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volume 1 - teoria

Eduardo Roberto da Silva


Ruth R. Hashimoto

r:fJ CURSOS PRÁTICOS


� NOVA CULTUML I VESTIBULAR I
Química
SUMARIO
,

PROPRIEDADES DA MATÉRIA 2
..................... Massa molecular . .. ........ . . 54
................ .......... .....

Matéria e energia 2
............................................. Mol 55
.................................................................

Os estados físicos da matéria 2


...................... FUNÇÕES INORGÂNICAS 57
......................... ..

Transformações . 3
. ......... ..... .. ................. ........ Ácidos: conceito de Arrhenius 57
.......................

Propriedades características . . ..4


.. ................ . Bases: conceito de Arrhenius . 60
.............. .........

MISTURAS E SEPARAÇÃO DE Sais 61


.................................. ..............................

MISTURAS . . . . . .. ?
...... . . ........ .... ....... ..... . .. ... . .... Hidretos . 63
............. ............................................

Separação de misturas Óxidos 63


.................................. ..........................

heterogêneas 7
....... .... ....... ......... . .... . .... . .... . .... . ... Outros conceitos de ácidos e bases 64 ......... . . . . .

Separação de misturas homogêneas . 8 .......... ... ESTUDOS DOS GASES .. . ... .... . 66 ..... ............ .

. . . . . 8 Cálculos químicos . 73
..

Processos seletivos ..... ........... .... ......... .... ... .. ..... ........ ..........................

ESTRUTURA DO ÁTOMO ............ 10


................ Cálculos de fórmulas . 73
. ............................. . ... . .

Modelos . . . . 10
........................................ .... .... .... . Cálculo estequiométrico . .
....... . . 76
........ ..... ........ .

Modelo atômico de Dalton . 1O


. ....................... Cálculos com equivalentes . 79
.................... .......

Modelo atômico de Thomson 11


....... .............. SOLUÇÕES .. .
. ........ .. 82
.. ................. ..................

Modelo atômico de Rutherford 11


................... Unidades de concentração ............................83
Modelo atômico de Bohr . .
........... 13
...... ......... Diluição e concentração de soluções 87 ............

O modelo orbital... .
............. .... .... 14
... . ....... . .... Mistura de soluções 89
.......................................

TABELA PERIÓDICA 18
.. .. ....................... .... ..... Reações em solução aquosa 90
................ ........

Metais, não-metais e semimetais . 19


........ ......... TABELAS 93
............................. ..........................

Os períodos e os grupos da tabela PROPRIEDADES COLIGATIVAS 97 .................

periódica .
.......... . ..
................. . ... ;19
............ .... Número de partículas dispersas
Propriedades periódicas . .. 21
... ... .. ............ ........ numa solução 97
........................................... . .

LIGAÇÕES QUÍMICAS . , .............24


. .......... .. .. . . .. Tonometria . .. 98
..................................................

A teoria do octeto ...........................................24 Ebuliometria ..


.................... . . ... ... . . 100.. ........ ... ...

29 . . . 101
.

A teoria do orbital molecular .......................... Criometria .................... ..........

30 1O 1
............... ....

Ligação metálica .. .... .. .................. ........ . .... . .... Osmometria ................................. ........ ........

Ligações químicas e energia 30


........ . ............ .... TERMOQUÍMICA 103
................................. ........

Substâncias e propriedades 31
.................... . ..... Medida de calor de reação 103
..........................

Geometria molecular 32
... .. .. ................... . ........... Entalpia e variação de entalpia 104
....................

Moléculas polares e apoiares ........................37 Determinação indireta do


Ligações entre moléculas 39
........... . .................. calor de reação .
.......................... 106 . .... . ...........

Propriedades e estrutura das Tipos de calores e espontaneidade


substâncias 40
....... ......................................... das reações . . . . 109
........... ... ..... . .. . ........ ... ....

RADIATIVIDADE . .43 . . 111


...

. . . ...................................... CINÉTICA QUÍMICA ......................... ..... ....

Tipos de radiação .
................. 43
....................... Velocidade média de reação 111
......................

Leis da radiatividade .44


................................. .... Fatores que alteram avelocidade
Transmutação natural e séries de reação 112
...... .. .... .... ................................

:4'4 Teoria da colisão . . . . 115


.

radiativas ........... ........................ . ............... ... ........ ..... ............. .........

Transmutação artificial .................................. .45 EQUILÍBRIO QUÍMICO . . .. . 118


... .. .......... .. ... ... ...

Equações nucleares .. . .46


.. ... . ... ... ..... ...... . . ... . .... . Característica de um sistema em
Fissão e fusão nuclear. .46
. ... . . ... ................... . .... equilíbrio .................................................. 118
Cinética da desintegração radiativa . .46........ ..... A constante-de- equilíbrio . 119
.......................... ..

Aplicaç_ões da r,adiatividade .48


.......................... Deslocamento do equilíbrio químico . 122 ..... .....

REAÇOES QUIMICAS .49


.................................. Equilíbrio iônico . . . .
........ .. . . . .... . .
.... 123
.. .. ...... .. . ...

Leis ponderais das reações químicas .49 ........... ELETROQUÍMICA ....................................... 130
Lei volumétrica das reações químicas 52 .......... . Reações de oxi-redução 130
.......... .......... . .........

Massa atômica 53
............................................ ... Pilhas ou células eletroquímicas 134
..................
Eletrólise
....... .................... ............. .............. 140 Haletos orgânicos .................... ................ 176
QUÍMICA ORGÂNICA .................. ............... 145 Compostos oxigenados .............. ............. 176
O carbono ................................. ................... 145 Compostos nitrogenados ....................... 181
Funções orgânicas ....................................... 149 QUÍMICA DESCRITIVA ............................... 186
Isome ria
....................................................... 159 Compostos inorgânicos ............................... 186
Reações orgânicas . . . ...................................164 Petróleo ....................... ............... ......... . . . . . . . . 189
Estudo das funções orgânicas ..................... 169 Metais.......................................................... 190
Hidrocarbonetos 169
......... ................... ........ . . . Outros compostos importantes . ..... .............. 191
,

QUIMICA
Eduardo Roberto da Silva, Ruth R. Hashimoto

A Química é a ciência da matéria: estuda suas propriedades e transformações. Relacionar as


propriedades de uma substância com sua estrutura, descrever, prever e explicar a ocorrência de
transformações, são algumas das atividades realizadas pelos químicos.
Pode-se dizer que a Química teve seu início quando o homem primitivo desenvolveu técnicas
para produzir e controlar o fogo. O calor produzido pelo fogo permitiu o cozimento de alimen­
tos, a confecção de utensílios de barro, a descoberta de novos materiais como o vidro e os metais.
Sem saber, o homem primitivo estava utilizando o fogo para realizar reações químicas.
Foi somente no séc. XIX que a Química passou a ter o caráter de ciência. Quem muito con­
tribuiu para isso foi o químico francês Antoine Lavoisier que, em seu trabalho, passou a utilizar
regularmente a balança e, com esse instrumento, constatou que, em qualquer reação química,
a massa das substâncias se conservava (Lei da Conservação das Massas). Depois disso foram ela­
boradas outras leis que descrevem o comportamento da matéria. O desenvolvimento da Química
foi tal que o número de elementos químicos conhecidos passou de 20 para 92 e a primeira tenta­
tiva para se construir uma tabela periódica foi realizada.
Ainda no século XIX, ocorreu a ligação entre a Química e a indústria. O desenvolvimento
de processos químicos industriais, que permitia a obtenção de uma variedade maior de matérias­
primas, foi decisiva. O acúmulo de conhecimentos a respeito da matéria e o desenvolvimento
e aperfeiçoamento de técnicas de transformação de materiais permitiu a fabricação de uma infi­
nidade de novos produtos presentes no nosso dia-a-dia: detergentes, inseticidas, plásticos, remé­
dios, fertilizantes são apenas alguns exemplos.
Descrever as propriedades e aplicações das milhares de substâncias conhecidas e estudar as
infmitas reações das quais participam é tarefa impossível. Abordaremos, portanto, os princípios
gerais que regem as reações químicas e os modelos elaborados para explicar as propriedades das
substâncias. Apenas algumas substâncias, mais importantes em nossa sociedade, terão suas pro­
priedades e aplicações descritas.
No estudo da Química é importante saber descrever os principais fenômenos relacionados
com a matéria e utilizar corretamente os modelos para a interpretação desses fenômenos. A gran­
de quantidade de nomes e fórmulas, no entanto, pode se tornar um obstáculo para sua aprendi­
zagem. Uma solução é a consulta, sempre que necessário, à tabela de cátions e ânions e aos resu­
mos, onde estão registradas as principais dificuldades. A realização de grande número de exercí­
cios pode auxiliar a fixar conceitos teóricos e a desenvolver habilidades e técnicas necessárias
para a resolução de problemas.

I
PROPRIEDADES r

DA MATERIA

Energia é definida como a capacidade de realizar traba­


lho. Entende-se por trabalho o movimento da matéria con­
tra uma força que se opõe ao seu movimento. Assim, tudo

E
que tem capacidade de movimentar a matéria possui energia.
MATÉRIA ENERGIA A energia pode ser cinética ou potencial. A energia ciné­
tica está associada ao movimento e a energia potencial associa­
se à energia armazenada num objetn em função de sua posi­
ção em relação a outros objetos. A energia total de um siste­
ma corresponde à soma dessas formas de energia. Algumas
O homem vem estudando a matéria e a energia desde os formas de energia são: calor, luz, som, energia mecânica, elé­
tempos mais remotos. Foi através deste estudo que apren­ trica e química. Tndas as formas podem converter-se uma
deu a fabricar vestimentas e ferramentas, a cultivar, cons­ nas outras, no entanto, a energia total do sistema permanece
truir cidades, viajar através dos mares e do espaço. sempre constante. Exemplos de fenômenos onde ocorrem
Segundo os cientistas, matéria é tudo aquilo que tem mas­ transformações de energia são: a queima de um combustível
sa e ocupa lugar no espaço. (transformação de energia química em energia térmica, lu­
Massa de um objeto é o termo que descreve a tendência minosa e mecânica); funcionamento de uma pilha ou bate­
de um objeto permanecer em repouso quando está parado ria (transformação de energia química em energia elétrica)
e de continuar se deslocando se já se encontra em movimen­ e utilização de ferro elétrico (transformação de energia elé­
to, ou seja, a massa descreve a inércia do objeto. trica em energia térmica).
Massa e peso possuem significados distintos, embora, ge­ No começo deste século, os estudos realizados por Eins­
ralmente, sejam usados como sinônimos. O termo peso refere­ tein levaram-no a concluir que matéria e energia estão inti­
se à força com que um objeto é atraído pela Terra. Como mamente relacionadas. A matéria pode ser convertida em
a força da gravidade não é a mesma em todos os pontos da energia e vice-versa. Massa e energia estão relacionadas pela
superficie terrestre, o peso de um objeto não é constante. expressão E = m.c2, onde E é energia, m é massa e c a velo­
<(
a:
Sua massa, no entanto, é constante. cidade da luz.

!;:c
•W

::::2:


cn
o
u
-�
LL
dos a outros, formando aglomerados atômicos. Utilizaremos
cn o termo partícula para nos referir indistintamente a átomos
o


o ou aglomerados de átomos.
OS ESTADOS FÍSICOS DA
MATÉRIA

cn
w
•,

sólido líquido gasoso


e

forma: conformação depende do depende do


própria
espacial do material recipiente recipiente
A matéria pode existir em três estados fisicos: sólido, lí­
volume: espaço ocupado depende do
quido e gasoso. Algumas propriedades desses estados estão constante constante
pelo material recipiente
relacionadas ao lado.
compressibilidade:
A existência dos três estados fisicos da matéria e das pro­
propriedade dos materiais extremamente baixa alta
priedades que apresentam pode ser explicada a partir da idéia
baixa
-

2
de diminuir de volume
de que a matéria é formada por entidades extremamente pe­
sob a ação de uma força
quenas chamadas átomos. Estes podem estar isolados ou uni-
Duas características importantes das partículas que cons­ em todas as direções. É por isso que os gases não apresen­
tituem a matéria são: tam nem forma nem volume próprios.
• estão em constante e caótico movimento. Quanto maior for
a temperatura, maior será o movimento das partículas e vi­ Mudança de estado
ce-versa;
• as partículas podem se atrair ou repelir. Dependendo da pressão e da temperatura em que se en­
contra, a matéria pode ser sólida, líquida ou gasosa. Por exem­
Basicamente é a força de atração e a distância entre as plo, a 25°C e l atm a água é líquida; se diminuirmos a tem­
partículas que determinam o estado fisico de um material peratura para - 10°C, ela passará a ser sólida; se aumentar­

mas e fortemente atraídas umas às outras. É por isso que os


qualquer. No estado sólido as partículas estão bem próxi­ mos a temperatura para 150°C, ela passa a ser gasosa. Quando
a pressão é constante, as mudanças de estado ocorrem quan­
sólidos são praticamente incompressíveis e apresentam for­ do o material é submetido a variações de temperatura: aque­
ma e volume constantes. cimento (I) ou resfriamento (11). Cada mudança de estado
Nos líquidos, em relação aos sólidos, as partículas estão fisico da matéria recebe um nome particular. No esquema
mais afastadas e apresentam forças de atração menos inten­ abaixo estão representadas todas as mudanças de estados fi­
sas. A distância entre as partículas de um líquido possibilita sicos e seus respectivos nomes.
sua compressão quando submetidos a grandes pressões. A
força de atração existente entre as partículas de um líquido SÓLIDO
faz com que elas sejam suficientemente livres para se movi­
mentar e adquirir a forma do recipiente onde estão coloca­
das,mas, por outro lado, é capaz de manter as partículas atraí­
das, conservando, dessa forma, o volume constante.

vaporização I ·
No estado gasoso, a distância entre as partículas é muito

L_Ia_u_•_o_ o__��.-----------
liquefação L__G_A_s_ o_s_o
maior que seu tamanho e por isso os gases são facilmente
compressíveis. Praticamente não existe força de atração en� '-__ __�
11 .
tre as partículas, o que as deixa livres para se locomoverem

para o nosso estudo. Chamamos de sistema o conjunto de


materiais que isolamos para estudo.
A descrição das características de um sistema, isto é, o
conjunto de propriedades que apresentam é chamado esta­
TRANSFORMAÇÕES do de um sistema. Durante o estudo das transformações, duas
descrições de um sistema são importantes: a descrição do sis­
tema antes da transformação e a descrição do sistema após
a transformação . A primeira descrição é chamada estado ini­
cial do sistema, e a segunda, estado final do sistema .
Uma das maneiras de se classificar uma transformação
como fisica ou química é através da comparação dos estados

mo cor, cheiro, estado �sico e temperatura do sistema nor­


O homem vem transformando os materiais desde os tem­
inicial e final do sistema. Modificações nas características co­
pos mais remotos. Em algumas transformações apenas a for­
ma ou estado de r.gregação do material são alterados. A trans­
malmente são indicações de que um sistema sofreu reação
formação de metais em lâminas ou fios, a construção de ob­
química.
jetos de madeira, as mudanças de estado fisic.o são transfor­
mações em que apenas a aparência e a forma são alteradas:
os materiais em si não se modificam. Essas transformações
são chamadas de transformações fisicas.
Há, no entanto, transformações em que ocorre alteração
do tipo de material, ou seja, na sua constituição. Nesse tipo Componentes do estado
de transformação, um novo material, com características di­ Processo
ferentes do inicial, é produzido. Esse tipo de transformação inicial final
é chamado transformação química ou reação química. O en­
CJ)
ferrujamento do ferro, o azedamento do leite, a transforma­ queima • gasolina: líquido UJ
levemente amarelado, gases •O
ção do vinho em vinagre e a queima da gasolina e do álcool da u­
com cheiro característico. incolores �
::2
• oxigênio:
etílico são exemplos de reações químicas. gasolina gás incolor.
o
a:
LL.
CJ)
• prego: sólido rígido z
Sistemas pó vermelho �
enferrujamento de cor cinza. a:
levemente t-
de um prego • oxigênio: gás incolor. -

3
Ao estudar uma transformação qualquer, é importante castanho
• água: líquido incolor.
considerar somente aqueles materiais que são importantes
vapor. Enquanto a temperatura se mantiver constante es­
tarão presentes no sistema água no estado líquido e no es­
tado gasoso.
PROPRIEDADES O comportamento de outras substâncias durante o aque­
CARACTERÍSTICAS cimento é semelhante ao observado para a água, mudando
apenas as temperaturas nas quais ocorrem a fusão e a ebulição.
A temperatura constante, na qual uma substância passa
do estado sólido para o estado líquido, chama-se ponto de
fusão (Pf).
Muitas vezes, somente pela observação visual de um sis­ A temperatura constante, na qual uma substância passa

formação que ocorreu. É o que acontece, por exemplo, quan­


tema é impossível ter certeza a respeito da natureza da trans­ do estado líquido para o estado gasoso, chama-se ponto de
ebulição (Peb).
do soluções diluídas de ácido clorídrico e hidróxido de só­ O ponto de fusão e o ponto de ebulição podem ser utili­
dio, ambas incolores, são misturadas. Após a mistura verifica­ zados para caracterizar uma substância uma vez que subs­
se que o sistema ainda é formado por um líquido incolor. tâncias diferentes possuem valores diferentes de Pf e Peb.
Aparentemente nenhum novo material foi formado, pois ne­
nhuma evidência experimental foi perceptível. No entanto,
Substância Pf (0C) Peb (0C)
sabe-se que ocorre reação química quando essas duas solu­
ções são misturadas. Portanto, é importante saber identifi­ hidrogênio - 259,1 - 252,9
car e reconhecer os diferentes materiais que participam de oxigênio - 2 1 8,4 - 183,0
uma transformação. Üm tipo particular de material, que mui­ etano! - 1 14 , 5 78,3
to interessa aos químicos, é aquele que apresenta aspecto uni­
acetona - 94,8 56,2
forme em toda sua extensão e um conjunto de propriedades
água 0,0 100,0
constantes. Um material que apresenta essas características
benzeno 5,5 80,1
recebe o nome de substância. Agua, acetona, alumínio, fer­
ro e gás oxigênio são exemplos de substâncias. Uma subs­
alum:ínio 6�0,1 2.450
tância pode ser identificada por um conjunto de propriedades. ferro 1.535 2.885
As propriedades utilizadas para descrever a matéria podem
ser divididas em duas categorias: Podemos representar o aquecimento de uma substância
• propriedades extensivas: são aquelas que dependem da sólida ou o resfriamento de uma substância gasosa através
quantidade de matéria presente num objeto. Massa e volu­ de gráficos da temperatura da substância em função do tempo.
me são exemplos de propriedades extensivas: quanto maior
for um objeto, maior será sua massa e volume e vice-versa; Curva de aquecimento
• propriedades intensivas: são aquelas que independem da
quantidade de matéria. Essas propriedades dependem ape­
nas da natureza da substância. Por isso, são muitas vezes cha­
madas de propriedades características e são utilizadas na iden­
tificação e determinação-do gtau de pureza de uma substância.

Propriedades características são propriedades que ser­


vem para identificar uma substância. Elas não dependem
da quantidade de substância, mas somente de sua na­
tureza.

Peb ponto de ebulição tempo


ponto de fusão
=
A seguir estudaremos algumas propriedades caracterís­
cas importantes: o ponto de ebulição, ponto de fusão, densi­ P1 =

5
cn dade e solubilidade. Curva de resfriamento
:::l
...
"'
� Q;
c.
-� E
a: Ponto de fusão e ponto de ebulição Q)
w ...


<(
a:
Se, à pressão de 1 atm, aquecermos um bloco de gelo,

5 verificaremos que, quando a temperatura atinge 0° C, o gelo


cn se funde, ou seja, ocorre a passagem da água do estado sóli­
w
Cl

do para o líquido. Durante toda a fusão, a temperatura per­

w
manece constante e coexistem sólido e líquido no sistema.
a: Continuando o aquecimento verificamos que, quando a
c...
o temperatura alcança l00°C ocorre a ebulição, ou seja, a
a:
c...
ponto de liquefação tempo
passagem da água líquida para vapor. Também nesta mu­
-

4
P1;q
ponto de solidificação
dança de estado observa-se que a temperatura permanece =

constante até que todo líquido tenha se transformado em Ps =


Nos gráficos,os trechos paralelos ao eixo do tempo corres­
pondero às mudanças de estado fisico do material, uma vez . composição Ponto de fusão (0C)
mistura
que a temperatura permanece constante. Para uma mesma (%) substância mistura
substância, a fusão e a solidificação ocorrem a úma mesma
temperatur- a. O mesmo ocorre com a ebulição e liquefação. estanho 63 232 1 83
Através dos valores do Pf e Peb de uma substância pode­ chumbo 37 328
mos prever o seu estado fisico em qualquer temperatura. Se
a temperatura na qual a substância se encontra for inferior chumbo 87 328 246
a seu Pf ela será um sólido; se for superior ao Peb será um antimônio 13 63 1
gás; e se estiver compreendida entre o Pf e Peb, será um
líquido.
Quando o sistema em estudo não for constituído por uma Através do comportamento durante as mudanças de es­
substância pura, ou seja, quando tivermos uma mistura de tado é possível determinar se uma amostra é constituída por
duas ou mais substâncias, verificamos que o comportamento uma substância pura ou uma mistura. Para isso, no entanto,
durante o aquecimento, ou resfriamento, é diferente do com­ é necessário conhecer o comportamento da amostra tanto na
portamento observado anteriormente. As misturas não apre­ fusão como ria ebulição. Isso para eliminar dúvidas que po­
sentam uma única temperatura de fusão e ebulição como as deriam ser provocadas pelas misturas azeotrópicas e eutéticas.
substâncias. Durante ·a mudança de estado de uma mistura,
verifica-se que a temperatura do início da transformação é
diferente da temperatura do final da transformação. As mu­ Densidade
danças de estado das misturas ocorrem numa "faixa" de tem­
peratura. A relação entre a massa e o volume de uma amostra ma­
Representando o aquecimento e o resfriamento de mis­ ·terial é chamada densidade.
turas através de gráficos de temperatura em função do tem­
po, teríamos:
=
massa
densidade
volume

A densidade é geralmente expressa em grama/centíme­


tro cúbico (g/cm3), indicando, portanto, a massa da substân·
cia que ocupa o volume de- 1 cm3•
Da mesma forma que o Pf e o Peb, a densidade também
é característica da substância . Nas mesmas condições de pres­
são e temperatura, substâncias diferentes apresentam densi­
dades diferentes.

Substância d (g/cm3) (20°C)


tempo.
oxigênio 0,00 1 3

Neste gráfico, t1ão mais se observam os trechos paralelos etano! 0,79


ao eixo do tempo. Estes são característicos dos gráficos tem­ água 1,00
peratura x tempo das substâncias. magnésio 1,74
Existem, no entanto, algumas misturas de líquidos que, ferro 7,86
durante a ebulição, apresentam temperatura constante. São mercúrio 13,6
as misturas azeotrópicas. Exemplos de misturas azeotrópi­

êS
cas são: cn

No caso de misturas, a densidade varia com sua compo­


1-
composição Ponto de ebulição (0C) sição. Na tabela abaixo encontram-se os valores das densida­ .sa
a:
mistura des de várias misturas de álcool etílico (etano!) e água. LU
(%) l­
substância mistura u
<(

êS
a:
acetona 20 56,2 64,7 composição da mistura(%)
densidade (g/cm3)
clorofórmio 80 6 1 ,7 cn
álcool água LU

cs
o
água 4,5 100,0 76,3
álcool 95,5 78,3 10 90 0,99 !:!::!
30 70 0,97 a:
a.
o
50 50 0,93 a:
Existem também misturas .de sólidos que durante a fu. Q..
92 8 0,83 -

5
são apresentam temperatura constante. Essas misturas são
99 1 0,80
chamadas misturas eutéticas. São exemplos:
A densidade de um material depende da temperatura em Sempre que nos referirmos à solubilidade de uma subs­
que se encontra. Isto é mais evidente no caso dos gases, uma tância é necessário indicarmos a temperatura em que foi de­
vez que pequenas variações de temperatura provocam gran­ terminada. Isto porque a solubilidade varia com a tempera­
des variações de volume do material. A 0°C e I atm, 32 gra­ tura. De um modo geral, a solubilidade aumenta com a ele­
mas de gás oxigênio ocupam o volume de 22.400 cm3 e por­ vação da temperatura. No gráfico abaixo estão representa­
tanto sua densidade é 32 g/22.400 cm3 = 0,00143 glcm3; a das as solubilidades de algumas substâncias a diferentes tem­
100°C e 1 atm, a mesma massa de gás ocupa o volume de peraturas.
30.600 cm3 e sua densidade ê 0,00105 g/cm3•
� 100
Solubilidade Q) Cl
"'""
Quando, ao misturarmos uma substância a um líquido, ti­ Q) Q) 80
:l-o
O"
o Cl
vermos a impressão visual de que a substância "desapare­
... o

líquido. É o que acontece, por exemplo, quando misturamos


ceu" no líquido, dizemos que a substância é solúvel nesse .20 60
o�
"'
Q) E 40
açúcar com água. Temos a impressão de que o açúcar "de­ "O Q)
"' Q)
sapareceu" na água. No entanto, sabemos que o açúcar se co�
E o 20
encontra presente porque confere ao líquido um sabor ado­ co
� "'
"'
cicado. Dizemos que o açúcar é solúvel em água e a mistura c.:?'õ

temperatura
final recebe o nome de solução. A substância que se dissol­ 20 40 60 80 100
ve, no caso o açúcar, recebe o nome de soluto e a substância ( ° C)
que promove a dissolução, no caso a água, recebe o nome
de solvente.
Tanto o soluto como o solvente podem se encontrar em
qualquer estado fisico. No entanto, é mais comum nos refe­ EXERCÍCIO
rirmos às soluções preparadas pela dissolução de um sólido
num líquido. A água é o solvente mais utilizado no preparo Dois frascos sem rótulos estão cheios com dois líquidos
de soluções. incolores. Sabemos que o conteúdo de um dos frascos é ál­
Normalmente, há um limite para a quantidade de soluto cool metílico e do outro álcool etílico. Que propriedade ca­
que se dissolve numa quantidade fixa de solvente, a uma de­ racterística podemos utilizar para identificar o conteúdo de
terminada temperatura. Essa quantidade é chamada solubi­ cada frasco?
lidade, sendo as quantidades de solvente e de soluto geral­
mente expressas em gramas. Por exemplo, em 100 gramas
de água, a 20°C, conseguimos dissolver no máximo 36 gra­

(g/cm3) ( O C) (O C) água (g/100 g água)


mas de cloreto de sódio, independente da quantidade de só­ densidade Pf Peb solubilidade em
lido que for adicionada em água. O que ultrapassar os 36
gramas não se dissolverá. 0,79 - 98 65 infinita
álcool metílico
A solubilidade também ê uma grandeza que caracteriza
álcool etílico 0,79 - 1 17 79 infinita
uma substância. Substâncias diferentes apresentam solubili­
dades diferentes.

Solubilidade em água (20°C)


Substância Solução
(g subst/1 00 g água)
Os dados nos mostram que não podemos utilizar nem a
enxofre a,o densidade nem a solubilidade em água para identificar o ál­
iodo 0,029 cool etílico e o álcool metílico. Poderíamos, então, utilizar
bicarbonato de sódio 9,6 o ponto de fusão ou o ponto de ebulição. Pelo fato das subs­
tâncias se encontrarem no estado líquido é conveniente uti­
cloreto de sódio 36,0
lizar o ponto de ebulição.

5
cn

1-
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-
6
MISTURAS E SEPARAÇÃO
DE MISTURAS
A maioria dos materiais encontrados na natureza, ou pre­ plos de misturas homogêneas. As misturas homogêneas são

• misturas heterogêneas: são aquelas que apresentam duas


parados em laboratórios, não são substâncias puras, mas mis­ também chamadas soluções.
turas de vârias substâncias.
As misturas podem ser homogêneas ou heterogêneas em ou mais fases distintas, isto é, são polifasicas. Misturas de
função do número de fases que apresentam. Entende-se por âgua com areia, âgua e óleo, areia e serragem são exem­
fase a toda região de um sistema que apresenta aspecto vi­ plos de misturas heterogêneas.
sual, propriedades e composição uniformes em toda sua ex­ Separar os componentes de uma mistura é um dos pro­

• misturas homogêneas: são aquelas que apresentam uma úni­


tensão. blemas que normalmente um químico encontra. A escolha
do método de separação deverâ ser feita em função do tipo
ca fase, ou seja, são monofàsicas. Misturas de âgua e açú­ de mistura a ser separada (homogênea ou heterogênea) e do
car, âgua e âlcool, ligas metâlicas e ar atmosferico são exem- estado fisico de seus componentes.

Centrifugação: método que acelera a decantação atra­


SEPARAÇÃO DE vés de um fone movimento giratório, forçando a pane sóli­
da a se depositar no fundo do recipiente.
:MISTURAS
HETEROGÊNEAS

Os métodos de separação dos componentes de misturas


heterogêneas utilizam-se de processos que normalmente en­
volvem operações mecânicas, tais como catação, ventilação,
peneiração, decantação, centrifugação, filtração etc. Descre­
veremos a seguir alguns desses métodos:

Decantação: utjlizado pa- Filtração: método utilizado para separar sólidos de lí­ cn
<t:
ra separar misturas cujos com- quidos. Nos laboratórios realiza-se, com freqüência, a filtra­ w
<W
água :z:
ponentes se separam espanta- ção através de "papel de filtro" convenientemente dobrado
C)
,.,-�- .......

�T��
areia neamente pela ação da gravida- o

(-D
'
I
I '
; '

I I I
:::2!
de. Nos laboratórios utiliza-se
água e areia I I I o


I

\.�����[/
o funil de decantação, ou funil
de bromo, na separação de mis­
a:
turas formadas por dois líqui­ ::::::1

:E

dos imiscíveis. U)
e adaptado num funil.
w
o

().
o
'

ti
<t:
a:

w
cn
-

7
Procede-se, então, à filtra­ Quando se deseja apres�ar a filtração, ou quando o sóli­
ção, recolhendo o filtrado num do a ser filtrado tem aspecto gelatinoso, costuma-se realizar
béquer ou erlenmeyer. A par­ a filtração a vácuo.
te sólida da mistura fica reti­
da no papel de filtro. Este é
feito de fibras intercaladas e se
comporta como uma peneira.
A filtração é possível quando
o tamanho das partículas sóli­
das é maior do que os poros do
papel de filtro.

A solução é aquecida até a ebulição ocorrendo apenas a


vaporização do líquido. O vapor· do líquido dirige-sç para

SEPARAÇÃO DE
o condensador, refrigerado a água, onde se condensa, sen­
A do, em seguida, recolhido. No final da destilação o líquido
MISTURAS HOMOGENEAS encontta-se no frasco coletor e o sólido no balão de destilação.

saída da água de refrigeração


Os métodos de separação dos componentes de mistura�
homogêneas utilizam, além das operações mecânicas, pro­
cessos que envolvem transformações flsicas como a evapora­
ção, a liquefação, a dissolução etc. Descreveremos a seguir
um método importante.
Destilação: método utilizado para separar os compo­

entrada da água de refrigeração


nentes de uma solução sólido-líquido. Os processos fisicos bico de Bunsen
. utilizados na destilação são a vaporização e a condensação .

dos, uma vez que são vaporizados simultaneamente.


Os componentes de uma mistura azeotrópica não podem
CJ)
o ser separados por destilação, uma vez que a mistura apre­
>
1- senta ponto de ebulição constante.
w
-'
LlJ
CJ)
PROCESSOS SELETIVOS
termômetro
U)
o
CJ)
CJ)
w
u
São processos que, na separação, utilizam diferenças das
a:
o
a.. propriedades fisicas dos componentes.
U5
<(
z
<W Destilação fracionada: utilizada na separação dos com­
(.!)
o ponentes de uma mistura formada por vários líquidos. Baseia­
:::2: se na diferença dos pontos de ebulição dos componentes da
o
I mistura.
U)
'<( Para que a destilação fracionada seja eficiente, é necessá­
a:
rio que os líquidos tenham pontos de ebulição afastados. O
tQ·
::I
componente mais volátil, isto é, aquele que apresenta me­ Fusão fracionada: processo utilizado na separação de
::2: nor ponto de ebulição, é destilado primeiro. A leitura das misturas sólidas. Baseia-se na diferença dos pontos de fusão
w
Cl temperaturas permite acompanhar a destilação, pois enquanto dos componentes da mistura. Esse processo pode ser tanto
um líquido estiver em ebulição a temperatura permanece utilizado na separação de misturas homogêneas como hete­
!<(
o
U· constante. Terminada a destilação de um líquido a tempera­ rogêneas. O aquecimento da mistura permite a separação por


<(
a: tura do sistema sobe novamente. Nesse instante, o frasco co­ fusão, em primeiro lugar, do componente que possui ponto
w letor deve ser substituído para o recolhimento do outro de fusão mais baixo.
CJ) líquido. Os componentes de misturas eutéticas não podem ser se­
-

8
Quando os líquidos tiverem pontos de ebulição muito pró­ parados por esse processo, uma vez que a mistura funde-se
ximos, o destilado continuará sendo uma mistura de líqui- a uma temperatura constante.
Liquefação fracionada: processo utilizado na separa­ 2. (UFRGS-RS) São dadas três misturas heterogêneas de
ção de gases. Baseia-se na diferença dos pontos de ebulição sólidos:
dos componentes da mistura. Através do abaixamento da tem­ I) arroz e casca; 11) serragem e limalha de ferro;
peratura os gases são liquefeitos e separados. No entanto, III) areia e cascalho.
devido à dificuldade de se atingir temperaturas muito bai­ Os processos mais convenientes para separá-las são, res­
xas, na prática, a mistura: é totalmente liquefeita através da pectivamente:

destilação fracionada. É o que ácontece na separação dos com­


compressão e do resfriamento e em seguida é submeti'da à
11 III
ponentes do ar, cujos principais componentes, nitrogênio a) levigação imantização ventilação
(800Jo) e oxigênio (20%), possuem, respectivamente, pontos b) destilação simples flutuação peneiração
de ebulição - 195°C e - 183°C.
c) ventilação flutuação peneiração
Dissolução fracionada: processo utilizado na separa­ d) peneiração separação magnética flotação
ção de sólidos. Baseia-se na diferença de solubilidade dos só­ e) peneiração ventilação centrifugação
lidos da mistura num determinado solvente. Esse processo
também pode ser utilizado na separação dos componentes Solução
de misturas heterogêneas. A levigação consiste em lavar a mistura a ser separada.
O componente menos denso é arrastado pelo líquido e o mais
denso, não.
EXERCÍCIOS A imantização ou separação magnética pode ser utiliza­
da para separar materiais ferrosos de uma mistura. Para isso
utiliza-se um ímã.
1. (FUVEST) Proponha um procedimento de separação dos A ventilação consiste na utilização do vento para arrastar
componentes de uma mistura de três substâncias A, B e C, o componente menos denso.
cujas solubilidades em água e acetona são indicadas na tabe­ A flotação consiste em adicionar à mistura um líquido
la a seguir: de densidade intermediária. O componente menos denso flu­
tua e o mais denso afunda.
solubilidade A peneiração consiste em utilizar uma peneira para se-,
substância parar os componentes.
em água em acetona A mistura I pode ser separada por peneiração e ventila­
A solúvel solúvel ção; a mistura 11 pode ser separada por imantização ou sepa­
B insolúvel solúvel ração magnética; a mistura III pode ser separada por flota­
ção, peneiração ou ventilação. A alternativa d é a correta.
c insolúvel insolúvel
3. (UECE) Considere os seguintes processos para fracionar
misturas homogêneas e heterogêneas:
Solução III) destilação simples;
I) levigação;
A primeira etapa consiste em adicionar água à mistura.
11) filtração; IV) decantação.
A água dissolve o componente A mas não dissolve os com­
Dentre eles, assinale qual ou quais processos geralmente
ponentes B e C. Temos, então, a formação de um sistema são usados na separação de um sistema heterogêneo sólido­
heterogêneo constituído pela solução aquosa de A e por B líquido:
e C que não se dissolvem. Filtrando-se essa mistura B e C a) apenas 11; c) apenas 11 e IV;
ficarão retidos no papel de filtro enquanto a solução aquosa b) apenas I e III; d) apenas II e III.
de A passa pelo filtro. Eva(>Orando-se essa solução aquosa
obtemos o componente A. A mistura de B e C adiciona-se Solução
acetona. Essa dissolve B mas não dissolve C. Filtrando-se A levigação é utilizada na separação de misturas de sóli­
essa mistura, C fica retido no papel de filtro, e já está isola­ dos, a destilação simples na separação de mistUras homogê­
do, enquanto a solução de acetona e B passa pelo filtro. neas de sólido e líquido e a decantação e filtração para sepa­
Evaporando-se a acetona o componente B é isolado. rar misturas heterogêneas de sólidos e líquidos.
Esquematicamente temos: A letra c é a alternativa correta.

(f)
o
>
1-
LU
B + C c
....J
LU
(f)
(f)
o
(f)
1.1.1
(f)

evapo-
u
o
a:
a..
-

9
ração
I

ESTRUTURA DO ATOMO

A primeira idéia de átomo nasceu por volta de 460 a .C. nas e indivisíveis. Essas partículas foram chamadas átomos
na Grécia . Ela resultou de especulações filosóficas feitas por (não-divisíveis). De acordo com Leucipo e Demócrito os ma­
Leucipo e Demócrito e não de estudos experimentais sobre teriais apresentariam propriedades diferentes porque seriam

)
o comportamento da matéria . Segundo os dois filósofos gre­ formados por átomos que apresentavam diferentes formas
gos, a matéria não poderia ser subdividida infinitamente. A (redondps, sinuosos e angulosos e tamanhos (grandes e pe·
matéria seria formada por partículas extremamente peque· quenos).

Um modelo atômico nada mais é do que a imagem mental


elaborada para representar um átomo.
Um modelo atômico deve:

MODELOS
• explicar observações experimentais;
• predizer novas observações;
• ser passível de modificações quando novos fatos experimen·
tais são descobertos. No entanto, quando os novos fatos con­
tradizem frontalmente um modelo, este deve ser abandona­
Um dos principais alicerces do conhecimento científico do e substituído por outro .
é a idéia de que a matéria é formada por átomos. O conheci­ Como um modelo atômico é construído a partir de da­
mento da estrutura dos átomos é a chave para o entendimento dos experimentais e, com o passar dos tempos, em função
de muitos fenômenos que nos cercam. No entanto, hoje, ao do desenvolvimento científico e tecnológico, uma quantida­
estudar os átomos, encontramos uma séria limitação: os áto­ de muito grande de novos fatos é descoberta, vários mode­
mos são invisíveis. Em vista disso, os cientistas, baseados em los atômicos foram elaborados. A seguir descreveremos os
dados experimentais, imaginam como um átomo deve ser. principais modelos atômicos.

• os átomos são esferas maciças, indestrutíveis e intransfor­


máveis;
• átomos que apresentam mesmas propriedades (tamanho,
MODELO ATÔMICO massa e forma) constituem um elemento químico;
• átomos de elementos diferentes possuem propriedades di­
DE DALTON ferentes;
• os átomos podem se unir entre si formando "átomos com­
postos";
• uma reação química nada mais é do que a união e separa­

Em 1 808, o cientista inglês John Dalton,,na tentativa de ção de átomos.


explicar porque numa reação química a massa se conserva
modelo de
(Lei de Lavoisier) e porque duas substâncias ao reagir sem­
Dalton
pre o fazem na mesma proporção (Lei de Proust) elaborou
um modelo atômico, também conhecido como Teoria Atô·

o
mica de Dalton, cujos principais postulados são:

10
• a matéria é formada por partículas extremamente peque­
nas chamadas átomos;
son, o átomo seria uma esfera maciça e positiva com as car­
gas negativas distribuídas, ao acaso, na esfera. A quantidade
de cargas positivas e negativas seriam iguais e dessa forma
MODELO ATÔMICO o átomo seria eletricamente neutro. O modelo proposto por
DE THOMSON Thomson ficou conhecido como "pudim com passas".

Em 1 903, o cientista inglês Joseph J. Thomson, baseado


em experiências realizadas com gases e que mostraram que
a matéria era formada por cargas elétricas positivas e negati­
vas, modificou o modelo atômico de Dalton. Segundo Thom-

lâmina de ouro fina

tela recoberta com


tijolo de chumbo
sulfeto de zinco
perfurado

polônio (fonte
de partículas alfa)

as cintilações
indicam os
pontos onde
as partículas
a estão colidindo

Os desvios sofridos pelas partículas a eram devidos às re­


pulsões elétricas entre o núcleo (positivo) e as partículas
a, também positivas, que a ele

MODELO ATÔMICO

se dirigiam. O modelo de Ru­
DE RUTHERFORD therford (figura ao lado) ficou

\;;:;
conhecido como "modelo pla­
o
netário". a:
o
u..
a:
LU
:r:
Em 1 9 1 1 , o cientista neozelandês Ernest Rutherford, uti­ Partículas elementares 1-
::::>
lizando os fenômenos radiativos no estudo da estrutura atô­ a:
LU
mica, descobri.u que o átomo não seria uma esfera maciça, A experiência de Rutherford mostrou que no núcleo atô­ o
mas sim formada por uma região central, chamada núcleo mico além do próton deveria existir uma outra partícula. Esta o
S::2
atômico, e uma região externa ao núcleo, chamada eletrosfe­ foi descoberta em 1932 ptlo cientista inglês James Chadwick

'0
:::;;:
ra. No núcleo atômico estariam as partículas positivas, os e recebeu o nome de nêutron.

g
prótons, e na eletrosfera as partículas negativas, os elétrons. Prótons, elétrons e nêutrons são as principais partículas
Para chegar a essas conclusões Rutherford e seus colabo­ presentes num átomo. Elas são chamadas partículas elemen­ LU
radores bombardearam lâminas de ouro com partículas a (2 tares ou subatômicas e suas principais características são: o
o
prótons e 2 nêutrons) utilizando a aparelhagem esquemati­ :::;;:
z
zada acima. carga o
u:>
Rutherford observou que a grande maioria das partícu­ massa massa carga �
partícula elétrica o
las atravessava normalmente a lâmina de ouro que apresen­ (grama) relativa relativa :r:
(Coulomb)
tava aproximadamente 1 0-5 em de espessura. Outras partí­ l­
LU
culas sofriam pequenos desvios e outras, em número muito próton (p•) 1,7 . 1 0- 24 + 1,6·lQ- 1 9 +1 o

o o
pequeno, batiam na lâmina e voltavam. O caminho seguido o
nêutron (n°) 1 ,7 · 10-24 u
pelas partículas a podia ser detectado devido às cintilações 9, 1·10-28 1 / 1 840 - 1,6·lQ- 1 9 :::;;:


•O
elétron (e-) -1
que elas provocavam no anteparo de sulfeto de zinco.
9
Comparando o número de partículas a lançadas com o
número de partículas a que sofriam desvios, Rutherford cal­ Observe que as partículas presentes no núcleo atômico LU
o
culou que o raio do átomo deveria ser 10.000 a 100.000 apreserrtam a mesma massa e que essa é praticamente 2.000 o
vezes maior do que o raio do núcleo, ou seja, o átomo seria vezes maior do que a massa do elétron. A massa de um áto­ �
-

11
formado por espaços vazios. Por esses espaços vazios a gran­ mo está praticamente concentrada numa região extremamente
de maioria das partículas .a atravessava a lâmina de ouro. pequena do átomo: o núcleo atômico.
A quantidade de prótons e elétrons presentes num áto­ Solução
mo é a mesma; o que faz com que ele seja eletricamente O númer.o atômico do alumínio é 13, portanto ele possui
neutro. 13 prótons. Sendo o átomo eletricamente neutro, também pos­
suí 13 elétrons. O seu número de nêutrons é 14, pois o núme­
Elementos químicos ro de massa é a soma dos prótons e nêutrons (13 + 14 = 27).
Analogamente, o fõsforo apresenta 15 prótons, 15 elétrons e
Verifica-se experimentalmente que átomos que apresen­ número de massa 31 e o berílio apresenta número atômico
tam a mesma quantidade de prótons no núcleo apresentam 4, 4 elétrons e 5 nêutrons.
as mesmas propriedades químicas. A quantidade de prótons
Isótopos, isóbaros e isótonos
representado pela letra Z. O conjunto de átomos com mes­
presente no núcleo recebe o nome de número atômico e é
Átomos que apresentam o mesmo número atômico e di­
mo número atômi<>o, e, portanto, com mesmas proprieda­ ferentes números de massa são chamados isótopos. Átomos
des químicas, é chamado elemento químico. isótopos são do mesmo elemento químico. Exemplos: ��Cl
Um elemento químico é caracterizado por seu número e ��Cl; '�C e ��c.
atômico, por um nome e por um símbolo. O símbolo de um Os isótopos são identificados colocando-se o número de
elemento é representado pela primeira letra de seu nome, massa após o nome do elemento. Assim, os isótopos '�C e
em maiúscula. Quando dois ou mais elementos apresentam •:c são chamados, respectivamente, carbono-12 e carbono-14.

bolos e nomes particulares: prótio GH), deutério �lJ>) e trí­


a mesma letra inicial, uma segunda letra, minúscula, é acres­ Somente os três isótopos do hidrogênio apresentam sím­
centada. Alguns símbolos são retirados dos nomes latinos.
Exemplos de elementos com os respectivos símbolos são da­ tio (1T).
dos a seguir. A maioria dos elementos químicos é constituído de uma
mistura isotópica, que apresenta determinada composição.
elemento símbolo n. o atômico A composição isotópica dos elementos hidrogênio e cloro é:
hidrogênio H I hidrogênio- :H 99,98% m 0,02% n traços
hélio He 2 cloro - t�C! 75,4% t�CI 24,6%
carbono c 6 Átomos que apresentam mesmo número de massa e dife­
oxigênio o 8 rentes números atômicos são chamados isóbaros. Átomos isó­
sódio Na 11 baros apresentam a mesma massa e são de elementos quími­
enxofre s 16 cos diferentes. Exemplo: 1�Ar e tgK.
cálcio Ca 20 Átomos que apresentam a mesma quantidade de nêutrons
prata Ag 47 são chamados isótonos. Exemplo: ·�8Sn e ·��Xe (os dois áto­
ouro Au 79 mos são formados por 70 nêutrons).

(U.F.AM) Considere três átomos X, Y e Z. Os átomos


EXERCÍCIO
O número atômico de um elemento deve ser indicado à
X e Z são isótopos; os átomos Y e Z são isóbaros e os átomos
esquerda e abaixo de seu símbolo. Exemplos: ,H, t6S e 79Au.
X e Y são isótonos. Sabendo que o átomo X tem 20 prótons
Identificação de um átomo e número de massa 41 e que o átomo Z tem 22 nêutrons,
Além do qúmero atômico, um átomo é identificado por o número de elétrons do átomo Y será:
seu número de massa. O número de massa indica a quanti­ a) 20; b) 42; c) 2 1 ; d) 4 1 .
dade de prótons e nêutrons presentes no núcleo de um áto­ Solução
mo e é representado pela letra A. O número de massa deve Conhecer o número de elétrons de Y significa conhecer
ser colocado do lado superior esquerdo do símbolo do o número de prótons presente em seu núcleo, isto é, seu nú­

sa dos átomos X, Y e Z temos: �X �y iZ


elemento. mero atômico. Identificando os números atômicos e de mas­

(Z = 17), que apresenta número de massa 37. Esse átomo


A notação HCI corre�ponde ao átomo do elemento cloro
onde x = z (X e Z são isótopos)
b = c (Y e Z são isóbaros)
c é constituído por 17 prótons (número atômico 17), 17 elé·

A diferença A - Z fornece o número de nêutrons de um


a: trons (o átomo é eletricamente neutro) e 20 nêutrons.
o
u.. a-x = b-y (X e Y são isótonos)
a: Substituindo os valores conhecidos, temos:
24•x
0 yby 20cz
w
:c átomo.
::::;:)
1-

Como Z possui 22 nêutrons e seu número atômico é 20


a:; EXERCÍCIO
w
c (FEI-SP) Preencha os retângulos vazios da tabela:

Y e Z são isóbaros o número de massa de Y também é 42.


o (20 prótons), seu número de massa é 22 + 20 = 42. Como
u
elemento número partículas por átomos número

� 20 42yY 4202z
4•x
::2
•O químico atômico de massa
prótons elétrons nêutrons
g
w alumínio 13 27 Como X e Y são isótonos temos: a - x = b - y
c
o Substituindo os valores numéricos
::2 fósforo 15 16
-

12
41 - 20 = 42 - y
berílio 4 9 21 - 42 = -y
I y =
21 I Baseado nessas observações experimentais, Bohr elabo·
rou um novo modelo atômico cujos postulados são:
• na eletrosfera os elétrons não se encontram em qualquer
O número atômico de Y é 21 e ele possui 21 prótons e
posição. Eles giram ao redor do núcleo em órbitas fixas e
21 elétrons.
com energia definida. As órbitas são chamadas camadas ele­
A alternativa correta é a letra c.
trônicas, representadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q
a partir do núcleo, ou níveis de energia representados pelos
números 1, 2, 3, 4... ;

MODELO ATÔMICO
DE BOHR o\ l \ \ \ \ \
1
) J J J f f f
2 3 4 5 6 7

• os elétrons ao se movimentarem numa camada eletrônica

Em 19 13, o fisico dinamarquês Niels Bohr, ao estudar não absorvem nem emitem energia;
espectros de emissão de certas substâncias, modificou o mo· • os elétrons de um átomo tendem a ocupar as camadas ele·

delo de Rutherford. No início do século XX era fato conhe· trônicas mais próximas do núcleo, isto é, as que apresentam
cido que a luz branca (luz solar, por exemplo) podia ser de· menor quantidade de energia;
composta em diversas cores. Isso é conseguido fazendo com • um átomo está no estado fundamental quando seus elétrons

que a luz passe por um prisma. No caso da decomposição ocupam as camadas menos energéticas;
da luz solar obtém-se um espectro chamado espectro contí· • quando um átomo recebe energia (térmica ou elétrica), o

nuo. Este é formado por ondas eletromagnéticas visíveis e elétron pode saltar para uma camada mais externa (mais ener­
invisíveis (radiação ultravioleta e infravermelho). Na parte gética). Nessas condições o átomo se torna instável. Dize­
visível desse espectro não ocorre distinção entre as diferen­ mos que o átomo se encontra num estado excitado;
tes cores, mas uma gradual passagem de uma para outra.
O arco-íris é um exemplo de espectro contínuo onde a luz
solar é decomposta pelas gotas de água presentes na atmos·
fera. Como a cada onda eletromagnética está associada certa
quantidade de energia, a decomposição da luz branca pro­
duz ondas eletromagnéticas com toda e qualquer quanti­

}
dade de energia.

infravermelho invisível
��:::::--1 ��r:�;:�o
���;;::::-1 amarelo espectro
visível
verde
azul • os elétrons de um átomo excitado tendem a voltar para as

viol etaoleta invisível


ultravi
camadas de origem. Quando isso ocorre, ele devolve, sob a
forma de onda eletromagnética, a energia que foi recebida
na forma de calor ou eletricidade.
No entanto, se a luz que atravessar o prisma for de uma
substância como h1drogênio, sódio, neônio etc. será obtido
um espectro descontínuo. Este é caracterizado por apresen­
tar linhas coloridas separadas. Em outras palavras, somente
alguns tipos de radiações luminosas são emitidas, isto é, so­
mente radiações com valores determinados de energia são
emitidas.

vermelho verde azul violeta


Espectro do hidrogênio
a:
:J:
o
co
w
Cl
Esses postulados permitem explicar a existência dos es· o
(_)

visível ulinvisível

travioleta
pectros de emissão descontínuos: como o elétron só pode ocu·

t:c

par determinadas órbitas, as transições eletrônicas (ida e volta <O

g
do elétron) ocorrem em número restrito, o que produz so·
mente alguns tipos de radiação eletromagnética e não todas LU

I vermelho �amareloverde li lazull o


Espectro do hélio

I
como no espectro contínuo . o
O modelo atômico de Bohr foi elaborado para o átomo �
-
�--�-----+�--�--�����--� ( Á )
13
de hidrogênio, mas aplica-se com boa aproximação a todos
7000 6000 5000 4000
os outros átomos.
EXERCÍCIO 3 �) quando uma camada estiver completa os demais elétrons
passam a ocupar a camada seguinte;
(FUVEST-SP) O sódio e seus compostos, em determi­ 4 �) a última camada de um átomo, chamada camada de va­
nadas condições, emitem uma luz amarela característica. Ex­ lência, pode abrigar somente oito elétrons;
plique este fenômeno em termos de elétrons e níveis de 5 �) se ao se realizar a distribuição eletrônica de um átomo,
energia. você verificar que na última camada permanecerá uma quan­
tidade de elétrons maior que 8 e menor que 18, deixe nessa
Solução camada oito elétrons e passe os demais- para a seguinte. Se
A emissão de luz pelo sódio e seus compostos ocorre quan­ ao realizar esse procedimento, a última camada ainda ficar
do eles recebem energia na forma de calor ou eletricidade. com mais de oito elétrons, deixe somente oito elétrons nessa
Nessas condições os elétrons dos átomos de sódio passam para camada e passe os demais para a camada seguinte;
camadas ou níveis de energia mais afastados do núcleo, isto 6 �) se ao realizar a distribuição eletrônica você verificar que
é, mais energéticos. Os átomos passam do estado funda­ na última camada permanecerá uma quantidade de elétrons
mental para o estado excitado (instável). Os átomos ten­ compreendida entre 18 e 32, deixe nessa cámada 18 elétrons
dem a voltar à situação inicial (mais estável) e para tal os e passe os restantes para a camada seguinte. Se, ao realizar
elétrons retomam às camadas originais devolvendo ener­ esse procedimento, na camada de valência permanecer uma
gia recebida sob a forma de onda eletromagnética. No ca­ quantidade de elétrons maior do que 8 repita a 5 � regra.
so do sódio, essa onda apresenta energia correspondente Estas regras não são válidas para as distribuições eletrô­
à cor amarela. nicas dos elementos. de número atômico 21 a 30, 39 a 48,
5 6 a 80 e 89 a 1 05 .
O átomo de Bohr e a distribuição Exemplos
eletrônica 1. carbono - 6 C
os 6 elétrons do carbonô se distribuem pelas camadas K, que
A maneira pela qual os elétrons se distribuem nas dife­ pode conter no máximo 2 elétrons, e L, que pode conter no
rentes camadas ao redor do núcleo é chamada distribuição máximo 8 elétrons. A distribuição eletrônica do carbono é:
eletrônica. Para efetuarmos a distribuição eletrônica deve­ 6C K-2, L-4.
mos obedecer a algumas regras, que são: 2. sódio 1 1Na

1 �) em cada camada pode existir uma quantidade máxima de os 1 1 elétrons do sódio se distribuem pelas camadas K, L e M:
elétrons: uNa K-2, L-8, M-1 .
3. cálcio - 2oCa
camada número máximo de elétrons dos 20 elétrons do cálcio, 2 devem ocupar a camada K e 8
a camada L. Embora a camada M possa conter 18 elétrons,
K 2 os dez elétrons restantes ocuparão as camadas M, com oito
L 8 elétrons, e N, com dois elétrons (ver a 5 � regra):
M 18 Ca K-2, L-8, M-8, N-2
N 32 4. bário - 56Ba
o 32 distribuindo os 5 6 elétrons do átomo de bário pelas camadas
p
Q
18 teríamos:
2 s6Ba K-2, L-8, M-18, N-28;
utilizando a 6� regra temos:
s6Ba K-2; L-8, M-18, N-18, 0-10;
2 �) os elétrons tendem a ocupar as camadas eletrônicas mais utilizando a 5 � regra temos:
próximas do núcleo, isto é, as menos energéticas; s6Ba K-2, L-8, M-18, N-1 8, 0-8, P-2.

priedades de onda eletromagnética. O elétron não podia ser


encarado nem como partícula material nem como onda ele­
tromagnética, ele teria um duplo caráter. Por essa mesma
época, Werner Heisenberg estabeleceu o Princípio da In­
O MODELO ORBITAL determinação de Heisenberg. Segundo esse princípio é im­
possível determinar com precisão a velocidade e a posição
de um elétron. Isto porque, sendo o elétron uma partícula
extremamente pequena, qualquer tentativa experimental no
.....J

ê sentido de localizar sua posição interferirá em seu movimento.


Em vista dessas novas idéias a respeito da matéria, não
aJ
a: Esse modelo foi elaborado por volta de 1 92 5 . Ele leva

g
o em consideração duas idéias importantes sobre o comporta­ faz mais sentido falar em órbitas descritas pelos elétrons ao
mento da matéria: o caráter de onda eletromagnética que o redor do núcleo. Foi, então, desenvolvido o conceito de
LU
Cl elétron apresenta e a impossibilidade de se conhecer simul­ orbital.
o
:::E taneamente a posição e a velocidade de um elétron.
o Em 1 924, Louis de Broglie verificou experimentalmen­ Orbital é a região ao redor do núcleo onde é mais pro­
-

14
te que, dependendo das condições a que era submetido, o vável se encontrar um elétron.
elétron ora apresentava propriedades de partículas, ora pro-
Segundo o conceito de orbital, é possível encontrar, por O orbital p apresenta a forma de um par de halteres, es­
exemplo, o elétron do átomo de hidrogênio bem próximo do tando o núcleo entre os dois halteres.
núcleo como a alguns milímetros de distância. E claro que
a probabilidade de cada uma dessas situações ocorrer é bem núcleo atôm ico

diferente.

Os números quânticos
A descrição de um elétron como tendo tanto proprieda­
des de partículas como de onda eletromagnética é feita a partir Os outros orbitais, por possuírem forma geométrica com­
de uma complexa equação matemática, cuja apresentação foge plexa, não serão vistos aqui.
aos objetivos deste livro. A resolução dessa equação fornece

orbital no espaço. É representado pela letra m. O número


• Número quântico magnético: indica a orientação do
os parâmetros necessários para caracterizar um orbital num
átomo. Esses parâmetros são chamados números quânticos.
de orientações que um orbital pode apresentar é dado pela
Cada orbital é caracterizado por três números quânticos: o
expressão 2.f + 1. Dessa forma temos:
número quântico principal, o número quântico secundário
e o número quântico magnético. Um elétron é caracterizado
por quatro números quânticos: os três que identificam um número número de
orbital valores de m
orbital e mais o número quântico de spin. quântico orientações
no espaço
secundário
• Número quântico principal: indica a região ao redor (2f + I)
s o 2·0+ 1 = 1 o
do núcleo onde o orbital está localizado. Essa região é cha­
p 1 2· 1+1=3 - 1,0, + 1
mada nível de energia e é representada pela letra n. O nível

2 · 3 + 1 = 7 - 3, - 2, - 1 ,O, + 1, + 2, + 3
de energia corresponde às camadas eletrônicas anteriormen­ d 2 2·2+1=5 - 2, - 1,0,+ 1, + 2
te vistas. O número quântico principal pode assumir valo­ f 3
res inteiros de um até, teoricamente, infinito, mas na práti­
ca verifica-se a existência de átomos contendo no máximo A orientação de um orbital é dada em função do sistema
sete níveis de energia. tridimensional de eixos cartesianos. Assim é lógico admitir
A expressão 2.n2, onde n corresponde a um determinado que o orbital s, por apresentar forma esférica, deva apresen­
nível de energia, permite calcular a máxima quantidade de tar somente uma orientação no espaço. Os orbitais p podem
elétrons que pode ocupar esse nível. A quantidade de elé­ se orientar de acordo com os eixos x, y e z do sistema de
trons presentes nos níveis de energia pode ser menor do que eixos cartesianos.
a máxima quantidade prevista teoricamente.

nível de energia (n) n? máximo de elétrons permitido

8
I 2

18
2
3
4 32
5 50
6
98
72
7

• Número quântico secundário ou azimutal: indica

dependente do nível de energia onde estiver situado. É re­ )


a forma geométrica do orbital que será sempre a mesma in­
O conjunto dos três orbitais p é chamado subnívé p e
presentado pela letra e e pode assumir os valores de o até está representado na figura.

É comum associar o número quântico secundário a letras.


n- 1 . Na prática são conhecidos 4 valores para f: O, 1, 2 e 3.

Assim temos:

__J

O orbital s apresenta forma esférica. Observe na figura z


é
[]J
a:
que o elétron não é mais con­ o

sidérado um ponto com loca­ __J


o
w
lização determinada. Ao invés c
o
disso, ele é representado de
X

forma difusa mostrando que o
-

15
ele pode ser encontrado em
qualquer região do orbital.
Os orbitais d e f apresentam, respectivamente, 5 e 7 orien­ rotação). Somente após o semipreenchimento de todos orbi­
tações no espaço. O conjunto dos cinco orbitais d é chama­ tais é que o segundo elétron deve ser adicionado";
do subnível d e o conjunto dos sete orbitais f de subnível f. • cada orbital será representado por D e os números quân­

As notações ls, 3p e 4f representam, respectivamente, o ticos magnéticos de cada orbital são:


subnível s, situado no primeiro nível da energia, o subnível
p, no terceiro nível da energia, e o subnível f, no quarto ní­ subnível s L..I
____J

vel de energia. m = O

ção do elétron ao redor de seu eixo. É representado por m8


Número quântico de spin: indica o sentido de rota­ subnível p L..'---..1....--..J'---..J
e pode ter dois valores - 1/2 e + 112. Arbitrariamente, ao m - 1 m = O m = + 1

sentido de rotação anti-horário é associado o valor - 112 e subnível d

ao sentido de rotação horário o valor + 1/2.


m = -2 m - 1 m = O m + 1 m +2
subnível f

m -3 m = -2 m = - 1 m = O m = +1 m = +2 m = +3
• o spin será representado por uma seta vertical. O spin - 1/2
será representado por t e o spin + 1 /2 por � ;
• o número de elétrons presentes num subnível deve ser in­

dicado acima e a direita da letra. A notação 3p5 indica a pre­


O modelo orbital e a sença de 5 elétrons no subnível p situado no terceiro nível
distribuição eletrônica de energia. Eis alguns exemplos de distribuição elelrônica.

Anteriormente você aprendeu como realizar a distribui­ Exemplos


ção eletrônica utilizando as camadas eletrônicas. Agora, vo­

6,
cê vai aprender como realizar a distribuição eletrônica utili­ 1 . Distribuição eletrônica do átomo de carbono 6C.
zando os níveis e subníveis de energia. A distribuição ele­ Como o número atômico do carbono é ele possui 6 elé­
trônica, segundo o modelo orbital, permitirá conhecer a dis­ trons. Estes estão dispostos nos subníveis de acordo com o
tância do elétron ao núcleo, o tipo de orbital que ocupa, a diagrama de Pauling:

,__ -- _- -- -- --­
orientação espacial do orbital e o sentido de rotação do elé­

=.---
,....
� - ...---
tron. Para isso necessitamos, também, recorrer a algumas 15
--
2 ' 2p
.....- s ......---
regras.
• um orbital pode conter no máximo dois elétrons. Dessa ...-- 3s 3p 3d

forma o subnível s pode abrigar no máximo dois elétrons,


6
existirão 2 elétrons no subnível l s ,2 no subnível 1s e 2s no
o subnível p (três orbitais) elétrons, o subnível d (cinco subnível 2p. A distribuição eletrônica do carbono é:
orbitais) 1 0 elétrons e o subnível f(sete orbitais) 14 elétrons; 6c 1� 2� 2�
• princípio da exclusão de Pauli: "Num mesmo átomo não

podem existir dois elétrons com o mesmo conjunto de nú­ lt l t I I

meros quânticos". Isso significa que os elétrons de um mes­ !


mo orbital devem apresentar spins contrários. Um elétron úlumo elétron ou elétron de diferenciação.
gira no sentido horário e outro no sentido anti-horário; Os quatro números quânticos do último elétron do áto­
• os elétrons tendem a ocupar os orbitais de menor energia

i
mo de carbono são:
potencial em relação ao núcleo. Os orbitais mais energéticos n 2 1 m= O m. = - 1 /2
2. Distribuição do átomo de enxofre
= =

só serão preenchidos quando os menos energéticos estive­

16
rem completos; - 16S.
• orbitais de um mesmo subnível apresentam energia igual;
Segundo o diagrama de Pauling, os elétrons do átomo
• a ordem de preenchimento dos orbitais é dada pelo dia­
de enxofre devem ocupar os seguintes subníveis:
grama de Pauling abaixo. O sentido das setas indica valores


1 s' .......

/
de energia crescente e a ordem de preenchimento dos orbitais;
� 2s' 2p


_.....
3s' 3p4 3d
......
45 4p 4d


_J
A distribuição eletrônica do enxofre é:
ã5
2 p6

� �lt �lt �1
a:: 16S.- 1 s2 2s2 3s2 3p4

g lt �lt lt I
o

w
[!] [!] []
o
último elétron ou elétron de diferenciação.
• regra da máxima multiplicidade de Hund: "Ao preencher
o
:::!:
Os quatro números quânticos do elétron de diferencia­
o
- ção do enxofre são:
16 1
os subníveis p, d e f, deve-se primeiro colocar os elétrons
em orbitais vazios e com spins paralelos (mesmo sentido de n =3 t = m = - 1 m = + 1/2
I
Solução
EXERCÍCIOS Como os átomos Q e R são isóbaros temos:
n� p•(Q) + n� n ° (Q) = n� p•(R) + n� n° (R)
1. (U.F.-PA) Um átomo que apresenta, no último nível, um = n� p•(R) + n� n° (R) (I)
n� p •(Q) + 36
elétron desemparelhado como os seguintes números quânti­
cos: n = 5, R = O, m = O e m = - 1/2 tem número atô­
Como R2+ e Q são isoeletrônicos, isto é, possuem a mes-.
mico igual a:
ma quantidade de elétrons temos:
a) 31; b) 37; c) 4 1 ; d) 4 7; e) 5 1 .
n� e·(R2+) = n� e·(Q) (II)
Solução
mas como R2+ é um íon temos:
Para se determinar o número atômico desse átomo é ne­
céssário, através de sua distribuição eletrônica, descobrir o
n� e·(R2+) = n� e·(R) - 2, ou
número de elétrons que ele possui. Lembre-se que um áto­
n � e·(R2•) n � p•(R) - 2
= (III)
mo é eletricamente neutro e o número de prótons é igual
ao número de elétrons. como Q é um átomo eletricamente neutro temos:
O conjunto dos quatro números quânticos do elétron si­
tuado no último nível de energia permite afirmar que Ss é n � e·(Q) = n � p•(Q) (IV)
o último subnível desse átomo e contém somente um elétron. substituindo (III) e (IV) em (II) temos:
Seguindo o diagrama de Pauling e efetuando a distribui­
ção eletrônica do átomo tem-se: n� p•(R) - 2 = n� p•(Q) (V)

1s2 2�2 2p 6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5 s 1 substituindo (V) em (I) temos:

o que mostra que o átomo é formado por 37 elétrons e, por­ n� �- 2 + 36 = n�� + n� n ° (R)
tanto, 37 prótons.
A alternativa b é a correta.

2. (OSEC-SP) Levando em conta a existência dos três isó­


topos do hidrogênio: l H, m e m e de apenas um isótopo A letra d é a alternativa correta.

4. (PUC)
de oxigênio C �O), o número de nêutrons impossível de se
Os elétrons "p" que existem num átomo de
9; b)
encontrar numa molécula de água é:
a) 1 0; c) 1 1; d) 1 2; e) 13. cloro (número atômico 17 e número de massa 35), em seu
estado fundamental, são em número de:
Solução a) 6; b) 1 1; c) 1 2; d) 1 7; e) 18.
O número de nêutrons presente em cada isótopo é:
Solução
Para resolver essa questão é necessário realizar a distri­
isótopo lH m m � �o
buição eletrônica do cloro:
n � de nêutrons o 1 2 8 6
11Cl - 1 s2 2s2 2p 3s2 3p
5

Somando o número de elétrons presentes nos subníveis


Como uma molécula de água é tormada por dois átomos p encontramos o valor 1 1 .
de hidrogênio e um de oxigênio, os três isótopos do hidrogê­ A letra b é a alternativa correta.
nio juntamente com o átomo de oxigênio podem formar seis
diferentes moléculas de água. 5 . (UFRS) Na estrutura eletrônica de um dos gases nobres
abaixo, o número de elétrons p excede em dois ao número
de elétrons s. Este gás nobre é o:
átomos presentes na molécula de água n � de nêutrons a) He; b) Ne; c) Ar; d) Kr; e) Xe.
� �o
9
lH lH 8
� go Solução
lH m Fazendo a distribuição eletrônica dos átomos temos
lH m � go 10
m �H � �o 10 2H e l s2
� �o elétrons p - elétrons s = O - 2
�H �H 11
� �o 10Ne 1 s2 2s2 2p6
m tH 12
elétrons p - elétrons s = 6 - 4 = 2

6 6 _J

6
tsAr l s2 2s2 2p 3s2 3p
Portanto, com os isótopos indicados, não existe molécula elétrons p - elétrons s = 12 - = 6 CC
6 6 10 6 c::
36 Kr l s2 2s2 2p 3s2 3p 3d 4s2 4p
9
de água contendo mais que 12 nem menos que 8 nêutrons. o

A alternativa e é a correta. elétrons p - elétrons s = 1 8 - 8 10


=

w
s4Xe l s2 4s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p 6 4d10 5 s2 5 p6 o
3. (CESGRANRIO) O átomo Q tem 36 nêutrons e é isó­ elétrons p - elétrons s = 24 - 1 0 = 1 4 o
:2:

átomo Q, assinale o número de nêutrons do átomo R.


baro do átomo R. Considerando que RH é isoeletrônico do O gás nobre que apresenta dois elétrons p a mais que elé­ o
-

17
trons s é o neônio.
a) 40; b) 38; c) 36; d) 34; e) 32. A alternativa correta é a letra b.
,

TABELA PERIODICJI

A melhor maneira de classificar os elementos químicos Isto possibil itou a previsão da existência e das proprie­
foi proposta, em 1 869, pelo russo Dimitri Ivanovich Men­ dades de elementos ainda não descobertos na época. Assim,
deleev. Esta classificação serviu de base para todas as outras com algumas exceções, verifica-se que as propriedades dos
tabelas até nossos dias. Na primeira tabela proposta por Men­ elementos variavam periodicamente com as massas atômicas.
deleev, os elementos foram dispostos em ordem crescente de Atualmente, sabe-se que a repetição periódica das pro­
massa atômica. Posteriormente, no entanto, alguns elemen­ priedades físicas e químicas é função da disposição dos ele­
tos tiveram suas posições trocadas para que numa mes­ mentos na ordem crescente dos seus números atômicos. É
ma coluna se encontrassem elementos com propriedades a configuração eletrônica dos elementos que determina suas
semelhantes. propriedades.

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS


Com massas atôm icas referidas ao isótopo 12 do carbono

Elementos de transição
.------ 88 ---.
18

� Fe ·! � Co ·! � Ni ·! � Cu ·!
28 2 29 2

tL.
g -z I.J

6
c
•O
c: Série dos Lantanídios
w
c.. Número Atômico "'

::3 � I
w
C] �g Símbolo � Série dos Actinídios
� "'
w

� Massa Atômica

.t:;
- ( ) = N?de massa do
18
;;j
isótopo mais estável
de modo geral, maus condutores de calor e eletricidade, não
possuem brilho, quando sólidos são quebradiços e possuem
baixos pontos de fusão e ebulição. Localizam-se no lado di­
METAIS, NÃO-METAIS reito da tabela periódica. Oxigênio, mtrogênio, enxofre, io­
E SEMIMETAIS do, cloro são exemplos de não-metais.
Os semimetais constituem um grupo pequeno da tabela
periódica. São todos sólidos nas condições ambientes e apre­
sentam propriedades intermediárias' aos metais e não-metais.
O silício e o germânio, freqüentemente usados como semi­
Os elementos químicos podem ser classificados de uma condutores de eletricidade, são exemplos de semimetais. São
maneira mais ampla, em função de suas propriedades fisi­
5 1 , 52 e 84 .
semimetais os elementos de número atômico 5, 14, 32, 33,
cas, em metais, não-metais e semimetais.
São metais os elementos químicos que apresentam, de mo­

normalmente sólidos nas condições ambientes (25°C, 1 atm).


do geral, altos pontos de fusão e ebulição sendo, portanto,

O único metal líquido nessas condições é o mercúrio, Hg.


Os metais são bons condutores de calor e de eletricidade, pos­

METAIS
suem brilho característico, são maleáveis, ou seja, podem
ser forjadós em lâminas finas, são dúcteis, isto é, podem ser
estirados em fios. Na tabela periódica, localizam-se no lado
esquerdo, constituindo a maioria dos elementos. Cobre, prata,
META IS
ouro, alumínio, sódio, magnésio, mercúrio são alguns exem­
plos de metais.
Os não-metais ou ametais, ao contrário dos metais, são,

3. 3� período
"Na ls1 2s1 2p6 3s'
r-

OS PERÍODOS E OS GRUPOS
Al Si p s Cl Ar
DA TABELA PERIÓDICA
"i
utilizam três níveis de · · · -

energia, o 1 �' o 2� e o
Na tabela periódica atualmente em uso, os 107 elemen­ 3�. (/)
tos químicos conhecidos estão dispostos em linhas horizon­ o
Duas linhas horizontais foram colocadas abaixo da parte a...
tais, segundo a ordem crescente de seus números atômicos. :::>
principal da tabela. Constituem as séries dos Lantanídios e a:
As linhas horizontais são chamadas pêríodos. A tabela pe­ dos Actinídios. Isto foi realizado para economizar espaço. (!)
(/)
riódica apresenta 7 períodos. Cada período corresponde ao Na realidade, porém, esses elementos, também chamados de o
preenchimento de um nível de energia. Os elementos quí­ elementos de transição interna, situam-se no corpo da tabela. L.U
(/)
o
pos, identificados por números de 1 a 8. Os grupos são divi­
micos situados num mesmo período apresentam o mesmo As colunas yerticais da tabela periódica são clJ,amadas gru­
o
número de níveis de energia. ·º
a:
Exemplos didos em subgrupos, ou famílias, identificados pelas letras L.U
a...
1. 1 � período A e B. (/)

0
,H ls ' O grupo O não se divide em subgrupos. Esses elementos o

j:":Ç
foram descobertos apenas no século XX e por isso são clas­
1He ls1 sificados -de forma diferenciada. L.U

utilizam apenas um ní­ Existem diferentes graus de semelhança de propriedades �



vel de energia, o 1 � entre os elementos de uma mesma coluna. Nos subgrupos L.U
A a variação das propriedades é mais regular, sendo esses (/)
nível. L.U
elementos chamados, em conjunto, de elementos represen­ �
2. 2� período tativos. Nos subgrupos B a variação das propriedades não j:":Ç
L.U
3Li l s1 2s' apresenta a mesma regularidade, sendo esses elementos cha­ �
,--
mados de elementos de transição simples. 6
•<(
B c N o F Ne Algumas famílias da tabela possuem nomes especiais: z
6c l s1 2s1 2p1
u)

subgrupo lA: alcalinos;
wNe lsl 2s1 2p6 z subgrupo 2A: alcalinos-terrosos;
LU
subgrupo 6A: calcogênios; �
utilizam dois níveis de subgrupo 7 A: halogénios; -
· · · -

energia, o 1 � e o 2 � . grupo 0: gases nobres ou inertes. 19


1 . 2 1Sc l s2 . 2s2 2p6 3s2 3pfi: �;:J�_1
Os elementos de uma mesma família da tabela periódica Exemplos ____ _ _
_
_

apresentam propriedades químicas semelhantes. Essas pro· )


_ ___

2. z9Cu l s2 2s2 2p6 3 s2 3p6�'íf5í "3cttÕ--��-:·


priedades são determinadas pela configuração eletrônica que

3. 4oZr l s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4�2 -jciío- 4p��fs_2_��� - - )


_ _ __ _ _
apresentam. A análise das configurações eletrônicas dos ele·
mentos de uma mesma família mostra que todos possuem
a mesma distribuição no último nível de energia. (O último Os átomos desses elementos apresentam a seguinte con­
nível de energia corresponde ã última camada eletrônica que figuração eletrônica geral:
também é chamada de camada de valência.) Por exemplo,
na família lA, dos alcalinos, todos os elementos possuem l
elétron no último nível de energia: (n _ l ) d laiO nSta2
,
l s2 ( 2s1 J
, .. - · - - ...

l s2 '2s1• 2p6 (3s 1 )


,--- --
Os elementos de transição interna caracterizam-se por
l s2 2s2 2p6 ·3-si-- 3p6 4s2 3d 10 4p6:'S�1 )
__ _ _

apresentar, na configuração eletrônica, o último elétron no


'� .. � . subnível f do antepenúltimo nível.
O elemento hidrogênio, embora disposto na família dos
metais alcalinos, não pertence a essa família pois apresenta Exemplos:
propriedades distintas dos elementos dessa família. A sua lo­
1. 57La l s2 2s2 2p6 3s1 3p6 4s2 3d'0 4p6 5s2 4d' \S_Í>�����r�:·
2. 62Sm l s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d 10 4p6 5s2 4d'��Sp6 6;z-,i,'f �
calização nessa família deve-se ao fato de possuir um elétron
na camada de valência. Algumas tabelas trazem o hidrogê­
nio separado do corpo da tabela periódica. Os átomos desses elementos apresentam a segÜirité ·con­
Na família 7A, dos halogênios, todos os elementos pos­ figuração eletrônica geral:

··
suem 7 elétrons no último nível de energia:
2)f'"14 (n - l ) d0"1 ns2 1
1 sz .-2·s1 2 P-5 · :
(n -

- - . 2-
l s2 2s1 Íp6-·:Js
9F ·-.

