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11. Pronomes PRONOMES SUBSTANTIVOS E PRONOMES ADJECTIVOS x. Os proxomss desempenham na oragio as fungées equivalentes as exer: cidas pelos elementos nominais. Servem, pois: 4) para reptesentar um substantive: Os campos, que suportsram a longa presenga solar 2 queimé-los inces- santemente, recebem agora a égua abundante com uma (Augusto Frederico Schmidt, GB, 294) 8) para acompanhar um substantivo determinando-the a extensio do significado: — Quanto valem, és capaz de dizer? Leques espanhéis, de seda, de ale guia bisavé do meu tio conego, com estas pérolas de prata ¢ oiro! (Femmando Namora, TJ, 105) No primeiro caso desempenham a fungio de um substantive ¢, por isso, recebem o nome de PRONOMES sunsrANTIVOs; no segundo chamam-se PRONOMES ADJECTIVOS, porque modificam 0 substantive, que acompanham, ‘como se fossem adjectivos. 2, Hi seis capécies de pronomes: pEssoArs, POSSESSIVOS, DEMONSTRA- ‘TIVOS, RULATIVOS, INTERROGATIVOS € TNDEFINIDOS. PRONOMES PESSOAIS (Os pronomns mnssoats caractetizam-se: 1.9) por denotarem as tr€s pessoas gramaticais, isto 6 por texem a PRONOMBS 201 capacidade de indicar no coléquio: 4) quem fala = x.8 vrsson: ex (sing B) con quem se fala = 2.8 vEssoA: 6) de quem se fala = 3.8 vessoa: 2.®) por poderem reptesentar, quando na 3.* pessoa, uma forma nomi- ‘nal antetiormente expressa: Levanazim Dona Rosisio, quecam leant, enbora cla se see, choramingaste im pouco, dase que tao Ine en poste) fata (Maria Jadite de Carvalho, AV, 157.) 3°) por variarem de forma, segundo: a) a fungio que desempenham a omugio; ) a acentuagio que nela recebern. ‘Formas dos pronomes pessoais. Quanto & fungio, as formas do pronome pessoal podem ser REGTAS ou ostiquas. Rectas, quando funcionam como sujeito dz oragio; omc ‘qvas, quando nela se empregain fundamentalmente como objecto (directo ou indirecto). Quanto % acentuagio, distinguem-se nos pronomes pessoas as formas ‘TONTCAS das ArONAS. © quadro abaixo mostra claramente a correspondéncia entre essas formas: ‘Pronomes pessoale obliquos nfo reflexivos “Ténicos | Pa | Formas o, fo € m do pronome obliquo. ‘Quando 0 pronome obliquo da 3.8 pessoa, que funciona como objecto 202, BREVE GRAMATICA DO_rORTUGUS CONTEMPORANEO directo, vem antes do verbo, apresenta-se sempre com as formas 0, 4, oF, as, Assim: Nio 0 ver pata mim & um suplicio. ‘Nunes, a encontramos em casa. Joo ainda nfo fer anos; cle 08 faz hoje. Biles as trouxecam consigo. Quando, porém, esti colocado depois do verbo ¢ se liga a este por hifen (pRoNou ENCLInICO), a sua forma depende da terminagto do verbo. ‘Assim: Se a forma verbal terminar em VOGAL ou DITONGO ORAL, empre- BANS 0, a OF, as? Louvei-os Loavou-as Loavo-0 Lowvave-a 2.9) Sea forma verbal terminar em -r, ~s ou -g, suptimem-se estas con- soantes, € © pronome assume as modalidades Jo, la, lo Jat, como nestes cexemplos: ‘Védo para mim um suplicio. Encontramo-la em cast. JJoto ainda nfo fex anos; fi-los hoje. No quero vendé-las. (© mesmo se dé quando ele vem posposto a0 designativo eis ou sos pronomes nus € vos: Rilo sorridente. ‘0 nome nfo vo-lo dire. 3) Se a forma verbal terminar em DITONGO NASAL, 0 pronome assu- sme as modalidades no, na, nas, nas. Dio-no Tem-nos Poc-na Trowxersmnas Observagies: 48 As formas antigas do pronome obliquo objecto directo exam Jo(s) Je(2), provenientes do acusativo do demonstrativo latino Hila jlud (— aque Je, aguela, 2 spostas formas verbais terminadas em -F) ~ Ow -%, sew Fini aquelas consoantes, que depois desapareceram: > furssto) pRoNoMes 295 fazes-lo > fazel-lo > furelo ficlo > filo > flo gual assimilagio soften 0 -s de ais, nar © vos, quando em contacto com of do pronome, 28 Com as formas verbais terminadas em nasal, 2 natalidade transmitiv-se 0 # do pronome, que passou a nt fazem-lo > fzem-no © pronome obliguo de tm le verbo. Dise, eatfo, a seesécuse do pronome, ou seja a sue colocagio no interior do verbo. Jus: tifcarse tal colocasio por terem sido estes dois tomt posisio do infinitive do verbo principal e das format redusidas, i nente, do presente ¢ do imperfeito do ind empregavarse depois do infaitivo do verbo princ ex tltimna tale nds hoje contrra. Ey como todo infnidvo tenia Gon, tamban tempos em causa desaperece esta consoante e 0 pronome toma as formas ty lab, lar, Basins ' , ilo pode vie dep ‘yendé-loviam 48 Quanto is nonmas que se observam no emprego proditico, enclitica ‘ou mesoclitioo destes pronomes, veja-se 0 que dizemos adiante, a0’ tratazmos da Coxocagio nos paoxonss omtiquos AtONoS. ‘Pronomes teflexivos ¢ reciprocos. X. Quando 0 object irecto ou indirecto representa a mesma pessoa ito do verbo, ele ¢ expresso por um PRONOME © axrezxivo apresenta trés formas proprias —se, si e contigo —, que se aplicam tanto & 3.* pessoa do singular como do plural: El fala sempre de si. 4 Sobre o emprego dest desi a foes 8 twgal fo babaincns canmass onus oe he tas Je CONDICIONAL, Ye 204 Rave GRAMATICA Do PoRTUGUES CONTEMPORANKO aio trouxe © quadro consigo. sm-se rapidamente. sempre de si. (0s pintores no trouxeram os quadros consigo. Nas demais pessoas, as suas formas identificim-se com as do proaome Obliquo: me, te, ms © ve% Eu me fori. ‘Tu te lavas. [és nos vestimos. ‘Vée vos levantais. 2. As formas do nuruisxrvo nas pessoas do plural (wos, or e se) empre- gam-se também para exprimir a reciprocidade da acgio, isto é, para indicar que # acglo é mitua entre dois ou mais individuos. Neste caso, diz-se que © pronome € necfPROCo. Carlos € eu Vos vos queticis muito. José e Anténio nfo se cumprimentam. 3. Como sio idénticas as formas do pronome reciproco ¢ do reflexivo, pode haver ambiguidade com um sujeito plural. Por exemplo, uma frase como a seguinte: Joaquim ¢ Anténio engansram-se. pode significar que 0 grupo formado por Joaquin ¢ Anténio cometen o engano, ou que Joaquim enganou Anténioe este a Joaquim. Costuma-se remover a dh se acompanhar tais pronomes de expressies reforgativas expe @) para marcar expressamente a acgio reffexiva, actescenta-se-Ihes, conforme a pessoa, a mim mesmo, a 41 mesn, a si mesma, etc.: Joaquim e Antéaio enganaram-se a si mesmos, J) para marcar expressamente a a expressio pronominal, como sm ao i Joaquim e Anténio enganaram-se entee si. Joaquim ¢ Anténio enganaram-se um 20 outro. Pronouns a ‘ou um advésbio, como recibrocamente, muduansoie: ‘Joaquim e Anténio enganaram-ee mutuamente, No rato, a reciptocidade da acgio esclarece-se pelo emprego de uma forme verbal derivada com o prefixo enfre-: ‘Marido ¢ mulher entreotharam-se. (itorino Nemésio, MTC, 360.) EMPREGO DOS PRONOMES RECTOS Fungdes dos pronomes rectos. 1. Os PRONONES RECKOS empregam-te como: 4) surro: [Nés vamos em buses de Iaz (Agostino Neto, SE, 36.) 8) mamoxcansve no cuperro: ‘Men Deusl, quando serei ru? Gost Régio, ED, 157) 2, Tie vas podem set vocartvos: © vs, que, no silencio ¢ no recolhiment gramatical (singular ou plural) dessa pessoa: ando escreves domiv simos partiates voltaram, 206 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO Presenga do pronome sujeito. Emprega-se o pronome sujeito: 4) quando se descja, cafaticamente, chamar 2 atenclo para a pesson do sujeito: Eu, niufrage da vids, ando a morrer! (losbela Rspanca, 3) pata opor duas pessoas diferentes: Abracemo-nos ambos contristados, Ele, porque hi de ser, como eu, um velho, E eu, por ter sido jé, como ele, um mogo, Gugéaio de Castro, UV; 68.) 2) quando a forma verbal & comum A 3.6 € & 3.* pessoa do singular ¢, por iss0, se tora necessiio evitar 0 equivoco: E preciso que ew xepita o que ele disse? H preciso que ele repita 0 que eu disse? ‘Extensio de emprego dos pronomes rectos. ‘Na linguagem formal cettos pronomes rectos adquirem valores especiais, ‘Enumeremos 0s seguintes: 1 O plural de modéstia. Para evita 0 tom impositivo ou muito pessoal de suas opiniées, costumam 05 escritores e os oradores tratar-se por fnés em lugar da forma normal #1, Com isso, procutam dar a impressio. de que as ideias que expéem so compattilhadas pelos seus leitores ou ouvintes, ois que se expressam como porta-vozes do pensamento colectivo. A este emprego da 1.8 pessoa do plural pela correspondeate do singular chamamos PLURAL DE MoDiistiA. cupagées oficiais em que nos achamos desde bios de Venezuel, Equador, Peru ¢ Chile, quer nas nos muita ccasido de’pensar em semelhante edigéo, para a qual at6 af nos faltavam ausilios. ee (. Adolfo Varnhagen, CTA, 9.) PRONOMES 207 Advirta-se que, quando 0 sujeito nés € um PLURAL DE MoDistrA, 0 predicativo ou participio, que com ele deve concordas, costuma ficar no sin- gular, como se 0 sujeito fosse efectivamente ev. Assim, em vez de: Fiquei perplexo com o que ele disse. podemos dizer: Ficdmos perplex com o que ele disse. 2. © plural de majestade. O pronome sés era usado outrora pelos seis de Portugal —e ainds hoje 0 € pelos altos dignitérios da Igreja— como simbolo de grandeza ¢ poder de suas fungBes: ‘Nés, Dom Fernando, pela graga de Deus Rei de Portugal ¢ do Algarve, fazemos’ saber... Bo que se chama PLURAL DE seAgESTADE, 3. Formula de cottesia (3.* pessoa pela 1.8). Quando frzemos um is 2 pessoa a quem nos ditigimos, tratemo-nos , © ao pela 1 a nés prépeios pela 5% pes Fulano de tal, alano desse Colégio, requer a V. Ext se digne mandar pasar por certidfo'as nots mensas por ele obtidas so preseate ano lective, 4. O vés de cetiménia, O pronome vis praticamente desaparecen da linguagem corrente do Brasil ¢ de Portugal. Mas em discutsos enfiticos alguns oradores ainda se servem da 2.