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CRÍTICA DO DIREITO
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Só leia se estiver seguro para abandonar o
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25 de abril a 1º de maio
Ano 1, nº 1, 2011
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CRÍTICA DO DIREITO
Só leia se estiver seguro para abandonar o conforto de suas certezas
Ano 1, nº 1, 2011 www.criticadodireito.com.br 25 de abril a 1º de maio / 2011
EDITORIAL
Na nossa primeira edição, viemos a público apresentar nosso projeto editorial,
assim como um breve relato da nossa história. A Revista Crítica do Direito
surge diante da necessidade de se aumentarem os esforços no enfrentamento
do secular conservadorismo e dogmatismo do pensamento jurídico. Desde que
capitalismo mostrou sua realidade de crises, empobrecimento e exploração dos
povos de todo o mundo, o direito, a política e a economia passaram a ser
pensados pelo ponto de vista dos trabalhadores e do povo. Desde então, a luta
entre a transformação social e o conservadorismo das classes dominantes tem
sido intensa e constante. Inclusive no Brasil, o direito, a política e as estruturas
de poder, de maneira geral, em última instância, serviram e servem para
manter a exploração e impedir o desenvolvimento das lutas populares, e para
manter a ilusão jurídica de que vivemos num regime democrático. A Revista
Crítica do Direito vem para tomar posição nesse cenário, enquanto certeza de
que a história precisa marchar para a transformação radical da sociedade.
Assim, a proposta da presente Revista é agregar a opinião e o pensamento de
juristas progressistas, atraindo conjuntamente estudantes e profissionais para a
reflexão crítica e a ação corajosa no âmbito da construção de um mundo mais
justo.
Com funciona a Revista? Por enquanto, nossa Revista não contará com
versões impressas, figurando apenas sua versão digital, acessível no endereço
www.criticadodireito.com.br. Essencialmente, a Crítica do Direito contará com
artigos de opinião, resenhas, entrevistas e traduções. Também haverá
divulgação de eventos, lançamentos e notícias. Nosso leitor terá acesso ao
material por duas maneiras. Pela primeira, obtendo um exemplar com conteúdo
completo, de quaisquer das nossas edições, bastando fazer o "download" da
mesma. Pela segunda, acessando diretamente as seções e colunas de seu
interesse, dispostas no "site".
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Conteúdo
EDITORIAL ........................................................................................................ 1
ENTREVISTA EXCLUSIVA: Alysson Mascaro, o jurista da esperança ............. 3
Tupac Amaru bradado aos berros. ..................................................................... 7
Žižek e o Direito ................................................................................................. 9
CADERNO ESPECIAL: A questão do gênero (1ª parte) .................................. 12
Paula Loureiro da Cruz, marxista e feminista ................................................... 12
Breves notas acerca do Feminismo no Brasil .................................................. 14
SUGESTÃO DE LEITURA ............................................................................... 23
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RCD: Em sua opinião, por que o pensamento jurídico crítico é tão minoritário
na atualidade?
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Tinta e com a vitória nessa primeira batalha declarou o fim dos impostos e o fim
da escravidão.
A derrota era inevitável, Cuzco era uma cidade muito bem fortificada e após
aproximadamente sete horas de batalha, as muralhas da cidade
permaneceram intactas, os realistas tiveram poucas baixas. Com a frustrada
tentativa de dominar a capital do Vice-reino do Peru, os rebelados
aquartelaram-se em Tinta, o que permitiu aos realistas receber o reforço de
mais 17 mil soldados espanhóis, partindo, então, para impor uma penosa
derrota aos rebelados.
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Žižek e o Direito
Thiago Arcanjo Calheiros de Melo
* Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas, Advogado,
Funcionário Público e Mestrando em Direito Político e Econômico (São Paulo-
SP)
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Note-se que isso põe a perspectiva metodológica de Žižek para além inclusive
do Moderno (para não falar do pós-moderno): o conhecimento estritamente
fenomenal kantiano está na base do tão em voga ecletismo pós-moderno. O
Moderno nunca ou pouco procurou as coisas. Melhor dizendo: procurou as
coisas através do sujeito. Foi sempre uma procura do sujeito que “conhece”.
Assim, a postura metodológica resultante da investigação de Žižek não cai
numa relação em que o objeto é impassível de apreensão, em que pese Žižek
analisar e problematizar os próprios problemas do conhecimento para o
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Disponível em http://alfaomega.com.br/filosofia-zizek.php
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Nesse sentido, apesar de Žižek ser uma boa representação de nosso tempo
(quanto à forma e ao conteúdo) em muitas de suas análises, a forma de sua
obra é muito pouco distanciada do objeto que investiga. O reflexo das próprias
coisas que representa se faz sentir de tal maneira que a “convulsão do mundo”
é, em grande medida, também posta na obra sob a forma de uma imensa
plêiade de assuntos que se discutem e se misturam velozmente.
Sabe-se que Žižek trabalha com conceitos bem diferenciados de “classes”. Sua
análise dos “grupos sociais em luta” certamente traz uma idéia de
antagonismo. Entretanto, torna muito problemática a própria idéia de classes.
Quais seriam as implicações desta idéia de “antagonismo”? Quais as
conseqüências, para as conclusões marxistas respeitantes ao Direito, de uma
concepção com base na idéia de antagonismo? Se assim é quanto ao Direito, o
que dizer então do Estado? Uma divisão da sociedade em grupos antagônicos
que não são classes seria mais um reflexo do empírico na obra zizekiana? Este
certamente é um campo de pesquisa razoavelmente “aberto” no que respeita a
obra de Žižek, o que põe em questão várias tendências marxistas.