3p_5 _.�·: ,.- ,


l s2 2s2 2p6 3s2- -Jp- 6- -:4st\?d 1 �·íi:p5':
"C! . •
.
_ _

..

',. -
3sBr
,'� -"

Na tabela a seguir, encontr ;�--se ãs'�Íistribuições eletrô­


EXERCÍCIO
nicas dos últimos níveis de energia dos átomos dos elemen­ (E.E.MAUÁ-SP) Um certo átomo do elemento E, gené·
tos dos subgrupos A da tabela periódica: rico, apresenta c elétron mais energético no subnível 4p5•
Pede-se:
a) qual o período e família do sistema periódico a que per­
Número Terminação tence o elemento E?
Subgrupo Nome do b) qual o número atômico dos elementos que antecedem e
de elétrons por
ou subgrupo sucedem o elemento E na mesma família do sistema pe­
na última subníveis
família ou da família riódico?
camada energéticos

lA alcalinos I ns1 Solução


alcalinos·
2A 2 ns2
terrosos
3A boro 3 ns2 np1 a) Como o subnível mais energético é o 4p5 significa que

� 4A carbono 4 ns2 np2 o 4 � nível é o último nível de energia do átomo e, portanto


5A nitrogênio 5 ns2 np3 o elemento se encontra no quarto período da tabela periódica.
o
-o 6A calcogênios 6 nsz np4 Seguindo as regras de distribuição eletrônica e preenchen­

E l s2 2s2 2p 6 3s2 3p6 ,Xs2\Jd '�· �P.�


a: do os subníveis de energia até chegar ao subnível 4p5 temos:
w 7A halogênios 7 ns2 np5

o que mostra que o áto�õ-�preséíi'ta no último nível os sub­


a.
gases
o ns2 np6
<(

níveis s e p com 2 e 5 elétrons, respectivamente. Essa confi­


_J 8


w
CC nobres
(Exceto o
� Hélio) guração é característica dos átomos dos elementos da famí­
lia 7A, os halogênios.
(j)
o b) Os elementos que antecedem e sucedem o elemento E na
a.
� mesma família da tabela periódica estão situados no 3 � e 5�
a: .
(.!) períodos, respectivamente. A distribuição eletrônica de seus
(j)
o Elementos de transição átomos será:
LU • elemento que antecede E- l s2 2s2 2p6 3 s2 3p5, o que mos­
(j) tra que os átomos desse elemento possuem 17 elétrons e con­
o Os elementos de transição, como vimos, são classificados
o em simples, pertencentes aos subgrupos B, ou de transição seqüentemente 1 7 prótons (os átomos são eletricamente neu­
.Q
a: interna, localizados nas duas linhas abaixo da tabela. tros). Seu número atômico é, portanto, 17:
w
a. Os elementos de transição simples caracterizam-se por • elemento que sucede E
(j)
o apresentar na configuração eletrônica: l s2 2 s2 2p6 3 s2 3p6 4s2 3d '0 4p6 5s' 4d10 5p5, o que mostra que
-

20 • l ou 2 elétrons no subnível s do último níveL


• o último elétron do subnível d do penúltimo nível; os átomos desse elemento possuem 5 3 elétrons e 5 3 pró­
tons. O número atomico desse elemento é 53.
Como nas famílias há um aumento do número de cama­
das eletrônicas com o aumento do número atômico, o tama­
nho do átomo tende a aumentar. A atração nuclear, no en­
PROPRIEDADES tanto, também deveria aumentar com o aumento do núme­
PERIÓDICAS ro atômico provocando uma redução do tamanho do átomo.
Isto, no entanto, não ocorre significativamente porque os elé­
trons situados nas proximidades do núcleo dificultam a in­
teração do núcleo com os elétrons ínais externos reduzindo
o efeito da atração nuclear. Esse efeito é conhecido como efei­
São chamadas de propriedades periódicas as proprieda­ to de blindagem.
des dos elementos que apresentam variação periódica na ta­ Nos períodos o raio atômico diminui com o aumento do
bela, crescendo e decrescendo, à medida que o número atô­ número atômico. Isto porque nos períodos não há aumento
mico aumenta. Esquematicamente, o gráfico de uma proprie­ do número de camadas ou níveis de energia e o aumento do
dade periódica em função do número atômico apresenta o número atômico provoca maior intensidade da atração nu­
seguinte aspecto: clear provocando uma redução do tamanho do átomo. O efeito
de blindagem nos períodos é pouco significativo.
propriedade O gráfico da variação do raio atômico dos átomos em fun­
ção do número atômico é o seguinte:
2, 5

2,0


o 1,5
u
número atômico
-E
A seguir discutiremos algumas propriedades periódicas '8
"'
dos elementos químicos. o
-(Õ
1 ,0
a:

-Raio atômico 0,5

Define-se como raio atômico de um elemento a metade


da distância entre os núcleos de dois átomos vizinhos desse
elemento. No entanto, como os átomos não têm contorno 2 10 18 36 54 86

definido e não se componam como esferas rígidas, os valo­ Número atômico


res dos raios atômicos podem variar em função do arranjo
Observe que ã medida que o número atômico aumenta,
atômico que apresentam.
o valor do raio atômico ora aumênta, ora diminui.
d = distância internucl ear

R = raio atômico
Potencial de ionização
R
d

Dá-se o nome de potencial de ionização à energia neces-


O raio atômico é medido em Angstrom, Á . Cada 1 Á
2
'
sária para remover um elétron de um átomo que se encontra
equivale a w-IO m. no estado gasoso e fundamental.
Na tabela periódica os raios atômicos dos elementos apre­ O potencial de ionização é, normalmente, medido em
sentam a seguinte variação: elétron-volt (eV). Cada eV corresponde a 1,6. 10-'9 Joules.
• nos períodos aumentam da direita para a esquerda;
A ionização de um átomo produz uma entidade química
• nas famílias aumentam de cima para baixo.
eletricamente carregada chamada íon. Neste caso, o íon apre­
senta carga positiva e é chamada cátion. O processo de ioni­
c:s
U)
zação pode ser representado através de equação química. Por

1
exemplo: c
-o
Nli(g) + 5 , 1 eV ., Na•(g) + le- a:
w
Q_
um átomo com
1 1 p• p' e lO e·
recebe transforma· se num cátion com e libera
1 1 e·
U)
e energia ll um elétron w


c
O raio do cátion é sempre menor do que o raio· do átomo w
que o originou, pois a mesma quantidade de prótons passa a:
Q_
Explica-se -a variação periódica dos raios atômicos dos ele­ a atrair menor quantidade de elétrons. o
a:
A variação do potencial de ionização dos elementos na Q_
mentos na tabela periódica através de dois fatores: a atração
-

21
núcleo-elétron e o número de camadas ou níveis de energia tabela periódica é a seguinte:
que apresentam. • nas famílias aumenta de baixo para cima;
• nos períodos aumenta da esquerda para a direita. Devido à dificuldade de se medir a afinidade eletrônica,
poucos são os elementos que as possuem determinadas. De
um modo geral, no entanto, a variação da afinidade eletrôni­

1
ca na tabela periódica é a seguinte:
• nas famílias aumenta de baixo para cima:

• nos períodos aumenta da esquerda para a direita.

1
O potencial de ionização aumenta à medida que o raio
atômico diminui. Isto porque ocorre aumento da atração nu­
clear com a diminuição do raio atômico, sendo necessária
maior quantidade de energia para remover o elétron do áto­
mo. Observe que a variação do potencial de ionização é a
inversão da variação do raio atômico.
O gráfico da variação do potencial de ionização em fun­ A afinidade eletrônica de um átomo depende em grande
ção do número atômico é o seguinte: parte de seu tamanho, uma vez que consideramos a introdu­
Ej (kcal/mol)
ção de um elétron na sua camada mais externa. Quanto mais
700 próximo ficar o elétron do núcleo, maior será a atração nu­
clear. Assim, átomos pequenos devem apresentar afinidades
He
600

500
eletrônicas mais elevadas que átomos grandes.
400

300
Eletronegatividade
200 A eletronegatividade é uma grandeza que surgiu quando
se procurou relacionar o potencial de ionização com a afini­
1 00
dade eletrônica.
o
o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 z Eletronegatividade é uma medida ri:lativa da tendência
de um átomo em atrair elétrons quando se encontra ligado
a outro átomo.
Observe que numa família, por exemplo a dos gases no­
Linus Pauling construiu uma escala de eletronegativida­
bres, à medida que o número atômico aumenta, o potencial
des. Nessa escala foi atribuída eletronegatividade igual a 4
de ionização (Ei) diminui e num período, por exemplo o se­
para o elemento mais eletronegativo: o flúor. As eletronega­
gundo, à medida que o número atômico aumenta, o Ei
tividades dos demais elementos foram determinadas em com­
aumenta.
paração com a do flúor.
Como normalmente os átomos apresentam mais de um
elétron, eles também possuem mais de um potencial de io­ Escala de Pauling de Eletronegatividade
r- ,.--
nização. A energia necessária para remover um elétron é cha­
-
H He
mada primeiro potencial de ionização; a necessária para re­ 2, 1
mover um segundo elétron, segundo potencial de ionização Li Be
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 -
B c N o F Ne
1 ,0 1 , 5
e assim sucessivamente. Os valores dos 2 �, 3�, 4� ... poten­
ciais de ionização vão crescendo progressivamente. Isto por­
1 , 5 1 , 8 2, 1 2,5 3,0 -
Na Mg AI Si p s C! Ar
0,9 1 , 2
que as espécies das quais se removem elétrons, os íons, tor­
-
K Ca Se Ti v Cr Mn Fe c Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
nam-se cada vez mais carregados positivamente e a atração 0,8 1 ,0 1 , 3 1 , 5 1 , 6 1 , 6 1 , 5 1 , 8 1 , 8 1 ,9 1 , 9 1 , 6 1 , 6 1 , 8 2,0 2.4 2,8
entre o núcleo e o elétron mais externo aumenta.
0,8 1 .0 1 , 2 1 . 4 1 , 6 1 , 8 1 , 9 2 , 2 2 , 2 2 , 2 1 , 9 1 , 7 1 . 7 1 , 8 1 , 9 2 , 1 2 , 5 -
Rb Sr y Zr Nb Mo Te Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe

Al(g) + 6,0 eV - Al(g) + l e·


Exemplo
*
Hf Ta w Re Os
1 , 3 1 , 5 1 , 7 1 , 9 2 , 2 2 , 2 2 , 2 2 . 4 1 , 9 1 , 8 1 , 8 1 , 9 2,0 2 , 2 -
Cs Ba Ir Pt Au Hg TI Pb Bi Po At Rn
0 , 7 0,9
l Jp•
lk
1 3p•
1 2e· Fr Ra
0,7 0,9
** * de 1,1 a 1,2
de
A�g) + 1 8,8 eV---+ Al (;l + l e"
* * próximo 1,1

1 3p• 1 3p• Na tabela periódica, a eletronegatividade varia da seguinte


l le· maneira:
(f) 1 2e·
<X: • nas famílias aumenta de baixo para cima;
u Al<1i + 28,4 eV� Al1g) + l e·
Cl 1 3p+ 1 3p• • nos períodos aumenta da esquerda para a direita.
·O
0::: l le· I Oe·
UJ
a..
(f) Afinidade eletrônica
UJ
o
<X:
o
UJ
ã:
a..
Dá-se o nome de afinidade eletrônica à energia liberada
quando um elétron é adicionado a um átomo neutro, no es­
tado gasoso e fundamental. Neste processo há a formação
t
o
a: de um íon negativo, um ânion.
a..
-

22 F(g) l e" - F(g)


Exemplo A eletronegatividade também depende do raio atômico
+ + 3,5 eV pois, quanto menor o átomo, maior será o poder de atração
do seu núcleo por elétrons e, portanto, maior será sua ele­ Solução
tronegatividade. Como o elemento se encontra no grupo 2A da tabela pe­
Os elementos mais eletronegativos, ou seja, que possuem riódica seus átomos devem apresentar dois elétrons no últi­
maior tendência em receber elétrons encontram-se no canto
tanto, temos que x = 2 e y = 2.
mo nível de energia. Estes devem ocupar o subnível 2s. Por­
superior direito da tabela periódica, são os não-metais. Ao
contrário, os elementos que possuem baixas eletronegativi­ A letra e é a alternativa correta.
dades localizam-se no canto inferior esquerdo da tabela, são
os metais. Tais elementos são também chamados eletroposi­ 4. (UFES) Um determinado elemento tem para seu átomo,
tivos, pois tendem a perder e não ganhar elétrons. no estado fundamental, a seguinte distribuição eletrônica:
l s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d ' 0 4p3

I - É um elemento típico ou representativo do grupo IIIA;


Para este elemento, podemos afirmar:
EXERCÍCIOS
11 - O número de prótons no núcleo é 33;
III - O número quântico magnético, para o elétron diferen­
Li (Z 3), C (Z 6), Na (Z = 1 1) em ordem crescente
I . (UNESP) Indicar a alternativa que contém os elementos cial, é zero;
= =
IV O número de elétrons desemparelhados, no último ní­
-

de energia de ionização.
vel é 3.
a) Na < Li < C; d) Li > Na > C;
Analise as afirmativas e marque a opção correta:
b) Li > C > Na e) Na > C > Li.
a) I e 11; d) 11 e IV;
c) C < Li < Na;
b) I e III; e) I, II e III.
Solução c) 11 e III;
Fazendo a distribuição eletrônica dos átomos desses ele­
Solução
mentos temos:
3Li l s2 2s' A frase I está errada pois o último nível de energia do
6 C l s2 2s2 2p2 átomo é o quarto. Neste nível existem dois elétrons no sub­
uNa l s2 2s2 2p6 3s' nível s e três elétrons no subnível p o que mostra que o áto­
A distrihyição eletrônica nos mostra que lítio e carbono mo possui cinco elétrons no último nível de energia. Por­
se encontram no segundo período e o sódio no terceiro pe­ tanto, o elemento pertence à família SA.
ríodo da tabela periódica. O átomo de sódio, por possuir mais A frase II está correta. Somando-se o número de elétrons
níveis, é o maior dos três e portanto apresenta menor ener­ presente no átomo encontramos o valor 33. Como o átomo
gia de ionização. é eletricamente neutro, o número de prótons é igual ao nú­
O lítio encontra-se à esquerda do carbono no segundo pe­ mero de elétrons.
ríodo da tabela periódica, pois apresenta menor número atô­ A frase III está errada. O elétron de diferenciação do áto­
mico. Portanto, o átomo de lítio é maior do que o átomo de mo é o terceiro elétron presente no subnível 4p. Ele apre­
carbono e apresenta menor energia de ionização. Resumin­ senta número quântico magnético + 1 .
do temos:
It It It
-1 o +
raio atômico Na > Li > C
energia de ionização Na < Li < C +1
elétron de diferenciação.
A alternativa correta é a letra a.
A frase IV está correta. Dos cinco elétrons presentes no
2 . (UF-RS) Entre os átomos dos elementos abaixo, aquele últip10 nível de energia, dois estão no subnível s, isto é, es­
que necessitará menor energia para que se extraia um elé­ tão emparelhados, e três no subnível p, cada um ocupando
tron de seu átomo neutro será o átomo de: um orbital, ou seja, des.emparelhados.
a) H ; b) Na; c) Rb; d) F; e) I A alternativa d é a correta.
Solução
5. (CESESP-PE) Para que �eja usado com o máxi�o de efi­
Para responder a essa questão é necessário consultar uma ciência em fotocélulas e em aparelhos de televisão, um ele­
tabela periódica e localizar os elementos indicados nas alter­ mento deve ter uma energia de ionização muito baixa e, por­
nativas. Terá menor energia de ionização o átom.o que apre­ tanto, ser� facilmente ionizado pela luz. Qual dos elementos
sentar maior tamanho, ou seja, do elemento situado à esquer­ abaixo você acha que seria o melhor para este propósito?
da e embaixo da tabela periódica. Esse elemento é o Rb. a) K; b) Li; c) Na; d) Cs; e) Rb. U)
<(
A alternativa correta é a letra c . u
o
Solução ·0
3. (CARLOS CHAGAS) A configuração eletrônica do áto­ a:
UJ
mo de um elemento do grupo 2A da classificação periódica Todos elementos são metais alcalinos. Consultando uma a.
foi repress:ntada por l s2 xsY. tabela periódica verificamos que o césio é o elemento que U)
UJ
Assim sendo, x e y valem, respectivamente, se encontra abaixo dos demais. Em outras palavras, os áto­ o
<(
a) 1 e zero; d) 2 e 1; mos de césio são os maiores e são os que apresentam menor o
UJ
b) 1 e 1; e) 2 e 2. potencial de ionização. a:
a.
c) 1 e 2; A alternativa correta é a letra d. o
a:
a.
-

23
UGAÇÕES QUÍMICAS

Os agregados atômicos que formam as substâncias são res­ Várias tentativas de explicar o porquê dos átomos se uni­
ponsáveis pelas diferentes propriedades que elas apresentam. rem entre si foram feitas. A seguir estudaremos dois mode­
Para formar os agregados atômicos, os átomos devem per­ los elaborados com o objetivo de explicar a natureza das li­
manecer próximos uns dos outros. Admite-se, portanto, que gações químicas: a teoria do octeto, que utiliza o modelo atô­
existe uma força de atração responsável pela união dos áto­ mico de Bohr e a teoria do orbital molecular, que utiliza o
mos. Essa força de atração é chamada ligação química. modelo orbital.

tropositividade, e os não-metais que apresentam alta eletro­


negatividade. Na formação da ligação iônica, ou eletrovalente,
os metais cedem elétrons e os não-metais recebem elétrons.
Um composto iônico típico é o cloreto de sódio. Ele é for­
A TEORIA DO OCTETO mado pelos elementos sódio (11Na) e cloro (17Cl). Na forma­
ção do cloreto de sódio o elétron da última camada do áto­
mo sódio é transferido para o átomo de cloro.

A observação de que na natureza existe um grupo de subs­


tâncias formadas por átomos isolados, os gases nobres, e o
õ�
:_) fo
�+
não conhecimento, na época, de aglomerados atômicos on­ 11
de átomos de gases nobres estivessem presentes levou, em
1916, os cientistas Lewis e Kossel a elaborar um modelo pa­ 2 2
8
ra as ligações químicas. 7 8

O fato dos átomos dos gases nobres não se combinarem Observe que o átomo de sódio ao perder um elétron fica
mostra que eles são particularmente estáveis. Na procura da com 8 elétrons na última camada (camada L). No entanto,
causa dessa estabilidade os cientistas analisaram a distribui­ quando isso ocorre, ele deixa de ser eletricamente neutro e
ção eletrônica dos átomos e verificaram que todos eles, com se torna uma entidade eletricamente carregada: um íon. O
exceção do hélio, apresentam 8 elétrons na última camada íon sódio apresenta carga + 1 pois ele apresenta 1 1 prótons
eletrônica. A estabilidade dos gases nobres foi, então, atri­ em seu núcleo e l O elétrons na eletrosfera. Os íons positivos
buída à existência de 8 elétrons na última camada, ou seja, são chamados cátions.
na camada de valência. O átomo de cloro ao receber um elétron também fica
Como os átomos dos outros elementos não apresentam com 8 elétrons na última camada. Quando isso ocorre ele
8 elétrons na última camada eles são instáveis. Para se esta­ se transforma num íon. O íon cloro apresenta carga - 1, pois

LU
bilizar se ligam a outros átomos e quando isso ocorre eles ele possui 1 7 prótons em seu núcleo e 1 8 elétrons em sua


ficam com 8 elétrons na camada de valência. eletrosfera. Os íons negativos são chamados ânions.

t>
O postulado básico da teoria do octeto diz que os átomos

N�+
se tornam estáveis quando adquirem a estrutura eletrônica
o do gás nobre mais próximo na tabela periódica. Para tal, os
o

) ( ( (j:
o átomos podem ganhar, perder ou compartilhar elétrons.
<(
a: �
o
LU 11+
1- Ligação iônica
<(
- 2 8 8 8 2

24
Este tipo de ligação ocorre entre átomos que apresentam
características opostas: os- metais, que apresentam alta ele-
É importante ressaltar que os íons Na• e CI- apresentam

((
estruturas eletrônicas iguais às dos gases nobres neônio (t oNe) F-
e argônio (t aAr), respectivamente. w

�D
Os íons Na• e CI-, por possuírem cargas elétricas opos­ g+
tas, se atraem formando a substância cloreto de sódio. No
� 8 2
estado sólido o cloreto de sódio é formado por um arranjo

((
20+
ordenado de cátions (Na•) e ânions (CI-). Esse arranjo é cha­
mado cristal iônico. No cristal de cloreto de sódio cada íon F-
sódio é rodeado por 6 íons cloro e cada íon cloro por 6 íons 2 Q
8 8
sódio. Não podemos dizer que um cátion está ligado única 9+

e exclusivamente a um único ânion. A figura abaixo mostra 8 2


o cristal de cloreto de sódio em duas e três dimensões.
é formado pelos íons Ca2 + e F" na proporção
1 íon CA2 + /2 íons F-.

EXERCÍCIO
(UF VIÇOSA-MG) Qual é a fórmula do composto for­
mado ao se combinarem átomos do elemento sódio e átomos
do elemento enxofre?
Solução
Consultando a tabela periódica verificamos que o sódio
é um elemento metálico que apresenta número atômico 1 1
e o enxofre é um não-metal com número atômico 16.
Fazendo a distribuição eletrônica dos átomos tem-se
11Na K-2, L-8, M-1
t6S K-2, L-8, M-6
Para adquirirem a estrutura eletrônica de gás nobre os
As substâncias formadas por ligações iônicas são chama­ átomos do elemento sódio perdem um elétron e os do enxo·
das compostos iônicos ou substâncias iônicas e são represen­ fre ganham dois. Portanto, serão necessários dois átomos de
tados por fórmulas denominadas fórmulas empíricas. A fór­ sódio, que se transformarão em íons Na', para fornecer dois
mula empírica do cloreto de sódio é NaCl. Ela nos informa elétrons para o átomo de enxofre, que se transformará no
que o cristal dessa substância é formado pela mesma pro­ íon S2-.
porção de íons Na• e CI-. A fórmula do composto, portanto, é Na2S.
Embora um composto iônico seja formado por íons ele
é eletricamente neutro, pois a quantidade de carga positiva Previsão da fórmula de substâncias iônicas: a fór·
na formação de um composto iônico a quantidade de elétrons
é igual à quantidade de carga negativa. Em outras palavras, mula de uma substância iônica formada por dois elementos
pode ser prevista como vimos anteriormente, ou seja, fazen­
cedidos pelo metal deve ser igual à quantidade de elétrons do a distribuição eletrônica dos átomos,verificando quantos
ganha pelo não-metal. elétrons o átomo do elemento metálico deve perder e quan­
mentos cálcio (loCa) e flúor (gF), o fluoreto de cálcio.
Outro exemplo de composto iônico é o formado pelos ele­ tos elétrons o átomo do elemento não-metálico deve ganhar
e, posteriormente, encontrando a proporção entre os íons for­
Nesse caso o átomo de cálcio perde 2 elétrons, fica com mados, de maneira que as cargas positivas e negativas fiquem
a estrutura eletrônica do gás nobre argônio (t sAr) e transfor­ iguais.
ma-se num íon com duas cargas positivas. Cada átomo de No entanto, utilizando-se a tabela periódica,é possível,
flúor pode receber apenas um elétron, pois possui 7 elétrons rapidamente descobrir a carga dos íons provenientes dos ele·
na última camada. Assim, são necessários 2 átomos de flúor mentos representativos (famílias IA a 7 A).
Temos portanto, a formação de um íon Cal+ e dois íons F".
para receber os 2 elétrons cedidos pelo cálcio. Para tal é necessário recordar que os átomos dos elemen­
tos das famílias IA, 2A e 3A são metais e possuem na última
camada eletrônica, a camada de valência, . 1 , 2 e 3 elétrons
respectivamente. São esses elétrons que esses'átomos perdem
para adquirir a estrutura eletrônica de g:is'nobre. Conseqüen­
temente serão formados íons com carga + 1 , + 2 e + 3.


Os átomos dos elementos das famílias 5A, 6A e 7A pos­
suem na última caf\lada eletrônica 5, 6 e 7 elétrons, respec··
w
tivamente. Eles se tornam estáveis, isto é, adquirem a estru· t­
u
tura de gás nobre ganlrando 3, 2 e I elétrons . Conseqüente­ o
mente serão formados íons com carga 3, - 2 e - 1 .
-
o
2 o
8 8 Os átomos dos elementos da família 4A podem tanto re­ <(
ceber elétrons como o carbono (não-metal) ou ceder como a:
o
7 2 o chumbo (metal). Como eles possuem 4 elétrons na última w
t-
camada poderão ser formados íons com carga - 4 (ganho de <(
-

25
O composto fluoreto de cálcio é representado pela fór­ elétrons) ou + 4 (perda de elétrons).
mula CaF2 , o que indica que o cristal iônico dessa substância Átomos do elemento hidrogênio se ligam ionicamente com
átomos de elementos metálicos. Quando isso ocorre o hidro­
ÍONS NEGATIVOS OU ÂNIONS
gênio se comporta como um não-metal e recebe um elétron
adquirindo, dessa forma, a estrutura do gás nobre hélio (dois
elétrons na última camada). Monovalentes I Bivalentes

Resumindo temos· Acetato. . . . . . . . . . . . . H,C,O, Carbonato . . . . . . . . C03


Bromato . . . . . . . . . . . . BrO, Cromato . . . . . . . . . . . C r O.
átomos da ganham/ quantidade formam íons Brometo . . . . . . . . . . . . Br Dicromato . . . . . . .. Cr,O,
exemplos
família perdem de elétrons com carga Cianeto . . . . . . . . . . . . . CN Fosfito .. . . . . . . . . . .. HPO,

IA I
Clorato . . . . . . . . . . . . . CIO, Manganato ... . . . . . . . . Mn04
perdem +I Li+, Na', K' Cloreto . . . . . . . . . . . . . Cl Manganito . . . . . . . . M n O,
2A perdem 2 +2 Ca", Mg'' Clorito . . . . . . . . . . . . . . CIO, Metassilicato . . .. Si O,
3A perdem 3 +3 AP', Ga" F l uoreto . . . . . . . . . . . . F Oxalato . . . . . . . . . . . . C,O.

4 +4 Ó xido . . . . . . . . . . . . . . .

l
H i droxila . . . . . . . . . . . OH O
4A
perdem
-
Pb4'
4 -4 c•
Hipobromito . . . . . . BrO Persulfato . . . . . . . . . S,O.
so.
ganham
H i poclorito . .. . . .. . CIO Sulfato . . . . . . . . . . . . .
5A ganham 3 -3 N'·, P'· H i pofosfito . . . . . . . . H,PO, Su lfeto . . . . . . . . . . . . . S
6A 2 -2 H i poiodito . . . . . . . . . 10 Sulfito . . . . . . . . . . . . . . SO,

I
ganham O'·, S'·
7A ganham I -I p-, C!" lodato . . . . . . . . . . . . . . . 10, Tiossulfato . . . . . . . S203

H I - H·
lodeto . . . . . . . . . . . . . . .
ganha I Metafosfato . . . . . . . PO,
Nitrato . . . . . . . . . . . . . . NO,
Sabendo a carga dos íons, a fórmula de uma substância Nitrito . . . . . . . . . . . . . . . NO,
iônica, como a formada pelos elementos alumínio e oxigê­ Permanganato : . . . Mn04
nio, pode ser assim determinada: as cargas dos íons são Al3+ Perclorato. . . . . . . . . . CIO.

é necessário que 2 íons AP' (6 cargas positivas) se combi­


e 02-. Para que o composto se torne eletricamente .neutro Tiocianato ou
Sulfocianeto . . . . . . C NS

fórmula AbOJ. É importante salientar que na fórmula do


nem com 3 íons 02- (6 cargas negativas), o que resulta na
Trivalentes Tetravalentes

composto iônico deve aparecer em primeiro lugar o cátion Antimoniato . . . . . . SbO. Ferrocianeto . . . . . . Fe(C N ).
e a seguir o ânion. Antimonito .. .. .. .. SbO,
'
Ortossilicato . . . . . Si O.
• Nome dos íons: os cátions possuem o mesmo nome que Arseniato . . .. .. .. .. A so. Piroantimoniato . Sb,O,
Arsenito . . . . . . . . . . . . A s O, Piroarseniato . :.. . As,O,
o elemento de origem. Assim o íon Na' se chama sódio, o
Borato (ou orto­ Pi rofosfato . . . . . . . . P,O,
íon Mg2+, magnésio e o AP', alumínio. borato) . . . . . . . . . . . . . . BO,
Os ânions apresentam nomes diferentes dos elementos de Ferrici aneto . . . . . . . F e ( C N l.
origem. Os principais estão relacionados a seguir: Fosfato (ou or-
tofosfato) . . . . . . .. .. PO.
elemento íon nome do íon

hidrogênio H· hidreto
flúor f· fluoreto
ÍONS POSITIVOS OU CÁTIONS

cloro CJ· cloreto


bromo Br· brometo Monovalentes Bivalentes
iodo I· iodeto Amônio . . . . . . . . . . . . . NH. Bário . . . . . . . . . . . . . . . . B a
oxigênio oz- óxido Césio . . . . . . . . . . . . . . . . Cs Cádmio . . . . . . . . . . . . C d
enxofre S'· sulfeto Cobre I . . . . . . . . . . . . . Cu Cálcio . . . . . . . . . . . . . . C a
nitrogênio w- nitreto Hidrogênio . . . . . . . . . H Chumbo 11 . . . . . . : . P b
fósforo P'· fosfeto Hidroxônio . . . . . . . . . H,O Cobalto 11 . . . . . . . . . C o

c•-
Lítio. . . . . . . . . . . . . . . . . . Li Cobre 1 1 . . . . . . . . . . . . C u
carbono carbeto
Mercúrio I .. .. . .. .. Hg Cromo 11 . . . . . . . . . . . Cr
• Íons polinucleares: até agora vimos que os íons po· Ouro 1 . . . . . . . . . . . . . . . Au Estanho .11 .. .. .. .. . Sn
Potássio . . . . . . . . . . . . K Estrôncio . . . . . . . . . . Sr
dem ser formados através do ganho ou perda de elétrons de Prata . . . . . . . . . . . . . . . . Ag Ferro 11 . . . . . . . . . . . . . F e
átomos isolados. Conseqüentemente, esses íons possuem um Rubídio . . . . . . . . . . . . . Rb Magnésio . . . . . . . . . Mg
núcleo e uma eletrosfera, isto é, são mononucleares. No en­ Sódio . . . . . . . . . . . . . . . . Na Manganês 11 . . . . . . M n
tanto, grupos de átomos também podem perder ou ganhar Mercúrio 11 . . . . . . . . H g
Níquel . . . . . . . . . . . . . . N i
elétrons. Quando isso acontece ocorre a formação de íons que
Platina 11 . . . . . . . . . . . Pt
apresentam mais de um núcleo e mais de uma eletrosfera, Zinco . . . . . . . . . . . . . . . Zn
são os íons polinucleares.
Exemplo�;

é
Trivalentes Tetravalentes
• íon nitrato: formado pelos núcleos de três átomos de oxi­
gênio e um de nitrogênio, apresenta carga - 1 e sua fórmu­
tJ
UJ
A lumínio . . . . . . . . . . . AI Chumbo IV . . . . . . . Pb
la é NO;; A ntimônio 1 1 1 . . . . . . Sb Estanho IV. . . . . . . . Sn
o A rsênio 1 1 1 . . . . . . . . . As M anganês IV . .'. . Mn
• íon carbonato: formado pelos núcleos de três átomos de
o Bismuto . . . . . . . . . . . . Bi Platina I V . . . . . . . . . Pt
Cl oxigênio e um de carbono, apresenta carga - 2 e sua fórmu­ Boro . . . . . . . . . . . . . . . . . B
<( la é co�-; Cobalto 1 1 1 . . . . . . . . . Co Pentavalentes
ã:
o • íon amônio: formado pelos núcleos de quatro átomos de C romo 111 . . . . . . . . . . . Cr Antimônio V . . . . . Sb
UJ
1- hidrogênio e um de nitrogênio, apresenta carga + 1 e sua fór­ Ferro 111 . . . . . . . . . . . . . Fe Arsênio V . . . . . . . . . As
Manganês 1 1 1 . . . . . . Mn
<( mula é NH�.
- Níquel 111 . . . . . . : . . . . Menor valência: 050

26
Ni
A seguir encontra-se uma tabela contendo os íons poli Ouro 1 1 1 . . . . . . . . . . . . . Au Maior valência: ICO
e mononucleares mais utilizados.
Além da fórmula eletrônica uma substância molecular po­
OBSERVAÇÃO - Para se escrever o nome de uma de ser representada pela fórmula estrutural, onde o par de
substância iônica basta escrever os nomes do ânion e do elétrons compartilhado é representado por um traço
cátion, separados pela preposição de. Os nomes das subs­
F-F
tâncias representadas pelas fórmulas NaCl, K2S04 e
Al(OH)J, são,respectivamente, cloreto de sódio, sulfato e pela fórmula molecular que indica o tipo e quantidade de

F2
de potássio e hidróxido de alumínio. átomos presentes na molécula

Outros exemplos de ligações covalentes são:


EXERCÍCIO • ligação entre hidrogênio e cloro no cloreto de hidrogênio:

(FUVEST-SP) Bromato de potássio, sulfito de amônio, io­ nesse caso ocorre a ligação entre átomos de hidrogênio e de
deto de sódio e nitrito de bário são representados, respecti­ cloro. O hidrogênio está situado na família IA e o cloro na
vamente, pelas fórmulas: família 7A da tabela periódica. Eles apresentam, portanto,
a) KBrOJ, (NH4hS03, Na!, Ba(N02)z; um e sete elétrons na última camada, respectivamente, e ne­
b) KBr04, (NH4)2S03 , Na!, Ba(N02)2; cessitam, cada um, compartilhar um elétron para adquirir
c) KBrOJ, (NH4)zS03, Na!, Ba(N03)2; a estrutura eletrônica de gás nobre. Temos, então, as
d) KBrOJ, (NH4)zS03, NaiOJ, Ba(N0 2h; fórmulas:
e) KBrOJ, (NH4)zS04, Nal, Ba(N02)2 . f ó r m . eletrônica fórm. estrutu r a l fór m . molecu l a r
Solução -· X X IC

Bromato de potássio é formado pelos íons bromato (Br03) H '...•. ;:; Cl x H - Cl HCI
XX
e potássio (K•). Como os íons apresentam a mesma carga eles
se encontram na mesma proporção. A fórmula do composto • ligação entre hidrogênio e oxigênio na água: o oxigênio está

é KBr03. na família 6A da tabela periódica. Seus átomos apresentam


Sulfito de amônio é formado pelos íons sulfito (So;·) e seis elétrons na última camada e, portanto, necessitam de mais
amônio(NH�). Nesse caso cada íon sulfito se liga a dois íons dois para adquirir a estrutura eletrônica de gás nobre. Co­

Iodeto de sódio é formado pelos íons iodeto W) e sódio


amônio. A fórmula da substância é (NH4)zS03. mo cada átomo de hidrogênio necessita apenas de um elé­
tron, dois átomos de hidrogênio se combinam com um de
(Na•). A fórmula do composto é Nai. oxigênio resultando as fórmulas:
Nitrito-de bário é formado pelos íons nitrito (NOi) e bá­ fór m . eletrônica fórm. estru t u r a l fórm . m o l e c u l a r
rio (Ba2t). Cada íon bário se liga a dois íons nitrito. A fór­
mula do composto é Ba(N02)2. H �;,c� �x �,C;; H H -- O - H H,O
·- IC IC - -
A letra a é a alternativa correta.
• ligação entre átomos de oxigênio no gás oxigênio: cada áto­

Ligaçao covalente mo de oxigênio, por apresentar seis elétrons na última ca­


mada, necessita compartilhar dois elétrons para adquirir oi­
Esse tipo de ligação ocorre entre átomos que apresentam
to elétrons na última camada. Nesse caso, então, cada áto­
alta eletronegatividade, os não-metais e entre hidrogênio e
mo contribui com dois elétrons para formar a ligação. Dois
não-metais. Nesse caso não haverá transferência de elétrons
pares de elétrons são compartilhados originando uma dupla
de um átomo para outro, como ocorre na ligação iônica, mas
ligação. As fórmulas são:
um compartilhamento de pares de elétrons. As substâncias fórm. eletrônica fórm. estrutural fórm. molecular
formadas por ligações covalentes são chamadas substâncias
moleculares e o agregado atômico formado é chamado mo­
lécula. .. �"
o
•• ex
o"
xx
"
o = o O,

Exemplo de substância molecular é o gás flúor. As molé­ • ligação entre átomos de nitrogênio na molécula de gás ni­

culas dessa substância são formadas por átomos do elemen­ trogênio: o nitrogênio está situado na família 5A da tabela
to flúor (9F) que apresentam a seguinte distribuição eletrônica: periódica. Seus átomos necessitam, portanto, compartilhar
9F K-2 L-7 . três elétrons para ficar com oito elétrons na última camada.
Como cada átomo de flúor apresenta em sua última ca­ Cada átomo de nitrogênio contribui com três elétrons para
mada 7 elétrons é necessário mais um elétron para que ele formar a ligação. Três pares de elétrons são compartilhados
adquira a estrutura eletrônica do gás nobre neônio (10Ne K -2 originando uma tripla ligação. As fórmulas são:
L-8). Isso é feito através do compartilhamento de um elé­ fórm . eletrô n i c a fórm. estrutural fórm . molecular


tron de outro átomo de flúor. Representando os elétrons da e e XX
última camada por símbolos quaisquer como # , *, •, x etc. N N N N N,
12
=

Observe que existe um p�r :.F. e


temos a figura ao lado. "

t;
w
1::
de elétrons comum aos do1s • • � compartil hados
� par d e e l étrons
EXERCÍCIO
(SANTA CASA-SP) Por compartilhamento de elétrons o
átomos: cada elétron é prove- - muitos átomos adquirem eletrosferas iguais às dos gases no­ o
Cl
niente de um átomo. Esses são os elétrons compartilhados, bres. Isto acontece com todos os átomos representados na <(
são atraídos simultaneamente pelos dois núcleos e são res­ fórmula: a:
o
ponsáveis pela formação da ligação covalente. Uma repre­ a) O - F; b) O = F; c) F = O = F; 1 U,.l
..,....
sentação como foi feita acima recebe o nome de fórmula ele­ d) F - O - F ; e) 0 - F - O. <(
-

27
trônica: ela indica os elétrons da última camada e os com­ Solução
partilhados pelos átomos. Sendo o oxigênio um elemento da família 6A, seus áto-
mos apresentam 6 elétrons na camada de valência. Portan­ x
H • H
to, eles necessitam compartilhar dois elétrons para adquirir I
I
I
a estrutura eletrônica de gás nobre.
•• ••
O elemento flúor situa-se na família 7A, seus átomos pos­ d

sobre os átomos pode ser diferente. É o que acontece, por


suem 7 elétrons na camada de valência e necessitam mais No entanto, a força de atração que os núcleos exercem
l para ficar com oito elétrons na última camada.
A fórmula O - F está errada, pois o átomo de oxigênio exemplo, na molécula de cloreto de hidrogênio, HCl. Nesse
compartilha somente um elétron e fica com 7 elétrons na ca­ caso o átomo de cloro, por ser mais eletronegativo do que
mada de valência. A fórmula O = F está errada, pois o áto­ o átomo de hidrogênio, atrai mais intensamente o par de elé­
mo de flúor, ao compartilhar dois elétrons, fica com 9 elé­ trons da ligação. Conseqüentemente os elétrons ficam mais
trons na camada de valência. A fórmula O = F = O está próximos do átomo de cloro do que do átomo de hidrogê­
errada, pois o flúor está com 9 elétrons na última camada.
CI
nio, sem contudo haver uma
A fórmula O - F - O está errada, pois os átomos de oxi­ transferência definitiva de elé­ H X

···--=d__...
gênio estão com sete elétrons na última camada. A fórmula trons, como ocorre na ligação
correta é F - O - F onde tanto os átomos de oxigênio co­ iônica. .
mo o de flúor estão com 8 elétrons na última camada.


A alternativa correta é a letra d. Como o par de elétrons fica mais próximo do átomo de
cloro, a região próxima a ele fica levemente negativa. re­
• Ligação covalente dativa: esse tipo de ligação ocorre gião em torno do átomo de hidrogênio fica levemente positi­
quando o par de elétrons compartilhado é proveniente de
va, pois os elétrons se afastam de seu núcleo. Cria-se, então,
um único átomo. Para sabermos se em uma molécula ocor­
uma dislribuição heterogênea de carga. Numa extremidade
rerá ligação covalente dativa é necessário, em primeiro lu­
da ligação aparece carga parcial negativa e na outra carga
gar, esgotar todas as possibilidades de ocorrer ligação cova­
parcial positiva. As cargas parciais são representadas por õ +
lente comum.
e õ - . Na molécula de HCl teremos:
Exemplo de substância que apresenta ligação covalente
dativa é o dióxido de enxofre, que apresenta fórmula mole­ õH õcl
cular S02• Como tanto o oxigênio quanto o enxofre se en­ As ligações covalentes que resultam no aparecimento de
contram na família 6A da tabela periódica, cada átomo ne­ cargas parciais são chamadas ligações polares e as que não
cessita dois elétrons para ficar com oito na última camada. resultam são chamadas ligações apoiares.
A ligação entre urií átomo de enxofre e um de oxigênio pode
ser assim representada:
EXERCÍCIOS
S = O]
1 . Prever a polaridade das ligações formadas entre os átomos:
Observe que os dois átomos estão com oito elétrons a) r e F
na última camada. Para que um segundo átomo de oxigênio b) H e F
faça parte da molécula é necessário que compartilhe dois elé­ c) F e Cl
trons, mas o átomo de enxofre não pode mais compartilhar Dado: eletronegatividades H = 2,1; Gl = 3,5 e F = 4,0.
elétrons, pois ficaria com mais de 8 elétrons na última ca­
mada. Nesse caso, ocorre a ligação covalente dativa onde o
Solução
átomo de enxofre fornece os dois elétrons que serão com­ a) A ligação entre os átomos de flúor é apoiar, pois eles apre­
partilhados com o oxigênio. O par de elétrons da ligação da­ sentam a mesma eletronegatividade.
tiva é representado por uma seta que tem origem no átomo b) A ligação entre hidrogênio e flúor é polar. Os átomos apre­
que fornece os elétrons. sentam diferentes eletronegatividades. Como a eletronegati­

fórmula eletrônica fórmula �:;trutural vidade do flúor é maior do que a do hidrogênio os elétrons
serão atraídos mais intensamen�e pelo átomo de fll).or. A carga
parcial negativa estará localizada no átomo de flúor e a posi­
tiva no átomo de hidrogênio.

Outro exemplo de substância que apresenta ligação co­ õH-Fõ-


valente dativa é o ácido cloroso (HClOz).

fórmula estrutural fórmula eletrônica


c) A ligação entre flúor e cloro será polar. Como o flúor é
mais eletronegativo do que o cloro, a, carga parcial negativa

- O - Cl --+ O
estará nele localizada; a carga parcial positiva se localiza no


H átomo dé cloro.

t>
LU Ó+ ô-
• Ligações polares e apoiares: quando dois átomos se Cl - F
unem através de ligação covalente, o par de elétrons de liga­
2 . (F. OBJETIVO-SP) Dadas as eletronegatividades de acor­
o
o ção é atraído simultaneamente por dois núcleos atômicos.
o do com Linus Pauling: H = 2,1; B = 1,9; C = 2,5; N = 3,0;
No caso da molécula do gás hidrogênio, Hz, os elétrons são
<(
a:
O = 3,5; F = 4,0, dizer qual a ligação mais polar:
atraídos com a mesma força pelos núcleos, pois eles são iguais
LU
o a) H - O; b) H - B; c) H - H; d) H - C; e) C - O.
1- e apresentam a mesma eletronegatividade. Poderíamos en­
<( tão pensar que os elétrons compartilhados permanecem a Solução
-

28
igual distância dos núcleos. Nesse caso a distribuição de Para sabermos qual ligação é mais polar é preciso calcu­
cargas elétricas é homogênea. lar a diferença de eletronegatividade dos átomos que se li-
gam, pois quanto maior a diferença de eletronegatividade
maior a polaridade da ligação; desta forma temos: OBSERVAÇÃO Mesmo sendo útil-na previsão do tipo
de ligação e fórmulas das substâncias, a utilização da teo­
ria do octeto não permite explicar a existência de certos
íons, como os dos metais de transição de certas molécu­
ligação diferença de eletronegatividade las, como a do óxido de nitrogênio, NO, e de compostos
de gases nobres como XeF2 e XeOl, obtidos a partir de
H-0 3,5 - 2, 1 = 1,4
1962.
H-B 2, 1 - 1,9 = 0,2 Os metais de transição podem formar íons conÍ diferen­
H-N 3,0 - 2, 1 = 0,9 tes cargas elétricas. O ferro, por exemplo, forma íons com
H-C 2,5 - 2, 1 = 0,4 carga + 2 e + 3 e o ouro forma íons com carga + 1 e + 3.
C-0 3,5 - 2,5 = 1,0 Se utilizarmos a teoria do octeto para explicar a liga­
ção existente na molécula de NO teríamos:
o oxigênio fica com oito elé-
A ligação mais polar é a formada entre os átomos hidro­ trons na última camada, mas
:o : "• N •
gênio e oxigênio. • •. xx o nitrogênio somente com sete.
A alternativa correta é a letra a.

A molécula de fluoreto de hidrogênio, HF, é formada de­


vido à superposição dos orbitais s do hidrogênio e p do flúor
(a distribuição eletrônica do átomo de flúor é l s2 2s2 2p5).
A TEORIA DO ORBITAL Nesse caso, ao contrário do que acontece na molécula de hi­
drogênio, os elétrons presentes no orbital molecular ficam
MOLECULAR mais próximos do átomo de flúor, que é mais eletronegativo
do que o átomo de hidrogênio. Nesse caso, ocorre desloca­
mento de carga elétrica. O contorno do orbital molecular au­
Os postulados básicos da teoria do orbital molecular são: menta ao redor do núcleo do. átomo de flúor.

bitais atômicos originando um novo orbital, chamado orbi­


• as ligações químicas ocorrem devido à superposição de or­

tal molecular;
• no orbital molecular devem estar presentes dois elétrons
-
que são atraídos pelos núcleos dos átomos que se ligam.

A substância fluoreto de lítio é formada por um metal,


O contorno do orbital molecular não é a simples super­

o lítio, e um não-metal, o flúor. Quando esses átomos se unem


posição dos contornos dos orbitais atômicos. Como a proba­
bilidade de se encontrar os elétrons responsáveis pela liga­
ção é maior entre os núcleos dos átomos que se ligam, ocor­ ocorre a formação de um orbital molecular devido à super­
re uma expansão do orbital molecular nessa região. posição dos orbitais s do lítio (configuração eletrônica l s2
2s') e p do flúor. Nesse caso também ocorre deslocamento

O O CD
orbitais atômicos
superposição
dos orbitais
orbital
de carga elétrica devido à diferença de eletronegatividade exis­
tente entre os átomos. Embora a diferença de ele1:ronegativi­
dade seja muito grande, os elétrons de ligação continuam a
sér atraídos pelos dois núcleos. A atração do núcleo do áto­
i solados atômicos molecular
mo tie lítio pelos elétrons é fraca e os elétrons permanecem
De acordo com a teoria do orbital molecular, tanto a li­ muito mais próximos do núcleo do átomo de flúor, pois este a::
gação iônica quanto a ligação covalente polar e apoiar são apresenta alta eletronegatividade. <(
....J
de mesma natureza, isto é, ocorrem através do compartilha­ :;::)
u
mento de elétrons pelos núcleos dos átomos que se ligam. UJ
....J
Elas só diferem na intensidade com a qual o par de elétrons o


:2
presentes no orbital molecular é atraído pelos núcleos atô­ ....J
micos. Para exemplificar, descreveremos as moléculas H2,
a:l
HF e LiF em termos de orbitais moleculares. De acordo com a teoria do orbital molecular, somente as a::
o
A molécula de hidrogênio é formada a partir da superpo­ ligações que não apresentam deslocamento de carga elétri­ o
sição dos orbitais s dos átomos de hidrogênio (lembre-se ca, isto é, as apoiares, são consideradas covalentes. As liga­ Cl
que a distribuição eletrônica do hidrogênio é ls'). Como não ções que apresentam deslocamento de carga, isto é, as pola­ <(
a::
há diferença de eletronegatividade entre os átomos, os elétrons res, apr�sentam caráter iônico. Quanto maior a diferença de o
UJ
do orbital molécular são igual­ eletronegatividade entre os átomos que se ligam maior o ca­ t-
<(
mente atraídos por ambos os ráter iônico da ligação. Assim, a ligação entre o flúor e o lí­
-

29
núcleos. Não ocorre desloca­ tio apresenta maior caráter iônico do que a ligação entre flúor
mento de carga elétrica. e hidrogênio.
Solução
diferença A ligação que apresenta maior caráter iônico é a formada
de eletro- 0,1 0,5 0,8 1,0 1,3 1,5 1, 7 2,0 2,3 2,5 3,0 pelos átomos que apresentam maior diferença de eletrone­
negativid. gatividade.
Consultando a tabela periódica verificamos que:
caráter
0,5 1 15 22 34 43 51 63 74 79 89 • o cloro se situa na família 7A, sendo muito eletronegativo;
iônico (o/o)
• H, Li, Na, K e Cs estão situados na família IA, sendo o
césio o maior átomo e, portanto, o menos eletronegativo.
A ligação entre cloro e césio é a que apresentará maior
EXERCÍCIO diferença de eletronegatividade e, portanto, terá maior cará­
(CESGRANRIO-RJ) Assinale o composto que apresenta li­ ter iônico.
gação de maior percentual de caráter iônico: A alternativa e é a correta.
a) HCI; b) KCl; c) NaCl; d) LiCl; e) CsCl.

núcleos dos átomos e a nuvem eletrônica a responsável pela


formação da ligação metálica.

UGAÇÃO METÁUCA

A ligação metálica é aquela que ocorre entre os metais,


isto é, átomos de baixa eletronegatividade. As ligações entre
metais não são explicadas através do compartilhamento ou
transferência de elétrons. O modelo elaborado para explicar
a ligação metálica chama-se "modelo da nuvem eletrônica". No estado sólido os metais são formados por agregados
Segundo este modelo, um sólido metálico seria formado atômicos gigantes, chamados cristais metálicos. Como os me­
pelos núcleos dos átomos imersos numa nuvem de elétrons tais são formados por átomos de um mesmo tipo, a fórmula
formada pelos elétrons da última camada dos átomos (elé­ de uma substância metálica é o próprio símbolo do elemen­

nica pertence a todo agregado atômico. É a atração entre os


trons mais fracamente atraídos pelo núcleo). A nuvem eletrô­ to metálico. Assim, a fórmula da substância ferro é Fe e da
substância prata Ag.

energia

UGAÇÕES QUÍMICAS distância


internuclear
E ENERGIA
0I0

Como vimos, os átomos formam agregados atômicos, de ([)


diferentes naturezas, que fornecem ã substância proprieda­ 111
des características. Qual é, no entanto, o motivo pelo qual
onde:
os átomos se unem para formar os agregados atômicos e,
I a interação entre os átomos é nula;
11
uma vez formados os agregados, por que os átomos man­ =
têm-se ligados? A resposta a essas questões encontra-se nas =começa a existir interação entre os átomos;
variações energéticas que ocorrem quando li�ações quími­ III = situação onde há o equilíbrio das forças de atração e
cas são formadas. repulsão;
Toda vez que ocorre a formação de uma ligação química IV = os átomos estão muito próximos, prevalece a força de
há liberação de energia, ou seja, quando os,átomos estão li­ repulsão.
gados uns aos outros, a energia do sistema é menor ao que A aproximação dos átomos gera forças atrativas entre elé­
quando eles se encontram separados. Isto porque os elétrons trons e núcleos e forças repulsivas entre elétrons e entre nú­
que fazem a ligação são simultaneamente atraídos pelos nú­ cleos. Quando um equilíbrio entre as forças é atingido, forma­
cleos dos átomos. se o agregado atômico. Nessa situação a energia é mínima,
ou seja, atingiu-se uma situação de grande estabilidade ener­
30 Graficamente teríamos: gética.
A atração elétrica entre cátions e ânions, como os íons Na•
e CI· no cloreto de sódio, é responsável pela formação do
cristal iônico. A atração entre os núcleos atômicos e a nu·
SUBSTÂNCIAS E vem eletrônica formada pelos elétrons da última camada dos
PROPRIEDADES átomos é responsável pela formação de cristais metálicos, co­
mo o ferro, prata etc. Num cristal covalente, como no dia­
mante (C) e sílica (Si02} os átomos estão unidos através de
ligações covalentes:
.
• átomos isolados, como os gases nobres e vapor de sódto

Independentemente do tipo de agregado atômico que uma


e mercúrio.
No início deste livro defmimos substância como todo ma­
terial que apresenta aspecto uniforme em toda sua extensão substância apresenta ela pode ser classificada como: substân·
e um conjunto de propriedades constantes. Neste momen­ cia simples ou substância composta.
to, após o conhecimento da estrutura do átomo e das liga­
de um mesmo elemento químico; substância composta é aque­
Substância simples é aquela formada apenas por átomos
ções químicas que efetuam, é possível compreender a gran­
de diversidade de substâncias existentes e o porquê das subs­
la formada por átomos de elementos diferentes. Gás oxigê­
tâncias apresentarem propriedades constantes.
nio (02), metal sódio (Na), gás hélio (He) e diama�te (C) são
A grande diversidade de substâncias é explicada pela pos­
exemplos de substâncias simples. Cloreto de sódio (NaCl),
sibilidade de combinação entre mais de cem tipos de átomos, álcool etílico (C1H50H), sílica (SiOz) são exemplos de subs­
ou seja, de elementos químicos. tâncias compostas.
As ligações químicas, como vimos, realizam-se pelo com­ A quantidade de átomos presentes na molécula de uma
partilhamento ou transferência dos elêtrons de valên�ia d�s substância simples é chamada atomicidade. A atomicidade
.
átomos. Portanto, a capacidade de cada atomo de reahzar h­ do gás oxigênio (02) é dois e a do enxofre (Ss) é oito.
gações depende da quantidade de elétrons que apresenta no

ma para átomos de um mesmo elemento químico. Em vista


seu último nível de energia. Essa capacidade é sempre a mes­
Alotropia
disso, a proporção entre os átomos dos elementos que se com­
binam para formar uma substância também será sempre a Chama-se alotropia a propriedade que certos elementos
mesma, qualquer que seja a natureza da ligação. Isto é, a com· possuem ém formar diferentes substâncias simples. Essas são
posição química de uma substância será sempre a chamadas de formas ou variedades alotrópicas e apresentam
mesma independente de sua origem ou processo de propriedades diferentes. Oxigênio, carbono, enxofre e fós­
preparação. Por exemplo, o cloreto de sódio, substância foro são exemplos de elementos que apresentam formas alo­
formada pelos elementos sódio e cloro, apresenta sempre a trópicas.
proporção 1 : 1 entre os seus element�s, independe�t: de sua O elemento oxigênio possui duas formas alotrópicas: gás
origem ou processo de preparação. E essa compostçao cons­ oxigênio (01) e gás ozônio (OJ). São substâncias moleculares
tante da substância que determina a constância de suas pro­ que apresentam diferentes números de átomos por molécu­
priedades. As propriedades das substâncias, por sua vez, são la. Apresentam a seguinte fórmula estrutural:
determinadas pelo tipo e quantidade de átomos presentes nos
agregados atômicos. o


0 = 0 e
Exemplo 0 0
1. substâncias formadas por elemento' diferentes mas com
a mesma quantidade de átomos por molécula: água (HzO) O gás oxigênio é inodoro, essencial para a respiração, reage
e o sulfeto de hidrogênio (HzS). A água é um líquido inco­
lentamente com materiais brgânicos e no estado líquido é azul­
lor, inodoto e insípido;o sulfeto de hidrogênio é um gás in­ claro. O gás ozônio apresenta cheiro característico, é utiliz�­
color, que apresenta cheiro característico de ovo podre. dó como germicida, bactericida e para descorar ceras, verm­
2.substâncias formadas pelos mesmos elementos, mas apre­ zes e gorduras; no estado líquido ele é azul-escuro.
sentando diferentes quantidades de átomos por moléculas: Carbono grafita e carbono diamante são as formas alo­
água e água oxigenada (H202). A água oxigenada, ao contrá­ trópicas do elemento carbono. As duas substâncias são for­
rio da água, ap,esenta propriedades desinfetante e descorante. madas por cristais. No entanto, a disposição dos átomos de (J)
w


carbono no cristal é diferente. Na grafita os átomos de car­ Cl
bono formam planos paralelos entre si.
w
Substâncias simples e compostas ã:
1 ,12Â c..
o
a:
Vimos que as substâncias podem ser formadas basicamen­ c..
w
te por: (J)
• agregados atômicos discretos chamados molécula. Os áto­ �

·�
u
mos que formam as moléculas estão unidos por ligação co­ :z
valente. Exemplos: gás oxigênio (Oz), cloreto de hidrogênio (J)
(HCl), álcool etílico (C2HsOH), glicose (C6Hu06) etc; co
:::::1
• agregados atômicos gigantes, chamados cristais, onde to­ (J)
-

31
das as partículas presentes (átomos ou íons) estão ligadas en­
tre si. Os cristais podem ser' iônicos, metálicos e covalentes.
No diamante, os· átomos formam uma estrutura mais Nas condições ambientes, o enxofre rômbico é a única
compacta. forma alotrópica estável. Seu aquecimento produz o enxo­
fre monoclínico.
O elemento fósforo apresenta quatro variedades alotró­
picas, sendo as principais o fósforo vermelho e o fósforo bran­
co. O fósforo branco é formado por molé�las tetraédricas:
p

O diamante é brilhante, não conduz eletricidade, é um


dos materiais mais duros que se conhece e apresenta densi­
:::�:��4 , p

O fósforo vermelho é formado por cadeias de tetraedros.


dade 3,5 g/cm3; a grafita quase não apresenta brilho, con­ p p p p
duz eletricidade, é mole e apresenta densidade 2,5 g/cm3 •
O enxofre apresenta três formas alotrópicas, todas com
atomicidade 8. Elas são: enxofre rômbico, enxofre monoclí­
nico e enxofre amorfo. Os dois primeiros são formados por
cristais e o último, não. p p p p

O fósforo branco é tóxico, pode se inflamar espontanea­


mente e é branco-amarelado; o fósforo vermelho não é tóxi­
co, é menos reativo que o fósforo branco e é violeta­
enxofre rômbico enxofre monocl ínico avermelhado.

posição dos orbitais ocorre segundo um mesmo eixo. Uma

(a) ,H - ls'
ligação formada dessa maneira é chamada ligação sigma

GEOMETRIA MOLECULAR
H H

Uma das utilidades do modelo orbital é na previsão da


forma geométrica das moléculas, a qual determina as proprie­
dades das substâncias. Através desse modtlo seremos capa­
zes de prever se numa molécula os átomos estão num mes­
mo plano (em linha ou dispostas de maneira a formar um
ângulo) ou no espaço. A geometria de uma molécula é de­
terminada pela posição dos núcleos dos átomos que se ligam. A molécula de cloreto de hidrogênio é formada pela su­
perposição dos orbitais s do átomo hidrogênio, e p do áto­
mo cloro. A ligação também é a. Observe que quando o or­
bital p participa da ligação, o lóbulo do orbital que não é
a::
utilizado 'diminui de tamanho, o que indica que nessa região
<t
-I
:::>
Moléculas lineares a probabilidade de encontrar elétrons diminui consideravel­
L)
w
-I mente. Em compensação o contorno do orbital molecular for­
o As moléculas formadas por dois átomos são sempre li­ mado é maior do que o do orbital s e p separados, pois a

<t neares, pois dois núcleos estarão sempre numa reta. As mo­ probabilidade de se encontrar elétrons nessa região aumen­
0:: léculas das substâncias hidrogênio, H2, cloreto de hidrogê­ ta muito.

w nio, HCl, gás cloro, Cl2, gás oxigênio, 0 2 e gás nitrogênio,

o N2, são lineares, no entanto os orbitais envolvidos nas liga­ ,H - l s' .
w
(!) Ções entre os átomos são diferentes. 2 2 6 2 5
i 1 Cl I s 2s 2p 3s 3p
-

32
A molécula de hidrogênio é formada pela superposição
de orbitais s dos átomos de hidrogênio. Nesse caso a super· lt * �lt I
Os orbitais moleculares podem ser assim representados.

hidrogênio
es
orbitais atômicos
p do cloro do
orbital molecular

As moléculas de gás cloro são formadas pela superposi­


ção de orbitais p dos átomos de cloro. Essa superposição ocor­

que as anteriores, é a.
re através de um mesmo eixo e a ligação, da mesma maneira
17Cl l s2 2s2 2p6 3s2 3p5
-
As regiões acima e abaixo do plano dos núcleos atômicos
representam a interpenetração dos lóbulos stlperior e infe­
rior dos orbitais p e correspondem a uma única ligação.
Na formação das ligações da molécula de gás nitrogênio

mação de uma ligação a e duas ligações 1t


também estão envolvidos orbitais p. Nesse caso ocorre a for­

1N l s2 2s2 2p3
1r=-
t ..,..
I t ...,.1 t--,
... 1
uma a.
Na figura abaixo estão representadas duas ligações 1t e

Na formação das moléculas de gás oxigênio são envolvi­


dos orbitais p. No entanto a superposição ocorre de manei­

formando uma ligação a e outros dois através de um plano


ra diferente: dois orbitais se sobrepõem através de um eixo

formando um tipo de ligação chamada ligação pi (1r). Na for­

V
mação da ligação 1t os orbitais se interpenetram menos in­

do que a ligação a.
tensamente, o que faz com que essa ligação seja mais fraca = p lano vertical

80 l s2 2s2 2p4 H = p lano horizontal

H lr-
I,... ...-, t 1--
-l t I-, Formação da ligação sigma p - p:

O orbital Px (hachurado) da figura está completo:

Y �-\. J'�
/��;)\
p

\ 1•
\. -��

Formaçã�da primeira ligação pi:

Na figura abaixo estão representadas as ligações 1t e a


1T

c:

-.J
<(
::::>
u
LU
-.J
o

<(
c:
......
Formação da segunda ligação p1: LU

o
LU
C!)
-

33
Moléculas com mais de dois átomos fosse 90° devido ao fato desse ser o ângulo formado pelos
orbitais p. Mas, pelos mesmos motivos descritos para a mo­
A geometria de moléculas contendo mais de dois átomos lécula de água, esse será maior que 90°; ele vale 107°.
também pode ser determinada através dos orbitais atômicos
que se interpenetram para formar as ligações.
Geometria da molécula de água: os orbitais s, dos áto­
mos de hidrogênio, e os orbitais p do átomo de oxigênio se­
rão os responsáveis pela ligação entre esses átomos . H

•H 1s1 80 l s2 2s2 2p4

Considerando somente os núcleos atômicos, a molécula


de amônia pode ser encarada como se fosse uma pirâmide
de base triangular: o núcleo do átomo de nitrogênio estaria
no vértice e os núcleos dos.áto­
mos de hidrogênio estariam,
num mesmo plano, formando
a base. A molécula de amônia
A região hachurada da figura abaixo indica o orbital mo­
é, portanto, classificada como
lecular sigma s - p:
Py Ocorre a formação de duas
piramidal. H
As moléculas PH3, AsHJ e SbH3 também são piramidais,
ligações a entre os orbitais s pois o fósforo, arsênio e antimônio estão, juntamente com
dos átomos de hidrogênio e p o nitrogênio, na família 5A da tabela periódica. Os ângulos
do átomo de oxigênio. Como formados entre o átomo da família 5A e os átomos de hidro­
os orbitais p formam ângulo de gênio são: 93,3° na molécula de Pf13; 9 1,8° na molécula de
90° entre si, os dois átomos de AsH3e 9 1,3° na molécula de SbH3• As causas dessa variação
Pz
hidrogênio e o átomo de oxi- são as mesmas discutidas na formação dos hidretos da famí­
gênio não estarão na mesma li­ lia 6A, ou seja, a variação do raio atômico e a diferença de
nha. A molécula será angular eletronegatividade.
estando o núcleo do átomo de EXERCÍCIO
oxigênio no vértice. A molécu- (CESCEM-SP). Qual das seguintes formulações é a mais
H la de água é, portanto, angular. correta para representar a forma da molécula de NF3?
Era de se esperar que o ân- a) linear N - F F - F
água
-

guio H - O - H valesse 90°.


No entanto, como as ligações b) plana quadrada F - F
H entre os átomos de oxigênio I I
N - F
e hidrogênio são polares (o oxigênio é mais eletronegativo
do que o hidrogênio), as cargas parciais positivas que apare­

/ "" /
cem nos átomos de hidrogênio são responsáv�is por uma re­ c) angular F F

pulsão elétrica que provoca o afastamento desses átomos, for­


N F
mando um ângulo próximo de 105°.
As moléculas H2S, H2Se e H2Te também são angulares.
Como o oxigênio, enxofre, selênio e telúdo estão na mesma
família da tabela periódica eles apresentam, no último nível d) piramidal
de energia, a mesma configuração eletrônica. No entanto,
os ângulos são menores que 105° pois o átomo central é maior

I
do que o oxigênio e a polaridade da ligação é menor do que F
a existente entre o oxigênio e o hidrogênio. Em vista disso, e) plana triangular

/ �F
N
a carga parcial positiva dos átomos de hidrogênio é menor
e a repulsão entre eles também é menor. Os ângulos de liga­
F
ção são: H2S - 93°, H2Se - 9 1 ° e H2Te - 88,5°.
Solução
Geometria da molécula de amônia, NH3: os orbitais s dos
Fazendo a distribuição eletrônica dos átomos de ni­
átomos de hidrogênio e p do átomo de nitrogêhio são os res­
trogênio e flúor temos:
ponsáveis pela ligação na molécula. 3
H l s1 1N ls2 2s2 2 p
1
7N ls2 2s2 2p3 9F I s2 2s2 2p5

t
.-:-
1 -r:-
1t -r.lt--.1 As ligações ocorrerão através da superposição dos
orbitais p do átomo nitrogênio de p dos átomos de flúor
Ocorre a formação de três ligações a entre os orbitais s ó que resulta na geometria piramidal para a molécula

34
dos átomos de hidrogênio e p do átomo de nitrogênio. Era de NF3•
se esperar que o ângulo formado pelos·núcleos H - N - H A letra d é a alternativa · correta.
Orbitais atômicos
Tipo de Número de orbitais Disposição espacial Geometria dos
que sofrem
hibridização híbridos dos orbitais orbitais
hibridização
s p 1 80 °

1 1 sp 2 CA3 linear

sp2 3

~ trigonal


1 2
plana

" 2 8'

1 3 sp3 4 tetraédrica

Hibridização Os orbitais híbridos sp do berílio e os orbitais s puros


O conceito de hibridização foi introduzido na teoria do do hidrogênio se interpenetram, originando duas ligações a
orbital molecular para explicar a existência de substâncias iguais entre si. Como o ângulo entre os orbitais híbridos sp
formadas, dentre outros, pelos elementos berílio, boro e é 180°, os núcleos atômicos estarão numa mesma linha e a
carbono. molécula será linear.
A hibridização é o processo pelo qual dois ou mais orbi­
tais atômicos, de um mesmo átomo, se associam para pro­
duzir um novo conjunto de orbitais, chamados orbitais hí­
bridos, que apresentam disposição espacial diferente dos or­
bitais atômicos originais. Geometria da molécula de hidreto de boro, BHJ: o áto·
O número de orbitais híbridos obtidos é igual ao número mo de boro apresenta, no 2� nível de energia, o orbital s
de orbitais atômicos que participam do processo de hibri�i­ preenchido, um orbital p semipreenchido e dois orbitais p
zação. Da mesma forma que os orbitais atômicos puros, os vazios.
orbitais híbridos podem abrigar no máximo dois elétrons. 2s2 2p1
lt I I
A hibridização ocorre entre orbitais que apresentam con·
[il]
dos não é simétrico: um lóbulo é maior do que o outro. É
teúdo de energia semelhante. O contorno dos orbitais híbri­
.... .. .. - - - · · · · - · - . ... ..,

através do lóbulo mais saliente que a interpenetração com


Ocorre hibridização sp2, resultando na formação de três
outros orbitais ocorre.
orbitais híbridos sp2, semipreenchidos, e permanecendo um
Os casos mais simples de hibridização são aqueles que
orbital p puro.
ocorrem entre orbitais s e p de um mesmo nível e energia.
A tabela acima mostra os principais tipos de hibridização
orbitais híbrid0'5
e a disposição espacial dos orbitais lubridos.
s p2 2p
Geometria da molécula de hidreto de berílio, BeH2 : no
2� nível de energia do átomo de berílio existe um orbital s OO<D D
preenchido e três orbitais p vazios.
novo subnível

1 s' 2s' 2p0 Ocorre a interpenetração entre os orbitais s dos átomos

[}}] I I I I
de hidrogênio e os orbitais híbridos sp2 do átomo de boro,
formando três ligações a iguais entre si. A molécula de BHJ

----G>.�
é trigonal plana ou triangular.

.Para formar duas ligações covalentes com átomos de hi­

::i
drogênio, o átomo de berílio deve apresentar dois orbitais c:

semipreenchidos. Isto é conseguido através da hibridização :::.>


u
sp que origina a formação de dois orbitais híbridos sp, cada LU
....J
um com um elétron, e permanecendo dois orbitais p puros. o
1 s'

sp
�') ::!!!
<(
Geometria da molécula de metano, CH4 : o átomo de car­
QXD
c:

bono apresenta, no 2� nível de energia, o orbital s preenchi· LU

novo subnível do, dois orbitais p semipreenchidos e 1 orbital p vazio. o
LU
6c 1 s2 2p2 (.!)

liTl_ J
2s2

lt lt
-

o [ill _ __ _ _ _ _ _ _ .. ... ..
I 35
Ocorre hibridização do tipo sp3 formando quatro orbi­
tais hibridos sp3, semipreenchidos.
1 s2 sp 3

[ill <D<OOXD
quatro orbitais híbridos sp3

Os orbitais híbridos sp3 do átomo de carbono e os orbi­


tais s dos átomos de hidrogênio se interpenetram formando
quatro ligações a iguais entre si. A molécula de metano é
tetraédrica.

Geometria da molécula de eteno, C2H4 : a fórmula estru­ Geometria da molécula de etino, C2 H2: a fórmula estru­
tural da molécula tural da molécula
H - c=c - H
nos mostra a existência de uma uipla ligação entre os áto­
mos de carbono. Isso significa que entre eles existe uma li­
gação a e duas ligações 1t. Em vista disso, ap'ós sofrer hibri­
nos mostra a existência de uma dupla ligação entre os áto­ dização, ainda resta no átomo de carbono dois orbitais p pu­
mos de carbono. Isso significa que entre eles existe uma li­ ros. Os átomos de carbono devem, portanto, sofrer hibridi­
gação a e uma 7t. Como a ligação 1t é feita através de orbi­ zação sp:
tais p puros e parelelos entre si temos que admitir que, após 2s2 2p2
sofrer hibridização, ainda resta um orbital p puro no átomo
[tJ lt ltJ I
Íp l
de carbono. Para isto, os átomos de carbono devem sofrer
hibridização sp2•
,_
_ _
___

sp
1 s2 2s2 2p2
CXD rn
lill lill_ _ _ _
_ _
I_ t_l!I 1 dois orbitais
híbridos sp
dois orbitais

1 52 2p puros
2p'
Os orbitais híbridos sp e os orbitais p puros formam en­
lill COOXD m tre si ângulos de 90°.

v
três orbitais híbridos sp2

Os orbitais híbridos sp2 ficam no mesmo plano, forman­


do ângulos de 120° entre si e o orbital p puro permanece
perpendicular a esse plano.

H
cr
<t:
__,
:=>
u
LU
....J As ligações que ocorrem são:
o
:::!!! • uma ligação a entre orbitais híbridos sp dos átomos de

• duas ligações 1t entre orbitais p puros dos átomos de


<{ carbono;
o:

LU As ligações que ocorrem são: carbono;
ligação a entre orbitais lu"bridos sp2 dos átomos de carbono;
:2
o • • duas ligações a entre orbitais híbridos sp dos átomos de
LU
(!) • ligação 1t entre orbitais p puros dos átomos de carbono; · carbono e orbitais s dos átomos de hidrogênio.
- 2
• 4 ligações a entre orbitais híbridos sp dos átomos de car­ Como o ângulo entre os orbitais híbridos sp é 1 80° a mo­
36 bono e orbitais s dos átomos de hidrogênio. lécula C2H2 é linear.
v
EXERCÍCIO

(UC-MG) O átomo A. (Z = 14) combina-se com o hidro­


gênio (Z= 1), formando um composto cuja fórmula e tipo .
de ligação são respectivamente:
a) AH. e a (sp3 - s); d) AHz e a (sp - s);
b) AHJ e a (spa - s� e) AHJ e a (sp - s).
c) AH4 e a (sp1 - s);

Solução
Fazendo a distribuição eletrônica do átomo A temos:
• .A - 1 s1 2s1 2p6 3s1 3p1

apresenta duas duplas ligações. É o que a�ontece, por exem­


O átomo de carbono também sofre hibridização sp quando
A distribuição eletrônica nos mostra que o átomo A po­
plo, na molécula de dióxido de carbono, COa, que apresenta deria formar duas ligações entre seus orbitais p e os orbitais
a seguinte fórmula estrutural: s dos átomos de hidrogênio. Se isso ocorresse haveria a for­

gaçõs o (s - p ). Como nenhuma das alternativas apresenta


mação de uma substância de fórmula AHa apresentando li­
O =C=O
Neste caso ocorrem as ligações: essa possibilidade de ligação, somos levados a admitir que
• duas ligações a entre orbitais hibridos sp do átomo de car­ o átomo A sofre hibridização sp3 formando, dessa maneira,

• duas ligações 1t entre orbitais p puros do átomo de carbo­


bono e orbitais p dos átomos de. oxigênio; quatro orbitais híbridos sp3• Nessas condições haveria a for­
mação de um composto de fórmula AH. com quatro liga­
no e orbitais p dos átomos de oxigênio. ções a (sp3 - s).
A molécula COa é linear. A letra c ê a alternativa correta.

mos ê 1,27 Á e a carga elétrica (q) presente nos mesmos é


reto de hidrogênio, HCl, onde a distância (d) entre os áto­

0,81 unidades eletrostáticas, seu momento dipolar é:


MOLÉCULAS POLARES H ------Cl
•• ••
E APOLARES d
-+
11
onde:
1 1! I= 11 I q x d I = + q x d
11 = 0,8 1 X 1,27 = 1 ,03 D
Anteriormente vimos que quando dois átomos comparti­ A unidàde do momento dipolar é o Debye representado
lham elétrons, esses são atraídos simultaneamente pelos dois pela letra D. O momento dipolar é uma grandeza vetorial
núcleos atômicos. Duas situações, então, podem ocorrer: e como tal apresenta módulo, direção e sentido. A direção
• os átomos apresentam a mesma eletronegatividade, atraem é dada pela reta que passa pelos núcleos atômicos, ·o sentido

tiva e o módulo é �alculado.


com igual intensidade o par eletrônico, a distribuição_ de é defmido da extremidade positiva para a extremidade nega­

• os átomos apresentam eletronegatividades diferentes,


carga é homogênea e a ligação é apoiar;
Da mesma maneinrque uma ligação, uma molécula tam·
atraem com intensidade diferente o par eletrônico, a dis­ bêm pode apresentar polaridade. O momento dipolar de uma
tribuição de carga ê heterogênea e a ligação é polar. substância pode ser determinado experimentalmente e quanto
A polaridade de uma ligação é medida através de seu mo­ mais polar for uma molêcula maior será seu momento dipolar.
mento dipolar: O momento dipolar, rep�esentado por 11, é No entanto, é possível prever teoricamente se uma molé­
o produto da carga elétrica situada em cada átomo pela dis­ cula será ou não polar. Para isso é necessário conhecer as
-

37
tância entre eles. A carga elétrica é dada em unidades ele­ eletronegatividades dos átomos que se ligam e a geometria
trostáticas e a distância em Angstron. Para a molêcula de elo- da molécula. Vejamos como isso pode ser feito através de
• molécula de dióxido de carbono, CO:a: a molécula é linear,
• molêcula de ãgua: a molécu·
alguns exemplos.
as ligações entre os ãtomos de carbono e oxigênio slo po­
la de Agua � formada por lares, mas os vetores que defmem o momento dipolar da
duas ligações entre os Ato­ ligação apresentam mesmo
mos de hidrogenio e oxi· módulo, mesma direção e

8-
O = C = O
gênio e é angular; as- liga· sentidos opostos.Eles ponan·
gés carbônico 11 O
to, se anulam e a molécula
0
ções entre os Atomos de •

polares, pois eles apresentam


oxigênio e hidrogênio são é apoiar.

eletronegatividades diferen·
tes; representando os mo·
8 + / �5+
H H
EXERCÍCIO
(F. O'BJETIVO-SP) Dadas as moléculas:
mentos dipolares das ligações por vetores e efetuando a
N
soma vetorial temos:
H - Cl H /j"'-
1> 1
H
H

I (linear) 11 (angular) 111 (piramidal)

ii = �1 + ii2
o que mostra que o momento dipolar da molécula da ãgua

a-
não é nulo. Ponanto, a molécula de água é polar. Ela po-
IV (plana triangular) V (tetraédrica)
de ser considerada um dipo- 0
lo elétrico que apresenta na são polares:
extremidade positiva os áto-
H
I, \....
H h) somente 111, IV e Y;
a) somente I e 11; d) somente I, li, III e IV
e) todas.
N
mos de hidrogênio e na ne·
c) somente I, li e 111;
• molécula de amônia, NH3: a
gativa o átomo de oxigênio.