* pessoa do plural para se dirigirem cerimoniosamente a um auditério qualificado, Vejarse este passo com que Olevo Bilac termina o seu discurso de in- gresso na Academin das Ciéncias de Lisboa: Ainds de Tonge, pensarsi em vés, ¢ pensatei convosco. Serei um dos menores sacerdotes do culto que nos congrega: 0 da nossa histéria e de nossa lingea. B, & mingua do brilho que vos posso dar, podere! dar-vos 0 fervor da minha crenga e a honestidade do meu labor. ON, 56.) Realce do pronome sujeito. Pare dar enfase a0 pronome sujeito, costuma-se reforgé-o: 208 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMFORANEO a) seja com as palaveas anes © préprio: Tu mesmo serds 0 novo Hércul (Machado de Assis, OC, II, 548.) Muitas vezes eu prOprio me sinto s (Augosto Abelaira, ue ela pense que en sou, 29.) b seja com a expresso invarivel ¢ gue: Voc#s que morrem, mea alferes, mas nés & que pagamos. (Luandino Vieiss, NM, 63.) Precedéncia dos pronomes sujeitos. Quando 0 sujcito composto hé um da x. pessoa do singular (ev), € boa norma de civilidade colocé-lo em ultimo lugar: Carlos, Augusto © ou foraos promovidos. Se, porém, 0 que se declara contém algo de desagradével ou importa responsabilidade, por ele devemos iniciar a sétie: Bu, Carlos € Augusto fomos os culpados do acidente, Equivocos ¢ incorrecgées. x. Como o pronome «le (ela) pode xepresentar qualquer substantivo anteriormente mencionado, convém ficat bem claro a que clemento da frase ele se refere. Por exemplo, uma frase como: Alvaco disse a Paolo que ele chegaria primeito, € ambigua, pois ele pode aplicar-se tanto a Albaro como a Patio, 2 Na fala vulgar ¢ familiar do Brasil ¢ muito frequente 0 uso do Pronome e(s), ¢/a(s) como objecto directo em frases do tipo: Vi ete Enconteei ela Embora esta construgio tenha raizes antigas no idioma, pois se docu- rents em escritors portugueses dos séeulos XIN ¢ XIV, deve ser hoje evitada, ‘PRONOMES 3+ Convém, no entanto, no confundir tal construgio com outtas, perfeitamente legitimas, em que o ptonome em causa funciona como objecto directo. ‘Assim: 2) quando, antecedido da preposigio 4, tepete 0 objecto dicecto enun- ciado pela forma normal atona (4, a, 05, as): io sei se clas me comprecadem Nem se eu a8 compreendo a elas. (Femnando Pessoa, OP, 160.) 8) quando precedido des palaveas todo ou sb: —Conhego bem todos eles. (Hletberto Sales, DBEM, 130.) Contracgio das preposigies ds e en ‘com 0 pronome fecto da 3.° pessoa. As preposigdes de e em contraem-se com o pronome recto de 3.* pessoa eke(s), da(s), dando, sespectivamente, dele(s), dela(s) © nele(s), nela(s). A pasta & date, © nila esth 0 men caderan, F de norma, porém, nfo haver a contzacgio quando o pronome & sujcito; ou, melhor dizendo, quando as preposigdes de e em se telacionam com 0 infinitive, e nfo com 0 pronome. Assim: Pouco depois de eles salem, levanteisme da mest. (Luls Bernardo Honwana, NMCT, 96.) PRONOMES DE TRATAMENTO 1. Denominam-se PRONOMES DE TRATAMENFO certas palavras ¢ loco- ges que valem por verdadeiros pronomes pessoais, como: 20¢é, 0 Vossa Exceléucia. Embora designem 2 pessoa 2 quem se fala (Isto é, a 2.8), esses prono- mes levam o verbo para a 3.4 pessoa: —Onde ¢ que vocts vio? (Laandino Vieira, NM, 78.) ae aREVE GRAMAMICA DO soRTyGUES CoNTEMPORANEO 2. Convém conhecer as seguintes formas de tratamento reverente ¢ as abreviaturas com que sio indicadas na escrita. Kbreviaturas Tratamento Usado para: vA Vossa Alteza ‘Peincipes, arquidaques, daquet V.Fms Vossa Eminéacia Cardesis V. Bat Vossa Exceléncia No Brasil: altas antoridedes do Governo @ offcais generis das Classes Armadan; em Portugal: qualquer pessoa a quem, em prinelpio, se quer manifesar grande reapeito. V. Mag _-Vosta Magnifictncia_Reitores das Universidades veM. VWossa Majestade Reis, imperadoves V.Bu* Revit Vossa Bxceléacia Re- ‘verendissima Bispos ¢ accebiapos VP. ‘Wossa Paternidade _Abades, supetiores de conventos V.Rev® —_-Vossa Reveztacia ou ou Sacerdotes em geral V. Revs Vossa Reverendissima, vs. ‘Wossa Santidade Papa v. se Vosss Seckioria _-Funefonétios pitblicos graduados, ofciais ‘até coronel; na linguagem escria do Bra- sil © a poplar de Portugil, pessoas de ceriméria Observagio: fy Came dere, ets forma apcam eA 3 ptton, Agel com guem falamoss para a 5. pessoa, aquela de quem falamos, usara-ce st format Sia Altay Sua Ennis, ee oc Emprego dos pronomes de tratamento da 2.* pessoa. 1, Twe voe8. No portugues curopen normal, o pronome i é empre- gado como forma prépria da intimidade. Usa-se de pais para filhos, de avés colegas de faiza etiria igual ou préxima. O seu emprego lo, nos sltimos tempos, entre colegas de estudo on da mesma membros de um partido politico e até, em certas familias, de filhos paca pais, tendendo a ultrapassar os limites da intimidade pro- priamente dita, em consonincia com uma intengio igualitiria ou, simples- mente, aproximativa. No portugues do Brasil, o uso de /u restringe-se a0 extremo Sul do Pais e a alguns pontos da regido Norte, ainda nfo suficientemente delimi- tados, Em quase todo o tertitério brasileiro, foi ele substitwido por sod como forme de intimidade, Voé também se emprega, fora do campo da intimidade, como tratamento de igual para igual ou de superior para inferior. H este ultimo valor, de tratamento igualitério ou de superior para infe- rior (em idade, em classe social, em hierarquia), ¢ apenas este, 0 que oct possui no portugués notmal europea, onde s6 excepcionalmente —e em certas camadas sociais altas — aparece usado como forma catinhose de inti- midade. No portugués de Portugal no é ainda possivel, apesar de certo alar- ‘gamento recente do seu emprego, usar onl de inferior para supetior, em idade, classe social ou hierarquia, 2. O senhor. O sentor, a senbora (@ a senborita, no Brasil, a menina, em. Portugal, pata a jovem solteira) sto, nas variantes europeia e ameticana do portugués, formes de respeito on de cortesia ¢, como tais, se opéem a € vord, em Portugal, e a soré, na maior parte do Brasil. Em Portugal, quando uma pessoa se dirige a alguém que possui titalo profissional ou exerce determinado cargo, costuma fazer acompanhar as formas o senbor e a seubora da mengio do respectivo titalo ou cargo: 0 nenhor dato 0 senhor eapitto ‘Mais ratamente, usa-se como tratamento © titulo nio precedido de senbor, sabors, 0 que 6 considerado menos respeitoso que a forma satetios: © doutor © engenheiro Neste caso, & mais frequente apor-se a0 titulo o nome préprio (primeiro nome —o que implica certa proximidade — ou nome de familia do inter- pelado): © doutor Orlando © engenheito Silva No Brasil, estas formas de tratamento sio inusitadas. Alids, 0 emprego dos titalos especificos, no tratamento ou fora dele, € sensivelmente maior em Portugal do que no Brasil, onde s6 em casos especialfssimos vém prece- didos de o senbor. Sistematicamente, s6 se mencionam no Brasil, seguidos dos nomes préprios: aa BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTENPORANEO 2) a patente dos militares: © Tenente Barroso © Major Fagundes 2) 095 altos cargos ¢ titulos nobiliésquicos: © Presidente Bernardes © Principe D. Jouo © Embaixador Ouro Preto A Condessa Pereira Carneiro lo Dow (escrito abteviadamente D.), pera os membtos da fou imperial, para os nobres, para os monges beneditinos e para os dignititios da Igreja « partie dos bispos D. Pedro D. Duarte D. Clemente D. Helder Observe-se que, se Dom tem emprego restrito no idioma, tanto em como no Brasil, o feminino Dosa (também abreviado em D.) se sm principio, a senhoras de qualquer classe social uso bastante gencralizado em Portugal e 20 Brasil é 0 titulo de Doster. Recebem-no nto s6 08 médicos ¢ os que defenderam tese de dou- mas, indisctiminadamente, todos os diplomados por escolas ‘Também o emprego de Professor & muito frequente tanto em Portugal como no Brasil. Mas, enquanto no Brasil se aplica ao docente de qualquer gria de ensino, em Portugal usa-se sobretudo para os docentes do ensino ptimétio ¢ do ensino superior. Observagio: ‘As formas woeé € 0 senor (a senkera) empregam-se nozmalmente nas fungdes de sujcito, de agente da passiva e de adjunto: —Voc8 amanhi nio v4 as ceifas. (Aquilino Ribeito, M, 354.) stava desfeiteado, um portedor dele fora maltzatado pelo senhor. José Lins do Rego, P, 55.) —Deizem-me ic com voots! Luandino Vieira, NM, 78.) 8 voré (no Brasil) ¢ 0 senor, a senbora (tanto em Portugal como a0 tendem-se também as fungdes de objecto (directo ou inditecto), PRONOMES a3 substituindo com frequéncia as correspondentes dtonas 0, « ¢ ie: —Devo a voet ¢ 20 doutor Rodrigo. (Jorge Amado, MM, 229.) —Eu aprecio muito 0 senhor ¢ cra incapar de ofendéo volunta- siamente. (Rodrigo M. F. de Andrade, V7, 124.) 3. Tratamento cerimonioso. As formas de tratamento, propriamente cerimonioso usam-se muito menos no Brasil do que em Portugal. 1.°) Vossa Exceléncia (V. Ex.t). Embora 0 seu emprego, no por- 0} tenha restringido bastante nas dltimas décadas, ¢ em determinados ambient ituagdes (empregado de fonista dirigindo-se a quem solicita uma ligagio, etc.), sem que haja qual- quer discriminagdo nitida quanto 4 categoria da pessoa interpelada. Por vvezes aparece reduzida & forma coloquial i inda V. Esc, élargo 0 sex uso, comercial. governadores dos Estados, senadores, deputados ¢ oficiais generais. B fe que exclusivamente na comunicegio escrite ¢ protoc petigoes, etc., 0 sew uso costuma estender-se a presi igbes, dizectores de servigo ¢ altas autoridades em geral. is do Brasil. Na lingua esctita, emprega-se ainda em ambas a3 variedades idiométicas —mas cada vez menos— em cartas comercizis, em requerimentos, em oficios, etc., quando ado & pré- prio o tratamento de Vesna Exeelincia 3.9) As outras formas — Vossa Emintucia, Votsa Magrifitneia, Vorsa Santideds, etc. — so protocolares ¢ $6 se aplicam aos ocupantes dos cargos atrls indicados. Outras formas de tratamento. Frequente no portugués de Portu- gal ¢ muito razo no do Brasil, € 0 emprego de formas nominais antecedidas de artigo em vez das formas pronominais ou pronominalizadas de trita- meato. Sto exemplos dessas formas nominais: @) 0 nome priprio, seja o de baptismo, seja o de familia: 0 Manuel ja lea este livo? 0 Martina jf lea este livio? BREVE GRAMATICA DO PoRruGo#s ConrEMPORANEO 6) 06 nomes de pareatico ou equivalents: 0 pat bien ete livre? 