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Sumário
1 - O BideNato em construção
2 - A Europa do futuro
3 - A decadência europeia tem a cara de von der Leyen
4 - As mudanças geopolíticas das últimas décadas
1 - O BideNato em construção
O BideNato é uma área rica mas desigual, com largas manchas de pobreza, envelhecida,
ocupada por cerca de 11% da população mundial e que guarda como honrosas relíquias de
desempenho, os seus papéis como escravocrata, de rapinante e, protagonista das mais
destruidoras guerras que assolaram a Humanidade.
Biden quer aumentar para mais de 50% do total mundial, a sua tradicional e enorme parcela de
armas para venda, ainda que os EUA tenham apenas 2.4% da população global.
Complementarmente, 97.6% da população global vive sem tal aparato. Recorde-se que Trump
(grande rival de Biden em “conhecimento”) já pugnava para que na turma europeia se
dedicassem 2% do PIB à compra de armamento… tendencialmente produzido nos EUA, é
óbvio1.
Biden é o nome do atual e diminuto presidente dos EUA. E, NATO, é a designação de uma
instituição que tem acoplados uns trinta estados-nação, promotora das guerras convenientes ao
complexo dirigente – económico, político e militar - dos EUA; um país tem no seu cadastro a
execução de centenas de milhares de pessoas desarmadas, com as suas bombas atómicas, em
1945 e que se não conteve, vinte anos depois, de “polvilhar” a Indochina com o “agente laranja”
e venenos afins.
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Recordemos a azia de Macron quando viu ter-lhe sido cancelada a venda de um submarino à Austrália, em
benefício do Reino Unido.
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Como estrutura político-militar o BideNato tem generais e, pretende a integração de um
estado-nação de formação recente (Ucrânia), onde é patente a pobreza e a crescente presença
da barbaridade nazi; a destruição da Ucrânia terá custos imensos que aliciam os capitalistas
ocidentais para o investimento, para a compra dos salvados da guerra… quando esta acabar.
Qual será o futuro do comediante-oligarca Zelensky e dos seus batalhões de nazis? O que
sobrar da atual Ucrânia, subtraída do Donbass e da faixa litoral do mar Negro, ficará próximo do
território oriental do antigo ducado polaco-lituano de matriz essencialmente católica.
O que dizer do discurso agressivo e guerreiro de Biden, repleto de epítetos pouco diplomáticos
para Putin e, com a afetação de $800 milhões para artilharia pesada destinados "directamente
para as linhas da frente da liberdade" no Donbass? E, observar o papel dúplice de Boris Johnson
na Índia, afirmando, entre outros desabafos, “Penso a coisa triste de que (a vitória russa) é uma
possibilidade realista”? Certamente, a Ucrânia ficará destruída e a Europa, menorizada, ficará
inserida num BideNato, onde a proeminência política caberá a um rancho multinacional de
medíocres.
2 - A Europa do futuro
A Europa tende a fixar-se como uma península asiática que os EUA querem manter como sua,
para evitar o isolamento face à enorme massa continental euro-asiática-africana, onde se situam
grandes potências como China, Índia e Rússia. O BideNato é a decadente amálgama euro-
americana que o mundo observa com contidos sorrisos de comiseração ou indiferença; o
próprio SG da ONU, Guterres, só se levantou do sofá, dois meses depois do início da guerra na
Ucrânia.
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de armamento, com vendas num total de $285 mil milhões. Em 2020, os EUA representavam
apenas 4.2% da população global e, o grande rival, a China, 18.1% daquele total, com uma
faturação de $66.8 mil milhões de armamento, correspondente a 13% do valor global. Para
qualquer antimilitarista estes indicadores revelam a paranoia e a demência inerentes a quem
ama a guerra, o roubo e a violência; estas taras são inúteis para o bem-estar humano e para a
saúde do planeta.