4
Solução
molécula NH3 é piramidal e Para descobrir se uma molécula é ou não polar é neces·
é formada por três ligações sãrio realizar a soma vetorial dos momentos dipolares das
"'- ---
entre os Atomos de hidrogê- H ··· ---
H
ligações. Se a soma for zero, a molécula será apoiar, se for
nio e nitrogênio;�presentan· H diferente de zero será polar. Nesse caso temos
do os momentos dipolares
ô+
H-
das ligações temos: ô-
Ô- HCl - C! 11 -;t. o

.. �.. r�#O
ô-
H20 - o

H H
/ �H 11 -;t. o

1\ + Ô+ ô+
Õ+
N

de �ero. � molécula NH3 � polar e se compona como


a soma vetorial- dos momentos dipol.ares é diferente
NH3 -
H
/ Hl t" 11 -;t. o

N
H
um dipolo onde Dá extremi· ô+ ô+ ô+

/ I '\.._
a
dade positiva estariam os

F� �
_

ãtomos de hidrogênio e na H H
+ ô- ô-
negativa o de nitrogênio. H BF3 -
• molécula de metano, ClL: a molécula é tetraédrica e aa

y
quatro ligações entre os ãtomos de carbono e hidrogênio ô+
são polares. No entanto, nesse caso, a soma vetorial é ze· 11 .. o
ro. Conseqüentemente a molécula é apoiar.

H
ll
F
ô-

H
ô+

onde � = O_
CH. -
H ;.-- it- H
-- c -
tl õ - ! - - I' '"' o

-
ô+

São polares as
ô+
ô+
f
38
moléculas HCl, H20 e NH3.
A alternativa correta é a letra e.
os elétrons estão mais próximos do núcleo, conseqüentemente
estão mais atraídos e é mais dificil ocorrer um deslocamento
UGAÇÕES ENTRE da nuvem eletrônica. Nas moléculas grandes os elétrons, por
estarem mais afastados dós núcleos, estão, a eles, mais fraca­
MOLECULAS mente ligados. Em vista disso, o deslocamento da nuvem ele­
trônica e a conseqüente polarização da molécula é mais facil.

Explicar a existência de substâncias iônicas e metálicas


no estado sólido é relativamente simples. Num cristal iôni­
co as forças de atração eletrostática entre cátions e ânions
Pontes de hidrogênio
são responsâveis pela manutenção dos íons unic!os uns aos
O ponto de ebulição pode ser utilizado para se estimar
outros. Num cristal tpetálico a atração entre a nuvem eletrô­
a força de atração entre as moléculas de uma substância.
nica e os núcleos atômicos faz com que os ãtomos se man­
Quanto maior o ponto de ebulição maior é a força de atra­
tenham unidos.
ção entre as moléculas.
No estado sólido as substâncias moleculares tambêm for­
Se construirmos um grâfico dos pontos de ebulição dos
mam agregados atômicos gigantes chamados cristais mole­
hidretos das famílias 6A e 7A da tabela periódica em função
culares. Num cristal molecular as moléculas estão regular­
do período em que se encontra o elemento que se liga ao
mente dispostas e atraem-se mutuamente. A força de atra­
hidrogênio, obteremos a seguinte figura:
ção existente entre moléculas é cbamada genericamente de
força de Van der Waals.

1 00 �
Ligações entre moléculas polares
75
As moléculas polares possuem dipolo elétrico permanente.
\
J
Assim, quando estas moléculas estão próximas, a extremi­
dade negativa· de um dipolo atrai a extremidad_e positiva do 60
outro. A força de atração entre dipolos permanentes é fraca. \
No entanto, quanto maior a polaridade e o tamanho das mo­ u
o 2&
léculas maior será a força de atração entre el11.s. l'O HF
5

Qio. o 1\
...
l'O \ H2 •

�------�-----�
1 1 I I E \1 , J
1
t 1
Q)
... 'I'

�----- �----- �
-2 5
_l �li: HI

-50
\ ,
� �
Ligações entre moléculas apoiares v HB /
1 \ H2S
lL
\
_1_
-75
As moléculas apoiares não possuem dipolo elétrico pois
a distribuição de carga elétrica é simétrica. Quando molécu­

HC
las apoiares se aproximam, no entanto, pode ocorrer, num -100 30 40
determínado instante, o deslocamento da nuvem de elétrons 20 so
perfodo
para uma das extremidades da molécula. Ocorre, então, a
criação de um dipolo instantâneo que pode polarizar, por O grâfico nos mostra que, com exceção da água e do fluo­
indução elétrica, uma outra molécula. reto de hidrogênio, à medida que as moléculas se tomam
maiores, o ponto de ebulição aumenta. Isso porque a intera·

@
ção elétrica entre os dipolos aumenta. As substâncias ãgua

:3
fJ)
molécula apoiar e fluoreto de hidrogênio, no entanto, apresentam pontos de
8+ li - ebulição anormalmente altos em relação ao tamanho de suas ::;)
(.J
� formação do dipolo instantâneo moléculas. Esse fato indica que nessas moléculas deve exis­
.....
•W

�--�
tir uma força de atração intermolecular adicional. Essa for· o

� �
:::::!:
ça é característica de moléculas polares contendo átomos de w

!z
atração entre dipolos hidrogênio ligados a átomos muito eletronegativos (flúor, oxi· a:

�-<G=D instantâneos
gênio e nitrogênio). Essa força é chamada ponte de hidrogê·
nio e mantém unidos os ãtomos de hidrogênio de uma molé·
w
fJ)
w
cula com o ãtomo eletronegativo da outra. As pontes de hi· tO
Os dipolos instantâneos se atraem mutuamente, mas a for­ drogênio são interações elétricas mais fortes do que as que �

ça de atração entre eles é extremamente fraca.-A polarização ocorrem entre dipolos peímanentes, mas são mais fracas que .....
-
de moléculas pequenas é mais dificil do que a polarização
39
as ligações covalentes comuns. Em vista disso, costuma-se
de moléculas grandeS. Isto porque. em moléculas pequenas representar as pontes de hidrogênio por linhas tracejadas.
Exemplos 1} água 2) fluoreto de hidrogênio, HF EXERCÍCIO

H
3) amônia, NH3

',,, /
1 (ITA-SP) Os hidretos do tipo H2X dos elementos da fa­
mília do oxigênio são todos gasosos em condições ambien­
o
, ' , ,'
tais, com exceção do hidreto de oxigênio. Esta situação é con­
H seqüência:

/
a) da baixa massa molecular da água;

, ' ' o ""


b) das ligações covalentes;
F
c) das pontes de hidrogênio entre as moléculas;
I
H H
d) do fato de o oxigênio ter o maior raio atômico dessa família;
e) do fato de que o gelo é menos denso que a água líquida.
H - N - H

2
I
3
F Solução
/
H
H A ligação entre os átomos de hidrogênio de uma molécu­
I H la com o de oxigênio de outra, formando pontes de hidrogê­
/
H - N H --- N H H nio, é o fator responsável pelo fato da água não se aprésen­
I
I I '-...._ F / tar, nas condições ambientes, no estado gasoso.
H H A letra c é a alternativa correta.

Com relação aos compostos moleculares vale lembrar que


PROPRIEDADES E além da polaridade, o tamanho da molécula interfere na in­
tensidade do dipolo formado e conseqüentemente nos pon­
ESTRUTURA DAS tos de fusão e ebulição.
SUBSTÂNCIAS
Substância Tipo de ligação Pf (0C} Peb (0C}
NaCl iônica 800 1442
BaCl2 iônica 960 1350
No início deste livro vimos que ponto de fusão, ponto
covalente (mo- 223 - 1 87
de ebulição e solubilidade são propriedades que servem pa­ F2 -

lécula apoiar)
ra identificar uma substância. Existem substâncias com al­
covalente (mo- 6 80
tos pontos de ebulição e fuSão, outras com baixos pontos de C6 H 6
lécula apoiar)
fusão e ebulição, algumas são solúveis em água, outras são
covalente (mo- - 1 15 78
insolúveis. A explicação para tal diversidade de comporta­ C2HsOH
lécU.la polar)
mento experimental deve ser buscada em sua estrutura atô­
covalente (mo-
mica. Abordaremos a seguir as propriedades ponto de fusão CsHuOH - 79 1 38
lécula polar)
e ebulição, solubilidade e condutibilidade elétrica.
Pb metálica 327 1744
Au metálica 1063 2966
Ponto de fusão e de ebulição
Uma substância apresenta pontos de fusão e ebulição ca­ Solubilidade
racterísticos. O fato deles serem altos ou baixos depende da
força elétrica que mantém suas entidades químicas (átomos, Uma solução é formada quando uma substância, o solu­
moléculas ou íons) unidos. Quanto maior for essa força to, consegue se dissolver em outra, o solvente. As partículas

De um modo geral os pontos de fusão e ebulição da$ subs­


maiores serão os pontos de fusão e de ebulição. de soluto se disseminam por entre as partículas de solvente.
Para que uma solução seja formada é necessário que:
tâncias: • as interações elétricas entre as partículas de soluto sejam
• iônicas são altos porque as forças de atração entre os íons rompidas;
são fortes; • as interações elétricas entre as partículas de solvente se­
• moleculares, formadas por moléculas polarês, são baixos, jam rompidas;
pois as forças de atração entre dipolos permanentes são • interações elétricas entre partículas de solvent� e soluto se­
fracas; jam formadas.
• moleculares, formadas por moléculas apoiares, são extre­ De maneira geral, são solúveis em água substâncias iôni­
mamente baixos, pois as forças de atração entre dipolos in­ cas e substâncias polares. Isso porque as moléculas polares

• metálicas não podem ser previstos pois estes dependem tan­


duzidos são muito fracas; da água conseguem interagir com os íons, no caso das subs­
tâncias iônicas, e com os dipolos permanentes no caso de subs­

40
to da atração entres os átomos como do tipo de cristal me­ tâncias polares. A água não dissolve substâncias apoiares, pois,
tálico. nesse caso, não existe a possibilidade de ocorrer a interação
elétrica entre soluto e solvente. Uquidos polares se dissol­ sentam ponto de fusão mais elevados que as substâncias mo­
vem em lfquidos polares e lfquidos apoiares em liquidos leculares.

sim, substâncias polares se dissolvem em água e apoiares em


apoiares. A água é uma substância polar e o querosene apoiar. As­
A figura a seguir ilustra o que ocorre quando um cristal
cloreto de sódio, NaCI, é adicionado em água. Observe que querosene. A alternativa d é correta.
a parte positiva da molécula de água se liga ao ânion e a par­ No e.stado sólido somente os metais, por possuírem elé­
te negativa ao cátion. trons livres, conduzem eletricidade. Portanto, a alternativa
b está correta e a a, errada (substâncias iônicas e covalentes
apoiares não conduzem eletricidade no estado sólido por não
apresentarem cargas elétricas livres).
A alternativa a é a correta.

2. (UCMG) Um elemento A, de número atômico 16, com­


bina-se com um elemento B, de número atômico I 7. A fór­
mula molecular do composto e o tipo de ligação são:
a) AB1 - covalente;

AB1
b) A1B - molecular;
c) - eletrovalente;
d) AB - eletrovalente;
e) AzB - covalente.

Solução:
Efetuando a distribuição eletrônica dos átomos temos:
Condutibilidade elétrica 16A - l s1 2s 1 2p6 3s1 3p 4
1 7B - l s2 2s1 2p6 3s1 3p 5
A corrente elétrica resulta do movimento ordenado de car­ As distribuições eletrônicas nos mostram que os dois ele­
gas elétricas. Essas podem ser elétrons ou íons. Os metais, mentos são não-metais: o elemento B pertence à família dos
por possuírem os elétrons da nuvem eletrônica fracamente halogênios (7A) e o elemento A à família dos calcogênios (6A).
ligados aos mfcleos, são bons condutores de eletricidade no A ligação entre A e B será, portanto, covalente, ou molecular.
estado sólido. As substâncias iônicas, ao contrário, só con­ Como A possui seis elétrons no último nível de energia,
duzem eletricidade no estado fundido. No estado sólido os necessita compartilhar dois elétrons. B, por possuir sete elé­
íons por estarem fortemente atraídos uns aos outros não con­ trons no último nível de energia, necessita compartilhar so­
seguem se movimentar; no estado líquido os íons, embora mente um elétron.
atraídos entre si, possuem mobilidade, o que possibilita a con­ As fórmulas eletrônica, estrutural e molecular do com­
dução de eletricidade. Os compostos moleculares não con­ posto formado por A e B são, respectivamente:
duzem eletricidade nem no estado sólido nem no estado li­
" X )( "
quido, pois suas moléculas não apresentam cargas elétricas :n• x Ax • .o: B-A-B
XX
•• •

livres.
A alternativa a é a correta.

EXERCÍCIOS 3. (FEl) Duas substâncias respectivamente,covalente polar


e covalente apoiar, são colocadas entre duas placas submeti­
das a um campo elétrico de acordo com o esquema. Indicar
1 . (UF-MG) Considerando os vários modelos da ligação qui­
mica e a interpretação das propriedades macroscópicas das como se orientam as referidas moléculas.
substâncias em função do tipo de ligação, todas as alternati­
vas estão corretas, exceto: + .+ + + + + + + + + ++++++++++++
a) a condutividade elétrica, no estado sólido, distingue um
composto iônico de um outro covalente apoiar; substância substância
.. ..
b) a condutividade elétrica, no estado sólido, distingue um polar apolar
metal de um composto molecular;
c) o estado fisico líquido de uma substância pura, em con­
dições normais de temperatura e pressão, indica que ela
não é iônica;
Solução
As moléculas apoiares não possuem dipolo elétrico e as
d) a comparação das solubilidades, em água e em querose­
ne, distingue entre uma substância apoiar e outra polar;
polares possuem. A9 moléculas polares se orientarão no cam­
po elétrico e as apola�es não.
e) a comparação dos pontos de fusão distingue um compos­
to iônico de outro molecular.
+ + + + + + + + + + + + + + + +

Solução
A força de atração entre íons é muito forte. Isto faz com G)CJG)
(J(J (J (J CJ polarcia QO() Q substânci
CJ(Jsubstân
apoiar a
o oo
que as substâncias iônicas apresentem elevados pontos de fu­
são. Em vista disso, as alternativas c e e estão corretas: as
substâncias iônicas são sólidas nas condições ambientes e apre- 41
4. (FEI·MAUÁ) Escreva as fl)rmulu estruturais e indique última camada. Os outros três pares de elétrons podem, co­
a polaridade das moléculas de bromo e gú sulfldrico. tio, ser utilizados para Jtalizar ligaç6es covalentes dativas:
Dados: números atômicos H • 1, S • 16, Br "' 35.
t
:A· +- A ­
Soluçio �

Átomos da família dos halogenios podem fazer tr& liga·


A distribuição eletrônica dos 'tomos é:
.H ls 1
4
168 l s2 2s2 2p6 3s2 3p ções dativas e o flúor e o cloro pertencem a essa família. No
2 � 3d10 4p5
JsBr 1s2 2s2 2p6 3s 3p6 4s entanto, o átomo que contribui com o par de elétrons para
O bromo é uma substância formada por moléculas Br2 • a realização da ligação deve ser menos eletronegatiYo do que

pode ser o átomo X, pois ele é menos eletronegativo que o


Elas são formadas pela interpenetração de orbitais p semi­ o átomo que "recebe" esses elétrons. Assim, é o cloro que
preenchido originando uma molécula linear. A molécula Bra
é apoiar pois não existe diferença de eletronegatividade en­ oxigênio.
tre os átomos que se ligam. A fl)rmula estrutural da molécu· A alternativa b é a correta.
la é:

tássio, amônia (gú), tetracloreto de silício, iodeto de hidro­


Br - Br 7. (CESCEA) Sejam os seguintes compostos: fluoreto de po­
O gãs sulfidrico é uma substância formada por molécu­ gênio. As ligações quimicas existentes nos mesmos são res­
las H2S. Elas são formadas pela interpenetração dos orbitais pectivamente:
s dos átomos de hidrogênio e p do átomo de enxofre. Como a) iônica, covalente-polar, covalente, covalente-polar;
os orbitais p estão situados 90° um em relaçãe ao outro, a b) iônica, covalente, covalente, covalente-polar;
molécula será angular. Os átomos de enxofre e hidrogênio c) covalente, iônica, covalente, iônica;
apresentam diferentes eletronegatividades e ponanto a liga­ d) covalente-polar, iônica, covalente-polar, iônica;
ção entre eles é polar. Devido ao fato da molécula H1S ser e) iônica, covalente, iônica, covalente.
angular, os momentos dipolares das ligações H-S não se anu·

O fluoreto de potássio (KF) é formado pelo metal potás·


lam, o que resulta na formação de moléculas polares. A fór­ Solução
mula estrutural do H1S é:
sio e o não-metal flúor. A ligação no composto é iônica. A
amônia {NH3) é formada pelo não-metal nitrogênio e o hi­
drogênio. A ligação N - H é covalente, a molécula NHl

5.
apresenta geometria piramidal e é polar.
O tetracloreto de silício (SiCI.) é formado pelo semime­
(CARLOS CHAGAS) No composto iônico de fórmula
tal silício e o não-metal cloro. A ligação é covalente, pois os
XY, o íon X é bivalente positivo. Nesse ca:so, Y poderia es·
átomos apresentam pequena diferença de eletronegativida·
tar indicando o íon:
de. A ligação Si - Cl é polar, mas,a molécula SiCI., por ser
a) hidrogênio;
tetraédrica, é apoiar.
b) oxigênio;
O iodeto de hidrogênio (HI) é formado pelo não-metal
c) potássio;
iodo e pelo hidrogênio. A ligação entre os átomos é covalen­
d) magnésio;
te, mas como eles apresentam diferentes eletronegatividades
e) flúor.
a ligação é polar.
A alternativa a é a correta.

8. (UFMG) Qual afirmativa está errada?


Solução
A fórmula XY nos mostra que a proporção entre os íons
que formam a substância é 1 : 1 e, ponanto, a carga do cãtion
a) A ligação iônica se forma pela transferência de elétrons
deve ser igual a carga do ânion. Se X é tiivalente positivo,
do elemento menos eletronegativo para o mais eletrone·
Y é bivalente negativo.
gativo;
Os átomos dos elementos da família dos calcogênios (6A)
b) A ligação covalente se forma entre átomos com pequena
formam ânions com carga 2 -e o oxigênio é um elemento
diferença entre suas eletronegatividades;
dessa família.
c) A ligação C - Cl no tetracloreto de carbono (CCI.) é· po­
A alternativa b é a correta.
lar, mas a molêcula, como um todo, é apoiar, por causa

6. (CESGRANRIO) O átomo X pode apresentar 1, 2 e 3


da simetria tetraédrica do carbono;
d) A mo�a de amônia (NHJ) é covalente polar;

gênio para formar três compostos diferentes. Q átomo X po­


covalências dativas quando se combina com o elemento oxi­
e) Sendo a ligação covalente,em geral,bastante forte, os pon­
tos de fusão e de ebulição dos compostos covalentes são
de ser o:
.altos.
a) flúor b) cloro c) enxofre
d) · selênio e) carbono
Solução
As ligações covalentes são, comparadas com as ligações
Soluçio
iônicas, mais fracas. Em vista disso, as substâncias forma­
Para que um átomo possa efetuar três ligações covalen·
das por ligações covalentes apresentam, geralmente, baixos
tes dativas é necessãrio que ele possua sete elétrons na ca­
- pontos de fusão e de ebulição.
mada de valência. Esse átomo realizará apenas uma ligação
42 covalente comum c: dessa forma ficará com oito elétrons na
A alternativa e é a correta.
RADIATIVIDADE

Em 1 885, o cientista alemão Wilhelm Konrad Rõentgen cionou essa capacidade com a presença de urânio na subs­
constatou, pela primeira vez, a existência de certa radiação tância. Estava descoberta a radiatividade.
que, como a luz, era capaz de sensibilizar chapas fotogrãfi­ Em 1898, a fisica polonesa Maria Sklodowska Curie e
cas e provocar fluorescência 1:m certas substâncias. A esta seu marido Pierre Curie conseguiram isolar da pechblenda,
radiação Rõentgen deu o nome de raios X por ainda desco­ (minério de urânio), átomos de um elemento com proprie­
nhecer sua origem e características. dades radiativas muito superiores ao urânio: o polônio. Pouco
Foi o fisico francês Henri A. Becquerel que descobriu tempo depois, o casal anunciou a descoberta de átomos de
em 1896, que os raios X eram emitidos por toda substân­ outro elemento, ainda mais radiativo: o rádio. Por esse tra­
cia fluorescente. Para isso ele utilizou um composto de urâ­ balho foi concedido a Becquerel e ao casal Curie, em 1903,
nio, o sulfato duplo de potássio e uranila K2(U02XS04)2 e, o Prêmio Nobel de Física.
, após expô-lo ao sol, verificou que era capaz de impressionar Todos os estudos realizados mostraram que as radiações
uma chapa fotogrãfica envolvida por papel negro. A casuali­ emitidas pelas substâncias têm origem no núcle'o do átomo,
dade, no entanto, levou Becquerel a conclusões ainda mais ou seja, as radiações devem-se às transformações que ocor­
surpreendentes quando ele percebeu que a substância era ca­ rem nos núcleos atômicos.
paz de impressionar a chapa fotográfica mesmo sem ter sido Radiatividade é o fenômeno pelo qual o núcleo de um
exposta à luz. Becquerel concluiu, portanto, que era a subs­ átomo emite espontaneamente radiações.
tância que possuía a capacidade de emitir a radiação e rela-

ca positiva, sendo portanto negativamente carregadas. O des­


vio dessas radiações é mais acentuado que o das radiações alfa.
Radiações gama ('y) que não sofriam desvio, portanto não
possuem cargas elétricas.
TIPOS DE RADIAÇÃO
ZnS

���������������� +
j

+
+

Em 1903, Emest Rutherford realizou um experimento


+
+
+
visando determinar a natureza das radiações emitidas pelos +
+
elementos radiativos. Nesse experimento 'O material radiati­ +
+
vo era colocado dentro de um cilindro de chumbo e as radia­ +

•().
ções emitidas passavam através de uma abertura na parte su­ + o
+
perior do cilindro. Do lado oposto ao cilindro, Rutherford +
+ �
colocou uma placa recoberta com a substância fluorescente
+ o
+
<(
sulfeto de zinco (ZnS). Para atingir essa placa a radiação de­ a:
+
veria atravessar um campo elétrico. w
+ o
+
Rutherford conseguiu, através desse experimento, iden­
+
cn
+
o
tificar três tipos de radiações: º=
Radiações alfa (a) que eram desviadas em direção à placa + 1-
+ -

43
negativa, sendo portanto positivamente carregadas. +
+
Radiações beta lfl) que eram desviadas em direção à pla-
Radiação aHa Ua) carga elétrica - 1 e massa praticamente desprezível. Essas
dade, pelos núcleos dos ãtomos radiativos. Possuem, portanto,

partículas podem atingir velocidades próximas à da luz


As radiações alfa são constituidas por partículas forma­
(300.000 kmls). Têm poder de penetração muito maior que
gas + 2. São emitidas com velocidade de cerca de 20.000 km/s.
das por dois prótons e dois nêutrons, tendo, portanto, car­
das partículas alfa, sendo barradas por placas de alumínio
. de 5 mm de espessW'll.
Tem pequeno poder de penetração, sendo facilmente deti­
das por uma lâmina metálica de 0,1 mm de espessura. Têm,
no entanto, grande capacidade de provocar a ionização de
gases.
Radiação gama (-y)
As radiações gama são ondas eletromagnéticas que nor­
Radiação beta (-Yf3) malmente acompanham as emissões alfa e beta. Não possuem
cargas elétricas e propagam-se à velocidade da luz. Têm alto
As radiações beta são elétrons emitidos, em alta veloci- poder de penetração, podendo atravessar até 1 5 em de aço.

Exemplos:
1 1�h - 1:1Pa + -�P
2 1�Bi - 1�Po + -�P
I.EIS DA RADIATIVIDADE A emissão das partículas beta (elétrons) pelo núcleo re­
sulta da desintegração de um nêutron em outras partículas:
nêutron - próton + elétron + neutrino

Lei de Soddy: Quando um núcleo atômico emite urna


As transformações radiativas são chamadas de reações de
partícula alfa, transforma-se em-outro núcleo que apre­ desintegração radiativa, de reações de transmutação ou rea­
senta número atômico duas unidades menor e número ções de decaimento.

(FEI-MAUÁ) O átomo de um elemento radiativo X emi­


de massa quatro unidades menor. EXERCÍCIO

te, sucessivamente, uma partícula alfa e duas partículas beta


Exemplos
1 1��u - 1�Th + ;a;
negativas.
O que existe de comum entre os átomos do elemento ini­


CJ) cial e fmal?


Solução

de X, temos
Chamando Z o número atômico e A de número massa
Lei de Soddy e Fajans: Quando um núcleo atômico emi­
c

AX za A-44 -ti' A-4B -w A-4 C


<(
a: 4 OQ OQ
CJ) te uma partícula beta, transforma-se em outro núcleo que z - Z-2U - Z-1 - z
!:!::!
a: apresenta número atômico uma unidade maior e mesmo
•W Os ãtomos X e C apresentam o mesmo número atômico
CJ) número de massa.
L&.J e diferentes números de massa. Portanto, eles são isótopos.
-I
<(

!C(
a:
:::>

().
o


'

::> Todos os ãtomos dos elementos que possuem número atô­


:!!
CJ) TRANSMUTAÇÃO mico igual ou superior a 84 possuem núcleos radiativos. Os
z ãtomos dos elementos com número atômico superior ao do
<{
a: NATURAL urânio são todos artificiais, isto é, foram sintetizados pelo
w
E SÉRIES RADIATIVAS
!:::.
homem.


Os núcleos atômicos Mturalmente radiativos foram reu­
nidos em três séries ou famílias radiativas naturais. Em qual­

>
quer uma dessas séries, após sucessivas emissões radiativas
o um isótopo estável do chumbo (Z = 82) é formado.
<(
a:


Nas três séries radiativas, todos os núcleos participantes
A radiatividade é um fenômeno que ocorre em núcleos possuem seus números de massa diferentes de um múltiplo
CJ) instáveis, com emissão de partículas alfa e beta e radiação de 4 unidades em relação ao núcleo inicial. Isto porque so­
w
....... gama, transformando-os em núcleos estáveis. Neste caso, áto­ mente a emissão alfa altera o número de massa e, cada emis­
-

44
mos de um elemento químico transformam-se em átomos são, como vimos, provoca a redução de 4 unidades em seu
de outro elemento, ou seja, ocorre uma transmutação natural. valor.
Série do urânio: esta série inicia-se com o isótopo lacionada com a proporção núniero de n&ltrons/número de
�238 e termina no isótopo chumbo-206. Todos os mem­ prótons que o âtomo apresenta. A partir do grâfico a seguir,

duas unidades, dal o representação 4n + 2.


bros dessa série tem número de massa múltiplo de 4 mais pode-Se constatar essa verificação.

:5


"'
c
Cll
'O Núcleo com igual
e número de
Cll
E prótons e nêutrons
•::J
z

Série do actínio: esta série inicia-se com o iSÓtopo


urânio-235 e termina no isótopo chumbo-207. Todos os mem·

três unidades, ou seja, 4n + 3.


bros dessa série tem número de massa múltiplo de 4 mais

i35u
91 _ l07Pb
&l

Série do tório: esta série inicia-se com o isótopo o 1o 20 30 40 50 60 70 80 83


tório-232 e termina no isótopo chumbo-208. Os membros
Número de prótons (p)

1:Th
dessa série têm número de massa múltiplo de 4, ou seja, 4n.
- Z:Pb Na região do gráfico chamada zona de estabilidade es­
tão representados os átomos não-radiativos. Como se pode
observar, existe uma relação ideal entre o ndmero de pró­
tons e o n11mero de nêutrons presentes nos núcleos de áto­
A lnstabilidade nuclear mos estáveis. Tem-se, .portanto, que:
•·átomos pequenos, com números atômicos até 25, apresen­
A procura das causas que determinam a instabilidade de tam número de prótons aproximadamente igual ao núme­
determinados núcleos levou os cientistas a um profundo es· ro de nêutrons, ou seja, a relação número de nêutrons/nú·
tudo dos núcleos atômicos. Nesse estudo comparou-se a com­ mero de prótons aproxima-se de 1;
posição de núcleos radiativos com a de núcleos não-radiativos, • átomos com números atômicos compreendidos entre 25 e
ou seja, de núcleos estáveis. 83 apresentam número de nêutrons maior que o número
Constatou-se, primeiramente, que a radiatividade é uma de prótons. A relação número de nêutrons/número de pró­
propriedade associada ao átomo, não ao elemento quimico. tons aproxima-se de 1,5.
Assim, os elementos quimicos podem .ser constituidos tanto Todos os núcleos cuja relação número de nêutrons/nú­
por átomos radiativos como por átomos não-radiativos. O ele­ mero de prótons não se inclui na faixa de estabilidade são
mento quimico hidrogênio, por exemplo, é constituido por instáveis e, portanto, radiativos. Esses núcleos tendem a emi­
três isótopos, sendo apenas um deles, o tritio, radiativo. tir partículas, espontaneamente, enquadrando-se na faixa de
Verificou-se também que a estabilidade nuclear está re- estabilidade e tornando-se mais estáveis.

�� + · �a -+ '�O + :P

TRANSMUTAÇÃO
ARTIFICIAL
Foi através de reações desse tipo, isto é, através de trans­
mutação artificial que_ éhadwick descobriu o n&ltron em
1932. Ele bombardcõu âtomos de boro com partículas alfa.

Em 1919, Rutherford descobriu que era possível trans­

de outro elemento. Para isso ele bombardeou átomos de ni­


formar artificialmente átomos de um elemento em átomos

Para o bombardeamento dos núcleos, as partículas (par· -

. 45
trogênio com partículas· alfa obtendo ãtomos de oxigênio e
prótons. tículas alfi, ãtomós de deutério e prótons) devem vencer ã
força de repulsão elétrica existente entre o núcleo e o projé­ ram ser sintetizados em laboratório. Dentre esses isótopos
til. Isso é conseguido nos aceleradores de partículas onde as encontram-se todos os que possuem número atômico maior
partículas projéteis adquirem velocidade próxima à da luz. que 92. Os elementos quimicos formados por ãtomos com
Graças a essa técnica, muitos isótopos artificiais pude- Z > 92 são chamados elementos transurânicos.

do a transmutação for natural. Quando a transmutação for


artificial, deve indicar também a particula utilizada como pro­
jétil e as partículas resultantes, se houver.
Uma equação nuclear deve ser balanceada. Para isso, a
EQUAÇÕES NUCLEARES soma dos números atômicos e dos números de massa antes
e depois da reação devem ser iguais.
Exemplos
As reações de transmutação são representadas através de 1 1:Ra - -�P + 1�:Ac;

!D - !�g + �n
equações nucleares. Elas devem indicar os isótopos que emi­
tem radiação, a radiação emitida e o isótopo formado quan- 2 !�a +

FISSÃO E FUSÃO u Y
� �
"

< •••

NUCLEAR � u ···

-.:..:."___,. u

1o
().
<(
Duas reações nucleares que não dependem de acelerado­
res de particulas são as utilizadas na fissão e na fusão nuclear.
u <
n�
<

u

U
•••

a: •••
C)
w A seguir vamos estudar esses dois importantes processos.
1-
z Chama-se fissão nuclear o processo pelo qual consegue São necessárias altas temperaturas para a ocorrência da fu.
w
(i) se dividir um núcleo em outros menores e mais estáveis. Es­
o são nuclear, no ·entanto, a quantidade de energia liberada é

te processo liberta grande quantidade de energia. muito maior do que na fissão nuclear.
A primeira fissão nuclear foi realizada em 1938, por Hahn
()
A bomba de hidrogênio basea-se no processo da fusão nu­
e Strassman. Nessa fissão núcleos de urânio-235 eram bom­ clear. Nela, núcleos de deutério e trítio, (isótopos de hidro­
1- bardeados por nêutrons e fragmentavam-se, transformando­
•W
z gênio) unem-se para formar núcleos de hélio.
se em bário-142, criptônio-92 e dois nêutrons que provoca­

� +� I

a: vam novas cisões nucleares, estabelecendo uma reação em
cadeia. Essa mesma reação ê a que provoca a liberação de �H + �H - �He
....J
u energia durante a explosão da bomba atômica.
A fusão nuclear, ao contrário da fissão, caracteriza-se pe­
=>
z A quantidade de energia liberada na bomba de hidrogê­
1<( la formação de núcleos maiores a partir de núcleos menores. nio equivale à energia liberada por 50 bombas atômicas.
o
cn
=>
u...
w

1o
<(
cn
cn plo, a velocidade com a qual um isótopo emite radiação. A

ffl
1::!::. CINÉTICA DA seguir, veremos quais são essas grandezas.


a:
DESINTEGRAÇÃO
....J
u
=> RADIATIVA Velocidade de desintegração
z
w A velocidade média de desintegração nos informa o nú­
cn
o

� A velocidade média de desintegração (v) é dada pela relação:


u-
mero de átomos que se desintegram por unidade de tempo.
Uma característica comum a todos os isótopos radiativos
o
w ê a emissão de partículas pelos núcleos atômicos. No entan­

46
-
to, existe um conjunto de grandezas que apresentam valores
característicos para cada isótopo. Podemos citar, como exem-
onde: Um grifico tlpico que relaciona o número de átomos ra­
4n • número de átomos que se dcsintcgraradl em ccno
. diativos em funçio do tempo é o seguinte:

4r • intervalo de tempo considerado.


intervalo de tempo • .

radiativa
No
Constante

A velocidade de dcsintegraçio � diretamente proporcio­


nai ao número de átomos radiativos presentes na amostra,
-ou seja, v = C n, onde C � a constante de proporcionali­
·
N 0/2
dade chamada espécificamente de constante radiativa. Esta
tem um valor para cada isótopo radiativo.
N o/4
A constante radiativa informa a fração de átomos que se
desintegra por unidade de tempo. Por exemplo, a constante N 0/B
radiativa para o tório ê l/35 dia"1• Isso significa que num
conjunto de 35 átomos, um átomo, em m�, se desintegra p 2p 3p tempo
por dia. Observe que para cada intervalo de tempo correspondente
a um perlodo de semidesintegração, por exemplo entre p e
2p, o número de átomos radiativos se reduz l metade, de
Vida média Non a No,.. .

Dizer que a meia-vida do isótopo iodo-131 é de 8 dias,


Chama-se vida mêdia (v.J de um isótopo radiativo à mê­ significa que a cada perlodo de 8 dias a amostra desintegrarA
dia aritmética dos tempos de vida dos átomos desse isótopo. metade dos seus âtomos radiativos. Assim, se tivermos 100
A \ida m� é obtida estatisticamente. Assim, dizer que gramas de iodo-131, em 8 dias restario apenas 50 gramas
a vida m� do rádio é de 2.300 anos significa que o tempo de iodo radiativo; em 16 dias, 25 gramas e em 24 dias, 12,5
d� vida dos átomos de rádio é, em m�, 2.300 anos. gramas, e assim sucessivamente.
Matematicámente pode-se demonstrar que a vida mêdia Atravêi da expressão:
é o inverso da constante radiativa:

� �
� L......::.J
Meia-vida onde mo é a massa da amostra radiativa no instante inicial,
m é a massa da amestra após o tempo considerado e x é o
Chama-se meia-vida (t1 11) ou período de semidesintegra­ número de meias-vidas que transcorreram nesse tempo, é pos­
ção (P) de um isótopo radiativo ao tempo necessário para a sível calcular a quantidade de material radiativo restante após
desintegração da metade dos âtomos radiativos presentes nu­ ceno período de tempo.
ma amostra qualquer.
Cada isótopo radiativo apresenta uma meia-vida caracte­
rística. Ela pode variar de milésimos de segundos até bilhões EXERCÍCIO
de anos.
(ITA-SP) Tendo-se num instante zero, 4,0 gramas de um
elémento radmtivo, de tempo de meia-vida igual a 1 hora,
quantos gramas do material radiativo restarão, respectivamen­
Isótopo Meia-vida te, depois de 1 hora e depois de 2 horas?
N

a) 2,0 g e 1,0 g;
A 1,8 . 109 uos b) 2,0 g e ·o g;

]:�u
T c) 3,0 g e 2,0 g;
u 4,5 X 109 àDOS
R d) 3,5 g e 2,5 g;
A e) depois de 1,5 hora não restará material ativo.
I �:c 5,6 x 103 anos
s
Nesse caso temos nio = 4,0 g e x = 1, no primeiro caso,
Soluçio
A
R ;;co 5,3 anos
e x = 2 no segundo caso. Substituindo esses valores na ex­
�:Am
T
I

t �
pressão m = mo12x, temos:
F 1,5 hora
. I 1� caso: ·m = -+ 2m = 4 -+ m = -+ m = 2g

2� caso: m = t
c 1:!Ba 6,0 mio
I
A -+ 21m = 4 -+ 4m • 4 -+ m = lg
I �:Ku 0,3 s
s A letra a é a alternativa correta.
Soluçio
Quando um ser morre ele deixa de ingerir carbono-14 e,
conseqüentemente, a quantidade de ãtomos desse isótopo pre­
APIJCAÇÕES DA sente no esqueleto diminui. A cada 5.600 anos o número de
RADIATIVIDADE átomos do isótopo carbono-14 diminui pela metade. Chaman­
do 100% a quantidade de átomos de carbono-14 no instante
da morte, temos:
100% 5��<fs' 50% � 250Jo ��;' 12,5%
São muitas as aplicações da radiatividade e dos isótopos
radiativos. Destacamos, a seguir, algumas delas. Para a taxa de carbono-14 atingir 12,5% do valor inicial
• na medicina: a radiação é utilizada tanto na diagnose co­ transcorreu um tempo igual a 3 períodos de semidesintegra­

normalmente, os raios X ou a administração de radioisó­


mo na cura de muitas moléstias. Na diagnose utiliza-se, ção. A morte deve ter ocorrido a 16.800 anos.
A letra c é a alternativa correta.

2. (E:E.MAUÁ-SP) Bombardeando um isótopo do cobre de


topos ao paciente, sendo detectada a radiação por ele emi­
tida (cintilografla).
O tratamento de tumores malignos é, normalmente, rea­ número de massa 63 com deutério, pode-se obter isótopos do
lizado através da radioterapia ou através da bomba de co­ zinco de número de massa 64 e 65. Equacione essas trans­
balto. As células cancerigenas são destnúdas por ação da formações. Dados: números atômicos Cu = 29 e. Zn = 30.
'

radiação.
• na Quimica, Bioquímica, Biologia e Geologia: os isótopos Soluçio
radiativos são bastante utilizados, nos vãrios campos da O deutério é o isótopo do hidrogênio que apresenta nú­
ciência, como traçadores radiativos. Através desse proces­ mero de massa 2. A equação que representa o bombardea­
so é possível determinar mecanismos de reações químicas, mento do cobre-63 originando zinco-65 é:
o metabolismo de plantas e animais etc. ��Cu + �d - ��n
Em pesquisas botânicas provocam-se mutações em plan­
tas através de aplicações radiativas em sementes. A equação que representa o bombardeamento do cobre-63
Pode-se também, a partir da quantidade de material ra­ originando zinco-64 é:

de wil fõssil. É possível , por exemplo, determinar-se a ida­
diativo presente, determinar-se a idade de uma rocha ou �!Cu + :d - ��n +

de de um fóssil através da quantidade de carbono-14 pre­ Observe que nesse caso além do isótopo de zinco é fQ.r-_ __

sente. Isso porque quando um ser vivo morre deixa de in­ mado um nêutron.
gerir carbQno-14 e, através da redução de sua quantidade, Observe que em ambas as equações a soma dos números

• na indllstria: as indllstrias do mundo inteiro têm desen­


estima-se a época em que o ser morreu. atômicos e números de massa e antes e depois da reação é
igual.

3. (CESGRANRIO) Na equação nuclear: ��Fe + a -


volvido técnicas de controle de qualidade, aperfeiçoado e
X verifica-se que o elemento x:
desenvolvido tecnologias na fabricação de produtos, pre­
An +
• na obtenção de energia: a energia dos reatores nucleares
servado alimentos através do uso da radiatividade.
a) é um dos isótopos do ferro;
é proveniente de fissões nucleares e utilizada para diver­ b) é um dos isótopos do níquel;
sos fins: na produção de energia elétrica em grande escala, c) é um gás nobre;
na produção de energia utilizada na propulsão de subma­ d) é um metal alcalino;
rinos etc. e) apresenta 30 nêutrons.

Soluçio
Completando a equação temos:
EXERCÍCIOS
��Fe + ;a - � + :X
I . (FATEC-SP) Para se determinar a idade de fósseis, re­ o que mostra que X apresenta número atômico 28 e número

O átomo X possui 32 nêutrons (60-28) e não é isótopo


corre-se às propriedades radiativas do carbono-14. Sabendo­ de massa 60.
se que a meia-vida desse elemento é de 5.600 anos, aproxi­
madamente, um esqueleto que apresenta uma taxa de carbo­ do ferro pois apresenta número atômico diferente.

elemento níquel apresenta número atômico 28 e portanto X


no-14 igual a 12,5% da normal deve ter morrido há aproxi­ Consultando uma tabela periódica, verificaremos que o
madamente:
a) 5.600 anos; b) 1 1.200 anos; c) 16.800 anos; é um isótopo do níquel.
d) 2.800 anos; e) 24.000 anos. A alternativa b é a correta.

48
,.., ,

REAÇOES QUIMICAS
A queima de uma vela, a obtenção de álcool etílico a par­ No final do século XVIII, estudos experimentais leva­
tir de açúcar e o enferrujamento de um pedaço de ferro são ram os cientistas da época a concluir que as reações quími­
exemplos de transformações onde são formadas substâncias cas obedecem a certas leis. Estas leis são de dois tipos:
com propriedades diferentes das substâncias que interagem .. • leis ponderais: tratam das relações entre as massas de rea­
Tais transformações são chamadas reações químicas. As subs­ gentes e produtos que participam de uma reação;
tâncias que intc:ragem são chamadas reagentes e as formadas, • leis volumétricas: tratam das relações entre volumes de gases
produtos. que reagem e são formados numa reação.

ra a reação entre hidrogênio e oxigênio formando água, os


seguintes valores experimentais podem ser obtidos:

LEIS PONDERAIS Experimento


massa (g)

DAS REAÇÕES QUÍMICAS hidrogênio oxigênio água

I 10 80 90

Lei da conservação das


11 2 16 18
massas
Ill I 8 9
(lei de Lavoisier)
IV 0,4 3,2 3,6
Esta lei foi elaborada, em 1774, pelo químico francês An­
toine Laurent Lavoisier. Os estudos experimentais realiza­
dos por Lavoisier levaram-no a concluir que numa reação Observe que:
química, que se processa num sistema fechado, a soma das • para cada reação, a massa do produto é igual à massa dos
massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos: reagentes, o que concorda com a lei de Lavoisier;

I
• as massas dos reagentes e do produto que participam das

= m produtos
reações são diferentes, mas as relações massa de oxigênio/mas­
mreagcntes
sa de hidrogênio, massa de água/massa de hidrogênio e mas­ cn
<t:
sa de água/massa de oxigênio são sempre constantes. a:
w
o
Assim, por exemplo, quando 2 gramas de hidrogênio rea­ Illoxi�ênio mágua mágu a :z
o
a..
Experimente
moxigênio
gem com 16 gramas de oxigênio verifica-se a formação de
mhidrogênio mhidrogênio
18 gramas de água; quando 1 2 gramas de carbono reagem �
w
90/10 = 9 ::::::!.
com 32 gramas de oxigênio ocorre a formação de 44 gramas
80/10 = 8 90/80 = 1,125
cn
I
de gás carbônico.
<t:
11 16/2 = 8 18/2 = 9 18/16 = 1 , 1 2 5 u
Lei das proporções constantes �
::>
(lei de Proust) III 8/1 = 8 9/1 = 9 9/8 = 1 , 1 25 a
cn
w
Esta lei foi elaborada, em 1797, pelo químico Joseph Louis IV 3,2/0,4 = 8 3,6/0,4 = 9 3,6/3,2 = 1,125 o
o

Proust. Ele verificou que as massas dos reagentes e as mas­
sas dos produtos que participam de uma reação química obe­
decem sempre a uma proporção constante. Esta proporção No caso das reações de síntese, isto é, aquelas que origi­ a:
-

49
é característica de cada reação e independente da quantida­ nam uma substância, a partir de seus elementos constituin- 1

de das substâncias que sAo colocadas para reagir. Assim, pa- tes, o enunciado da lei de Proust pode ser o seguinte:
Lei de Proust: A proporção, em massa, dos elementos EXERCÍCIOS
que participam da composição de uma substância é sem­
pre constante e independe do processo químico pelo qual 1 . (MACK - SP) De acordo com o quadro (valores dados
a substância é obtida. em gramas):
-+
A + B c + excesso

As
1 � reação 0,4 1,5 1,9 -

leis ponderais -
2 � reação 2,0 X y
w z
e a teoria atômica de Dalton
3� reação 2,8 1 1,7
Na tentativa de explicar as leis de Lavoisier e Proust, em
Calcule os valores X, Y, W e Z, em gramas.
1 803, Dalton elaborou uma teoria atômica, cujo postulado
fundamental era que a matéria deveria ser formada por enti­ Solução
dades extremamente pequenas, chamadas átomos. Estes se­ O valor X pode ser calculado utilizando-se a lei de Proust
com os dados da 1 � e 2 � reações :
.b.Q_g_ =
riam indestrutíveis e intransformáveis. A partir dessa idéia,
Dalton conseguiu explicar as leis de Lavoisier e Proust: mA(2) mB(2) _X_
= e
mA(!) mB(l ) 0,4 g 1,5 g
Lei de Lavoisier: Numa reação química a massa se con­
serva porque não ocorre criação nem destruição de áto­ Resolvendo a equação encontramos para X o valor 7,5 g.
mos. Os átomos são conservados, eles apenas se rearran­ Y pode ser calculado utilizando-se-a- lei de Lavoisier:
jam. Os agregados atômicos dos reagentes são desfeitos mrea entes mprodutos
g ==

e novos agregados atômicos são formados. 2,0 g + 7,5 g = y


y 9,5 g
=

Lei de Proust: As substâncias são formadas por agrega­ Para calcular os valores W e Z é necessário, antes de mais
dos atômicos que apresentam sempre a mesma composi­
nada, descobrir qual dos reagentes (A ou B) está em exces­
ção. Como a massa dos átomos é constante, as propor­ so. Isto pode ser feito calculando-se a relação entre as mas­
ções entre as massas dos elementos que reagem para for­
sas de A e B utilizadas na 1 � e 3 � reações:
mar uma substância também são constantes.
mA 3 2,8 g
--
( ) = -- = 7,0
Esquematicamente, temos: mA(!) 0,4 g
mB ( 3)
--
1 1,7 g
---
= 7,8 =

quantidade de mB ( l ) 1,5 g
proporção
átomos agregados na qual Vemos, portanto, que a relação entre as massas de B (7,8)
átomos
misturados atômicos os átomos é maior do que a relação entre as massas de A (7,0). Isto mos­
que não
tra que na 3� reação existe uma quantidade de B que não
reagem
formados reagem
deve reagir. A quantidade de B que deve reagir na 3 � rea­

• o e() e()
ção, da mesma forma que a de A, deve ser 7 vezes maior

o • o
do que a quantidade que reage na 1 � reação. Assim, a mas­

• e()
-- 1:1

o • e() e()
sa de B que reage na 3� reação é:
mam
--==- == 7'O e IJlB =

o e()
1 0' 5 g

o • e() o
1,5 g

• •o o e()
Como 2,8 g de A reagem com 10,5 g de B a massa de
e()
1:1

o .oo o
!:!2
e()
C formada (W) vale 13,3 g.
<( .:) Z vale 1,2 g o que corresponde à diferença entre a massa
c:

w
• o •
de B misturada (1 1, 7 g) e a que efetivamente reagiu (10,5 g).
e()
o

• •o
z

2. (FEl - SP) 0,54 g de alumínio reagem com 2, 1 3 g de clo­
e()
o • •
o
a..
• e()
1:1

ro, dando origem a 2,67 g de cloreto de alumínio. Se, numa

• • o.
(/)
e() •
w
outra experiência, adicionarmos 2,70 g de alumínio a 15,00 g
....J e() de cloro:
(/)
<( a) qual será a massa do composto formado?
u Observe que: b) qual a massa, excesso, do reagente que sobrou na reação?
.� • em cada situação a quantidade de átomos antes e depois
:::> Solução
a da reação é a mesma e, portanto, a massa também se conserva; Com os dados do problema podemos montar a tabela:
(/) • independente da quantidade de átomos misturados eles se
w + -+ cloreto de alumínio + excesso
•O combinam sempre na mesma proporção ( I átomo • para 1 alumínio cloro

<( átomo O ). Quando as quantidades misturadas estiverem fora 0,54 g 2,1 3 g 2,67 g
w 2,70 g 1 5,00 g X Y
c: dessa proporção, alguns átomos permanecerão no sistema sem ·

50
reagir. Estes átomos são os responsáveis pela massa de rea­ Como na 1 � experiência todos os reagentes foram consu­
gente em excesso. midos podemos calcular a relação entre as ·massas:de cloro
e alumínio que reagem: de átomo a massa dos reagentes deveria ser diferente da massa

=
2,1 3 g =
dos produtos, o que não é verificado experimentalmente.
mcloro
3,94 Como dois átomos de oxigênio (na forma de molécula 0 1)
maluminio 0,54 g interagem, é lógico supor que duas moléculas de água sejam
O valor 3,94 mostra que toda vez que cloro e alumínio formadas. Mas como duas moléculas de água são formadas
forem misturados para reagir, suas massas devem obedecer por quatro átomos de hidrogênio, serão necessárias duas mo­
esta relação. A massa de cloro será, sempre, 3,94 vezes maior léculas de hidrogênio para fornecer essa quantidade de áto­
do que a massa de alumínio. mos. Assim sendo, o menor número de moléculas de cada
A relação entre as massas de cloro e alumínio, que foram &ubstância que deve participar da reação é: hidrogênio, duas
misturadas na 2 � experiência é: moléculas; oxigênio, uma molécula; água, duàS moléculas.

= 5,56
A equação química que representa a reação é:
mcloro 1 5,00 g
= ---=�::...
2 H 2 + 0 2 -+ 2 H10
malumínio 2,70 g
que é lida da seguinte maneira:
o que mostra que a massa de cloro colocada para reagir na
duas moléculas de hidrogênio reagem com uma molécula de
2� experiência é maior do que a que efetivamente reagirá.
oxigênio para formar duas moléculas de água.
Esta deve ser 3,94 vezes maior do que a massa de alumínio.
Assim, a massa de cloro que reage é:
EXERCÍCIOS
-- = 3,94 e mc:loro
meloro
= 10,6 g
2,70 g 1 . (FUVEST - SP) A equação química:
Portanto: 2 Mg(OHh + X HCl -+ 2 MgC1 2 + 4 H20

a) 1; b) 2;
a) a massa de cloreto de alumínio formada (X) é 1 3,3 g fica estequiometricamente correta se x é igual a:

b) a massa de cloro em excesso (Y) é 4,4 g ( 1 5,00 g - 10,6 g).


(2, 70 g + 10,6 g); c) 3; d) 4; e) 5.
Solução
Construindo uma tabela onde indicamos os tipos e quan­
Equações químicas tidade de átomos presentes antes e depois da reação temos:

Os químicos utilizam expressões, chamadas equações quí­ átomo Mg o H Cl


micas, para representar as reações químicas. antes da
2 4 4 + X X
Para se escrever uma equação química é necessário: reação
• saber quais substâncias são consumidas (reagentes) e quais
depois da
são formadas (produtos); 2 4 8 4
reação
• conhecer as fórmulas dos reagentes e dos produtos;
• escrever a equação sempre da seguinte forma: Vemos que a quantidade de átomos de magnésio e oxigê­
nio está igual antes e depois da reação. Para que o mesmo o­
reagentes -+ produtos.
corra com os átomos de hidrogênio e cloro é necessário que
Quando mais de um reagente, ou mais de um produto, antes da reação tenhamos 8 átomos de hidrogênio e 4 áto­
participarem da reação, as fórmulas das substâncias serão se­ mos de cloro. Isto é possível fazendo-se x = 4. Assim, o coe­
paradas pelo sinal " + "; ficiente estequiométrico do HCl é 4.
• se for preciso, colocar números, chamados coeficientes es­ A alternativa d é a correta.
tequiométricos, antes das fórmulas das substâncias de for­
2. (FGV - SP) Os valores de x e y na equação:
ma que a equação indique a conservação dos átomos. Esse
procedimento é chamado balanceamento ou acerto de coefi­ C4Hs + X 0 2 -+ 4 col + y H20

a) 3 e 2; b) 3 e 4; c) 6 e 4; d) 6 e 6; e) 12 e 4.
cientes de uma equação. são, respectivamente:
Utilizando as regras acima para representar a formação
(J)
da água temos: <(
• reagentes: hidrogênio e oxigênio;
Solução a:
w
produto: água. Nos reagentes estão representados 8 átomos de hidrogê­ o
• fórmulas das substâncias:
nio; portanto, nos produtos também deve estar indicada es­ z
o
ta quantidade de átomos. Para que isto seja possível são ne­ a..
hidrogênio: H 2;
oxigênio: Oz; cessárias 4 moléculas de água (cada molécula de água é for­ �
w
água: H2 0. mada por dois átomos de hidrogênio). Assim, y é igual a 4. �
(J)
• equação: H z + 0 2 -+ H 20.
Com relação ao oxigênio estão representados: <(

-�
• nos reagentes: 2x átomos, pois cada molécula da substân­ u
• acerto dos coeficientes: a expressão acima indica que uma
molécula de hidrogênio (formada por dois átomos) reage com cia oxigênio é formada por dois átomos e x moléculas por
::J
uma molécula de oxigênio (formada por dois átomos) para 2x átomos; o
• nos produtos: 12 átomos, sendo 8 átomos na forma de dió­ (J)
formar uma molécula de água (formada por dois átomos de w
hidrogênio e um de oxigênio). Vemos, portanto, que a ex­ xido de carbono e 4 na forma de água. >O
Como a quantidade de átomos antes e depois da equação U·
pressão contraria a lei da conservação dos átomos (lei da con­ <(
servação das massas), pois antes da reação existiam dois áto­ deve ser a mesma, temos: w
a:
2x 12 e x = 6. -

51
mos de oxigênio e, terminada a reação, existe apenas um. =

No entanto, se ocorresse o desaparecimento de algum tipo A letra c é a alternativa correta.


Tomando-se como exemplo a formação de vapor d'água
(todos os gases submetidos às mesmas condições de pressão

LEI VOLUMÉTRICA DAS e temperatura) temos:

REAÇÕES QUÍMICAS hidrogênio + oxigênio -+ vapor d'água

dados expe-
2 vol. 1 vol. 2 vol.
rimentais
Estudos realizados por Gay-Lussac levaram-no, .em 1808, hip. de
a concluir: 2a moléc. a moléc. 2a moléc.
Avogadro

Lei de Gay-Lussac: Os volumes de gases que partici­ dividindo


pam de uma reação química, medidos nas mesmas con­ 2 moléc. 1 moléc. 2 moléc.
por a
dições de pressão e temperatura, guardam entre si uma
relação constante que pode ser expressa através de nú­ ou seja, a relação entre os volumes dos gases que reagem e
meros inteiros. que são formados numa reação é a mesma relação entre o
número de moléculas panicipantes.

fórmulas moleculares de algumas substâncias. É o que foi


A hipótese de Avogadro também permitiu a previsão das
Assim, por exemplo, na preparação de dois litros de va­
por d'água devem ser utilizados dois litros de hidrogênio e
feito, por exemplo, para a substância oxigênio. Como uma
um litro de oxigênio, desde que os gases estejam submeti­
molécula de oxigênio, ao reagir com hidrogênio para formar
dos às mesmas condições de pressão e temperatura. A rela­
água, produz o dobro de moléculas de água, é necessário que
ção entre os volumes dos gases que panicipam do processo
ela se divida em duas panes iguais. Ponanto, é de se esperar
será sempre: 2 volumes de hidrogênio; 1 volume de oxigê­
que ela seja formada por um número par de átomos. Por sim­
nio; 2 volumes de vapor d'água. A tabela a seguir mostra
plicidade, Avogadro admitiu que a molécula de oxigênio de­
diferentes volumes dos gases que podem panicipar desta
veria ser formada por dois átomos.
reação.
Raciocinando de maneira semelhante ele propôs que a
+ -+
molécula de hidrogênio deveria ser diatômica e a de água
hidrogênio oxigênio vapor d'água
triatômica, formada por dois átomos de hidrogênio e um de
oxigênio.
20 cm3 1 0 cm3 20 cm3 Estas suposições a respeito da constituição das molécu­
1 80 dm3 90 dm3 1 80 dm3 las de água, oxigênio e hidrogênio concordam com as obser­
vações experimentais acerca dos volumes dessas substâncias
82 ml 4 1 ml 82 ml
que panicipam da reação.
1 26 f 63 f 1 26 f hidrogênio + oxigênio -+ vapor d'água
2 vol. 1 vol. 2 vol.
2a moléc. a moléc. 2a moléc.
Observe que nesta reação o volume do produto (vapor
d'água) é menor do que a soma dos volumes dos reagentet
(hidrogênio e oxigênio). Esta é uma reação que ocorre com
contração de volume, isto é, o volume dos produtos é menor
que o volume dos reagentes. Existem reações entre gases que
ocorrem com expansão de volume, isto é, o volume dos pro­
dutos é maior que o volume dos reagentes, como por exem­
Atualmente, sabe-se que a hipótese levantada por Avo­
<( plo na decomposição do gás amônia:
u
a: amônia -+ hidrogênio + nitrogênio
gadro é verdadeira, mas, por razões históricas, sua proposi­
1-
ção ainda é chamada de hipótese.
•W 2 vol. 3 vol. 1 vol. Outra decorrência da hipótese de Avogadro é que os coe­

os volumes dos reagentes e produtos são iguais. É o que acon­
::> Em outras reações gasosas o volume se conserva, isto é, ficientes estequiométricos das equações que representam rea­
...J
o ções entre gases, além de indicar a proporção entre o núme­
> ro de moléculas que reage, indica, também, a proporção en­
+
tece, por exemplo, na síntese de cloreto de hidrogênio:
w tre os volumes das substâncias gasosas que participam do pro­
...J
-- hidrogênio cloro -+ cloreto de hidrogênio
(/) cesso, desde que medidas nas mesmas condições de pressão
<(
u
1 vol. 1 vol. 2 vol. e temperatura. Podemos exemplificar este fato com as equa­

• síntese de vapor d'água:


.� ções das reações descritas anteriormente:
::>

2 H2(g) + 02(gl -+ 2 H10 (g)


o Hipótese de Avogadro
(f)

• decomposição da amônia:
w
o
o Em 181 1, na tentativa de explicar a lei volumétrica de
<(
w
Gay-Lussac, Amadeo Avogadro propôs que amostras de ga­ 2 NH3(gl -+ N2(g) + 3 H2(gl
• síntese de cloreto de hidrogênio:
a: ses diferentes, ocupando o mesmo volume e submetidas às
-

52 H2(g) + Cl2(gl -+ 2 H�>


mesmas condições de pressão e temperatura, são formadas
pelo mesmo número de moléculas.
EXERCÍCIO o que mostra que independente do valor de x, y é múltiplo
de 3.
(ITA - SP) A formação de gás amoníaco a partir dos gases
hidrogênio e nitrogênio pode ser representada pela equação:

10 v 30 v 20 v
hidrogênio + nitrogênio -+ gás amoníaco Massas relativas
Com base nessa equação volumétrica e na lei de Avogadro, de átomos e moléculas
demonstre que:
a) o número de átomos de hidrogênio de uma molécula de A hipótese de Avogadro permitiu, mesmo sendo impos·
amoníaco é múltiplo de 3; sível determinar a massa de uma molécula, comparar as mas­
b) o número de átomos de hidrogênio em uma molécula de sas de várias moléculas. Em outras palavras a hipótese de
hidrogênio é par. Avogadro permitiu calcular quantas vezes uma molécula é
Solução mais leve ou mais pesada do que outra. Vejamos como . isso
Os dados experimentais mostram que a relação entre o pode ser feito.
número de moléculas que reage e que são formadas é: Sabe-se que 10 litros de gás hidrogênio, submetido a 0°C
nitrogênio + hidrogênio -+ gás amoníaco e 1 atm, pesam 0,892 grama e que o mesmo volume de oxi·
1 moléc. 3 moléc. 2 moléc. gênio, nas mesmas condições de pressão e temperatura, pe­
Chamemos x o número de átomos de hidrogênio presen· sa 14,3 gramas. Como,tanto os volumes dos gases,como as
tes numa molécula de substância hidrogênio e y o número condições de pressão e temperatura em que se encontram
de átomos de hidrogênio presentes numa molécula de gás são iguais, as amostras gasosas são formadas pelo mesmo nú·
amoníaco. Portanto, 3x átomos de hidrogênio estão presen­ mero de moléculas. Podemos, então, escrever:
tes em três moléculas de hidrogênio e 2y átomos, em duas massa de "a" moléculas de oxigênio 14,3 g _

moléculas de gás amoníaco. Como numa reação química os massa de "a" moléculas de hidrogênio - 0,893 g

3x = 2y
átomos se conservam, podemos escrever a igualdade:
e, simplificado,
e x = 2 ..Y.
3' _m
_a_
s_
sa d.:..
e ....:u:.::
: m:.::a:_=7-
mo� cul:.:a : d::.::e -ox::,ig!:?.ê=
lé.:.. nio
o que mostra que independente do valor de y, x é um nú· :=: -,: : � .: =:_ = 16
massa -;-
de uma molécula de hidrogênio
mero par;
o que mostra que uma molécula de oxigênio é 16 vezes mais
pesada do que uma molécula de hidrogênio.

átomo. No entanto, na natureza os elementos químicos são


formados não só por um tipo de átomo, mas por vários isó­
topos. Para se calcular a massa atômica de um elemento quí­
mico,deve-se levar em consideração a composição isotópica
do elemento e os números de massa de cada isótopo. A mas­
MASSA ATÔMICA sa atômica do elemento cloro pode ser calculada como se
segue.
Na natureza existem dois isótopos de cloro, o cloro-35
A hipótese de Avogadro permitiu aos cientistas do sécu· e o cloro-37, sendo que 75% dos átomos de qualquer amos­
lo passado elaborar uma escala de massas relativas de molé­ tra de cloro deve-se ao Cl-35 e os restantes 25% ao Cl-37.
culas. Com o decorrer dos tempos foi elaborada . uma esca­ Supondo uma amostra com 100 átomos de cloro, a massa
la relativa de massas atômicas (ou pesos atômicos). Para que atômica média desses átomos pode ser assim calculada:
isso fosse possível, foi necessário adotar um padrão univer­ 75 átomos com massa atômica 35: 75 x 35 = 2.625;

massa atômica de 100 átomos de cloro = 3.550;


sal de medida. Este padrão é o isótopo do carbono que apre· 25 átomos com massa atômica 37: 25 x 37 = 925;
<(
massa atômica média de um átomo de cloro = 35,5.
senta número de massa 1 2 C!C). A este isótopo foi atribuí­ S:::?
do, arbitrariamente, o valor 12 para sua massa atômica. A �
<O
massa de 1 1 1 2 do isótopo carbono-1 2 é chamada unidade de O valor 35,5 é a massa atômica do cloro. Ele indica que, 1-
massa atômica (u.m.a.). em média, átomos do elemento cloro são 35,5 vezes mais pe­ <(
sados do que 1112 do carbono-12. <(
(f)
A tabela periódica que se encontra na página 46 apresen­ (f)
Massa atômica é o número que indica quantas vezes áto­ <(
mos de um elemento químico são mais pesados do que ta as massas atômicas dos elementos não sendo, portanto, �
--
1112 do isótopo carbono-12. necessário decorar seus valores. As massas atômicas podem (f)
<(
ser expressas por números seguidos da unidade u.m.a. ou u
simplesmente por números puros. -�
Observe que o carbono-1 2 é formado por 6 prótons e 6 ::::>
nêutrons, ou seja, por 12 partículas subatômicas que confe­ Exemplos o
(/)
rem massa a um átomo. A 1/12 do isótopo carbono-1 2 cor­ w
responde, portanto, a massa de um nêutron ou de um pró­ elemento massa atômica o

;::5
o
ton (lembre-se de que essas partículas apresentam pratica­ hidrogênio 1 ou 1 u.m.a.
mente a mesma massa). Como o número de massa de um a:
oxigênio 1 6 ou 1 6 u.m.a. -

53
átomo indica a soma de prótons e nêutrons que ele apresen­ sódio 23 ou 23 u.m.a.
ta em seu núcleo, ele indica também a massa atômica de um
a) no núcleo do átomo de cloro devem existir outras partí·
EXERCÍCIOS cuias além de prótons e nêutrons;
b) o cloro se apresenta na natureza como uma mistura de
1 . (UF SC) A massa de um determinado elemento é 5/6
• isótopos;
da massa do isótopo 12 do carbono. Qual sua massa atômica? c) há um erro experimental na determinação dos pesos

d) o número de Avogadro não é um número inteiro;


atômicos;
Solução
A massa atômica do carbono é 1 2. Se a massa atômica e) o peso atômico leva em conta o peso dos elétrons.
do elemento do enunciado é 5/6 da massa atômica do carbo­ Solução


no temos: Os prótons e nêutrons são as partículas subatômicas que
massa atômica do elemento = 12 = 10. conferem massa a um átomo. O fato de um elemento apre­

2. (FUVEST SP) O peso atômico do cloro é 35,457. O


sentar massa atômica (peso atômico) fracionário, deve-se à
• existência de átomos com diferentes massas, ou seja, isótopos.
tàto de não ser inteiro este número indica que: A alternativa correta é a b.

elementos que constituem


enxofre alumínio
a substância

n � de íons que formam o


MASSA MOLECULAR 3 2
agregado iônico

massa atômica do
32 27
elemento
O conceito de massa atômica aplica-se a átomos de um
demento. Para os agregados atômicos de uma substância uti· contribuição dos elementos
96 54
lizamos o conceito de massa molecular (ou peso molecular). para a massa molecular

Massa molecular é o número que indica quantas vezes massa molecular 96 + 54 = 160
moléculas de uma substância molecular ou agregados iô­
nicos de uma substância iônica ·são mais pesados do que Os valores 44 ou 44 u.m.a., no exemplo I, e 160 ou 160
1112 do isótopo carbono-12. u.m.a., no exemplo 2, indicam, respectivamente, que:
• moléculas de dióxido de carbono são 44 vezes mais pesa·
das do que 1/12 do isótopo carbono-12;
• um agregado iônico, formado por 2 íons AP+ e 3 íons S2-,
A massa molecular de uma substância deve ser calcula·
é 160 vezes mais pesado do que 1/12 do isótopo carbono-12.
da. Para isso é necessário conhecer sua fórmula e as massas
atômicas dos elementos que constituem a substância. Da mes· EXERCÍCIO
ma forma que a massa atômica, a massa molecular pode ser (FUVEST · SP) Se as massas atômicas fossem recalculadas,
expressa por um número seguido da unidade u.m.a. ou por tomando-se como base para a massa atômica do carbono o
um número puro. valor 6, qual seria a massa molecular do benzeno (�H6)· Pela
nova escala, a densidade do benzeno seria alterada? Por quê?
a: Exemplos de cálculo de massa molecular:
<( Solução
...J 1. massa molecular do dióxido de carbono - C02:
:::> Consultando a tabela periódica, encontramos valores 1
u
w e 12 para as massas atômicas do hidrogênio e carbono, res·
...J elementos que constituem
carbono oxigênio
o a substância
pectivamente. Estes valores permitem calcular a massa mo­

6 átomos de hidrogênio x 1 = 6
� lec.:ular do benzeno:

6 átomos de carbono x 12 = 72
<(
CJ) n? de átomos por
CJ)
<(
1 2
molécula massa molecular do benzeno = 78.
(i)

A massa molecular do benzeno é 78 na escala onde a massa
<( massa atômica dos atômica do carbono é 12. Se a massa atômica do carbono passa

metade, ou seja, 39. É importante salientar que independeo·
elementos 12 16 a valer 6, a massa molecular do benzeno deve se reduzir à
-�
:::>
a contribuição dos elementos temente do valor atribuído à massa atômica do carbono, uma
CJ) 12 32 molécula de benzeno é 78/12 vezes mais pesada que um áto­
w para a massa molecular
o mo de carbono.

o
massa molecular 12 + 32 = 44 A densidade é uma propriedade car11cterística das subs·
a: tâncias. Ela depende somente da massa e do volume ocupa·
-

54 2. massa molecular do sulfeto de alumínio - Al2S1:


do por certa amostra de material. Portanto, ela independe
do padrão de massas atômicas adotado.
Amostras de substâncias que apresentam massas diferentes
da massa molar possuem quantidades proporcionais de nú­
mero de mols (n).

MOL substância
massa da massa molar n� de mols
tmostra (g) (g/mol) (n)

hidrogênio 10 2 5

Mol é a quantid�de de matéria de um sistema que con­ magnésio 12 24 0,5


têm tantas entidades elementares (átomos, moléculas ou
agregados iônicos) quantas as presentes em 0,012 kg de água 1,8 18 0,1
carbono-12.
ác. sulfúrico 4,9 98 0,05

Verifica-se expe[imentalmente que uma amostra de


0,012 kg de carbono-12 é formada por 6,02 1023 átomos.
·
Pode-se calcular o número de mols presentes numa amos­
O número 6,02 1023 é chamado número ou constante de
·
tra de substância através da expressão:
Avogadro, seu símbolo é L e sua unidade mol-1 • m

• um moi de moléculas de água corresponde a 6,02 I 023


Assim temos que: n=
M
· onde,

• um moi de átomos de sódio corresponde a 6,02 1023 áto­


moléculas de H20;
n é o número de mols;
·
m é a massa da amostra da substância, em gramas;
• um moi de agregados iônicos de cloreto de sódio corres­
mos de Na;
M é a massa molar da substâncía, em gramas/moi.
ponde a 6,02 · 1023 agregados de NaCl: Relação entre massa molar, número de mols e número
Quantidades diferentes de 6,02 1023 panículas corres­
·
de panículas.

O, I moi -+ 6,02 1022 panículas;


pondem a quantidades proporcionais de mols: Os diagramas abaixo relacionam essas três grandezas e
·
são muito úteis na resolução de problemas.
0,5 moi -+ 3,01 1023 panículas;
·
Para elementos:

1 O mols -+ 6,02 102" panículas.


4,0 mols -+ 2,41 1024 panículas;
·
I moi de átomos

/ "'
·

Massa molar massa molar - 6,02 · I023 átomos

Massa molar é a massa, em gramas, de um moi de:


• átomos, no caso de elementos;
Para substâncias moleculares:

• moléculas, no caso de substâncias moleculares;


I moi de moléculas

• agregados iônicos, no caso de compostos iônicos. / "'I 023 moléculas


massa molar - 6,02 ·

A massa molar é expressa em g/mol ou g -mot· 1, é nume­ Para substâncias iônicas:


ticamente igual à massa atômica, no caso de elementos, e
à massa molecular, no caso de substâncias. Seu símbolo é I moi de agregados iônicos
a:

.:.;:: �
M. As expressões átomos-grama, molécula-grama e íon-grama <(
...J
que significam, respectivamente, moi de átomos, moi de mo­ ::::::>
massa - 6,02 · l egados iônicos u
w
léculas e moi de íons, embora ainda sejam utilizadas estão
caindo em desuso. ...J
o
Para o magnésio, ácido sulfiírico e cloreto de cálcio temos: :::!:
elemento ou massa atômica ou massa molar I moi de átomos Mg <(
(f)
(f)
/ \
substância molecular .. . .. (g/mol)
<(
hidrogênio (H2) 2 2 :::!:
--
24 g -- 6,02 · I 023 átomos (f)
magnésio (Mg) 24 24 <(
u
água (H2 0) 18 18 I moi de moléculas H2SO.
-�

::::::>
ácido sulfúrico
(H2S04) 98 98
I
98 g- 6,02 · 1023 moléculas
o
(/)
w
IQ
u-

cloreto de sódio
58,5 58,5 I moi de agregados CaCh
(NaCI)
a:
sulfato de bário
(BaSO.) 233 233 /
I I I g .-6,02 ·
\
1023 �gregados iônicos
-

55
24,08 l 0 23�X 1 7 g
------:-
--" ::7""----:=:-�--::---:--:-- ""'- =
·

EXERCÍCIOS mNH, = . 2 68 g
6,02 1 0 3 �

1 . (FUVEST - SP) O número de átomos de cobre existente A alternativa b é a correta.


em 1 o-s grama desse metal é, aproximadamente:
a) 1 0s; b) 1012; c) 101 4; d) wo; e) l Qll �. (UF ES) O maior número de átomos está contido em:
·

a) 9,8 g de ácido sulfúrico;


Solução b) 10,0 g de hidrogênio;
Consultando a tabela periódica encontramos o valor 63,5 c) 1 1,7 g de cloreto de sódio;
para a massa atômica do cobre. Este valor indica que um d) 18,0 g de água;
moi de átomos de cobre ou 6,02 1 023 átomos de cobre pe­
·
e) 63,0 g de ácido nítrico.
sam 63,5 g.
Portanto temos: Solução
é a massa de As fórmulas, as massas molares e o número de mols das
63' 5 g 6,02 · 1 023 átomos
substâncias são:
é a massa de
10-s g X átomos
�= 1023 átomos
10"8 $
6,02 ·

substância fórmula M (g/mol) n (moi)


X
x � 101 4 átomos ac. sulfúrico H 2S04 98 0, 1
A alternativa c é a correta. hidrogênio Hz 2 5,0
cloreto de sódio NaCJ 58,5 0,2
2 . (UCP - PR) A massa de 24,08 1023 moléculas de gás
·
água HzO 18 1,0
amônia vale, em gramas:
a) 72; b) 68; c) 12; ac. nítrico HN03 63 1,0
d) 78; e) 27.

Solução 0,1 moi de ácido sulfúrico corresponde a 6,0 1022 mo­ ·

A fórmula molecular do gás amônia é NH3. Para calcu­ léculas. Como cada molécula de ácido sulfúrico é formada
lar sua massa molecular é necessário, portanto, consultar a por 7 átomos (2 de hidrogênio, 1 de enxofre e 4 de oxigê·

1022 = 4,2 1023 átomos.


tabela periódica para se encontrar os valores das massas atô· nio), em 9,8 g de ácido sulfúrico existem 7 6,0 ·

micas do hidrogênio ( I ) e do nitrogênio (14). Com esses da­ · ·

dos encontramos o valor 1 7 para a massa molecular do gás Repetindo o mesmo raciocínio para as demais substân­
amoníaco. cias encontramos os valores:
Portanto, 17 gramas é a massa de um moi de moléculas 6,0 1024 átomos-para a amostra de hidrogênio; 2,4 1023
· ·

ou de 6,02 1023 moléculas de NH3.


· átomos para a amostra de cloreto de sódio, 1,8 1024 áto­ ·

mos para a amostra de água e 3,0 1024 átomos para a amos­


·

6,02 . 1023 moléculas ....L,p;;,;.esa;;.;.m::....-+ 1 7 g tra de ácido nítrico.