0 Bretine jn ce ico? 4) outros nomes que situam o interlocutor em selagio & pessoa que =O men amigo jf lex este livro? =O patrdo jf teu este livro? Fétmulas de representagio da 1.* pessoa. No coléquio normal, emptega-se @ gente por més ¢, também, por eu: Houve um momento entre més Bm que a gente nto faloa, (Fermando Pessoa, QGP, n2 270.) ~ Voeé nio calcula 0 que é a gente ser perseguida pelos homens. Todos ‘me olham como se guisessem devorar-me. (Giro dos Anjos, DR, 41.) ‘Como se vé dos exemplos acima, o verhn deve firar sempte na 3.8 pes- soa do singular. EMPREGO DOS PRONOMES OBL{QUOS Formas t6nicas. Sabemos que as formas obliquas ténicas dos pronomes pessoais vém acompanhadas de preposi mo pronomes, sio sempre termos da ora gio 6, de acordo com a preposigio que as acompanhe, podem desempenhar as fangbes de: 4) COMPLEMENTO NOMINAL: Vou versme livre de tt Bernardo Santszeno, TPM, 24.) 8) ompscro mprecro: incumbicla de maostear a ti os pontos pitorescos de (Cito dos Anjos, M, 302) RONOMS Pa 4) osyucto piaxcro (antecedido da preposigio a ¢ dependente, em geral, de verbos que exprimem sentimento): Paciente, obeeira e dedicade, 6 a ela que em verdade eu amo, (José Rodrigues Miguéis, GTC, 159.) 4) AcENTE DA Passrva: Os noss0s amotes sito sero esquecidos nunca, —por mim, esth claro, estou certo que nem por ti, (Machado de Assis, OC, I, 688.) 2) -Apyuwro spvunoran: ‘Bu jd te vejo amaahit a colher lores comigo pelos campos. (Fernando Pesson, OP, 167.) Observasio: Do eruzamento das duas construgSes perfeitamente cottecas Tsto nko € trabalho para eu fazer Isto nio € trabalho para mim, surgi uma terceira: Isto aio é trabalho para mim fazer, ‘em gue 0 sujcito do verbo no infinitivo assume a forma obliqua. ‘A construgso parece ser desconhecida em Portugal, mas no Brasil cla esté ‘muito generalizada na lingua familiar, apesar do sistemético combate que Ihe move os graméticos ¢ os professores do idioma, Emprego enfitico do pronome obliquo ténico. Para se ressaltar 0 objecto (ditecto ow indirecto), usa-se, acompanhando jum pronome étono, # sua fortna tonica regida da preposigéo a: Ele nio via nade, viewe a si mestno. (Machado de Assis, OC; I, 43x.) (© Abravezes dava-the ruzéo a ela, em principio. (Urbano Tavares Rodrigues, PC, 202,) Pronomes precedidos de preposigio. As formas obliquas ténicas mi (ela), sis, vb, eles (elas) 86 se ax6 REV GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO usam antecedidas de preposigio. Assim: ‘Mo ha discordiincia entre elas. Se o pronome obliquo for precedido da preposigio com, dir-se-4 comigo, sco. YS regular, no entanto, a consttugio com ele (com 30 de com nés ¢ com vés quando os pronomes b prépries, fdes, ambos ou qualquer surneral: Saiu com nés txée. Contava com todos vés, Afinal, todos excepto eu, sabem 0 que sou... iso dos Anjos, DR, 43.) 28 A tradigio gramatical aconselha o emprego das formas obliques ténicas depois da preposicio entre. Exemplo: (Sttau Monteiro, FL, 29, Na linguagem coloquisl predomina, porém, a construglo com as formas reetas,construgio que se vai insinuando na liaguagem litertie: Entre eu e 14, ‘Tio profundo o contsato. Que nifo pode haver disputs. (lose Regio, Entre eu e minha mae en ee BSE 5% Com a preposiséo aff usam-se as formas obliguas mim, ti, etc.. Curvam-se, agarcam a rede, erguem-na até ei. aul Brandio, P, 154.) Se, porém, aff denota inchusto, e equivale a mesmo, também, inasivy, consteS-se com a forma recta do pronome: Pois & de pasmac, mas 6 verdade. E até eu jf tive hoje quem me ofe- secesse champanhe. cela Gosé Regio, 5M, x56.) Formas étonas. 1, Sto formas prbptias do osjcro DIRECTO: 0, 4, as, af: Ele olhow-s, espantado, Fenzeita de Castro, OC, T, 481) Angela dominavs-os a todot, vencis-o8. (Real Pomptia, 4, 222,) 2, Sio formas préprias do onyecro mprnzcro: lhe, Ihes: Soube inspirarthes confianga. (Bernardo Santareno, TPM, 84.) 3. Podem empregat-se como OBJECTO DIRECTO ou INDIREGTO: me, fay nas e808. 4) ompecro piazcro: (Queres ouvis-me um instante, sensatamente? (Grbano Tavares Rodrigues, PC, 153.) 5) onjecro moprnzcro: —Ninguém te vai agradecer. (Alves Redol, BSL, 355.) © pronome obliquo dtono sujeito de um infinitive. Se compatarmos as duas frases: Mandel que ele eatsse, Mandei-o saic. a8 Dave GRAMfricA D0 roRTUGUEs CONTEMPORANZO verificamos que 0 objecto directo, exigido pela forma verbal mandi, & expresso: 4) na primeiea, pela oragto gue ele sate 4) na segunda, pelo pronome seguido do infinitivo: 0 sain. EB verifi- ‘amos, também, que o pronome o esté para o infinitivo sair como © pronome le para a forma finita safsse, da sujeito, Logo, na frase acima 0 pro- nome ¢ desempenha a fangio de sujeito do verbo sair. Construgses semelhantes admitem os pronomes 1, /e, 201, mos (© 0 seflexivo s, que estudaremos 4 parte). Exemplos: Deixe-me falar. Mandamte entrar, Fez-nos sentar, Emprego enfitico do pronome obliquo dtono. 1. Pata dar tealce 20 objecto directo, costama-se col da frase e, depois, repeti-lo com a forma pronominal o (2, 0s, as), como nes- tes passos: —Verdades, quem é que as quer? Fernando Pestoa, OP, 530.) Note-se que, se 0 objecto directo for constituido de substantivos de sgtneros diferentes, 0 pronome que os resume deve ir para 0 masculino plural — ar: Se Paulo desejava mesmo encindalo ¢ agitagio, teve-os & vontade. (Méiio Palmésio, VC, 307.) 2 Também o pronome He (Ides) pode reiterat 0 objecto indirecto colocado no inicio da frase. Comparem-se os conbecidos provézbios: Ao médico ¢ 20 abade, dige-Ihes sempre a veréade, © pronome de interesse. Nesta frase: ‘Olhem-me para ela: 6 0 espelho das donas de casa! (Aquilino Ribeiro, M, 101) © pronome me niio desempenha fungio sintictica alguma. ¥2 apenas um RONOMES ae secarso expressive de que se serve a pessoa que faln para mostrar que esté vivamente interessads a0 cumprimento da ordem emitide ou da exoriagio feta. Este PRoNoME DE mvrER=SsE, também conhecido por DanIVO iio ou bs Provarro, € de uso frequente na linguagem coloquial, mas nfo saro aparece na pena de eseritores, Pronome ftono com valor possessive. Os pronomes tonos que funcionam como obj Ie, nos, ws, thes) podem set usados com sentido pos quando se aplicam a partes do corpo de uma pessoa o uso particular: inditecto (me, t , principalmente objectos de seu Riscutaste-the 2 voz? Viste-lhe o rosto? (Pagundes Varela, PC, 11, 272.) Valores © empregos do pronome st. © pronome se empregt-se como: 4) oxpecro nraxcro (emprego mais comun): ‘Ao sentir aquela robuster aos bragos, meu pai tranquilizou-se ¢ tran quilizov-0, Gilberto Amado, HMI, 1243) 8) omecro momecro: Sofia dora-se pressa em tomarlhe 0 brago. (Machado de Assis, OC, 1, 656.) ‘emprego menos rato quando exprime a reciprocidade da aeglo: Qs nossos olhos muito perto, imensos No desespero deste absago mudo, Confessaram-se tudo! (José Régio, PDD, 83.) 2) sopsro De um INERT: 220 DREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANES 2) vronows aPAsstvaDoR: Fexse novo siléacio. (Coelho Netto, OS, I, 97.) singulae de verbos intra come-se 40 at livre, dorme-se a0 ar livre. (Raul Brandio, P, 165.) Vive-se a0 ar li ff) PALAVRA EXPLETIVA (para realgar, com verbos cespontancidade de ums atitude ou de um movimento do sujei » OG, 788.) 4) PARTE INTEGRANTE DE CENTOS VERBOS que geralmente exprimem sentimento, ou mudanga de estado: adairar-se, arrepender-se, atrever-se, indi. sary queixar-e; congelar-se, derrte —Atreva-se, Atreva-se, ¢ vei (Miguel Torga, NCM, 48.) Observagées: 18 No portugues contemporinco s6 se usa a passiva pronominil quando alo ver expresso 0 agente. 28 Em frases do tipo: ‘Vendem-se casas. Comprem-se méveis. consideramse carar e mites ot sajitos das formas vecbais sendam e compran, ranlo por que na linguagem coidada se evita deixar © verbo no singular. Combinagies ¢ contracgées dos pronomes Atonos. Quando numa mesma ocorrem dois pronomes 4tonos, um dem combinst-se, observadas as seguin- objecto directo ¢ outro indirect tes regras: 1s, Ibe ¢ ihes (Formas de objecto indirecto) juntam-se directo), dando: associa-se ame, te, mas, ws, Ihe Ibes (e munca a 0, formas conscrvam a sua autonomia, quando por hifen, quando Ihe vém pospostas: © coragio se me conftange... (Olegério Mariano, TVP, ‘A aventura gorou-se-Ihe aos primeitos pass (Caslos de Oliveis, AG, 155.) 3.8) As formas me, te, nos € vos, quando fancionam como objecto directo, ‘ou quando sio parte integrante dos chamados verbos pronominais, nto admitem a posposicio de outta forma prono: recto assume em tais casos 2 forma ténica prep —Como me hei-de livrar de 1? (Jost Regio, JA, 85.) Observagées: 18 As combinagtes ito, Jha (equivalentes a lies +0, les +a) e (bor, Tas Cequivalentes 2 Hes + 0 ‘encontsuim sua explicagio mo facto de, “~) ser empregada tanto para o singular fe, eram, pols, cantracgbes em tudo aoemait. usam 25 combinagBes mo, #0, tho, nolo, 9-l, etc. Da lingua coszente estio de todo banidas e, mesmo ma linguagem literitia, 86 apatecem geralmente em escritores um tanto attificais. Golocagio dos pronomes étonos, x. Em relagio a0 verbo, 0 pronome étono pode estar: @) BNctirt00, isto é depois dele: Calci-me, 8) »octtrtco, isto 6, antes dele: Bu me eile, an BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANTIO 2) wrsocuittco, on seja, no meio dele, colocagio que sé é posstvel com formas do FUTURO DO PRESENTE ou do FUTURO DO PRETERITO: Calacme-ei. Calacmeia. 2. Sendo 0 pronome dtono objecto direct ou inditecto do verbo, a sua posigio légice, normal, é a acuse: Na segundefeits, 20 it a0 Morenal, patecera-Ihe sentir pelas costas risithos « escarnect-la. : (Bea de Queirés, O, 1, 124.) casos em que, na lingua culta, se evita ou se pode evitar do por vezes divergentes neste aspecto a norma porta- assim, distinguir os casos de PRécLise que sepresentam lioma dos que sio optativos e, ambos, daqueles em que se observa uma divergéncia de notmas entre as variantes europeia ¢ americana da lingua. Regras gerais: 3. Com um 86 verbo. 