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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Instituto de Ciência e Tecnologia


Engenharia Química

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UMA UNIDADE DE ADSORÇÃO PARA


REMOÇÃO DE CONTAMINANTES DE CORRENTES DE REFINARIAS

Isabela Ferreira Nunes


Pabblo Stéfano Santana Santos
Tatiana C. Alves Rodrigues

Diamantina
2019
Isabela Ferreira Nunes
Pabblo Stéfano Santana Santos
Tatiana C. Alves Rodrigues

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UMA UNIDADE DE ADSORÇÃO PARA


REMOÇÃO DE CONTAMINANTES DE CORRENTES DE REFINARIAS

Trabalho apresentado à disciplina de


Modelagem e Simulação de Processos
Químicos da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri como
requisito parcial para conclusão do curso de
Bacharelado em Engenharia Química.

Prof.ª Dr.ª Anamaria de Oliveira Cardoso

Diamantina
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVO 3
3. METODOLOGIA 4
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. CONCLUSÃO
6.REFERÊNCIAS..........................................................................................................
1. INTRODUÇÃO

Os contaminantes sulfurados são de grande preocupação das indústrias,


principalmente nas de petróleo, pois são venenosos e um fator de poluição ambiental
devido aos Sox liberados durante a queima de combustíveis.
A fim de minimizar os teores de enxofre nos combustíveis, foram implantadas
legislações restritivas, o que tem incentivado a comunidade acadêmica a pesquisar
alternativas complementares aos processos usuais.
Dentre as alternativas estudadas, a adsorção tem se mostrado promissora.
Desta forma, o presente trabalho busca simular a remoção de contaminantes de
correntes de refinarias em um sistema de colunas operando em uma condição de estado
estacionário cíclico.
O processo de dessulfurização por adsorção baseia-se na capacidade seletiva
de um material sólido (adsorvente) em remover, por meio de forças intermoleculares,
compostos sulfurados (adsorbato) da corrente de hidrocarbonetos. O adsorvente
normalmente é acondicionado em uma coluna de leito fixo. Já a regeneração do
adsorvente é feita geralmente percolando o leito com um dessorvente em fluxo
contracorrente, tendo por resultado uma corrente com elevada concentração dos
compostos orgânicos de enxofre.
O modelo matemático proposto é composto por um sistema de equações
diferenciais parciais referentes às equações de conservação. Este foi resolvido pelo
método de linhas com discretização via diferenças finitas. Em seguida, foi feita uma
simulação do modelo no software Scilab®, e realizadas perturbações em duas variáveis
do sistema, a fim de estudar o comportamento do mesmo.
O sistema proposto consiste em duas colunas de adsorção operando em etapas
alternadas simultaneamente, onde um ciclo do processo pode ser considerado como uma
sequência de 4 etapas: adsorção, esgotamento da corrente de refinaria, dessorção e
esgotamento do dessorvente, conforme o esquema abaixo.

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Figura 1: Esquematização do ciclo da unidade de adsorção

Fonte: Costa e Lima (2015)

Na etapa de adsorção, a corrente de refinaria percorre o leito em um fluxo


ascendente, cuja corrente de saída é encaminhada ao tanque de produto tratado. Como
condição inicial no primeiro ciclo, o adsorvente se encontra virgem e o leito vazio de
carga, por este motivo, o preenchimento do leito é simulado através da modulação do
coeficiente de dispersão axial e coeficiente global de transferência de massa, dada a
posição da frente líquida. Ao fim da primeira etapa, o volume remanescente da carga
presente no leito é drenado instantaneamente e direcionado a um tanque com elevada
concentração de adsorbato.
Na etapa de dessorção, o dessorvente é alimentado em fluxo descendente e seu
efluente é encaminhado à unidade de recuperação. A simulação do preenchimento do
leito é realizada de forma similar a etapa de adsorção. Por fim, após a dessorção, o
solvente remanescente na fase fluida é instantaneamente descarregado e igualmente
encaminhado para a unidade de recuperação.

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2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo simular um sistema de uma unidade de


adsorção descrito por EDPs, dependente do tempo e de uma variável espacial de
coordenadas retangulares, a partir do método de linhas.
Em seguida, alisar o comportamento do sistema a partir da perturbação de duas
variáveis.