24,08 1023 moléculas _...P_
·
. •s_
am
_-+ mNH, A alternativa b é a correta.

a:
<(
__.
::::>
u
w
__.
o
::2

V)
<(
V)
<(
--
::2
cn
<(
u
,::2
::::>
o
CJ)
IQ
w

<(
a:
w

56
""""

FUNÇO�S
INORGANICAS
O estudo sistemático das propriedades dos mais de cem tâncias? Atualmente são conhecidas milhões de substâncias.
elementos químicos conhecidos levou os cientistas a organi­ Para facilitar o estudo desta grande quantidade de substân­
zarem o conhecimento das propriedades desses elementos. cias, elas foram agrupadas de acordo com suas característi­
Como resultado desse estudo foi construída a tabela perió­ cas comuns. O conjunto de propriedades comuns que um
dica, onde os elementos que apresentam propriedades seme­ grupo de substâncias apresenta é chamado propriedades fun­
lhantes estão colocados numa mesma família. Conhecendo­ cionais.
se as propriedades gerais de uma família é possível prever
Função química é o conjunto de substâncias que
as propriedades de um elemento pertencente a esta família.
Não é necessário, portanto, conhecer as propriedades indi­ apresentam propriedades químicas semelhantes (proprie­
viduais de cada elemento para se ter noção de suas proprie­ dades funcionais).
dades químicas.
Se a organização de aproximadamente 100 elementos é Ácidos, bases, sais, óxidos e hidretos são as funções quí­
útil no estudo da química, o que dizer em relação às subs- micas que estudaremos a seguir.

que apresenta carga parcial positiva. Durante a quebra da


ligação, o átomo de hidrogênio deixa o par de elétrons de
ligação para o cloro. Como conseqüência, o átomo de cloro
transforma-se no íon cloreto que apresenta carga - 1 e o áto­
ÁCIDOS : mo de hidrogênio num íon que apresenta carga + l . Como
conceito de Arrhenius o íon H• se une à molécula de água, ocorre a formação do
íon Hlo•. Quando as moléculas do HCI entram em contato
com a água ocorre a formação de íons, isto é, o HCI se ioni­
za. !l?.!!i.?l!Ç� é o processo pelo qual substâncias moleculares
Segundo Arrhenius, ácidos são substâncias que, em água, originam íons.
se ionizam, produzindo como cátions, exclusivamente, íons
hidroxônio ou hidrônio (HJO•).
Exemplos de ácidos são:
ríi>·ci: + H• · Õ . . H --- l : c1
..
\ ... ... '


.. .. : f+ [ ..
H. . O . . H
l
H
moléculas ionização íons c.n
HCl(g)l H2S04( fl e H3P04(s) o
------- CI· aq) + H3o· a q)
º
Estas substâncias são formadas por moléculas polares e HCI(g) + H20(f ) ( ( u
apresentam a seguinte fórmula eletrônica: -�
Os átomos de hidrogênio presentes numa molécula que, c.n
<(
em água transformam-se em íons H1o•, são chamados hi­ u
H . .
H H
. drogênios ionizáveis. A equação de ionização de um ácido z
" " . . •<(
x'JCO x •)(0)(" :o : pode ser escrita de forma simplificada, onde o íon hidroxô­ <.!)
x 1( " c:
.. y J( 'l )f nio HJ O•, é simplesmente representado por H•. Assim o
·s·
H• • Cl : H • • O •• P • • O
..
•·H teremos: z
..
. .. .· . c.n
• O• ·XoX� w
. .� IQ
H,O
Hei(g) � H•(aq) + Cl-(aq)

H,O
z
Quando uma delas, por exemplo o HCl, é adicionada em
H 2So4(f) �
1
2H•(aq) + S04-(aq) :::>
u.
água, ocorre uma interação elétrica entre as moléculas pola­
-

57
res, HCI e H10. O oxigênio da água, que apresenta carga
H 3PO4(s) � 4 (aq)
H,O
parcial negativa, atrai para si o átomo de hidrogênio do HCl, 3H•(aq) + P03-
EXERCÍCIO Quanto à.presença de oxigênio :
Oxiácidos: ácidos que apresentam átomos do elemento oxi­
(FEl - SP) Dar o mecanismo de ionização do bromidreto gênio em sua molécula.
em solução aquosa. Exemplos
H1S04, H1C03.
Solução
Hidrácidos: ácidos que não apresentam átomos do elemento
O bromidreto ou hidreto de bromo é uma substância for­
oxigênio em sua molécula.
mada por moléculas constituídas por um átomo de hidrogê­
Exemplos
nio e um de bromo, representado pela fórmula HBr.
HCl, HCN, HF.
A ligação entre os átomos de hidrogênio e bromo é po­
lar. Como o átomo de bromo é mais eletronegativo do que
Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis: os áci­
o de hidrogênio, a carga parcial negativa se localiza no áto­
dos podem ser classificados em monoácidos, diácidos, triá­
mo de bromo e a positiva no átomo de hidrogênio.
cidos e poliácidos, conforme apresentem um, dois, três ou
O átomo de oxigênio da água, negativamente carregado,
mais hidrogênios ionizáveis. No caso dos oxiácidos só se io­
atrai para si o átomo de hidrogênio do bromidreto, positiva­
nio. É o que acontece, por exemplo no ácido fosforoso,
nizam os átomos de hidrogênio ligados a átomos de oxigê­
mente carregado. Durante a atração, ocorre a formação dos
íons Br· e HJo•. A equação que representa a ionização do
H3P03, onde, embora sua molécula apresente três átomos
bromidreto em água é:
HBr(g) + H 20(r ) -> Br(aq) + H30(aq)
de hidrogênio, somente dois se ionizam:
H - hidrogênios ionizáveis
ou simplesmente:
:
.. : ..
ô : I
,.. • · O
HBr(g) H ,O H(aq) + Br(aq)
:o
.. H .. ·•H
H
Propriedades dos ácidos
Exemplos
As principais propriedades dos ácidos são: monoácidos: HF, HCl, HCN, HClO, HN03;
• possuem sabor azedo;
diácidos:
• modificam a cor dos indicadores ácido-base. Na presença
de uma solução ácida, o papel de tornassol azul adquire a triácidos: H3P04, H3B03;
cor vermelha e a solução alcoólica de fenolftaleína permane­ poliácidos: �Si04, H4P201.
ce incolor;
Quanto à força ou grau de ionização:
OBSERVAÇÃO Indicadores ácido-base são subs­
tâncias que têm a propriedade de mudar de cor quando Grau de ionização é uma grandeza que indica a rela­
na presença de uma solução ácida ou básica. ção entre o número de moléculas ionizadas e o número
de moléculas dissolvidas em água. O grau de ionização
• conduzem eletricidade em solução aquosa, pois existem íons é representado pela letra a.
livres;
= número de moléculas ionizadas
• reagem com bases, formando sal e água. Esta reação é cha­
a
mada de neutralização ou salificação. número de moléculas dissolvidas
Exemplos O grau de ionização pode ser expresso tanto na forma de
HCl + NaOH -> NaCl + H20; número decimal como em porcentagem. Assim, se de cada
100.000 moléculas de ácido adicionadas em água, somente
H2S04 + Mg(OHh -> MgS04 + 2Hz0. 90.000 se ionizarem, o grau de ionização do ácido será:
• reagem com metais liberando gás hidrogênio. Os metais
90.000
(f) que mais facilmente reagem com soluções ácidas são os alca­ 0 9 ou 90%
o linos e os alcalinos terrosos; os metais nobres (Bi, Cu, Hg, a = 100_000 = ,
º
u Ag, Pt e Au) não reagem. De acordo com o grau de ionização os ácidos podem ser
-� fortes, médios ou fracos:
(f) Exemplo
<(
u 2HC1 + Mg -+ MgCh + Hz.
:2: OOJo 50Jo 50% IOOOJo
•<( Exemplos de materiais que apresentam comportamento
a: ácido são: sucos de frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi etc),
(!)
o
ácidos ácidos ácidos
vinagre (solução aquosa de ácido acético), ácido muriático
z fracos médios fortes
(solução impura de ácido clorídrico), suco gástrico (solução
(f)
w de ácido clorídrico).
•O A seguir, a força relativa de alguns ácidos:

z
:::> Classificação dos ácidos Ácidos fortes:
u.
-

58
Os ácidos podem ser classificados segundo vários crité­ HC104 -+ ácido perclórico
rios. Os mais importantes são: HI -+ ácido iodídrico
--+ ácido bromídrico Forrnulação e nomenclatura dos
--+ ácido clorídrico
--+ ácido nítrico
ácidos
--+ ácido sulfúrico Os ácidos são compostos que apresentam a seguinte fór­
mula geral:
Ácidos médios:
HxA
H2SOJ --+ ácido sulfuroso
onde x corresponde à carga do ânion formado na ionização
H3P04 --+ ácido fosfórico do ácido.
HF --+ ácido flu orídrico
A nomenclatura dos ácidos é feita da seguinte maneira:
Ácidos fracos: ' ácido + ( ) (com a terminação trocada)
nome do ânion
HzC03 --+ ácido carbônico
H2S --+ ácido sulfidrico
terminação
HCN --+ ácido cianídrico
H3B03 --+ ácido bórico ânion ácido
ETO ÍDRICO
Algumas regras práticas para se avaliar a força de um ácido
são: ATO ICO
• os hidrácidos HI, HBr e HCI são fortes, o HF é médio ITO oso
e os demais são fracos;
• os ácidos orgânicos, como o ácido acético, CH 3 COOH, são Exemplo
fracos; 1 . HCI - ácido clorídrico, pois na ionização do ácido ocor­
.. com relação aos oxiácidos vale o seguinte: quanto maior re a formação do ânion cloreto,. C! - ;
for a diferença entre o número de átomos de oxigênio e 2. HN03 - ácido nítrico, pois na ionização do ácido ocorre
o número de átomos de hidrogênio ionizáveis maior será a a formação do ânion nitrato, NO;;
força do ácido. 3. o ânion sulfeto, sz-, forma o ácido sulfidrico, H2S;
4. o ânion sulfito, so�-, forma o ácido sulfuroso, H2S03;
5. o ânion sulfato, so�-, forma o ácido sulfúrico, H2S04.
Exemplos
HC104 4- 1=3 ácido muito forte
HzS04 4 - 2=2 ácido forte
HzSOJ 3-2= 1 ácido médio EXERCÍCIOS
H3B03 3 - 3=0 ácido fraco
1 . (UC - PR) Quais são as cargas dos íons: tiossulfato, sul­
Quanto à volatilidade: fito, tiocianato, nitrito? Escreva suas fórmulas. Quais são os
ácidos correspondentes?
Ácidos voláteis: como o HCI, HCN e HF, são aqueles que
Solução
apresentam ponto de ebulição baixo. Geralmente são gases
Consultando a tabela de cátions e ânions que se encontra
nas condições ambientes. Aquecendo-se uma solução de um
na página 45 encontramos as fórmulas e as cargas dos íons.
ácido volátil, após certo tempo, restará apenas água no reci­
Como a fórmula geral de um ácido é HxA, onde x é a carga
piente, pois o ácido deixará a solução e passará para o am­
do ânion formado na ionização, as fórmulas dos ácidos são:
biente.
íon fórmula ácido
Ácidos fiXos: como o H2S04 e H3P04, são aqueles que apre­ tiossulfato SzO�- HzSzOJ
sentam ponto de ebulição elevado. sulfito so�- HzSOJ
tiocianato SCN- HSCN
EXERCÍCIO nitrito N02 HNOz
· 2. (FEl - SP) Dar as fórmulas moleculares e os nomes dos (f)
(PUC - SP) Determine a ordem crescente de acidez de: o
a) HN02; c) HMn04;
quatro principais ácidos do enxofre. o
u
b) H4Si04; d) HzS04. Solução -�
Um dos ácidos do enxofre é hidrácido, os outros são (f)
<(
Solução oxiácidos. u
Como todos os ácidos são oxiácidos, será mais forte aquele O hidrácido é o ácido sulfidrico cuja fórmula é HzS. z
•<(
onde a diferença "número de átomos de oxigênio - número Os oxiácidos são: (!)
a:
de átomos de hidrogênio ionizável" for maior. Assim temos: ácido sulfuroso, H2S03, onde o átomo de enxofre forma uma o
HN02 2 - 1 = 1; ligação covalente dativa com o átomo de oxigênio; z
H4Si04 4 - 4=0; ácido sulfiírico, HzS04, onde o átomo de enxofre forma duas (f)
w
HMn04 4- 1 = 3; ligaçi!ies dativas com dois átomos de oxigênio; •O
HzS04 4- 2=2. ácido tiossulfúrico, HzSz03, apresenta estrutura semelhante U·
z

-
ao do ácido sulfúrico. Ocorrem ligações dativas entre o áto­ :::>
LL
O ácido HMn04 é o mais forte.
59
mo central de enxofre e um átomo de oxigênio e outro áto­
A alternativa c é a correta. mo de enxofre.
• reagem com ácidos, formando sal e água.
Exemplos de materiais que apresentam propriedades bá­
sicas são: leite de magnésia (suspensão de hidróxido de mag­
BASES: nésio), soda caústica (nome comercial do hidróxido de sódio)
conceito de Arrhenius e cal hidratada (suspensão de hidróxido de cálcio).

Classificação das bases


Segundo Arrhenius, bases são substâncias que, em água, Os critérios mais utilizados para classificar as bases são:
se dissociam, produzindo como ânions, exclusivamente íons
Quanto ao número de hidroxilas: as bases podem ser
hidroxila (OH·).
classificadas em monobases, dibases, tribases e poliba·
Exemplos de bases são: NaOH, Mg(OH)z e Al(OHh. Es­
ses conforme apresentem, respectivamente, um, dois, três
tas são substâncias iônicas formadas
. pelos íons Na• e OH-,
ou mais íons hidroxila.
Mg2• e OH· e AP• e OH·.
Quando uma delas, por exemplo o NaOH, é adicionada Exemplos
à água, os íons Na• e OH· do sólido são separados e cerca­
monobases : NaOH, KOH, RbOH
dos por moléculas de água, devido à interação elétrica que dibases: Mg(OH)z, Ca(OH)z, Fe(OH)z
ocorre entre as moléculas polares da água e os íons da subs­ tribases: Al(OH)3, Fe(OHh
tância. Como o íon sódio é positivo, as extremidades negati­ polibases: Pb(OH)4, Sn(OH)4
vas das moléculas de água, ou seja, os átomos de oxigênio,
se agrupam ao seu redor formando o íon sódio hidratado. Quanto à solubilidade: as bases dos metais alcalinos,
Ao mesmo tempo, o íon OH· sofre hidratação semelhante, como o NaOH e o KOH, são bastante solúveis em água;
com a diferença que são as extremidades positivas das molé­ as bases dos metais alcalinos-terrosos, como o Ca(OH)z, são
culas de água, ou seja, os átomos de hidrogênio que se vol­ parcialmente solúveis; as demais bases metálicas, como o
tam para o íon negativo. A hidratação dos íons ajuda a "neu­ AgOH, apresentam solubilidade tão baixa que são conside­
tralizar" suas cargas, impedindo a aproximação dos íons de radas insolúveis.
cargas opostas. Quando o cristal de NaOH entra em contato
Quanto ao grau de dissociação eletrolítica: uma base
com a água ocorre, portanto, a destruição do retículo crista·
será tanto mais forte quanto maior a quantidade de íons OH·
tino e a liberação dos cátions Na• e ânions OH·, isto é, o
NaOH se dissocia. Dissociaçª-2 é o nome dado ao processo que produzir em solução aquosa. As bases dos metais alcali­
nos e dos metais alcalinos-terrosos são fortes; as bases dos
através do qual os íons presentes num composto iônico se
outros metais e o hidróxido de amônio são fracas.
separam. A dissociação do NaOH pode ser representada pe­
la equação:
H2o,..
EXERCÍCIO
NaOH(s) Na(aq) + OH(aq)
(FEl SP) Explicar por que é praticamente impossível

íons "presos" dissociação íons "livres" medir a condutividade elétrica de um hidróxido que não se­
no cristal iônico em solução aquosa ja de um metal alcalino.
Exemplos de equação de dissociação:
2
Mg(OHh(s) -+ Mgl;q) + 0 H (aq);
Solução
Uma solução será boa condutora de eletricidade se pos­
Al(OHh(s) -+ At(;q) + 3 0H(aq). suir íons livres. Os hidróxidos dos metais alcalinos são bas­
Além dos compostos iônicos formados por íons metáli­ tante solúveis em água, ou seja, a dissociação iônica é prati­
cos e hidroxila, como os vistos anteriormente, existem subs­ camente total, e suas soluções aquosas apresentam grande
tâncias moleculares que também, em água, apresentam ca­ quantidade de íons, o que faz com que elas apresentem boa
ráter básico. O gás amônia (NHJ) é um exemplo típico des­ condutividade elétrica. Os hidróxidos dos outos metais, por
sas substâncias. Quando moléculas de NHJ são adicionadas possuírem baixa solubilidade em água, formam soluções on­
em água ocorre a formação de íons hidroxila e amônio, con­ de a quantidade de íons é muito pequena, o que torna prati­
CJ) forme mostra a equação: camente impossível medir a condutividade de suas soluções
w
CJ) NH3(g) + H20(f) .... NH4(aq) + OH-(aq)· aquosas.
<2::
� A solução de NHJ em água é geralmente chamada de hi­
CJ)
dróxido de amônio e representada por NH.OH.
<2::
S:2 Formulação e nomenclatura das
2
bases
•<2::
(,!)
Propriedades das bases
a:
o As principais propriedades das bases são: As bases formadas por íons metálicos e hidroxila apre­

z
apresentam sabor adstringente (aquele que sentimos quando �entam a seguinte fórmula geral:
CJ)
w comemos uma banana verde); B(OH)y
•O • modificam a cor dos indicadores ácido-base. Na presença

z de uma solução básica o papel tornassol adquire coloração onde y corresponde à carga do cátion.
A nomenclatura das bases é feita da seguinte maneira:
hidróxido + de + (
:::>
u.. azul e a solução alcoólica de fenolftaleína se torna vermelha.
-
• conduzem eletricidade, pois nas soluções básicas existem
60
)
íons livres; nome do cátion
Exemplos 4 - reage com água, formando o íon hidroxõnio
São corretas somente as afirmações:
NaOH - hidróxido de sódio
a) 1, 3 e 4
Ba(OH)2 - hidróxido de bário
Fe(OHh - hidróxido de ferro li
b) 2 e 4
Fe(OHh - hidróxido de ferro III c) 2, 3 e 4
o cátion chumbo IV, Pb4•, forma a base Pb(OH)4 - hidró­
1,
d) 2 e 4
e) 1, 2 e 3
xido de chumbo IV
o cátion cobre II, Cu2•, forma a base Cu(OH)2 - hidróxido
Solução
de cobre II
A afirmação 1 é correta, levando-se em consideração o
EXERCÍCIO conceito de Arrhenius.
As afirmações 2 e 3 estão corretas, pois indicam fatos ex­
(MACK - SP) São feitas as seguintes afirmações em rela­ perimentais relativos às propriedades das bases.
ção a uma substância que pertence à função base: A afirmação 4 está errada, pois em água uma base pro­
1- apresenta somente como ânion, o íon hidroxi1a duz o íon hidroxila (OH-) e não o hidroxõnio (H30•) que
2 - muda a cor da fenolftaleína de incolor para vermelho é característico dos ácidos).
3 reage com ácido, formando água e sal
- A alternativa e é a correta.

Quando há excesso de ácido forma-se um sal que ainda


apresenta hidrogênio ionizável:

H2S04 + NaOH -+ NaHS04 + HzO


--+
SAIS H3P04 + KOH KH2P04 + H20

Quando há excesso de base forma-se um sal que ainda


apresenta o íon hidroxila.

HNOJ + Ca(OH)z --> Ca(OH)N03 + H20


Sais são substâncias que, em água, se dissociam produ­ HCl + Al(OH)3 --> Al(OH)zCl + H20
zindo cátions, diferentes do íon hidroxônio (H30•), e ânions
diferentes do íon hidroxi1a (OH-).
Exemplos de sais são NaCl, Na2C03 e KN03. Quando
estas substâncias são adicionadas em água elas se dissociam. Propriedades dos sais
As equações que representam estes processos são:
As principais propriedades dos sais são:
NaCl(s) --+ Na(aq) + Cl(aq)
• geralmente apresentam sabor salgado, embora alguns co­
Na2C03(s) --> 2Na(aq) + CO�(aq) mo o Na2S04 apresentem sabor amargo;
• as soluções aquosas dos sais conduzem eletricidade, pois
KN03(s) --+ K(aq) + N03(aq)
apresentam íons livres.
Os sais podem ser obtidos através da reação entre um ácido Exemplos de utilização de sais são: KNOJ e KN02 na
e uma base. O cloreto de sódio, por exemplo, pode ser obti­ conservação de alimentos, KMn04 como bactericida, BaS04
do através da reação entre ácido clorídrico e hidróxido de como contraste em radiografias estomacais, AgBr e AgCl em
�ódio: filmes fotográficos e CuS04 como fungicida.
HCl + NaOH --> NaCl + H20
(J)
Outros exemplos de reação' de salificação são:
2HN03 + Mg(OH)l -+ Mg (NOJh + lH20
Classificação dos sais <(

(J)
HzS04 + 2KOH --> K2S04 + 2H20 <(
Os critérios mais utilizados para classificar os sais são: !::2
3HC1 + Al(OHh -+ A1Cl3 + 3H20 z
Quanto à solubilidade: os sais podem ser solúveis ou
insolúveis. Na página 95 é dada uma tabela que mostra a
•<(
a:
(.!)
Quando numa reação entre ácido e base todos os íons H+, o

nientes da base, ocorre neutralização total. É o que aconte­


provenientes do ácido, reagem com todos íons OH-, prove­ solubilidade dos principais sais a 20°C. Consultando a ta­ z
bela você pode verificar, por exemplo, que os sais nitrato w
(J)
ceu nos exemplos anteriores. No entanto, em alguns casos, de sédio (NaNOJ), brometo de magnésio (MgBr2), sulfato •O

a quantidade de ácido ou de base não é suficiente para con­ de potássio (K2S04) e cloreto de amônio (NH4Cl) são solú­ z
sumir todos os íons OH-, provenientes da base, ou todos os veis e os sais cloreto de prata(AgCl), iodeto de chumbo II ::>
u....

61
íons H•, provenientes do ácido. Neste caso ocorre neutrali­ (Pblz), sulfato de bário (BaS04) e carbonato de cálcio (CaC03 -

zação parcial. são insolúveis.


Quanto à natureza onde y corresponde à carga do cátion e x à carga do ânion.
Sais neutros ou normais: são aqueles provenientes da neu­
A nomenclatura dos sais é feita da seguinte maneira:
(
tralização total de um ácido ou de uma base. Estes sais não
contêm hidrogênios ou hidroxilas. ) de ( )
nome do cãuon

·
·
nome do amon
Exemplos
Exemplos
NaCl --> cloreto de sódio
1. Sais normais:
K2CO, --> carbonato de potássio
NaCl(Na+, Cl") --> cloreto de sódio
CuCl1 --> cloreto de cobre li
K3PO.(K+, Po:-) --> fosfato de potássio
NaN02 --> nitrito de sódio
(NH4)zS04(NH:, SO�-) ___. sulfato de amônio
Sais ácidos ou hidrogenossais: são aqueles provenientes
da neutralização parcial de um ácido. O ânion desses sais apre­ 2.Hidrogenossais:
sentam um ou mais átomos de hidrogênio. Na HSO.(Na+, HS04) --> hidrogenossulfato de sódio
K2 HPO.(K+, HPon ___. hidrogenofosfato de potássio
Exemplos
NaHSO. --> monohidrogenossulfato de sódio 3.Hidroxissais:
NaH2 PO. --> dihidrogenofosfato de sódio MgOHBr (MgZ+, OH·, Br·) --> brometo básico de magnésio
Na2HP04 --> monohidrogenofosfato de sódio ou hidroxibrometo de magnésio
Al(OH)zF (AP+, OH·, F") --> fluoreto dibásico de alumínio
Sais básicos ou hidroxissais: são aqueles provenientes da ou dihidroxifluoreto de alumínio
neutralização parcial de uma base. Estes sais apresentam em
sua estrutura um ou mais íons hidroxila (OH·).
EXERCÍCIO
Exemplos
Ca(OH)N03 --> nitrato monobásico de cálcio (FM POUSO ALEGRE - MG) Os nomes das substân­
Al(OH)Cl2 --> cloreto monobásico de alumínio cias de fórmula CoBr2, Ca(N02h e Au(OHh são, respecti­
Al(OH)zCl --> cloreto dibásico de alumínio vamente:
a) bromato de cobalto, nitrito de cálcio e hidróxido áurico
Sais duplos ou mistos: são aqueles que apresentam dois b) bromito de cobalto 11, nitrato de cálcio e hidróxido auroso
l:átions ou dois ânions diferentes. c) brometo de cobalto 11, nitrito de cálcio e hidróxido áurico
d) brometo cobáltico, nitrito de cálcio e hidróxido áurico
Exemplos e) bromato cobáltico, nitrato de cálcio e hidróxido de ouro
NaKSO. --> sulfato duplo de sódio e potássio
Solução
Ca(NH.) PO. --> fosfato duplo de cálcio e amônio
Para responder a esta questão é necessário consultar a ta­
bela de cátions e ânions na página 45; é interessante saber

É importante salientar que quando um metal forma cá­


EXERCÍCIO as fórmulas e os nomes dos íons mais comuns de cor.

(SANTA CASA - SP) São solúveis na água os seguintes tions com cargas diferentes, a identificação do íon pode ser
feita de duas maneiras. A mais recomendada é colocar na fren­
a) Na1S04 e SrSO.
sulfatos:
te do nome, em algarismos romanos, a carga do íon. Exem­
plos: Fe'' - ferro 11 e Fe'' - ferro III; Co · - cobalto II
'
b) CuSO.e Baso.
e C o'' - cobalto III; Au • - ouro I e Au '· - ouro III. A
c) (NH.)zSO. e PbSO.
d) ZnSO. e Fel(SO.)J outra forma de identificação dos íons é colocar, após o nome
do cátion, os prefixos oso, para indicar o íon com menor
Solução carga, e ico, para indicar o íon que apresenta maior carga.
Consultando a tabela de solubilidade, verificamos que com Exemplos: Fe2+ - ferroso e Fe3• - férrico; Co2• - cobalto­
exceção dos sulfatos de cálcio (CaS04), estrôncio (SrS04), so e Co3• - cobáltico; Au• - auro�o e Au3• - áurico.
bário (BaS04), chumbo 11 (PbSO.) e prata (Ag2S04), todos Nas fórmulas estão representados os íons:
os demais são solúveis em água. Com relação às substâncias
CoH - cobalto 11 ou cobaltoso
relacionadas no teste, são solúveis: sulfato de sôdio (Na2SO.), Br· - brometo
sulfato de amônio ((NH.)zSO.), sulfato de cobre (CuS04), Ca2• - cálcio
sulfato de zinco (ZnSO.) e sulfato de ferro III (Fe2(S04h). NOi - nitrito
A letra d é a alternativa correta. Au]+ - ouro III ou áurico
OH· - hidróxido
CJ)
w O que resulta nos nomes:
o
U· Formulação e nomenclatura dos sais CoBr2 - brometo de cobalto II ou brometo cobaltoso
z Ca(N01)2 - nitrito de cálcio
:::::l
LL..
Os sais apresentam a seguinte fórmula geral: Au(OHh - hidróxido de ouro III ou hidróxido áurico
-

62 BxAy A letra c é a alternativa correta.


Os hidretos metálicos reagem com água formando base
'•,:: e liberando gás hidrogênio.
Exemplo
NaH + HzO -+ NaOH + Hz
HIDRETOS EXERCÍCIO
(FAAP - SP) Quais os elementos pertencentes ao 3� pe­
ríodo da tabela periódica (Si, Cl, Mg, AI, P, Na, S) que na
Hidretos são compostos binários onde um dos elementos forma de hidretos, quando adicionados em água, liberam hi­

res. No primeiro caso o hidrogênio se liga a um metal e no


é o hidrogênio. Os hidretos podem ser iônicos ou molecula­ drogênio?
Solução
segundo, a um não-metal. NaH, LiH c CaH2 são exemplos Somente os hidretos metálicos (ou iônicos) liberam gás
de hidretos metálicos e HCl, H1S e NHa são exemplos de hidrogênio ao serem adicionados em água. São hidretos me­
hidretos não-metálicos. tálicos MgHz, AIH3 e NaH.

Óxidos anfóteros: são aqueles que reagem tanto com ácidos


como com bases. Em ambos os casos ocorre a formação de
sal e água. Os óxidos anfóteros não reagem com água.

ÓXIDOS Exemplos
ZnO + HzS04 -+ ZnS04 + H20
ZnO + 2KOH -+ K2Zn0z + H20
Óxidos indüerentes ou neutros: são aqueles que não rea­
Óxidos são compostos binários, isto é, formados por dois
gem com água, ácidos ou bases. São óxidos neutros CO, NO
elementos, onde o oxigênio é o elemento mais eletronegati­ e N10.
do do fato do oxigênio se ligar a um metal ou a um não-metal.
vo. Os óxidos podem ser iônicos ou moleculares dependen­ Óxidos mistos ou duplos: são aqueles onde o mesmo ele­
mento se apresenta como íons de cargas diferentes. Os óxi­
São óxidos iônicos Na20, BaO e Fe20J; são óxidos molecu­ dos mistos podem ser considerados como uma mistura de
lares C02, NO e SOa. Quanto maior a diferença de eletro­ dois óxidos.
negatividade entre o oxigênio e o outro elemento ao qual ele
Exemplos
se liga, maior será o caráter iônico do óxido. A substância
OF2, fluoreto de oxigênio, não é óxido, pois, embora ela
seja um composto binário, o oxigênio está ligado a um áto­ Peróxidos: são compostos que apresentam dois átomos de
mo mais eletronegativo. oxigênio ligados entre si. No caso de substâncias iônicas te­
mos o íon o�- que apresenta a estrutura:
W:X ••
Classificação e propriedades ( � O x o O � ]2-
:,cx ••

dos óxidos Exemplos


Óxidos básicos: são aqueles que reagem com água, forman­ Na202, peróxido de sódio
do base, e com ácidos, formando sal e água. Os óxidos bási­ Ca02, peróxido de cálcio
O único peróxido molecular é a água oxigenada, H20z, que (f)
cos são compostos iônicos e, quanto maior a diferença de ele­ o
tronegatividade entre o oxigênio e o metal, maior será o ca­ apresenta a seguinte fórmula estrutural: Q
X
ráter básico do óxido. H-0-0-H -o
.__

(f)
Exemplo Os peróxidos reagem .com a água, formando base e água o
1-
Na10 + HzO -+ 2 NaOH oxigenada, e com ácidos, formando sal e água oxigenada. w
a:
MgO + HzO -+ Mg(OH)2 Exemplos o
K20 + 2HCI -+ 2KCI + H20 Naz02 + 2Hz0 -+ 2NaOH + H202
:t:
.__

(f)
CaO + HzS04 -+ CaS04 + H20 <(
Óxidos ácidos: são aqueles que reagem com água, forman­
Ca02 + 2HCI -+ CaC}z + H202 SJ
z
do ácidos, e com bases, formando sal e água. Os óxidos áci­ •<(
EXERCÍCIO <.9
dos são moleculares e, quanto mais à direita e acima na ta­ a:
o
bela períodica se encontrar o elemento que se liga ao oxigê­ (ACAFE - SC) Ordene o caráter básico crescente dos se­ z
nio, maior será o caráter ácido do óxido. guintes óxidos: FeO; MgO; K20; Cb01; SOJ. (f)
IQ
w
Exemplos Solução <>
SOa + HzO -+ HzS04 Consultando a tabela períodica podemos descobrir a fa­ z
mília à qual pertencem os elementos ligados ao oxigênio:
:::>
LL
COz + HzO -+ HzCOa
-

63
SOz + 2KOH -+ KzS03 + 2Hz0 elemento família
C02 + 2NaOH -+ Na2COa + H20 ferro 8B - metal de transição
magnésio 2A - metal alcalino-terroso Exemplos
potássio IA - metal alcalino CO ---> monóxido de (mono) oxigênio
cloro 7A - halogênio col ---> dióxido de (mono) oxigênio
enxofre 6A - calcogênios CI01 ---> dióxido de monocloro
São básicos os óxidos FeO, MgO e K20; os demais são CI2 0. ---> hexóxido de dicloro
ácidos. ChO, ---> heptóxido de dicloro
Apresenta maior caráter básico o óxido onde a diferença

É o que ocorre no K 10. Apresenta menor caráter básico (ou


de eletronegatividade entre o oxigênio e o metal for maior. EXERCÍCIO

tividade entre o oxigênio e o outro elemento for menor. É


maior caráter ácido) o óxido onde a diferença de eletronega­ (CESGRANRIO RJ) Os elementos E, dos grupos I , 2,
·

3, 4, do subgrupo A da classificação periódica dos elemen­


o que ocorre no CI 2 0, . tos, podem formar óxidos do tipo ExOy . Assinale a opção
Caráter básico crescente: C IO,, S01, FeO, MgO, K 10. que apresenta somente fórmulas corretas:
IA 2A 3A 4A
a) EO E01 E01 E04
Formulação e nomenclatura b) E10 EO E203 E01
c) EO E10 EJO E40
dos óxidos d) E10 EO E01 E04
e) E01 E30 EJOl E304
Óxidos iônicos: a nomenclatura dos óxidos iônicos é feita
da seguinte maneira: Solução
óxido de ( ) Considerando que os elementos das famílias I A, 2A, 3A
nome do cátion
e 4A formam uma, duas, três e quatro ligações, respectiva­
Exemplos
mente, e que o oxigênio forma duas ligações, as fórmulas
Na10 ---> óxido de sódio FeO ---> óxido de ferro II dos óxidos são:
CaO ---> óxido de cálcio Ab03 ---> óxido de alumínio família IA - E10
Óxidos moleculares: a nomenclatura dos óxidos molecu­ família 2A - EO
lares é feita da seguinte maneira: família 3A - E103
(prefixo) óxido de [(prefixo) ---,-....-­ .,... família 4A - E01
nome do elemento A letra b é a alternativa correta.

e bases fortes são aqueles que apresentam grande tendência


em doar e receber prótons, respectivamente.
Quando, por exemplo, o cloreto de hidrogênio, HCI, reage
OUTROS CONCEITOS com a amônia, NH3, ele se comporta como ácido e ela, co­

Observeqüe o HCI quando doa o próton para o NH3 ori­


DE ÁCIDOS E BASES mo base. HCI + NH3 ---> CJ· + NR:.

gina o íon CI·. Este íon é uma base, pois pode receber pró­
ton e se transformar novamente em HCI.
(f)
o Os termos ácido e base podem ser definidos de várias ma­ CI· + W ---> HCI
t:
UJ neiras. Cada uma delas corresponde a uma situação particu­ O NH3, ao receber H•do HCI origina o íon amônio, NH!,
(.)
z lar. Foi assim que, em 1887, Arrhenius, ao estudar as pro­ que pode atuar como ácido:
o priedades de soluções aquosas, classificou algumas substân­
(.) NH! ---> NH3 + W
(f)
cias em ácido ou base conforme o comportamento apresen­
o tado em solução. Posteriormente, verificou-se que esse com­ Vemos, portanto, que o ácido, HCI, origina uma base,
a:
I­ portamento semelhante era devido à presença de mesmas es­ C!", e a base, NH3, origina um ácido, o íon NR:. Os pares
::>
o pécies químicas em solução: íons H+, para as soluções áci­ HCIICI" e NH3/NH! são chamados pares conjugados. Uma
(;) das, e íons OH-, para as soluções básicas. reação ácido-base de Brõnsted e Lowry ocorre sempre segun­
<(
(.) Com o decorrer dos tempos, outros conceitos ácido-base do o esquema:

I ácido1
z:
1
foram criados em função das necessidades práticas dos quí­
<<(
(.!) micos. Dois conceitos ácido-base importantes são o de Brõns­ + base2 -+ base1 + ácido2
a: ted e Lowry e o de Lewis, ambos elaborados em 1 923.
o
z
onde o ácido e a base· fortes originam, espontaneamente, o
(f)
UJ ácido e a base mais fracos. Para o par HCI/NH3 temos:
•O Conceito ácido-base de Brõnsted e
(.)· HCI + NH3 -+ C!" + NH!
z Lowry
:::::> ácido1 base2 base1 ácido2
LL De acordo com Brõnsted e Lowry, ácido é toda substân­

64
-
cia que, independente do meio onde se encontra, doa pró­ A tabela da página 96 mostra a força relativa de alguns
tons (W). Base é uma substância que aceita prótons. Ácidos ácidos e bases de Brõnsted e Lowry.
Consultando essa tabela, podemos prever se uma reação o que representam as espécies I, 11, III e IV no sistema Brõns­
ácido-base ocorre ou não. A reação: ted e Lowry?
H2S04 + H20 ..,. HSO:; + Hlo•
ácido, base2 base, ácido2 Solução
ocorre porque o H2S04 é um ácido mais forte que o H30• Lendo a equação da esquerda para a direita vemos que

+
e a H10 é uma base mais forte do que o HSO:;. o H1S04 doa Üm próton para o CJ· . Portanto H2S04 é um
Por outro lado, a reação: ácido de Brõnsted e Cl-, uma base.
Lendo a equação da direita para a esquerda vemos que
Hlo• + NOi -+ H20 HNO] o HCl doa um próton para o íon HSO:;. Portanto, HCl é
ácido, base2 base, ácido2 um ácido e HSO:;, uma base.
não ocorre porque o ácido Hlo• é mais fraco que o ácido São pares conjugados: H1S04/HSO:; e HCI/Cl-.

2. (UF UBERLÂNDIA - MG) Baseado nas reações a seguir:


HNOJ e a base NOi é mais fraca que a base H20.

Conceito ácido-base de Lewis I. NH3 + H20 -+ NH: + OH-;


Il. Ag+ + 2NH3 -+ [Ag(NHJ)2].
De acordo com Lewis, base é toda substância capaz de Assinale a alternativa correta:
"doar" um par de elétrons para realizar ligação covalente a) H10 na reação I e Ag+ na reação II são ácidos de
dativa. Ácido é toda substância que "recebe" um par de elé­ Brõnsted-Lowry;
trons para realizar uma ligação covalente dativa. b) NH3 na reação II é base de Lewis e de Arrhenius;
Quando a amônia, NHJ, reage com o trifluoreto de boro, c) NH3 na reação II é base de Lewis e de Brõnsted-Lowry;
BF3, ela se comporta como base de Lewis e o BF3 como áci­ d) H10 na reação I é ácido de Lewis e ácido de Brõnsted­
do de Lewis: Lowry e Ag+ na reação li é ácido de Lewis;
e) NH3 nas reações I e II é base de Brõnsted-Lowry.

Solução
Escrevendo a equação I utilizando fórmulas eletrônicas

[ •*: ] +
temos:
Outros exemplos de reações ácido-base de Lewis são:
H
•• ••

H"·�:
H H
H• •N•x
.
H + !O•x•H
+ W -+ H"' H • ••
H
H H

H A equação nos mostra que:


I<
a) a água doa um próton para o NHJ. Portanto a água é áci­

[ ] ,� � *
H Hx •Nu H H do de Brõnsted-Lowry e o NH] base;
Cu2• + 4 H lf•N·· "'H -+ H .N: u : • KH
b) o NH3 é uma base de Lewis, pois doa um par de elétrons
: para o hidrogênio da água;
H H H • •N . .. H H c) como a reação ocorre em água, com a formação do íon


OH·, NH] é uma base de Arrhenius.
H (f)
Analisando a equação II notamos que a reação não ocor­ o
re em água e nem ocorre transferência de prótons. Para esta l-­

+
EXERCÍCIOS LU
reação, os conceitos ácido-base de Arrhenius e Brõnsted­ u
:z
Lowry não se aplicam. O íon Ag• é um ácido de Lewis, pois o
1 . (CESCEA - SP) Na reação química abaixo representada: recebe o par de elétrons livres do NH3, que é uma base de u
H2S04 + CI· -+ HSO:; HCl Lewis. (f)
o
I II III IV A letra d é a alternativa correta. a:

e

::::>

(f)
<(
S::2
:z
•<(
(.!)
a:
o

(f)
LU
10

:z
::::>
LL
-

65
ESTUDO DOS GASES

A matéria, como já vimos no livro I, pode se apresentar • a força de atração entre as partículas gasosas é praticamente
em três estados fisicos diferentes: sólido, líquido e gasoso. nula, isto é, elas são independentes umas das outras;
Como muitas das propriedades apresentadas pelas substân· • moléculas de gases, submetidos à mesma temperatura, apre·
cias estão relacionadas com o estado fisico em que se encon· sentam a mesma energia cinética média;
tram e como substâncias no mesmo estado fisico apresen· • as partículas de um gás movem-se em linha reta. A dire·

tam propriedades comuns, costuma-se estudar o comporta· ção e o sentido do movimento apenas se modificam quando
mento fisico das substâncias em conjunto e sem distinção, as partículas colidem umas com as outras ou contra as pare·
em cada estado fisico. Esta simplificação no estudo das subs· des do recipiente que as contém. Não há perda de energia
tâncias leva a generalizações que permitem prever as pro· cinética total nas colisões, embora possa haver troca de energia
priedades de uma substância em cada um dos três estados. entre as partículas que colidem;
Este capítulo estuda o estado gasoso, suas propriedades • a distância entre as partículas gasosas é muito maior do
e a teoria que explica tais propriedades. que o tamanho das partículas.
Através destes postulados podemos explicar as proprie·
dades dos gases. Assim:
Propriedades do estado gasoso • um gás ocupa todo o volume do recipiente, podendo in­
clusive escapar dele, devido ao contínuo e desordenado mo­
As substâncias no estado gasoso apresentam, em comum, vimento das suas partículas;
o seguinte conjunto de propriedades: • os gases são altamente compressíveis, pois a distância en­
• não apresentam forma definida, isto é, adquirem a forma tre suas partículas é grande e qualquer aumento de pressão
do recipiente que os contém; provoca uma aproximação das partículas, reduzindo assim
• não apresentam volume próprio. Os gases ocupam todo o o volume ocupado;
volume do recipiente que os contém. Diz-se que possuem • a pressão exercida pelos gases é determinada pelo número
grande expansibilidade; de colisões, por unidade de tempo, entre as partículas e as
• sofrem grandes variações de volume quando as condições paredes do recipiente. Depende, portanto, da quantidade de
de pressão e temperatura nas quais estão submetidos se alte· gás presente no recipiente, pois quanto maior a quantidade
ram. Diz-se que são altamente compressíveis e que possuem de gás, maior o número de partículas, maior o número de
alta dilatabilidade; colisões e maior a pressão. A pressão exercida por um gás
• apresentam baixas densidades. Comparando-se o volume confinado num recipiente aumenta com o aumento da tem·
ocupado pela mesma massa de uma substância nos três esta· peratura, pois as partículas gasosas passam a se movimentar
dos fisicos, verifica-se que o volume ocupado pelo gás é muito com velocidade maior, provocando um maior número de co·
maior do que o volume ocupado pelo líquido e pelo sólido; lisões, por unidade de tempo, contra as paredes do recipiente.
• exercem pressão. Quanto maior a quantidade de gás pre·
sente num recipiente, maior a pressão por ele exercida. AI· EXERCÍCIO
terações efetuadas na temperatura de um gás, quando seu (FUVEST SP) São propriedades de qualquer substân·

volume se mantém constante, provocam grandes variações cia no estado gasoso:


na pressão por ele exercida. I - ocupar toda a capacidade do recipiente que a contém;
cn II - apresentar densidade bastante inferior à do líquido ob­
w
cn tido pela sua condensação.
<
(.9
Teoria cinética dos gases Para ilustrar essas propriedades, utilizou-se um liquidi­
cn ficador em cujo copo foram colocadas algumas esferas pe­
o Para explicar as propriedades dos gases, os cientistas ele· quenas, leves e inquebráveis.
c
o boraram um modelo chamado teoria cinética dos gases. Os Explique como esse modelo pode ilustrar as proprieda­
c postulados formulados são os seguintes: des I e li.
• as partículas de um gás estão em movimento constante e

• a velocidade das partículas de um gás é maior quanto maior


fJ)
w desordenado; · solução
-

66
Com o liquidificador desligado verifica-se que as esferas
for a temperatura; ficam próximas umas das outras na base do copo. Nesta si-
tuação o modelo estaria representando o estado líquido. Assim, temos:
t(O C) T (K)
Ligando-se o liquidificador, as esferas passam a movirflen·
tar·se desordenadamente, colidem entre si e contra as pare· - 73 200
des do copo e passam a ocupar todo o volume do copo. Essa o 273
situação representa o estado gasoso. 25 298
Quando o liquidificador está desligado as esferas QCUpam IOO 37.3
um pequeno volume (base do copo) mas, quando ele é liga·

• n é o número de mols do gás. Indica a quantidade de gás


do, a mesma quantidade de esferas passa a ocupar um volu·
me maior (todo o copo), o que confere a esta situação menor
densidade de matéria. presente no recipiente. Sua unidade é me romo já vimob
anteriormente, pode ser calculado pela expressão:

Equação de estado de um gás


I n = miM I
• R é a constante universal dos gases. É uma constante de
O comportamento fisico dos gases, como vimos, indepen· proporcionalidade. Seu valor depende das unidades de me·
de de sua composição química, podendo . ser descrito em dida utilizadas. Assim, quando o volume for expresso em li·
termos de três variáveis chamadas variáveis de estado. São tros, a quantidade de gás em moi e a temperatura em Kel·
elas: volume, pressão e temperatura. vin, temos:
A descrição das condições de volume, pressão e tempera· R ,;, 0,082 atm t mol-1 • K-1, quando a pressão for ex·
· ·

tura em que se encontra determinada massa de gás é chama· pressa em atm;


da de estado de um gás. R = 62,3 mmHg t moi-1 K-1, quando a pressão for
· · •

A partir de estudos experimentais dos gases, o francês Cla· expressa em mm de Hg.


peyron estabeleceu uma relação matemática entre as variá·
veis de estado de um gás. Esta relação é chamada equação EXERCÍCIO
de estado de um gás ou equação de Clapeyron:
(FEP PA) Determinar a massa molecular de um gás,

sabendo-se que 3 gramas do referido gás ocupam um volu·


me de 4 litros à pressão de 0,82 atm e à temperatura de
• P é a pressão exercida pelo gás. É, geralmente, expressa
onde: I27°C.
em milímetros de mercúrio (mm de Hg) ou em atmosfe· Solução
ra (atm). A pressão atmosrerica ao nível do mar é igual a Utilizando a equação de estado de um gás (PV = nRT)

• V é o volume ocupado pelo gás. Como um gás ocupa todo


760 mmHg ou I atm. podemos calcular o número de mols (n) do gás. A seguir,
utilizando a expressão n = miM podemos calcular sua mas·
o volume do recipiente que o contém, o volume dó gás é o sa molecular.
volume do recipiente. As unidades utilizadas parll expressar A temperatura, que está dada na escala Celsius, deve ser
o volume de um gás são:
T(K) = t(0C) + 273 = 127 + 273 = 400 K
transformada para a escala absoluta:
mililitro - mi;
litro - f;
centímetro cúbico - cm3; Como a pressão é dada em atmosferas, o valor de R a ser
decímetro cúbico - dm3; utilizado é 0,082 atm i mol·1 • K-1•
· ·

metro cúbico - m3• Substituindo os valores numéricos na equação de Clapey·


As relações entre essas unidades são: ron, temos:
0,82 atm 41 = n · 0,082 atm-· ·i · mol-1 • K-1 400 K
· •

I mi = 1 cm3; 0•82 .atm"" ' 4Y


n = . = O,I moi
Ii =I dm3 = 1 .000 mi = 1 .000 cm3; 0,082,.atar ,1' mol- 1 • )0
· · · 400_$
I m3 = 1.000 i = 1.000.000 mi ou cm3 •
Como a massa do gás é 3 gramas, sua massa molar será:
• T é temperatura absoluta do gás. É através da temperatu· 0,1 moi = � , e M = 30 glmol.
ra que determinamos o grau de aquecimento de uma subs· M
tância. Ela pode ser medida através de várias escalas termo· Como tanto a massa molar como a massa molecular são
métricas como a escala Celsius (0C), a Farenheit (°F), a Kel­ expressas pelo mesmo número, a massa molecular do gás é cn
w
vin (K) etc. A escala internacional adotada para a medida 30 u.m.a. ou simplesmente 30. cn
da temperatura de uma gás é a escala Kelvin, também cha· <(

mada escala absoluta. Esta escala tem seu início no zero ab· cn
o
soluto, que corresponde a - 273, I5°C. Esta é uma tempe· Medida da pressão de um gás o
ratura teórica onde se admite que o volume de qualquer subs·
o
o
F=
tância seria nulo e onde suas moléculas e átomos estariam O instrumento usado para a medida da pressão de um
totalmente imóveis. A temperatura na escala Kelvin relaciona· gás é o manômetro. Este pode ser de dois tipos: o de tubo cn
se com a escala Celsius pela expressão: w

I T(K) = t(DC) + 273 1


aberto e o de tubo fechado.
-

67
Um manômetro de tubo aberto consiste, simplesmente,
num tubo em U que contém um liquido, normalmente o mer·
PV
cúrio. Um braço do tubo é conectado ao sistema que con­ mRT
=
tém o gás e o outro permanece aberto para a atmosfera. M

600 ;nmHg- O,U'=


para calcular a massa de gás hidrogênio.
!p atm

· É' · 300)<'
·

m · 62,3 JJURHg"'"·%·J]lel*
=
2 g ·�

1m 1
então:
= o,ol 3 g

(Pgás) e a pressão na'coluna'da direita' é a da atmosfera(Parm) · gasosas


A pressão exercida na coluna da esquerda é devido ao gás
· Transformações
Relacionam-se as duas comparando-se as pressões exercidas
nos dois braços a algum nível de referência (h), pois, há um Quando determinada massa gasosa tem suas condições de
princípio hidrostático que afirma: pontos em uma mesma pressão, volume e temperatura alteradas diz-se que ela so­
linha horizontal no interior de um líquido em equilíbrio apre­ freu uma transformação gasosa.
sentam a mesma pressão. Assim, quando: A equação geral dos gases relaciona as três variáveis de

Pgás > Parm• Pgás = Patm + h


estado numa transformação gasosa. Assim, para determina­

Pgás < Patw Pgás = Patm - h


da massa gasosa tem-se:

7 = constante
Um manômetro de tubo fechado consiste em um tubo
e, para a passagem de um estado 1 para um estado 2:
ao sistema gasoso. É, geralmente, usado para medir baixas
em forma de U, c�m um braço fechado e o outro conectado
Equação geral dos gases
pressões.
P ,V, =
PzV z
T1 Tz

EXERCÍCIO
(UF - MG) Certa massa gasosa ocupa 50 litros, a 25°C
e sob pressão de 3 atm. Calcule o volume ocupado pelo mes­
mo gás, quando a pressão for 1 atm, ã temperatura de 0°C.
Solução

V, = 50 i; T 1 = 25 + 273 = 298 K; P 1 = 3 atm.


No estado 1 as variáveis de estado são:

V1 = ?; T1 = O + 273 = 273 K; P1 = 1 atm.


Neste manômetro, a diferença (h) entre os níveis do lí­ No estado 2 as variáveis de estado são:
quido, nos dois braços do tubo em U, fornece a pressão do
gás: Aplicando a equação geral dos gases, temos:
3,.Jtllf-: 50 i l .Jtllf-: V1
�){ 273 f{
P1V1 PzVz
= e . =
T1 T1

EXERCÍCIO 1 vl = 137,4 t 1
(FEl - SP) Uma massa m de hidrogênio é recolhido so­ Transformação isotérmica: quando, numa transfor­
bre uma coluna de mercúrio a 27°C. Sabe-se que: mação gasosa, a temperatura é mantida constante, a trans­
a) a altura da coluna de mercúrio antes do recolhimento é formação é dita isotérmica e a equação geral se reduz a:
700 mm;
b) após o recolhimento, a altura da coluna de mercúrio pas­ PV = constante
sa a ser 100 mm. ou seja, para a passagem de um estado 1 para um estado 2:
c) o volume de gás recolhido é 200 ml. Calcule a massa m
de hidrogênio recolhida.
c/) Solução
w Graficamente, temos:
cn Como a altura da colu na de mercúrio passou de 700 mm
<( para 100 mm, a pressão exercida pelo gás é 600 mmHg.
(!) p
cn Como temos:
o
b) o volume por ele ocupado (200 ml, que equivale a 0,2 i);
a) a temperatura do gás (27°C, que equivale a 300 K);
c
o
c c) sua massa molar (que pode ser calculada a partir da mas­
:::>
1-­ sa atômica do hidrogênio e vale 2 g/mo1);
cn
w d) a constante universal dos gases (neste caso devemos usar
-
o valor 62,3 mmHg i. mol-1 K-•, pois a pressão é dada
68
· •

transformaçio iiOtérmica
em mmHg), podemos utilizar a expressão:
Através do gráfico, percebe-se que a pressão e o volume O prolongamento da reta obtida nesse gráfico fornece a
de uma certa massa gasosa, mantida à temperatura constan­ temperatura, em °C, onde, teoricamente, o volume do gás

absoluto (OK).
te, são grandezas inversamente proporcionais. ,Esta relação é nulo. Esta temperatura é - 273,1 5°C e corresponde ao zero
é conhecida como lei de Boyle-Mariotte. A curva obtida
chama-se isoterma. A cada temperatura corresponde uma EXERCÍCIO
isoterma.
EXERCÍCIO (UnB - DF) 30 ml de gás metano (CH4), a 25°C, são aque­

(CESCEM - SP) À temperatura T e pressão de 1 atm,


cidos a 35°C, a pressão constante. Calcule o novo volume
do gás.
um gás ocupa o volume V. Reduzindo-se a pressão para
Solução
112 atm e mantendo-se a temperatura constante, o volume
O volume ocupado por um gás e a temperatura absoluta
ocupado pelo gás será:
em que se encontra são grandezas diretamente proporcionais.
a) 112; b) 2; c) V/2; d) 2V; e) 4V.
K, para outro estado em que a temperatura é 308 K. A tem­
O gás passa de um estado no qual sua temperatura é 298
Solução
O volume ocupado por um gás e a pressão por ele exerci­ peratura do gás aumentou de um fator 308/298 = 1,03. O

mo a pressão foi reduzida à metade de seu valor inicial ( 1 atm


da são grandezas inversamente proporcionais. Portanto, co­ volume ocupado pelo gás também deve aumentar pelo fator
1;03. Portanto, o volume final do gás será 1,03 · 30m! =
para 1 /2 atm), o volume ocupado pelo gás deve ter dobrado 31m!.
(passou de V para 2V). Utilizando a expressão matemática para transformações

P. · V 1 = P2 V2 e 1 atm · V. = 112 atm V2


Matematicamente temos: isobáricas temos:
Vz ---30 m! , = ---
vl = 2 v.
• ·

V. Vz ,
- = - e
A letra d é a alternativa correta. T1 T2 29�, K 30&,K
Transformação isobárica: Quando uma transforma­ 30 ml 308 .K' = 31 ml
·
V2 =
ção gasosa ocorre à pressão constante, a equação geral reduz-se 298 ..K'
a:
� = constante
Transformação isocórica: Quando uma transformação

� = constante
gasosa ocorre a volume constante, a equação geral reduz-se a:
ou seja, para uma transformação de um estado 1 para um
estado 2, temos:
ou seja, para uma transformação de um estado 1 para um

I =
estado 2 temo" p,

I
P,
T. T 2
Graficamente, temos: Graficamente, temos:

v p

T(Kl
T(K)

Verifica-se, neste gráfico, que o volume e a temperatura Observa-se, no gráfico, que a pressão e a temperatura ab­
absoluta de uma determinada massa gasosa, à pressão cons­ soluta de um gás são grandezas diretamente proporcionais.

ção é conhecida como . .lei de Charles.


tante, são grandezas diretamente proporcionais. Esta rela­ Esta relação é conhecida como Lei de Charles e Gay·
Lussac.
Se o gráfico for construído utilizando as temperaturas em Também, neste caso, se as temperaturas forem expressas
°C, obtém-se uma variação proporcional, porém, não dire­ em °C, obtém-se uma relação proporcional, porém, não di­
tamente: retamente, como se pode observar no gráfico:

v
cn
w
p cn

(!)
cn
o
c
o
c
::>

cn
w
-

- 273, 1 5 - 2 73. 1 5 69
A extrapolação desse gráfico também nos fornece a tem­ Verifica-se, experimentalmente, que o volume molar de
peratura em °C correspondente ao zero absoluto, na qual, qualquer gás ou vapor, quando medido nas condições nor­
teoricamente, a pressão do gás seria zero. mais de temperatura e pressão, é 22,4 litros.

EXERCÍCIO IV molar(CNTP) = 22,4 flmol ou 22,4 f ·


mol"1 I
(ITA - SP) A pressão total do ar, no interior de um pneu,
era 2,30 atmosferas, quando a temperatura do pneu era de EXERCÍCIO
27°C. Depois de ter rodado um certo tempo com este pneu,
mediu-se novamente sua pressão e verificou-se que esta era (FUVEST-SP) Nas CNTP, qual é o volume ocupado por
agora de 2,53 atm. 10 gramas de monóxido de carbono (CO)?
Supondo variação de volume do pneu desprezível, a nova
temperatura será: Solução
a) 29,7°C; b) 57,0°C; c) 33°C; d) 330°C; e) nda. A massa molar do monóxido de carbono é 28 g/mol. Isto
significa que, nas CNTP, 28 g de CO (1 moi) ocupam o vo­
Solução lume 22,4 f.
A pressão exercida por um gás e a temp,eratura absoluta 22,4 f é o volume ocupado por 28g de CO;
na qual se encontra são grandezas diretamente proporcionais. Vco é o volume ocupado por 10 g de CO.
A pressão do ar no interior do pneu aumentou pelo fator Matematicamente temos:
2,53/2,30 = 1, 1. Portanto, a temperaturã absoluta do gás
22,4 f
- 28 g
Tog'"
também variou por este fator. Seu novo valor é300K. l , l =
= 330 K. Vco
Utilizando a expressão matemática para transformações
Vco
22,4 f . 10% f
=

isocóricas, temos: = 8
28%
P, P1 2,30 atm 2,53 atm
T:- = Le
300 K
=
T1
Misturas gasosas
300 K 2,53 a;a(
·
Tl = = 330 K
2,30 � Os gases sempre se misturam entre si em qualquer pro­
-> que corresponde a 57 °C(330- 273). porção. Quando dois ou mais gases estão presentes num mes­
A letra b é a alternativa correta. mo recipiente, eles se comportam como se estivessem sozi­
X
Gás ideal gás real nhos. Assim, observa-se que a pressão exercida por cada com­
ponente, antes da mistura, não se altera após a mistura, quan·
Um gás ideal é aquele cujo comportamento experimen­ do o volume e a temperatura são mantidos constantes.
tal obedece as equações matemá�icas até aqui vistas. Na prá­ Define-se pressão parcial de um gás à pressão que esse
tica o comportamento dos gases se afasta do comportamento gás exerceria se estivesse sozinho ocupando o volume (V) de
ideal. Verifica-se experimentalmente que o comportamento uma mistura gasosa e submetido à mesma temperatura (T)
de um gás se aproxima do comportamento ideal à medida da mistura. A pressão parcial de um gás numa mistura é da­
que sua pressão diminui e a temperatura a que está submeti­ da pela expressão:
do aumenta. Pressão baixa significa pouca quantidade de gás
PA V = nA RT
e alta temperatura significa que as partículas gasosas estão onde:
em grande velocidade. Nestas condições as interações entre
PA é a pressão parcial do gás A;
as partículas praticamente inexistem. Quanto maior a pres­
nA é o número de mols do gás presente na mistura;
são e menor a temperatura de um gás mais ele se afasta do V é o volume da mistura;
comportamento jdeal. T é a temperatura da mistura.

Volume Molar Lei das pressões parciais: A pressão total de uma


O volume ocupado por um mol de qualquer substância mistura gasosa (Pm) é igual à soma das pressões exerci·
é chamado volume molar. das pelos seus componentes, ou seja, é a soma das pres­
O volume molar de qualquer gás tem sempre o mesmo sões parciais de cada gás presente na mistura.
valor quando as condições de pressão e temperatura são as
w
cn
cn mesmas, isto é, o volume molar independe da natureza da
<( substância gasosa. Isto porque o número de partículas (mo­ Esta lei foi formulada por Dalton em 1801. Matematica­

Pm = P1 + Pz + PJ + . . .
(!) mente temos:
cn léculas ou átomos) presentes em um mol de substância é sem­
o pre o mesmo e iguais números de partículas gasosas ocupam
o Define-se volume parcial de um gás numa mistura ga­
o
o mesmo volume (hipótese de Avogadro).
o Um conjunto de valores de pressão e temperatura padro· sosa como o volume que o gás ocuparia se estivesse sozinho,
:::>
1- nizado no estudo dos gases é: 1 atm e 0°C. Estas condições submetido às mesmas condições de pressão e temperatura
w
CJ)
experimentais são chamadas de condições normais de pres· . da mistura. O volume parcial de um gás pode ser calculado
- são e temperatura (CNTP ou TPN). Reduzir às condições pela expressão:
70 normais significa efetuar uma transformação gasosa na qual
o estado final se encontre nas CNTP.
onde: Solução
vA é o volume parcial do gás A; a) O número de mols de cada gás presente no recipiente é:
nA é o número de mols do gás presente na mistura; n H2 =
1g/2g moi·• = 0,5 moi;
= 8g/32g
·
T é a temperatura da mistura;
P é a pressão exercida pela mistura. no2 · mol"1 = 0,25 moi.
No recipiente, portanto, estão presentes O, 75 moi de mo·
ocupado por uma mistura 01m) de gases é a soma dos vo­
Lei de Amagat dos volumes parciais: O volume
léculas.
O volume do recipiente, isto é, o volume ocupado pelos
lumes ocupados individualmente por cada componente
{PV = nRT).
da mistura. gases pode ser calculado através da equação de Clapeyron

0,82 atm V = O, 75 moi 0,082 atm e mot· •


K"1 • 300 K
· · · · ·

lli6f •
·

Vm = Vt + Vz + V3 + ... o. 75 •· o,o82 .wrr: EC 3oo.K=


Matematicamente, temos:
v = · e · ·

0,82 Jkd'
22,5 e
A expressão:
=

b) A pressão parcial de cada gás pode ser calculada de duas


cial (pA) e o número de mols (nm) e pressão (Pm) de uma
relaciona o número de mols de um gás (nA), sua pressão par­ maneiras:
I) como foi feito no exercício anterior:
pmist . no2
mistura gasosa.
A expressão: po2 no2
=
--
e po - =

Pmist nmist nmist

relaciona o número de mols de um gás (nA), seu volume par­ Po,


= 0,82 atm
0,75
;:: �= 0,273 atm
PH = Pmi>� - P0
cial (vA) e o número de mols (nm) e o volume (Vm) de uma
mistura gasosa. = 0,82 atm -. 0,273 atm = 0,547 atm.
11) utilizando a equação de Clapeyron:
EXERCÍCIOS P02V = n02RT

1 . (MAUÁ · SP) Um recipiente contém 4 gramas de meta· Po2 = 0,25 -: 0,082 atm � · JR(Sf-• · 10 · 300.1( =
no (CH4) e 21 gramas de nitrogênio (Nz). Se, a uma dada 22,SAr
temperatura, a pressão do sistema é 800 mmHg, determine =
0,273 atm

= O, 75 JR<( 0,082 atm / !Jl6f• X:•


as pressões parciais de cada componente da mistura.
300J(
=
· · · · ·

Solução PH2
22,5.-f
A pressão parcial de um gás é proporcional ao número
= 0,547 atm
de mols da substância presente na mistura gasosa. Neste ca­
so temos:
= 21 g/28 g mot·t = 0,75 moi;
= 4 g/1 6 g mot·• 0,25 moi;
nN 2
·
Densidade de um gás
=

= O, 75 + 0,25 = 1,0 moi.


·
ncH4
A densidade é uma grandeza que relaciona a massa e o
n volume ocupado por certa amostra de matéria. Matematica·
Portanto, 1,0 moi de moléculas gasosas exerce a pressão mente é dada pela expressão d = mN. A densidade de um
de 800 mmHg e 0,25 moi e 0,75 moi exercerão pressões pro· gás pode ser calculada através dessa expressão, mas, devido
porcionais: ao fato do volume de um gás ser facilmente afetado pelas
condições de pressão e temperatura nas quais se encontra,
exerce pressão
1 ,O moI
a
• 800 mmHg e, o cálculo de sua densidade deve considerar os valores dessas
= 200 mmHg
grandezas.
Pc H4 Relacionando a expressão d = mN com a equação de Cla­
0,25 mol exerce " pre"ü"-+ P cH, PcH4 peyron chegamos à equação:

- -
-
rn
A pressão parcial do nitrogênio (pNz)

ffi
pode ser calculada através de raciocínio semelhante, ou sim· (I)
T
PN2 = 800 ,mmHg - PcH
plesmente subtraindo a PcH4 da pressão total
(/)

800 mmHg - 200 mmHg = 600 mmHg.


<C
4 (!)
que permite calcular a densidade de um gás em qualquer con·
=

2. (FAP · SP) Um recipiente fechado contém uma mistura


PN, (/)
dição de pressão e temperatura. o
c
Se um gás se encontra nas condições normais de pressão
constituída por 8 gramas de oxigênio e 1 grama de hidrogê· e temperatura, sua densidade pode ser calculada pela ex· o


c
nio a 0,82 atm e 27°C. pressão:
Determine: ffi
a) -o volume do recipiente; -

b) as pressões parciais dos componentes da mistura. 71


Chama-se densidade relativa de um gás em relação a ou­ válvula fechada
tro a relação entre suas densidades.
A d
dA'a =-
da
substituindo dA e da pela expressão (I) temos:
válvula aberta
PMA
RT MA
dA,a = ---==-=-=-- =
PM8 Ma
RT
Como se nota, a relação entre as densidades de dois ga­
Com a abertura da válvula, ocorre a difusão dos gases.
ses é igual à relação entre suas massas molares.
No sistema final os dois gases encontram-se presentes nos
O conhecimento da densidade relativa de um gás em rr­
dois recipientes.
lação ao ar atmosférico permite prever se um gás tende a fi­
A passagem espontânea de um gás através de orificios é
car na parte inferior ou superior da mesma. Os gases que
chamada de efusão gasosa; a figura a seguir ilustra a efusão
apresentam densidades maiores que a densidade do ar ten­
de uma mistura de dois gases:
dem a ocupar a parte inferior da atmosfera; os que apresen­
tam densidades menores, tendem a ocupar as camadas supe­
riores.
Como o ar é uma mistura de gases, ele apresenta uma
massa molar média e seu valor é 28,9
g/mol. Portanto, a den­
�idade de um gás A em relação ao ar atmosférico é dada pela
expressão:
válvula fechada válvula aberta

dA, ar =
28,9 g . moi-• Comparando-se as velocidades de efusão ou difusão de
. diversos gases, nas mesmas condições de pressão e tempera­
tura, constata-se que a velocidade de difusão depende da mas­
EXERCÍCIO sa molar da substância gasosa. Quanto maior a massa molar,
menor a velocidade de difusão. Baseado nesse fato, Graham
e pressão, a massa de
(FUVEST - SP) Nas condições normais de temperatura anunciou a lei da difusão ou efusão gasosa, conhecida como
22,4
litros do gás X2 (X = símbolo lei de Graham.
do elemento químico) é igual a 28,0
gramas.
a) Calcular a densidade desse gás, nessas condições.
b) Qual a massa atômica do elemento X? Lei de Graham: A velocidade de difusão de um gás
é inversamente proporcional à raiz quadrada de sua den­
Solução sidade absoluta.
a) Como o problema fornece os valores da massa e do volu­
me ocupado pelo gás, sua densidade pode ser calculada atra­ Para dois gases, nas mesmas condições de pressão e tem­
vés da expressão d = mN: peratura, tem-se:

v = _1§_g_ 1 '25 g · e-•


:: = Jf"= �
d = .!!!..
22,4 f =
b) O gás se encontra nas CNTP ocupando o volume de 22,4
litros o que nos mostra que a amostra gasosa é formada por EXERCÍCIO
um moi de moléculas. Portanto, 28
gramas é a massa molar
do gás, ou seja, a massa de um moi de moléculas X2. A mas­ (MACK - SP) Um recipiente com orificio circular con­
sa de um moi de átomos X é 14
gramas. Como a massa mo­ tém os gases y e z. O peso molecular do gás y é 4,0
e o peso
lar e a massa atômica são definidas pelo mesmo número, a molecular do gás z é 36,0. A velocidade de escoamento do
massa atômica do elemento X é ou 14 u.m.a.14 gás y será maior, face à do gás z, de:

d) lO vezes;
a) 3 vezes; c) 9 vezes; e) 12
vezes.

CJ) Difusão e efusão gasosa


8
b) vezes;
w
{/) Solução
<(
� Uma das propriedades dos gases é a de ocupar sempre Aplicando a expressão da lei de Graham temos:
CJ) o maior volume possível. Isto porque as moléculas dos gases
o
o
'V "My
encontram-se em movimento constante e desordenado. Esse 2= {M;
movimento das moléculas gasosas permite que dois ou mais Vz
o
o

:::>
gases difundam-se formando uma mistura. Este processo, on­

U)
w
-
de um gás difunde-se em outro gás, é espontâneo e recebe
o nome de difusão gasosa. Na figura abaixo dois gases são Vy = 3 · Vz I
72
colocados em recipientes distintos, interligados entre si atra­
vés de uma válvula. A alternativa a é a correta.
CÁLCULOS QUÍMICOS

Duas importantes tarefas que fazem parte do dia-a-dia dos dos, e produtos, que serão obtidos numa reação química.
químicos são: No primeiro caso se deseja conhecer a fórmula da subs·
• determinar a composição de uma substância, isto é, a quan· tância. No segundo, utilizando o cálculo estequiométrico, os
tidade de átomos de cada elemento presente no agregado atô­ químicos podem prever o quanto de substância, em massa
mico da substância; ou volume, deve ser utilizada, ou será obtida, numa reação
• calcular as quantidades de reagentes, que serão consumi- realizada em laboratório ou numa indústria química.

Síntese da água: H1 + 1/2 01 -+ H10;


Exemplos:

síntese de dióxido de enxofre: s + 01 .... sol.


Reação de decomposição é aquela onde uma substância
composta origina substâncias mais simples.
CÁLCULOS DE FÓRMULAS
decomposição da água oxigenada: H101 -+ H10 + 1/201;
Exemplos:

decomposição da amônia: 2NHJ -+ N1 + 3H1.

Para exemplificar como a fórmula centesimal pode ser


Fórmula é a representação gráfica da composição de uma calculada tomemos como exemplo a água. Uma das proprie·
substância. Vários tipos de fórmulas são utilizadas. No livro dades da água é ser decomposta em seus elementos consti·
I, vimos que as teorias que explicam a formação das ligações tuintes através da passagem de corrente elétrica. Experimen·
químicas permitem prever a fórmula molecular, estrutural talmente veriftca·se que 900 gramas de água, ao serem de·
cn
::5
e eletrônica de uma substância molecular e a fórmula empí­ compostas, originam 100 gramas de gás hidrogênio e 800
rica de uma substância iônica. Agora, estudaremos de que gramas de gás oxigênio. Utilizando a lei de Proust, pode­ ::::>
maneira é possível, através da análise de dados experimen· mos calcular as massas de hidrogênio e oxigênio formadas �
a:
tais, determinar a fórmula molecular de uma substância e pela decomposição de 100 gramas de água: ·O
LL
outros tipos de fórmulas como a centesimal e a mínima. LLJ

água - hidrogênio + oxigênio


o
cn
o
Fórmula ou composição centesimal ...J


900 g 100 g 800 g ::::>

X
100 g y
Fórmula centesimal (ou percentual) indica a percen· ·<

tagem, em massa, de cada elemento que constitui uma cn
substância. Matematicamente temos: o

100 g de hidrogênio = x g de hidrogênio .�
900 g de água ::::>
o
I 00 g de água
- 100 g' . 100 g
A fórmula centesimal, em outras palavras, nos indica a
massa (em gramas) de-{:ada elemento presente em 100 gra­ cn
o
mas de substânda. X ...J
- 900 8' ::::>
A determinação experimental da fórmula centesimal de _ u
uma substância é feita através de reações de síntese ou de
decomposição. .
I X = 1 1,1 g I ...J
·<(
u
-

73
Reação de síntese é aquela na qual uma substância é for·
mada a partir de seus elementos. Repetindo esse procedimento para o oxigênio temos:
1 y = 88,9 g 1 Fórmula mínima ou empírica

Os cálculos mostram que cada 100


gramas de água é forma­ Fórmula mínima (ou empírica) indica a proporção, ex­
da por 11,1
gramas de hidrogênio e gramas de oxigê­ 88,9 pressa pelos números inteiros, entre os átomos presentes
nio. A fórmula centesimal da água é: num agregado atômico, ou íons num agregado iônico.

I H 11' I o/o
- o - 88,9o/o I
Conhecendo-se quanto de cada elemento está presente nu­
A fórmulà centesimal de uma substância também pode ma determinada amostra de substância, é possível calcular
ser calculada teoricamente. Para isso é necessário conhecer sua fórmula mínima. Assim, sabendo-se que 560
gramas de
a massa molecular da substância. Para o caso do ácido sulfú­ buteno são formadas por 480
gramas de carbono e gra­ 80
rico, H2S04, temos: mas de hidrogênio, o cálculo da fórmula mínima deve ser
assim realizado:
contribuição do composição • calcular o número de mols de cada tipo de átomo presente
massa
(o/o)
elemento elemento para a centesimal na amostra de substância,
atômica
massa molecular para o carbono temos:
H 1 2 X
12 1
g é a massa de moi de átomos;
480 g é a massa de x moi de átomos;
o
s
16
32
64
32
y
z ....!l_g_ = moi ; x = mols
1 40
480g X
massa molecular 98 100 para o hidrogênio temos:
1
1 g é a massa de moi de átomos;
80 g é a massa de y moi de átomos;
_j_g_ = moi =
Utilizando a lei de Proust e realizando as proporções:
2 l OOo/o = 2,0% 1 ·
80 mols
X 80 y 'y
·
para o hidrogênio = g
98
para o oxigênio y=
64 . 100% = 6 5,3% • determinar a relação entre os átomos do elemento. Neste
98
z = carbono e hidrogênio é para ( mols de carbono: mols
exemplo, verificamos que a proporção entre os átomos de
para o enxofre
32 . 100% = 32,7% 1 2 40 80
98 de hidrogênio), ou seja, em qualquer amostra de buteno o
Portanto, a fórmula centesimal do ácido sulfúrico é: número de átomos de hidrogênio presente será o dobro do

IH 2,0%; s 6Sjo/o; o 32,7o/o I


número de átomos de carbono. A fórmula mínima do bute­
- - - no é CHz.
Conhecendo-se a fórmula molecular de uma substância,
sua fórmula mínima é determinada através de "simplifica­
EXERCÍCIO ção matemática" dos índices dos elementos na fórmula mo­
lecular. Em muitos casos as fórmulas mínima e molecular
(UF - PE) Uma fonte importante de urânio é o mineral
são as mesmas.
cn carnotita cuja fórmula é KUV06. Calcule a percentagem de
<(
_J urânio nesse mineral.
::::>
:2: a) 5 6,2%; d) 43,2%; substância fórmula molecular fórmula mínima
a: b) 199' 1 o/o; e) 28,1%.
·O
u..
UJ
c) 39,6%; água oxigenada H 20 2 HO
o benzeno C6H6 CH
cn Solução:
o eteno C2H4 CHz
_J Para se calcular a percentagem de urânio na carnotita é propeno C1H6 CHz
::::> necessário, em primeiro lugar, calcular a massa molecular
u
_J
buteno C4Hs CHz
•<(
do KUV06. Para que isso seja possível, necessitamos dos ácido nítrico HN01 HN01
Ç,2 valores das massas atômicas dos elementos presentes na car­ C6 Hn06
cn glicose CHzO
+ ( 1 ) =
Q
notita e que se encontram na tabela periódica. Massa mole­
u cular do KUV06 = + +39 238 51 6 6
·
424.
.:2: O urânio contribui com 238
u.m.a. para a massa mole­ Observe que substâncias diferentes, como o eteno, pro­
::>
o
cular do KUV06. Sua percentagem em massa pode ser as­ peno e buteno, podem apresentar a mesma fórmula míni­
cn sim calculada: ma. Isto não acontece com a fórmula molecular, que é ca­
o

-- X
_J
424 u.m.a. -- 238
u.m.a. racterística de cada substância.
::::> l O O o/o A fórmula mínima de uma substância geralmente é ex­
238 u,.m.�á. !- OOo/o
u
_J
·<( ·
_
pressa da seguinte maneira:
X 56,2%
_ _
u (fórmula mínima)n
-
424 u.m:a.
74
onde n> é um número inteiro. Para � água oxigenada temos
A alternativa a é a correta. 2
(HO)n onde n = e para a glicose·(CHzO)n onde n = 6.
Vejamos como a fórmula molecular de uma substância
EXERCÍCIOS formada exclusivamente por átomos dos elementos carbono
e hidrogênio pode ser determinada. Sobre esta substância
1 . (CESESP - PE) A análise de uma cena substância mos­ sabe-se que:
• sua composição centesimal é C - 8 1,8o/o H - 1 8,2o/o;
trou que . 7 g de nitrogênio combinaram-se com I g de hi­
• 176 gramas dessa substância, quando colocadas num reci­
drogênio. A fórmula mínima da substância deve ser:
a) N2H; d) NH,; piente de 1 O litros de capacidade e mantidas numa tempera­
b) N2H4; e) N,H. tura de 27°C, exercem 9,8 atm de pressão.
c) NH 2; Para se determinar a fórmula molecular da substância de­

tanto utilizamos as expressões PV = nRT e n = miM.