12) Quando 0 verbo esté mo FUTURO DO PRESEN:E OW 20 FUTURO po paeninrro, di-se tio somente a PRECLISE ou a aeEs6cLIsE do pronome: Eu me calarci, Galscme-ci. Eu me calaris. Galse-meia, 29) B, ainda, preferida a précuise: 4) Nas orag5es que contém uma palavea negativa (nd0, munca, jamais, ningném, nada, etc.) quando entze ela e 0 verbo no hd pausas —Nio thes dizia ex? (Matio de Sé-Carneiro, CF, 548.) ‘Nunca @ vi tio sereno ¢ obstinado. (Cito dos Anjos, M, 316). 2) nas oragies iniciadas com pronomes e advérbios interzogativos: Quem me busca a esta hora tardia? (Manuel Bandeica. PP, I, 406,) PRONOMES i Como a julgatiam os pais se conhecessem a vida dela? (Grbano Tavares Rodrigues, NR, 25.) 2) nas oragées iniciadas por palavras exclamativas, bem como mas ‘rages que exprimem desejo (optativas): Que Deus 0 abengoet (Bernardo Santateno, TPM, 1.) —Bons olhos o vejam! exclamou (Machado de Assis, OC, 1, 483.) 4), 928 oragées subordinadas desenvolvidas, ainda quando a conjun- ‘slo estejn oculta: —Prefiro que me desdenhem, que me torturem, a que me deixem #6, (Urbano Tavares Rodrigues, NR, 115.) — Que é que desejas te mande do Rio? (Aftinio Peixoto, RG, 174) €) com o gertindio tegido da preposigio en: Em ce ela anuviando, em a nio vendo, Hite me loz de tudo anaviava. (oto de Deus, CF, 205.) 3.8) Nao se dia fvctase nem 2 PROCLISE com os PARTIGferos, Quando © paritcfero vem desacompanhado de auxiliar, usa-se sempre a forma obliqua segida ec preposigio. Exemplo: Dada a mim a explicagto, satu, Com 05 nvmmurrrvos soltos, mesmo quando modificados por nega- a padcxiss ou a Excxiss, embora haja acentuada tendéncia para colocagio pronominal: Canta-me cantigas para me embalar! (Guersa Junqueizo, Para nfo fiti-lo, deixei cair os olhos. (Machado de Assis, OC, 1, 8073) Para assusté-lo, os soldados atiravam a esmo. (Catlos Drummond de Andrade, CA, 82.) j, 118.) ‘A fixczise € mesmo de rigor quando 0 pronome tem a forma o (prin- a a4 BREE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO. cipaimente no feminino 4) e 0 1eINtrIVvO vem regido da preposigio a: Se soubesse, nfo continuatia a 1é-o, {Rui Barbosa, EDS, 743.) ‘Logo os outros, Cemponeses ¢ Operitios, comesam a imité-ta, (Beznardo Santareno, TPM, 32 5.9) Pode-se dizer que, além dos casos exam guesa teade & pROCLISE pronominal: , 2 lingua portu- 2) quando 0 verbo vem antecedido de cettos advésbios (bem, mal sinda, jd, sempres $6, talvez, etc.) ou expresses adverbiais, ¢ nfo hé pausa aque 08 separe: ‘Ao despertar, ainda as encontro lé, sempre se mexendo € discutindo, (Anibal M. Machado, CJ, 174.) Nas pernas me fiava eu. snilino Ribeiro, Af, 88.) 8) quando a oracio, disposta em ordem inversa, se inicia por objecto directo ou predicativo: —A grande noticia te dow agora. (Fernando Namora, NM, Razoivel the parecia a solugio proposta, 4) quando 0 sujeito da oraglo, anteposto 20 verbo, contém 0 mume- sal antes ou algum dos pronomes indefinidos (todo, tudo, alguém, outro, qual quer, etc): ‘Ambos se sentiam humildes e embaragadoe. (Fernando Namora, TJ, 295.) Alguém the bate nas costa. (Anibal M. Machado, JT, 208.) 4d) nas otagdes alternativas: —Das duas uma: ow as faz ela ou as fago eu, (Stean Monteiro, APJ, 39.) 62) Observese por fim que, sempre que houver patie entre um ele- PRONOMES 25 ‘mento capaz de provocar a exGcuist € 0 verbo, pode ocorrer a Bvcuise: Pouco depois, detiveramte de novo. (exriza de Casto, OC, 1, 405) 2. Com uma locugio verbal. 1. Nas Locugées veRnats em que 0 verbo principal esti no menst- ‘TIVO ow n0 GERENDIO pode dar-se: 1.9) Sempre a Sxcu188 20 infiitivo ou 20 geréndio: 86 quero preveni-lo contra as exageragées do Prélogo. (Antero de Quental, C, 324.) 1N6s {amos seguindo; e, em torno, imensa, a desensolando-se 1 paisagem. (Reitundo Coreeia, PCP, 304.) 28) A pr6cxse a0 verbo ausiliss, quando ocorrem as condigdes exi- ‘gidas para a anteposigio do pronome a um s6 verbo, isto é: 2) quando 2 locugio verbal vem precedida de palavra negativa, ¢ entre elas no hd pausa: Rita € minha irmi, nfo me ficatia quecendo mal e acabaria rindo também. ‘(Machado de Assis, OG, T, 1.051) —Ninguém o havia de dizer. (Cquilino Ribeiro, Af, 68.) +b) nas oragbes iniciadas por pronomes ou advérbios intesrogativos: = Que mal me havia de farer? (Qiguel ‘orga, NCM, 47) Como te hei de receber em dia tio posterior? (Ceclia Meircles, OP, 406: 2) nas oragées iniciadss por ofagoes que exprimem desejo (optativas): Como se vinha trabalbondo mall Deus nos hi de proteger! wvras_exclamativas, bem como nas 326 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTERORANEO 2) nas oragdes subordinadas desenvolvidas, mesmo quando a con- jungio esté oculta: ‘Ao cabo de cinco dias, minha mie amanheceu tho transtornada que orde- nou me mandassem buscar a0 seminisio. (Machado de Assis, OC, 1, G00.) 3.2) A BNCUISE 20 yerbo auziliar, quando ao se verificam essas con- digdes que aconseliam 2 pRéciisE: ‘Vao-me buscar, sem mastros ¢ sem velas, Noiva-menina, as doidas caravelas, ‘Ao ignoto Pals da minha infiacia... (Plotbele Bspanca, $, x ‘A cidade ia-se perdendo 4 medida que (Baltaser Lopes da Si iro ramava para Sto Pedso, 207) 2, Quando 0 verbo principal esté no rarrécrero, 0 pronome dono no pode vit depois dele. Vird, entio, pRocufrtco ou SNcListco 20 verbo saunilar, de acordo com a8 normas expostas para os verbos na forma simples: —Tenho-o trazido sempre, s6 hoje é que © (Matia Judite de Carvalho, TM, —Atrependa-se do que me disse, ¢ mdo the eeré perdoado, (Machado de Assis, OC, 1, 645.) Que se teria pasado? (Coelho Netto, OS; 1, x412,) __ Queria mesmo dali adivinhar 0 que ee tinha paseado na noite da sua ausén- (Alves Redol, F, 195.) ds pronomes étones ao coléquio normal do Brasil, tende A ore siceder © mesmo no portaguésfalado em Attica 40 &, asim, possvels @) no infeio de frases: Me desculpe se falei Bice Ve IL, 487.) PRONOMES Me artepio todo... (Loandino Vieisa, NM, 158.) 1) nas oragies absolutas, principais e coordenadas nfo iniciadss por palavea ‘que exije ou aconselhe tal colocacio: —Se Vossa Reverendissima me permite, eu me sento na rede. Qosué Montello, TST, 176) A sua prima Jolia, do Golungo, the mandou um cacho de bananas, (CLuandino Vieira, NM, 54.) 6) nas locugbes verbais antes do verbo principal: Ser que 0 pai nflo fa se dar 20 respei (Avttaa Dourado, 5.4, —Nio, nto sabes e no pos (Candin Viel mais, jf séio me ouves. 7M, 46.) PRONOMES POSSESSIVOS Os PRoxomns Possmssrvos acrescentam 2 nogio de pessoa gramatical uma ideia de posse. Sio, de tegra, pronomes adjectivos, equivalentes 4 um adjunto adnominal antecedido da preposigio de (a de si), mas podem empregar-se como pronomes su ‘Meu liveo 6 este. Este livro € 0 meu. Sempre com suas histérlas! Fazer das suas, Formas dos pronomes possessivos, Os PRoNoNES Posstssivos apresentam trés séries de formas, corres: pondentes 4 pessoa a que se refezem, Em ca estas formas variam de acordo com 0 géncro ¢ 0 miimero da coisa possuida e com o atimero de pessoas representadas no possuidor. BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO ‘Um possuldor ‘Varios possuidores Um ‘Varios Um ‘Varios objecto | objectos | objecto | objectos 4 pessoa sinha rmiohas snossas teu tous, vyostos 28 pestoa tua suas vyossas ss penn (tte | Sn v= = Concordincia do pronome possessivo. 1, O Pronoun rosssssrvo concorda em género ¢ mimero com 0 subs- tantivo que designa o objecto possuido; € em pessoa, com o possuidor do objecto em causa: Suas mudangas sibitas, seu jeito provocante, ¢ua mimica muito femi- nina me fivem lembrer a Jandira mulher, que tants vezet desapatcce ‘meus olhos, em nossas coniversagbes. (Ciro dos Anjos, DR, 124.) 2. Quando um s6 rossesstvo determina mais de um substantive, con corda com o que Ihe esteja mais préximo: Eo meu corpo, minh’alma e coragio, ‘Tudo em risos poisei em tua mao. losbela Espanca, 5, 177.) Posigéo do pronome adjectivo possessivo. © Roxon snjecrivo rossessivo precede normalmente o substantive que determina, como nos mostram os exemplos até aqui citados. Pode, no entanto, vir posposto 20 substantivo: 1.9) quando este vem desacompankado do artigo definido: Espeava noticias tuas para de novo te escrever. (Anténio Nobre, Cl, 139.) PRONOMES ae 2.9) quando o substantivo jé esti determinado (pelo artigo indefinido ou por numeral, por pronome demonstrative ou por pronome indefinido): Reccbi, ao Rio, no dia da poste no Instituto, um telegrama seu, de Eelicitagbes... (Boclides da Cunha, OC, Note este erro seu: nfo hi em mim (que eu seja consciente) 0 menor espltito de rentineiz oa de esquecimento de mim ackson de Figueiredo, C, 177. Como tu foste infel A certas idelas minhas! (Fernando Pessoa, OGP, 85.) 3.9) nas interropacdes ditectas: Onde estais, enidados meus? (Manuel Bandeita, PP, 25.) 42) quando hé énfese: — Tu afo lusteas a8 unhas! ta trabalhas! tu és digna fitha minha! pobre, mat honostal (Machado de Assis, OC, I, 672) Emprego ambiguo do possessive de 3.* pessoa. indiferentemente 20 possuidor seja este possuidor masculino ‘As formas seu, sua, seus, suas aplica da 3.8 pessoa do singular ou da 3.* do plu ‘ou feminino. 0 facto de o possessive concordar unicamente com o substantive deno- tador do objecto possuldo provoca, nfo taro, divida a respeito do possuidor. Por exemplo, @ Bstando com Jilia, Pedro fez comentitios sobre os seus exames. tem um enunciado equfvoco: os comentétios de Pedro podem ter sido fei- tos sobre os exames de Julia; ou sobre os exames dele, Pedro; ou, ainda, sobre os exames de ambos. 