm suas originalidades,
liberdade de agir, despreconceituosos, dinâmicos, decididos e altruístas. São fraternos, prontos a
dar de si, embora muitas vezes sejam introvertidos, pessimistas ou neurastênicos. Quando isto
acontece, é porque lhes faltam as qualidades de Leão. Eles manifestam, então, a incerteza do êxito,
a falta de confiança no próprio poder, que os fazem exitar e irritar-se.
Com a mão estendida, Tiago Maior pergunta a Pedro e expressa sua inquietude aquariana. Os
aquarianos primeiro perguntam, mas depois, de repente, agem conforme o seu próprio impulso.
Aos aquarianos devemos alertar: olhe para Leão, pois a consciência do poder e da força estão nele.
“És rei, mas para ser rei tens que disciplinar a tua liberdade”.
A mão de Thiago Maior sobre Pedro quer dizer que é justo o que for dentro da Lei da Evolução...
mas necessitará de senso de responsabilidade e ter consciência de arcar com as consequências de
querer ser o pioneiro.
Como é grande a mensagem que Da Vinci dá para nossa época na entrada de Aquário, no momento
em que o homem, em busca do espaço cósmico externo e da consciência do espaço interno, precisa
compreender a Lei universal dos opostos: não há liberdade sem disciplina.
Ao de Leão devemos apontar Thiago Maior, fazendo-o compreender que não poderá ser Rei amado
sem descer do trono, sem ser servidor de seu povo, sem dar liberdade na justa medida.
Ao de Aquário apontaremos Thiago Menor, para que a esperança do êxito esteja calcada na certeza
da existência do Sol em seu próprio coração.
VIRGEM (6) - PEIXES (12)
Sentado à direita de Jesus e de João está Tomé, que representa Virgem, a busca da sabedoria.
No fim da mesa está Bartolomeu, que representa Peixes. Na ordem do zodíaco, Virgem-Peixes é o
sexto eixo.
Virgem é a natureza em constante movimento e Peixes simboliza a calma.
Virgem é a variação da forma, a vida manifestada. Peixes é a síntese da essência de vida.
Virgem é observar, girar e aperfeiçoar. Peixes é o radar, o sentir a perfeição.
Da Vinci pintou Tomé com grande ansiedade e inquietação em seu rosto, representando a busca de
aprendizado tendo como principal fonte aquilo que se vê, analisando-o em minúcias. Até diante de
Cristo levanta o dedo querendo contestar. Virgem critica até o seu próprio dedo, colocado diante
de seus próprios olhos.
Bartolomeu, pólo oposto do eixo, tem seus pés situados na luz. (Peixes rege os pés no corpo
humano). Sua compreensão calma da visão ampla, por cima da mesa, procura sentir, imaginar,
penetrar pacificamente na razão de tudo e de todos. Afasta-se da dor e da ansiedade do momento,
situando-se na luz.
Se você é de Virgem, veja a luz nos pés de Bartolomeu e lembre-se de uma frase: “Não critique seu
irmão, sem antes andar, por sete dias, sobre suas sandálias”. Nunca julgar ou inquietar-se pela
aparente imperfeição e sempre procurar ver a razão oculta em tudo o que - a você - parece errado,
sempre com amor. Deve até compreender, amorosamente, os erros, porque, da aparente
imperfeição, vem a lição da busca da perfeição, do crescimento e da evolução. O virginiano é um
ansioso reformador, mas somente terá êxito através da calma. A calma dará ao virginiano toda
força na realização; ele não deve se perturbar ou se inquietar com pequenas coisas, mas visar as
grandes causas e, assim, o saber global e universal será sua verdadeira sabedoria.
O pisciano deve aprender que não poderá se alienar no céu das suas visões e imaginações. Com os
pés na terra é que deve obrar, girar e aceitar o que fere a sua sensibilidade. É no trabalho, na
colaboração, no aperfeiçoamento, na aceitação das pequenas coisas, que sua força de sentir e sua
capacidade de perdoar podem lhe trazer a paz e fazer com que esta paz seja irradiada.
Antigamente era muito comum encontrar estampas da Santa Ceia nas paredes das salas de refeição.
Simbolicamente o quadro era colocado de frente para a porta, para que “o pão entrasse em casa”.
Hoje em dia, não se usa mais isso; mas deveria existir, em toda parte, a atitude de receber o
alimento das nossas forças espirituais, de frente para a porta da Alma, para que sejam enxergadas as
forças e as belezas que estão dentro de nós e lembrar-nos de que, tudo aquilo que buscamos,
possuímos dentro de nós.
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