Recorde-se que Trump (grande rival de Biden em matéria de “conhecimento”) já pugnava para
que na obediente turma europeia fossem dedicados 2% do PIB para a compra de armamento…
tendencialmente produzido nos EUA, como atrás referimos. A produção de armamento dos EUA
serve para garantir a rendabilidade da indústria militar, para a monitorização e municiamento de
conflitos militares; e ainda, para a vigilância e eventual intervenção em países reticentes na
aceitação dos ditames dos EUA, numa continuidade da velha política da canhoneira.
Neste contexto, os EUA mostram-se como um perigo enorme para a Humanidade, como
recentemente observámos; para mais porque nessa situação, é muito improvável que o país seja
vítima de um ataque militar. Finalmente, os EUA, com as suas mais de 500 instalações militares
espalhadas pelo planeta funcionam como um gendarme do planeta e dos seus habitantes2.
Regularmente, no último século, os EUA surgem envolvidos nos conflitos europeus, numa
proporcionalidade que se coaduna com a gradual decadência da Europa; a guerra de 1914/18 e
a de 1939/45, foram os trampolins para que o território europeu fosse povoado por bases e
instalações militares, mesmo que tenham passado trinta anos após o desmantelamento do
Belzebu soviético…
Depois de de Gaulle, Adenauer, Willy Brandt, Delors, pouco há a registar na Europa quanto a
figuras com algum gabarito político que, atualmente assomam a Macron ou Draghi; no extremo
oposto, passou o tempo de imbecis declarados como Berlusconi, Hollande, Rajoy … sem
esquecer o tosco Passos, uns anos atrás. Nos EUA as coisas não são muito diferentes; o
criminoso guerreiro Obama situa-se, cronologicamente, entre incapazes e ignorantes como G.
W. Bush, Trump ou Biden.
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Temos dedicado alguma atenção ao militarismo, desde há alguns anos; algo que não ocupa um neurónio nos avatares da classe
política. Por exemplo, aqui, quando da presença da NATO e do guerreiro Obama em 2010, perante o desinteresse e a animosidade
que a “esquerda” portuguesa evidenciou contra um grupo antimilitarista – PAGAN - de que fomos um dos orgulhosos fundadores.
Ainda sobre militarismo e guerra, consulte-se:
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2012/01/opentagono-e-nato.html
http://www.slideshare.net/durgarrai/o-capitalismo-predatrio-e-a-estupidez-patritica-1
http://www.slideshare.net/durgarrai/a-estupidez-patritica-e-a-globalizao-2
http://www.slideshare.net/durgarrai/the-pentagon-and-the-nato
http://grazia-tanta.blogspot.com/2012/02/as-manobras-guerreiras-do-imperio-no.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2012/07/para-que-servem-as-forcas-armadas.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2012/08/o-militarismo-instrumento-politico-e_18.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2014/03/a-ucrania-e-comunidade-internacional.html
https://grazia-tanta.blogspot.com/2019/02/as-aventuras-guerreiras-do-imperio-da.html
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Von der Leyen3… é um espetáculo de incapacidade! Daí que Charles Michel e Erdogan a tenham
marginalizado, meses atrás, quando a deixaram sem cadeira para se sentar… o que não se
atreveriam a fazer com Merkel que, provavelmente, numa situação semelhante teria saído, porta
fora. Ursula é um louro sorriso no seio de cinzentos e ultra-reacionários confrades, sendo de
registar a concorrência desse verdadeiro símbolo da decadência britânica, um tal Boris Johnson.
a) “Se não está previsto nos contratos [para compra de energia à Rússia] o pagamento em
rublos, é uma violação das nossas sanções" – diz a Ursula von der Leyen
- Claro que não está previsto naqueles contratos, pois são anteriores à guerra e à torrente de
sanções; vale-nos a memória da senhora…
- O pagamento em rublos passou a ser exigido depois das sanções – e como resposta a
estas. Por definição, ambos os actos são unilaterais, ações de caráter político, ainda que
susceptiveis de negociações.