330 BREVE ORAMATICA DO PORTUGUES CoNTEMPORANEO Assim sendo, 0 locutor devera expressar-se, conforme a sua intengio: Estando com Julia, Pedro fez. comentirios sobre os exames dela. Estando com Jilis, Pedro fer comentitios sobre os exames dele. Bsrando com Jills, Pedro fer comentisios sobre os exames deles, Reforgo dos possessivos. © valor possessivo destes pronomes nem sempre & suficientemente forte. Quando hi necessidade de realgar a ideia de posse —quer visando A clateza, quer & énfase —, costume-se reforgé-los: 2) coma palavra priprio ou mesmo: ‘Mais uinidos sigamos e nfo tarda ‘Que ew ache a vida em tua préptia morte, (Guimartes Passos, YS, 46.) >) com as expresses dele(s), dela(s), no caso do possessiva da 3.8 P 3 pessoa: ‘Montaigne explica pelo seu modo dele a (@achado de Assis, OC, Valores dos possessivos, © Puonome nossusstvo nio exptime sempre uma relacio de posse ou pertinéacia, zeal ow figurada. Ne lingua moderna, tem cle assumido milti- plos valores, por vezes bem distanciados daquele sentido originério, Mencione-se o seu emprego: @) como indefinido: Tinka tido @ seu orgutho, a sua-calma, a sua cetera. (Miguel Torga, V;, 216.) 4) par indicar aproximagio numética: Entrou uma mulherinka de seus quarenta anos, decidida ¢ de passo feme, (Fernando Sabino, HIN, 164.) RONOMES 251 4) para designar um hébito: Neste instante, « Judite voltou-se ¢, abandonando as companheisss, velo desfazer © cumprimento com um repente dos seus. (Almada Negreitos, No Sente-se em todos esses empregos do rosssssrvo uma certa carga afee- tiva, mais aceatuada nos que passamos agora a examina, Valores afectivos. 1. Variados so os matizes afectivos expzessos pelos Possessivos. Servem, por vezes, para acentuar um sentimento: 4) de deferéncia, de respeito, de polidez: —Morrer, meu Amo, s6 uma vez! (Aniénio Nobre, 5, 106), 4) de intimidade, de amizade: ~—Dispde de mim, meu velho, estou as (Attar Azevedo, CFM, 6.) s ordens, bem sabes. simpatia, de interesse (com seferéncia a personagem de uma narrativa, a autox de Icitura frequente, a clubes ou associagées de que scja sécio ow aficionado, etc.): (Ora bem, deixa-me transcrever o meu Saint-Exupéry. (etnando Namozs, RT; 190.) Onde esti 0 meu Tenentes do Diabo? (José Lins do Rego, B, 262.) 4) de itonia, de malicia, de sarcasmo: Todos aqueles santos vardes comiam, bebiam 0 eeu vinbo do Porto 2 copa. (ga de Queirés, 0, TL, 17.) Observe-se que, nos dois tltimos casos, o possessive vem normalmente acompanhado do artigo definido. 2, De acentuado cardctet afectivo & também a consttugio em que uma forma feminina plural do pronome completa a expressio fazer (ou dizer) 332 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANDO ma das = praticar uma acgio ou dizer algo particular, getalmente passivel de critica: Com aquele génio esquentado € capaz de fazer uma das dele. (Castro Soromenho, TM, 175.) Nosso de modéstia ¢ de majestade. Paralelmente 20 emprego do pronome pessoal nés por av nas férmulas de modéstia ¢ de majestade que estudémos, aparece 0 do POssESSIVO nost0 (oa) por meu (orinba). Comparem-se estes exemplos: a) de modéstia Este livso nada mais pretende ser do que um pequeno ensaio. Foi nosso escopo encontrar apoio na histéria do Brasil, aa formagio e erescimento da socledade brasileia, pare colocar a lingua no seu verdadeiro lugar: expres. sto da sociedede, inseparivel da da civilizagzo, (erafim da Silva Neto, IELPB, 11,) ¥) de majestade: Mandamos, que 0 gus, sui mete como mulher, sem owes cas, de qualquer nagio que seam, que coma ele andace, nin entre eon oason Reinos © Senhosice. . (Ordenagées Filipinas, livro V, titulo 65.) Voss de ceriménia, © uso do pronome pessoal sds como tratamento cerimonioso aplicado um individuo ou a um auditério qualifeado leva, natuzalmente, a igual ‘emprego do rossessivo #0ss0 (a). Exemplos: Nunca vosso avd, meu senhor ¢ marido, achou que me mio fosse posst- ‘vel compreender 0 Animo dum grande portagués. ‘ose Regio, ERS, 65.) Levarcis, Seshores Delegados, aos voss0s Governos, 4 vossa Pitris, estas declaragdes que sto a exptescio sincera dos seatimentos do Governo ¢ do Povo Brasiieco. Batio do Rio-Branco, D, 98.) Substantivagio dos possessivos. Os possessiv0s, quando substantivados, designam: PRoNouES 233 Rowen ts 4) no singular, o que pertence a uma pessoa: ‘A rapatiga nfo tinha um minuto de eeu, (Alberto Rangel, IV, 61.) 4) no plural, os parentes de alguém, seus companheiros, compatriotss ou cotteligionatios: Nio me podia a Sorte dar guatida Por nio ser en dos seus. (Femando Pessoa, OP, 12.) PRONOMES DEMONSTRATIVOS 1. Os PRonous pEMoNsrRATtVos situam a pessoa ou a coisa designada ‘elativamente As pessoas gramaticais. Podem situ‘-la no espago ou no tempo: A capacidade de mostrar um objecto sem nomeé-lo, « chamada PUN- gko pufcrtca (do grego deiktikis = proprio para demonstrat, demonstra. tivo), € a que caracteriza fundamentalmente esta classe de pronomes. 2, Mas 05 DEMONSTRATIVOS empregam-se também para lembrar 40 ouvinte ou a0 Ieitor 0 que jé foi mencionado ou o que se vai mencionar: ‘A teraura nfo embarga a discrigio nem esta diminoi aquela, (Machado de Assis, OG, I, 1.124). © mal foi este: criar 0s filhos como dois principes. (Miguel Torga, V, 309.) B a sua ruNcko anaréuica (do grego anapborikér — que faz lembrat, coue traz 2 meméria). Formas dos pronomes demonstrativos. 1 Os Pronomes peonsrnartvos apresentam formas variéveis © formas invatidvels, on neutras: DREVE GRAMATICA DO roRTUGUs CONTEMPORANEO 134 Masculine Feminino exe costes esta estas isto aquele aqueles aquela aquelas aquilo 2. As formas vati pronomes adjectivos e com Este livro & meu. Mex livro 6 este. 3 As formas invariaveis (isto, isso, aguilo) so sempre pronomes subs- tantivos. 4 Estes DEMONsrnarivos aquela e agiilo contraem-se ainda com a preposicéo 2, dando: Aigueley agrela © aguile. 5. Podem também set DEMONsrRAMIVOS 0 (4, as, a3), mesmo, priprio, semeibante € ial, como veremos adiante. Valores gerais. Gonsiderando-os nas suas telagBes com as pessoas do discasso, podemos estabelecer as seguintes caractetisticas gerais para 0s PRONOMES DEMONS- “rRartvos: Este, esta e isto indica: 2) 0 que esta perto da pessoa que fala: Esta casa estard cheia de flores! Ci te espero amanhal Nao te demozes! (ugénio de Castro, UV, 59.) ») 0 tempo presente em relagio & pessoa que fala: Eeta tarde para mim tem uma docura nova. Ribeiro Couto, PR, 83.) 5 28) Esse ea e iso designam: 4) o que est perto da pessoa a quem se fala: asa suas ‘os édios que dos paca semps ias avulso, ease teu calor, esse tis0, esea amizade mesmo rocuro-Ihes em vio 66, que os teus olhot estfo fecha (Leandino Vieira, NM, 30.) 4) 0 tempo passado ou fututo com relagio a época em que se coloca 4 pessoa que fala: Bons tempos, Manvel, esses que jd lé vo! Desses longes imaginados, dessas expectativas de sonho, pessava cle 0 exame da situagio da Europa em geral e da Alemanha em patticular. (Gilberto Amado, DP, 92.) 39) Agle, aguele © aguile denotan: 2) 0 que esti afastado tanto da pessoa que fala como da pessoa a quem se fala: —Agquele sujeito mora ali hé muito tempo? Voce deve saber. = Que sujeito? —Aquele que esté escrevendo acold, no jardim da casa de pensto, — nto ve? (Arar Azevedo, CFM, 90.) 2) um afastamento no tempo de modo vago, ou uma época remota: —Naquete tempo era uma boa casa de banho, —Naquele tempo, Ors, naquele tempo! (Marin Juaite de Carvalho, TM, 41.) Diversidade de emprego. 236 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO sua presenga. Linguisticamente, esta aproximagio mental tmaduz-se pelo emptego do pronome este (esta, isto) onde seria de esperar exe ou aguele Sirva de exemplo esta frase de um personagem do romance Fogo Morte, de José Lins do Rego, em que o advérbio 4é se aplica 4 sua casa, da qual no momento estava ausente: —Eu 6 queria ostar If para receber estes eachortos a chicote. FM, 298.) ‘Tudo € licito aqui nessa Sumatra, Jorge de Lima, OC, I, 661.) Outros empregos. x. Este (esta, isto) & a forma de que nos secvimos para chamar a aten- gio sobre aquilo que dissemos ou que vamos dizer: —Justamente, traz uma comunicagio reservada, seservadissima; neg6- clos pessoals, D4 llceaca? Dizendo isto, Rubizo mete a carta no bolso; 0 médico sain; ele xespiron, (Machado de Assis, OC, 1, Minha tristeza € esta— ‘A das coisas reais. (Fernando Pessoa, OP, 100.) 2, Para aludirmos 20 que por n6s foi antes mencionado, costumamos usar também o demonstrative esse (0 Nao havia que pedie de fiado nas lojass a a0 menos, © Agostinho Serra abria bem ## (Alves Redol, G, 94.) teria sempre lume. Nisso, 3. Ewe (ss, ize) & a forma que empregamos quando nos referimos 40 que foi dito por nosso interlocutor: —Voot, perdendo & n0i =F tenho feito iaso. (Machado de Assis, OC, U » & capaz de nio dormir de dis? PRONOMES 337 4 Tradicionalmente, usa-se xisto no sentido de dention, enesse mo- menton: ‘Nisto, ouvimos vozes e passos. (Augusto Abelaira, TM, 112.) Posigio do pronome adjectivo demonstrative. 3. O pemonsrnanivo, quando PRonome anjmcrivo, precede nor- rmalmente 0 substantivo que determina: estes homens ¢ estas mulheres masceram para tabalhas, (José Saramago, LC, 527.) 2. Pode, no entanto, vir posposto ao substantive para melhor espe- cificar 0 que se disse anteriormente: >» Sid Bina era ainda comadre de Nhé Felico, pois bapizara ‘Poncon anns, Abo esse do segundo casamentr Ribeizo Couto, G, x45.) 3. Usa-se para determinar 0 aposto, geralmente quando este salicnta uma catactetistica marcante da pessoa ou do objecto: Aclequim é 0 D. Quixote, esse livzo admirtvel onde'se experimentam a0 at livre, de dia c de noite, ¢ attavés de todas as eventualidades os preceitos da ‘Honta © das outras teorias. (Almada Negreitos, OC, I, 90.) 4- Esse (¢ mais raramente este) emprega-se também para por cm relevo ‘um substantive que The venha sateposto: © padre, esse andava de coragio em sleiuia, Qfigoel Torga, CM, 47.) Alusio a termos precedentes, Quando queremos aludit, disciminadamente, a termos jf mencio- 238 DRIVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO aados, secvimo-nos do DEMoNsrRATIVo agiele para o referido em primeito lugar, ¢ do DEMONSrRATTVO «:4e pata o que foi nomeado por tlkimo: A teenuta no embarge a discrigto nem esta diminui aguela, (Machado de Assis, OC, 1, 1-124) Reforgo dos demonstrativos. Quando, por motive de clareza ou de énfase, queremos precisar a situs- gfo das pessoas ow das coisas a que nos referimos, usamos acompanhar 0 DEMONs'RAmIvo de algum gesto indi 4) com 0s advétbios agui, af —Espera al, Hete aqui jé pagou. Agora vocts ¢ que vio engolit tudo, se maltratarem este 2a los Drummond de Andrade, CB, 33.) 