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3. METODOLOGIA

Para a modelagem do sistema foram adotadas as seguintes hipóteses:


(a) Partículas esféricas uniformes;
(b) Processo isotérmico;
(c) Fluxo unidimensional na direção axial;
(d) Perfil de velocidade uniforme, associada à dispersão do Adsorbato;
(e) Resistência à transferência de massa no sistema descrita por um coeficiente global
de transferência associado a uma força motriz linear.
A partir das hipóteses mencionadas, o princípio de conservação de massa na fase fluida
para as espécies químicas adsorvidas em volume de controle arbitrário é dado pela
equação:

( )
2
δ C ijk δ Dijk
δt
=
δz
−ν z
δ Cijk
δz
+ Dijk
δ C ijk 1−ε
δz
2

ε ( )
ρsol
δ q ijk
δt
,
(1)

onde Cijk e qijk representam as concentrações dos adsorbatos nas fases fluida e sólida,
respectivamente, Dijk a dispersão axial, ε a porosidade do leito, ρ sol a densidade aparente
do leito, vz velocidade intersticial do fluido e os índices i referem-se às espécies
contaminantes, j à etapa operacional de adsorção ou dessorção e k ao ciclo em operação
da unidade.
Considerando a dispersão axial e a concentração do sólido constante, temos que
δ Dijk δ q ijk
=0 e =0
δz δt
Portanto,
2
δ C ijk δ C ijk δ C ijk (2)
=(−ν z ) + D ijk
δt δz δz
2

Segundo Ruthven (1984) a equação de conservação na fase sólida é dada por


δ q ijk 6 k ijk
= ( q −q ) ,
δt d p eq ijk ijk (3)

onde ki representa o coeficiente global de transferência de massa; a fração 6/d p equivale


a área interfacial das partículas esféricas por unidade de volume, e q eq,i é a concentração
de equilíbrio da fase sólida.

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Partindo da técnica de diferenças finitas, usando a série de Taylor, a
discretização do modelo se dá através da substituição da variável distribuída por uma
série de variáveis discretas.

Para a função Cijk truncada no segundo termo, a série de Taylor é dada por

δC ijk (C ijk +1−C ijk ) ( Cijk +1 )−2 C ijk + ( Cijk −1 )


C ijk= − +
δt ∆z δ z2 (4)

Para obtenção da expressão anterior, considerou-se a fórmula do erro, bem como


apenas a coordenada z como coordenada espacial.
Temos que
H 5
∆ z= = =0,5
N 10
Desconsiderando o erro associado à expansão, pois ∆ z é muito pequeno, obtém-
se:

δC ijk (C ijk +1−C ijk)


C ijk = − (5)
δt ∆z

Substituindo (5) em (2), para cada intervalo ∆ z , temos o modelo discretizado


dado por

δ C ijk (Cijk +1−C ijk ) ( Cijk +1 )−2 C ijk + ( C ijk−1 )


=−ν z + Dijk 2
(8)
δt ∆z δz

com i variando de 0 ao comprimento da torre.

O modelo discretizado foi simulado para que a fosse observado o


comportamento do sistema, assim foram escolhidas duas variáveis deste para que
variações fosses feitas e se pudesse observar a interferência destas no processo de
adsorção. As variáveis escolhidas foram a concentração inicial do líquido e a altura do
leito.
As variações no leito foram feitas alterando sua altura em 1 metro a mais de sua
altura original e 1 metro a menos.
Já a concentração inicial foi alterada em meio grama por litro a mais e a menos.
Os gráficos foram observados e a respectivas análises realizadas.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A primeira simulação foi feita com os valores iniciais dados pelo artigo escolhido,
onde a altura do leito era de 5 m e a concentração inicial de 3 g/L de enxofre na solução.
A figura 3 ilustra a simulação:
Figura 2: Concentração de Enxofre no líquido

Após a alteração de menos 0,5 g/L na concentração inicial, a figura 3 ilustra a


nova situação da concentração.

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Figura 3: Concentração a menos que no início

De forma análoga, aumentou-se a concentração em 0,5 g/L e observou-se a


variação da concentração.
Figura 4: Concentração a mais que no início

A concentração no estado estacionário é observada acompanhando as alterações


feitas na concentração inicial.

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5. CONCLUSÃO

Foi possível observar, pelas alterações da concentração o que era esperado para a
concentração inicial e suas variações. Com o aumento da concentração inicial do
líquido, a concentração deste no estado estacionário também aumenta. Assim acontece
com a diminuição da concentração inicial que quando diminuída também influencia
negativamente na concentração do estado estacionário.

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6. RFERÊNCIAS

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