Solução vemos, em primeiro lugar, calcular sua massa molar. Para
As massas atômicas do hidrogênio e do nitrogênio são,
respectivamente, 1 e 14. O número de mols de átomos de
cada elemento presente no composto é:
nH: 1 moi de átomos H - 1 g
nH - I g

nN: 1 moi de átomos N - 14 g


nH = 1 moi
I P ·V =

Isolando M e substituindo os valores numéricos temos:
I
'
nN - 7 g nN = 0,5 moi 176 g · O'082 ,atm<, , r. moJ· • K7•< 300, . K' ·

)
Esses valores mostram que no aglomerado atômico da M =
9 8 a,Jm' l Q R-' ·

substância os átomos de nitrogênio e hidrogênio estão pre­ .. ' ...

sentes nas proporções 0,5 : 1 ou, em números inteiros, 1 : 2. M = 44 g · moi·•


A fórmula mínima da substância é NH2. Através da composição centesimal da substância podemos des­
A alternativa c é a correta. cobrir a massa de cada elemento presente em um moi de subs­
tância:
2. (PUCC - SP) A fórmula mínima do "limoneno", com­
BI,Bo/o 44 g ·
-
posto encontrado na casca da laranja, é CsHs. Sendo sua mas­ massa de carbono = 36 g
lOOo/o
sa molecular igual a 1 36, sua fórmula molecular é:
(3 mols de átomos)

massa de hidrogênio =
a) CI5Hl4; d) CsHs;
b) C1oHJ1; e) C 10H t6 · 1 8,2o/o . 44 g -
8g
c) C1sH4o; lOOo/o
Solução (8 mols de átomos)
A fórmula molecular é um múltiplo inteiro da fórmula Portanto, um moi de molécula da substância é formado
mínima. A massa molecular de uma substância também é por 3 mols de átomos de carbono e 8 mols de átomos de hi­
um múltiplo inteiro da "massa molecular" do agregado atô­ drogênio ou, uma molécula da substância é formada por 3
mico representado pela fórmula mínima. átomos de carbono e 8 átomos de hidrogênio. Sua fórmula

massa molecular da substância =


fórmula molecular = (fórmula mínima)n molecular é C3H8•

=
("massa molecular" do agregado atômico)
representado pela fórmula mínima
x
n
EXERCÍCIOS

1 . (FUVEST -SP) Determinar a fórmula molecular de um


oxigênio (o/o em massa) e massa molecular 284.
1 36 68 n óxido de fósforo que apresenta 43,6o/o de fósforo, 56,4o/o de
5
= ·
CJ)
n = 2 e a fórmula molecular do limoneno é C10Ht6•
A alternativa e é a correta. Solução: :::>
::?!
A contribuição dos átomos dos elementos fósforo e oxi­ a:
gênio para a massa molecular da substância é: -o
LL
Fórmula molecular a) fósforo: w
43,6o/o . 284 = 123 8 c
' CJ)
IOOo/o o
Fórmula molecular indica os elementos e a quanti­ ...J
dade de átomos de cada elemento presente numa molé­ b) oxigênio: :::>
u
56,4o/o . 284 ...J
cula da substância. = 1 60
•<(
l OOo/o

CJ)
Para se determinar a fórmula molecular de uma substân­ Dividindo estes valores pelas massas atômicas dos elemen­ o
tos, encontramos o número de mols de cada tipo de átomo u
cia é necessário conhecer sua composição centesimal e sua
presente em um moi de moléculas de substância: .::?!
massa molar. :::>
A composição centesimal é determinada conforme des­ fósforo: 123,8/31 = 4; o
crevemos anteriormente. A massa molar pode ser determi­ oxigênio: 160/16 = 10. CJ)
o
nada de várias maneiras. Uma delas é através do estudo ex­ Como as relações número de mols de átomos por moi de ...J
:::>
u
perimental dessa substância no estado gasoso. Conhecendo­ moléculas e números de átomos por moléculas são iguais,
os números 4 e I O indicam também a quantidade de átomos ...J
se a massa de uma amostra de substância, a temperatura e ·<(
de fósforo e oxigênio, respectivamente, presentes em uma u
pressão em que se encontra e o volume por ela ocupado, sua
-

75
massa molar pode ser calculada através da equação de esta­ molécula de substância.
do de um gás (equação de Clapeyron): PV = nRT. A fórmula molecular da substância é P40.0•
2. (ITA SP) Certo composto AxBy contém 9,1% em mas­
· 28 g . 85,7% 24 g
m = --=---'--- =
sa de A, o resto sendo B. Se o peso atômico do elemento 100%
30
A for e do B for 100,
podemos concluir que: 28 g . 14,3%
m = --"':--::-::-=-'---
: -
b) x/y = 112;
a) x/y = 111; 100% =4g

c) x/y =
d) x/y =
2/1; As massas de carbono e hidrogênio correspondem, res­
e) x/y =
113; 2 4
pectivamente, a e mols de átomos. Portanto, um moi de
3/1. 2
moléculas do composto é formado por mols de átomos de
Solução
100 g dessa substância são formados por 9, 1
g de A e
4
carbono e mols de átomos de hidrogênio. Sua fórmula é
90,9g de B. O número de mols de cada tipo de átomo pre­
CzH4 . .
sente em 100
g de· substância é: 4. (FUVEST - SP) Uma substância orgânica de massa mo·
I g nA =
nA: I moi de A g 30 lecular 42 é representada pela fórmula mínima CH2•Qual
nA - 9, 0,3
moi o número de átomos de carbono em cada molécula dessa subs­
g nB =
n B : moi de B
1 g - 100 tância?
nB - 90,9 0,9
moi
Solução
A relação nA/na, que é igual x/y, é 0,3/0,9
ou 1/3. A fórmula molecular de uma substância é um número
A alternativa d é a correta.
3. (MAPOFEI - SP) Um composto apresenta a seguinte
inteiro (n) de vezes maior que sua fórmula mínima. Neste
caso temos:

fórmula molecular: (
CHz;
)
composição centesimal: C - 85,7o/o H - 14,3%.
e Achar fórmula mínima:
sua fórmula molecular sabendo-se que sua molécula-grama CHz n·
é 28 g. A massa molecular do grupo CHz 14
é e, portanto, a mas·
Solução sa molecular da substância é 42/14 3 O
= vezes maior. valor
Molécula-grama é sinônimo de moi de moléculas e, por­ 3
de n é, portanto, e a fórmula molecular da substância é
tanto, 28 g é a massa molar do composto. C3H6.
A massa de cada elemento que contribui para a massa mo­ O número de átomos de carbono presente na molécula
lar do composto é: da substância é 3.

ção que representa a combustão do etano! é:


C2HsOH 302 2COz 3Hz0
+ -+ +
Esta equação mostra que um mol de etano! reage com
CÁLCULO três mols de gás oxigênio formando dois mols de dióxido de
ESTEQUIOMÉTRICO carbono e três mols de vapor d'água.
O
o
esquema básico da resolução de cálculos estequiomé­


tricos é:
a:
• transformar a quantidade conhecida (massa ou volume) de

1- Cálculo estequiométrico (ou estequiometria) é o no­ s. em número de mols;


::::?!
•W

o
• através da equação química, relacionar o número de mols
me que se dã ao estudo das relações quantitativas (mols,
::::>
de S1 com o número de mols de Sz;
a
massa e volume) entre substâncias participantes de uma
w
• transformar o número de mols de Sz na quantidade (massa

1-
reação química.
(f)
ou volume) solicitada pelo problema.
w A seguir relacionamos as conversões mais utilizadas nos
o
...J
Os cálculos estequiométricos são baseados, fundamental­ cálculos estequiométricos.
::::> • massa *'* número de mols: neste caso é necessário conhe­
mente, na equação química que representa a reação. Assim,

·<t
é importante que a equação química esteja corretamente re­ cer a massa molar da substância e utilizar a expressão:
n = � , para transformar massa em número de mols, e
presentada, ou seja, deve:
(f)

o
• indicar, através de suas fórmulas, quais substâncias rea­

u
gem e quais são formadas na reação; a expressão:

,::::?!
• obedecer a lei de conservação da massa, isto é, deve estar m = n · M, para transformar número de mols em massa;
::::>
a
balanceada. • volume *'* número de mols (para sólidos e líquidos): neste

(f)
Basicamente o cálculo estequiomêtrico consiste em, a par­ caso, é necessário conhecer a densidade da substância. Para
o
tir de uma quantidade conhecida (massa, volume ou núme­ realizar a conversão volume => número de mols é necessário
::::>
u
...J ro de mols) de uma substância (S.), calcular a quantidade primeiro transformar volume em massa através da expressão:
·
·<t
(massa, volume ou número de mols) de outra substância (S2) m = V d, e depois proceder como no item anterior.

u
...J
que reage com S1 ou é formada a partir dela. Para que isso Para realizar a conversão número de mols => volume é
seja possível, é necessário considerar que a reação se proces­ necessário, em primeiro lugar, transformar o número de mols
-

76
sa totalmente e interpretar a equação em termos de número em massa (conforme descrito no item anterior) e a seguir uti·
de mols que reagem e que são formados. Por· exemplo, a equa- lizar a expressão:
m Transformando a massa de Fe20J que reage, em número
V = ­
d de mols temos:
l 60 g 1 moi

__
volume *=> número de mols (para gases): neste caso deve­
1 .600 g __ nFe,o, nFe,o, = l O mols
mos considerar duas situações. Se o gás estiver nas CNTP
valem as expressões: A equação química mostra que cada moi de Fe20J pro­

v e-l e n �
duz 2 mols de Fe. Portanto, 10 mols de Fe203 produzem
= n . 22,4 moi . = 20 mols de Fe.
22,4 m l . e- 1
Transformando o número de mo1s de Fe em massa temos:

I I
para transformar número de mols em volume e volume em 1 moi __ 56 g
número de mols, respectivamente. 20 mols __ mFe mFe = 1 . 1 20 g
Se o gás não estiver nas CNTP devemos utilizar a equa­
ção de Clapeyron (equação de estado de um gás), P · V =
= n · R · T. Para transformar número de mols em volume 3. (CESCEA - SP) Supondo-se conversão total de nitrogê­
utiliza-se a expressão: nio em amônia, que volume de amônia será formado (nas
CNTP) a partir de 14 g de nitrogênio?
n · R · T
V =
p
Solução
e, para transformar volume em número de mols utiliza-se A conversão de nitrogênio (N2) em amônia (NHJ) é re­
a expressão: presentada pela equação:

n = ---
P · V Nz + 3 H2 -+ 2 NH3
R · T
O número de mols de nitrogênio que reage é:
A resolução de problemas envolvendo cálculos estequio­
1 moi N2 __ 28 g
métricos depende do domínio dos conceitos utilizados (mas­
nN, __ 14 g nN, = 0,5 mol
sa molar, equação química, leis ponderais etc.), da perfeita
compreensão do enunciado e, principalmente, da organiza­ A equação mostra que o número de mols de NHJ forma­
ção dos dados fornecidos pelo problema. Cada problema é do é o dobro do número de mols de Nz que reage. Portanto,
um caso particular e, portanto, ditar normas de resolução a partir de 14 g de N2, 1 mol de NH3 é formado.
em nada auxilia o aluno. O que faremos a seguir é, através Como o gás se encontra nas CNTP e, nestas condições,
de uma série de exercícios mostrar as técnicas que devem um moi de qualquer gás ocupa o volume de 22,4 litros, o
ser utilizadas na resolução de problemas envolvendo cálcu­ volume de NH3 formado na reação é 22,4 litros.

4. (FUVEST - SP) Quantos mols de clorato de potássio,


los estequiométricos.

EXERCÍCIOS KCIOJ, são necessários para a produção de 33,6 litros de oxi­


gênio, 02, nas CNTP, durante a decomposição térmica do
1 . (UF - BA) Hidreto de sódio reage com água, dando hi­ sal?
drogênio, segundo a reação: A equação do processo é:
x NaH + y HzO -+ z NaOH + w H2 2 KClOJ -+ 2 KCl + 3 Oz
Para obter I O mols de H2, são necessários:
a) 40 mols de água;
Solução

c) l O mols de água;
O gás oxigênio formado se encontra nas CNTP, condi­ o
b) 20 mols de água;
ções experimentais em que o volume molar é 22,4 litros. �
a:
Transformando o volume de 02 que deve ser produzido em 1-
d) 1 5 mols de água; •w
número de mols temos: �
e) 2 mols de água.
1 moi __ 22,4 f o
n0, __ 33,6 f n0, = 1,5 moi ::>
Solução w
o
O balanceamento da equação química nos mostra que os A equação mostra que para a produção de 3 mols de 02 1-
w
cn
coeficientes estequiométricos de todas as substâncias são são necessários 2 mols de KCI03• Para produzir 1,5 moi de
02 é necessário, portanto, 1 moi de KCI03• o
iguais a l . Isto nos mostra que o número de mols de todas _J

as substâncias participantes da reação é o mesmo. Assim, para ::>


u
_J
se obter lO mols de H2 são necessários l O mols de água. 5. (FMU - SP) Na reação completa de 1 ,5 1023, molécu­
·
·<
A letra c é a alternativa correta. las de hidrogênio (H2) com flúor (F2), segundo a equação: u

2. (FUVEST - SP) A hematita é um dos minérios de ferro


U5
Hz + F2 -+ 2 HF o

-�
u
de maior importância industrial. Calcule a massa de ferro a massa de HF produzida será de aproximadamente:
que pode ser obtida quando 1.600 g de hematita reagem com a) 0,50 g; :::::>
b) 2,00 g; o
monóxido de carbono. cn
c) 5,00 g;
_J
o
+ -+ 2Fe + 3CO) :::::>
(Fe20J 3CO d) 10,00 g;
_J
e) 40,00 g. u
Solução ·<(
As massas molares das substâncias relacionadas no pro­ Solução u
-

77
blema são: A equação química mostra que, para cada molécula de
Fe20J = 160 g · mot1, Fe = 56 g mol-1 • · H 2 que reage são formadas duas moléculas de HF. Como
1,5 1 023 moléculas de H2 reagem, são formadas 3,0 1023
· · O número de mols de alumínio e cloreto de alumínio que
moléculas de HF. participam da reação é o mesmo e, portanto, 113 de moi de
A massa molar do HF é 20 g mo1·•. Esta é a massa · A!Cb é formado. A massa molar do AICb é 1 33,5 g mo1·• ·

2
de um moi de moléculas ou de 6,0 1 0 3 moléculas. A mas­
· e 113 de moi tem massa igual a 133,5 g/3 = 44,5 g.
sa de HF produzida na reação será: A alternativa b é a correta.
m
6,0 1023 moléculas pesa
· 20 g
3,0 1023 moléculas P� mH F
·
8. (FUVEST - SP) O nitrogênio pode ser obtido pela de­

I mHF I
composição térmica do nitrito de amônio.
= Wg a) Escreva a equação de decomposição do nitrito de amônio;
b) Calcule o volume de nitrogênio obtido, nas CNTP, pela
A letra d é a alternativa correta. decomposição de 12,8 g de nitrito de amônio, supondo
que o rendimento da reação seja 80o/o (em massa).
6. (PUCC - SP) O papel sulfite é assim chamado porque
na sua clarificação emprega-se sulfito de sódio. Quando es­ Solução
te sal reage com ácido clorídrico tem-se a equação não ba­ a) A equação de decomposição do nitrito de amônio é:
lanceada:
NH4N01 � N1 + 2Hz0
Na2S03 + HCI 4 NaCI + H20 + S02
b) Algumas reações químicas não se processam totalmente
Juntamente com 2,24 f de gás sulfuroso medidos nas CNTP ou durante o processo ocorrem perdas de material. Nestas
deve-se formar, de NaCI: condições, a quantidade de produto formado é inferior ao
a) 0,585 g; c) 1 1 ,7 g; e) l l7 g. esperado teoricamente. A relação entre a quantidade de subs­
b) 5,85 g; d) 58,5 g; tância obtida e quantidade teoricamente esperada é chama­
da rendimento de uma reação e nos indica com que eficiên­
Solução cia ela se processou. No caso deste problema, o valor 80o/o
Acertando os coeficientes estequiométricos da equação indica que de cada 100 gramas, teoricamente esperadas, so­
temos: mente 80 gramas de substância foram produzidas.
Na2S03 + 2 HCl 4 2 NaCI + H20 + S01 O número de mols de N�02 (massa molar 64 g mol-') ·

que reage é 0,2. A equação mostra que o número de mols


A equação mostra que o número de mols de NaCI for·
de NH4N02 e Nz que participam da reação é o mesmo e,
mado é o dobro do de S01. Como o número de mols de SOz
portanto, 0,2 mol de N2 deveria, teoricamente, ser formado.
produzido é O, I (2,24 litros é 1110 do volume molar, e por­
Como o rendimento da reação é 80o/o o número de mols de
tanto, I/IO de mol de substância ocupa este volume), o nú­
N1 formado é O, I6. Nas CNTP, este número de mols ocupa
mero de mols de NaCI formado é 0,2.
o volume aproximado de 3,6 litros.
A massa de 0,2 moi de NaCI é:
9. (FUVEST - SP) Uma amostra de um minério de carbo­
pesa
1 mol ll 58,5 g

0,2 moi � mNaCI nato de cálcio pesando 2,0 g, ao ser tratada com ácido clorí·
drico em excesso, produziu 1,5 10"1 moi de dióxido de car·
I I
·

mNaCl = 1 1, 7 g bono. Equacione a reação química correspondente e calcule


a percentagem, em massa, de carbonato de cálcio na amostra.
o A letra c é a alternativa correta.
S::2 Solução
a:
7. (CESCEA - SP) Efetuando-se a reação entre 9 g de alu­
•W
1- Um minério é um material formado por diferentes subs­
� mínio e 231 g de cloro, obtém-se no mãximo: tâncias sendo que uma delas se apresenta em maior quanti­
o a) 1 8 g de cloreto de alumínio; dade. No caso deste exercício o carbonato de cálcio é a subs­
:::> b) 44,5 g de cloreto de alumínio; tância presente em maior quantidade. As demais substâncias
w
o
1-
c) 62,5 g de cloreto de alumínio; presentes no minério são chamadas impurezas.
w d) 231 g de cloreto de alumínio;
(f) A equação que representa a reação do carbonato de cál­
o e) 240 g de cloreto de alumínio. cio com ácido clorídrico é:
.....J

+· +
:::> CaC03 + 2 HC1 4 CaClz H20 C01
u
.....J
Solução

co2 são iguais, para cada 1,5 . 10"2 moi de col produzido
·<( A equação da reação é: Como os coeficientes estequiométricos do CaCOJ e do

(f) 2 AI + 3 Cb 4 2 A!Ch
o. deve reagir 1,5 10"2 mol de CaC03.
-�
u Como a massa molar do alumínio é 27 g mo!·•, gra­ · 9 ·

A massa molar do CaC03 é 100 g mol"' e 1,5 · 1 0·1 ·


mas de alumínio correspondem a 1/3 de moi. A massa mo­
:::> mol pesa 1,5 g.
o lar do cloro é 71 g mo!·• e, portanto, 23I gramas corres­
·

Como 2,0 g de minério foram utilizados, concluímos que


(f) pendem a 3,25 mols.
o 1,5 g era devido ao CaCo3 e 0,5 g devido a outras substân­
.....J A equação mostra que o número de mols de cloro que
:::> cias, as impurezas.
u reage é 1,5 vezes maior do que o número de mols de alumí·
.....J A percentagem, em massa, de CaCOJ presente na amos­
·<(
nio. Como a relação entre o número de mols de substâncias
tra é:
misturado é: nc1, > 1 . 5 nAt
'
u
1,5 g' l OOo/o
I

2,0 $
- =
78
·
concluímos que existe cloro em excesso e que todo alumínio P = 7 5o/o
I
reage.
'
Numa reação química reagem, e são formadas, mas­
sas quimicamente equivalentes das substâncias.
CÁLCULOS COM
EQUIVALENTES
As massas quimicamente equivalentes são chamadas
equivalentes-grama. Elas são representadas por E e sua uni­
dade é grama/equivalente (g/eq ou g eq-'). Várias defini­
·

ções de equivalente-grama, todas levando ao mesmo resulta­


No capítulo anterior, você aprendeu como calcular as do, podem ser utilizadas:
quantidades dé substâncias que panicipam de uma reação • equivalente-grama é a massa de uma substância que pro­
química. Para tal, você teve que lançar mão das fórmulas duz ou reage com 8 g de gás oxigênio (5,6 litros nas CNTP);
das substâncias, da equação química da reação e do conceito • equivalente-grama é a massa de uma substância que pro­
de massa molar. Agora, você vai aprender como o mesmo duz ou reage com 1 g de gás hidrogênio (1 1,2 litros nas
cálculo pode ser realizado sem ser necessário conhecer a equa­ CNTP);
ção química da reação. Para que isso seja possível é necessá­ • equivalente-grama é a massa de uma substância que, nu­
rio lançar mão do conceito de equivalente-grama. ma reação química, movimenta um moi de cargas positivas
O conceito de equivalente-grama nasceu no final do sé­ ou negativas.
culo XVIII, época em que não se conhecia as fórmulas das Estas definições permitem o cálculo dos equivalentes­
substâncias. Naquela época, o químico alemão Jeremias Ben­ grama de diversas classes de substâncias.
e bases, descobriu que a mesma quantidade de uma base era
jamin Richter, ao estudar uma série de reações entre ácidos
Equivalente-grama de um ácido: é a massa de ácido que
neutralizada por quantidades diferentes de vários ácidos. Ele ao se ionizar produz um moi de íons H•. O equivalente-grama
verificou que 36,5 g de ácido clorídrico, 49 g de ácido sul­ de um ácido pode ser calculado através da expressão:
fúrico ou 32,7 g de ácido fosfórico tinham a capacidade de
neutralizar 40 g de hidróxido de sódio. As massas desses áci­ Eo� id = massa molecular
dos, por possuírem a mesma capacidade de neutralização, c o número de hidrogênios ionizáveis
foram chamadas massas quimicamente equivalentes. Exemplos
O mesmo aconteceria com as bases: a mesma quantidade
de um ácido era neutralizada por diferentes quantidades de número
várias bases. Por exemplo, 63 g de ácido nítrico eram neu­ massa
ácido fórmula de H E(g/eq)
tralizados tanto por 26 g de hidróxido de alumínio, como por molecular
56 g de hidróxido de potássio ou 85,5 g de hidróxido de bá­ ionizáveis
rio. Estas massas de bases também foram chamadas massas
clorídrico HCI 36,5 1 36,5/1 = 36,5
quimicamente equivalentes.
Posteriormente verificou-se que as massas quimicamen­ sulfúrico HzS04 98 2 98/2 = 49
te equivalentes dos ácidos e bases reagiam entre si. fosfórico H3P04 98 3 98/3 = 32,7
fosforoso H3P03 82 2 82/2 = 41

40 g dedo
hidróxi desulfáciúridcoo
49 g
(/)
w

de sódio
1-
Equivalente-grama de uma base: é a massa de base que z
w
libera um moi de íons OH·. O equivalente-grama de uma ....1
base pode ser calculado através da expressão: <

dedo go
massa molecular ::::>
= d

hi d róxi de áci d
56 g 36, 5
Ebase w
número de íons OH"
de potássio clorídrico Exemplos
:E
o
u
(/)
o
....J
base massa número de ::::>
fórmula E(g/eq) u

g ddeo
....J

ácigdcoo
(hidróxido de) molecular íons OH-
hidedróxi
85,5
defosfóri
·<
32,7 u
bário sódio NaOH 40 1 40/1 = 40 U;
o

.�
=
magnésio Mg(OH)z 58 2 58/2 29 �

alumínio Al(OH)3 78 3 78/3 = 26 ::::>

hi
26
d g dedo
róxi denítriácicdoo
63 9
d
(/)

de alumínio
o
....J
Equivalente-grama de um sal: é a massa de sal que libe­ ::::>
u
ra um mo! de cargas positivas e negativas. O equivalente­ ....J

grama de um sal pode ser calculado através da expressão: ·<

massa mo�e�ular
u
Estes, e outros resultados experimentais, levaram à ela­ -

79
Esal = .
boração do princípio da equivalência que diz: número de cargas pos1t1vas ou negauvas
Exemplos E = o equivalente-grama da substância (em grama/eq);
e = o número de equivalentes (em eq).

número de
massa
sal fórmula carga E(g/eq)
molecular EXERCÍCIOS
( + ou - )
cloreto de NaCI
58,5 1 58,5
1 . (FEl-MAUÁ - SP) Por dissociação total de 7,8 g de uma
sódio Na+, CJ· base obtém-se 0,3 moi de íons OH-. Qual é o equivalente­
grama da base?

K·, K·, co�-


carbonato de K 2C03
1 38 2 69
potássio Solução
Pela definição, equivalente-grama de uma base é a massa
fluoreto de AIF1
84 3 28 de base que produz, por dissociação iônica, um moi de íons
alumínio AJl•, p-, p-, p-
OH- Portanto:
Ab(S04)J roduz
sulfato de 7,8 g p 0,3 moi de íons OH-
AP+, AJl• 342 6 57 produz
alumínio
so�-, so�-, so�- mbase -- 1 ,O moI de IOnS OH· mbase = 26 g
·

O equivalente-grama da base é 26 g.

2. (MAUÁ - SP) Sabe-se que 4,65 g de um elemento E, de


Equivalente-grama de um elemento: é a massa de ele­
mento que, ao se transformar em íon, doa ou recebe um moi
massa atômica igual a 55,80, reagem completamente com 1,40
de elétrons. O equivalente-grama de um elemento pode ser
litros de gás oxigênio nas condições normais de pressão e tem­
calculado pela expressão:
peratura. Isto posto, pergunta-se:
massa atômica a) Qual o equivalente-grama de E?
Eelemento =
carga de íon formado b) Quantos átomos do elemento existem no seu equivalen­
te-grama?
Exemplos
Solução
a) Equivalente-grama de uma substância é a massa dessa
massa íon
elemento símbolo
atômica formado
E(g/eq) substância que reage ou produz 5,6 de 02 nas CNTP. f
Portanto:

reage co�
sódio Na 23 Na• 23/1 = 23 4,65 g 1 ,40 f 02
cálcio Ca 40 Ca 2 • 40/2 = 20
reage co�
alumínio AI 27 AJl+ 27/3 = 9 mE 5,60 f mE =
1 8,6 g
O equivalente-grama do elemento E é 1 8,6 g.
ferro Fe 56 Fe2• 56/2 = 28
b) A massa atômica de E é 55,80 e sua massa molar é
ferro Fe 56 Fe3• 56/3 = 18,7
5 5,80 g mo]·1• O número de átomos do elemento presente
·

no equivalente-grama de E é:

6,0 . 1 02J átomos


CJ)
w
1-
Amostras de substâncias que apresentam massas diferentes · é formado por
z
w 55,80 g
...J da massa de seu equivalente-grama possuem quantidades pro­
<( porcionais de número de equivalentes (e). é formado por
> 1 8,6 g ---- x

I I
:::::>
w
o
massa da equivalente- número de x = 2,0 1 023 átomos
:i!:
o Substância amostra grama equivalente
u
(g) (g/eq) (e) 3. (UF-SC - SP) O número de equivalentes-grama de hidró­
CJ) xido de sódio necessários para neutralizar 1 47 g de ácido sul­
o
...J fúrico é:
:::::> H 2 S04 98 49 2
u
...J
a) 1 ; b) 1,5; c) 3; d) 2; e) 4.
NaOH 800 40 20
·<(
� CaC01 5 50 0, 1
Solução

CJ)
o . A fórmula do ácido sulfúrico é H2 S04 e seu equivalente­
grama é :
.�
:::::> Para se calcular o número de equivalentes-grama de uma EH,so. = M/2 = 98/2 = 4 9 g · eq· 1
o substância presente numa amostra pode-se usar a seguinte
CJ) A massa 14 7 g corresponde a 3 equivalentes - grama de áci­
o expressão:
...J do. Pelo princípio da equivalência, o número de equivalentes­
:::::> m grama de base necessário para neutralizar o ácido também é 3.
u
...J e = -
·c:t E A alternativa c é a correta.

4. (FFE/MAUÁ - SP) Doze gramas de ferro e 4 g de enxo­


u
-

�o
onde:
m = a massa da substância (em gramas); fre foram aquecidos até a reação total. Tendo em conta que
o produto obtido é ó sulfeto de ferro li, qual dos dois rea­ 6. (CESGRANRIO - RJ) 0,50 equivalentes-grama de ácido
gentes foi posto em excesso? Qual a massa desse excesso? sulfúrico foram colocados num balão volumétrico adicionan­

Solução
do-se, em seguida, água destilada até que se atingisse um vo­
lume total de 250 ml. Desta solução, 5,0 ml foram, então,
As massas atômicas do enxofre e do ferro são, respectiva­ neutralizados por um certo volume de uma solução conten­
mente, 5 6 e 32.- do 1,0 moi de KOH em 250 ml de solução. Qual o volume
O sulfeto de ferro 11 (FeS) é formado pelos íons Fe2• e S2-. · de solução de KOH utilizado?
Os equivalentes-grama dos elementos são: a) 1 0 ml;
EFe = 56/2 = 28 g · eq·t e Es = 32/2 = 16 g·· eq·t b) 20 ml ;
c) 5,0 ml ;
Transformando as massas de ferro e enxofre, que são co­

e) 2,5 ml .
d) 1,0 ml;
locadas em contato, em equivalentes-grama temos:
eFe = 1 2/28 = 0,43 e es = 4/ 1 6 = 0,25.
Vemos que o número de equivalentes-grama do ferro é Solução
maior do que o dó enxofre e, portanto, ele se encontra em O número de equivalentes-grama de ácido sulfúrico pre­
excesso. Como equivalente reage com equivalente, o núme­ sente em 5,0 ml de solução, e que foram neutralizados pela
ro de equivalentes-grama de ferro que reage é 0,25 e, por­ solução de KOH é:
tanto, 0, 1 8 g equivalentes-grama de ferro não reagem. Esta
0,5 eq presentes em 250 ml
quantidade corresponde à massa:
1 equivalente-grama Fe -- 28 g
presentes em 5
0, 1 8 equivalente-grama Fe -- mFe eH ,SO, ml

I mFe = 5,0 g I eH, SO, :: 0,01 eq

5. Que massa de carbonato de sódio reage totalmente com Portanto, o número de quivalentes-grama de KOH que
245 g de ácido sulfúrico? reage é 0,01 (princípio da· equivalência).
O equivalente-grama de KOH é igual sua massa molar,
Solução pois esta base apresenta somente um íon OH- por agregado
As fórmulas e os equivalentes-grama das substâncias são: iônico. Portanto, em 25 0 ml de solução de KOH está pre­
sente 1,0 equivalente-grama de KOH.
carbonato de sódio Na2C03, ENa,co. = 5 3 g · eq- 1 ; O volume de solução de KOH que possui 0,0 1 eq de
ácido sulfúrico HzS04, EH so. = 49 g · eq· ' .
, KOH é:
presentes em
1 ,0 eq 250 ml
O número de equivalentes-grama de H2S04 presente em presentes em v
245 g dessa substância é: 0,0 l eq
e H,SO, = 24 5/49 = 5 eq
O número de equivalentes-grama de carbonato de sódio I V = 2,5 ml l
que reage também é 5 e sua massa é:

mNa,CQ,= 5 ,4 · l' = 265 g


53 g · e A alternativa e é a correta. (fJ
w
f-
2
w
_J
<(
>
::::>
d
w
:::2:
o
u
(fJ
o
_J
::::>
_J
u
·<(

(fJ
o

.:::2:
::::>
d
(fJ
o
...J
::::>
...J
u
·<(
u
-

81
,..,

SOLUÇOES

As soluções encontram-se constantemente presentes na a uma temperatura específica. Uma solução como esta, que
nossa vida. O ar que respiramos, a água que bebemos, os contém a quantidade máxima de soluto dissolvido, é chama­
combustíveis que utilizamos, as ligas com as quais são fabri­ da solução saturada.
cadas nossas jóias e utensílios domésticos são todos exem­
plos de soluções. Solubilidade ou coeficiente de solubilidade de uma
Na química, as soluções também têm sido muito úteis, substância é a quantidade máxima da substância que se
especialmente as soluções líquidas, porque são meios mais dissolve numa quantidade fixa de solvente, sob determi­
comuns para as reações químicas ocorrerem. nadas condições de pressão e temperatura.

Dispersão A solubilidade do nitrato de prata (AgNOJ) em água, por

É chamado de dispersão todo sistema em que uma subs­


exemplo, é 1 70 g/100 g de água a 20°C. Isto significa que,
nesta temperatura, a máxima quantidade de AgNOl que con­
tância, o disperso, na forma de pequenas partículas, encontra­ seguiremos dissolver em 100 gramas de água ê 1 70 gramas.
-se disseminada em outra, o dispersante. A solubilidade de uma substância pode ser alterada quan­
As dispersões são classificadas de acordo com o tamanho do se varia a temperatura. A solubilidade do AgN03 a 30°C,
médio das partículas dispersas em três_ grandes grupos: so­ por exemplo, é de 300 g/100 g de água. A variação .da solu­
luções, colóides e suspensões. A tabela a seguir fornece as bilidade de uma substância com a temperatura ê representa­
principais características de cada tipo de dispersão. da através de gráficos que recebem o nome de curvas de so­
lubilidade.
TABELA REFERENTE ÀS PARTÍCULAS DO DISPERSO
Apresentamos, a seguir, as curvas de solubilidade de al­
Soluções Sistemas coloidais Suspensões gumas substâncias.
Dimensões 10 Á 10 a I 000 Á maior que 1 000 Á
SO L U B I L I DADE EM G RAMAS D E
SUBSTÂNCIA P O R 100 g D E ÁG UA

J,.o VA�::'-:
Filtro comum não são retidas não são retidas são retidas

�I .p v
1 50
o

v
Ultrafiltro não são retidas são retidas são retidas
"' -

«// o c,
- P;/"'} li'"
140
N
-
Centrifugação não sedimentam não sedimentam sedimentam
...
r �'"" V,.oy'/
130 -
'<1-
o r-
.àV�
Fltracentrifugação não sedimentarr sedimentam sedimentam


120

à /'
.\1icroscópio invisíveis invisíveis visíveis � '--
"'
/ � �
110
o

�, /v>
Ultramicroscópio invisíveis visíveis visíveis
100

/j
j
���l
As soluções, objeto de nosso estudo neste capitulo, são,
I /,
90

,.,...
portanto, dispersões homogêneas de duas ou mais substân­

1'
rc;i>,J��Jv'f.��
80
cias, onde a substância em maior quantidade recebe o nome
de solvente e a substância em menor quantidade chama-se 70

/ ., �'(1.�
�So4l I�
&o luto. 60

� I J'
Ar
/
Solubilidade 50 ..-

N · CI
...

v /L 1--t( ld
40
Quando preparamos uma solução, adicionamos, gradual­

..,...,... �.,,o�-.. "..I


-f-G r"""
cn
w mente, o soluto ao solvente. Todavia, na maioria dos casos, 30

v.... v
o processo de adição de soluto não pode continuar indefini­

o 20

��-�

damente, pois, em geral, atinge-se uma situação em que o
õ

10
solvente não consegue mais dissolver o soluto, ou seja, o so­
cn

°C
luto adicionado permanece sem se dissolver. Há, portanto,
60 70 80 90 100
-
10 20 30 40 50

82
nestes casos, um limite para a quantidade de soluto que po­
tempera tura em
de ser dissolvido em determinada quantidade de solvente,
Observe que, geralmente, a solubilidade de uma substân­ Em relação ao estado de agregação: as soluções podem
cia aumenta com a elevação da temperatura. No entanto, para ser sólidas, como as ligas metálicas (bronze, latão, prata de
algumas substâncias, como· o cloreto de sódio (NaCl), a so­ lei etc.); líquidas, como os refrigerantes, o soro fisiológico,
lubilidade é praticamente a mesma à medida que a tempera­ os colírios etc. (as soluções líquidas onde a água é o solvente
tura se eleva. Para outras substâncias, como o sulfato de só­ são chamadas de soluções aquosas); e gasosas, tais como o
dio (Na2S04), a partir de certa temperatura, a solubilidade ar atmoslerico ou qualquer mistura de gases.
diminui.
Em relação à natureza do soluto: as soluções podem ser
EXERCÍCIO
moleculares, quando as partículas do soluto são molécu­
(MAPOFEI SP) Misturam-se, a 20°C, 0,50 g de uma

las, como a solução aquosa de açúcar; e iônicas, quando as
substância A e 1 00 ml de água. Sabendo-se que a solubilida­
partículas do soluto na solução são íons, como a solução aquo­
de de A em água, a 20°C, é igual a 3,0 g de A por litro de
sa de cloreto de sódio.
água, pergunta-se: a mistura obtida será homogênea?
Podemos distinguir uma solução iônica de uma molecu­
Solução lar através da condutividade elétrica da solução. Isto porque
Se a solubilidade da substância, a 20°C, é 3,0 g de A por as soluções moleculares, por não apresentarem íons livres,
litro de água em 100 ml de água, a máxima quantidade de não conduzem corrente elétrica enquanto as soluções iôni­
A que pode ser dissolvida, a 20°C, é 0,3 g. Portanto, quan­ cas são condutoras de corrente elétrica.
do 0,5 g de A é adicionada em 100 ml de água somente 0,3 g
se dissolve. O restante da substância, 0,2 g, não se dissolve Em relação à saturação: saturadas, quando contêm a
e se deposita no fundo do recipiente. Temos, então, a for­ máxima quantidade de soluto dissolvida, ou seja, quando atin­
mação de um sistema heterogêneo formado por duas fases: gem a solubilidade da substância; iosaturadas, as que con­
a solução saturada de A e a substância A no estado sólido. têm soluto em quantidade menor que a solubilidade da subs­
tância e supe�aturadas, quando contêm soluto dissolvido
Tipos de soluções em quantidade superior à solubilidade da substância. Estas
As soluções podem ser classificadas segundo os seguin­ últimas soluções são instáveis, podendo precipitar o soluto
tes critérios: em excesso.

g/f. Quando dizemos que uma solução aquosa de cloreto de


sódio apresenta concentração 200 g/f, significa que em cada
litro dessa solução existem 200 gramas de cloreto de sódio.
UNIDADES A concentração em g/f pode ser calculada através da ex­
DE CONCENTRAÇÃO pressão:

Usando duas substâncias, por exemplo, água e sal, pode­ onde: C = concentração comum, em g/f;
mos preparar várias soluções diferentes umas das outras em m1 = massa do soluto, em gramas;
relação às quantidades de soluto e de solvente utilizadas em V = volume da solução, em litros.

sua preparação. Dizemos que essas soluções possuem con­


centrações diferentes. Existem várias formas de exprimir a EXERCÍCIO
concentração de uma solução, pois as quantidades de soluto
o

Uma solução de hidróxido de sódio apresenta concentra­
e de solvente podem ser expressas em termos de massa, vo­ !<(
ção 20 g/f. Calcule a massa de base presente em 200 ml des­
lume, número de moles, número de equivalentes-grama etc. <(
a:
sa solução.

As diferentes maneiras de expressar a concentração de uma
solução surgiram para atender a necessidades específicas. As­ z
Solução LU
sim, molaridade e normalidade são úteis nos cálculos este­ u
Utilizando a definição de concentração comum, podemos z
quiométricos das reações que ocorrem em solução, outras uni­ o
u
escrever a relação:
dades, como por exemplo a molalidade e a fração molar, são
LU
mais convenientes para interpretar propriedades fisicas das dissolvido em Cl
I f de solução (f)
O ,i'') 'o de soluçao
20 g NaOH
w
solusões.
dissolvido em
E importante ressaltar que as unidades de concentração mNaOH - (200 mI) Cl
<(

l .f '
expressas em termos de volume sofrem alterações quando 20 g . 0,2,! Q
a temperatura se modifica. Isto porque as soluções podem mNaOH = = 4 g z
::J

10
(;)
sofrer expansão ou contração de volume conforme a tempe­
w

ratura aumente ou diminua. O mesmo resultado pode ser obtido utilizando-se a fór·
::J
mula da concentração comum:
mNaOH ..J
e 20 g , f·t o
Concentração comum (C) ml
C = = mN OH =
0· '2f ' 8 (f)

20 g . 'lt
V '

o,2, i . -

83
A concentração comum nos informa a massa do soluto, = = 4 g
' '
em gramas, contida em um litro de solução. Sua unidade é
Concentração molar ou Clado), íons Mg2• e C!" são formados segundo a proporção
indicada pela equação:

+
molaridade (M)
MgCI2 - Mg2• 2 CJ·

de solução. É expressa em mols/f ou molar (M).


Indica o número de mols do soluto dissolvidos em l litro
Cada moi de MgCl2 produz em água 1 moi de íons Mg2•
e 2 mols de íons CI·. Assim, em uma solução 1 ,0 M de clo­
Quando dizemos, por exemplo, que determinada solução
reto de magnésio, a concentração de íons magnésio é 1,0 M
de hidróxido de sódio tem molaridade igual a 2,0 mols/f ou
e a concentração de íons cloreto, 2,0 M.
2,0 molar ou 2,0 M, isto significa que a solução contém 2,0
A molaridade pode ser indicada, simplificadamente,
mols de hidróxido de sódio, ou seja, 80 gramas de NaOH,
colocando-se a fórmula da substância ou das partículas en­
dissolvidos em cada litro de solução.
tre colchetes [ ]. No exemplo anterior, teremos:
A molaridade pode ser calculada através da expressão:
[Mg2•] = 1 ,0 M
[Cl·] = 2,0 M

Quando a ionização do soluto não é total, restando molé­


culas em solução, é necessário considerar o grau de ioniza­
onde, M ção do soluto na determinação da concentração das partícu­
= molaridade;
n1 = número de mols da solução, em mols; las em solução. Como exemplo, vamos determinar a concen­
m1 = massa do soluto, em gramas; tração das partículas (moléculas e íons) presentes numa so­
Mt = massa molar do soluto, em grama/moi; lução 2,0 M de HCl 90o/o ionizado .
V =
volume da solução, em litros. A equação que representa o processo de ionização é:

HCl -+ W + CJ·
EXERCÍCIO
Na preparação de cada litro desta solução foram utiliza­
(UF-C - CE) Quantos litros de solução de NaCl 0,2 M dos 2,0 mols de moléculas HCI, dos quais apenas 90o/o se
podem ser preparados a partir de 468
g de cloreto de sódio? ionizam, ou seja, 1 ,8 mols de moléculas. São formados, por­
Solução tanto, considerando a proporção dada pela equação, 1,8 mols
A massa molar do NaCl é 58,5
g mot·t e 468
g de sal
· de íons H• e 1,8 mols de íons Cl". Assim, temos:
8
correspondem a mols. A molaridade da solução nos indica
[H+] = 1,8 M
que em cada litro de solução 0,2 moi de NaCI está dissolvi­
do. Portanto, podemos escrever: [Cl"] = 1,8 M

está dissolvido em A concentração das moléculas de HCI após o processo


0,2 moi Na C! lf de ionização será:
8 mols NaCI estão dissolvidosem V [HCIJsoluçao = 2,0 M - 1,8 M = 0,2 M
l v = 4o t l Resumindo:
• concentração da solução:
Utilizando a fórmula de molaridade temos: [HCI] = 2 M; indica que em cada litro de solução foram
dissolvidos 2 mols de HCI. Não considera o processo que
M = .E.!.. e O 2 moi f · t
'
8 mols
· =

]
o soluto sofre durante a dissolução;
v v • concentração das partículas na solução:
V =
8 IJ}Ots
0,2 !Uet '· f· •
40 =
o

t
[HCI]solução 0,2 M= concentração das moléculas
[H•] = 1,8 M de HCl e dos íons H+ e CI- após
o
•<C
[Cl"] = 1,8 M a ionização do soluto.
U· Concentração das partículas presentes numa so·
<(
a:
lução: através da molaridade é possível determinar a con­ EXERCÍCIO
t­ centração das partículas, moléculas ou íons, presentes na so­
z (FUVEST SP) Quantos gramas de brometo de cálcio
UJ lução. No caso de soluções moleculares, a concentração das •

moléculas é, geralmente, igual à da solução. Por exemplo, estão dissolvidos em 30 ml de solução 1,0 . 1 0"3 molar des­
(.)
z
o uma solução 2,0 M de açúcar possui 2,0 mols de moléculas sa substância? Que valor é esperado para a molaridade dos
(.)
UJ de açúcar em cada litro de solução, portanto, a concentração íons brometo nessa solução? Por quê? (massa de I mol de
o de moléculas de açúcar também é 2,0 M. brometo de cálcio = 200 g)
CJ)
UJ As soluções iônicas, no entanto, resultam da ionização ou
o· Solução
<( da dissociação do soluto. O número de partículas (íons) pre­
o sentes na solução é, portanto, diferente do número de partí­ O número de mols de CaBr2 presente na solução pode
z ser assim calculado:
culas (agregados iônicos ou moléculas) que foram dissolvi­
<
CJ) das. Além disso, muitas vezes, restam na solução moléculas dissolvido em
w 0,001 moi CaBr2
'0 que não sofreram ionização. Assim, para determinar a con­
dissolvido em
(.)·
centração dos íons presentes numa solução, é necessário co­ ncaBr, 0,03 f (30 mf)
::::>
...J
o nhecer a proporção na qual os íons são formados e a exten­ ncaBr, = 3 · 1 0"5 moi
(f) são com que ocorre o processo de ionização ou de dissocia­
- A massa de CaBr2 presente nos 30 mf de solução é

84
ção do soluto. No caso de uma solução de cloreto de magné­
sio, MgCI2, em que a dissociação iônica é total ( l OOo/o disso- m = 3 · to·•)Jl<!f· 200 g � ·
= 6 · 10·3 g
O brometo de cálcio se dissocia conforme a equação: A percentagem em massa pode ser calculada através da
CaBr2 --+ Ca 2 • + 2 Br- expressão:

Cada moi de CaBrz produz 2 mols de íons de Br- e, con­ m,


siderando dissociação total, a [Br-] deve ser o dobro da P =� · 1 00o/o ou P= · l OOo/o
m m, + m2
[CaBr1], ou seja, [Br-] = 2,0 10-3 M. ·

o nde, P = percentagem em massa;


m, = massa do soluto;
Concentração normal ou m2 = massa do solvente;

É importante lembrar que m, m1 e m2 devem apresentar


m = massa da solução.
normalidade (N)

vido em 1 litro de solução. É expressa em eq/f ou normal (N).


Indica o número de equivalentes-grama do soluto dissol­ a mesma unidade de massa.
A relação entre a massa do soluto (m,) e a massa da solu­
Quando dizemos, por exemplo, que uma solução de áci­ ção (m) também é chamada de título da solução e é repre­
do sulfúrico é 2,0 N, isto significa que em cada ! litro dessa sentada por "t. Assim, temos:

I I
solução existem dissolvidos 2,0 equivalentes-grama de ácido
sulfúrico, ou seja, 98 g de H 2SO• .
A expressão que permite calcular a normalidade de uma
solução é:
I '
=
:: I ou

O título é um número puro (adimensional) que possui,


p = t 1 00%

I N =
v ou N =
'". v
E,
'
I sempre, valores compreendidos entre O e 1 , ou seja,
0 < 1: < 1.
Algumas vezes utiliza-se também a percentagem em vo­
lume, que, ao invés das massas, utiliza os volumes dos com­
o n d e , N = normalidade da solução, em eq/e; ponentes da solução.
e , = número de equivalentes-grama do soluto,
em eq; EXERCÍCIO
m, = massa do soluto, em gramas; (CESCEM - SP) Que massa de solução 4o/o em massa de
E, = equivalente-grama do soluto, em g/eq; NaCI é necessária para obter 6,0 miligramas de soluto?
V = volume da solução, em litros.
Solução
De cada 1 00 partes, em massa, da solução, 4 são de clo­
EXERCÍCIO reto de sódio. Assim,
(FEl - SP) Que massa de ácido hipofosforoso existe em
1 00 mg - 4 mg NaCI
50 ml de uma solução 0,5 N?
Solução m - 6 mg NaCI
A fórmula do ácido hipofosforoso é HJPOJ, mas ele apre­
senta somente dois hidrogênios ionizáveis, isto é, é um diá­ I m = 1 50 mg I
cido. O equivalente-grama deste ácido é:
Utilizando a fórmula da percentagem em massa temos,


E H,PO, = 82/2 = 41 g · eq-'
m,
Utilizando a normalidade da solução podemos escrever
p = · l OOo/o e 4o/o = · l OOo/o
m m
'
a relação:
6 mg : 1 00%
dissolvido em m = ' = 1 50 mg
O' 5 eq !f 4% \

disso!vido em o
o,o5 e 1 <(

eH,PO, = 0,025 eq <(
Concentração molal ou a:
1-
A massa de 0,025 equivalente-grama de H3P03 é molalidade (W) :z
LU
u
m = 0,025 eq · 41 g · eq-' = 1 ,025 g :z
Indica o número de mols do soluto dissolvido em cada o
Utilizando a fórmula da normalidade, temos: 1 kg de solvente. Sua unidade é mol/kg ou mola!. u

N -
- m,
, ' 0,5 eq . e- 1
- mH PO , , Como normalmente a massa do solvente é expressa em
LU
o
E V - 4 1 g eq-1 · 0,05 e gramas, deve-se, no cálculo da molalidade, transformá-la em U)
LU
· ·

- -
mH,Po, = 0,5 _e EJ. ';);- 1< 4 1 g _e�r 1 < 0,0?- t'= 1 ,025 g quilogramas. A expressão que permite o cálculo da molali­ o
<(
·

dade é: o
:z

Percentagem em massa (P) U)
LU
IQ
Indica a massa do soluto existente em 1 00 unidades de U·
::::>
massa da solução. Por exemplo, se uma solução apresenta -I
onde, W = molalidade da solução, em mollkg; o
U)
-
percentagem em massa do soluto igual a 20%, ela pode con­ n, = número de mols do soluto, em moi;
ter 20 gramas do soluto em cada 100 gramas de solução, ou m1 = massa do solvente, em kg;
20 kg do soluto em cada 100 kg de solução. M = massa molar do soluto,. em g/mol.
1 85
EXERCÍCIO Relação entre as
(UnB - DF) Considere uma solução aquosa de cloreto de unidades de concentração
alumínio formada pela dissolução de 2,67 g deste sal em 100 g
de solvente. Qual a molalidade da solução? Concentração comum e molaridade


Solução m
A massa molar do cloreto de alumínio (AICI3) é
C = __.

v
1 33,5 g moJ·• . Na solução está presente 0,02 moi de sal.
·
r------,
Como 0,02 moi de soluto está dissolvido em 100 g de sol­
C = M. · M (I)
vente, em 1 kg de solvente estará dissolvido 0,2 moi de solu­
tb. A molalidade da solução é 0,2 mollkg ou 0,2 mola!.
Utilizando a fórmula da molalidade temos:

0•02 moi
W = _§.._ e W = = 0,2 mollkg
m 0, 1 kg
Concentração comum e normalidade


Frações molares (x) C=�

v
(rn
Indicam a relação existente entre o número de mols do
soluto ou do solvente e o número total de mols da solução.

/
Para uma solução de apenas um soluto, as frações mola­
res do soluto e do solvente podem ser determinadas pelas
expressões: N=�
• para o soluto:
E1V
Molaridade e normalidade
A partir das relações (I) e (11), temos:

M, N
M. · M = E, · N e - = ­
• para o solvente: E, M
Chamando M.IE, de K, ou seja, o fator que divide o mol
OU Xz = --=n..._z­ no cálculo do equivalente-grama da substância, temos:

I N=M . K I
n. + nz

onde: x . = fração molar do soluto;


x1 = fração molar do solvente; Concentração comum e título em massa
n1 = número de mols do soluto;
n2 =
número de mols do solvente;
n número de mols na solução (n1
= + n2).

do entre O e I . A soma das frações molares dos solutos e do


A fração molar é um número adimensional, compreendi­
C·V=t ·m (III)
solvente de uma solução é sempre igual a 1 , ou seja:

o
1<(
X1 + Xz + Xn + ... = I.

<( EXERCÍCIO
a:
1-­ A partir da relação (III) e da expressão da densidade
z (FATEC - SP) Dissolvendo-se 36,0 g de glicose em 10,8 g
(d = mN) obtém-se a expressão:

a) 0, 1 0;
w de água, a fração molar da glicose na solução é igual a:
u
z b) 0,25; c) 0,50; d) 0,75; e) 0,90.
o
u
w
o
Solução
onde a densidade da solução é dada em gramas por litro.
(f) A fórmula molecular da glicose é C6Hu06 e sua massa
w
o molar é l80 g mot•. A massa molar da água é l 8 g moJ·• .
· ·

<( O número de mols de cada substância presente na solu­


o EXERCÍCIOS
z ção é:
< n H,O = 10,8 g/ 1 8 g · moJ·• = 0,6 moi
(f) 1 . (PUC - SP) Uma solução aquosa de brometo de cálcio
w nc, H.,o, = 36,0 g/ 1 60 g =
•o · moi·• 0,2 moi tem concentração igual 1 0,0 g/f e densidade praticamente

:::::> A fração molar da glicose é: igual a 1,00 g/ml. Sua molaridade, normalidade e título são
_l
respectivamente iguais a:
o
o' 25
nc, ,,o, 0,2 tnot'
(f) - H
o, e ) O, 166; 0,083; O, 1.
X C, H .,O, = -= a) 0, 10; 0,05; 0,0 1 ; d ) 0,083; 0, 1 66; 0, 1 ;
+ 0,6) !DOI
'
- -
nC,H.,O, + nH,O
86
(0,2 b ) 0,05; 10; 0,0 1 ;
_
_ .

A letra b é a alternativa correta. c ) 0,05; 0,025; 0,01;


Solução
A massa molar e o equivalente-grama do brometo de cál­ DILUIÇÃO E
cio (CaBr2) valem, respectivamente 200 g moi"' e
CONCENTRAÇÃO
·

100 g · eq·'.

tanto, em cada litro de solução estão presentes 0,05 moi e O, I


10,0 g de CaBr2 correspondem a 0,05 moi e 0,1 eq. Por­ DE SOLUÇÕES
·
normalidade O, 1 eq · f·' .
eq de CaBr2 . A molaridade da solução é 0,05 moi f·' e a

Como a densidade da solução é 1,00 g/mf, cada litro de


solução (1 .000 mf) pesa 1.000 g. O título da solução é: Nas experiências e análises executadas nos laboratórios,

- o OI
é comum trabalhar-se com soluções diluídas. Muitos dos rea­
10 g gentes de laboratório são, no entanto, adquiridos na forma
t =
1.000 g - ' concentrada e devem, portanto, ser diluídos para que pos­
Os valores acima poderiam ser obtidos através da utiliza­ sam ser usados. A diluição consiste na adição de mais sol­
ção das fórmulas de conversão de unidades. vente à solução. Neste processo, a concentração da solução
é alterada, pois a mesma quantidade de soluto passa a ocu­
• concentração comum para molaridade:
par um volume maior que o inicial.
C = M, · M,
luções. É, normalmente, realizado aquecendo-se cuidadosa­
O processo inverso à diluição é a concentração de so­
10 g · f·' = 200 g · moi"' M ·
· j
M = 10 /· f ' /200 · moi"' = 0,05 moi f·' · mente a solução de modo que apenas o solvente seja evapo­
rado. Também, neste caso, a quantidade de soluto é a mes­
• concentração comum para normalidade:
ma da solução inicial porém, o volume final é menor que
C = E , · N, o inicial. Este processo não é recomendado para soluções onde
10 g f·' = 100 g · eq·' N
·
, ·
o soluto seja volátil.
N = 10j · f·1f100 f·
eq·1 = 0,1 eq · f·' Nos dois processos, diluição e concentração, a quantida­
de de soluto, qualquer que seja a forma de exprimi-la, per­
• concentração comum para título:
manece constante. Para determinar, por exemplo, a concen­
c = t . d, tração comum de uma solução, após o processo de diluição,
10 g . f·l = t . 1 . 000 g . f·l podemos efetuar o seguinte cálculo:
t = 10 f·
V'/1 .000 I· V'
= 0,01
solução inicial solução final
A letra b é a alternativa correta.
G = ....!!!... Cr = ....!!!...
' V; Vr
2. (AMAN - RJ) Calcule a molaridade de uma solução de m = C; · V; m = Cr · mr
H2S04 com título 49% e densidade igual a 1,5 g/cm3 •
onde, C; = concentração comum inicial;
V; = volume da solução inicial;
Solução
Cr = concentração comum final;
Se o título da solução é 49% sabemos que, de cada 100
Vf = volume da solução final;
partes, em massa, da solução, 49 panes são devidas ao ácido
m = massa do soluto. (.f)
sulfúrico. Assim, a massa de ácido presente em 1 . 000 g de UJ
solução é 490 g. Como a quantidade de soluto não se altera, temos: •O

I I ::::>

Sendo a densidade da solução 1,5 g/cm3 o volume ocu­ -I
pado por 1 . 000 g é: C; · V; = Cf · Vf o
(.f)
V = m/d = 1 .000jt1,5 / · cm·3 = 666,7 cm3 ou 0,67 f c
UJ
Expressões semelhantes são conseguidas utilizando-se ou­
Portanto, 490 g de HzS04, ou seja 5 mols, ocupam 0,67 f o
tras unidades de concentração. Assim, temos: 1<(
de solução. O número de mols de ácido presente em um li­ para a molaridade: M; V; Mf Vr ;
· = · U·
<(
tro é: para a normalidade: N; V; = Nr · Vf ; a:
·

z
5 mols
dissolvidos em
0,67 f ·
para o título em massa: t; m; = tf mr . · UJ
u
dissolvido em z
1,0 f nH,so. = 7,5 moi o
EXERCÍCIOS u
A molaridade da solução é 7,5 moi/f. UJ
Poderíamos chegar ao mesmo resultado utilizando as ex­ o
1 . (MACK - SP) O volume de água que deve ser adiciona­ 1 <(
pressões (I) e (III) anteriormente vistas:
do a 300 cm3 de uma solução 0,4 N para que se torne 0,16 N �­
::::>
(I) C = M, · M e (III) C = t ·d é igual a: -I
o
a) 750 cm3; b) 1 . 200 em\ c) 48 em'; ---
Igualando as duas temos: (.{)
d) 450 cm3; e) 1 . 050 cm3 • UJ

M, ·M=t ·d e M=
t �d •O

::::>
Solução U·

Durante a diluição de uma solução, a quantidade de so­ -I


o
Substituindo os valores numéricos temos: luto permanece inalterada. Neste exemplo, o número de (.f)
-
00 !:!"1 ' _
t_'
M= ....:0./...

: 4"= .: 9-=-·....:;1,.:.::
. 5-=-
98 Jt · mói-'-:-
� = 7,5 moi · t' equivalentes-grama de soluto é o mesmo antes e depois da
adição de água à solução. 87
O número de equivalentes-grama de soluto presente na dissolvido o
1,0 moi ---===c:.::.:=-.
:: 1,0 1

0,2 f �
solução inicial é:
dissolvido

--------...
/
nH,SO, ----
dissolvido em
0,4 eq 1 .000 cm3
dissolvido em
ou nH,so, = 0,2 moi
e e = 0,1 2 eq
Após a adição de água, O, 12 equivalente-grama de soluto
deverá estar presente na solução final. O volume ocupado M
v
e nH,SO, = 1,0 moi .Jt · 0,2 /
por O, 12 eq de soluto para que a solução final tenha norma­
lidade 0, 1 6 N é:
A solução de ácido sulfiírico 4,0 molar apresenta 4,0 moi
dissolvido em
0,1 6 eq u de H 2S04 dissolvidos por litro de solução. O volume desta
dissolvido em
0, 1 2 eq v solução que apresenta 0,2 moi de HzS0 4 é:

1 v = o,1s f 1 dissolvidos em


o
4,0 moi --===:...� .:.:: 1 t

V
:�
moi
Portanto, temos:
"""''"" = V = O,OS I

0'2 JJKl!
solução inicial
/
N i = 0,4 N M= � e V =
v 4,o�- e-•
e = 0,1 2 eq
Vi = 300 cm3
Para se preparar a solução solicitada pelo problema é ne­
solução final cessário transferir 0,05 e (50 ml) de solução 4,0 molar de
H 2S04 para um recipiente e a seguir adicionar água até o
N r = 0, 16 N volume de 200 ml, ou seja, adicionar 150 ml de água.
e = 0,1 2 eq
Esquematicamente temos:
Vr = 750 cm3 •

O volume de água adicionado é igual a 450 cm3•


Utilizando a expressão matemática que relaciona concen­
tração e volume, iniciais e finais, de uma solução que foi
diluída, temos:
·
Ni Vi = N r Vr ·
0,4 N 300 cm3 = 0, 1 6 N
· · Vr
V = 750 cm3

cn
O volume de água adicionado é:
w
tO


llv = Vr - Vi = 750 cm3 - 300 cm3 = 450 cm3 �H20
_J
A alternativa d é a correta.
o
cn
w 2 . (FUVEST - SP) Explique como se pode preparar 200 ml
o de solução 2,0 normal de ácido sulfúrico, a partir de uma
o
t<( solução 4,0 molar desse ácido.

<(
a: Solução
1-
z Para se comparar concentrações de solução, é necessário
w
u utilizar a mesma unidade de concentração. Neste exemplo
z trabalharemos com molaridade.
o
u A molaridade da solução 2,0 normal de H2S04 pode ser
w
calculada através da expressão:
o
t<(

5
u- N = k·M
� 2,0 = 2 · M e
e
cn M= IM
w
tO

::::> Portanto, a partir de uma solução 4,0 molar de ácido sul­
_J
o fúrico, temos que preparar uma outra 1,0 molar.
cn A partir do volume (200 ml) e da molaridade (1,0 moi/� ·
-

88
da solução que se deseja preparar é possível calcular o nú­
mero de mols de soluto que devem estar presentes na solução:
EXERCÍCIOS

1 . (ENQ - RJ) Adicionaram-se 500 ml de solução 3 M de


MISTURA DE SOLUÇÕES H2S04 a 1.500 ml de solução 0,5 M de H2S04 . Que mo ­
laridade resultará para a solução obtida?
Solução
O número de mols de H2S04 presentes em 500 ml de
solução 3 M é:
Para determinarmos a concentração de uma solução re­
3 moi dissolvidos em '" lf

sultante da mistura de soluções de um mesmo soluto, deve­
mos considerar que:
n HzS04 dissolvidos em '" 0, :H
• a quantidade de soluto na solução final é igual à soma das
quantidades de soluto das soluções originais, ou seja: ou
�nH 1,5 moi so4 =

/
j-• o,'{
mr = m. + m2 + mJ + ...
M = ..!!.. e n = 3 moi ·
·

• o volume da solução final é a soma dos volumes das solu­ v

Seguindo raciocínio semelhante, encontramos o valor O, 75


ções originais, ou seja,
Vr = V. + V2 + VJ + . . . para o número de mols de ácidos presente em 1 .500 ml de
Esquematicamente, para a mistura de duas soluções, solução 0,5 M.
temos: A solução resultante da mistura é formada por 2,25 mols
de H2S04 e possui volume igual a 2.000 ml. O número de
Solução 1
v:
mols de soluto presente em um litro é 1, 125 mols, portanto
m.
c. = a molaridade da solução final é 1,125 M.
Utilizando a expressão para o cálculo de concentração de
m. = c . · V. uma solução resultante da mistura de outras duas temos:

Solução 2
m2
cl = ­
v2

(500 + 1 .500) ml
3M · 500 ml + 0,5 M 1 .500 ml
·

m2 = C2 · V2 =

Solução final:
mr = c • . v. + cl . v2
Vr = V. + V2
portanto: 2. (CESGRANRIO) A normalidade da solução obtida pela
adição de 250 m1 de ácido sulfúrico 2,0 M a 250 ml de áci­
do sulfiírico 1,0 N é:
a) 1,25; d) 2,0;
b) 2,5; e) 3,0.
c) 4,0;

Para o caso de mistura de mais de duas soluções temos: Solução (f)


UJ
c. v. + CN2 + CNJ + ...
lO
_ U·
Cr - A normalidade da solução 2,0 M de ácido sulfúrico é ::::>
v. + V2 + vJ + ... _J
4,0 N. o
A normalidade da solução resultante da mistura das duas (f)
Expressões análogas são conseguidas para outras unida­ UJ
des de concentração:
5oluções é: o
<(
molaridade: a:
::::>

Mt · V. + M2 · V2 (f)
Mr = ------­ �
--
v. + v2 4,0 N · 250 ml + 1,0 N 250 ml ·
(f)
UJ
250 ml + 250 ml 10

normalidade: ::J
....J
o
(f)
N. V. + N2 V2
· ·

89
Nr = ------­
v. + V2 A letra b é a alternativa correta.
Pbf;ql + 2N03(aq) + 2K(aq) + 2I(aq) -->
--> Pbl2(aq) + 2K(aq) + 2N0 3(aq)

REAÇÕES EM SOLUÇÃO equação iônica reduzida:


AQUOSA Pbf;q) + 2I(aq) --> Pbl2(s)

Reação de neutralização
A mistura de duas soluções aquosas iônicas, de solutos Quando uma solução ácida é misturada a uma solução bá­
diferentes, pode determinar a ocorrência de reações quími­ sica, os íons H+, provenientes do ácido, reagem com os íons
ças entre os íons presentes. As reações químicas em solução OH·, provenientes da base, formando moléculas de água. Esta
ocorrem quando, da combinação dos íons presentes, resul­ reação é chamada de neutralização.
tam compostos insolúveis ou pouco solúveis ou compostos A mistura de soluções de ácido clorídrico e hidróxido de
pouco ionizados em água. A seguir estudaremos os vários sódio, por exemplo, resulta numa reação de neutralização.
tipos de reação em solução aquosa. As equações que representam a reação são:
equação completa:
Reação de precipitação HCl(aq) + NaOH(aqJ -+ NaCl(aq) + HzO(I'J
A mistura de duas soluções iônicas pode resultar no apa­ equação iônica:
recimento de um sólido que recebe o nome de precipitado.
H(aq) + Cl(aq) + Na(aq) + OH(aq) -->
Este sólido é formado pelo agregado iônico de um composto
de baixa solubilidade em água. Pode ser um sal ou uma base --> Na(aq) + Cl(aqJ + HzO(I'l
iônica, ou seja, um hidróxido. equação iônica reduzida:
A mistura das soluções aquosas de cloreto de sódio e de
H(aq) + OH(aq) --> HzO(t)
nitrato de prata, por exemplo, resulta na formação de um
sólido branco de cloreto de prata, que é um sal pouco solú­ A neutralização de uma solução ácida por uma solução
vel em água. A reação pode ser representada pela equ"ção básica pode ser total ou parcial. Na neutralização �otal; os
íons H + e OH - encontram-se em quantidades iguais. Na
Na(aq) + Cl(aq) + Ag(aq) + N03(aq) -->
iônica:
neutralização parcial haverá excesso de um dos dois íons.
-+ AgCl(s) + Na(aq) +
N03(aq)
Deixando de representar os íons que não sofreram modi­ Reação com formação de
ficação, tem-se a equação iônica reduzida: ácido fraco
Ag(aqJ + Cl(;.q) --> AgCl(s)
A mistura de duas soluções iônicas pode permitir a for­

utilizando-se as fórmulas das substâncias envolvidas. É con­


A equação que representa a reação pode ainda ser escrita mação de ácidos fracos, compostos que em água se ionizam
muito pouco permanecendo na solução na forma de molé­
veniente, no entanto, esclarecer o estado de agregação des­ culas. Esta reação ocorre sempre que uma solução de um sal
sas substâncias. Essa equação recebe o nome de equação com­ de ácido fraco é misturada a uma solução de ácido forte.
pleta da reação: O reconhecimento da ocorrência de uma reação com for­
NaCl(aql + AgN03(aq) --> AgCl(sl + NaN03(aqJ mação de ácido fraco é possível quando o ácido formado apre­
Para se prever a ocorrência de uma reação de precipita­ sentar cheiro característico, for gasoso ou for um ácido ins­
ção, é necessário conhecer a solubilidade das substâncias iô­ tável que se decompõe liberando gases.
nicas em água, pois apenas compostos de baixa solubilidade Exemplos de reação com formação de ácido fraco:
<t
cn precipitam. Para tanto é necessário consultar a tabela de so­ 1. reação de soluções de acetato de sódio e ácido nítrico:
o
:::>
lubilidade que se encontra na página 47. NaCH,COO(aq) + HN03(aq) __. CH3COOH(t) + NaN03(aq)
o Para sabermos, por exemplo, se a mistura de soluções de
<t O ácido acético formado pode ser reconhecido pelo seu
nitrato de chumbo e iodeto de potássio resulta ou não numa
o cheiro característico (vinagre);
I<( reação de precipitação, devemos:
U· • verificar quais são os íons presentes nas soluções:
2. reação de soluções de sulfeto de sódio e ácido clorídrico:
:::>
.....1 Na2S(aq) + 2HCl(aq) -+ H2S(g) + 2NaCl(aqJ
o Pb(N03h(sl -+ Pb(aql + 2N03(aq)
cn
KI(s) -+ K(aq) + l(aq) O ácido sulfúrico formado é facilmente reconhecido pe­
� lo seu cheiro, semelhante ao de ovo podre;
UJ
• efetuar as combinações possíveis entre os cátions e ânions
cn 3. reação de soluções de carbonato de sódio e ácido clo­
UJ• presentes e verificar a solubilidade dos compostos resultantes:
•O rídrico:
U· K• e N03 podem formar KN03 que é solúvel;
Na2C03(aq) + HCl(aqJ --> < H2C03 > + 2NaCl(aqJ
<(
UJ Pb2+ e r- podem formar Pbl2 que é insolúvel.
--
a:
A mistura destas duas soluções, ponanto, resulta numa As substâncias instáveis e que se decompõem esponta­
cn
w reação de precipitação, pois há a formação de um composto neamente são as representadas entre < > .
•O
pouco solúvel: o iodeto de chumbo II. No caso, o ácido carbônico decompõe-se formando o gás

:::> As equações que representam essa reação são: dióxido de carbono e água:
_,
o equação completa: Na2C03(aq) + 2HCl(aq) --> C02(g) + H20(I') + 2NaCl(aq)
cn
- Pb(N03h(aq) + 2KI(aq) --> Pbi2(sl + 2KN03(aq)
90
Evidencia-se a formação do gás através da ocorrência de
equação iônica: efervescência na solução.
Outros ácidos fracos e instáveis que se decompõem for· Exemplos

Cl2(aq) + 2KI(aq) -+ I2(aq) + 2KCl(aq)


mando gases são: . equação completa:

H2S03(aq) -+ H20(t) + S02(g)


ácido sulfuroso:

C1 2(aq) 2K(aq) + 21(aq) -+


equação iônica:
ácido tiossulfúrico: +

-+ l2(aq) + 2K(aq) + 2Cl(aq)


+
H2S203(aq) -+ H20(t) S02(g) + S<s>
Para saber se a mistura de soluções iônicas resultará na

C12(aq) + 21(aq) -+ 12(aq) + 2Cl(aq)


equação iônica reduzida:
formação de ácido fraco é necessário consultar a tabela da
força dos ácidos na página 48.
Como a reatividade do cloro é maior que a do iodo, o
Ch consegue deslocar o I2.
Reação com formação de base No caso dos metais, a ordem de reatividade (decrescente)
fraca é a seguinte:
Cs, Rb, K, Na, Li, Ba, Sr, Ca, Mg, Al, Mn, Zn, Fe, Co,
A mistura de duas soluções também pode permitir a for­ Ni, Sn, Pb, (H), Bi, Cu, Hg, Ag, Pt, Au.
mação de bases fracas. Como as bases iônicas fracas são aque­ Quanto maior a reatividade do metal, maior é sua ten­
las que possuem baixa solubilidade em água, sua formação dência em se transformar em um cátion.
foi discutida juntamente com a reação de precipitação. A inclusão do hidrogênio, na fila de reatividade dos me·

sua importância deve ser examinada com mais atenção. É


Existe, no entanto, uma base fraca, não iônica, que pela tais apesar de ser não-metal, permite prever se um metal é
atacado por ácido, libertando Hz. Os metais situados após
o caso do gás amoníaco, NHa. o hidrogênio não são atacados por íons H•. São chamados

penetrante. É uma base porque quando colocada em água


O NHa é uma substância molecular, gasosa, com cheiro metais nobres.

Exemplos

NH3(g) + H20(f) -+ NH.4(aq) + OH(aq)


ioniza-se produzindo íons OH·.
_equação completa:
Zn(s) + CuS04(aq) -+ Cll(s) + ZnS04(aq)
A ionização da amônia é pequena, coexistindo no siste·

Zn<•> + Cu(;q) + SOã(aqJ -+ Cll(s) + Znf;q> + SOà(aqJ


ma moléculas de NH] e íons NIU e OH-. Por esta razão equação iônica:
costuma-se representar este sistema como NH40H, hidró­
xido de amônio, ou como NH3(g) e H20(i)·

Zn<•> + Cu(;q) -+ Cll(s) + Zn(;q)


equação iônica reduzida:
A.mistura de soluções de cloreto de amônio e hidróxido
de sódio, por exemplo, provoca uma reação com formação
da base fraca NH40H. As equações que representam a rea­ Como a reatividade do metal zinco é maior que a reativi­
ção são: dade do metal cobre, a introdução de uma lâmina de zinco
equação completa: numa solução de sulfato de cobre provoca uma reação em
NH4Cl(aq) + NaOH(aq) -+ < NH40 H > + NaCl(aq) que se forma cobre metálico e o zinco se transforma em um
cátion.

NH.4(aq) + C�aq) + Na(aq) + OH(aq) -+


equação iônica: Uma análise mais detalhada destas reações permite veri­
ficar que as reações de deslocamento são reações onde exis­
+
Na(aq) + C�aq)
tem transferência de elétrons. As reações anteriores podem
-+ < NH40 H >
ser escritas, de tal forma que esta transferência fique mais
r.n
evidente, através de semi-reações: <t

N H4(aq) + OH(aq) -+ < NH40H > -+


equação iônica reduzida:

2I(aq) +
Cl2(aq) -+ 2Cl(aq) + 2j!"! +
o

��
-+ NH3(g) + H20(f)
::::>
1 -+ 12(aq) ' a

21(aq) -+ 2C�aq) + 12(aq)


<(
+ o
Cl2(aq) t<t

+ 2$!!

'
2+
Zn(s) -+ Zn(aq) ::::>
Reação de deslocamento
Cu(;q) + �,i -+ C-úcs>
_J
+
r.n
o

Neste tipo de reação, uma substância simples é produzi­ :::::!:


w
r.n
da pelo deslocamento de um elemento de uma substância
composta. Esse deslocamento é provocado por uma outra w
tO


substância simples. U·
EXERCÍCIOS
De um modo geral, para que uma substância simples A
--
a:
consiga deslocar uma outra substância simples B é necessá· r.n
rio que A seja mais reativa que B. 1 . (FUVEST) Considere soluções aquosas de nitrato de só­ UJ
tO
As substâncias simples podem ser não-metais ou metais. dio (NaNOa), nitrato de chumbo (Pb(NOah) e cloreto de po­ U·
A reatividade (decrescente) dos não-metais é a seguinte: tássio (KCl). Misturando-se essas soluções duas a duas, ob· ::::>
_J
tém-se os seguintes resultados: o
F, O, Cl, N, Br, I, S, C, Se. Cl)
NaNO] + Pb(N03 }2 -+ não há precipitação;
NaNOa + KCl -+ não há precipitação;
-

91
Quanto maior a reatividade do não-metal, maior é sua ten­
dência em se tornar um ânion.
Pb(N03h + KCl --... forma-se precipitado nhecida (solução padrão) a outra cuja concentração quere­
a) Escreva a equação da reação de precipitação. mos determinar (solução problema). Para se calcular a con­
b) Qual substância constitui o precipitado? centração da solução problema é necessário saber quando a
Justifique sua resposta, baseando-se nas informações acima. reação se completa, isto é, seu ponto final. Isto é possível
através da adição de indicadores que mudam de coloração
Solução quando a reação termina. O ponto final da reação é chama- ·

a) Pb(NOJh + 2KC1 --... PbCl2 + 2KN03 do ponto de viragem ou ponto de equivalência.


b) Fazendo-se a combinação, dois a dois, dos íons mistura­ A aparelhagem básica para se fazer uma titulação é mos­
dos, em cada caso temos: trada a seguir.

como não ocorre bureta

13recipitação, tanto o
NaN03 como o Pb(N0312
são solúveis
como não ocorre
precipitação, tanto o
KN03 como o NaCI
são solúveis
o precipitado pode ser
constituído ou pelo
par K + /N032 ou pelo par
Pb + /CI-
A solução padrão é colocada na bureta e a solução pro­
Os dados das duas primeiras misturas permitem garantir blema, juntamente com o indicador, no erlenmeyer. A bu­
que o par K•fN03 não forma uma substância insolúvel. Por­ reta é dotada de graduação, o que permite conhecer o volu­
tanto o precipitado é formado pelos íons Pb2 • e C!-, e sua me de solução padrão gasto na titulação. A transferência da
fórmula é PbCl2. solução problema para o erlenmeyer é feita com uma pipeta
o que permite conhecer o volume de solução que reagirá.
2. (FEl - SP) Explique o que ocorre quando um parafuso Conhecendo-se a normalidade e o volume que reage da
de níquel prendendo uma porca de zinco é colocado numa solução padrão e o volume da solução problema e utilizando
solução de sulfato de cobre, cuso4 . o princípio da equivalência é possível, através da titulação,
determinar a concentração da solução problema. Como o nú­
Solução mero de equivalentes que reage é igual, temos:
A posição dos metais citados no problema na fila de rea­ epadrão
_ eprob _

N padrão - Vpadrao Nprob - Vprob


'

mas como epadrão = eprob


tividade é _

...... Zn ........ Ni ....... Cu .....