8) com as palavias mesmo © priprio: =O Relogio da Sé em casa de Sersalheico? Esse mn Od ove préprio, (D. Francisco Manuel de Melo, AD, 16.) ‘Valores afectivos. 1. Os DEMONSTRATIVOS tetinem 0 sentido de actuslizagio a0 de deter- i acompanhados em getal de entoa- istanciar no espago e no tempo as pessons ¢ as coisas a que se referem permite a estes pronomes expressarem vatiados matizes afectivos, em especial os irénicos. 2. Nos exemplos @ seguir, servem para intensificar, de scordo com a entoagio © © contexto, os sentimentos de: 4) surpresa, espanto: Passam vinte anos: chega Fle; Veem-se (Pasmo) Ele ¢ Ela: pRononens 239 4) admiragio, aprego: Aguile é que sio homens fortes. erzeira de Casteo, OC, I, 2) indignagao: —E tudo claro como gua: este cio roubowsme. Acabo ainda hoje com este malandrol Isto nfo fica assim. (Femando Namora, NM, 193.) 4) pena, comiseragio: Coitade de D. Ritinhal Aquilo que é mesmo uma santa, (Gastio Ceuls, OR, 442.) ¢) itonia, malicia: Este Brés! Nto thes digo nadat (A. de Aleintara Machado, NP, 57.) A) sarcasmo, desprezo: —Depois transformaram a senhore nleso, D. Adélia, Um trapo, oma velba som-vergonka, (Gciliano Ramos, 4, 156) 3. Digao de nota & o acentuado valor irénico, por vezes fortemente depecciativo, dos neutros ite, isso ¢ aguil, quando aplicados a pessoas, como estes passos: Aquilo, aquele pobre homenzinho emarelento, dessorado, chocho... (Crbano Tavares Rodsigues, JE, 258.) Mas, pelos contrastes que niio rato se observam nos empregos afectivos, podem esses DEMonsTRariVos expressar também alto aprogo por determinada pessoa, Assim: —Bonita mulher, Como aquito vése pouco. Ble teve sorte, (Castro Soromenho, C, 160.) 240 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO. 4 As formas femininas esta © essa Gixaram-se em construgbes do tipo: ipticas Essa € boal Essa, ‘Besa ci me fica! ‘Mais’ esta. ‘Esta 6 final O(s), a(s) como demonstrative. (© pamonsrnartvo 0 (4; 0s, as) € sempre pronome substantivo e empre- gHse nos seguintes casos: 4) quando vem determinado por uma oragio ou, mais raramente, por uma expresso adjectiva, e tem o significado de aguele(s), aguela(s), ageilo: Tngrata para o8 da terra, oa para 08 que Pena Filho, LG, 120.) 2) quando, no singular masculino, equivale a it, isso, aguile,e exerce as fangbes de objecto directo ou de predicativo, referindo-se a um substantivo, a um adjectivo, 20 sentido geral de umma frase ou de um termo dela: © valor de uma deslusio, sabia ela, Miguel Torga, NCM, 153.) Nao cuides que ato era sincero, ero. (Machado de Assis, OC, 1, 895. Substitutos dos pronomes demonsteativos. Podem também funcionar como DEMONSrRATIVoS as palavras fal, mes, Priprio © senelbante. % Tal 6 peqonsrnarivo quando sinénimo: 4) de ester, westar, ciston, aesser, ccssar, cisso», «aquelen, «aquelar, caquilon: Quando tal ouvi, respirci.. (Anténio de Assis Jinios, SM, 176.) 2) de «semelhanter: Houve tudo quanto se faz em tais ocasides. (Machado de Assis, OC, IL, 197.) PRONOMES aa 2. Memo © préprio sto Dswonsrnartves quando ttm o sentido de sexacto», «idénticon, cem pessoan: Bu nfo posso viver muito tempo na mesma casa, na mesma ma, a0 mesmo sitio. (Laandino Vieira, JV, 62.) —Foi a propria Carmélia quem me fez 0 convite. (Giro dos Anjos, DR, x61.) 3+ Semellante serve de vewoxsrrarivo de identidade: © Lncas reparon isto © doew-se intimamente de semelhante descido, (Miguel orga, CM, 84) PRONOMES RELATIVOS Sto assim chamados porque se teferem, em segra geral, a um tertmo antetior — 0 awmceDENTE. Formas doo pronomes relatives. 1. Os PRoNomes RELATIVOS apresentam: 4) formas varidveis e formas invariéveis: ‘Varliveis 4) formas simples: que, quent, exjo, quanto ¢ andes © forma composta: 0 gut. 2. Antecedido des preposigbes,«e de, 0 pronome onde com clas se aglu- tina, produzindo as formas aonde e donde. 2a nev GRaMdaxca Do roRTUGUES coNTEMPORANEO Natureza do antecedente. (© anmecennnre do PRONOME RELATTVO pode ser: 2) um sunsranrvo: Demme as eigarras que ex ouvi menina, (Manuel Bandeita, PP, 1, 387.) 2) um pRoNous: ito seris tm que 0 vés assim? (Antonio Séegio, D, 3) 6) um aDjctivo: AAs opinides tém como as fratas 0 seu tempo de maduceza em que se tornam doves de azedas ou astringentes que dantes eram. (Marqués de Matict, M, 166.) 2) um Apvéxaro: 1Lé, por onde se perde a fantasia No sonho da beleza; If, aonde A noite tem mais luz que o nosso dia... (Antero de Quental, SC, 62.) uma oRAGKO (em rogea resumida pelo demonsteativo 0): $64 febre aumeata um pouco, 0 que nfo admiraré ningués. (atéaio Nobre, CI, 143-6) Pronomes relativos sem antecedente, X, Os PRONOMuS xELATIVOS quent € onde podem ser empregados sem antecedente em fises como as seguintes: Quem tem amor, ¢ tem calma, tem calms... Nao tem amor. (Adelmar Tavares, PG, 81.) Passeias onde néo ando, ‘Andis sem ex te encontrar. (Pecnando Pessoa, OGP, 47.) PRON: 245 eee eee ee Serres eserseree gs Denominam-se, entio, RELATIVOS INDEPINIDOS. 2, Nestes casos de emprego absoluto dos RELazivos, muitos gramiticos admitem a existéncia de um antecedente interno, deseavolvendo, para efeito de anilise, quem ci agnele gut, © onde em no Inger ens que. Assimn, os exemplos citados se inverpretariam: Aquele que tem amor... Passelas no Ingar em que nfo ando... 3+ Oantecedente do RuLarivo grauto(s) costuma set omitido: Hoje penso quanto fago. (Pernando Pessoa, OP, 92.) Fungio sintéctica dos pronomes rclativos. Os PronomEs RELATIVOS assumem um duplo papel no perfodo com teptesenterem um determinado antecedente ¢ servirem de clo subotdinante a oracZo que iniciam. Por isso, 20 contririo das conjungtes, que sfo meros conectivos, ¢ io exercem nenhuma fangio interna nas ofagies por clas introduzidas, estes pronomes desempenham sempre uma fuagio sintictice ‘nas ofagées a que pertencem. Valores © empregos dos relatives. Que 1. Que Eo novanivo bisico. Use-se com refecéacia a pessoa ou coisa, zo singular ou no plural, ¢ pode iniciar oragées ADJRCKIVAS RESIRITIVAS ¢ EXPLICATIVAS: —Nio diz nada que se aptoveite, esse rapaz! (Agustina Bessa Luls, OR, 154.) © ministro, que acabava de jantas, fumava calado e pacifico, (Machado de Assis, OG, I, 638.) 2, © antecedente do xeLavtvo pode set o sentido de uma expressio ou oracio anterior: EE seu cabelo em cachos, cachos d'avas, E negro como a capa das vitvas.. (A maneita o traci das vi 24 DREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO 4 i Terre’ Neste caso, o que ver geralmente antecedido do demonstrative ¢ ow dda palavea coisa ou equivalente, que resumem a expressio ou oragio a que (0 RELATIVO se tefere: “Achouse mais pridente que ev me safssse pelos fundos do prédio, 0 ‘que fiz to depressa quanto pude. (Ciro dos Anjos, MS, 328.) 3. Por vezes, o antecedente do gue nfo vem expresso: ‘A uma pergunta assim, a rapatiga nem sebia que responder. (Miguel Torge, NCM, 184) Qual, 0 qual x, Nas oragSes ADJECTIVAS SXPLICATIVAS, © pronome git, com ante- cedente substantivo, pode ser substituido por 0 gual (a gual os quais, as quats) + wia, acentua-se a evolugio do latim vulgar, de hi muito diversificando-se em dialectot Durante o sen dominio, falado na peninsula, 0 gual vis virios Gaime Cortesto, FDFP, 42.) 2. Esta substituigio pode ser um recasso de estilo, isto 6 pode ser aconselhada pele clureza, pela cufunis, pelo riuuo do euuuciado. Mis hi coos ‘em que 2 lingua exige 0 emprego da forma o gil. Precisando melhor: 42) © RmAvIVo gue emprega-se, preferentemente, depois das preposigées monossilibicas 4, com, de, em © por: A verdade é um postigo ‘A que ningaém vem falar. (Fersando Pessoa, QGP, 21.) , essenciais ou acidentais, bem como 4) as demais preposigies ith obrigatétia ou predominantemente as locugées prepositivas, const com 0 pronome @ gual: Tithe vndo para se ibertar do abismo sobre o qual sa neg alma vivia dcboigads tiguel Torga, NCH, 49.) Uma visita de des quatco palavras no ps apenas, durante os quais D. Benedita disse Vamos para 0 N (Machado de Assis, OC, Uy 516.) 2 ge UU TE ©) equal é também a forma usada como patitivo apés certos indefinidos, numerais supetlativos: Cinco cadeiras das quais uma de bragos mo centro do semicieulo, (Costa Andtade, NVNT, 13.) Quem 3. Na lingua contemporinea, quem s6 se emprega com referéncia a pes- soa ow 4 alguma coisa personifcada: Feliz € quem tiver netos De quem ta sejas av6! Fernando Pessoa, OGP, ‘A mim quem converten foi o sofrimeato, (Costho Netto, OS; I, 405.) 2, Como simples aetarivo, isto & com referéacia a um antecedente explicit, quem equivale a co qual e ver sempre antecedido de preposicio: ‘A senhora a quem cumprimentara era esposa do tenente-corone! Veigs. (Macha de Astis, OC, TL 172) Cujo Cijo 6, 2 um tempo, relative e possessive, equivalente pelo sentido a do qual, de quer, de que. Emnptega-se apenas como pronome adjectivo © con- corda com a coisa possufda em género © némero: Convento d'dguas do Mar, 6 verde Convento, Cuja Abadessa secular € a Lua B cujo Padre-capelto € 0 Vento... (Anténio Nobre, 5, 28.) Quanto Quanto, como simples relativo, tem por antecedente os pronomes indef- niidos tudo, fades (ou todas), que podem set omitidos. Dal o seu valor também indefinido: Bm tudo quanto olhei iquei em parte. etnando Pessoa, OP, 251.) a6 DREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO Entre quantos te rodeiam, ‘Te ato enxergas tens pals. (Goncalves Dias, PCP, 385.) Onde . Como desempenha normalmente a fango de adjuato adverbial (€o lugar em que, 20 qual), onde costuma ser considerado por alguns gra- méticos ADVEREIO RELATIVO: Sou 0 mar sem borrasca, onde enfi (Antéaio Nobre, ‘Vela 20 entrares 10 porto Aonde o gigante esl Eaguades Varela, VA, 76,) Nio perecberam ainds onde quero chegar. (Alves Redol, BC, 47) Nem mesmo a concorrtacia de ambas as formas num s6 enunciado: Bla quem é, meu eosagio? Responde! Nada me dies. Onde mora? Aonde? (Ceixeisa de Pascoses, OC, TH, 14) PRONOMES INTERROGATIVOS x. Chamam-se myxERROGATIVOS 08 ptonomes gue, quem, qual © quanto, ‘empregados para formular uma pergunta directa ow inditecta: Que trabalho esto fazendo? Digi-me que trabalho estio fezendo. aonowes ae Qual dos livros prefeses? Ni sei qual dos livzos preferes. Quantos passageitos desembarcazsm? Pergunte quantos passagelros desembascaram, 2, Os PRoNoMs murERKOGATIVoS esto estreitamente ligados aos pro- nomes indefinidos. Em uns ¢ outros a significagio ¢ indeterminada, embora, no caso dos interropetivos, a resposta, em geral, venha esclarecer 0 que fol perguntado. Flexio dos interrogativos. Os nerennocanvos qu € quem so invaridveis. Qual Rexionase em ‘nGmero (qual — quais); quanto, em género € em mimeto (quanto — quanta — — quantes — quantes). Valor ¢ emprego dos intesrogativos. Que 3. O neTennocartvo gue pode ser: 4) pronome substantivo, quando significa aque coisa»: Que tencioua fazer quando sais daqui? (Augusto Abelaica, 7 #6.) 