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Ciência, Tecnologia e Sociedade (2020.

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Ana Luiza Oliveira Guimarães – Turma 1
Atividade Individual: Agrotóxicos

Ao tratar da utilização ou não de agrotóxicos, existem muitas questões envolvidas:


econômicas, sociais, políticas, ambientais etc. Existem vantagens e desvantagens em sua
aplicação, mas acredito que o segundo pese mais que o primeiro. A principal vantagem que
precisa ser destacada é o aumento significativo na produtividade de uma plantação, já que
atuam no controle de pragas e doenças, controlando possíveis danos e reduzindo também os
preços dos produtos gerados. O custo, no entanto, é alto: o uso dessas substâncias causa
severos danos ao meio ambiente e à população.
Quanto as ações dos agrotóxicos no corpo humano, a exposição a pequenas doses desses
defensivos agrícolas – seja no alimento ou na água – possui basicamente quatro grandes
consequências negativas:
1. Neurotoxicidade (principalmente inseticidas) = toxicidade para o sistema nervoso,
causando problemas no desenvolvimento e transtornos psiquiátricos em crianças e
adolescentes. Em adultos, pode ocasionar diversos tipos de doenças neurológicas.
2. Toxicidade ao Sistema Endócrino, pois causam desregulação hormonal e,
consequentemente, mal desempenho de diversas funções do organismo, incluindo
transtornos psiquiátricos.
3. Câncer = a maioria das substâncias utilizadas é cancerígena (inclusive os
considerados menos tóxicos, sendo os mais comercializados no Brasil e no mundo).
Tal afirmação é feita com forte embasamento científico, que evidencia casos da
doença (em suas mais variadas formas) em produtores e consumidores.
4. Alteração das bactérias no intestino = muitas dessas substâncias atuam como
antibióticos, o que provoca a chamada “disbiose intestinal”, causando – além de
transtornos já citados – alterações significativas no sistema imunológico e doenças
inflamatórias intestinais.
Vale ressaltar que, salvo em específicas exceções, o câncer é consequência de
envenenamento/contaminação por substâncias presentes no ambiente, sendo os agrotóxicos
incluídos nesses casos.

Sobre a questão de que as indústrias que produzem agrotóxicos serem as mesmas que
produzem medicamentos, uma situação se faz clara: trata-se de conglomerados industriais
que lucram bastante com as doenças; enquanto produzem e comercializam substâncias que
não são seguras para a população e que causam patologias (o que é legal, já que os limites
considerados aceitáveis no Brasil são incrivelmente altos e não nos protegem), estes
também oferecem o tratamento. Vale lembrar que esses princípios ativos que estão sendo
liberados agem em diversas áreas e não só na agricultura.
O que estudos recentes mostram é que não existe, apesar de que seja um discurso
popular, uma maneira segura de utilizar agrotóxicos na produção de alimentos. É preciso
repensar e gradualmente modificar todo esse sistema de produção, começando por restringir
o uso desses agroquímicos.

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