I Npadrão · Vpadrão I
reatividade decrescente
Assim, tanto o parafuso como a porca reagem com a so­ = Nprob · Vprob
lução de sulfaro de cobre, pois o níquel e o zinco são mais
reativos que o cobre. As reações que ocorrem são: Esta é a equação utilizada para se determinar a composição
<( de uma solução através da titulação.
C/)
o Zn(s) + Cu(;q) --... Z n(;q) + C�s)
:::>
o Ni<sl + Cu(;q) --... Ni(;q) + C�s) EXERCÍCIO
<(
o (PUCC-SP) Considerando o princípio de equivalência,
1<(
U· Aspectos quantitativos das determine o volume de solução de hidróxido de sódio 8 g/f
:::>
_. reações em solução aquosa que seria necessário para reagir com 100 ml de solução 0, 1
o
C/) normal de ácido clorídrico.
Determinar a composição e a pureza dos materiais e subs­

w tâncias são objetivos da análise química quantitativa.
Solução

C/) São vários os métodos utilizados na análise quantitativa
O equivalente-grama do NaOH é 40g. Portanto a solu­
10 de determinação da composição de um material. Alguns mé­
ção 8 g/f também é 0,2 eq/f ou 0,2 N .
i1í

todos importantes utilizam reações químicas em solução aquo­
O volume de solução de NaOH gasto na titulação do áci­
a:
--.
sa. Dentre eles encontra-se a análise volumétrica.
do clorídrico pode ser calculado através da expressão:
w
C/)
•O Análise volumétrica: análise volumétrica ou volume­ NHCl ' VHCl = NNaOH ' VNaOH

tria é o nome que se dá ao processo de determinação da con­
1 00 ml = 0,2N
:::> Substituindo os valores conhecidos temos:
__, centração de uma solução baseado nos volumes das soluções
o O, l N · ·
VNaüH
I VNaOH l
C/) reagentes.
-

92
A operação básica na análise volumétrica é a titulação. 50 mi
Esta consiste em adicionar uma solução de concentração co-
PRINCIPAIS CÁTIONS
MONOVALENTES BIVALENTES TRIVALENTES TETRAVALENTES

H• Bel• BJ•
NH :

Mg2• AJ3•
Ca2• Bi3•
possuem uma só Na• Sr 2• Cr3•
valência K• Ba2•
Rb• Ral+
cs• ZnH
Ag• Cd2+

cu• I CuH I
Hg �· I Hg2+ I
Au• I AuJ• I
Fe2• I FeJ• I
possuem duas
valências principais I Co' • I Co)+

� Ni3•
Sn2+ Sn4•

I Pbl+ I Pb4•

I Mn2• I Mn4•

Pt2+ Pt4•
As3•
Sb3•
O O indica a carga mais comum.

PRINCIPAIS ÂNIONS
ÂNIONS MONOVALENTES

Nomenclatura do ácido Nomenclatura do sal Radical

acético acetato cHlcoo-


brômico bromato BrO:;
bromídrico brometo Br-
ciânico cianato ocN-
cianídrico cianeto cN-
dórico clorato CIO:;
clorídrico cloreto CJ-
cloroso clorito CIOi
fluorídrico fluoreto F-
hipobromoso hipobromito Bro-
hipocloroso hipoclorito Cio-
hipoiodoso hipoiodito IO-
iodídrico iodeto r-
metafosfórico metafosfato PO:;
nítrico nitrato NO:;
(J)
nitroso nitrito NOi <(
....J
perclórico perclorato CIO; w
CC
permangânico permanganato MnO; <(
tiociânico tiocianato scN- t-
-

OBSERVAÇÃO hidróxido, oxidrila ou hidroxila (somente nos hidróxidos): O H- 93


ÂNIONS BIVALENTES

Nomenclatura do ácido Nomenclatura do sal Radical

carbônico carbonato em-


crômico cromato ero�-
dicrômico dii::romato Crzo�-
fosforoso fosfito HPO�-
mangânico manganato Mno�-
metassilícico metassilicato SiO�-
oxálico oxalato Czo�-
sulfidrico sulfeto sz-
sulfúrico sulfato so�-
sulfuroso sulfito so�-
tiossulfúrico tiossulfato Szo�-

OBSERVAÇÃO óxidos (somente nos óxidos): oz-


ÂNIONS TRIVALENTES

Nomenclatura do ácido Nomenclatura do sal Radical

antimônico antimoniato Sbo�-


antimonioso antimonito sbo�-
arsênico arseniato Aso�-
arsenioso arsenito Aso�-
bórico borato Bo�-
ferricianídrico ferrocianeto [Fe(CN)6]3 -
ortofosfórico ortofosfato Po�-

ÂNIONS TETRAVALENTES

Nomenclatura do ácido Nomenclatura do sal Radical

ferrocianídrico ferrocianeto [Fe(CN)6]•-


ortossilícico ortossilicato Sio:-
pirofosfórico pirofosfato PzO�-

1A
CLABBIFICAÇÂO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS o

i� i He
1"0"17 ....----,---;-

H Com massas atômicas referidas ao isótopo 1 2 do carbono


2A 3A 4 A 15 A SA ?A
i ,...
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8 9 2 10

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11
Elementos de transição

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o 15 � 17 2 18

� Mg
12 13 o

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Sêrie dos lantanfdios
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atômico
<(
I-
8
Sêrie dos actinfdeos
Massa
z

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94
�z
-
atômica
f l • N9 dl ,_ do
ilbtCJIK) """-"-� �
SOLUBILIDADE DE ALG UNS COMPOSTOS EM ÁGUA (20°C}

Substância Regra geral Exceções


acetatos CH3coo- solúveis Ag00CCH3

brometos Br- solúveis AgBr, HgzBr, PbBr1, CuBr

carbonatos em- insolúveis (NH4)zCOJ e carbonatos de metais alcalinos

cianetos CN- insolúveis NH4CN, cianetos de metais alcalinos

cloretos ct- solúveis AgCl, PbC11, Hg1Cl1, CuCl

cromatos Cro�- solúveis BaCr04, SrCrO., PbCr04, AgzCr04

fluoretos F- insolúveis AgF, NH4F e fluoretos de metais alcalinos

fosfatos POl- insolúvei� (NH4)JP04 e fosfatos de metais alcalinos

hidróxidos OH- insolúveis NH.OH, hidróxidos de metais alcalinos, Ca(OH)r, Sr(OH)t, Ba(OH)r

iodetos 1- solúveis Agi, Hg212, Pblz, Cul

nitratos N03 solúveis

oxalatos elo�- insolúveis (NH4)zC204, oxalatos de metais alcalinos

sulfatos SOl- solúveis SrSO., BaSO., PbSO., CaSOt, AgzSOt

sulfetos sz- insolúveis (NH4)zS, sulfetos de metais alcalinos e alcalinos terrosos

sulfitos so�- insolúveis (NH4)zS03, sulfitos de metais alcalinos

1. Considera-se solúvel o composto que apresenta solubilidade maior do que O, 1 M;


OBSERVAÇÃO

2. Considera-se insolúvel o composto com solubilidade menor que O, 1 M;

3. Os compostos com * são parcialmente solúveis, têm solubilidade próxima a 0, 1 M.

(/)
:5
UJ
aJ
<(
1-
-

9!
FOR ÇA RELATIVA DOS ÁCIDOS
EM SOLUÇÕES AQUOSAS À TEMPERATURA AMBIENTE

Par ácido-base conjugado


N orne do ácido Força
Ácido Base

ácido perclórico muito forte HClO - H• + CIO:;


ácido iodídrico HBr - H• + Br-
ácido bromídrico � HI - W + r-
ácido clorídrico HCl - W + CI-
ácido nítrico � HN03 - W + NO.i
ácido sulfúrico muito forte HzS04 - W + HSO:;
ácido oxálic.o HOOCCOOH - W + HOOCCOO-
ácido sulfuroso (S02 + H20) � H2S03 - W + HSO.i
íon hidrogenossulfato forte HSO:; - H• + S0:;2
ácido fosfórico � H3P04 - W + HzPO:;
ácido fluorídrico fraco HF - W + p-
ácido nitroso � HN02 - W + N02
seleneto de hidrogênio HzSe - H• + Hse-
ácido benzóico L C6HsCOOH - H• + C6HsCOO-

ácido carbônico (C02 + H20)


ácido acético fraco CH3COOH - H• + CH3coo-
H2C03 -----+ H• + HCO.i
sulfeto de hidrogênio � H 2S -----+ H• + HS-
íon dihidrogenofosfato H 2PO:; -----+ H• + HPOi
íon hidrogenossulfito L HSO.i -----+ W + S032
íon amônio NH: -----+ H• + NH3
íon hidrogenocarbonato � HCO.i - H• + CO.i2
peróxido de hidrogênio muito fraco Hz02 -----+ H• + H02
íon monohidrogeno fosfato HPOi -----+ H• + P0:;3
íon hidrogenossulfeto � Hs- - H· + s-z
água HzO -----+ H• + OH-
íon hidróxido � OH- -----+ H• + o-z
amônia muito fraco NH3 - H· + NHi

cn
<(
......
w


co

96
PROPRTf:11ADES
COLIGATIVAS
A simples observação visual não permite distinguir uma suas propriedades. Um conjunto de propriedades que se pres­

sistemas homogêneos. É o que ocorre, por exemplo, com


solução de uma substância pura. Tanto uma como outra são ta para diferenciar uma solução líquida do solvente utiliza­
do para prepará-la são as propriedades coligativas. Estas de­
amostras de solução de água e sal e de água pura: as duas pendem somente da concentração das partículas presentes
são líquidos incolores. O reconhecimento de um sistema co­ em solução e não da natureza do soluto ou do tipo de partí­
mo sendo substância ou solução é feito através do estudo de culas (molécula ou íon) presentes na solução.

• 90 se ionizam e produzem 180 íons (90 íons H + e 90 íons


NÚMERO DE
• 1 O não se ionizam.
cl - );

PARTÍCULAS DISPERSAS Vemos, portanto, que 100 moléculas de liCl produziram


NUMA SOLUÇÃO 190 partículas dispersas. A relação:
número de partículas dispersas
número de partículas dissolvidas
Para se calcular o número de partículas dispersas numa
solução é necessário saber se o soluto é um eletrólito ou um é o fator de Van't Hoff. Neste exemplo ele vale 1,9.
não-eletrólito. EletróHto são substâncias que ao se dissol­ O fator de Van't Hoff também pode ser calculado pela
verem se dissociam ou se ionizam formando íons, como por expressão:
exemplo o cloreto de hidrogênio (HCl) e o hidróxido de po­ 1i = 1 + a(q - 1) 1
tâssio (KOH). Não·eletrólito são substâncias que ao se dis­
• a é o grau de ionização ou dissociação;
onde:
solverem permanecem na forma de moléculas como por exem­
plo a glicose (C6H 1206)· o
Nas soluções moleculares, isto é, as formadas pela disso­
• q é o número de íons formados por molécula ou agregado 1<(

Para o exemplo anteriormente visto temos a = 0,9 e
iônico que se dissolve. ::::>
lução de um não-eletrólito, o número de partículas disper­ -I

q = 2, que substituídos na expressão que permite calcular


o
sas é igual ao número de partículas dissolvidas. cn
Nas soluções iônicas, isto é, as formadas pela dissociação <(
i resulta: :i:
de um eletrólito, o número de particulas presentes na solu­ i = 1 + 0,9(2 - 1) = 1,9 ::::>
ção depende do número de íons formados por agregado atô­ :z
cn
iônicos dissolvidos por i, obtemos o número de partículas
mico dissolvido e do grau de dissociação, no caso de subs­ Multiplicando-se o número de moléculas ou agregados <(
cn
tâncias iônicas, ou do grau de ionização, no caso de substân­ a:
LU

lução por i, obtemos a concentração das partículas dispersas


cias moleculares. Para estas soluções, o número de partícu­ dispersas na solução; multiplicando-se a concentração da so­ a..
cn
las dispersas na solução será igual ao número de agregados o

::3
atômicos ou moléculas dissolvidas multiplicado por um fa­ na solução. cn
tor chamado fator de Van't Hofl' e que é representado pe­ Em alguns casos, verifica-se que o fator de Van't Hoff ::::>
la letra i. calculado teoricamente é diferente do determinado experi­ .�

Para exemplificar como se calcula o fator de Van't Hoff, mentalmente. A explicação dada para este fato é que os ions a:
<(
consideremos uma solução de ácido clorídrico que apresen­ formados após a dissolução, ou as moléculas dissolvidas, se a..

ta grau de ionização (a) 90o/o. Este valor nos mostra que de


LU
atraem eletrostaticamente e çomo resultado a solução se com­ o
cada 100 moléculas de HCl dissolvidas em água, 90 se ioni­ porta como se tivesse menor número de partículas dissolvi­ o
a:
zam. Como a equação de ionização do ácido cloridrico é: das. Quanto maior a concentração da solução maior será a LU
:i:
será o grau de dissociação ou ionização. À medida que a so­
atração eletrostática entre as partículas e, portanto, menor ·::::>
HCl -+ H + + Cl - :z
ao se ionizar, cada molécula de HCl produz dois íons. Por­ lução se toma diluída, a distância entre as pa.rticulas aumenta -

tanto, quando 100 moléculas de HCl são adicionadas à água: e o grau de dissociação ou ionização do soluto aumenta. 97
EXERCÍCIO água conforme a equação:

FeC13(s) -+ Fe a r� + �
3 C ;q)
(CESGRANRIO) O valor de i (fator de Van't Hofl) para
uma solução de cloreto ferrico dissociado 75% é: Esta equação nos mostra que cada agregado iônico FeC13
3
a) 0,5; d) 2,4; produz 4 íons: 1 íon Fe + e 3 íons Cl - . Ponanto, para este
b) 1 ,0; e) 3,25. sal q = 4. O grau de dissociação é 75% ou O, 75 e, substi­
c) 1,6; tuindo os valores na expressão que permite calcular o fator
de Van't Hoff, temos:

OBSERVAÇÃO sempre que for necessário consulte i = 1+ a(q - 1)


a tabela periódica colocada na última página do livro.
i :: 1 + 0,75(4 - 1 )

Solução
A fórmula do cloreto ferrico é FeC13 e ele se dissocia em A alternativa e é a correta.

A pressão máxima de vapor de um líquido depende tan­


to da temperatura quanto da intensidade da força de atração
entre as moléculas.
A tabela a seguir relaciona a pressão máxima de vapor

TONOMETRIA de vários líquidos a diferentes temperaturas.

pressão máxima de vapor (mmHg)

(O C)
temperatura tetracloreto
A tonometria é o estudo do abaixamento da pressão de água álcool etílico
de carbono
vapor de um líquido quando nele está dissolvida uma subs­
tância não volátil. 20 1 7,5 43,9 9 1,0
40 55,3 1 35,3 2 1 5,8
60 149,4 352,7 450,8
Pressão de vapor 80 355, 1 812,6 843

Uma propriedade dos líquidos é a passagem espontânea


deles para o estado gasoso. A esse fenômeno chamamos eva­
Observe que:
poração. Na evaporação as partículas da superfície do líqui­
do vencem a força de atração das outras panículas e conse­ • para todos os líquidos, quanto maior a temperatura maior
guem escapar do líquido e passar para o ambiente. sua pressão máxima de vapor. Quanto maior for a tempera­
Quando um líquido evapora, as partículas que passam pa­ tura, maior será a agitação térmica das moléculas, maior quan­
ra o estado gasoso passam a exercer pressão sobre a superfi­ tidade de moleculas passará para o estado de vapor e, por­
cie do líquido. Essa pressão é ch�mada pressão de vapor tanto, maior será a pressão máxima de vapor;
do líquido.
Se a evaporação ocorrer num sistema fechado venfica-se • para uma mesma temperatura, por exemplo 40°C, a pres­
que após ceno tempo a velocidade com que o líquido evapo­ são máxima de vapor do tetracloreto de carbono é maioi: do
ra é a mesma com que o vapor se condensa. A panir daí a que a do álcool, que por sua vez é maior do que a da água.
pressão de vapor do líquido permanece num valor constan­ Este fato pode ser explicado através da análise das forças de
te. Este valor é chamado pressão máxima de vapor do interação existentes entre as moléculas do líquido. As molé­
líquido. Num sistema aberto, a pressão máxima de vapor não culas polares de água estão associadas através de pontes de
é atingida, pois as moléculas no estado gasoso passam para hidrogênio. As moléculas de álcool etílico também, mas neste
o meio ambiente. caso as forças de atração são menos intensas, pois o álcool
é menos polar que a água. O tetracloreto de carbono (CC14)
é formado por moléculas apoiares. Estas são as que apresen­
o tam menor força de atração entre si. Desta forma temos: quan­
<t:
g:
o
pressão to menor a força de atração entre as moléculas, mais facil­
máx i ma mente elas passam para o estado gasoso, ou seja, mais volá­
LU
de vapor
� til é a substância e, ponanto, maior sua pressão de vapor.
o

g
:z
Utilizando os valores da tabela e construindo o gráfico

98
-
da pressão máxima de vapor em função da temperatura ob­
frasro aberto frasco fechado temos:
P(mmHg) O gráfico mostra que au­
900 mentando-se a temperatura a
. CCI4
800 pressão de vapor também au­
C,H,OH
700
menta, no entanto estas gran­
dezas não são diretamente onde X é a fração molar do soluto, ou
600
proporcionais. A CJ.lrva cor­
respondente ao líquido mais
I� = I
500
400
volátil (CC14) está acima Kt · W •
i (expressão da lei de Raoult),
300
das demais e a do líquido
200 menos volátil está abaixo.
1 00 onde:
• Kr é a constante tonométrica, característica de cada

• W é a molalidade da solução;
O 20 40 60 80 WCl
solvente;

Pressão máxima de vapor •iéo fator de Van't Hoff.

de um solvente numa solução


Constante tonométrica é o abaixamento relativo da
Verifica-se experimentalmente que a adição de um solu­
pressão máxima de vapor de um líquido, produzido pela
to não volátil a um solvente faz com que ocorra um abaixa­
adição de uma quantidade de soluto não volátil, que pro­
mento de sua pressão de vapor. Isto ocorre porque as partí­
duz um mol de partículas dissolvidas em 1,0 kg de
culas do soluto se distribuem uniformemente por todo o lí­
solvente.
quido, inclusive na sua superficie, fazendo com que menor
número de moléculas do solvente fiquem disponíveis para
evaporar.
O valor de K1 pode ser encontrado dividindo-se a massa
molar do solvente por 1.000, ou seja, � M/1.000. =
EXERCÍCIO

(FAAP-SP) Determine a massa molecular de um certo açú·


car, sabendo-se que a uma dada temperatura, a dissolução
de 20,0 g deste composto em 500 g de água causa um abai­
solvente puro solução xamento relativo da pressão máxima de vapor igual 0,004.
(pressão maior) (pressão menor)
Solução
Construindo num mesmo sistema de eixos cartesianos Sabemos que o abaixamento relativo da pressão de vapor
pressão de vapor x temperatura, as curvas correspondentes é proporcional à molalidade da solução. A constante de pro­
à variação da pressão de vapor do solvente puro e do solven­ porcionalidade entre o abaixamento relativo da pressão de
te na solução são as seguintes: vapor e a molalidade é a constante tonomêtrica (K1) que é
obtida dividindo-se a massa molar do solvente por 1 000. As­
P solvente sol ução
sim K1 = 18/1000 0,018.=

: �dV
Como esta solução é molecular, o número de partículas
dispersas na solução é igual ao número de partículas dissol­
vidas, ou seja, i = 1 .
Substituindo os valores na expressão da lei de Raoult, po­
I demos determinar a molalidade da solução e através dela a
I
I
I massa molecular do açúcar.
I
I
k = K · W · i
t(°C) t
0,004 = 0,018 . w .
p
1
O abaixamento da pressão máxima de vapor do solvente W = 0,222 molal.
(Ap), ocasionado pela adição de um soluto não volátil, cor· A molalidade nos informa o número de mols de soluto
responde à diferença entre a pressão máxima de vapor do dissolvido em 1,0 kg de solvente. Portanto 0,222 mol de açú­
solvente puro (p) e da pressão máxima de vapor do solvente car estão dissolvidos em 1,0 kg de solvente e 0,1 1 1 mol em
na solução (p'). 0,5 kg (500 g).
<(
I=
Portanto temos:
I Ap = p
-
p'
I 20,0 g -+ 0, 1 1 1 mol w
:::!!!:
m -+ 1,0 mo1 o
:z
Chama-se abaixamento relativo da pressão de vapor de
um líquido a relação entre o abaixamento da pressão máxi·
Efetuando a conta encontramos o valor 180 g para a massa
de um moi de açúcar. Como a massa molar e a massa mole­

99
-
ma de vapor do líquido (Ap) e a pressão de vapor do solven· cular são numericamente iguais, a massa molecular do açú·
te puro (p). Verifica-se que: car é 180 .
• W é a molalidade da solução;
solvente;

• i é o fator de Van't Hoff.


EBULIOMETRIA
Constante ebuliométrica é a elevação da tempera­
tura de ebulição de um solvente quando nele está dissol­

duzir um moi de partículas dispersas em 1,0 kg de sol­


vido uma quantidade de soluto não volátil capaz de pro­

Ebuliometria é o estudo da elevação do ponto de ebuli­


vente.
ção de um liquido quando nele está dissolvido um soluto não
volátil.
A ebulição de um liquido é um caso particular de vapori­
zação. Ela é caracterizada pela fonnação de bolhas no inte­ Alguns valores de Ke estão relacionados a seguir.

substância
rior do liquido, o que permite que moliculas situadas em
qualquer parte do liquido passem para o estado gasoso. Um Ke (°C · molal)
líquido ferve, isto é, entra em ebulição quando sua pressão
mbima ele vapor se iguala à pressão atmosfêrica. Durante água 0,52
a ebulição a temperatura permanece constante porque a ener­ benzeno 2,61
gia cinética média das moléculas que se encontram na fase
álcool etílico 1,15
líquida não aumenta. A energia fornecida é transferida a al­
gumas moléculas que passam a ter energia cinética suficien­ éter etílico 2,02
te para escapar do liquido.
acetona 1,67
A temperatura de ebulição de um líquido numa solução
é maior do que a do liquido puro porque a adição do soluto
não volátil faz com que a pressão de vapor do solvente dimi­
nua. Conseqüentemente é necessário uma temperatura maior EXERCÍCIO
são máxima de vapor com a pressão atmosfêrica. À medida
para que mais moléculas vaporizem a fUD de igualar a pres­

tendo 9,00 g de uma substância A dissolvidas em 400 g de


(ABCSP) Sob pressão normal, uma dada soluçã� con­
que a ebulição ocorre, a temperatura de ebulição da solução
aumenta por que esta se toma cada vez mais concentrada, água, entra em ebulição a 100,26°C. A massa molecular de
o que faz com que menor número de moléculas esteja dispo­ A é:
nível para passar para o estado gasoso.
O gráfico a seguir mostra a variação da pressão de vapor a) 45;
b) 90;
do solvente puro e do solvente na solução em função da tem­
peratura e os pontos de ebulição do solvente puro e do sol­ c) 135;
vente na solução. d) 180;
e) 225.
p
Dado: constante ebuliosc6pica da água = 0,52°C · mol ·
Patm. solução kg - 1

Como o problema não diz nada a respeito da natureza


t' • t( °C) do solut� consideraremos que o mesmo é molecular, não­
eletrolttico e, portanto, i = 1.

• t. é a temperatura de ebulição do solvente puro; conheéêr .a molalidade da solução. Esta pode ser determina­
onde: Para se calcular a massa molecular do soluto é necessário

• t! é a temperatura de início da ebulição do solvente na da atrav& da exprasio da lei de Raoult para a ebuliometria:
solução. âte • Ke · W · i
(100,26 - l00,00)°C = 0,52°C · moi · kg - 1 • W · 1
A relação entre a elevação da temperatura de ebulição do
W = 0,5 moi · kg- 1
solvente numa solução e a composição da mesma é dada pe­
la lei de Raoult: Portanto, 0,5 moi de soluto está dissolvido em 1,0 kg de
:::!: solvente. Em 400 g estarão dissolvidos:



0,5 moi
n
1,0 kg
0,4 kg (400 g)
o
n = 0,2 moi
• t\t. é a diferença entre a temperatura de ebulição do sol­
::::;
onde:
ffi Se a massa de 0,2 moi de soluto corresponde a 9,00 g,
- .amassa de um mol corresponde a 45,0 g. A massa molecu­
100
vente na solução e do solvente puro;

• Ke
lar do soluto é 45.
é a constante ebuliométrica, característica de cada A letra a é a alternativa correta.
Alguns valores de Kc são:

substâacia Kc (OC •
molal)

CRIOMETRIA água 1,86

benzeno 5, 12

clorofórmio 4,68
Criometria é o estudo do abaixamento do ponto de soli­
nitrobenzeno 7,0
dificação de um solvente quando nele está dissolvido um
soluto.
A relação entre o abaixamento do ponto de solidificação
(âtc) de um liquido, quando nele está dissol�ido um solu­
EXERCÍCIO
to, e a composição da solução é dada pela le1 de Raoult:

1 âtc = Kc . w . i 1 (FAAF.'-SP) Calcule a temperatura de inicio de solidifica­


ção da água em uma solução aquosa 0,26 molal de açúcar.
Dado: Kc = 1,86°C· kg mol - 1 ·
onde:
• âtc é a diferença entre a temperatura de solidificação do
solvente puro e do solvente na solução;
Solução
• Kc é a constante criométrica, caracterlstica de cada sol­ Este problema pode ser resolvido aplicando-se diretamente

• W é a molalidade da solução;
vente;
a expressão da lei de Raoult para a criometria.

• i é o fator de Van't Hoff. âtc = Kc . w . i


âtc = 1,86°C · kg · moi - 1 • 0,26 moi · kg- 1 • 1

Constante criométrica é o abaixamento da tempera­ Ate = 0,48°C


tura de solidificação de um solvente produzido pela dis­
Como âtc é igual a 0,48°C e a temperatura de solidifi­
solução de uma quantidade de soluto capaz de produzir
cação da água é 0,0°C, a temperatura de início de solidifica­
um mol de partículas dispersas em 1,0 kg de solvente.
ção da água nesta solução será - 0,48 °C .

...

álcool

.
. .
o� o o
OSMOMETRIA
água o

• 'il . \) • • \) .
in rcio num dado instante

O fato das particulas de qualquer amostra de matéria es­


Quando duas soluções de mesmo solvente, ou uma so­

uma substância em outra. É o que ocorre, por exemplo, com


tar em constante movimento é responsável pela difusão de
lução e seu solvente, são separadas por uma membrana
semipermeável, ocorre apenas a difusão do solvente. A
os gases G1 e G2 da figura abaixo:
este fenômeno dá-se o nome de osmose.

G, G,

As membranas podem ser permeáveis ou semipermeáveis.

n
As primeiras permitem a passagem tanto do soluto como do
solvente, as segundas permitem a passagem somente do
depois de algum tempo,
após abrir-se a torneira
solvente.
v Se uma solução e o solvente utilizado na preparação des­
sa solução forem colocados num recipiente separados por uma
membrana semipermeável, verifica-se que após certo tempo
o nível da solução aumenta e o nível do solvente diminui.
Embora a membrana semipermeável permita a passagem de
mistura espontânea d os gases solvente nos dois sentidos, a passagem do solvente, do sol­

101
vente puro para a solução, ocorre mais intensamente fazen­
Ou com dois liquidos, como água e álcool: do com que a solução fique menos concentrada.
êmbolos

I tempo r-
L
. �h
- '-_=--wor-=-"':1-�"=1 __

5oll!ção de corrente­
solução de
água e osmótica
água e água pura
açúcar (água) - so lvente -
açúcar

membrana
semipermeável in feio num dado instante

Fato semelhante ocorreria se duas soluÇões, de mesmo Van't Hoff determinou experimentalmente que a pres­
temperatura absoluta (T) e à molafidade da solução (•) Ma­
solvente mas de concentrações diferentes, estivessem sepa­ são osmótica de uma solução é diretamente proporcional à
radas por uma membrana semipermeável. A passagem de sol­ .

vente da solução mais diluida para a mais concentrada sericl tematicamente temos:
mais intensa. Isto ocorreria até que as soluções ficassem com
a mesma concentração.

Pressão osmótica onde:


• 1r é a pressão osmótica da solução;
Pressão osmótica é a pressão que deve ser exercida sobre • R ê uma constante numericamente.igual à constante uni­
solução para impedir a passagem de solvente para a so­ versal dos gases;
• é a molaridade da solução;
uma
lução, ou seja, impedir a osmose. ""'

• T é a temperatura absoluta;
• i é o fator de Van't Hoff.
\esta pressão impede
que a água invada o
7T compartimento)

NÃO EXERCÍCIO

(CESCEA-SP) A pressão osmótica de uma solução um
molar de glicose em água, na temperatura de 27°C, é de:
solução ·
. água pura -
a) 2,46 atm; b) 5,92 atm; c) 24,6 atm;
água + açúa.( d) 59,2 atm; e) 600 atm.

A solução de glicose apresenta i = 1. Sua pressão osmó­


Solução
A pressão osmótica pode ser determinada experimental­
mente através do osmômetro de Traube-Pfeffer. Este con­ tica pode ser calculada através da expressão:
siste de um recipiente onde é colocado o solvente e uma mem­
1t = 0,082 atm Y, JPKII 1 0 X I_9lC'( ·_;;A' X 3()()R'· 1
7t = R · .,. · T · i
brana de porcelana porosa ligada a um tubo em U contendo
mercúrio. A solução é colocada dentro da membrana e, à me­
dida que o solvente se dirige para a solução, a coluna de mer­ 1 7t = 24,6 atm I
cúrio se desloca. A altura (�h) da coluna de mercúrio é a
necessária para contrabalançar a pressão osmótica da solução. A alternativa c ê a correta.

<(
a:
1-
w

o

VJ
o
-

102
TERMOQUÍMICA

A enegia liberada nas reações químicas estA presente em • combustão do etanol, C2H60:

lor liberado na queima do gú btttano que cozinha os nossos


vãrias atividades da nossa vida diária. Por exemplo, é o ca­
C2H60(t) + 3 02(g) � 2 C02(g) + 3 H20w + calor
alimentos, é o calor liberado na combustlo do ãlcool ou da
gasolina que movimenta � ydtuloa c � através das rea­
Na equação química, o calor é representado junto aou pro­
dutos para significar que foi produzido, isto é, liberado para
ções químicas dos alimentos no nosso organismo que obte­ o ambiente durante a reação.
mos a energia necessúia para manutenção da vida.
A maioria das reaç6es qufmicas ocorre produzindo varia­ Reações endotérmkas: as que para ocorrerem retiral 111 ca­
ções de energia, que freqüentemente se manifestam na for­ lor do meio ambiente.
ma de variações de calor. A termoquímica ocupa-se do estu­
do quantitativo das variações térmicas que acompanham as Exemplos
reações quimicas. Essas reações sio de dois tipos: • decomposição da água em seus elementos:

H20(t) + calor � H2(g) + 1/2 02(g)


• fotossíntese:
Reações exotérmicas: as que liberam calor para o meio
ambiente.
6 C02(g) + 6 H20(t) + calor � C6H 1206(aq) + 6 02(g)
• combustão (queiÍna) do gás butano,
Exemplos
C4H1 0: Na equação química, a energia absorvida é represeJiltada
C4H Ul(g) +
junto aos reagentes, significando que foi fornecida pelo am­
1 3/2 02(g) � 4 co2(g) + 5 H20(g) + calor biente aos reagentes.

A determinação do calor liberado ou absorvido num lll rea­


ção química é efetuada através da expressão:

MEDIDA DO CALOR I Q = m · c . ât I
DE REAÇÃO
• Q é a quantidade de calor liberada ou absorvida pela rea­
onde:

ção. Esta grandeza pode ser expressa em calorias (cal) ou em


O calor liberado ou absorvido por um sistema que sofre Joules U). O Sistema Internacional de Medidas (SI) recomen­
uma reação química é determinado em aparelhos chamados da a utilização do Joule, no entanto, a caloria ainda é muito

sária para fazer com que 1,0 g de 4gu.a tenha sua temp:ratu­
calorimetros. Estes variam em utilizada. Uma caloria (1 cal) é a quantidade de calor neces­
lc(
o

;:5
detalhes e sio adaptados para o
cada tipo de reação que se quer ra aumentada de 1,0°C. Cada caloria corresponde a 4,18 J;
a:
medir o calor. Basicamente, • m é a massa, em gramas, de água presente no calorín 11etro; w
- termômetro no entanto, um calorimetro é c
• c é o calor específico do líquido presenté no caloríiiletro.
constituido de um recipiente
g

Para a água seu valor é 1 cal/g · °C;
com paredes adiabáticas, con­

devido a ocorrência da reação. É medida em graus Cc :lsius.


tendo uma massa conhecida de • ât é a variação de temperatura sofrida pela massa de: água w
- parede c


adi abática
água, onde se introduz um sis­
tema em reação. O recipiente A rigor, deve-se considerar a capacidade térmica do' calo­
c
é provido de um agitador e de rímetro que inclui, além da capacidade térmica da ág1111, as w
um termômetro que mede a capacidades térmicas dos materiais presentes no calo,rfme­ ::E
-

103
variação de temperatura ocor­ tro (agitador, câmara de reação, fios, termômetro etc.).
rida durante a reação. O calor de reação pode ser medido a volume consltante,
num calorimetro hermeticamente fechado, ou à pressão cons­ peratura fmal da ãgua?

a reação CH4(g) + 2 02(g) .... 2 H20(t)


tante, num calorimetro aberto. Experimentalmente, verifica­ Dados:
se que existe uma pequena diferença entre esses dois tipos C02(g) libera
+
de medidas calorimétricas. Essa diferença ocorre porque, 200 kcal por mol de CH4 queimado;
calor específico da ãgua = 1,0 cal . g
- 1 . oc - 1 •
quando uma reação ocorre à pressão constante, pode haver
variação de volume e, portanto, envolvimento de energia na � 2�� � 5��
expansão ou contração do sistema. b) 30°C; e) 60°C.
A variação de energia determinada a volume constante c) 40°C;
ê chamada de variaçio de energia interaa, representada
por AE, e a variação de energia determinada à pressão cons­ SoluçAo
tante ê chamada de variaçio de entalpia, representada por A combustão de 1,0 mol de metano libera 200 kcal. Por­
AH. tanto, 0,10 mol libera 20 kcal ou 20.000 cal.
Como a ·maioria das reações químicas são realizadas em Substituindo os valores conhecidos na expressão
recipientes abertos, à pressão atmosferica local, estudaremos =
Q m c · At, temos:
·

mais detalhadamente a variação de entalpia das reações.


20.000 �= l .OOOj · 1 � · ,J
- 1 oc- 1
• • At

EXERCÍCIO At = 20°C

Este valor mostra que a temperatura da ãgua subiu 20°C,


(CESCEM-8P) Se todo calor obtido pela combustão
ou seja, ela passou de 10°C para 30°C.
de 0,1 0 moi de metano fosse aproveitado no aquecimento de
1,0 · 103 g de ãgua, inicialmente .a l0°C, qual seria a tem- A alternativa b é a correta.

• Hr = entalpia dos reagentes.


Numa reação exotérmica temos que Hp < Hr e, portan­
to, AH < O (negativo).
ENTALPIA E VARIAÇÃO Numa reação endotérmica temos que HP > Hr e, por­
DE ENTALPIA tanto, AH > O (positivo).

Equações termoquímicas e
O calor, como sabemos, ê uma forma de energia e, se­ gráficos de entalpia
gundo a Lei da ConservaÇão da Energia, ela não pode ser
criada e nem destruída, pode apenas ser transformada de uma As reações, como sabemos, são representadas através de
forma para outra. Em vista disso, somos levados a concluir equações químicas. No caso da representação de uma rea­
que a energia: ção que ocorre com variação de calor, é importante repre­
• liberada por uma reação química não foi criada, ela jã existia sentar,. além da quantidade de calor envolvida, as condições
antes, armazenada nos reagentes, sob uma outra forma; experimentais em que a determinação dessa quantidade de
• absorvida por uma reação química não se perdeu, ela per­ calor foi efetuada. Isso porque o valor do calor de reação é
manece no sistema, armazenada nos produtos, sob uma ou­ afetado por fatores como a temperatura e a pressão em que
tra forma. se processa a reação, o estado f'lSico e as yariedades alotr6pi­
cas das substâncias participantes dessa reação. A equação que
Cada substância, portanto, armazena um certo conteúdo traz todas essas informações chama-se equação termo­
de calor, que ser4 alterado qqando a substância sofrer uma
química.
transformação. A liberação de calor pela reação exotérmica
Exemplos de equações termoquímicas:
• +
significa que o conteúdo total de calor dos produtos é me­
nor que o dos reagentes. Inversamente, a absorção de calor H2(g) + Cl2(g) .... 2 HC�> 184,9 kJ (25°C, 1 atm)
por uma reação endotérmica significa que o conteúdo total
Segundo a equação, 1 moi de hidrogênio gasoso reage com
de calor armazenado nos produtos é maior que o dos rea­
1 moi de cloro gasoso formando 2 mols de cloreto de hidro­

À energia armazenada nas substâncias (reagentes ou pro­


gentes.
gênio gasoso, liberando 184,9 kJ de calor. Tal reação foi rea­
lizada à temperatura de 25°C e à pressão de 1 atm.
dutos) dã-se o nome de conteúdo de calor ou entalpia.
Esta ê usualmente representada pêla letra H. Podemos também escrever essa equação termoquímica uti­
Numa reação, a diferença entre as entalpias dos produ­ lizando a notação AH. Neste caso temos:
tos e dos reagentes corresponde à variação de entalpia, AH.
H2(g) + Cl2(g) .... 2 HCloo , AH = - 184,9 kJ (25°C, 1 atm)
O valor numêrico de AH ê precedido do sinal negativo
pois a reação é exotérmica.

• U., =
onde: Graficamente, a variação de entalpia que acompanha a

104 entalpia dos produtos; reação é representada por:


H N2(g) + 2 02(g) -+ N204(g) AH = + 9,6 kJ
C l,101

l L::.H
H, ,,, + pode-se prever que a variação de entalpia associada à reação
de dimerização do N02 será igual:

2HCI191
= - 1 84, 9 KJ a) - 58,0 k]; b) + 58 kJ; c) - 77,2 k];
d) + 77,2 kJ; e) + 648 k].
1-------=--'----

Solução
Dimerização é um tipo de reação onde duas moléculas
se associam formando uma molécula maior. Neste exemplo
• H2(g) + + 5 1, 8 kJ -+ 2 Hl(g) (25°C, 1 atm)
12(g) a reação de dimerização corresponde ao processo:
Segundo a equação, quando, a 25°C e 1 atm, 1 mol de 2 N02(g) -+N204(g)
1
hidrogênio gasoso reage com moi de iodo gasoso, forman­
do 2 mols de iodeto de hidrogênio gasoso, são absorvidos Neste exercício determinaremos graficamente a variação
51,8 kJ de calor. de entalpia da reação de dimerização.
A equação também pode ser escrita utilizando a notação A primeira etapa da resolução do exercício consiste em
AH: construir um diagrama de entalpia com os dados da primei­
ra reação. Observe que precisamos conhecer somente a va­
H2(g) +I2(g) -+ 2 HI(g) AH = + 5 1,8 kJ (25° C, 1 atm) riação de entalpia da reação e não as entalpias dos reagentes
O valor numérico de AH é positivo, pois a reação é en­ e dos produtos. No gráfico, a linha correspondente à ental­
dotérmica. pia dos produtos está acima da linha correspondente à en­
Graficamente a variação de entalpia dessa reação pode ser talpia dos reagentes porque a reação é endotérmica.

H
assim representada:
H 2NO,,"

tl::. H -
I -
+ 6 7 , 6 KJ

N , ," + 20, ,,,


+ 5 1 , 8 KJ

A seguir, no mesmo diagrama, colocamos os dados da se­


gunda reação. Como os reagentes das duas reações são os mes­
EXERCÍCIOS mos, a linha que corresponde a sua entalpia deve ser a mesma.
1 . (FUVEST-SP) À pressão constante, o calor de combus­ H
2NO,,,,
tão da sacarose (C 1 2H220 1 1 ) é igual a 4,00 kcal!g .
a) escrever a equação química representativa da combustão
da sacarose. L::. H = + 6 7 , 6 KJ
b) qual o valor de AH, em kcal por moi de sacarose queima­ N,o .,"

Massas atômicas: H = 1 ; C = 12; O = 16


da?

Solução
A combustão é uma reação exotérmica onde um dos rea­
gentes é o gás oxigênio. Quando a substância é formada pe­ Localizando no gráfico as substâncias N02 e N204 veri­
los elementos carbono, hidrogênio e oxigênio, os produtos ficamos que a entalpia de 2 mols de N02 é maior do que
da combustão são dióxido de carbono e água. a de 1 moi de N204. Portanto a transformaÇão:
Para se escrever a equação termoquímica é necessário sa­ <(
2 N02(g) -+ N204(g)
ocorre com diminuição de entalpia (A H < O) e o valor nu­ �
-J
c:
ber a quantidade de calor liberado por moi de sacarose. Co­
mo a massa molar da sacarose é 342 g/mol e, de acordo com
:z
o enunciado do problema� são liberadas 4,00 kca1 por grama mérico da variação de entalpia pode ser obtido diretamente w

342 g/mol 4,00 kcal/g = 1368 kcal/mol


de sacarose que reage, um moi de sacarose libera: do gráfico: LU

H
o

ij
·
o
1<(

a) a equação química da combustão da sacarose é: <(
a:
C 1 2H220 11(sl + 12 02(g) -+ 1 2 C02(g) + 1 1 H20(t) <(
>
L::. H =
w
- 5 8 , 0 KJ
b) a variação de entalpia da reação é: L::. H = + 67 , 6 KJ
N , O .Igl <(
c:
I AH I �
= - 1368 kcallmol -J

:z
2. (FUVEST-SP) Com base nas variações de entalpia asso­ LU
-

= + 67,6 kJ 105
ciadas às reações abaixo:
N2(g) + 2 02(g) -+ 2 N02(g) AH A alternativa a é a correta.
DETERMINAÇÃO àH�(grafita) = O
àH�02(gl = O
como
INDffiETA DO CALOR
DE REAÇÃO temos que âH�,co2(g) = - 393 kJ, ou seja, a entalpia pa­
drão do C02 é - 393 kJ. Observe que a entalpia padrão
é igual a entalpia de formação da substância.
A tabela a seguir traz as entalpias padrão de algumas subc;­
Vimos anteriormente que a variação de entalpia de uma
tâncias.
reação é determinada experimentalmente no calorímetro.
Existem, no entanto, maneiras indiretas de determinação da
variação de entalpia de uma reação. A seguir, discutiremos
Entalpia padrão (âll?) em kcal/mol
as mais importantes.
c2(gJH2(gJ + 54,2
C2H4(gJ + 12,5
Determinação através da
definição de L\H
C2H6(g) - 20,2
C3H8(gJ - 24,8
Já vimos que a variação de entalpia àH de uma reação CC14(t) - 33,3
é a diferença entre as entalpias dos produtos e reagentes de CH4(gl - 17,9
uma reação. CHC13(t) - 31,5
àH = HP - Hr CH30�t> - 57,0
Portanto, se conhecêssemos as entalpias absolutas das CO(g) - 26,4
substâncias, poderíamos calcular, facilmente, a variação de C02(gJ - 94, 1
entalpia associada a qualquer reação. Como isto é impossí­ NH3(gJ - 1 1,0
vel, pois apenas a diferença das entalpias dos produtos e rea­
NH4C�sl - 75,4
gentes pode ser medida, os químicos resolveram atribuir, ar­
bitrariamente, a um grupo de substâncias um determinado
NH4N03(s) - 87,3

valor de entalpia e, a partir disso, construir uma escala rela­ NO(g) + 2 1,6
tiva de entalpias das demais substâncias. N02(gJ + 8, 1
Assim, atribuiu-se às variedades alotrópicas mais estáveis HBr(gJ - 8,7
das substâncias simples, a 25°C e 1 atm, entalpias iguais a
HCl(gJ - 22,1
zero. Essas condições experimentais são chamadas de con·
HF(g) - 64,2
dições padrão ou estado padrão, e a entalpia, determi­
H�gl
drão é representada por UO.
nada nessas condições, é a entalpia padrão. A entalpia pa­ + 6,2
HN03(t) - 41,4
Por exemplo, têm entalpias padrão zero as substâncias: H20(g) - 57,8
02 gasoso, H2 gasoso, 12 sólido, C grafite, S8 rômbico etc., H20(t) - 68,3
e têm entalpias padrão diferentes de zero as substâncias:-02
H202(t) - 44,8
líquido, 03 gasoso, H2 líquido, .12 gasoso, C diamante, S8
monoclínico etc.
H2S(g) - 4,8
o A entalpia padrão de uma substância qualquer pode ser H2S04(t) - 1 93,9


1<(
u- calculada tomando-se como referência a variação de ental­ so2(g) - 71,0
c:: pia da reação de formação, também chamada de entalpia de so3(g> - 24,5
w formação, dessa substância a partir de seus elementos, no
o ZnO(s) - 83,2
estado padrão.
c::
o ZnS(s) - 48,5
_J
NaBr(s) - 86,0
Naqs)
<(
u Calor de formação ou entalpia de formação é
o - 98,2

;!
o o nome dado à variação de entalpia associada à formação
NaF(s) - 1 36,0
de um mol de uma substância a partir de seus elementos
w constituintes, na forma de substâncias simples mais está­ Na�s) - 68,8
C::·
vel e no estado padrão. NaO�s) - 102,0
z
o

o
ãU:.
1<(
u­ A entalpia de formação é representada por
Conhecendo-se as entalpias padrão das substâncias, a va­
<(
z Exemplo riação de entalpia de uma reação pode ser determinada com
::::2!! facilidade.
c:: H2(gJ + 1/2 02(gJ -+ H20(t)
âHr
w
1-

l� _�c_ _s
ro
íc_
=

u
w - 285,5 kJ/mol (25°C, 1 atm)
o
- �
Acompanhe a seguir a determinação da entalpia padrão . __________ __ __________

l06 do dióxido de carbono gasoso:


Reação de formação do C02(gJ: 1 . (PUC-SP) Sabendo-se que o calor de formação do ozô-
= I. Ggraf) + 02(g) -+ C02(g) AH = - 393 kJ
=
nio é L\H + 34 kcal/mol e o de formação da ãgua liquida
L\H =
é L\H - 68 kcal/mol, concluímos que, nas mesmas con•
H2(g) + 112 02(g) H20(t) -+ - 285,5 kJ

kJ
11.
dições físicas, o L\H da reação:
111. CH4(g) + 202(g) -+ C02(g) + 2H20<t> L\H = - 889,5
3 H2(g) + 03(g) -+ 3 H20(t)
é possível determinar a variação de entalpia da reação de for­
é, em kcal:
a) + 283; b) + 79; c) - 79; d) - 102; e) - 238. mação do metano, CH4,
reação essa que não permite medi­
das calorimétricas precisas de seu calor de reação por ser lenta
Solução e apresentar reações secundãrias.
AH =
A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, re­

HH2o<1 > )
H P - Hr
sultar na reação de formação do metano, cujo AH queremos
=
(3
(O
AH (3 · - HH2(g) + H g )
·
03( ) determinar:
AH = 3 · ( - 68) - + 34) AH = ?
AH = - 204 - 34
No entanto, para obtermos essa equação devemos efetuar
I L\H = - 238 kcallmol I as seguintes operações:
• multiplicar a reação II por 2, para que o número de mols
A alternativa e é a correta. de H2(g) 2,
seja igual a conseqüentemente o L\H também se­

2.
rã multiplicado por 2;
(EE MAUÁ-SP) CalcU.le a enta1pia de formação do • inverter a reação 111, para que o CH4(g) passe para o se­
C02(g) considerando que: gundo membro da equação. Em vista disso, o L\H também
a) a entalpia de formação de 56,0 g de é 220 kJ; co(g) terã seu sinal invertido, isto é, se a reação é exotérmica, in­
b) na produção de C02(g)
a partir de 14,0 g de CO(g) vertendo-se o seu sentido, passarã a ser endotérmica e vi·
liberam-se 142 kJ. ce-versa;
• somar algebricamente as equações e os AH.
Solução Assim temos:
A massa molar do monóxido de carbono é 28 g mol - 1 . ·

I. C(graf) +' -+ � AH = - 393 kJ


+� �t)
Como durante a formação de 56,0 g de CO são liberados
220 kJ, para a formação de 1 moi (28 g) são liberados 1 10 kJ. 11. 2 H2(g) -+ AH = - 571 kJ

é a massa de O,� moi de substância. Quan­


Este é o valor da entalpia de formação de um moi de CO.
14,0 g de CO III� + �-+ CH4(g) + � AH = + 889,5 kJ
( +)------
+ 2 H2(g)
do 0,5 moi de CO reage para formar dióxido de carbono, são ------

c(graf) -+ CH4(g) AH = - 74,5 kJ


liberados 142 kJ. Portanto, 284 kJ são liberados quando um
mol de CO reage. A equação termoquímica que representa
este processo é: EXERCÍCIOS
co(g> + 112 o2(g> -+ co2(g)
A enta1pia de formação do CO pode ser assim calculada:
1 . (FUVEST-SP) Considere os seguintes dados:
L\H = Hp - Hr
C(grafira) + 2 H2(g) -+ CH4(g) L\H = - 18 kcal/mol CH4
= 1/2 H02(g)
L\H Hc0 ) - (Hco(g) = - 190 kcallmol C
+ C(g) + 2 H2(g) -+ CH4(g) L\H
2(g
- 284 = Hco2(g) - ( - 1 10 + O) Quantas kcal são necessãrias para vaporizar 1 20 g de carbo­

I Hco2(g) = - 394 kJ I no grafítico?


1<(
o


Solução U•
A vaporização do carbono grafítico é representada pela
a:
equação: w
Lei de Hess C(grafita) -+ C(g)
c
a:
o
-I
Em 1849, o químico Germain Henri Hess, efetuando inú­
5
A determinação do L\H dessa transformação pode ser cal­
meras medidas dos calores de reação, verificou que: culada pela lei de Hess:

� �
o
AH CH4

c
C(gralita) + -+ = - 18 kcal/mo1
O calor liberado ou absorvido numa reação química � C(g) + � AH
-+ = + 190 kcal/mo1 CH4 w
a:
depende apenas dos estados inicial e final da reação, não
------- ( + 1------ õ
dependendo dos estados intermediãrios pelos quais a rea­ �
c(grafita) AH = + 172 kcallmol
ção passa. -+ Cig) 1<(
o
u-
Como cada moi de carbono corresponde a 1 2 g, temos:
1 72 kcal

Esta é a lei da aditividade dos calores de reação ou lei
g 12 �
120 g X a:
w
de Hess. �
w
De acordo com essa lei é possível calcular a variação de
entalpia de uma reação através da soma algébrica de equa­
I x = 1 720 kcal I c
-

1 07
ções químicas que possuam L\H
conhecidos. Por exemplo,
a partir das equações: 2. (UF-CE) Considere as seguintes equações termoquímicas:
2 S(s) + 2 02(g) � 2 S02(g) + 142,0 kcal Para se determinar o .!\H de uma reação a partir dos va­
lores de energia de ligação devemos considerar:
2 S02(g) + 02(g) � 2 S03(g) + 46,0 kcal
• que todas as ligações dos reagentes são rompidas e deter·
Calcule o calor de formação de um mol de S03 gasoso, minar a quantidade de energia consumida nesse processo;
em kcal/mol. • que as ligações existentes nos produtos foram todas for­
madas a partir de átomos isolados e determinar a quantida·
Solução de de energia liberada nesse processo.
A equação que representa a formação de um moi de trió­ O AH será correspondente à soma algébrica das energias

de ligações. É importante salientar que este método fornece


xido de enxofre é: envolvidas nos dois processos, o de ruptura e o de formação
S<s> + 3/2 02(g) � S03(g)
valores aproximados de .!\H. Ele é muito útil na previsão
Para utilizar a lei de Hess a fim de calcular o calor de for­
da ordem de grandeza da variação de entalpia de uma reação.
maçáo do so3 devemos dividir as duas equações por 2 e a
seguir somá-las.
S<s> + 02(g) � S02(g) + 71,0 kcal
EXERCÍCIOS

so2(g> + 112 02(g> � so3(g) + 23,0 kcal 1 . (PUC-SP) Conhecendo-se as seguintes energias de liga­
----- ( +) ----­ ção no estado gasoso:
S(s) + 3/2 02(g) � S03(g) + 94,0 kcal H - H: AH 104 kcal/mol;
==

C! - C!: AH == 58 kcal/mol;
I
Portanto: AH = - 94,0 kcal/mol I H - C!: .!\H == 1 03 kcal!mol.
Calcule o AH da reação:
Energia de ligação H2(gJ + Cl2(gJ -+ 2 HC�gJ

Solução
Energia de liqação é a energia fornecida para rom­ Utilizando fórmulas estruturais para escrever a equação
per 1 moi de ligações entre dois átomos em um sistema temos:
gasoso, a 25°C e 1 atm.
H - H + Cl - CI � 2 H - Cl
Para que a reação ocorra é necessário romper 1 moi de
ligações H - H e 1 moi de ligações Cl - Cl e formar 2 mols
A energia de ligação pode ser . - Cl.

• energia consumida na quebra das ligações dos reagentes


mente. Na tabela abaixo estão relacionadas as energias de Em termos energéticos temos:
algumas ligações.

• energia liberada na formaÇão das ligações dos produtos =


== +(104 + 58) = + 162 kcal;

Energias de ligação (kcal/mol) medidas a 25°C == - (2 103) = - 206 kcal


=
·

AH + 162 - 206
N-N 39 C - 0 85,5
I AH = - 44 kcal I

N=N 100 C = O (no C02) 192,0
cn
2. (FUVEST-SP) Dadas as seguintes energias de ligação,
I.U
•O


N = N (no N2) 225,8 C-S 65
em kJ/mol de ligação:
a:
=
cn C - C 82,6 C=S 128 N N 950 H - H 430 N - H 390
<
c calcular o valor da energia térmica (em kJ/mol de NH3) en­
I.U
c C = C 145,8 N-H 93,4 volvida na reação representada por:
<
c N2 + 3 H2 � 2 NH3
w
z

C = C 199,6 P - H 76
z
Solução
o
o... C -N 72,8 C - H 98,8
cn
I.U • energia envolvida no rompimento de ligações
w ·
f3
C =N 147 O - H 1 10,6 I moi N = N 950 kcal/mol = 950 kcal
·

a:
3 moi H - H 430 kcal/mol = 1290 kcal
·

o energia absorvida = 2240 kcal.


.....J C=N 212,6 S -B 83
<
u
w
6 moi N - H · ( - 390) kcal!mol = - 2340 kcal;
• energia envolvida na formação de ligações
c
Observe que os valores tabelados são todos positivos, is­

i=
to porque o rompimento de ligações é um processo que con­
some energia, ou seja, é um processo endotérmico. A forma­ • energia térmica envolvida no processo
- ção de ligações, ao contrário, é um processo que libera ener· 2240 - 2340 = - 100 kcal/2 moi NH3•
. 08 gia, processo exotérmico • Portanto, por moi de NH3 a energia liberada é 50 kcal.
cuias movimentam-se com mais liberdade do que no estado
TIPOS DE CALORES E líquido, estão, portanto, mais desorganizadas;
• a dissolução de qualquer substância em um líquido tam­
ESPONTANEIDADE bém produz um sistema em que a desorganização ê maior.
DAS REAÇÕES Da mesma forma que para a entalpia, para a determina­
ção da entropia das substâncias foi necessário estabelecer,
arbitrariamente, a entropia de algumas substâncias e, a par­
tir disso, construir u� escala relativa de entropias. Estabe­
leceu-se que uma substância, na forma de um cristal perfei­
A variação de entalpia recebe uma denominação particu­ to, a zero Kelvin, tem entropia zero.
lar dependendo da natureza da reação. Já vimos um caso par­ A tabela a seguir relaciona as entropias padrão (s0) de al­
ticular: a entalpia de formação. Outros casos particulares são: gumas substâncias.

É AH associado à reação de combustão, no estado padrão,


Calor de combustão ou entalpia de combustão

de um moi de uma substância. É representado por AH�mb.


Exemplo
Entropia padrão (cal/moi · K) a 25°C
C2H60(t) + 3 02(g) -+ 2 C02(g) + 3 H20(t) C (grafite) 1,37
AHgomb. = - 1365,6 kJ/mol (25°C, 1 atm) C (diamante) 0,6
Ca 9,95

É o AH associado à dissolução de 1 moi de uma substância


Calor de dissolução ou entalpia de dissolução Cu 7,97

em água suficiente para preparar uma solução diluída. É re­


Fe 6,49
Ag 10,20
o
presentado por AHc%ss. t:l
......
BaO 16,8
....:I BaC03
=
Exemplo -o
26,8
Cl)
NaC�sJ -+ N�!q) + Cl(;q) AHc%ss. 3,89 kJ/mol BaS04 31,6
CaO 9,5
Calor de neutralização ou entalpia de neutra· Ca(OH)2 17,4
lização CaC0 3 22,2
É o AH da reação de neutralização de 1 equivalente-grama CuO 10,4
de um ácido por I equivalente de uma base, ambos na for­
Fe203 21,5
ma de soluções aquosas diluídas.
Exemplo Br2 36,4
HC�aq) + NaOH(aq) -+ NaC�aq) + H20(t) o
t:l
H20 1 6,73

=
......

§
Hg 1 8, 1 7
AH�eut. - 57,2 kJ/eq
.......
Metanol, CH30H 30,3
....:I Etanol, C2H50H 38,4
Espontaneidade das reações Ácido acético, CH3COOH 38,2

He 30, 13 (/)
w
Muitos dos processos que ocorrem à sua volta são espon­

•O
Ne 34,95 c.>
tâneos, isto é, uma vez inciados prosseguem sem a necessi­
dade de ajuda externa. A dissolução do sal em água, a quei­ Ar 36,98 a:
ma do carvão são exemplos de processos espontâneos. Kr 39, 1 9 (/)
<(
Os processos não espontâneos são aqueles que apenas são Xe 40,53 o
w
possíveis através do fornecimento contínuo de energia do H2 31,21 o
<(
meio ambiente. O cozimento de alimentos, a obtenção de me­ F2 48,6 o
tais, são exemplos de processos não espontâneos. ü:i


Cl2 53,3 z
A constatação de que a maioria dos processos espontâ­ Cl) Br2 58,6
� z
neos ocorrem com liberação de energia, levou à idéia de que Cl)
<
co 47,3 o
apenas processos exotérmicos, que ocorriam com diminui­ a..
c:J NO 50,3 (/)
w
ção de energia do sistema, eram espontâneos. De fato, isto w
N2 45,7
é verdade para muitas reações; existem, no entanto, proces­ (/)
sos espontâneos que absorvem calor. Portanto, além do fa­ 02 49,0 w
a:
H20 o
__.
tor energia, existe um outro que influencia a espontaneida­ 45, 1
<(
de de um processo. Este fator chama-se entropia, e é repre­ c02 5 1, 1 CJ
so2 59,4 w
sentado pela letra S. o
A entropia está associada à ordem ou à desordem de um H2S 49, 1 (/)
o
sistema. Quanto mais desorganizado o sistema, maior será Metano, CH4 44,5 a..
t-
sua entropia. Exemplos de processos que ocorrem com au­ Etano, C2H6 54,8 -

1 09
mento de entropia: Propano, C3Hs 64,5
• a evaporação de um líquido - no estado gasoso as molé-
A espontaneidade de um processo é determinada pelos à temperatura de 100°C. Dado:
fatores entalpia e entropia. São espontâneos os processos que AHc2H2 = 54,2 kcallmol
ocorrem com diminuição de entalpia e aumento de entro­ AHc2H6 = - 20,2 kcal/mol
pia. Não são espontâneos os processos que ocorrem com au­ ASH2 = 31,2 cal/K moi·

mento de entalpia e diminuição de entropia. Quando um pro­ ASc2H2 48 cal/K moi


"" ·

cesso ocorre com aumento ou diminuição simultânea de en­ ASc2H6 54,8 cal/K moi
"" ·

talpia e entropia, para se prever a espontaneidade ou não da


reação é necessãrio lançar mão de uma grandeza que rela­ Solução
ciona a entropia e a entalpia. Esta grandeza é a energia li­ Para se prever se a reação é ou não espontânea, na tem­
vre de Gibbs (G) e é dada pela equação: peratura dada, é necessãrio conhecer os valores de AH e AS.
O valor de AH é calculado como jã vimos anteriormente e

I AG = AH - T • Cãlculo de AH:
o de AS de maneira semelhante.
. AS I
onde: AH = Hc2H6 - (Hc2H2 + 2 · H H2)
• AG é a variação de energia livre do sistema, dada em AH = - 20,2 - (54,2 + O)
AH = - 74,4 kcal
• Cãlculo de AS:
kcal/mol;
• AH é a variação de entalpia, dada em kcallmol;
=
54,8 - (48 + 2 · 31,2)
AS Sc2H6 - (Sc2H2 + 2 · SH)
•T é a temperatura absoluta (K);
AS ==

• AS é a variação de entropia, dada em cal/K · moi. AS = - 55,6 cal/K moi


·

Substituindo os valores na expressão da energia livre de


A energia livre de Gibbs mede a capacidade que um sis­
Gibbs temos:
tema possui de realizar trabalho. São espontâneos. os proces­
AG = AH - T · AS
sos onde a capacidade de realizar trabalho do sistema dimi­
AG = - 74,4 kcallmol - 373 K · ( - 55,6 cal/K · mol)
nui, ou seja, AG < O. Processos não espontâneos são aque­
AG = - 74,4 kcallmo + 20 738,8 cal/moi
les onde a capacidade do sistema realizar trabalho aumenta,
ou seja, AG > O. Fazendo a conversão de unidades encontramos o valor
de AG:
AG = - 74,4 kcal/mol + 20,7 kcal/mol
EXERCÍCIO
I AG = - 53,7 kcal/mol I
(FEI-SP) Determinar a espontaneidade da reação:
C2H2 + 2 H2 -+ C 2H6 Portanto, a 100°C a reação é espontânea.

CJ)
w

115
IQ
(..)

a:
CJ)
<(
c
w
c
<(
g
w


:::z

:::z

f3
o
a...

w
CJ)
w
a:
o
...J

5
w
c
CJ)
o
a...
i=
-

1 10
,

CINETICA ,

Q UIMICA

Através de estudos termodinâmicos é possível determi­ A velocidade média de uma reação pode, portanto, ser
nar se uma reação é ou não espontânea, ou se é exotérmica expressa por moi/i min, moi/i s, moi/i hora etc.
· · ·

ou endotérmica. Esses estudos, no entanto, nada nos infor­ Como o símbolo L\ corresponde sempre à diferença en­
mam acerca da velocidade com que a reação ocorre nem acer­ tre o estado final e inicial, quando a substância tomada co­
ca das condições particulares necessárias para uma velocida­ mo referência, no cálculo da velocidade média, for consumi­
de razoável de formação do produto. Muitas vezes uma rea­ da durante a reação (reagente), essa variação terá valores ne­
ção termodinamicamente favorável pode não ocorrer em cer­ gativos. Para evitar, no entanto, o aparecimento de veloci­
tas condições experimentais. Por exemplo, cálculos termo­ dades negativas, costuma-se multiplicá-las por - 1, temos as­
dinâmicos indicam que uma mistura dos gases hidrogênio sim que:
e cloro deve reagir espontâneamente. No entanto, se a mis­
Vm = - �
tura encontrar-se no escuro e à temperatura ambiente, a rea­ L\[X]
ção não ocorre de forma perceptível. A exposição da mistu­
ra à luz ou à faísca elétrica pode, entretanto, produzir uma Considerando que a proporção entre o número de mols
reação explosiva da mistura com formação de gás clorídrico. das substâncias participantes de uma reação nem sempre é
A cinética química tem como objeto de estudo a velocidade de 1 : 1, as velocidades de modificação das concentrações das
de reação, os fatores que interferem na velocidade de reação substâncias podem variar de acordo com o coeficiente este­
e os mecanismos de reação, isto é, a seqüência de etapas pe­ quiométrico da substância na reação. Em vista disso, a velo­
las quais uma reação se processa. cidade média da reação, como um todo, é fornecida pela ra­
zão entre as velocidades médias de consumo ou produção de
substâncias e o correspondente coeficiente da equação quí­
mica. Assim, para a reação genérica:
aA + bB -+ cC + dD
VELOCIDADE MÉDIA DE temos:
REAÇÃO

Para calcularmos a velocidade média de uma reação, de­ Por exemplo, para a reação:
vemos tomar uma substância que participa da reação como C2H50H + 3 02 -+ 2 C02 + 3 H20
referência e determinarmos a quantidade dessa substância onde 1 mol de álcool etílico (C2H50H) consome 3 mo1s de
que foi consumida ou produzida num certo intervalo de tem­

(.)·
oxigênio e produz 2 mols de dióxido de carbono e 3 mols
po. A velocidade média é normalmente calculada pela rela­ de água e que, em determinadas condições experimentais, o
ção entre a variação da concentração molar da substância to­ se processa com o consumo de 0,6 mol de C2H50H por mi­ I<(

;:5
mada como referência e o intervalo de tempo considerado. nuto, temos:
Matematicamente temos: a:
Vm c2H50H = 0,6 mol/min LU
o
= 1,8 mol/min <(
� Vm o2
o
•W
� Vm co2 = 1,2 mol/min �
LU
Vm H�O 1,8 mol/min
<(
o
onde:
g
e, a velocidade média da reação será: o
• Vm = velocidade média;
Vm C2H50H _V_m_ o2_ _V
_m_C_
0:..
2 Vm C02
• L\[X] = variação da concentração molar da substância to­ Vm = = = = u::l

= Q = 1.&_ = 0,6 mollmin


1 3 2 3 >
mada como referência;
111
= 0,6 1,8 -
• L\t = intervalo de tempo. Vm =
1 3 2 3
Velocidade média e concentração
velocidade

A velocidade média de uma reação depende da concen·


tração dos reagentes. Este fato pode ser ilustrado com a rea­
ção:
CO(g) + N02(gl -+ C02(g) + NO(g)

realizada a 400° C com concentração inicial de CO igual a


1,0 moi/ f . Os dados experimentais obtidos foram:
tempo

Observe que a velocidade média de consumo de CO vai'


tempo de reação(s) [CO]

o
diminuindo com o tempo, sendo máxima no início da rea­
1 ,0 ção e tendendo a zero à medida que a reação se aproxima
do final.
10 0,66
EXERCÍCIO
20 0,50
(OSEC-SP) A velocidade média da reação:
30 0,40
N2 + 3 H2 -+ 2 N H3
40 0,34 vale 2 mols/minuto.
A velocidade média em função do hidrogênio vale:
50 0,28 a) 6 mols/minuto; b) 3 mols/minuto; c) 2 mols/minuto;
d) 0,5 moi/minuto; e) 5 mols/minuto.
A velocidade média de consumo de CO será, no interva·
<0•66 - l,OO)
Solução
de O a lO s Vm = - = O'034 mol/l · s
lo de tempo:

(10 O) -
A velocidade média de uma reação é dada pela relação
entre a velocidade média e consumo ou produção de uma

de 10 a 20 s Vm = - (
O,SO 0'66) - = O'016 moi/i · s
substância e seu coeficiente estequiométrico na equação. As­
sim, para o hidrogênio, temos:
(20 - 10)
(O- (!� = ��O) I
de 20 a 30 s Vm = � 0,01 mol/t · s Vm =
V
�H2 I
e Vm H2 = 6 mols/minuto
O gráfico que representa a variação da velocidade média
da reação com tempo tem o seguinte aspecto: A alternativa a é a correta.

o FATORES QUE ALTERAM



I<{

i1í
A VELOCIDADE reação rápida:
5 Fe[a� + Mn04(aq) + 8 H(:q) -+

DE REAÇÃO
5 Fe(a� + Mofa� + 4 HzO(t)
a:
<{
o
w
o
<{
o
Observa-se que estas reações apesar de bastante semelhan­
u tes, a única alteração se deve à substituição do íon oxalato,
o
-1
w
A modificação das condições expenmentais sob as quais C2o�- pelo íon ferro 11, Fe2 +, apresentam grande diferen­
> uma reação se processa pode provocar alteração na sua velo· ça nas velocidades de reação.
<{ cidade. A seguir, discutiremos os principais fatores capazes A explicação para essa diferença encontra-se na quanti·
::!: de modificar a velocidade de uma reação.
<{ dade de ligações que são rompidas e formadas durante a rea­


a: ção. Em geral, reações que envolvem a quebra de muitas li­
w
Natuieza dos reagentes gações são lentas à temperatura ambiente. Ao contrário, rea­
<{ Quando uma reação química ocorre, ligações químicas ções que não exigem o rompimento e a formação de ligações
w
::I dos reagentes são rompidas e novas ligações são formadas são, em geral, rápidas.
o
r.n
nos produtos. A velocidade de reação deve, portanto, depen­
w der da natureza e da quantidade das ligações envolvidas.
a: Concentração dos reagentes
o Comparando-se, por exemplo, a velocidade das reações, que

-�
1- As reações químicas podem ser homogêneas ou hetero­
ocorrem em solução aquosa e à mesma temperatura: . gêneas. As reações homogêneas são aquelas que ocorrem em
• reação lenta:

1 12
uma única fase,como as reações entre gases.As reações hete­
5 C20�;q) + 2 Mn04(aq) + 16 H(:q) -+ rogêneas envolvem mais de uma fase como, por exemplo,
a queima de madeira que envolve uma fase sólida, a madei­ As potências que aparecem na expressão são chamadas
ra, e uma fase gasosa, o oxigênio. ordens da reação. Assim, dizemos que essa reação é de pri­
Verifica-se experimentalmente que a velocidade de uma meira ordem em relação ao H2 e de segunda ordem em re­
reação heterogênea depende da área de contato entre as fa­ lação ao NO. A ordem global da reação é dada pela soma
ses. Quanto maior a área de contato, maior será a velocidade das ordens de reação dos reagentes. Portanto, essa reação é
de reação. Assim, serragem queima mais rapidamente que de terceira ordem.
um pedaço equiyalente de madeira, uma vez que o fraciona­ Genericamente, a expressão da lei de velocidade é
mento da madeira aumentou a sua superficie de contato com dada por:

I J
o ar.
V = k[A)D · [B]m . . .

onde:
• [A], [B], .. . = concentrações molares dos reagentes;
• n, m, . .. = ordens de reação dos reagentes;
• k = constante específica da velocidade.
sól ido sól i do fracionado
É importante observar que a lei de velocidade é determi­
nada experimentalmente. Supor que os coeficientes de uma
A velocidade de uma reação homogênea depende da con­ equação balanceada sejam os expoentes na lei da velocidade
centração dos reagentes. Esta pode ser alterada pela remo· é um erro, pois isso, em geral, não é verdade.
ção ou adição de reagentes, ou pela variação de volume do
sistema no caso de gases. A determinação quantitativa da in­
fluência da concentração sobre a velocidade apenas pode ser
determinada experimentalmente. Não é possível a partir da Temperatura
equação de uma reação prever como a velocidade será afeta­ Verifica-se experimentalmente que, independente da rea­
da por uma variação na concentração dos reagentes. ção ser exotérmica ou endotérmica, um aumento na tempe­
A seguir, discutiremos como podemos determinar quan· ratura da reação sempre provoca um aumento, de velocida­
titativamente a maneira pela qual a concentração dos reagen­ de, enquanto que urna diminução na temperatura geralmen­
tes afeta a velocidade de uma reação. Para tanto estudare­ te diminui a velocidade.
mos a reação:
2 H2(g) + 2 NO(g) -+ 2 H20(g) + N2(g) Regra de Van't Hoff: O aumento de l0°C na tempe­
cujos dados experimentais estão relacionados na tabela se­ ratura de uma reação, que se processa em solução, faz
guinte: com que sua velocidade aproximadamente duplique.

molaridade inicial velocidade inicial Essa regra deve ser utilizada com cautela, pois apenas ex­
experiência
(atm/min) perimentalmente podemos determinar o efeito quantitativo
NO(g) H2(g) causado por um aumento de temperatura.
I 0,006 0,001 0,025 Na expressão da lei de velocidade, o aumento de veloci­
dade com a temperatura é traduzido por um aumento na cons­
11 0,006 0,002 0,050 tante específica da velocidade.
o
III 0,001 0,009 0,0063

•<

IV 0,002 0,009 0,0252 a:
Catalisadores
temperatura das reações: 800°C c
<
UJ
Chama-se catalisador a substância que, adicionada à c
c
<
reação, aumenta sua velocidade, permanecendo inaltera­
g
Analisando a tabela de dados, verificamos que:
• os dados relativos às experiências I e 11 mostram que, du­ da após o término da reação.
...J
plicando-se a concentração de H2, a velocidade da reação UJ
>
também duplica. Portanto, a velocidade da reação é direta­ <
mente proporcional à concentração de H2; O catalisador é específico para cada reação particular sen­ :::?!
• os dados relativos às experiências III e IV mostram que, <
do, normalmente, utilizado em pequenas quantidades. a:
w
duplicando-se a concentração de NO, a velocidade de rea­ Há dois tipos de catálise: a homogênea e a heterogênea. 1-
....J
ção quadruplica. Portanto, a velocidade de reação é direta­ Na catálise homogênea os reagentes e o catalisador encontram­ <
w
mente proporcional ao quadrado da concentração de NO. se numa única fase. Na heterogênea, o catalisador e os rea­ ::::>
Matematicamente, temos: o
gentes formam fases distintas.
ffi
= Exemplos de catalisadores:

v k [H2J [NOf a:


Esta equação é conhecida como le.i de velocidade para a • a platina é um catalisador para reação de hidrogenação de
reação, sendo k uma constante de proporcionalidade que re­ óleos que fornecem a margarina;
-

1 13
cebe o nome de constante específica da velocidade, caracte­ • as enzimas são substâncias que atuam como catalisadores
rística de cada reação e variável com a temperatura. em processos bioquímicos.
k = 10 moles • f- I · min - I
EXERCÍCIOS 4 moles . e- 2
k = 2,5 f · min - 1
1 . (MEDICINA ABC-SP) Uma certa reação representada
pela equação quimica: Portanto, a expressão da lei da velocidade se toma igual a:
substância A + substância B --.. produtos v = 2,5 f · min- 1 [A]2
possui velocidade inicial dada por:
Quando a concentração de A for igual a 1 mol · e- 1 a
v = constante · [Ar · [B)Y velocidade da reação será:
v = 2,5 f · min - 1 • ( 1 moi · e- 1 )2
Com a finalidade de se encontrar os valores de x e y
realizaram-se três experiências com a mesma reação, cujos
dados encontram-se na tabela seguinte:
I v = 2,5 mol . e- I . min - I I
ou seja, a diminuição da concentração pela metade reduz de
concentração
velocidade iniciai 1/4 a velocidade da reação, pois ela é de segunda ordem.
(molllitro)
(moi/litro · segundo) A alternativa d é a correta.
3. (SANTA CASA-SP) Os fatores relacionados abaixo têm
experiência
[A) [B]
1 1,0 1,0 1,0 influência na velocidade de uma reação quimica. Escolha
aqueles que justificam a afirmação:

diado por uma faisca ou chama e produzir violenta explosão."