2) pronome adjective, quando significa «que espécie den, ¢ neste caso refete-se a pessoas on a coisas ‘Que mal me havia de fazer? (Miguel Torga, NOM, 47.) 2, Pata dar maior éafase & pergunta, em lugar de que pronome subs- tantivo, usa-se 0 que: ‘0 mundo? O que € 0 mundo, 6 meu amor? lorbela Espanca, 5, 90,) 3+ ‘Tanto uma como outra forma pode ser reforcada por é que: Que € que o seahor esté fazendo? gritouthe. O que € que ex vejo, nestas tardes tristes? (Teixeira de Pascones, OC, TH, 24:) as pRivE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO Quem t. OINTERROGATIVO quem & pronome substantive € refere-se apenas a pessoas ou a algo petsonificado: Quem milo a canta? Quem? Quem nio a canta ¢ sente? (Jorge de Lima, OC, T, 212.) Mas a Tdela quem €? quem foi que a viv, ‘essa encoberta peregrina? (Antero de Quental, SC, 59.) a. Em oragdes com o verbo ser, pode servir de ptedicativo a um sujeito no plural: Sabem, acato, 08 vultos, quem vio sendo? Qual 1. Onnmsrnocarivo gual tem val ¢ pode referir-se tanto a pessoas como a coisas. Ust-se geralment ome adjectivo, mas nem contiguo. Nas perguntas feitas com 0 verbo ser, costuma-se empregar o verbo depois de gual: Qual é 0 hotel, em que rua fca? (Urbano Tavares Rodrigues, NR, 76.) 2, A ideia selectiva pode ser reforgada pelo emprego da expressio qual dos (das ou de), anteposta 2 substantive ou a pronome no plural, bem como # numeral: Qual dos senhores ¢ pai dum menino que esté de cévoras no jazdim bé mais de meia hora? (Anibal M. Machado, JT, 51.) Qual deles tinha coragem para comesat? (Fernando Namora, TJ, 293.) Quanto © merernocarivo quanto € um quantitativo indefinido. Refere-se a pes- soas ¢ & coisas e usa-se quer como pronome substantivo, quer como pronome adjectivo: Quanto devo? (Graciliano Ramos, A, 167) Quantas sementes Ihe dis tu? (Fernando Namora, TJ, 158.) PRONOMES 249 Emprego exclamativo dos interrogativos. Estes pronomes sto também frequentemente usados nas exclamagées, que nfo passam muitas vezes de interrogagdes impregnadas de admiragio. Con. forme 2 curva tonal e 0 contexto, podem assumir entio os mais vatiados matizes afectivos. Comparem-se as frases seguintes: ‘Que inocacia! Que auroral Que alegria! (eixeisa de Pascoaes, OC, Hl, 140) —Coitadal.... quem juem imaginaria que acabaria asim!?... Gnténio de Assis Jinior, JM, 52. — Quais feitios, qual vidal (Miguel Torga, CM, 30.) Ai, quanto veludo e seds, © quantos nos brocados! (Ceclia Mireles, OP, 665.) PRONOMES INDEFINIDOS ‘Cluusaurse 1xDKEINIDOS 08 pronomes que se aplicam A 3.8 pessoa gea- matical, quando considerada de um modo vago e indetetminaion Formas dos pronomes indefinidos. (Os pronouns miDEFEVIDOS apresentam formas vatiéveis e invaridveis: algum nechim —_neshuns neg todo todos mo coxtro outros crea muito muitos ada pouco ppoucos ede extto cetos algo visio Vésios tanto tantos quanto quantos qualquer guaisquer 350 DREVE ORAMATICA DO PORTUGURS CoNTEMPORANEO yo oi eevee’ Locugées pronominais indefinidas. Dé-se 0 nome de LOCUGGES PRONOMINAIS INDEMINIDAS a0s grupos de palaveas que equivalem @ PRONOMES INDEFIEDOS: cade am, cede qual, quem (quer que, todo agnale que, soja quem for, sija qual for, etc. Pronomes indefinidos substantivos ¢ adjectivos. x. Os mpzrnstnos alguém, ninguém, outrem, alge, nada ¢ indo 6 se usa como pronomes substantivos: B se alguém fosse avisar a Guarda? (Miguel orga, NCM, 52.) ‘Ninguém ainda inventou fsforos contra 0 veato? (CAngasto Abelaica, OP! Outrem a sepetin [a frase do discuss (Machado de Assis, Minha ‘Teresa tem algo a me dizer, nfo é (Jorge Amado, TBCG, Nio devo mada a ninguém. (Alves Redol, BC, 43.) ‘Tudo na vida sto verdades de relacio. ‘(Urbano Tavares Rodrigues, JE, 309.) muita gente a fez sua, 2. Algus, nenbuns, todo, ontro, muito, ponco, vério, tanto © quanto sko ptonomes adjectivos que, em certos casos, se empregim como pronomes sabstantivos. Assim nestes periodos: ‘Todos estevam admirados. (Cestto Soromenho, TM, 186.) Quando nos tornamos a ver, nenhum teve ‘aul Pomptia, , 3+ Certo 6 se usa como pronome adjectivo: © outro a minima palavra, Cortos homens exgueram-se acima do seu tempo, scima da civilizacio, (Augusto Abelsica, TM, 79.) 4 Tambémn os anpernerpos cada € qualquer, de acordo com a boa t= digio da lingua, devem sempre vir acompankados de substantive, pronome ‘ow numeral cardinal: PRONOMES asr promowes ast Cada coisa a seu tempo tem seu tempo. (Fernando Pessoa, OP, 206.) Qualquer caminho Em qualquer ponto seu em dois se parte. (Fernando Pessoa, OP, 476.) Valores de alguns indefinidos. Algum ¢ nenhum 1. Anteposto a um substantivo, alge tem valor positive, 1 0 contes- tio de menbum: Com ele pods arranjar alguma coisa, (Casts Soromenho, TM, 248.) io havia ncle senio aspitagio & grandeza verdadeira; nenhum cabo- tinisme, neniuma vaidade, e sim um compreensivel orgulho. ‘Augusto Frederico Schmidt, F, 257.) 2, Posposto a um substantive, alga assumiu, ne lingua moderna, significagio nogativa, mais forte do que a expressa por nenbunr. Ean geral, 0 INDEFRNIDO adquire este valor em frases onde é existem formas negativas, como nde, nem, seme: Jf nfo morria naquele dia ¢ aio tinha pressa alguma em chegar casa Gececisn de Castt0, OC, 1h 654.) 3+ Reforgado por negativa, uenbu pode equivaler ao iNpEFINIDO Esse capitio niio foi nenhum oficial de patente, mas um auténtico capi- ‘lo de tetra e mar de Quatrocentos, a0 mesmo tempo piloto dos mares de Noroeste e regedor de capitania (Vitorino Nemésio, Cl, 205.) Cada 1. Como dissemos, deve-se empregar 0 INDEFRUDO cada apenas como PRONOME ADJECTIvO. Quando falta o substantive, usa-se cada nm (ana), ade qual: Lé no fundo eada um espe: gre (Carlos de Oliveira, PB, 156.) asa DREVE GRAMATICA DO PoRTUGUES CONTEMPORANZO Cada qual sabe de sua vide. Gorge Amado, MIM, 95.) 2, Cada pode preceder um numeral caedinal para indicar discriminaggo ntre unidades, ou entre grupos ou séries de unidades: De cada diizia de oves que vendlia, a metade era lucro. Vinha verme cada erés diss, 3+ Tem acentuado valor intensivo em frases do tipo: —Voeé tem cada umal (Gniiiano Ramos, OH, 75) Certo 1. _Cerfo é PRoNoMn mspernviDo quando anteposto a um substantivo. 0 a capacidade de particularizar o ser expresso pelo substantivo, © dos outros da espécie, mas sem identifcé-lo. em geral, 0 artigo indefinido, A presenca deste torna a expres- fo menos vaga ¢ di-the um matiz afectivo: Silvio aio pede um amor qualquer, adventicio ou anéaimo; pede um ‘esto amor, nomeado e predestinado (Machado de Assis, OC, Tl, 552.) 2, E adjectivo, com o significado de wseguron, evetdadeiton, aexacton, iebs, «constanten: 4) quando posposto 20 substantivo: Homens de piso certo, seus passos derivam de suas lagoas inteciores de resignasto, re eceaace (Arnaldo Santos, P, 177.) 4) quando anteposto a0 substantive, mas precedido de pal prima gradacio: . onic Pauls cet amigo é Joto do que Pedro, wo certo amigo € Joo como (Bouse da Silveira, LP, 244.) Nada 3. Nada significa «nenhuma coisa», mas equivale a ealguma coisa» em ses interrogativas negativas do ti ‘ rane De tempos em tempos aparccia, perguntava se eu no queria nada, (Mitio de Andrade, CMB, 285.) Prono 235 2, Junto a um adjectivo ou a um verbo intransitive pode ter forga adverbial: —Nio foi nada cato, tive um grande desconto. (Augusto Abela, OPN, 14.) © cavalo no correu nada. Outro, . Campre distinguir as expressoes: 2) ontro dia, ow 0 oxtro dia = umn dia passado mas préximo: — Outro dia fai casa do Sebastio 1d acceet umn café, (Gatlos Drummond de Andrade, FA, 209. Contou-me a Ama, 0 outro dia, Que Deus, somente o veria Quem fosse Anjo, ninguém mais. (Ant6nio Corréa d’Oliveia, M, 92.) 4) 0 outro dia, on ao ontro dia = n0 dia seguinte: No ontea aia, de volta do campo, enenntrei no slpentire Jato Nogueira, Padilba ¢ Azevedo Gondim. (Graciliano Ramos, 5B, Partin 0 navio, a0 outro dia de manht. (Manuel Ferreira, HE 2. Em expresses denotadoras de am do outro, nov para 0 outro, conserva-se em geral a forma masculina, ainda que aplicada a individuos de sexos diferentes: A Jodite dava toda a stengio 20 sen pas, 2 uma distincis perigosa um do outro. (Almada Negeciros. NG, 95.) 3. Outro pode empregar-se como adjective na acepgio de «diferente», eenudadon, «novon: Era outro homem, fora fundido noutro cadiaho. erseita de Castro, OC, Hh, 95.) Qualquee ‘Tem por vezes sentido pejorativo, particularmente quando precedido 54 nave GRAWATICA DO PORTUGUES CoNmMPORANEO de attigo indefinido: — Jil, se en te filo assim € porque no te vejo como um qualquer. (José Lins do Rego, B, 233.) A tonalidade depreciativa tora-se mais forte se o indefinido vem pos- posto a um nome de pessoa: | Jé no exe uma Judite qualquer, era a Judite do Antunes. (Almada Negreiros, NG, 86.) Todo No Capitulo 9, estudémos 0 emprego do artigo com este IDEERMIDO, Aqui acrescenteremos 0 seguinte: x. No singular ¢ posposto a0 substantivo, ‘ody indica 2 totalidade das vartes: © confito acordou 0 colégio todo, Gilberto Amado, HMI, 163.) 