b) "A decisão da Rússia de pedir pagamentos em rublos é unilateral e as empresas que têm
contratos [com fornecedores russos] não devem ceder a estas exigências" – diz von der
Leyen
- Segundo a rede Voltaire a fortuna do comediante é avaliada em $ 850 M, para além de dois
apartamentos em Londres, registados em Belize, avaliados em $ 5.78 M. Ao que parece… os
comediantes são muito bem pagos na pobre Ucrânia!
d) (o pagamento em rublos) “seria uma violação das sanções e um grande risco para as
empresas" – diz von der Leyen
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Perante os desejos de guerra evidenciados por alguns dos mandarins de UE temos de destacar a von der Leyen cuja incapacidade
política se coaduna com a falta de memória. A UE recebeu o Nobel da Paz em 2012, mesmo depois das barbaridades cometidas
nos Balcãs, no Médio Oriente e na Líbia.
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gás vendido seja efetuado em qualquer moeda mas, numa conta na Rússia (no Gazprombank)
onde, seguidamente será convertido em rublos, quando conveniente.
Por outro lado, há mais mundo para além do BideNato. Este caso não é único, como alternativa
de funcionamento fora da intervenção das instituições do capital financeiro ocidental; existem
mecanismos alternativos de apoio às trocas comerciais que contemplam o comércio
Rússia/Índia (rublo/rupia), o petroyuan saudita que envolve a China, o mecanismo SWIFT entre
Irão e Rússia e ainda, o projeto da União Económica China-Eurásia (EAEU) que terá entrado em
vigor recentemente; e, certamente, em ligação com a Organização de Cooperação de Xangai
que incorpora a China, a Rússia, os países da Ásia Central e, mais recentemente, a Índia, o Irão e
o Paquistão.
É difícil para a Europa aceitar que o seu apogeu foi atingido no final da guerra de 1914/18; que
o projeto UE como forma de afirmação global se mantém subalterno face aos EUA; e que, num
plano comunitário, somente a Alemanha tem um papel relevante no comércio global, o quase
único país da UE com um excedente comercial.
O sistema financeiro global surgiu gradualmente, a partir de Bretton Woods (1944), na forma de
instituições como o Banco Mundial e o FMI; e, ancorou-se na libra e no dólar, completamente
dominadas pelos EUA e a Grã-Bretanha, com práticas hegemónicas a nível global. A
descolonização, com a maior autonomia dos novos estados-nação, ainda que adulterada pelos
corruptos locais (Houphouet-Boigny, Mobutu, dos Santos…) foi-se mostrando, na sua
autonomia face ao mundo ocidental e, evidenciando a preponderância da China nas relações
com o que se chama “Sul global”.
Politicamente, os EUA mostram a sua decadência em vários pontos. Um, foi a forma desastrada
como geriram a pandemia, como se pode, sumariamente, ver no quadro seguinte… onde faltam
as fotos de três trastes - Trump, Biden e Bolsonaro:
As 3 principais
População Infetados
vítimas do
(% do ( % do
covid-19
total) total)
(infetados)
EUA 4,3 16,2
India 18,0 8,4
Brasil 2,8 5,9
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O retorno da Rússia como grande potência militar (a atual guerra na Ucrânia demonstra-o)
surgiu atrasado para evitar o sangrento desmantelamento da Jugoslávia bem como as invasões
ocidentais (EUA e seus peões) no Médio Oriente ou, na Líbia, tendo como peão o célebre
“Estado Islâmico”… financiado pela Arábia Saudita e que passava os cheques às fornecedoras
americanas de armamento destinadas ao dito “Estado Islâmico”.
http://grazia-tanta.blogspot.com/
https://pt.scribd.com/uploads
http://www.slideshare.net/durgarrai/documents
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Seria um lapso imperdoável não referir a incapacidade e a subserviência de um tal Stoltenberg, gauleiter da preciosa NATO
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