2 2,0 1,0 4,0 "Nas minas, o p6 de carvão betuminoso pode ser incen­
3 1,0 2,0 2,0
a) concentração e catalisador;
Os valores de x e y são: b) temperatura e catalisador;
a) x = 1 e y = O; b) x = 4 e y = 1; c) x = 1 e y = 2 ; c) temperatura e superficie de contato;
d) x = 2 e y = 2; e) x = 2 e y = 1 . d) pressão e concentr�ção;
e) superficie de contato e pressão.

Solução Solução
Levando-se em consideração os dados das experiências O p6 de carvão apresenta grande superficie de contato,
1 e 2 vemos que, para a mesma concentração de B, a dupli­ o que favorece sua combustão.
cação da concentração de A faz com que a velocidade inicial Uma faisca ou chama produz a energia necessária para
da reação quadruplique. A ordem da reação em relação a A que a combustão do carvão ocorra. Como ele se encontra fi­
é 2. namente dividido, a reação será muito rápida a ponto de ser
Levando-se em consideração as experiências 1 e 3 vemos explosiva.
que, para a mesma concentração de A, duplicando-se a con­ A alternativa c é a correta.

4. (OSEC-SP) As reações quimicas são tão mais rápidas


centração de B, a velocidade inicial da reação também du­
plica. A reação é de primeira ordem em relação a B.
A equação da velocidade da reação é quanto:

o
I<(
I v = constante · [A]2 •
[B] 1 I I - mais uniforme for a distribuição de energia das parti­
cuias reagentes;

A alternativa e é a correta. 11 - maior for o número de particulas reagentes com ener­


ex:
gia superior à energia de ativação.

2. (UF-RS) A velocidade da reação de segunda ordem:


<C
Cl
w III - maior for a energia de ativação.
o .
<( Em relação às afirmações acima, podemos dizer que:
Cl 2 A --.. produtos

é 2 moles · e- 1 • Se a concentração baixa para a metade da­


u é de 1 0 moles · e- t min - I quando a concentração de A
· a) apenas I é correta.
o
o:! b) apenas 11 é correta.
> quele valor, a velocidade será de: c) apenas III é correta.
<C

e) 5,0 moles · f- I · min - 1 •


a) 0,2 mol e- 1 • min - 1 ; d) 2,5 moles · e- 1 • min - 1 ;
b) 1,0 mol · f- I · min - 1;
d) as afirmações I e 11 são corretas.
::2:
·

<(. e) as afirmações li e 111 são corretas.


ex:
w c) 1,25 mol · t- I · min - 1 ;
1-
...J
<C
Solução
w A energia é um dos fatores que interfere na velocidade
::::l
Solução
o
ffi
Se a reação é de segunda ordem, a expressão da lei de de uma reação quimica. Como a energia de ativação é a ener­
velocidade é v = k [Af gia mínima que as moléculas devem possuir para formar o
ex:
·

o Utilizando os dados do enunciado podemos calcular o va­ complexo ativado, quanto maior for a energia das particulas
......
<( lor da constante da velocidade da reação: reagentes maior quantidade de particulas estará apta a ven­
u..
cer a barreira energética que separa reagentes de produtos
- v = k [A]2
. 14
·

10 moles · f- I · min - I = k · (2 moles · f- 1 )2


e conseqüentemente maior será a velocidade da reação .
A alternativa b é a correta.
TEORIA DA COUSÃO

Para explicar os fatos experimentais observados em rela­


ção à velocidade das reações químicas, os cientistas elabora­ A colisão das partículas reagentes forma um agregado atô­
ram um modelo chamado teoria da colisão de reação. Os mico transitório chamado complexo ativado.
principais postulados deste modelo são a seguir discutidos. Para a reação em fase gasosa:

• para que urna reação química ocorra é necessário que haja H2(g) + l2(g) -+ 2 HI(g)
colisão entre as partículas reagentes (átomos, íons, molécu­
a colisão efetiva poderia ser representada por:
las). Durante esta colisão as ligações dos reagentes são des­
feitas, ocorre rearranjo dos átomos e novas ligações são for­
colisão efetiva
madas, o que leva à formação de outras espécies, os produtos;
'

• nem todas as colisões resultam em reação. As colisões que .\ . ..• "\ '
resultam em reação, chamadas colisões efetivas, devem en­
volver determinada quantidade de energia e ocorrer segun­
do uma orientação apropriada;

-

I +
H H ---- I H I
I
. I
I

I
• a velocidade de uma reação é proporcional ao número de
colisões efetivas por segundo entre as partículas reagentes. H H H - - -- H - 1

A energia mínima necessária para que ocorram colisões


oformação
rientação adequada
do produto HI
efetivas é chamada energia de ativação. Quando a ener­
gia de ativação é grande, a reação é lenta, pois somente uma e a colisão não-efetiva por:
pequena fração das partículal possui energia suficiente para
vencer a energia de ativação. Ao contrário, quando a ener­
colisão não-efetiva
gia de ativação é pequena, a reação é rápida.
O gráfico da distribuição das energias cinéticas das mo­
léculas gasosas a certa temperatura tem o seguinte aspecto:

ooricompl
entaçãoexoinatiadequada
vado não formado é

As figuras a seguir mostram como a energia potencial de


um sistema se altera quando as partículas reagentes se apro­
ximam para formar o complexo ativado e quando se sepa­
ram para formar os produtos.
• Reação endotérmica:
Este gráfico nos mostra que em qualquer amostra de ma­

complexo ativado
téria existem partículas com as mais variadas energias ciné­
ticas. A urna determinada temperatura, poucas partículas têm
energias cinéticas muito baixas ou muito altas; a maioria de­

·5,
las têm energias cinéticas intermediárias.
A região hachurada corresponde às partículas que pos­

produtos
- --- - - - - - - -
o
1<(
CJ)
::i
suem energias cinéticas maiores que a energia de ativação
c:
LlJ o
(.)
da reação.
As colisões efetivas resultam de choques entre partículas
que apresentam energia cinética igual ou maior que a ener­ - - - -- - -- - - - -
reagentes
- --- - - - - --
<C
c
<C

-
gia de ativação.
O aumento de temperatura altera a distribuição das ener­
caminho da reação LU
1-

energiaa deabsorvi
ativação
gias cinéticas das partículas. A curva é deslocada pará ener­
-

llE
A + B
energi da
gias mais' altas. A quantidade de colisões efetivas, à tempe­ =

raturas mais altas, é maior. = B


• Reação exotérmica: A teoria da colisão e os fatores que alteram a ve·
locidade de reação
A teoria da colisão consegue explicar satisfatoriamente
com plexo ati v a d o todos os fatores, anteriormente estudados, que alteram a ve­
locidade de reação. Vejamos novamente como isso é possível:

re ag entes
Natureza dos reagentes: a velocidade de reação depende
da natureza dos reagentes porque energias de ativação de rea­
ções diferentes são diferentes;

- - - -- - - -- - - - -- - - - - - "
- ---- - - - - - - - - - -
produtos
Concentração dos reagentes: a velocidade de reação de­
pende do número de colisões e este depende da concentra­
ção dos reagentes. Quanto maior a concentração dos reagen­
c a m i n h o da reação
tes, maior será o número de colisões;
e n e r g i a de ativação = A
e n e r g i a l i bertada = B Temperatura: o aumento da temperatura aumenta a velo­
Observe que, independente do tipo de reação, a aproxi­ cidade de reação porque numa temperatura maior as ener­
mação dos reagentes aumenta a energia do sistema. A ener­ gias cinéticas das moléculas aumentam, provocando maior
gia atinge o valor máximo quando o complexo ativado é for­ número de colisões e, principalmente, colisões mais energé­
mado. Quando este se transforma nos produtos a energia do ticas, portanto mais aptas a provocarem reações;
sistema diminui.
Catalisadores: a adição de um catalisador à reação fornece
Mecanismo de reação um novo caminho para essa reação, com uma energia de ati­
vação menor. O novo caminho corresponde a um novo me­
Segundo a teoria da colisão, as reações químicas ocorrem canismo, envolvendo um complexo ativado diferente. Como
através de colisões entre as partículas reagentes. Se conside­ a barreira energética é mais baixa, é maior o número de par­
rarmos que na reação: tículas que conseguem superá-las a uma certa temperatura
4 HB r(g) +02(g) -+ 2 H 20(g) + 2 B r2(g) e concentração, e, conseqüentemente, a velocidade de rea­
ção é aumentada. Nos diagramas a seguir estão representa­
seria necessária a colisão simultânea de 5 partículas, diría­
dos, genericamente, o efeito de um catalisador sobre uma
mos que essa reação seria extremamente lenta pois a proba­ reação endotérmica:
bilidade de ocorrência de tal colisão é muito pequena. No
entanto, essa reação ocorre rapidamente à temperatura am­ c
biente. Isso levou à idéia de que essa reação não ocorreria
em uma única etapa, mas em uma seqüência de etapas mais
simples que recebeu o nome de mecanismo de reação. "'

A determinação do mecanismo de uma reação é uma ta­ :?


(!>
c
LU
refa bastante dificil que se baseia, principalmente, em infor­ energia

- - - - - _ 1 _ -- - - - - - - - - - - - - - -
mações obtidas experimentalmente. Muitas vezes uma mes­ a bsorvida

ma reação pode apresentar diferentes propostas de mecanis­


A
mo coerentes com os conceitos teóricos e as observações ex­
perimentais.
Na reação: c a m i n h o da reação

2 H2(g) + 2 NO(g) -+ N2(g) + 2 H20(g) AC


AB
=

=
energia d e ativação sem c a t a l i s a d o r
energ i a d e a t i v a ç ã o c o m catal is a d o r
a lei da velocidade obtida experimentalmente, é:
v = k [H2] [NOf e sobre uma reação exotérmica:

Através da equação química poderíamos pensar que a rea­


c
ção ocorreria quando houvesse a colisão entre duas molécu­
las de H2 e duas moléculas de NO. Entretanto, através da
lei da velocidade podemos verificar que, ao contrário do que
esperávamos, a velocidade de reação não é proporcional ao
produto do quadrado das concentrações de H2 e NO. Essa energia
o reação deve, portanto, ocorrer numa seqüência de etapas. l i be rtada
•<(
Uma possível seqüência seria:
H 2(g) + NO(g) + NO(g) -+�) + H20(g) etapa lenta
sa
....J
o

H2(g) + �)
u

-+ N2(g)
<(
+ H20(g) etapa rápida
(+)
Cl c a m i n h o d a reação

s AC

2 H2(g) + 2 NO(g)
------- = energ i a d e a t i vação sem catalisador
AB com catalisador
c::
o = energia d e ativação
w
1-

1 16
- A etapa lenta é que determina a velocidade de reação e, Observe que a variação de entalpia da reação independe
conseqüentemente, a lei de velocidade. da presença ou não do catalisador. O ilH depende somente
dos estados inicial (reagentes) e final (produtos) e não do ca­ (CESCEM-SP) Os exercícios 2 e 3 referem-se ao enunciado:
·
minho (mecanismo) pelo qual a reação ocorri:. Éter dimetílico, quando aquecido em recipiente fechado,
à temperatura T, constante, se decompõe lentamente, de acor­
do com a reação de primeira ordem:
EXERCÍCIOS
CH30CH3(g) -+ H2(g) + CH4(g) + CO(g)
1 . (UF-MG) Analise o gráfico, a seguir, referente à reação: 2. Se:
M + N -+ P + Q (temperatura e pressão constantes) v1 = velocidade de decomposição do CH30CH3
.
v2 = velocidade de formação do H2
+ 1 00 V3 = velocidade de formação do C�4
v4 = velocidade de formação do CO
então,
ro
a) v 1 = v2 + V3 + v4;
"ü b) v1 = 3v2;
c:
Q)
õ
c) v2 constante [H2];
= ·

c. d) v2 = constante [CH30CH3];
·
co
Cl e) v2 = v3 = v4 > v •
a; 1
c: z
UJ
Solução

p + Q
A equação química nos mostra que participam da reação
- 1 00 o mesmo número de mols de reagente e de produtos. Desta
(reagentes)
forma, o consumo de reagente ou a produção de produtos
ocorre com a mesma velocidade, ou seja, v = v2 v3 = v4 .
=

Entre as afirmativas que se seguem, referentes ao gráfi­ 1


De acordo com o enunciado a reação de decomposição
co, a única errada é: do éter dimetílico é de primeira ordem e, portanto, a lei da
a) X representa a energia de ativação da reação direta não velocidade da reação é:
catalisada; v1 = constante [CH30CH3]
·

b) Y representa a energia de ativação da reação direta cata­ A alternativa d é a correta.


lisada;
c) Z representa o calor liberado na reação exotérmica; 3. Com relação a esta decomposição, qual das seguintes afir­
d) a velocidade da reação representada pela curva I é menor mações é falsa?
do que a representada pela curva li;
a) A pressão total da mistura gasosa se mantém constante
e) o calor de reação correspondente à curva II é menor do
em função do tempo.
que o correspondente à curva I. b) Com o decorrer do tempo o número total de moles da
mistura gasosa aumenta.
Solução
c) Quando todo o CH30CH estiver decomposto, a pressão
X representa a energia necessária para que os reagentes total será três vezes a pressão parcial do H2 .
se transformem no complexo ativado. Portanto, ele corres­ d) Em qualquer tempo, a pressão parcial do H2 é igual à
ponde à energia de ativação da reação. do CH4•
O catalisador diminui a energia de ativação da reação e e) Em qualquer tempo, o número de moles do H2 é igual
Y representa a energia de ativação da reação catalisada.
ao do CO.
Z corresponde à diferença de entalpia entre os produtos
e reagentes. Como os produtos apresentam menor entalpia Solução
que os reagentes, a reação é exotérmica. A equação química nos mostra que para cada mol de éter
A energia de ativação da reação I (X) é maior do que a dimetílico que é decomposto é formado um mol de cada subs­
da reação I é menor do que a velocidade da reação li.
energia de ativação da reação II (Y). Portanto, a velocidade tância. Assim, temos:
• que o número de mols de cada produto é igual;
O calor de reação independe do mecanismo da reação. • as pressões parciais dos produtos são iguais;
Ele depende somente do conteúdo de calor dos reagentes e • com o decorrer do tempo a pressão do sistema aumenta,
produtos. pois um mol de reagente origina 3 mols de produtos.
A alternativa e é a correta. A alternativa a é a correta.

o
1<(
C/)
::::i
o
u
<(
Cl
<(
a:
o
w
......
-

111
I I

EQUIUBRIO QUIMICO

Reações químicas são processos onde substâncias (os rea­


gentes) interagem para formar outras substâncias (os produ­
tos) que apresentam propriedades diferentes das que reagem.
Algumas reações químicas que ocorrem em sistemas abertos CARACTERÍSTICA QE UM
se processam totalmente. É o que ocorre, por exemplo, du­
rante a decomposição térmica do carbonato de cálcio em óxido SISTEMA EM EQUIUBRIO
de cálcio e dióxido de carbono, representada pela equação:
CaC03(s) -+ CaO(s) + C02(g)
À medida que a reação se processa, a massa de carbonato
Consideremos a reação hipotética entre a mols de A e
b mols de B, produzindo x mols de X e y mols de Y, repre·
de cálcio diminui e as massas de óxido de cálcio e dióxido
sentada pela equação:
de carbono aumentam. Isto ocorre até que todo CaC03 te­
nha sido consumido. A quantidade de CaO e C02 formada
aA + bB -+ xX + yY
é determinada pela estequiometria da reação e pela quanti·
dade inicial de CaC03. Como a equação química mostra, o

mas e as de X e Y são nulas. À medida que a reação se pro·


número de mols de CaC03, CaO e C02 que participam No início da reação, as concentrações de A e B são máxi·
da reação é o mesmo; se, por exemplo, 200 g de CaC03
(2 mols) reagirem, serão formadas 88 g de co2 (2 mols) e cessa, as concentrações de A e B diminuem e, como conse·
1 12 g (2 mols) de CaO. Graficamente temos: qüência deste fato, a velocidade da reação de formação dos
produtos diminui. Simultaneamente, as concentrações de X
n (mol)
e Y aumentam e, como estão presentes no mesmo sistema,
as moléculas X e Y também podem colidir e regenerar os
2
reagentes através da reação:
t = término da reação

xX + yY -+ aA + bB

tempo
Como, à medida que o tempo passa, as concentrações de
º No entanto, se o aquecimento do carbonato de cálcio ocor­
a: X e Y aumentam, a velocidade dessa reação também aumenta.
co
';;;;j rer num sistema fechado, verificaremos que após certo tem­ Chega-se, portanto, a um instante onde as velocidades das
:::::>
o
po a reação "pãra", ou seja, a massa de CaC03 diminui até duas reações, a direta, V 1 (formação de 'X e Y) e a inversa,
LU certo valor a partir do qual não mais se altera. O mesmo ocor· V 2 (regeneração de A e B) se igualam. Este é o instante no
::2
LU re com as massas de CaO e C02 : elas aumentam até certo qual a reação química atinge o equilíbrio.
<X: valor e a partir de então não mais se alteram. Neste ponto
::2
LU a reação atingiu uma situação chamada equilíbrio quími­
1-­
� co. Nesta situação coexistem, no mesmo sistema, o reagente
(f)
(CaC03) e os produtos (CaO e C02). As quantidades das
:::::>
::2
substâncias presentes no sistema permanecerão inalteradas
LU • indefinidamente, a não ser, como veremos adiante, que al­ "'
Cl "O
(f) gum fator externo interfira no sistema. �
<X: ·u
n(moll
u o
i= Q)
-�
>

a:
LU
l-­
u t = instante em q u e o sistem�
<X: atinge o equilíbrio
a:
<X:
u te tt·mpo

-
.18
te = i nstante e m que o equ i l íbrio
tempo é ati ngido
pensada por uma transformação de moléculas çle produtos
em reagentes. Em vista disso, a equação que representa uma
aA + bB � xX + yY reação química em equilíbrio é escrita com uma dupla seta,

[AJ
indicando, desta maneira, que os processos direto e inverso

õ estão ocorrendo. Para a equação vista anteriormente temos:
(sj
E
o
'"' aA + bB � xX + yY
[v]
(.)-

....

[x]
c: Basicamente um sistema em equihôrio é caracterizado por:
"'
ll
c: • ser fechado ou se comportar como tal;
o
ll • apresentar reagentes e produtos, pois a reação não se pro­
cessa totalmente;
• apresentar propriedades macroscópicas, isto é, aquelas que
tempo podem ser medidas (temperatura, pressão, concentração etc.)
constantes;
Aparentemente, no estado. de equilíbrio, o sistema está • apresentar os processos microscópicos, isto é, as reações
"parado", isto é, não ocorre mais nenhuma modificação ob­ direta. e inversa, ocorrendo simultaneamente e com a mes­
servável. No entanto, verifica-se que tanto a reação direta ma velocidade. É por isso que o equilíbrio químico é cha­
como a reação inversa continuam a oeorrer, mas com veloci­ mado equilíbrio dinâmico;
dades iguais. Este fato explica porque ao atingir o equilíbrio, • apresentar concentração de reagentes e produtos de forma

dos reagentes, ou seja, AG = O.


as concentrações das substâncias permanecem constantes: ca­ que a energia livre dos produtos seja igual à energia livre
da transformação de moléculas reagentes em produtos com-

A CONSTANTE
Kc
_ . 0....:2�
....:.[C (g)!:.
] ..
DE EQUILÍBRIO _

- [02(g)]

Na expressão de Kc não devem ser incluídas substâncias


Vimos que quando um sistema atinge o equilíbrio, rea­ no estado sólido ou líquido. Isto porque a concentração des­
gentes e produtos estão presentes no sistema. No entanto, sas substâncias é sempre constante e seu valor está incorpo­
a equação química que representa a reação não nos dá ne­ rado ao valor de Kc.
nhuma informação a respeito de quanto de cada substância A constante de equilíbrio é característica de cada reação
está presente no equilíbrio. Esta informação pode ser obtida química e seu valor depende somente da temperatura.

o valor de Kc maior será o rendimento ou a extensão da rea­


através da constante de equilíbrio da reação. Para qualquer reação química tem-se que quanto maior
Experimentalmente verifica-se que, num sistema em equi­
líbrio, as concentrações das substâncias são tais que guar­ ção, isto é, a concentração dos produtos presentes no siste­

samente, quanto menor o valor de Kc menor o rendimento


dam entre si uma relação sempre constante. Esta relação é ma será maior do que a concentração dos reagentes. Inver­
chamada constante de equih,rio. Para a reação genérica:
aA + bB + . . .
ou a extensão da reação, isto é, haverá maior concentração
� xX + yY + ... de reagentes em relação a de produtos.

a expressão da constante de equilíbrio é: Exemplos:


º
[Xf [Y]Y .. . Kc
a:

Kc =
reação .se
=
·

:::;)
[Aja . [B]b .. . N2(g) + 02(g) +=t 2 NO(g) 1,0 . 1 0 -
30
(250C) d
w
12(g) p 2 l(g) . 5
3,8 1 0 - (727°C) w
Cl
que é a relação matemática da lei de Guldberg-Waage apli­ N204(g) +=t 2 N02(g) 0,87 (55°C) w
1-

i5
cada ao equilíbrio químico. Os valores entre colchetes cor­ 3,3 . 1081 (25°C) :z
H2(g) + 1 12 02(g) +=t H20(g)
respondem às concentrações molares das substâncias presen­
cn
tes no equilíbrio e os expoentes aos coeficientes estequiomé­ :z
o
tricos das substâncias na equação química. Como a concentração molar de uma substância é dada CJ
A expressão da constante de equilíbrio para a reação de em mol/litro, o valor numérico de Kc deveria ser acompa­ <
formação de amônia e para a reação de formação de gás car­ nhado de unidades, no entanto, ele é, geralmente, expresso -

bônico. por um número puro. 119


são da constante de equilíbrio. Para tal é necessário conhe­
EXERCÍCIOS cer o número de mols de cada substância no equilíbrio. A
tabela a seguir ilustra como isto pode ser feito:
1 . (CESCEM-SP) Dada a seguinte reação: AB + CD � AD + CB
� 2 AB3
A2 + 3 B2
início 1 I o o
verificou-se no equilíbrio, a 1000°C, que as concentrações
reagem 3/4 3/4 formando 3/4 3/4
em mols por litro são: [A2] = 0,20, [B2] = 0,20 e [AB3] =
0,60. Qual é o valor da constante de equilíbrio da reação equilíbrio 114 1/4 3/4 3/4
química citada?
A concentração molar de cada substância no equilíbrio
Solução será dada pela relação nN. Substituindo-as na expressão da
A expressão da constante de equilíbrio para esta reação é:
[AB f
constante de equilíbrio teremos:
Kc = [ 2 · 3[B2]3
Al [AD] · [CD]
Kc =
Substituindo os valores das concentrações de equilíbrio [AB] · [CD]
das substâncias envolvidas temos:

Kc = (0,60)2
(0,20) . (0,20)3
4. (CESCEM-SP) A constante de equilíbrio da reação:
I K = 225 (mol/1)- 2 a 1000°C. I
C02(g) + H2(g) � H20(g)
2. (MEDJUNDIAÍ-SP) À temperatura de 700°C, a reação:
+ co(g)
pode ser calculada a partir das constantes de equilíbrio K 1
e K2 das seguintes reações:
H2(g) + C02(gl � CO(gl +
H20(g)
apresenta constante de equilíbrio igual a 1,0. Nesta tempe­ C(s) + H20(g) � CO(g} + H2(g); K 1
ratura, quando as concentrações de equilíbrio do H2, C02 C(s) + C02(g) � 2 CO(g� K2
e CO forem respectivamente 0,2 M, 0,1 M e 0,2 M, a con­ O seu valor será:
centração de equilíbrio de H20 será:
a) 0,2 M; b) 0,1 M; c) 0,05 M; d) 0,02 M; e) 0,01 M. a) K2/K1; b) K1/K2;
d) YKi/KI ; e) YK1/YK2•
Solução
A constante de equilíbrio da reação é dada pela expressão: Solução
[CO( )] [H20(g)] As expressões da constante de equilíbrio das reações são:
Kc = [H2 g)] [C02 ]
·

(g (g) ·
[H20l [CO] ·

K = [C02] [H2l ·
Como são conhecidos os valores da constante de equilí­
brio e das concentrações de equilíbrio de H2> C02 e CO, _ [CO] [H2]
substituindo-os na expressão da constante podemos determi­ KI - (H20]
nar a concentração de equilíbrio da água. [C0]2
_ 0,2 [H20(g}]
·
K2 = [C02]
l ,O -

0,2 . 0,1
Dividindo-se a expressão de K2 pela expressão de K 11 temos

[CO(
K2 [C02] [H20] · [CO]
A alternativa b é a correta. =
K 1 [reJ [H2J · [C02] [H2]
·

o [H20l
a: 3. (CESCEM-SP) Um mol de um composto AB reage com
.lll Portanto:
um mol de um composto CD, conforme a equação:
:::!
� AB(gás) + CD(gás) � AD(gás) + CB(gás) K2
-=K
UJ
UJ Quando se estabelece o equilíbrio, verifica-se que 3/4 de mol
K1
o
UJ de cada um dos reagentes AB e CD foram transformados em A alternativa a é a correta.


z AD e CB. Não há variação de volume. Determinar a cons­
tante de equilíbrio.
(/)
z
Constante de equilíbrio em
o
u Solução termos c!e pressão parcial
<( Para determinarmos o valor da constante de equilíbrio

.20
- devemos, primeiramente, conhecer as concentrações de equi­ Quando gases participam de uma reação em equilíbrio
líbrio das substâncias envolvidas e substituí-las na expres- a constante de equilíbrio pode ser expressa em termos das
pressões parciais dos gases presentes. Considerando a rea­ Sabendo-se que a pressão total de um sistema gasoso é
ção hipotética, representada pela equação: · igual à soma das pressões parciais de cada gás, é possível de­
aA + bB t=t xX + yY terminar a pressão do NH3, no equilíbrio:
a expressão da constante de equilíbrio em termos de pressão PNH3 = Ptota1 - (PH2 + PN2)
parciai será: PNH3 = 2,80 - (0,400 + 0,800)
PNH3 = 1,60 atm
Substituindo os valores das pressões parciais na expres­
são de equilíbrio, determina-se o valor de � ·

=
(1,60)2
onde p corresponde à pressão parcial da substância e o ex­ Kp
(0,400)3 . (0,800)
poente de p é numericamente igual ao coeficiente estequio­
métrico da substância na equação.
A expressão de � para a reação de formação de amônia I Kp = 50,0 I
é:
2 É correta a alternativa d.
PNH3
KP =
----;
3 ;-
_ _;:__
PH2 • PN2 2. (PUC-SP) No equihôrio químico:
e para a formação do gás carbônico: N2(g) + 3 H2(g) t=t 2 NH3(g)
2
� Pcoz = verifica-se que Kc = 2,4 · 10- 3 (mol/1)- a 727°C. Calcu­
Po2 le o valor de KP nas mesmas condições.
A constante de equilíbrio em termos de concentração mo­

parcial (�) estão relacionadas pela expressão:


lar (Kc) e a constante de equilíbrio em termos de pressão Solução
Através da expressão:
KP = Kc (RT)õn
que relaciona a constante de equilíbrio em termos de con­
centração molar (K ) e a constante de equilíbrio em termos
c
de pressão parcial (Kp), podemos determinar o valor de KP
onde:
T = 727°C + 273
R é a constante universal dos gases; para este equilíbrio.
• =

R 0,082 atm · i mol - 1 · K - 1


T é a temperatura absoluta; 1000 K
=

·
• .1.n é a diferença entre a soma dos coeficientes estequio­
métricos dos produtos e a soma dos coeficientes estequio­ An = 2 - 4 = - 2
métricos dos reagentes. Substituindo esses valores e resolvendo a expressão, temos:
O valor de KP para a reação � = 2,4 · 10 - 3 · (0,082 · Iooo) - 2
2 H2(g) +
que apresenta Kc = 3,3 ·
02(g) t=t
2 H20(g)
1081 a 25°C, pode ser assim cal­
I Kp = 3,57 . 1 0 - 7 atm - 2 /
culado:
� = 3,3 . 1081 {0,082 . 298) - 1 Grau de equilíbrio
Chama-se grau de equilíbrio (a) a relação entre o núme­
3,3 . 1081
= ----'---
� 0,082 . 298
KP ::: 1,4 · 1 080 ro de mols de uma substância que reage e o número de mols
inicial dessa substância.

I EXERCÍCIOS
a = n? de mols que reage
1 . (CESESP-PE) Para a reação: n? de mols inicial
3 H2(g) + N2(g) +i 2 NH (g) o
3 a:
as pressões parciais de H2 e N2 são, respectivamente, 0,400 Se por exemplo numa reação partimos de 2 mols da subs­ .!E
:::::!
e 0,800 atmosferas. A pressão total do sistema é 2,80 atmos­ tância A e, ao atingir o equilíbrio, verificamos a existência :::>
a
feras. Qual é o valor de � quando as concentrações são da­ de 0,2 moi de A, o grau de equilíbrio dessa reação é: w

a =
w
das em atmosferas? 2,0 - 0,2 =
o
0' 9 UJ
a) 1,00; b) 3, 1 3; c) 5,00; d) 50,0; e) 1 53,0.
2,0
j5
1-
z

Solução ou 90% se quisermos exprimir o grau de equilíbrio em por­ rJ)


A constante de equilíbrio tem termos de pressão parcial centagém. z
o
é dada pela expressão: u
EXERCÍCIO <(
-

(FAAP-SP) Em um recipiente indeformável, com capa- 12:


cidade de 12 litros, são aquecidos 665 gramas de PC1s(g)· npc15 que reage = 0,6 x 3,19 mo1s = 1,91 mols de PC15
Atingido o equilíbrio, verifica-se que o PC15 se encontra a Assim temos:
60% dissociado. Calcular a constante de equilíbrio do siste­
ma, em termos de concentração.
PC15
Dado: PC15(g) � PCI3(g) + C12(g)
início 3,19 o o
Soluç4o
Para calcular a constante de equilíbrio dessa reação ê ne­ reagem 1,91 formando 1,91 1,91
cessário conhecer as concentrações de equilíbrio das subs­ equihõrio 1,28 1,91 1,91
tâncias envolvidas. Para isso, devemos, em primeiro lugar,
determinar o número de mols inicial de PCI5 e, em segui­
da, através do grau de equilíbrio, determinar o número de
molaridade ( n2 )
1
0,1 1 0,1 6 0,16

mols e a concentração de equilíbrio de cada substância.


npcls = miM Substituindo as concentrações de equilíbrio na expressão
npc15 = 665/208,5 = 3,19 mols da constante de equilíbrio, determina-se esse último valor.
Este valor, 3, 19 mols, corresponde ao número de mols [PC13] • [Cl2J
de PC15 introduzidos inicialmente no recipiente. O número Kc =
[PCls]
de mols de PC15 que reagiu corresponde a 60% desse valor,
ou seja, 1,91 mols. Kc =
0,1 6 0,16
·

a
n� de mols de PC15 que reage 0,1 1
=

npc15 que reage =


n� de mols de PC15 inicial
a· npc15 inicial
I Kc = 0,23 moi · t- 1 I

A (ou B), o mesmo se comportará no sentido de consumir


a substância adicionada. Para que isto ocorra parte de B (ou
A) presente no sistema reage com parte de A (ou B) que foi
DESLOCAMENTO DO adicionada. Com isto, as concentrações de X e Y aumentam:
EQUILÍBRIO QUÍMICO
ção dos produtos (para a direita). É alcançado um novo esta­
dizemos que o equilíbrio se deslocou no sentido de forma­

do de equilíbrio onde as concentrações das substâncias per­


manecem constantes, mas são diferentes das concentrações
Vimos anteriormente que quando um sistema atinge o do estado anterior. Graficamente temos:
equilíbrio, as concentrações das substâncias permanecem
[ 1
constantes. No entanto, ê possível atuar sobre o sistema de
modo a alterar (aumentar ou diminuir) a concentração das I
substâncias. Alterar a concentração de uma substância pre­ I

,-----;,· - - --� � � I
I I
sente no equilíbrio significa deslocar o equihõrio quími­ I
co. Em 1884, o químico francês Henri Louis Le Chaí:elier
I
I
elaborou o seguinte principio relacionado com o deslocamento I
I , ,� -
I •/
de sistemas em equilíbrio.
o
(..) �---�
::!!: Princípio de Le Chatelier: Quando um sistema em
:::>
O
t,
o equilíbrio sofrer uma perturbação externa, o equilíbrio tempo

o se desloca, isto ê, as concentrações dos reagentes e pro­ - t 1 � o sistema reage atê atingir o equilíbrio;
ã:
_!;g
dutos se alteram, no sentido de atenuar a perturbação t 1 - t2 � o sistema está em equilíbrio;
:::::! impost«. t2 - t3 � adição de reagente ao sistema;
:::>
o t3 - t4 � o equilíbrio se desloca: consumo do reagente adi-
LLl
o Entende-se por perturbação externa qualquer modifica­ cionado e formação dos produtos;
c
• se após atingido o equilíbrio adicionarmos ao sistema mais
ção nas condições de pressão e temperatura do sistema ou t4 - . . . � novo estado de equilíbrio ê alcançado.
o
a:i
1- a adição ou retirada de uma ou mais substâncias presentes
no equilíbrio. X ou Y verifica-se que o equilíbrio se comporta no sentido
::!!:
Influência da concentração de consumir essas substâncias. O equilíbrio se desloca para
g Considerando a reação em equilíbrio: a esquerda, ou seja, ocorre aumento na concentração dos rea­

• se após atingido o equilíbrio retirarmos do sistema alguin


....J
U) gentes;
w
c aA + bB o;=�: xX + yY

. 22
-
verifica-se que: reagente, A ou B, o sistema se comportará no sentido de re­
• se após atingido o equilíbrio, adicionarmos ao sistema mais por a substância retirada. Isto ocorre graças à reação entre
X e Y. Conseqüentemente a concentração dos produtos di­ Solução
minui e a dos reagentes volta a aumentar. Neste caso o equi­ Para um rendimento máximo em NO(gp é necessário que
líbrio se desloca no sentido de formação dos reagentes (para o equiliôrio considerado favoreça a formação do produto, ou
a esquerda); seja, encontre-se deslocado para a direita. Analisando-se a
• se após atingido o equilíbrio retirarmos do sistema algum equação da reação podemos verificar que:
produto X ou Y, o sistema tenderá a repor estas substâncias • a reação é endotérmica no sentido considerado, sendo, por­
através da reação entre A e B. O equilíbrio, neste caso, se tanto' favorecida a temperaturas elevadas;
desloca no sentido dos produtos (para a direita). • a reação ocorre sem expansão ou redução de volume, pois
Influência da temperatura o número de mols dos gases reagentes é igual ao número de
Se a temperatura de um sistema em equilíbrio é alterada mols do produto gasoso. O equilíbrio, portanto, não será afe­
o sistema tenderá a: tado por variações de pressão.
• absorver energia, no caso de aumento de temperatura; A alternativa d é a corretra.

2. (FUVEST-SP) Na siderurgia ocorre a seguinte reação:


• libertar energia no caso de diminuição de temperatura.
Assim, um aumento de temperatura desloca o equilíbrio
no sentido da reação endotérmica; inversamente a diminui­ FeO(s) + CO(g) � Fe<s> + C02(g)
ção de temperatura desloca o equilíbrio no sentido da rea­ cuja constante de equilíbrio, K, tem a seguinte dependência
ção exotérmica. da temperatura:
Influência da pressão
Quando num sistema em equilíbrio estão presentes ga­ 800 900
t (O C) 700 1000
ses, alterações na pressão sobre o sistema podem deslocar o
equilíbrio. K 0,678 0,552 0,466 0,403
O aumento de pressão sobre o sistema diminui seu volu­
me. O equilíbrio se desloca no sentido em que ocorre con­ Para aumentar o rendimento da produção de ferro metálico,
tração de volume. Ao contrário, a diminuição de pressão oca­ como se deve variar:
siona aumento do volume do sistema. O equilíbrio, então, a) a temperatura?
se desloca no sentido em que ocorre expansão de volume. b) a concentração dos gases presentes?
Haverá contração de volume quando o número de mols dos
reagentes gasosos for maior do que o número de mols dos Solução
produtos gasosos; haverá expansão de volume quando o nú­ A constante de equilíbrio é uma medida do rendimento
mero de mols dos produtos for maior que o número de mols ou extensão da reação. Assim, quanto maior o valor de K,
dos reagentes. Quando o número de mols dos reagentes e maior será o rendimento da reação, isto é, a concentração
produtos forem iguais não ocorrerá expansão ou contração dos produtos será maior que a concentração dos reagentes.
de volume. Neste caso, alterações de pressão não deslocam Analisando-se os dados fornecidos, observa-se que, K as­
o equilíbrio. sume valores maiores a temperaturas menores. Isto signifi­
ca que para aumentar o rendimento da produção de ferro
EXERCÍCIOS metálico é necessário realizar a reação em temperaturas mais

É importante salientar que sendo o equilíbrio considera­


baixas.
1 . (PUC-SP) O equilíbrio quimico representado pela equa­
ção: do heterogêneo, a concentração dos sólidos presentes é sem­
pre constante. No entanto, isto não significa que a quanti­
N2(g) + 02(g) � 2 NO(g) âH = + 2 1 .6 Kcal dade de sólido seja sempre constante.
apresentará rendimento máximo em NO: Um maior rendimento da produção de ferro metálico pode
a) em temperaturas e pressões elevadas; também ser conseguido através de alterações na concentra­
b) eril temperaturas e pressões baixas; ção dos gases presentes no equilíbrio. O equilíbrio será des­
c) em temperaturas elevadas e pressões baixas; locado no sentido de formação de ferro metálico, quando:
d) em temperaturas elevadas independentemente da pressão; a) C02(g) for retirado do sistema;
e) em pressões elevadas independentemente da temperatura. b) CO(g) for adicionado ao sistema.

íons livres é chamada eletrólito. Este pode ser classificado


como forte ou fraco. No primeiro caso a solução apresenta
<n
alta condutividade elétrica devido à existência de grande o
quantidade de íons livres; no segundo caso a condutividade u
:z
EQUILÍBRIOS IÔNICOS elétrica da solução é baixa devido à presença de pequena
quantidade de íons.

cn
o
Existem vários tipos de equilíbrios iônicos produzidos pela a:
.m
dissolução de eletrólitos fracos em água. As constantes de =
:::>
a
Equihôrio iônico é um caso particular de equilíbrio qui­ equilíbrio para estes sistemas recebem nomes particulares.
w
mico onde o sistema em estudo é uma solução aquosa con­ No entanto, todos os princípios e conceitos relativos a siste­
-

1 2�
tendo íons em contato com moléculas ou agregados iônicos. mas em equilíbrio são válidos para os equiliôrios iônicos que
Uma substância que, ao ser adicionada à água, produz veremos a seguir.
Constante de ionização base equilíbrio K,
de ácidos (Ka)
OH -
hidróxido de
NH40H "' NH; + 1,8 . 10- 5
amônio
Quando um ácido é adicionado à água ele se ioniza. Se
o ácido for fraco, como, por exemplo, o ácido hipotético HA, 5,0
hidróxido de
CH3NH30H "' CH3NH; + OH- ' 10-4
metilamônio
ele se ioniza conforme a equação: hidróxido de
C6H5NH30H "' C6H5NH; + OH- 4,6 . 10- 10
HA � H + + A - fenilamônio

A solução aquosa deste ácido é um sistema em equilibrio


onde simultaneamente e com igual velocidade ocorrem os
processos de ionização, formando os íons H + e A - , e asso­
Lei da diluição de Ostwald
ciação iônica, formando moléculas HA.
Esta lei relaciona a molaridade de uma solução, o grau
Para este equilíbrio vale a seguinte expressão da constante
de ionização do eletrólito e a constante de equilíbrio.
de equilíbrio:
Considerando o equilibrio estabelecido quando n mols
do eletrólito BA são adicionados em água temos:

BA

tada por K8• Quanto menor o valor de K8 mais fraco será


que é chamada constante de ionização do ácido e represen­ início n mol o o

ionizam-se n · a moi formando na. na.


o ácido. A tabela a seguir relaciena alguns ácidos e as res­
pectivas equação e constante de ionização. equilíbrio n - na. na. na.

áddo equllibrio K.
As concentrações molares das espécies presentes em equi­
líbrio são:
[BA] = (n - na) I V; [B + ] = [A - ] = na./V
2
ácido sulfuroso H2S03 "' H+ + HSO; 1,7 • 10-
3
ácido fosfórico H3P04 "' H + + H,Po,- 7,1 • 10-
ácido nitroso HN02 "' H + + No; 5,1 •10-4 Substituindo estes valores na expressão da constante de
5 ionização temos:
ácido acético CH3COOH "' H+ + CH3COO- 1,75 . 10-
ácido carbônico H2C03 "' H+ + HCO; 4,4 •10-7
ácido sulfidrico H2S "' H+ + HS- 1,0 •10-7
=
ácido cianídrico HCN "' H+ + CN- 4,0 •10- 10
n - na.
-v....
No caso de poliácidos a ionização ocorre em etapas e por­
= V(nn -a na.) = -=-:---:-:-- =
2 2
tanto o ácido apresenta várias constantes de ionização, cada n2 a.2 na.2
---:- -::-:::--
:c --:-
uma correspondente a uma etapa de ionização. A primeira Vn(l - a.) V(l - a.)
constante de ionização é maior q•1e a segunda e esta, por sua
na.2
vez, é maior do que a terceira. É o que ocorre, por exemplo, Ki =
com o ácido fosfórico: V(l - a.)
3
H3P04 � H + + H 2P04 Ka = 7' 5 X l0-
i mas, como n/V = ""'' temos
s
H2P04 � H + + HPO�- K82 "' 6'2 x w -
HPO� - � H + + Po� - K83 "' 1 'o x w - 1 2

Como a. é muito pequeno para eletrólitos fracos, (1 - a.)


Constante de ionização = 1 . Assim, temos:
de bases (Kb)
J Ki = ?H • a. 2 1 Expressão da lei da diluição de Ostwald.
Quando uma base molecular é adicionada à água ela se
ioniza. Levando-se em consideração uma base fraca hipoté­ Esta expressão nos mostra que quanto menor a molari­
tica BOH, a equação de ionização é: dade da solução maior deve ser o grau de ionização do ele­
BOH � B+ + OH - trólito, uma vez que o valor de Ki é constante e só depende
(h
da temperatura. Isto nos mostra que é a constante de ioniza­
ção da base e representada por Kb, é:
o
e, a constante de equilíbrio, chamada constante de ioniza­

z
ção de um eletrólito e não o seu grau de ionização (que varia
•O com a diluição da solução) que deve ser utilizada para classi­
cn
o
ficar um eletrólito como fone ou fraco.
a:
_I:X:l •
:::::!
Efeito do íon comum
=> Chama-se efeito do íon comum ao deslocamento do equi­
o
w Do mesmo modo que vimos para os ácidos, temos que líbrio iônico produzido pela adição de um íon já existente
-

.24
quanto menor o valor de Kb menor a força da base. Alguns no sistema.
valores de Kb são: Consideremos, por exemplo, o equilíbrio existente nu-
ma solução de ácido acético:
CH COOH "" H + + CH COO - início w -2
3 3 o o
Se a este sistema adicionarmos acetato de sódio, que em água
ionizam-se 0.00043 formando 0,00043 0,00043
se dissocia de acordo com a equação:
NaCH COO "" CH Coo - + Na + equilíbrio 0,01957 0,00043 0,00043
3 3
verificaremos que a adição de acetato de sódio provoca au­
mento na concentração de íons acetato presentes no equilí­ A alternativa b é a correta.
brio. Conseqüentemente, de acordo com o princípio de Le
3. (PUC-SP) Juntamos uma pequena quantidade de clore­
Chatelier,o sistema tentará consumir os íons CH Coo ­
3 to de amônio a uma solução diluída de hidróxido de amô­
adicionados, fazendo-os reagir com os íons H + e formando
nio, mantendo-se a temperatura constante. Como decorrên­
mais moléculas de ácido acético. Em decorrência, a concen­
cia dessa adição, o grau de dissociação e a constante de ioni­
tração de íons H + diminui.
zação do hidróxido de amônio irão, respectivamente:
Raciocínio semelhante pode ser feito para as soluções bá­
sicas: a adição de um sal contendo o mesmo cátion que a a) aumentar; aumentar;
base desloca o equilíbrio no sentido de formação da base. b) aumentar; diminuir;
c) diminuir; aumentar;
d) diminuir; permanecer. constante;
e) permanecer constante; diminuir.
EXERCÍCIOS
Solução
A solução diluída de hidróxido de amônio apresenta o se­
1 . (CESCEM-SP) Em uma solução 0,02 M de ácido nitro­ guinte equilíbrio:
so, a porcentagem de moléculas ionizadas é 1 5% . A cons­
NH40H .,o NHt + OH -
tante de dissociação do ácido nitroso terá o seguinte valor:
a) 5,3 w - 4;
· d) 0,30; A adição de cloreto de amônio a essa solução provoca um
b) 1,5 . w - 3; e) 0,1 5. aumento da concentração do íon NHt devido à dissocia­
c) 2,0 . w - 2; ção do sal, segundo a equação:
NH4Cl -+ NHt + Cl -
Solução
A concentração inicial do ácido nitroso é 0,02 molll. Das Em conseqüência do aumento da concentração do íon
moléculas inicialmente presentes apenas 1 5% sofrem ioniza­ NH4 haverá um deslocamento do equilíbrio no sentido de
ção, o que corresponde a O,l5X0,02, ou seja, 3 . w - 3 moue formação de NH40H. O grau de ionização é dado pela re­

cial (a = nionizadosfninicial)· Ele sofrerá, portanto, diminui­


Considerando o equilíbrio estabelecido na ionização do áci­ lação entre os números de mols de NH40H ionizados eini­
do nitroso, temos:
ção com a adição de NH4Cl à solução, pois haverá uma di­
minuição do número de mols de NH40H ionizados.
A constante de equilíbrio é a relação entre as concentra­
início 2 · w-2 o o ções das espécies em equilíbrio. Seu valor, no entanto, não
é afetado por alterações das concentrações de equilíbrio. Ele
ionizam-se 3 w - 3 formando 3 . 1 0 - 3 3 w - 3
· ·
apenas é alterado por variações na temperatura do sistema
equilíbrio 1,7 . 10- 2 3 . 10-3 3 · w-3 em equilíbrio.
A alternativa d é a correta.
Substituindo as concentrações na expressão da constante
de ionização do ácido nitroso, temos:
Produto iônico da água
Ka =
[H+ J [NOiJ
·
3 · w- 3 x 3 . 1 0 - 3
1,7 10- 2
água (1,0 kg) existem aproximadamente 55,5 mol de molé­
[HN02J · A água é um eletrólito fraco. A 25°C, em um litro de

I Ka = 5,3 . 1 0 - 4 mol/t l culas. Destes, 10 - 7 mol estão ionizados produzindo 1 0 - 7


mol de íons H + e 1 0 - 7 mol de íons OH - . Em qualquer
A alternativa a é a correta.
amostra de água pura existem moléculas de água e íons H +
2. (OSEC-SP) A 25°C uma solução w - 2 molar de amô­
e OH -
A presença dos íons H + e OH - na água é devida à auto­ U)
nia está 4,3% ionizada. As concentrações dos íons OH - e o
ionização das moléculas, representada pela equação simpli­ u
NHt são, respectivamente, em mol/l:
ficada: z
a) 0,043 e 0,010; b) 0,00043 e 0,00043; •O
c) 0,0043 e 0,0010; d) 1?8 lO e 0,010 .
·
H20 .,o H + + OH - U)
º
Aplicando-se a expressão da lei de equilíbio para este sis­ a:
.SE
Solução tema temos: �
Para determinarmos as concentrações dos íons formados :::::>
[H + ] · [OH - ) o
devemos considerar o grau de ionização da amonia e a este� _
LU
K
- [HzO] -

125
quiometria do processo de ionização. A equação que repre·
senta a ionização da amônia é: Mas, como a [H2 0] é constante (vale aproximadamente
nova constante. Esta constante, representada por Kw é cha­
55,5 M) podemos incorporá-la ao valor de K e obter uma uma cor e em meio básico de outra. Isto porque em solução
ácida o equilíbrio está deslocado para o lado esquerdo e, por­
mada produto iônico da água. tanto, a espécie Hin predomina. Em solução básica o equilí­
brio está deslocado para a direita e os íons In predominam.
Exemplos de indicadores ácido-base:
A 25°C Kw vale 1,0 10 - 14 •·
indicador
Numa amostra de água pura temos que
[H + ] == [OH - ] == 1 0 - 7 mols/litro
Quando um ácido é adicionado à água, íons H + são in­
troduzidos no sistema e o equilíbrio iônico da água é afeta­
do. A [H + ] aumenta (se toma maior que 1 0 - 7 M), a de tornassol
[OH - ] diminui (se torna menor que 10 - 7 M) mas o pro­
duto [H + ] [OH - ] continua igual a Kw.
·

Numa solução básica a [OH - ] é maior do que lO - 7 M, alaranjado de metila


a de [H + ] é menor do que l O - 7 M, mas, da mesma forma
que nas soluções ácidas o produto [H + ] · [OH - ] é igual
a Kw· azul de bromotimol
pH e pOH
O conhecimento da molaridade dos íons H + ou OH ­
de uma solução permite classificá-la como ácida ou básica.
EXERCÍCIOS
No entanto, este procedimento tem o inconveniente de nos
obrigar a trabalhar com potências de dez com expoente ne­
gativo. No começo do século, Sõrensen propôs u�a manei­
1 . (ITA-SP) Qual é o pH de uma solução 0,01 molar de
NaOH?
ra mais simples de indicar a acidez ou basicidade de uma so­
lução. Ele introduziu o conceito de pH (produto hidroge­ Solução
niônico). Para determinarmos o pH de uma solução é necessário
conhecermos a concentração de íons H + presentes na solu­
pH é o logaritmo negativo da concentração molar dos ção. Neste caso, a concentração dos íons OH - é facilmente
íons H da solução. determinada, pois sendo o NaOH uma base forte, dissocia­
se totalmente. Assim temos:
pH = - log[H + ]
[OH - ] = 0,01 M
A concentração de H + deverá ser calculada através do
De maneira semelhante, definimos pOH como:
produto:
pOH = - log[OH - ]
[O H ] [H+] = 1 0 - 14
- ·

Em vista da definição de pH temos: 4


O valor 10- 1 é válido a 25°C. Como o problema não
faz referência à temperatura do sistema, iremos considerar
água pura [H + ] = [OH - ] pH 7
que ele se encontre a 25°C. Assim temos:
ou solução ne utra
[H + ]
4 4
10 - 1 10 - 1
solução ácida > [OH - ] pH < 7 [H + ] =
[OH - ] =
Q,Ol
solução básica [H + ] < [OH - ] pH > 7 2
[H + ] = 10 - 1 M
O valor do pH de uma solução pode ser medido através O pH é calculado através da expressão: pH = - log[H + ).
de aparelhos chamados potenciômetros. No entanto uma ma­ Substituindo temos:
neira fácil e rápida de se estimar o pH de uma solução é atra­ pH = - log10 - 1 2
vés da utilização do papel indicador, universal. Este se cons­ pH = -( - 1 2 loglO)
·

titui em uma fita de papel contendo uma mistura de vários


indicadores ácido-base. Esta mistura adquire coloração ca­
racterística em função do pH da solução. Para se estimar o
pH de uma solução em estudo, basta adicionar a ela uma
tira do indicador e a seguir comparar com o padrão de cores 2. (FUVEST-SP) Adicionou-se hidróxido de sódio a uma
U?
o fornecido pelo fabricante. solução diluída de ácido clorídrico, suficiente para diminuir
!::? a acidez dessa solução de pH = 4 para pH = 6. Qual o valor
:z:
<O
Indicadores ácido-base da relação [H + ] inicial I [H + ] final?
cn Solução
o Os indicadores ácido-base são, em geral, ácidos fracos re­
a: presentados genericamente por Hin e que apresentam o se­ A adição de hidróxido de sódio à solução de ácido clorí­
o:J
':::i guinte equilíbrio: drico provocou uma reação de neutralização. Em conseqüên­
=:1 cia houve uma redução de acidez. Como o pH é dado pela
w
o Hin ? H + + In -
• quando o pH = 4 a [H + ] = w - ;
expressão: pH = - log[H + ], temos que:
4
• quando o pH = 6 a [H + ] = 10- 6.
-

l26
As moléculas Hin e os íons In - são espécies que apre­
sentam cores diferentes. Em meio ácido há o predomínio de
A relação [H + I inicial / [H + ] fmal é, portanto, igual a Como [OH - ] = 0,01 mol/t, tem-se que 2x = 0,01 moi
1 02 • e, portanto, x = 0,005 mol. Para determinarmos o valor de

3. (FUVEST-SP) A tabela abaixo relaciona a cor de indica­ a = x/n, portanto, n = x/a


n, devemos considerar o grau de dissociação.

dores. com o pH de soluções aquosas: Substituindo temos:


Indique a cor adquirida pelas soluções abaixo na presen­ n = 0,005/0,0125
ça de cada um dos indicadores. n = 0,4 mol
A concentração da solução de Mg(OHh é, portanto,
indicador cor em função do pH igual a 0,4 mol/t ou 0,4 M. A alternativa c é a correta.
vermelho em amarelo em 5. (PUC-SP) O produto iônico da água aumenta com a tem­
alaranjado de metila
pH < 2,5 pH > 3,5 3
peratura e a 100°C vale aproximadamente 10- 1 • Nesta
amarelo em azul em temperatura, uma solução que apresente pH = 7:
azul de bromotimol
pH < 6 pH > 8,5 a) é forçosamente básica;
b) é forçosamente ácida;
a) solução 0,01 M de ácido clorídrico, 100% ionizado; c) é forçosamente neutra;
b),solução 0,01 M de ácido acético, I% ionizado. d) tem um caráter que depende da natureza do soluto;
Mostre os cálculos. e) tem um caráter que depende da volatilidade do soluto.
Solução
Para sabermos qual a cor adquirida pelas soluções é ne­ Solução
cessário determinarmos o pH de cada solução. Se a solução apresenta pH = 7 a [H + ] vale
a) solução 0,01 M de ácido clorídrico, 100% ionizado. 1,0 . w - 7 mol/f.
3
Como o ácido encontra-se 100% ionizado, a concentra­ Como, a 100°C, Kw é igual a 10- 1 a [H + ] vale:
ção de íons H + é igual a 0,01 M. O pH da solução é: 3
[H + ] . [OH - ] = w - 1 -,,, 2 - 3
x - 3 . 10- 7
10- 1 -+ x =
pH = - logl0-2 [H + ] = [OH - ] = x--------�
pH = 2 Portanto a 100°C temos:
Portanto, esta solução apresentará cor vermelha na pre­ [H + ]: <3 · w-7 3 · w-7 > 3 · w-7
sença de alaranjado de metila e amarela na presença de azul )
de bromotimol. SOLUÇÃO: BÁSICA ÁCIDA

Como o ácido encontra-se 1 o/o ionizado, a concentração


b) solução 0,01 M de ácido acético, 1 o/o ionizado. NEUTRA

de H + é determinada calculando-se o número de mols do A alternativa a é a correta.


ácido que sofreram ionização:
nácido ionizados = a nácido inicial
·
Hidrólise de sa1s
nâcido ionizados = 0,01 x 0,0 1 moi
nácido ionizados = 1 x 10- 4 moi Hidrólise é o nome que se dá à reação entre um íon e

de íons H + , a concentração de H + é igual a 1 x 1 O- moi/f.


Como cada 1 moi de ácido que se ioniza fornece 1 moi moléculas de água originando um ácido ou uma base fraca.
4 Sofrem hidrólise os sais formados por:

pH = - log[H �
O pH da solução é calculado por: • ânions provenientes de ácido fraco e cátions provenientes
de base forte, como o acetato de sódio NaCH3COO. Neste
pH = - log10 J caso os ânions reagem com os íons H + presentes na água
pH = 4 formando o ácido fraco CH3COOH. Em conseqüência des­
Esta solução apresentará, portanto, cor amarela tanto na sa reação a [H + ] diminui e a [OH -] aumenta: a solução toma­
presença de alaranjado de metila como na presença de azul se básica.
de bromotimol. CH3COO - + H20 � CH3COOH + OH -

4. (UF UBERLÂNDIA-MG) O grau de dissociação do • cátions provenientes de base fraca e ânions provenientes

Mg(OHh é 1,25%. A concentração molar de uma solução de ácido forte, como o acetato de amônio, NH4Cl. Neste ca­
desta base que possui pH = 12 deve ser: so os cátions reagem com os íons OH - presentes na água
a) 1,0 M; b) 0,8 M; c) 0,4 M; d) 0,5 M; e) 0,2 M. fo�mando a base fraca NH40H. Como conseqüência a
[OH - ] diminui e a (H + ] aumenta e a solução toma-se ácida.
Solução
Como o pH da solução é 12, o pOH é 2, pois, a 25°C, NHt + H20 �NH40H + H +
pH + pOH = 14. Assim temos que a [OH - ] = w - 2 M.
(f)
• cátions provenientes de base fraca e ânions provenientes
o
u
Para determinarmos a concentração molar da solução de de ácido fraco, como o acetato de amônio, NH4CH3COO. :z
Mg(OHh é necessário conhecer o número de mols de cQ
Neste caso tanto o cátion como o ânion reagem com os íons
Mg(OHh que foram dissolvidos. Para isso acompanhe a ta­ (f)
presentes na água.Aacidez,basicidade ou neutralidade da so­ o
bela a seguir. lução, dependerá da força do ácido e base formados. ã:
,m
NHt + CH3COO - + H2 0 � NH40H + CH3COOH
Mg(OHh :::!
:::>
LU
o
início n o o Constante de hidrólise
-

121
Par,a os casos de hidrólise ácida, isto é, a que ocorre pela
dissociaram-se X formando X 2x dissolução de um sal BA onde o cátion é proveniente de uma
2. (OSEC-SP) Sendo a constante de ionização do ácido ni­
4 · 10-4,
base fraca e ânion de um áéido forte, temos:
B+ + HOH .= BOH + H+
troso, a 25°C,
da ordem de podemos afirmar que
a constante de hidrôlise do nitrito de sódio é:
a constante de equilíbrio para esta reação é: a) 2,5 . 10- 11 ; b) 0,25 . w - 1 1 ;
c) 25 . 10- 10;
Kh = Kh = constante de hidróhse.
[BOH] · [H + ] . .
d) 2,5 . 10- 1 4; e) 0,025 . 10- 1 •
, onde
[B + ]
Solução
Multiplicando o numerador e o denominador por [OH - ]:
A constante de hidrólise do nitrito de sódio (NaN02) é
_ [BOH] · [H + ] · [OH - ] obtida diretamente da expressão:
Kh -

4 · 10 4 = 2,5 · 10-
Kh = - =
[B + ] · [OH - ]
Kw 10- 14
A constante de ionização da base, Kb é: 11
Ka
Kb =
[B + ] · [OH - ] . . _

[BOH]
, subsunundo na expressao de K� A alternativa a é a correta.

3. (ITA-SP)
temos:
Adicionando-se 20
ml de solução 0,4 M de
[H + ] · [OH - ] NaOH a 30
ml de solução 0,3
M de HCl:
Kh =
Kb
= Kw,
a) a solução final terá pH < 7;
Como [H + ] · [OH - ] temos: b) a solução final terá pH > 7;
c) a solução final terá pH = 7;
d) a solução final por hidrólise ficará ácida;
e) a solução final por hidrólise ficará básica.

Solução
Repetindo o raciocínio anterior para sais que dão hidró­ Tanto o ácido clorídrico como o hidróxido d� sódio são
lise básica, isto é, os formados por ânions provenientes de eletrólitos fortes e, portanto, seus íons não se hidrolizam.
ácido fraco e cátions de base forte, temos: Para sabermos o caráter ácido, básico ou neutro da solu­
ção final é necessário comparar o número de mols de íons

M de NaOH apresenta [OH - ] =


H + e OH - misturados.
A solução 0,4 mol!l. 0,4
O número de mols de íons OH - presente em ml de solu­ 20
ção é
Para sais que apresentam ânionsprovenientesde ácido fra­
co e cátions provenientes de base fraca, temos: 0,4 'moi 1000 ml

now 20 ml 10- 3 moi
n0H- = 8 ·
A solução 0,3 M de HCl apresenta [H + ] = 0,3 mol/l.
� O número de mols de íons H + presente em 30 ml de solu­
ção é

=
1000 ml
EXERCÍCIOS 30 ml nH + 9 ' 10-3 mol
Como os íons H + e OH - reagem segundo a equação
1 . (FUVEST-SP) Para se obter uma solução aquosa de pH
H+ + OH - +t H20
maior que 7, deve-se dissolver em água pura:
a) ácido clorídrico; d) álcool etílico; e como nH > noH - haverá excesso de íons H + e a solu­
+

b) bicarbonato de sódio; e) cloreto de amõnio. ção final será ácida.


c) cloreto de sódio; A altenativa a é a correta.

Solução
_ Soluções que apresentam pH maior que sete são básicas. Equilíbrio de solubilidade
,-uma solução básica é obtida pela dissolução em água de uma
base ou Um. sal formado por um ânion que sofra hidrólise. Quando um sólido é adicionado a um líquido ele se dis­
Das substâncias relacionadas, três são sais, uma é ácido solve até que seu coeficiente de solubilidade se�a atingido.
(HCI) e a outra, o álcool etílico, ao ser adicionado em água A partir de então ele não mais se dissolve, permanecendo
(/)
o simplesmente se dissolve, isto é, não se ioniza. como sólido no fundo do recipiente e formando o chamado
u
z Os ânions presentes nos sais são: bicarbonato (HC03)e corpo de fundo. Considerando, por exemplo, o carbonato de
o cloreto (Cl - ). O íon cloreto é proveniente de um ácido for­ cálcio, que se dissolve, dissociando-se segundo a equação:
t� + �
(/) te e, portanto, não sofre hidrólise. O bicarbonato é prove­
o
a: niente de um ácido fraco e, portanto, em água sofre hidróli­ CaC03(s) .: Ca a CO �q)
.m
se originando uma solução básica. A equação que represen· Verifica-se experimentalmente que um sistema como deste

ffi
::::d
::;1 ta este fato é: tipo está em equilíbrio. A velocidade do processo de disso­
ciação, representado pela equação:
t� + CO��q)
HC03 + H20 .: H2C03 + OH­
l28
-
CaC03(s) -+ Ca a
A alternativa b é a correta.
e a velocidade do processo de precipitação, representado pe­ Kps = [Ag + ]2 · [SO� -]
la equação: �= (4, o 10-2)2 2,0 w - 2
· • ·

são igJiais. I Kps = 3,2 · 10- 5 (moUl)3 J


A alternativa d é a correta.
2. (FEI-SP) Dissolve-se 0,002 moi de Pb(N03} sólido em
2
solução
um litro de ácido sulfúrico 0,001 M. Haverá precipitação de
saturada de CaCO, sulfato de chumbo? Admitir que não há variação no volume
do ácido com a adição do sólido.
Dado: produto de solubilidade do sulfato de chumbo =
w - 8•
caco. (pptl
(corpo de fundo) 1,3 ·

Solução
O ácido sulfúrico se ioniza conforme a equação:
A expressão da constante de equilíbrio para este sistema é:
H2S04 -+ 2 H + + So�­
K =
[Ca2 +J [Co�- ]
-"----:....:...
[CaC03]
.._
·
....:._
...., .:...
portanto, a [SO� -] é igual a 0,001 M.
O nitrato de chumbo se dissocia conforme a equação:
Mas a [CaC03] é constante e pode ser incorporada no Pb(N03}2 -+ Pb2 + + 2 N03
solubilidade é representado por Kp. é dado pela expressão:
valor de K. O produto K · [CaC03}, chamado produto de
portanto o nPb(N0312 dissociado é 0,002. Como o problema
�= [Ca2 +1 [Co�-1 ·
considera que o volume final é um litro, a [Pb2 +] é 0,002
mol/litro.
Para uma substância genérica, BxAy que se dissocia con­ Para saber se haverá precipitação ou não de sulfato de
forme a equação:
Bx�s) .= X B�� + y �;q}
chumbo é necessário comparar o produto das concentrações
· dos íons Pb2 + e Soi - (produto iônico) com o Kps do sal:
a expressão do Kp. é: • equação de dissociação do PbS04:

I � = [B+Yj . [A-X]Y I
PbS04 -+ Pb2 + + Soi ­

=
• expressão do Kps:

Quanto maior o valor de Kps mais solúvel será a subs­ Kps [Pb2 +] [Soi-1 1, 3 · w - s
· =
tância; inversamente quanto menor o valor de Kps menos • produto iônico:
solúvel ou mais insolú\tel ela será.
Chamando produto iônico ao produto das concentrações
[Pb2 +1 · [soi-1 = o,oo1 xo,oo2 2 · 10 - 6 =
dos íons de uma substância elevada a expoentes numerica­ Como o produto iônico é menor do que o Kps não ocor­
mente iguais aos coeficientes estequiométricos da equação rerá precipitação de PbS04.

• se produto iônico > Kp5 a substância precipitará;


de dissociação temos:
=
3. (CESCEM-SP) Para obter o produto de solubilidade
• se produto iônico Kps a solução formada será saturada; (Kps) do cloreto de chumbo, um aluno recebeu os seguintes
• se produto iônico < Kps a solução formada será insa­ dados sobre uma solução saturada dessa substância:
turada. I. Concentração molar de Pb2 +;
11. Concentração molar de Cl - ;
III. pH da solução;
EXERCÍCIOS IV. Temperatura da solução.
A fim de obter o Kps perfeitamente definido bastará uti
1 . (FUVEST-SP} A determinada temperatura, a solubilidade lizar apenas os dados fornecidos por
(Kps) deste sal,4 à mesma temperatura, é:
do sulfato de prata em água é 2,0 · 10- 2 moinitro. O pro­ a) I; b) I e 11; c) 11 e IV;
duto de solubilidade
4 d) I, 11 e IV; e) 11, III e IV.
a) 4,0 10- ; b) 8,0 · 10 - ; c} 6,4 1 0 - 5;
· ·

d) 3,2 . w - 5; e) 8,0 . 10- 6• Solução


O cloreto de chumbo se dissocia em água conforme a
Solução equação: (J')
A equação que representa a dissociação iônica do sulfato o
PbC12(s) +=t Pbfa� + C��q) <->

a expressão do Kp5 do PbC1 é:


de prata é: :z

Kps = [Pb2 +] (Cl - ]


Ag2S04(s) .= 2 A�!v + SO�;q) 2 (J') .
o
ã:
·
Ela nos mostra que cada moi de sal produz dois mols de r:o
ions Ag+ e um moi de íons SO.f 2. Como a solubilidade do Portanto �ara se calcular o valor do Kps é necessário co­ ._J
Ag2S04 é 2,0 10- 2 moi/litro a [Ag + ] e a [S0�- 1, numa =>
nhecer a [Pb +] e a [Cl - ]. d
·

UJ
solução saturada é igual a 4,0 · 10- 2 molnitro e 2,0 10 - 2 · Como a solubilidade de uma substância depende da tem­
-

129
molnitro, respectivamente. Substituindo esses valores na ex­ peratura o valor de Kps também depende.
pressão do KP" temos: A alternativa d é a correta.
I

ELETROQUIMICA

Nesta unidade estudaremos a relação entre energia elé­ As expressões (I) e (li) são chamadas semi-equações. A
trica e reação química, ou seja, estudaremos como substân­ primeira representa a semi-reação de ganho de elétrons, ou
cias reagem gerando corrente elétrica e como através da ener­ seja, a redução. A segunda representa a semi-reação de per­
Somando-se as semi-equações (I) e (11), temos a equação
gia elétrica transformamos substâncias. da de elétrons, ou seja, a oxidação.
química que representa o processo global:
REAÇÕES DE �
Cll(�� + h_"" Cll(a)
Zll(s) -+ Zll(� + k­
OXI-REDUÇÃO
+
------- (+) --

cu(a � + Zfi(a) -+ Cll(s) Znf,�


Esta equação encontra-se na forma iônica. A equação com­
Quando colocamos uma placa de zinco numa solução
pleta da reação é:
CuS04(aq) + Zfi(s) ZnS04(aq) + Cll(s)
aquosa de sulfato de cobre, que apresenta coloração azul ca­
racterística do íon Cu2+, após certo tempo observamos: -+

• o aparecimento de um sólido castanho avermelhado; Os processos, oxidação e redução, são simultâneos, isto
• que a intensidade da coloração azul da solução diminui;
é, não há oxidação sem redução e vice-versa e o número de
• o desgaste da placa de zinco.
elétrons perdidos é igual ao número de elétrons ganhos.
Análises químicas mostram que o sólido castanho é co­ Dá-se o nome de agente redutor à espécie que cede elé­
bre metálico e que na solução existem íons Zn2+. trons e agente oxidante à espécie que recebe elétrons. Neste
Para explicar o desaparecimento de íons Cu2+ (diminui­ exemplo o agente redutor é o zinco metálico e o agente oxi­
ção da intensidade da cor azul) e o aparecimento de átomos dante íons Cu2+.
de cobre (sólido castanho) temos que admitir que íons cobre Outro exemplo de reação de oxi-redução é a que ocorre
transformam-se em átomos. Para que isto ocorra é necessá­ entre metal cobre e solução aquosa de nitrato de prata. Nes­
rio que os íons Cu2+ ganhem elétrons. Este processo é·re­ te caso os átomos de cobre perdem elétrons e se transfor­
presentado pela equação:
Cufa� + 2 e- Cll(a)
mam em íons Cu2+ :
� (I) Cll(a) Cll(�� + 2 e -

que é lida da seguinte maneira: e íons Ag + recebem elétrons e transformam-se em átomos


íons cobre recebem dois elétrons e transformam-se em áto­ de prata:
mos de cobre; ou um moi de íons cobre recebe dois mols
A�� + 1 e - A�s)�
de elétrons e transformam-se em um moi de átomos de cobre.
é necessário multiplicar a semi-equação de redução por 2 para
Para explicar o desgaste da barra de zinco e o apareci­ Para se obter a equação que representa o processo global
mento de íons Zn2+ na solução aquosa temos que admitir
que átomos de zinco perdem elétrons e transformam-se em que o número de elétrons doados e recebidos fiquem iguais.
íons. Esse processo é representado pela equação:
Zn<s> znf.� + 2 e-
� (li) Cll(s) Cll(�� + 'k,_-
-+

2 A�aq) + h- -+ 2 A�s) ( ) -
1<(
o
t>
5 +
que é lida da seguinte maneira:
2 A�!q) + Cll(s) -+ Cufa� + 2 A�!q)
w
átomos de zinco perdem dois elétrons e transformam-se em
r::ç: íons Zn2+; ou um moi de átomos de zinco perde dois mols
� de elétrons e transformam-se em um moi de íons zinco.
w
o
Observe que elétrons estão envolvidos nestas transforma­ Neste caso o agente oxidante são os [ons Ag + e o agente
ções: átomos de zinco perdem elétrons e íons cobre recebem redutor, os átomos de cobre.
1<(
o


t>
elétrons. Observe que nos dois exemplos vistos o agente redutor
Reações de o:xi-redução, óxido-redução ou re­ tem sua carga positiva aumentada, isto se explica porque ele
a:
dox são aquelas que ocorrem através da transferência de perde elétrons, isto é, ele se oxida; enquanto o agente oxi­
-

130 elétrons. dante tem sua carga positiva diminuída, ou seja, ele se re­
duz, ganha elétrons.
Número de oxidação terminar o número de oxidação de átomos de elementos não
citi!dos nas regras anteriores. Os exemplos a seguir mostram
Muitas vezes uma reação de oxi-redução não pode ser re­ como isto pode ser feito.
conhecida facilmente por envolver espécies mais complexas,
como a reação entre ácido nítrico e fósforo, representada pe­ 1! Determinar o Nox do nitrogenio no ácido nítrico.
la equação:
1! passo: escrever a fórmula da substância e sobre o símbo­
20 HN03 + 3 P4 + 8 H20 -+ 12 H3P04 + 20 NO lo dos elementos escrever os números de oxidação conhecidos:
Nesta situação, para podermos saber se trata-se ou não @ @
de uma reação de oxi-redução, utilizamos o conceito de nú­ H N 03
mero de oxidação (N0J.
2! passo: multiplicar o número de oxidação de cada átomo
Número de oxidação é um número que representa pelo número de átomos representados na fórmula. Escrever

@ @
a carga real de um ion simples ou parcial de um átomo o resultado abaixo do simbolo do elemento:
num agregado atômico.
H N 03
+I -6
Para determinarmos o número de oxidação de um átomo
devemos considerar a natureza e o número de ligações que 3! passo: como o HN03 é uma substância, a soma dos N0x
esse átomo realiza. O No• de um átomo pode ser deter­
o @
deve ser igual a zero. Portanto:
minado:
• pela transferência de elétrons ao realizar ligações iônicas.
H N 03
Neste caso a carga é real, sendo o N0x igual a carga do ion + l + x -6 • 0

formado.
Exemplos Resolvendo a equação encontramos o N0x do nitrogênio:
NaCI, composto iônico formado pelos ions Na+ e Cl - . + 5.

K�, composto iônico formado pelos ions K + e S - . O


Portanto, o Nox do Na é + 1 e o N0x do Cl é - L
2
2! Determinar o número de oxidação do enxofre no ion
sulfato.

s @o�-
N0x do K é + 1 e do S, - 2. 1! passo: semelhante ao do exemplo anterior:
• pelo deslocamento de elétrons devido à diferença de ele­
tronegati:vidades dos átomos que efetuam uma ligação cova­
lente . Neste caso, a carga é parcial.
Exemplos 2! passo: semelhante ao do exemplo anterior:

s �-
H - Cl: o átomo de cloro, sendo mais eletronegativo,
atrai para si os elétrons da ligação. Atribui-se, portanto, ao
-s
Cl, Nox - 1 e ao H, Nox + L
H - O - Cl: o átomo de oxigênio é o mais eletrone­
gativo, atraindo para si os elétrons das duas ligações que efe­ 3! passo: como neste caso a espécie em questão é u m ion,
tua. Seu N0x é, portanto, - 2, o Nox do H é + 1 e do Cl
a soma dos números de oxidação deve ser igual à carga do
íon. Portanto:

s õi -
é + 1.
Cl - Cl: como não existe diferença de eletronegativi­
-2
dades, o N0x do Cl, nesta substância, é zero. x - 8•
As regras práticas, a seguir, auxiliam na determinação do

• o N0x dos átomos numa substância simples é zero.


número de oxidação: Resolvendo a equação encontramos o Nox do enxofre:
+ 6.
Exemplos Através dos N0x podemos saber se determinada reação
H2, 02, Fe, Ag. é de oxi-redução ou não. Isto porque apenas as reações que
• O N0x de um íon monoatômico é igual à carga de íon. apresentam variação do número de oxidação são de oxi­

Na+ Nox = + 1; CJ - : N0,


Exemplos redução. Por exemplo, para a reação entre átomos de zinco
= - 1; Mg2 + : N0, = + 2; N3- : e ions cobre temos:

• o N0x do hidrogênio, quando forma substância composta, ® @) 2 @)2 ®


Nox = - 3;
o
é + 1, exceto nos hidretos metálicos onde apresenta N0x - 1. Zn + Cu + -+ Zn + + Cu
(..)­
1<(

Exemplos ::>
2 o
Nox = + 1, HCl e H20; Nox = - 1 , NaH e MgH2; Observe que o N0x do agente oxidante (Cu +) diminui w
• o N0x do oxigênio, quando forma substâncias compostas, e o Nox do agente redutor (Zn) aumenta. 'f
x
é - 2, exceto nos per6xidos onde apresenta N0x - 1. A reação: o
w
Exemplos o

• a soma dos Nox dos átomos em qualquer substância é igual


N0x = - 2; Na20 e MgO; N0x = - 1 , H202 e Na202; o
Ic(


c(

• a soma dos Nox dos átomos que formam um ion poliatô­


a zero; também é de oxi-redução, pois o número de oxidação do en­
xofre passa de zero para + 4 e o número de oxidação do oxi­

131
-
mico é igual à carga do íon. gênio de zero para - 2. O oxigênio é o agente oxidante e
O conhecimento destas duas últimas regras permite de- o enxofre o agente redutor.
eletronegativo. Conseqüentemente, o carbono apresentará
EXERCÍCIOS carga parcial negativa. Supondo o "ganho" desses elétrons,
atribui-se ao carbono 2 número de oxidação - 3.
1. (PUCC-SP) Uma forma de poluição comum no litoral
H O H
"' 11 "?'
brasileiro é determinada pela presença de metais pesados co­

C · 1H
mo zinco, mercúrio e cobre, que entram na cadeia alimentar

/
N-C-
causando problemas ao homem. O número de oxidação de 0.
cada um deles nos sais: ZnS, HgCl2 e CuN03 é, respecti- �
H H
vamente:
a) +4, + I, +2; b) +2, + 1, +3;
c) + 1, +2, +2; A alternativa a é a correta.
d) + 1, + 3, + 1; e) +2, +2, + 1 .
3. (FUVEST-SP) Considere as transformações químicas
Solução abaixo:
Sais são substâncias formadas por íons. Portanto para se I. 3 N02 + ... 2 HN03 + NO;
H20
determinar o número de oxidação desses metais, basta de­
11. 2 AgN03 + 2 NaOH Ag20 + 2 NaN03 + H20; ->
terminar a carga que eles apresentam ao formarem esses sais.
Para determinar essa carga é necessário colocar previamen­ III. CaC03 ...,. CaO + C02.
te a carga de alguns íons comuns. Ocorre óxido-redução apenas em:
2
• ZnS: o íon sulfeto (S - ) apresenta carga Como é um - 2. a) I; b) 11; c) III; d) I e III; e) 11 e III.
íon monoatômico, seu N0x também será igual a A car­ - 2.
ga do íon zinco deve ser igual a +2
para que a substância Solução
tenha carga zero. Port:�.nto, o N0x do zinco, nesse sal, é + 2; Para se saber se uma determinada reação é ou não de oxi­
• HgCl2: o íon cloreto apresenta carga portanto seu - 1, redução, basta compararmos os números de oxidação dos áto­
N0x é - 1 Como neste sal a proporção entre o íon mercú­
.
mos das substâncias reagentes e dos produtos. Isto porque
rio e o íon cloreto é de 1:2,
a carga do íon mercúrio e, por­ apenas reações de oxi-redução apresentam variação dos nú­
tanto, seu N0x deve ser igual a +2
para que a substância te­ meros de oxidação dos átomos. Para tanto é necessário assi­
nha carga zero; nalar o número de oxidação de cada átomo nas substâncias
• CuN03: neste caso o sal é formado pelo íon nitrato, N03 , reagentes e nos produtos. O número de oxidação de cada áto­
que possui carga -
1. Portanto, para que o composto seja mo é determinado através da utilização das regras práticas
neutro, é necessário. que a carga e, conseqüentemente, o Nox anteriormente vistas.