2, ‘Também indica a totalidade des partes, quando, no singular, antecede im pronnme pessoal: A case, toda ela, gelava, (Catlos de Oliveira, AG, 61.) 3+ No plural, anteposto ou nfo, designa a totalidade sumética: ‘Todos os homens caminhavam em silencio. Gorseita de Casto, OC, 1,446.) ‘As culpas todas cram deles; aguentassem com cles! (Afrtaio Peixoto, RC, 449.) 4 Anteposto a am elemento nominal, aposto ou predicativo, empre- ‘se com 0 sentido de «inteiramenten, aem todas as suas partes, emuiton: Eras toda graga incompreensio. (Ribeiro Couto, PR, 226.) Tudo Refere-se normalmente a coisas, mas pode aplicar-se também a pessoas: Agui na pensto e na casa da lagon tudo dorme, (José Cardoso Pires, D, 339.) 12, Numerais ESPECIES DE NUMERaIS % Para indicarmos fata a uma de cxacta ae ae Jugar que elas Scupam nus a ie ony rence a pe le palavras — og Nowrars, NM Sie, empreg Os ‘wunrats podem se SARDINA'S, OnDIWAtS, seoxm PLrcArry 7 AIS, mn (CATIVOS @ ‘quantida, 2) ma quantidade com : certa de Sra | chaos dr nee 8 8990p Porous cinco ctotaos o may Chess “e) HOF legates azcite, 3. Os sens g 08 objectos ‘numa dada tie B ra m a ordem de su ‘substantivam ficilmente; as Eauivalem a adjectives, WE, 0 entanto, se Foi at ue se comon a pu OF0% a primeira de ue ch (Anténio de Alcéntara Machado, a 6 aneve GRAMATICA Do voRTuGUES CONTEMPORINEO equéncia, a substantivos, pot virem getalmente antecedidos de artigo: 4 um duplo receber, que € um duplo dar. (Joaquim Manuel de Macedo, RQ, 2.) Tinha 0 dobro da minha grossura e era vermelho como malaguets, erreiea de Castro, OG, 1, 154) 5. Os NUMERAIS FRAGCIONARIOS exprimem a diminuicio proporcional quantidade, a sua divisio. Ji pagimos a metade da divide. 586 receben dois tergos do ordenado. umerais colectivos. Assim se denominaim certos NUMERAIS que, como os substantivos colec- ros, designam um conjunto de pessoas ow coisas. Catacterizamse, 00 tanto, por denotarem 0 atimero de seres rigorosamente exacto, Bo caso snovena, dexena, década, dixia, centena, cento, lustro, milbar, milbeire, par. FLEXAO DOS NUMERAIS indinais, 1. Os NuneRats cAnDnvars wm, dois, € as centenas a partir de digentor ‘iam em género: um ‘uma duzentos duzentas dois duas trezentos trezentas 2. Milbao, biliao (ou bilbée), tilbae, etc. comportans-se como substantivos ‘atiam em némero: dois. mithoes vinte rilhies 3+ Ambos, que substitui o CARDRNAL os dois, varia em género. ambos ot pé ambas as mor 4 Os outros cARpINals sio invariéveis, uMmRats 257 Ordinais. Os NuMERAIS ORDRVAIS variam em género e némero: primeizo primeira primeiros ‘vigésimo ‘vigésima ‘primeiras ‘Yigésimos vvigésimas Multiplicativos. 1. Os Nummnass suumeiicartvos sfo invasiéveis quando equivalem 2 substantivos. Empregados com 0 valor de adjectivo, flexionam-se em ‘género © em niimero: Podia set meu avd, tem o triplo da minha idade, (Costiima tomar 0 semédio em doses duplas. 2 As formas multiplicativas déplie, irfplic, ete. vatiam apenas em agimero: Deranrse alguns saltes trfplices, Fraccionirios. 1. Os Nusmnars FRACCTONARTOS concosdam com os cardinais que indi- cam 0 niimeso das partes: Subscrevi um tergo ¢ Catlos dois tergos do capital. 2. Meio concord em género com o designativo da quantidade de que & fracgio: Compton tets quilos e meio de carne. Andou duas Iéguas e mela a pé. Observagio: No Brasil, em lugar de meio dia ¢ meia (bora), diz-se normalmente mio die e mie: Melo dia © meio... nada de Luzardo. (Gilberto Amado, DP, 147) 438 DREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTENDORANEO 2 ____Saais cman fries Do pontvauis cowrawroninco is colectivos. \imeros Numerais colectivos. N Cardinais ‘Ordinais ‘Todos os aumerais colectivos se flexionam em mimero: sonnets 219 a ; }————_____— kets décadas cinco. dzias | quatrocentos sadsingearésimo doje milheizos ‘quatro Tusttos i quiahentos uingentésimo seiscentos seiscentésimo ou sexcentésimo ctecentot septingentésimno Quadco dos numerais citocentor oetingentésimo MERAIS CARD’ noveceatos ongentésimo Low TNAIS B ORDINAIS oe wane Nimes tee dex mil dee. milésimos eee = i. eS Romanos | Arébicos i a um milhgo milionésimo ! i 1am Dilifo (ou bilbto) | bilionésimo I | a oe am terceiro, { 4 pice |] Valores e empregos dos cardinais, v1 sexto ' a) sétimo 1. Na lista dos carpmvars costuma-se incluir zero (0), que equivale a ed citavo 1 um substantivo, geralmente usado em aposigio: ono 7 décimo : rau Ze desinéncia zero XI tundécimo ou décimo primeleo eee pag duodécimooudécimo segundo ® en décimo tereeiro i a. Cen, forma reduzida de cenfo, usa-se como um adjectivo invariével: I a quince | com xapazes cem meninas xvI decasseis ow dezesscis xvi erassere ou dezesete - aus Conte & tacbém invatiével, Emprega-se hoje apenas: au a) na designagtio dos admeros entre cem ¢ digentas: “ cento © dole homens eto © dae mulhees L : Lie 5) precedido do artigo, com valor de substantivo: xxx : | Compron um cento de bananas, *c i agor caro pelo comm de pe: cc | coc 300 | trezentos teeeentésimo il €) na expressio cem por cento, 360 ‘preve GRAMAricA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO 4. Useee ainda cnt (ntigamente = um milhio de rs) 20 sentido de eqnil escudoso (em Portugal) € «mil cruzeisos» (no Brasil): ‘A. geavura easton dois contos. faa (que tambérn se escreve bilo, ipalmente no Brasil), outrora «um milhéo de milhdes ¢ ainda conserva em ‘pa Gri-Bretanha, na Alemasha eno mando de lingua espanhola. No Fraga, nos Estados Unidos ¢ em outros paises representa hoje ‘anil milhbess. Observasio: No Brasil guatorge alterna com eserge, que ¢ a forma normal portuguesa. Hm Portugal emptegam-se normalmente degarseis, degassete © decanore, wasian- {es desusadas no Brasil, Valores e empregos dos ordinais, 1, Ao lado de primciro, que € forma propria do onpnsat, a lingua portuguesa conserva o latinismo primo (-a), empregado: 4) seja como substantive, para designar parentesco (08 primas) ©, sa forma feminina (a prima), «a peimeisa das horas canénicas» © ea mais cle- ‘vada corde de alguns instrumentos; 1B) seja como adjectivo, fixado em compostos como obra-prima © matiria- prima, ov xa expressies como mineros primes. 2. Certos ORDENATS, empregados com frequéncia para exprimir uma qualidade, tornam-se verdadciros adjectivos. Compatem-se: Uin material de primeira categoria [= supecior) Um artigo de segunda qualidade [= infezior} Emprego dos cardinais pelos ordinais. Bm alguns casos o NUMERAL ORDINAL & substituldo pelo CARDINAL correspondente, Assim: 29) Na designagio de papas e soberanos, bem como na de séculos.c NUMERATS a de partes em que se divide uma obra, usam-se os ORDIWANS até décinw, e dai por diante o CARDINAE, sempre que o numeral vier depois do substantivo: Quando 0 numeral antecede 0 substantivo, emprega-se, porém, 0 oR- DINAL icin séelo ‘Vigésimo século ereeito acto, Décimo primeiro capitulo Sexto Canto Décimo quinto tomo 28) Na numeragio de artigos de leis, decretos e portarias, use-se 0 onpmat, até sore, € 0 CARDINAL de dez em diante: “Astigo 12 (primeizo) Artigo x0 (dex) ‘Astigo 9° (oono) ‘Astigo 4r (quarenta ¢ um) 5.9) Nas releréncias aos dias do més, usam-se 0s CARDINAIS, salvo na designacio do primeiro dia, em que € de regra o onprNAr. Também na indi- cagho dos anos ¢ das horas empregam-se 0S CARDINAIS, Chegaremos 2s seis horas do dia primeiso de maio. ‘So duas horas ds tarde do dia vinte e oito de julho de mil novecentos ¢ oltenta e tés, 49) Na enumerngio de piginas ¢ de folhas de um livro, assim como na de casas, apartamentos, quartos de hotel, cabines de navio, poltronas de casas de diversies ¢ equivalentes empregam-se 0s CARDINAIS. Nestes 1803 sente-se 2 omissio da palavea mimero: Casa 31 (trinta ¢ um) Apartamento toz (cento ¢ dois) Quarto 18 (dezoito) Se o numeral vier anteposto, use-se 0 ordinal: “Teeceita pagina Sogunda cabine Oitava folha ‘Teigésima primeinn cosa pamve GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO IL NUMERAIS MULTIPLICATIVOS E FRACCIONARIOS ‘Mulkiplicativos auplo, dobro, diplice ‘eno, pce a quiseple uae guinmpo Suite seavele seo seule ‘atmo Sepia sive sonuplo ono decplo dean andes Ceesino 0 onze ves rodeo Geodésimo on doze vos centésimo | saprego dos multiplicativos. Dos murripxicarrvos apenas dobro, duple e triplo sio de uso cortente s demais pertencem & Tiiywagem eradita, Em cou Iugas, empregase 0 tmneral cardinal segnido da palavsa sexes: quatro nezes,oito vexes,doge vee et. mprego dos fraccionirios. 1. Os Nuncinats #RacctowAnros apresentam as formas proprias meio 1a metadt) ¢ terse. Os detnais sio expressos: 2) pelo onomvat costespondente, quando este s© compée de uma 56 | alavia: quarto, quinio, décino, vigésino, milésime, ete.s 1) pelo canpmtax, costespondente, seguido da palavra Avos, quando opmiaL € uma forma.composta: srege avot, deqeito aves, vinte ¢ és avns, io ¢ quinge aves. 2. Exceptuando-se meio, os NoMERATS FRACCIONARIOS vém antecedi- fos de um cardinal, que designa 0 niimero de partes da unidade: um tere, 13. Verbo NOGOES PRELIMINARES ‘Verno é uma palavea de forma vatiivel que exprime o que se passa, ‘sto é um acontecimento representado no tempo, Na otagio exerce a fun- ‘io obrigatéria de predicado. Assim: ‘Um dia, Aparicio desaparecen pars sempre, (Augusto Meyer, ST, 25.) Como estavam velhos! (Agustina Bessa Luis, 5, 189) Anoitecera jé de todo. (Carlos de Oliveiea, AG, 19.) Flexdes do verbo. © verbo apresenta as vatiagdes de NGmERO, de wsss04, de mopo, de remro, de asrecro ¢ de vor. ‘Naimeros. ‘Como as outras palavras vatiéveis, o verbo admite dois aimeros: 0 SINGULAR € 0 ruuAL, Dizemos que um vetbo esti no singular quando cle se refere a ume 86 pessoa ou coisa , no plural, quando tem por sujeito mais de uma pessoa ou coisa. Exemplo Singular estado cestudas studs Plural cestadamos cestudais cestudam,

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