De estilo bem diferente do esloveno, Grillo constrói uma pesquisa jurídica que
busca seguir um “caminho de segurança” e austero, dado o emaranhado das
idéias zizekianas. Grillo, ao tempo em que põe de pé as vigas mais sólidas da
obra de Žižek, desenha de fato uma “planta baixa” dos fundamentos
jusfilosóficos nela encontrados. Essa é a maneira escolhida por Franco Grillo
de trazer todo o questionamento inquieto do esloveno ao âmbito da
investigação jurídica.
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Até boa parte do século passado a maioria dos teóricos políticos – do sexo
masculino, por óbvio -, acreditava que havia um fundamento natural para o
confinamento das mulheres à família e para sua sujeição aos seus maridos. As
restrições aos direitos civis e políticos das mulheres justificavam-se, segundo
essa ótica, pela inaptidão das mulheres às atividades políticas e econômicas
2
CAMURÇA, Sílvia. As Mulheres na Política e a Reforma Política. Disponível em:
http://www.maismulheresnopoderbrasil.com.br/pdf/Executivo/As_mulheres_na_politica_e_a_ref
orma_politica.pdf. Acesso em: 10 ago. 2010.
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O Art. 77 da Lei Estadual n. 660, de 25 de janeiro de 1927, determinava: “No Rio Grande do
Norte poderão votar e ser votados, sem distincção de sexos, todos os cidadãos que reunirem
as condições exigidas por esta lei.” RIO GRANDE DO NORTE. Tribunal de Justiça do Estado
do Rio Grande do Norte. Centro da Memória da Justiça Eleitoral Professor Tarcísio Medeiros.
Os 80 anos do ‘voto de saias’ no Brasil. Disponível em: http://www.tre-
rn.gov.br/legado/centro_de_memoria/index.htm. Acesso em 16 de jun. de 2010.
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SOIHET, Rachel. A pedagogia da conquista do espaço público pelas mulheres e a militância
feminista de Bertha Lutz. Revista Brasileira de Educação. Campinas/SP: Autores Associados,
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Além de ter sido o primeiro estado do Brasil a permitir o voto feminino, foi
também em Rio Grande do Norte, na cidade de Lajes, que elegeu-se, pelo
Partido Republicano, a primeira prefeita do sexo feminino não só do Brasil, mas
de toda a América do Sul: Alzira Soriano. Alzira foi eleita em 1928, exatamente
no mesmo ano em que a mulher adquiriu o direito ao voto. A eleição de Alzira
Soriano e o pioneirismo do direito de voto conferido às mulheres no Rio Grande
do Norte representaram, e continuam representando, fatos decisivos na luta
por cidadania e igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil. 9
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BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As Mulheres Fazem História. Disponível
em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/mulher/mulherhistoria.html. Acesso em: 30 dez.
2010.
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Sobre a relação entre mulher e política durante o regime popular recomenda-se a leitura da
obra: COLLING, Ana Maria. A resistência da mulher à ditadura militar no Brasil. Rio de Janeiro:
Rosa dos Tempos, 1997.
14
BRASIL. Confederação das Mulheres do Brasil. (No prelo). Mulher Trabalho e Desenvolvimento
– Teses III Congresso da Confederação das Mulheres do Brasil, 2009. p. 6.
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Foram ouvidas 39 personalidades dos mais diversificados setores para examinar a situação da
mulher em todos os ramos de atividades. Foram promovidos estudos e audiências públicas, de
março a outubro de 1977, para tanto. SANTOS, Tânia Maria dos. A mulher nas constituições
brasileiras. Disponível em: www6.ufrgs.br/nucleomulher/.../Mulher%20e%20CF%20-
%20Final%20tania.pdf. p. 10. Acesso em: 17 ago. 2009.
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BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As Mulheres Fazem História. Disponível
em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/mulher/mulherhistoria.html. Acesso em: 30 dez.
2010.
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“Art. 5º– Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residente no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes. I – homens e mulheres são
iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.” Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm .
Acesso em: 10 ago. 2010.
18
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As Mulheres Fazem História. Disponível
em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/mulher/mulherhistoria.html. Acesso em: 30 dez.
2010.
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BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Comissão
Tripartite para revisão da Lei 9.504/1977: relatório final. Brasília: Secretaria de Políticas para as
Mulheres, 2010. p. 7.
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BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Comissão
Tripartite para revisão da Lei 9.504/1977: relatório final. Brasília: Secretaria de Políticas para as
Mulheres, 2010. p. 4. (texto de Luíza Erundina).
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm.
Acesso em: 10 ago. 2010.
22
NÓBREGA, Luciana Nogueira; LOPES, Ana Maria D‟Ávila. Democratizando a Democracia: a
participação política das mulheres no Brasil e a reforma do sistema político. Disponível em:
http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/bh/ana_maria_davila_lopes2.pdf .
Acesso em: 10 ago. 2010.
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Acredita-se que somente com mais mulheres nos espaços de poder e decisão
será possível superar o atual modelo societal maculado pela supremacia de um
sexo sobre o outro, alcançar a verdadeira igualdade constitucional e recuperar
o déficit de democracia que ainda estimagmatiza o Brasil perante o mundo.
Referências
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NÓBREGA, Luciana Nogueira; LOPES, Ana Maria D‟Ávila. Democratizando a Democracia: a
participação política das mulheres no Brasil e a reforma do sistema político. Disponível em:
http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/bh/ana_maria_davila_lopes2.pdf .
Acesso em: 10 ago. 2010.
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Edição, diagramação, distribuição: Vinícius Magalhães Pinheiro
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