3 N02 + H20 2 HN03 + NO;


do íon cobre seja igual a + 1. +4-2 +I -2 +1+5 -2 +2-2
A alternativa e é a correta. I. ->

2. (OBJETIVO-SP) A 11. 2 AgN03 + 2 NaOH Ag20 + 2 NaN03 + H20;


+I +S-2 +l •2 +I +I -2 +I +S-2 +I -2
acetamida tem a seguinte fórmula: --+

H
I
O H
'\. 11
+l +4-2 +2 -2 +4-2

III. CaC03 ...,. CaO + C02.

/ CD ® I
N-C-C -H
A reação que apresenta variação nos números de oxida­
H H ção é a reação I. Nesta reação o nitrogênio sofre uma oxida­
Os números de oxidação dos átomos de carbono 1 e 2 são, ção, quando passa de N0� "' (NOz) para Nox "'+4 +5
respectivamente: (HN03) e uma redução, quando passa de Nox = (N02) +4
a) + 3 e 3;
- b) - 3 e +3; c) + 1 e - 3; para Nox = + 2 (NO).
d) - 1 e +3; e) +3 e +3. A alternativa a é a correta.

Solução
Analisando cada átomo de carbono separadamente temos: Balanceamento de equações
• Carbono 1: este átomo de carbono encontra-se ligado a um de oxi-redução
átomo de oxigênio, através de dupla ligação, a um átomo de
nitrogênio, através de ligação simples, e a um outro átomo
Efetuamos o balanceamento de uma equação para que ela
de carbono. Como os átomos de oxigênio e nitrogênio são
exprima corretamente, além da transformação das substân­
o mais eietronegativos que o carbono, atraem os elétrons das
•<( cias, as leis de conservação da massa e da carga elétrica. Nu­

a
u- 1
ligações para si, deixando o carbono com carga parcial po­
ma reação química não hâ destruição nem produção de áto­
sitiva. Atribui-se ao carbono 1 número de oxidação igual a
w mos e de carga elétrica, portanto, a soma do número de áto­
a;: + 3, supondo a "perda" de 3 elétrons. mos e .de cargas que aparecem nos reagentes deve ser igual
X
o H O H à dos produtos.
w
'\. Ü I
N>< � C · · C - H
Cl O acerto dos coeficientes de uma equação de oxi-redução
o pode ser realizado através dos números de oxidação. Acom·
/
•<(
u­ 0 I panhe, a seguir cada etapa do balanceamento da equação:
<(
w

2: este átomo de carbono encontra-se ligado a três �


H H
a: 3
-
• Carbono
Cr2o -. + C2o� - + H + ..... Cr • + C02 + HzO
132
átomos de hidrogênio e um de carbono. O carbono atrai pa­ 1 «! passo: determinação, através dos números de oxidação,
ra si os elétrons das ligações com o hidrogênio, pois é mais do doador e do receptor de elétrons.
6> ® @ a
c2o�- co2
• iniciar o balanceamento a partir do lado dos reagentes, onde
Cr20� - + + H+ -+ Cr3 + + + H20 . aparecem duas substâncias formadas pelo elemento ni·
cada ãtomo d l Cr recebeu 3e-
• determinar a proporção que garante o mesmo número de
trogênio;

cada ãtomo de C doou I e - elétrons recebidos e doados. A proporção é de 5:2, pÓis:


2� passo: eleger um dos membros da equação para iniciar 5 N02 recebem um total de 5 X 2 = 10 elétrons;

• adotados esses coeficientes realizar, por tentativa, o resto


o balancearntnto e determinar o número total de elétrons doa­ 2 NH3 doam um total de 2 X 5 = l O elétrons;
dos e recebidos por fórmula. ·

6> ® ® a
do balanceamento. Assim, temos:

Cr20� - + c2o�- + H + -+ Cr3+ + co2 + H20 5 N02 + 2 NH -+ 7 NO + 3 H20


3
recebeu no lotai 2 x 3 = 6e - b) o NH , nessa reação, doou os elétrons que reduziram o
3
N02 a NO. Atuou, portanto, como agente redutor, sofren­
doou no total 2x 1 = 2e -
do uma oxidação.

3� passo: determinar a proporção entre o doador (agente re­ 2. (FEP-PA) Balanceando acertadamente a equação de oxi­
dutor) e receptor (agente oxidante) de elétrons que garanta redução a seguir, o coeficiente para H20 é:
o mesmo número de elétrons doados e recebidos. Simplifi­
Bi3 + + Sno� - + OH - -+ Sno� - + Bi + H20

�� � �· �� �� � 2
car, se possivel. Neste exemplo, temos:
• 2 Cr20� - recebem um total de 12
• 6 c2o� - doam total de 1 2 e - .
e-;

Solução
A proporção é 2:6 e, simplificando, temos 1 :3. Seguindo os passos propostos para o balanceamento des­

1 Cr20� - + 3 c2o1- + H + -+ c�+ + co2


• considerando a reação da esquerda para a direita, o doa­
sa equação, temos que:
+ H20
41! passo: efetuar o resto dD balanceamento por tentativa,
®3 ® a
dor de elétrons é o SnO� - e o receptor é o Bi3 + ;
baseando-se nos coeficientes já defmidos.
®
1 Cr20�- + 3 C2o1- + 14 H+ -+ 2 Cr3+ + 6 C02 + 7 H20 Bi + + Sno� - + OH - -+ Sno� - + Bi + H20
I I
I I
Para esta equação temos: doou 2e -
recebeu 3e
antes da reação depois da reação • iniciando o balanceamento a partir do lado esquerdo da
19 19
equação, a proporção que garante o mesmo número de elé­
oxigênio trons doados e recebidos é de 2:3, pois:
número
crômio 2 2 3 SnO� - doam um total de 3 x 2 = 6 elétrons;
de
2 Bi3+ recebem um total de 2 X 3 = 6 elétrons;
• baseando-se nessa proporção, efetua-se o balanceamento do
carbono 6 6

14 14
átomos
hidrogêni( Bi e Sn, chegando-se à seguinte situação:

carga elétrica +6 +6 2 Bi3 + + 3 Sno� - + xOH - -+ 3 Sno�- + 2 Bi + yH20


Para se determinar os valores de x e y, deve-se conside­
rar que, além de obedecer à conservação da massa, uma equa­

EXERCÍCIOS ção também: deve obedecer à conservação das cargas, isto é,


a carga total antes da reação deve ser igual à carga total após
1 . (EEMAUÁ-SP) O N02 reage com gás amônia (NH ) pa­ a reação. Assim, temos para essa equação, que:
3
ra formar monóxido de mononitrogênio e água. 2 ( + 3) + 3 · ( - 2) + X • ( - 1) = 3 ' ( 2)
· -

a) escreva, com os coeficientes acertados, a equação repre­ X = 6


sentativa dessa reação. Como x é igual a 6, y deve ser igual a 3 para garantir
b) classifique, em termos de oxi-redução, a atuação do NH3 o mesmo número de ãtomos de hidrogênio e oxigênio, antes
nessa reação. e depois da reação. A equação balanceada é:
2 Bi3+ + 3 Sno� - + 60H - -+ 3 Sno� - + 2 Bi + 3H20
Solução o
1<(
a) a equação, não balanceada, da reação ê: A alternativa d é a correta. <..>

o
N02 + NH3 -+ NO + H20 w
Equivalente-grama de c;:

• determinar o doador e o receptor de elétrons através de


Para acertar os coeficientes da equação deve-se: X
oxidantes e de redutores o
w
variações ocorridas nos números de oxidação dos átomos en­ c
o
volvidos. Defme-se equivalente-grama de um oxidante ou de um 1<(


<..>
redutor como a massa de substância que, ao participar
de uma reação quimica, movimenta um mol de elétron�. a:
-

Uma mesma espécie química pode apresentar vários va- 133


formado na reação. É o que acontece, por exemplo, com o
lores para seu equivalente-grama. Isto depende do produto determina-se o número de elétrons movimentados por fór­

@ @)
mula da substância considerada:
H2S +
permanganato de potássio, KMn04. Dependendo das con­
H2S04 + 8 HI __.. 4 12 + 4 HO
dições experimentais o permanganato de potássio pode pro­
2 recebeu 8 elétrons
duzir o íon manganês Mn +, o dióxido de manganês, Mn02
ou manganês metálico, Mn. áN = 8
No. primeiro caso o Nox do Mn passa de +7 para +2 .
Equivalente-grama de um oxidante ou de um redutor é
Cada moi de KMn04 ganha cinco mols de elétrons. A mas­
a massa de substância que, na reação, movimenta um mol
sa de KMn04 que coloca em jogo um moi de elétrons é:
de elétrons. O H2S04 atua nessa reação como agente oxi­
EKMno4 = S = -5- = 3 1 ,6 g
M 158 dante, a massa de H2S04 que movimenta um mol de elé­
trons é:

Cada mol de KMn04 ganha 3 mols de elétrons. A massa


No segundo caso o Nox do Mn passa de +7 para +4.
A alternativa a é a correta.

2. (UF-UBERLÂNDIA-MG) O equivalente-grama do
de KMn04 que coloca em jogo um mol de elétrons é:

EKMn04 = 3 = -
158 =
3-
M
52,7 g HN03, como oxidante, na reação
3 Cu + 8 HN03 __.. 3 Cu(N03)2 + 2 NO + 4 H20
No último caso o N0x do Mn passa de + 7 para zero. A
massa de KMn04 que coloca em jogo um moi de elétrons é: é:

EKMn04 = 7 =
a) 10,5; b) 1 5,75 c) 21; d) 3 1,5; e) 63.
M 158-
- = 22,6 g
7 Solução
O equivalente-grama do HN03, como oxidante, será a
Basicamente temos:
É necessãrio, portanto, para determinar o equivalente-grama,
massa dessa substância que movimenta um mol de elétrons.
Eoxidante ou = vari
M
ação do número de oxidação conhecer o número de elétrons que cada mol da substância
redutor
recebe. Isso pode ser conseguido através da variação do nú­

@ @
mero de oxidação dos átomos nas substâncias.
3 Cu 3 Cu(N03)2
EXERCÍCIOS
+ 8 HN03 __.. + 2 NO + 4 H20
recebeu elêtrons
L\N = 3
1 . (UF-MG) Na reação: 3

Cada moi de HN03 recebe 3 mols de elétrons, portan­


H2S04 + 8 HI __.. H2S + 4 12 + 4 H20

a)
o equivalente-grama de H2S04 é o moi dividido por:
8; d) 2; to, a massa que recebe um moi de elétrons é:
b) 1; e) 4 . EHN03 = M/3
EHNo3 = 63 g mol - 1/3 mols
c) 6; ·

Solução EHN03 = 21 g
A partir da variação do número de oxidação do enxofre, A alternativa c é a correta.

como as semicélulas ou semipilhas são- separadas. No pri­


meiro, elas estão isoladas por uma placa porosa; no segun­
do, por uma ponte salina. A ponte salina consiste em um
CJ)
<(
u
PILHAS OU CÉLULAS tubo em U, contendo uma solução iônica, fechado nas ex­
.::2:
::::>
ELETROQUÍMICAS tremidades com· algodão ou lã de vidro. Os íons presentes
na ponte salina não participam da reação.
o
o
a:
1-­
w
-I
w

:5
ch Pilhas ou células eletroquímicas são dispositivos através
dos quais os elétrons envolvidos numa reação de oxi-redução ·

::::>
-I
•W são utilizados para produzir corrente elétrica.
u A reação de oxi-redução:
::::>
o
CJ) Z�s) + Cufa� __.. Znfa� + C�s)
<(
:c
--1 quando realizada num dos dois dispositivos ilustrados pode
õ:
ser utilizada para produzir corrente elétrica.
placa
-

134
Os dois dispositivos são formados por duas semipilhas
ou semicélulas. A diferença entre eles encontra-se no modo porosa
I EXERCÍCIOS

1 . (FUVEST-SP) Deixando funcionar a pilha esquematizada


na figura abaixo, a barra de zinco vai se desgastando e a de
chumbo ficando mais espessa, em conseqüência da deposi­
ção de átomos neutros Pb. No início do experimento as duas
barras apresentavam as mesmas diplensões.
Represente, através de equações, o desgaste da barra de
solução de
fons Zn2 +
solução de
fons C u 2+ zinco e o espessamento da barra de chumbo. Qual o sentido
do fluxo de elétrons no fio metálico?
Nos dois dispositivos, uma das semicélulas contém uma
placa de metal zinco, ZD(s)' em contato com uma solução de
íons zinco, ZD(��; a outra contêm uma placa de metal co­
bre, Cll(s)' em contato com uma solução de íons cobre,
Cll(��· As placas metálicas estão ligadas através de um fio Pb

condutor. Esta pilha recebe o nome particular de pUha de


Daniell.
Durante a reação, os elétrons deixam o metal zinco e, atra­
vés do circuito externo da pilha, se dirigem para a placa de
cobre.
A placa de zinco se desgasta gradativamente pois os áto­ solução aquosa parede solução aquosa
mos de zinco, ao perderem elétrons, transformam-se em íons de Pb( NO.), porosa de Zn ( N O.),

ZD(s) -+ ZD(�� + 2 e -
zinco, que passam para a solução.

Por outro lado, os elétrons que chegam à placa de cobre Solução


atraem íons cobre que estão na solução, transformando-os
em átomos que se depositam sobre a placa de cobre. Assim, A barra de zinco vai se desgastando, à.medida que a rea­
com o decorrer do tempo,.a placa de cobre aumenta de massa. ção se processa, devido à transformação de átomos de Zinco
Cll(�� + 2 e -+ Cll(s)
em íons de zinco, que passam para a solução. Para que isso
ocorra é necessário que átomos de zinco percam elétrons. Esse
-

Na semipilha ou eletrodo Zn2 + /Zn ocorre o processo de processo, chamado oxidação, é representado pela equação:
oxidação, enquanto na semipilha ou eletrodo de Cu2 + /Cu
desenvolve-se o processo de redução. O eletrodo em que ocor­ ZD(s) -+ Znfa� + 2 e -
re a redução é chamado catodo; o eletrodo em que se reali­
za a oxidação recebe o nome de anodo. Por convenção o O espessamento da barra de chumbo deve-se à deposição
catodo é o pólo positivo da pilha e o anodo, o ·pólo negativo. de átomos de chumbo. Para que esse processo ocorra é ne·
A reação que ocorre na pilha pode ser representada por: cessário que íons de chumbo, presentes na solução, recebam
elétrons, transformando-se em átomos. Esse processo, cha·
Zn/Zn2+ //Cu2 + /Cu mado redução, é representado pela equação:

Pb�a�) + 2 e - -+ Pb(s)
Esta representação deve trazer os símbolos ou fórmulas das
espécies que reagem e que são formadas, de tal forma que
após o sinal 11 deve ser representada a semi-reação que ocor­
re no catodo (pólo positivo), isto é, a redução. Durante a reação, os elétrons deixam o metal zinco e, atra­
vés do fio metálico, se dirigem para a placa de chumbo.
Tanto a placa porosa como a ponte salina das pilhas têm
2. (PUC-SP) Na célula eletroquímica
por finalidade propiciar o movimento de íons, de maneira CJ)

Al0/Al + + + //Fe + + /Fe0 podemos afirmar que:


a manter a neutralidade elétrica das soluções. Isto porque, <(
u
durante a reação, a semipilha Zn2 + /Zn fica momentanea­
mente rositiva, pois íons Zn2+ são produzidos, e a semipi· a) o alumínio sofre redução;
-�
:::>
o
lha Cu +/Cu fica negativa, pois íons Cu2 + são consumidos. b) o ferro é anodo; o
a:
É através da ponte salina ou da placa porosa que os íons pre· c) os elétrons fluem pelo circuito externo, do alumínio para 1-
w
_.
sentes no sistema movimentam-se para manter a neutralida­ o ferro; LLJ


de elétrica. Os cátions movimentam-se para o catodo (Cu) d) há desgaste do eletrodo de ferro; CJ)
e os ânions, para o anodo (Zn). Um voltímetro intercalado e) a solução de AI + + + irá se diluindo. :::>
entre os eletrodos acusará, no início da reação, uma diferen· _.
•W
u
ça de potencial entre os eletrodos de 1,10 V, quando as con· Solução
:::>
centrações molares dos íons Zn2 + e Cu2 • forem iguais a
1,0 M, à temperatura de 25 ° C . À medida que a reação pros·
o
Esta forma de representação de uma célula eletroquími­ cn
ca nos informa que à direita do sinal 11 está representada a <(
segue a diferença de potencial vai diminuindo até tornar-se :I:
_.
semi-reação que ocorre no c-.atodo, ou seja, a redução. As­ a:
igual a zero. A partir desse momento, não mais se verifica
sim, temos:
qualquer modificação no sistema. Diz-se então que o siste­ -

ma atingiu o equilíbrio.
catodo: Fe2 + + 2 e - -+ Fe redução 135
anodo: AI -t Al3+ + 3 e- oxidação
Nesta célula, ponanto:
• o alumínio sofre oxidação;

• os
• o ferro é o catodo;
elétrons fluem do alumínio para o ferro;

Jt
• há desgaste do eletrodo de alumínio;
• a solução de Al3+ irá se concentrando, devido à dissolu­
ção do eletrodo de alumínio. Q)

A alternativa c é a correta.

Potencial normal de redução (E0}


A voltagem de 1,10 V da pilha de Daniell corresponde
à diferença dos potenciais dos eletrodos ou semipilhas de zin­
co e cobre. Cada semipilha deve, ponanto, possuir um po­
tencial característico. Porém, como toda pilha é sempre for­
mada por duas semipilhas, na prática só se consegue medir
a diferença de potencial entre as semipilhas, sendo, ponan­
to, impossível determinar isoladamente o potencial de cada
·

uma delas.
Esse problema é contornado escolhendo-se um eletrodo
padrão, ao qual atribui-se um valor de potencial arbitrário

0,76 v
A diferença de potencial acusada pelo voltímetro é de
e, em relação a ele, determinam-se os potenciais dos outros
e corresponde à diferença de potenc�l entre o ele­
eletrodos. Os químicos escolheram como padrão o eletrodo 2
trodo Zn + /Zn e o eletrodo padrão de hidrogênio. Como a
constituído por uma placa de platina mergulhada numa so­
este último atribui-se o valor zero, a diferença de potencial
lução 1 M de H + , sobre o qual borbulha gás hidrogênio,
H2, à pressão de 1 atm e a 25°C. Esse eletrodo recebeu o
encontrada, O, 76 V, corresponde ao potencial de oxidação
do eletrodo de zinco.
nome de eletrodo padrão de hidrogênio, sendo-lhe atri­
· Da mesma forma, determina-se o potencial do eletrodo
buído potencial zero. Ele é representado por: H + /H2> Pt.
de cobre, montando-se uma pilha com uma semipilha
2
Cu + /Cu e o eletrodo padrão de hidrogênio.

H2(g) -t 2 H�q) + '2-e;


Cll(�� + h: -t Cll(s)

------ ( + )­
Hl'•'' ---·--
H2(g) + Cufa� -t 2 H (aq) + Cll(s>
A diferença de potencial dessa pilha, 0, 3 V, correspon­
1 atm
4
2
de ao potencial de redução do eletrodo Cu + /Cu.
Pilhas montadas de forma que um dos eletrodos é o ele­
trodo padrão de hidrogênio, ou um eletrodo de potencial co­
nhecido, permitem determinar os potenciais de vários ele­
trodos.
Os potenciais dos eletrodos são chamados de potenciais
normais de oxi-redução, representados por E0, quando
Ul as condições experimentais são as condições padrão, isto é,
< concentração das soluções iguais a l M, temperatura de 25°C

e pressão de l atm. Os potenciais mais utilizados são os de
-�
:::> redução, ou seja, os potenciais associados aos processos de
o


o Utiliza-se a placa de platina na semipilha padrão porque redução.
o hidrogênio, sendo gasoso, não pode ser conectado direta­ A tabela seguinte mostra várias semi-reações de redução,
w
......
w mente ao circuito e a platina possui a capacidade de reter onde o agente oxidante mostrado à esquerda é reduzido, e

s
Ul o gás em sua superficie, não participando da reação, além seus respectivos potenciais de redução. Para a transforma­
de ser bom condutor elétrico. ção inversa, o sinal associado à voltagem deve ser mudado.
:::> 2
......
•W Uma pilha construída com as semipilhas Zn + /Zn e Os potenciais dessa tabela indicam as tendências relati­
u H + /H2, Pt, nas condições padrão, isto é, com soluções de vas de redução, ou seja, as tendências das semi-reações ocor­
:::> 2
o Zn + e H + l M e á 25°C,
apresentaria a seguinte reação: rerem da esquerda para a direita, diminuem de cima para
Ul baixo. Assim, o F2 é o que possui maior tendência de rece­
<
:I:
...... 2 f\�q) + '2-c..- -t Hz(g) ber elétrons, sendo, ponanto, o melhor agente oxidante; o
o: íon Li + é o que possui menor tendência, sendo o pior agen­
-
Zfi(s) -t ZD(2aq+) + "--
"'�- te oxidante. Inversamente, o ânion F - é o pior agente redu­
�- ( + ) -
1 36
----- .

2 H(�q) + ZD(s) -t
H2(g) + ZD(�� tor e o metal Li, o melhor.
POTENCIAIS NORMAIS DE REDUÇÃO PARA ALGUMAS SEMI-REAÇÕES:
CONCENTRAÇÕES IÔNICAS 1 M EM ÁGUA A 25°C. TODOS OS ÍONS ESTÃO HIDRATADOS

Poder oxidante Semi-reação E0, volts Poder redutor

Agentes F2 (g) + 2 e - � 2 F- + 2,87 Agentes


oxidantes H 20 2 + 2 H + + 2 e - � 2 H20 + 1,77 oxidantes
2
muito fortes Mn04+ 8 H + + 5 e - � Mn + + 4 H20 + 1,52 muito fracos

� 2 a-
�� Au3+ + 3 e - � Au (s) + 1,50
CP2 (g) + 2 e - + 1,36
Cr2o� - + 14 H + + 6 e - � 2 Cr3+ + 7 H20 + 1,33
2
Mn02 (s) + 4 H + + 2 e - � Mn + + 2 H20 + 1,28
1/2 02 (g) + 2 H + + 2 e - � H20 + 1,23
Br2 (� + 2 e - � 2 Br - + 1,06
AuCPi + 3 e - � Au (s) + 4 ce- + 1,00
N0 - + 4 H + + 3 e - � NO (g) + 2 H20 + 0,96
3 �,
1/2 02 (g) + 2 H + (10- 1 M) + 2 e - � H20 + 0,82
-

1 /z Hg�+ + e -
Aumento do poder Ag + + e � Ag (s) + 0,80 Aumento do poder
oxidante � Hg (� + 0,79 redutor
2
o
N0 - + 2 H + + e -
Hg + + 2 e - � Hg (� + 0,78
� N02 (g) + H zO + 0,78
3 2
Fe3+ + e - � Fe + + 0, 77
Oz (g) + 2 H + + 2 e - � HzOz + 0,68
Iz (s) + 2 e - � 2 1- + 0,53

,,
cu + + e - � Cu (s) + 0,52
2
Cu + + 2 e - � Cu (s) + 0,34
Atração por SO�- + 4 H + + 2 e - � SOz (g) + 2 H20 + 0, 1 7 Atração por
2
elétrons Cu + + e - � cu + + 0, 1 5 elétrons
2
crescente Sn4+ + 2 e - � sn + + 0, 1 5 decrescente
...�
S + 2 H+ + 2 e- � H2S (g) + 0, 14
2 H+ + 2 e- -+ Hz (g) 0,00
2
Pb + + 2 e - � Pb (a) - 0,13
2
Sn + + 2 e - -+ Sn (s) - 0,14
2
Ni + + 2 e - � Ni (s) - 0,25
2
Co + + 2 e - � Co (s) - 0,28
,,
Se + 2 H + + 2 e - � H2Se (g) - 0,40
-
Agentes c�+ + e � c�+ - 0,41 Agentes
oxidantes 2 H + (1 O - 7 M) + 2 e - � Hz (g) - 0,41 redutores
2
fracos Fe + + 2 e - � Fe (s) - 0,44 fortes
z
Ag2S + 2 e - � 2 Ag (s) + s - - 0,69
... �
Te + 2 H + + 2 e - � H2 Te (g) - 0,72
<n
Cr3+ + 3 e - � Cr (s) - 0,74 <
2 u
Zn + + 2 e - � Zn (s) - 0,76
-�

Mn + + 2 e -
2 H20 + 2 e - � 2 OH - + H2 (g) - 0,83 ::::>
2 o
� Mn (s) - 1,18 o
a:

Mi+ + 2 e -
Al3+ + 3 e - � Al (s) - 1,66 1-
w
.....I
� Mg (s) - 2,37 w
<n

Ca + + 2 e -
Na + + e - � Na (s) - 2,71 <
.....I
2
� Ca (s) - 2,87 ::::>
.....I
2 •W
Sr + + 2 e - � Sr (s) - 2,89 u
2 ::::>
Ba + + 2 e - � Ba (s) - 2,90

o
cs + + e - � Cs (s) - 2,92 ,,
Agentes oxidantes K+ + e- � K (s) - 2,92 Agentes redutores :I:
.....I
ii:

u+ +
muito fracos RbA + e- � Rb (s) - 2,92 muito fortes
-
-+ Li (s)
137
e- - 3,00
Um potencial de redução positivo significa que o eletro­
do ligado ao eletrodo padrão de hidrogênio sofre redução. EXERCÍCIOS
Quando ocorre o inverso, ou seja, quando é o eletrodo pa­
drão de hidrogênio que sofre redução, o potencial de redu­ 1 . (SANTA CASA-SP) Considerando os seguintes poten­
ção do outro eletrodo é negativo. ciais padrão de eletrodo:
É importante ressaltar que os valores de E 0 das semipi­ semi-reação E0 (volt)
lhas não dependem do número de mols, mas da concentra­ 2

1 e - -+ Cu +
Cu + + 2 e - -+ Cu + 0,36
ção dos íons em solução. Assim, por exemplo, o eletrodo 2
Ag+ IAg apresentará sempre E0 = + 0,80 V mesmo que a
Cu + + + 0, 1 5
reação envolva 2 ou 3 mols de íons Ag + . Sn4+ + 2 e - -+ Sn2 + + 0, 1 5
H+ + l e - -+ 112 H2 0,00
2
Previsão de reações Sn + + 2 e - -+ Sn - 0,14
pode-se explicar porque a adição de uma mistura dos metais
Com o auxílio da tabela de potenciais normais de redu­ Cu e Sn ao ácido clorídrico provoca o desprendimento de
ção podemos prever o comportamento de diferentes pilhas hidrogênio. Nessa solução, os íons H + são substituídos pe­
eletroquímicas, mesmo quando não é possível realizar me­ los íons:
2 2
didas experimentais. a) Cu + ; b) Cu +; c) Sn +; d) Sn4+ ; e) Cu2 + e Sn4 + .
Como vimos, uma reação de oxi-redução envolve uma es­
Solução
pécie química na forma oxidada (na tabela, à esquerda das
Para que haja desprendimento de H2 é necessário que
equações) e a outra na forma reduzida (na tabela, à direita
íons H + , provenientes da ionização do ácido clorídrico, re­
das equações). Assim, para representar a reação total previs­
cebam elétrons, reduzindo-se, segundo a semi-reação:
ta para uma pilha, devemos:
• escrever a semi-reação de redução considerada, mantendo­ H+ + 1e - -+ 112 H2
se o sinal do E0;
Para saber qual dos metais, Cu ou Sn, sofreu oxidação,
• inverter a outra semi-reação para se conseguir a semi-reação
determina-se o E0 da pilha formada pelo metal e o hidrogênio.
de oxidação considerada, invertendo-se também o sinal de E0;
Pilha formada com o cobre:
• somar as equações e os valores de E0•

Um valor positivo para o E0 de uma pilha indica que a

+ K E0 = - 0, 1 5 V
2 H + + ...2-€- -+ H2
E0 = 0,00 V
reação se processa espontaneamente no sentido indicado. Se 2
Cu -+ Cu +
o valor for negativo, a reação será espontânea no sentido ----- ( + ) ---­
inverso.
+ Cu2 + E0 = - 0,15 V
Os exemplos a seguir ilustram o procedimento para a pre­
visão de reações: Pilha formada com o estanho:
1� Zn I Zn2 + 11 Ni2 + I Ni
la� + /C = 2 H + + ).--("- -+ H2 = 0,00 V
Jr'ê P
Ni -+ N �s) + E0 - 0,25 V E0
Zll(s) -+ Zn la� + = + 0,76 V
------- ( + ) ---­
Sn -+ Sn2 + + }-C E0 = + 0,14 V
--- ( + ) --�
a ofa� = + 0,51 V
--
.2 + Sn2 + E0 = + 0,14 V
N1 ( +q) + Zll(s) -+ N'�s) + Z E0
Apenas a r.eação que apresenta E0 > O ocorre esponta­
Essa reação ocorre espontaneamente no sentido indica­
neamente no sentido indicado. Portanto, é o estanho que se
do, pois E0 > O. 2
oxida, formando íons Sn +, reduzindo o íon H + .
A alternativa c é a correta.

2. (FUVEST-SP) Considere os potenciais-padrão de redu­


2� H 2 1 H + 11 Mg2 + I Mg
Mg la� + };-(- -+ M�s)
H2(g) -+ 2 H (aq) + }rê E0 = 0,00 V
E0 = - 2,37 V
ção:

---- (
+ ) -----
Mg ta� + H2(g) -+ M�s)
semi-reação (em solução aquosa) potencial (volt)
cn + 2 H�q) E0 = - 2,37 V Ce4+ + 1 e - -+ Ce3+ + 1,61
<(
(...)
Como E 0 < O, essa reação não ocorre no sentido indi­ Sn4+ + 2 e - -+ Sn2 + + 0, 1 5
.::::!!
:::> cado. Ocorre espontaneamente no sentido inverso: a) representar a reação que ocorre numa solução aquosa que
o
o De um modo geral, as espécies químicas que se encon­ contenha essas espécies químicas, no estado padrão;
a:
1-­ tram à esquerda nas semi"reações de redução tendem a rea­
w b) na reação representada, indicar a espécie que age como
....J
w gir espontaneamente com qualquer outra localizada à sua di­ oxidante e como redutor.


cn reita e abaixo na tabela de potenciais de redução. Esta gene­
Solução
ralização nos permite, rapidamente, realizar previsões de ocor­
::::> a) a reação que ocorre numa solução aquosa que contenha
....J rência de reações. Podemos, por exemplo, afirmar que to­
•W
(...) essas espécies é a que apresenta E0 > O. Isso é conse­
dos os metais que se situam abaixo do hidrogênio na tabela
::::> guido através da redução do íon Ce4 + e da oxidação do
o de potenciais de redução, como o Li, Na, Al, Zn, Fe e Ni, 2
íon Sn + .
cn
� K = + 1,61 v
dissolvem-se em soluções ácidas (1 M), pois conseguem doar
elétrons para que o H + se reduza a H2 . Ao contrário, os me­ 2 cé+ + -+ 2 Ce3+ E0
....J

------- ( + ) -----­
ã:
2 -+ Sn4+ + }/é" E0 = - 0, 1 5 V
tais situados acima do hidrogênio, como o Hg, Ag, Pt e Au, Sn +

P
-

1 38 =
não são dissolvidos por soluções ácidas, sendo, por isso, cha­
2
mados de metais nobres ou inertes. Sn + -+ 2 Ce3+ + Sn4+ + 1,46 V
b) o agente oxidante é o Ce4 +' que durante a reação provo­ de corrosão superficial.
ca a oxidação do Sn2 + e sofre redução. O agente redutor a) formule alguma das equações químicas representaúvas das
é o Sn2 +, que provoca a redução do Ce4+ e sofre oxida­ transformações ocorridas na superficie do prego.
ção. b) com base nos valores dos potenciais de redução relacio­

3. (EE MAUÁ-SP) De uma pilha são conhecidas as semi­


nados a seguir, deduza quais, dentre os metais citados,
os que mantidos em contato com o prego (sem recobri­
reações e seus respectivos potenciais padrão de redução: lo totalmente), seriam capazes de preservá-lo contra a
Cu2 + + 2 e - --+ Cu0 corrosão.
E0 = 0,34 V
E1g+/Ag + 0,80 v
Zn2 + + 2 e - --+ Zn° E0 = - 0,76 V
E�e2+fFeO - 0,44 v
a) qual é a força eletromotriz da pilha? EMg2 +fMg" = - 2,73 v
b) qual é a equação global que nela ocorre? E�u2+Jcuo = + 0,34 v
Solução E�n2 +Jzno = - 0,76 v
A reação que ocorre é a que possui E0 > O. Para isso, Solução
temos que considerar que o íon Cu2 + se reduz e que o Zn a) a corrosão do prego de ferro deve-se à reação do ferro com
se oxida: o gãs oxigênio em ambiente úmido. Urna possível reação é:
2 Fe --+ 2 Fe3 + + jJé'-
3H20 + ftê --+ 6 OH ­
EO = + 0,34 V
+ );( -
EO = + 0,76 V 3/2 02 +

2 Fe + 3/2 02 + 3 H20 --+ 2 Fe(OHh


------- (+) ----
--
--(+)--

Cu2 + + Zn --+ Cu + Zn2 + E0 = + 1,10 V


Ponanto: b) os metais que seriam capazes de preservar o ferro contra
a) a força eletromotriz da pilha é 1,10 V; a corrosão devem apresentar maior potencial de oxida­
b) a equação global que ocorre é: ção ou menor potencial de redução que o ferro. Compa­
rando os valores de potenciais de redução dados, constata­
Cu2 + + Zn --+ Cu + Zn2 +
se que apenas os metais magnésio e zinco possuem po­
4. (PUC-SP) Certo tipo de pilha, usada em aparelhos de sur­ tenciais de redução menores que o do ferro. Portanto, den­
tre os metais citados, apenas esses metais conseguem
dez, funciona em decorrência da reação química:
preservá-lo contra a corrosão, pois se oxidam com mais
Zn + 2 KOH + HgO --+ K2Zn02 + H20 + Hg facilidade que o ferro.
conhecidos os seguintes potenciais de oxi-redução: 6. (CESGRANRI&Rn A questão abaixo refere-se à seguinte
célula galvânica.
E0 volts Galvanômetro

4 Zn --+ Zn2 + + 2 e - + 0,76


K --+ K + + e - + 2,92
4 OH - --+ 02 + 2 H20 + 4e - - 0,41
Hg --+ Hg2 + + 2 e - - 0,80 Ponte salina
Pb Ag

podemos concluir que a diferença de potencial fornecida por


esta pilha é de:
a) 0,39 volt; b) 1,17 volt; c) 1,56 volt;
d) 2, 16 volt; e) 3,33 volt.
Solução
Através dos números de oxidação pode-se determinar as
espécies doadora e receptora de elétrons: AgN03, 1 M cn

® @
Pb (N03),, 1 M

@) (o)
<
u

Potenciais-padrão: ,::E
Zn + 2 KOH + HgO --+ K2 Z"n02 + H20 + llg :::>
Ag + + e - --+ Ag0 E0 = + 0,80 volt o
Assim, temos que, nessa reação, o zinco (Zn) se oxida e
Pb2 + + 2 e - --+ Pb0
o
E0 = - 0, 1 3 volt a:
o mercúrio presente no HgO se reduz. Utilizando as semi­ t­
Sobre esta célula, levando-se em conta os potenciais padrão
w
reações e os potenciais fornecidos, pode-se determinar a di­
-I
w
ferença de potencial dessa pilha: dados acima, são feitas as seguintes afirmações: cn
I - Ao se fechar o circuito haverá um fluxo de elétrons <
-I
Zn ·--+ Zn2 + + 2 e ­ E0 = + 0,76 V do eletrodo de prata para o de chumbe;
::::>
-I
2
Hg + + 2 e - --+ Hg E0 = + 0,80 V li - O eletrodo de prata será o catodo nesta célula;
•W
u
--
(+) -- _____
III - Quando 0,0 1 moi de elétrons circular através do cir­ :::>
o
Hg2 + + + Zn2 + E0 = + 1,56 V cuito, haverá uma diminuição de 1,036 g no eletrodo
de chumbo (Pb = 207 ,2);
Zn --+ Hg cn
<
ç
:J:
A alternativa é a correta. -I

S. (FUVEST-SP) Mergulhando-se um prego de ferro, lim­


IV - A reação total para esta célula pode ser representada ã:
por: -

po, em água observa-se com o passar do tempo um processo 139


Das afirmações acima: 207,2 g de Pb - 2 mols de elétrons
a) somente III e IV são corretas; mPb - 0,01 moi de elétrons

c) somente 11 e III são corretas;


b) somente I, III e IV são corretas; mPb = 1,036 g

d) somente 11 e IV são corretas; A afmnação III é, ponanto, correta.


e) somente I é correta. IV. Comparando-se esta reação com a determinada anterior­
mente, verifica-se que esta afirmação é incorreta.
Solução A alternativa c é a correta.
Analisando-se o sistema fornecido e os potenciais forne­ 7. (SANTA CASA-SP) Levando em conta os dados forne-
cidos, conclui-se que a reação que ocorre espontaneamente é: cidos pelas semi-reações a seguir:
Eo (V)
2 Ag + + W -+ 2 Ag0 E0 = + 0,80 volt
+ yé
Cr o� - + 14 H + + 6 e - -+ 2Cr3+ + 7 H 0 1,33

----- ( + ) ---
Pb0 -+ Pb2+ E0 = +0,13 volt 2 2
Mn04- + 8 H+ + 5 e- -+ Mn2+ + 4 H 0 1,55
2
pode-se afirmar que, utilizando-se concentrações unitãrias:
2 Ag+ + Pb0 -+ 2 At + Pb2+ E0 = + 0,93 volt 3+
a) Mn2+ oxidarã Cr3+; b) Cr oxidarã Mn2+;
Isto porque esta reação apresenta E0 > O. As afirmações c) Mn04- oxidarã Cr3+; d) Cr o� - oxidarã Mn2;
realizadas são, a seguir, analisadas: 2
e) não haverã oxidação, pois os E0 são próximos.
I. Quando o circuito é fechado, elétrons fluem do eletrodo
Solução
de chumbo, que sofre oxidação transformando-se em íons
O potencial de redução mede a capacidade que uma es­
Pb2+, para o eletrodo de prata, onde ocorre a redução
pécie química tem de atrair elétrons, isto é, se reduzir. Ana­
11. O catodo é o eletrodo onde ocorre a redução. Nesta cé­
dos íons Ag + . A afirmação I é, ponanto, incorreta;
lisando as duas semi-reações vemos que o íon Mn04- é o
que apresenta maior capacidade em atrair elétrons (melhor
lula, a redução ocorre no eletrodo de prata, ponanto, é
agente oxidante), pois apresenta maior E0•
correta a afmnação 11;
O íon "Mn2+ apresenta, em relação ao íon Cr3+ menor
III. Considerando a semi-reação de oxidação do chumbo:
capacidade de doar elétrons, isto é, ele é melhor agente
Pb -+ Pb2+ + 2 e - redutor.
verifica-se que hã a oxidação de 1 moi de Pb (207,2 g) A reação ocorrerã entre o melhor agente oxidante
quando 2 mols de elétrons são doados. Ponanto, quan­ Mn04 e o melhor agente redutor Cr3+.
do 0,01 mol de elétrons são doados, temos: A alternativa c é a correta.

Montado o sistema, como na figura, um campo elétrico,


criado pela bateria, forçarã o deslocamento dos elétrons pe­
lo fio, gerando um pólo positivo e um pólo negativo. No en­
tanto, s6 haverã passagem de corrente elétrica se o liquido
ELETRÓUSE que separa os eletrodos possuir íons com liberdade de movi­
mento. O eletrodo que funciona como pólo negativo é cha­
mado catodo, pois atrai para si os íons positivos ou cãtions.
O outro, que funciona como pólo positivo, recebe o nome
Até o momento estudamos as reações de oxi-redução que de anodo por que atrai os íons negativos ou ãnions. Os íons
convenem energia química em energia elétrica. Vamos con­ presentes no meio fecham o circuito do sistema através de
siderar agora o processo inverso, ou seja, as reações,• tam­ transformações químicas. Os íons atraídos pelo catodo rece­
bém de oxi-redução, que convertem energia elétrica em ener­ bem elétrons e são, ponanto, reduzidos. No anodo, os íons
gia química. Esse processo chama-se eletrólise e as reações, perdem eléuons sofrendo oxidação. Genericamente, para um
reações eletrolídc:as. eletrólito MX, formado pelos íons M + e X - , teríamos:
As eletrólises são, em geral, realizadas em sistemas cons­
+� -+ M
anodo ( + )
catodo ( - ) M+ redução
tituídos por uma bateria ou pilha geradora de corrente con­
X- -+ X + ./?'
---,( + ) --­
tínua, uma cuba eletrolítica e dois eletrodos inenes. oxidação
gerador
M+ + x- -+ M + X

Eletrólise ígnea
eletrodo
negativo
ou ou
Na eletrólise ígnea o meio eletrolitico é constituído pela
w catodo anodo substância iônica fundida. Nestas condições, seus íons po­
cn
:::::; dem movimentar-se livremente. Vejamos, a seguir, como
-o
a: ocorre a eletrólise ígnea do cloreto de sódio.
1-­
w
....J
O cloreto de sódio, NaCl, funde aproximadamente a
célula
w
ou
800°C. Nesta situação, seus íons, Na + e Cl - , ganham mo­
-

140
cuba vimento sendo atraídos pelos pólos da cuba eletrolitica, on­
eletrolftica de se transformam:
anodo ( +)
-
catodo ( ) 2 Na + + ..z..é'" --+ Na0 +
-
2 Cl --+ Cl2 + )e"'
de água e dos íons Cl - .
Verifica-se, experimentalmente que nesta eletrólise ocorre

-
---------1( + ) -·- a seguinte reação:
2 Na + + 2 Cl - --+ 2 Na0 + Cl2
catodo ( ) 2 H20 + 2 e - --+ H2 + 2 OH -
O sódio metálico formado, Na, deposita-se no catodo anodo( + ) 2 Cl - --+ Cl2 + 2 e -
enquanto no anodo há liberação de gás cloro, Cl2 • (+)
Através da tabela de potenciais de redução (pg 41), 2 Cl - + 2 H20 --+ H2 + Clz + 2 0H -
verifica-se que esta reação não ocorre espontaneamente, pois
sua voltagem é de - 4,07 V. Para que essa reação ocorra é
necessário fornecer-lhe, no mínimo, uma voltagem igual a Durante a eletrólise formam-se H2 e Cl2 gasosos, a con­
4,07 V. Verifica-se, na prática, que a voltagem necessária para centração de Cl - diminui e a de OH - aumenta. Há, por­
uma reação eletrolítica é, muitas vezes, maior que a calcula­ tanto, a formação gradativa de solução de hidróxido de só­
da teoricamente. dio. Na competição pela descarga, os íons Na + perdem pa­
ra as moléculas de água e os íons Cl - ganham das molécu­
las de água.
Eletrólise em solução aquosa
Nesta eletrólise os íons Na + e Soi - competem com mo­
Eletrólise de solução aquosa de Na2S04
Na eletrólise aquosa o meio rletrolítico é uma solução
aquosa de um eletrólito. Nesta eletrólise devemos conside­ léculas de água. Segundo as ordens de descarga, ambos per­
rar, além dos íons provenientes da dissociação ou ionização dem para as moléculas de água, ocorrendo a seguinte reação:

------
do eletrólito, pequenas quantidades de íons H + e OH - pro­ catodo ( - ) 4 H20 + � -+ 2 H2 + 4 OH +
venientes da ionização da água e as próprias moléculas de anodo ( + ) 2 H20 -+ 02 + 4 H + + �
água. Estas, por serem polares e se encontrarem envolvendo (+)
os eletrodos, podem sofrer redução ou oxidação. São as se­ 6 H20 --+ 2 H2 + 0 2 + 4 H + + 4 0H -

-
guintes as semi-reações de oxidação e de redução da água:
Os íons H + e OH - formados, após a mistura, se neutra­
lizam formando água. Somando-se a equação de neutraliza­
oxidação: 2 H20 --+ 02 + 4 H + + 4 e - E0 = 1 ,23 V ção à equação global, temos:
redução: 2 H20 + 2 e - --+ H2 + 2 OH - E0 = - 0,83 V
� + .4-etl --+ �
2
Quando o eletrólito for um ácido ou uma base, as con­ 6 H20 -+ 2 H2 + 02 + � + ..4()fr"'
centrações dos íons H + e OH - são bem maiores do que na (+)
água pura, podendo sofrer os seguintes processos: 2 H2 0 -+ 2 H2 + 02
Como se pode constatar, nesta eletrólise, ocorre apenas
oxidação: 2 OH - --+ H20 + 11202 + 2 e - E0 = - 0,40 V a transformação da água. Os íons provenientes da dissocia­
redução: 2 H + + 2 e - -+ H2 E0 = 0,00 V
ção do sulfato de sódio não se transformam. Eles, no entan­
to, são necessários para tomar o meio condutor de eletricidade.
A previsão de quais reações ocorrerão, preferencialmen­
te, no catodo e no anodo, muitas vezes, não é uma tarefa fa­
Eletrólise de solução de HCl diluído
cil. Isto porque nem sempre o oxidante mais forte é o mais
No catodo ocorre a descarga do íon H + . No anodo há
rapidamente reduzido. Além disso, diferentes concentrações
a competição entre íons Cl - e moléculas de água, ocorren­
dos reagentes podem produzir diferentes resultados. do a descarga dos íons Cl - .
catodo ( - ) 2 H + + K -+ H2
A série de potenciais, no entanto, pode nos dar uma boa

------- --
indicação dos íons que sofrerão, preferencialmente, descar­
ga numa determinada eletrólise. De um modo geral, temos: anodo (+) 2 Cl - -+ Cl2 + Y
,( +)


8
IL_______L
pr� rid�a�
io�

ãnions não
de�d�
e�d_ ca�
es_

(;J
a ------
rg�

oxigenados: C! - , Br · , S2� .. .

ou
H-

·
ãnions oxigenados: SO� - , CO��, NO} ...
ânions orgânicos: CH3COo -
Eletrólise de solução aquosa diluída de NaOH
Nesta eletrólise verifica-se que no catodo moléculas de
água descarregam antes dos íons Na + e que no anodo ocorre

-
(exceto F " ) fluoreto: F-

� CIJ
o H0
2
a descarga preferencial de íons OH - .
2
� H20 + K 2 H2 + _4-0ff""'
J..eff - 02 + 2-HíQ+ �
metais metais catodo ( ) --+
+ metais
de
ou lon AI

J+
alcalinos
alcalinos: anodo ( +) --+
transição: terrosos:
H20 i + , + ...
Ba2+ , Ca2 +, Mg2+ .. . Na + , L K
(+)

.......
Fel+, Cu2+, Zn2+ .. .
UJ
sa

....-...
EXERCÍCIO ·O
Eletrólise de solução aquosa de NaCl a:
1-­
No catodo ocorre a competição entre íons Na + e molé­ (PUC-SP) Considere os seguintes sistemas: UJ
UJ

11. Solução aquosa de hidróxido de sódio;


culas de água e no anodo, entre íons Cl - e moléculas de água. I. Solução aquosa de cloreto de sódio;

111. Cloreto de sódio no estado líquido; 141


Segundo as ordens de descarga dos cátions e dos ânions, de­
vem ocorrer, preferencialmente, as descargas das moléculas
IV. Hidróxido de sódio no estado líquido. sões I, 11 e III, o que resulta na expressão geral das leis de
Os que poderão fornecer, por eletrólise, o elemento sódio Faraday
serão:
a) somente I e li;
lm = K · E · i ·t l (IV)
b) somente III e IV;
O valor de K
c) somente I e 111;
Para calcularmos o valor de K devemos levar em consi­
d) somente 11 e IV; deração que:
e) I, 11, III e IV.
a) a carga de um elétron é 1,6 · 10 - 19 C e portanto a carga
Solução de um moi de elétrons é 6,02 1023 1,6 lO - 19 C =
· • ·

As espécies químicas presentes em cada sistema são: 96 500 C;


I. Na + , CI - , H20 e, em pequena quantidade, H + e b) o equivalente-grama de uma substância é a massa de subs­
oH - ; tância que, ao reagir, coloca em jogo um moi de elétrons.
11. Na + , OH - , H20 e, em pequena quantidade, H + ; Portanto, se um moi de elétrons passar pelo circuito a mas­
111. Na + e Cl - ; sa de substância eletrolisada será igual seu equivalente-grama
Iv. Na + e OH - . (m = E). Fazendo as substituições na expressão IV, temos:
Consultando a tabela de prioridade de descarga eletrolíti­
m = K · E · i · t
dade de atrair elétrons, isto é, se reduzir, do que o íon Na + .
ca vemos que o íon H + e a água apresentam maior capaci­
E = K · E · 96 500 C
Portanto, sódio metálico só pode ser obtido em sistemas não 1
aquosos como os sistemas Ill e Iv, onde a substância se en­ K
= 96 500 C
contra no estado de fusão.
A alternativa b é a correta. e a expressão geral das leis de Faraday se torna:

I� I
E.i .t
=
Leis da eletrólise 96 500
Em 1834, o inglês Michael Faraday estabeleceu as leis
da eletrólise que são conhecidas como leis de Faraday.

Primeira lei de Faraday: A massa de substância ele­


• Equivalente eletrolítico
Chama-se equivalente eletrolítico (E)
à massa de substância
eletrolisada quando no sistema passa a carga de um coulomb.
O equivalente eletrolítico pode ser calculado da seguinte
trolisada (m) é diretamente proporcional à quantidade de

E
maneira:
carga elétrica (Q) que atravessa a solução:
E -----+ 96 500 C
lC

IE - � I
Matematicamente, temos:
m = k1 • Q (I)
onde: 96 00
• m é a massa da substância eletrolisada, dada em gramas;

• Q é a carga elétrica que atravessa a solução.


• k1 é uma constante de proporcionalidade;
EXERCÍCIOS
A carga elétrica é dada em coulombs (C) e pode ser cal­
culada pela expressão
1. (FUVEST-SP) Executou-se a eletrólise de uma solução de
Q = i·t (11) H2S, na qual 6,02 Io23 elétrons foram trocados entre os
·

eletrodos. No anodo (pólo positivo) ocorre a semi-reação:


+ 2 e-
onde:
• i é a intensidade da corrente elétrica que atravessa o siste­ s2 - -+ s
ma, dada em ampêre (A); a) qual a massa de enxofre depositada?
• t é tempo, dado em segundo (s). b) qual a semi-reação envolvida no catodo?

a) A equação de oxidação do íon S2 - mostra que para a pro­


Segunda lei de Faraday: A massa de substância ele­ Solução
trolisada (m) é diretamente proporcional ao equivalente­
grama dessa substância (E). dução de um moi de enxofre (16 g) dois mols de elétrons
participam do processo. Portanto, quando 6,02 · 1023 elé­
trons, ou seja, um moi de elétrons, participam do proces­
Matematicamente, temos: so a massa de enxofre depositada deve ser 8 gramas;
m = k2 • E (III) b) Como a eletrólise é realizada em solução aquosa no cato­

2 H+ + 2 e-
L.I.J onde: do ocorre a redução do íon H + :

• k2 é uma constante de proporcionalidade;


:::J
cn
• m é a massa de substância eletrolisada, dada em gramas; -+ H2
-o

tu 2. (EE MAUÁ-SP) Qual o equivalente-grama de um elemen­


c:c

.......
• E é o equivalente-grama da substância, dado em eq/g.
L.I.J
Como a massa de substância eletrolisada é proporcional . to metálico sabendo-se que, ao passar por um solução de seu
-

1 42
tanto à carga que atravessa o sistema, como ao equivalente­ sal uma corrente de 9,65 A durante 5 minutos, depositou-se
grama da substância eletrolisada, podemos reunir as expi:es- 0,88 g do metal num dos eletrodos?
Solução para eletro-deposição. Terminada a niquelação, verificou-se
Os dados do problema permitem calcular a carga elétrica que haviam passado pelo circuito 1,0 · 10 - 3 moles de elé-
que passou pela solução. Para que isto seja possível é neces­ . trons. Conclui-se, então, que a quantidade de níquel deposi­
sário transformar o tempo em segundo e a seguir multipli­ tada sobre a eça de cobre é:
p
car pela corrente elétrica que atravessou a solução: a) 5,0 · 1 0 - moles, isto é, 29,35 10 - 3 g; ·

b) 1,0 10 - 3 moles, isto é, 58,71 10 - 3 g;


· ·

Q = 9,65 A 5 60 s = 2 895 C 3
c) 2,0 · 10 - 3 moles, isto é, 117,42 10 - g;
· ·
·

Como o equivalente-grama de uma substância é a massa d) 2,5 . 10-4 moles, isto é, 14,67 . 10 - 3 g;

(96 500 C) podemos escrever a relação:


de substância que coloca em jogo um mol de elétrons e) 1,0 10 - 3 moles, isto é, 29,35 10 - 3 g.
· ·

A redução dos íons níquel li ocorre segundo a equação:


Solução
96 500 C l eq E
28 950 C --- e ---- 0,88 g N�a� + 2 e - --+ N�s)
Esta equação nos mostra que um mol de íons Ni2+ ao
receber dois mols de elétrons transforma-se em um mol de
28 950 c
96 500 C _ E_
=
0,88 g I E = 29,3 g I átomos de níquel. Como passou pelo circuito 1 ,O • 1 O - 3 mol
de elétrons, o número de mols de átomos de níquel de­
O mesmo resultado poderia ser obtido se utilizássemos positado foi 1,0 . 10 - 3/2 = 5,0 . 1 0 - 4 mol.
a expressão geral das leis de Faraday
A massa molar do níquel é 58,7 g/mol e a massa de
E·i t
5,0 . 10 - 4 mol é:
·
m =
96 500
E = 29,3 g I
1 mol Ni 58,7 g
96 500 c
E · 9,65 5 60
0'88 ..
· ·

I 5,0 . w - 4 mol Ni mNi

3. (FCC) Duas células eletrolíticas, uma contendo CrC1 58,7 g . 5,0 . w - 4 mol
3 mN·' =
(célula I) e a outra CrC12 (célula 11), foram ligadas em série 1 moi
e por elas passou corrente elétrica durante certo tempo. mNi "' 293,5 • 10 - 4 g = 29,35X 10 - 3g
A relação das massas do metal depositado nos catodos das
células I e 11 é: A alternativa a é a correta.
a) 1/1; b) 1/2; c) l/3; d) 2/3; e) 2/5.
Solução 5. (PUC-SP) Um sal de um metal de massa atômica 55 li­
Células eletrolíticas ligadas em série são atravessadas pe· berou 1,375 grama do metal quando submetido à eletrólise,
la mesma quantidade de eletricidade. Neste exercício a quan­ por uma corrente de 10 amperes, durante 16 minutos e
tidade de elétrons que atravessa as células I e 11 é a mesma. 5 segundos. Conseqüentemente concluímos que a valência
A equação de redução do crômio na célula I é: do metal no sal considerado é:
Cr3+ + 3 e -
a) 1; d) 4;
--+ Cr b) 2; e) 5.
e na célula 11 é: c) 3;
Cr2 + + 2 e- --+ Cr Solução
Os dados do problema permitem calcular a quantidade
Supondo que pelas células I e 11 passem x elétrons, as
de carga elétrica que atravessou o cirê:uito. Para isto basta mul­
massas de crômio depositadas são:
célula I : 3 mol e - -- 1 mol Cr - 52 g
tiplicar o tempo, em segundo, pela corrente.
Q = i. t
x mol é - mr
Q = 10 . 965 = 9.650 c
52 • X Como a carga associada a um mol de elétrons é 96.500 C,
mr = -- (I)
3 o número de mols de elétrons que atravessou o circuito elé"
trico foi 0,1 mol.
célula II: 2 mol é- __ 1 mol Cr - 52 g O número de mols de metal depositado foi:
x mol é - mrr
1 375

(li)
n = > = O'025 mol
52 • X 55
mn = -- Podemos calcular a relação entre o número de mols de
2
elétrons que atravessou o circuito e o número de mols de áto­
Dividindo a expressão (I) pela (11) temos:

Pl-
mos do metal depositado.

= __QJ_ = 4
mr = n � de mols elétrons

� w
e n � de mols de átomos 0,025
r.n
mu = Este dado nos mostra que são necessários 4 mols de elé­ ::i
-o
trons para depositar um m<>l de átomos. Isto só é possível a:
1-­
A alternativa d é a correta. w
se a valência, isto é, a carga elétrica do íon for +4. ....J
w
A4+ + 4 e- --+ A -
4. (ITA-SP) Para niquelar uma peça de cobre, usou-se uma
solução de sulfato de níquel 11, e aparelhagem conveniente A alternativa d é a correta. 143
1A
CLASSIFICAÇAD PERIÓDICA DDS ELEMENTOS

jH
i 1,DGII 2A
Com massas atômicas referidas ao isótopo 1 2 do carbono
3A 4 A 5A BA ?A

·� F
3 10

� Be
o

�N
c
o � c

§ Li B c � o
x
� Ne
.... 0.01 z 14.0 19,0

º Si
10.0 12.0 18,0 20,2

13 15 2 16

� Cl
11 c 12 16 17

jMg ' p
1
E lementos de transição 14
z
c c

� Na � AI � s � Ar
4B 5B BB 7B 1B < li
23,0 � 24,3 27,0 28,1 31,0 32,1 35,5 30,9

Se Ti V ' !� Mn � Fe �8 Cu ·�
o

� Co : ; Ni
27 32 36

Kr
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� Zr :� In � Sn :: ·� e e ·�
58,7 72�

'
56,8

'
45,0 79,9


:8,1 13,5 74,9
1 ' 46 49 53 2
13,8

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37 38 39 44 � 45 so 52

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43

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BB � � �
132,9 180,9 100,2 112,2 195,1 1&7,0 207,2

'
201,0

1! 7 89-103 104 105 106



Fr "'
� S�AIE DOS
!223) ' . ACTJNibEO i) 12111 !2601
< 11
221.0 2 :r 2

Série dos lantan ldios

§ �
N ú mero

� Símbolo
atômico �

::l

o
o
� Série dos actinldeos
Massa �


z


atômica
l i = NOde mas5a do
osOtopo maos "tável �

UJ
(f)
_J
·O
a:
1-­
UJ
_J
UJ
-

144
QUÍMICA ORGÂNICA
A química orgânica é o ramo da química que estuda os tância com a fórmula CH3Cl. Se as quatro valências não fos­
compostos do elemento carbono, principal componente de sem iguais deveriam existir quatro substâncias diferentes for­
todos seres vivos. O nome química orgânica teve origem na madas pela mesma quantidade e tipos de átomos, mas com
idéia de que as substâncias presentes nos seres vivos somen­ arranjo espacial diferente:
te podiam ser sintetizadas por estes organismos devido ao H H H C!
I
fato de possuírem a "força vital".
Em 1828, o alemão Wõhler produziu em laboratório a I I I
H - C - C! H - C - H C! - C - H H - C -H
I I
substância uréia (composto orgânico) a partir de cianato de
amônio (composto inorgânico). I I
H C! H H
NH2
calor / As fórmulas estruturais acima são no entanto idênticas
NH4CNO -+ O = C
cianato " e representam igualmente o composto cloro-metano.
· de uréia
NH2 • os átomos de carbono podem ligar-se entre si formando
amônio cadeias carbônicas. As ligações entre os átomos de carbono
podem ser:
I
A partir de então, ocorre o declínio da teoria da força vi­
tal e os químicos iniciam pesquisas no sentido de estudar I

I
e sintetizar compostos de carbono. Isto fez com que a quan­ simples: c c
tidade de substâncias orgânicas conhecidas superasse em apro­ I
ximadamente dez vezes o número de substâncias inorgâni­
cas conhecidas.
dupla:
A química orgânica é hoje um campo fértil e inesgotá­
vel. Detergentes, inseticidas, aditivos alimentares, medica·
mentos, plásticos, borrachas etc. são alguns exemplos de onde tripla:
os compostos orgânicos se encontram presentes. Em 1 874, Van't Hoff e Le Bel propuseram a Teoria da
Configuração Tetraédrica do Atomo de Carbono. De
acordo com essa t.eoria, o átomo de carbono situa-se no cen­
tro de um tetraedro imaginário e cada uma de suas valências
estaria dirigida para um dos vértices do tetraedro.
H

O CARBONO
H

O elemento químico carbono apresenta número atômico


H
igüal a 6 e encontra-se localizado na família 4A da tabela pe­
riódica. Devido à súa posição na tabela periódica, o carbono De acordo com a teoria da configuração tetraédrica, as
não é altamente eletronegativo nem eletropositivo, ou seja, ligações entre átomos de carbono são assim explicadas:
não atrai nem repele elétrons fortemente. Conseqüentemente • átomos ligados por ligação simples têm um vértice comum:
forma, de modo geral, compostos moleculares, isto é, com­ H H
postos com ligações covalentes. o
z
Estudando compostos de carbono, Kekulé e Couper cons­ o
CC
tataram três características fundamentais desse elemento quí­ a:
<(
H u
mico:
o
• o carbono é tetravalente, isto é, forma quatro ligações;
-

145
• as quatro valências do carbono são equivalentes.

Este postulado explicava o fato de haver apenas uma subs- H H


• átomos ligados por ligação dupla têm dois vértices em co­ Carbonos ligados por tripla ligação: sofrem hibridi­
mum, isto é, têm uma aresta comum: zação sp que determina uma estrutura linear, com ângulos
de 1 80°.
H H v

H H

• átomos ligados por ligação tripla têm três vértices em co­


mum, ou seja, uma face comum:
H
Representação dos compostos
A '
organ1cos
H H
Os compostos orgânicos podem ser representados por di­
ferentes tipos de fórmulas: a molecular, a estrutural pla­
na e a estrutural condensada. Para os compostos butano
e propanol, temos:
H
fórmula butano propanol

Atualmente, a teoria da configuração tetraédrica do áto­ molecular C4H IO C3H80


mo de carbono só é válida para o carbono que apresenta ape­ H H H H H H H
nas ligações simples. Segundo a teoria atual, a teoria dos or­ estrutural
I ! I I I I I
H- C - C - C - C -H H- C - C - C -0-H
bitais moleculares, o átomo de carbono sofre diferentes hi­ plana I I I I I I I
bridizações ao formar as diferentes ligações (simples, dupla H H H H H H H
e tripla) resultando diferentes estruturas espaciais. estrutural H3C - CH2 - CH2 - CH3 H3C - CH2 - CH2 -OH
condensada
Carbonos ligados por ligações simples: sofrerh hi­
bridização sp3 que determina uma estrutura tetraédrica re­ As fórmulas mais utilizadas são as estruturais pois, como
gular, com ângulos de 109°28'. veremos adiante, fornecem maiores informações sobre as ca­
racterísticas da substância, do que a fórmula molecular.
É comum, também, encontrarmos representações das
substâncias orgânicas onde as ligações entre átomos de car­
bono e hidrogênio são simplesmente representadas por traços.

Exemplo
I I I
- C - C - C - OH
I I I
que corresponde ao composto:
H3C - CH2 - CH2 - OH ou
Carbonos ligados por dupla ligação: sofrem hibridi­
zação sp2 que determina uma estrutura triangular plan� e
ângulos de 120°. O átomo de carbono na cadeia
Um átomo de carbono, numa cadeia carbônica, é classi­
ficado em:

carbono primário: quando encontra-se ligado a um outro


o átomo de carbono;
z
o
al
a: carbono secundário: quando encontra-se ligado a dois áto­
<(
u mos de carbono;
o
- carbono terciário: quando encontra-se ligado a três áto­
146 mos de carbono;
carbono quaternário: quando encontra-se ligado a qua­ Saturadas
tro átomos de carbono. Apresentam apenas ligações simples entre os átomos de
carbono:
Exemplo
H3C - CH 2 - CH2 - CH3

I � G:J
@CH3
CD @ ® f' o

I
H3C - C - C H 2 - C H - C H3
H3C - CH - CH 2 - C
I
I "
oH
Ú) C H 3 ®CH3
CH3

carbonos primários: 1 , 5, 6, 7, 8;
H3C - C - CH2 - CH3
carbono secundário: 3;
11
carbono terciário: 4;
o
carbono quaternário: 2.

Insaturadas
Apresentam duplas ou triplas ligações entre os átomos
Classificação das cadeias de carbono:
carbônicas
H3C - CH = CH - CH3
Os átomos de carbono podem formar diferentes tipos de H3C - C = cH
cadeia, fato �ste que determina as propriedades das substân­
cias. As cadeias carbônicas podem ser classificadas basica­
mente em:

Cadeias abertas, acíclicas ou alifàticas, quando apresen­


Quanto à natureza dos átomos constituintes, as cadeias
tam pelo menos dois carbonos primários:
carbônicas podem ser:

H3C - CH 2 - CH2 - CH3 Homogêneas


Apresentam apenas átomos de carbono:
,. .. - - - - - - - - - - - - - - - - -
H3C - CH - CH2 - CH3 ' -
� H3C - CH 2 - CH2 - CH3 !
... - - - - - - - - - - - - - - - - -... - , -
(ÍI�c :.:c:H; -:.= clf;;- OH
I
CH3 _ _
� . _ ,.. _ _ _ _ _ _ ,

Heterogêneas
Quanto à disposição dos átomos na cadeia, as cadeias aber­
Apresentam, alêm do carbono, átomos de outros elemen­
tas podem ser:
tos no meio da cadeia:
Normais ou retas
H3C - CH2 -�:Q.:- CH2 - CH3

-t:N :-
Apresentam apenas carbonos primários e secundários:

. -�- ,
H3C - CH2 CH3

CH3
Cadeias fechadas ou cíclicas, quando os átomos de car·
bono formam anêis ou ciclos:
CH2
/ '\
Ramificadas H2 C CH2
Apresentam carbonos terciários ou quaternários: I I
H2 C / CH2
'\
CH 2

Quanto à disposição dos átomos de carbono, as cadeias


fechadas podem ser:

Normais
Quando o anel não apresenta ramificações:

/ CH
'\2 o
H2C CH 2 z
o
I I a:l


a:
H2C -- CH2
o
-

14 7
Quanto à saturação dos átomos de carbono as cadeias car­ Ramificadas ou mistas
bônicas podem ser: Quando o anel apresenta ramificações:
H2C-- CH - CH2 - CH3 Dependendo do número de núcleos benzênicos as cadeias

I
homocíclicas aromáticas podem ser:
I • mononucleares: quando apresentam apenas um anel ben-

Óc' oH
H2C , / CH2 zênico.
CH2 -.:::" 0
Quanto à saturação dos átomos de carbono as cadeias fe­
chadas podem ser:

Saturadas
Quando os átomos de carbono do anel apresentam ape­

aas ligações simples: • polinucleares: qu!lndo apresentam dois ou mais anéis ben­
H2C -- CH2 zênicos.

I I
H2C , / CH2
o
Insaturadas
Quando existem duplas ligações no anel:
núcleos isolados núcleos condensados
HC = OI H H
/ '
H2C CH2 / C = c, Alicíclicas ou não-aromáticas: quando a cadeia não apre­
� CH2
/ H2C , / CH2 senta anel benzênico.
c =c
H H
Quanto à natureza dos átomos constituintes, as cadeias
fechadas podem ser:

Homogêneas ou homo<:íclicas
Quando apenas átomos de carbono constituem o anel:
CH2
EXERCÍCIOS
/ '

I
H2C CH2
I
H2C -- CH2
1 . (PUC-SP) Na fórmula abaixo, há quantos átomos de car­
Heterogêneas ou heterocíclicas bono primário, quantos secundários e quantos terciários?
Quando átomos de outros elementos encontram-se pre­
H H H H
I
sentes no anel:
I I I
HC -- CH H3C - C - C - C - C - CH3
11 11 I I I I
HC '@/ CH CH3 CH3 H CH3

I Solução
H Numerando-se os átomos de carbono presentes na molé­
cula da substância temos:
As cadeias homocíclicas podem ser de dois tipos:

<D I ® I ® I ® 1 0 ®
H H H H
Aromáticas: quando apresentam o núcleo ou anel ben­

a> l
zênico na sua estrutura. Este anel encontra-se presente na H3C - C - C - C - C - CH3
substância benzeno que possui uma estrutura cíclica forma­ � I I®
da por um anel hexagonal insaturado: CH3 CH3 H CH3
Verificamos que se encontram ligados a somente um áto­
H
mo de carbono os átomos de números I, 2, 5, 8 e 9. O áto­
I mo número 6 encontra-se ligado a dois outros átomos de car­
o .t e , bono. Os átomos número 3, 4 e 7 estão ligados a três átomos
:z
o
H - C C - H de carbono.
CC
a: I 11 O composto apresenta 5 átomos de carbono primário, 1
H - C� /C - H . átomo de carbono secundário e 3 átomos terciários.
c:s:
u

2. (CESESP-PE) Assinale a alternativa que contém a clas­
o c
- I
l48 H sificação da cadeia abaixo:
a) aciclica, saturada; cadeia homogênea, normal e saturada;
b)
c)
cíclica, insaturada e ramificada;
aciclica, insaturada e ramificada;
l
c) H2C = CH - O - CH2 - CH2 - CH3 j
d) cíclica, saturada, sem ramificação; cadeia heterogênea, insaturada e normal;
e) heterocíclica, insaturada e ramificada.
d) H3C - CH = CH - CH2-CH 2 - CH2
I
Solução
A fórmula estrutural da substância nos mostra que a ca­
deia carbônica é normal (não há formação de ciclo}, ramifi­ CH3
cada (existe um átomo de carbono terciãrio) e insaturada (exis­ Cadeia homogênea insaturada e normal;
te uma dupla ligação).

3. (UF-SC) A cadeia carbônica insaturada, homogênea, ra­


A alternativa c é a correta.

mificada é:
cadeia homogênea, saturada e ramificada.
c,
a) ,o
=
A alternativa a é a correta.
I
H3C - CH2 - C CH -

4. (PUC-SP) As quantidades totais de átomos de carbono


H
CH3


primário, secundário e terciário presentes no composto
,o
H3C - CH2 - CH2 - CH2 - C CH3
, ,
CH - CH - CH2 - CH - CH3
I I
H /
CH3
c) H 2C = CH - O - CH2 - CH2 - CH3
CH3 CH3
d) H3C - CH = CH - CH 2 - CH2 - CH2
são, respectivamente:
I a) 5, 1, 3; c) 3, 3, 3; e) 5, 2, 2 ..
CH3 b) 2, 3, 4; d) 2, 4, 3;
e) H3C - CH2 - CH2 - CH2 - CH 2 - CH - CH3
I Solução
CH3 Identificando os tipos de átomos de carbono presentes na
molécula temos:

®
Solução

0 0 €)
Identificando e classificando a cadeia carbônica princi­


pal de cada substância temos: CH3 0
,
®

( ® / CH - CH - CH2 - CH - CH3
,o
IH3C - CHz - c = CH - c CH3 I I
I H CH3 CH3
CH3 ® ®
cadeia homogênea, insaturada e ramificada; A alternativa a é a correta.

I
Noções básicas de nomenclatura
O conhecimento de grande número de compostos de car­ CJ)
bono fez com que os químicos estabelecessem regras de no­ <(
u
FUNÇÕES ORGÂNICAS menclatura que permitissem relacionar o nome da substância :z
•<(
com sua estrutura atômica. Isto foi feito em reuniões inter­ (!)
a:
nacionais patrocinadas pela União Internacional de Quí­ o
mica Pura e Aplicada (IUPAC). As regras de nomencla­ LU
CJ)

tura desenvolvidas por esta organização científica resultaram •O



No livro II vimos que não é necessário conhecer as pro­ na nomenclatura IUPAC, que é a nomenclatura oficial. Além :z
LL
::>
priedades individuais de. cada substância para se ter idéia de da nomenclatura lUPAC, os compostos .orgânicos podem
suas propriedades químicas. O estudo das propriedades das se identificados através da nomenclatura usual ou comum õ
:z
substâncias é facilitado quando elas são agrupadas de acor­ e, algumas substâncias, através do nome comercial. O nome o
CD
do com suas características comuns, ou seja, em funções quí­ comercial, ou o mais comum, de uma substância será prece­ a:
<(
micas. Já estudamos as funções inorgânicas ácido, base, sal, dido do sinal *. u
o
óxido e hidreto. Agora estudaremos as características estru­ As regras básicas da nomenclatura IUPAC são:
-

149
turais das principais funções orgânicas bem como as regras • associar um prefixo ao número de átomos de carbono da
de nomenclatura dos compostos orgânicos. molécula da substância. Os prefixos para 1, 2, 3 e 4 átomos
de carbono possuem nomes especiais. Para 5 ou mais áto­
mos de carbono utilizam-se os prefiXos gregos. Radicais são átomos, ou grupo de átomos, que apre­
sentam uma ou mais valências livres. Os radicais de­
rivados dos hidrocarbonetos são chamados radicais al·
nllmcro de
quita e são, genericamente, representados pela letra R.
6tomo• de I 2 � 4 5 6 7 8 9 lO
carbono
Assim temos:
preflllo met et prop but pent hex hept oct non deca
hidrocarboneto radical

• indicar a presença de simples, duplas ou tripas ligações en· metano metil(a)


tre âtomos de carbono através de inf!Xo. (CH4) CH3 -
etano etil(a)
tipo de ligaçio infixo (CH3 - CH3) CH3 - CH2 - ou C2H5 -
simples ( - ) an propano n-propil(a)

tripla ( • )
dupla ( = ) en (CH3 - CH2 - CH3) CH3 - CH2 - CH2 - ou C3H7 -

CH3 - CH - CH3 ou (CH3)zCH -


in iso-propil(a)

• associar um sufiXo a cada função orgânica. I


A aplicação destas regras bâsicas de nomenclatura, bem
como a apresentação, quando se fizer necessãrio, de novas Para se dar nome aos alcanos que apresentam cadeia ra­
regras serã realizado simultaneamente ao estudo das princi­ mificada deve-se:
pais funções orgânicas. • escolher a cadeia carbônica principal;

Hidrocarbonetos
• identificar os radicais alquila ligados à cadeia principal;
• numerar a cadeia carbônica principal, c;le modo que os ra­
dicais recebam os menores números, ou seja, começar a nu­

• escrever os nomes dos radicais alquila em ordem crescen­


Hidrocarbonetos são compostos formados única meração a partir da extremidade mais próxima de um radical;
e exclusivamente pelos elementos hidrogênio e carbo­
no. te de complexidade (quanto maior a quantidade de ãtomos
de carbono mais complexo o radical; ·em caso de igualdade
de complexidade utiliza-se a ordem alfabética) e precedidos
Como os âtomos de carbono produzem diferentes estru­
dos números correspondentes aos átomos de carbono na ca·
turas (cadeias saturadas, insaturadas, ramificadas, ciclicas
• escrever o nome do alcano correspondente à cadeia carbô­
deia carbônica principal aos quais se encontram ligados;
etc.), os hidrocarbonetos são divididos em diversas classes,
das quais estudaremos os alcanos , os alcenos, os alcinos,
• quando dois radicais estiverem ligados ao mesmo âtomo
nica principal;
os cicloalcanos e os hidrocarbonetos aromáticos. O su·
fiXo associado aos hidrocarbonetos é O.
de carbono, repetir o número da posição (separado por vir­
Aleanos gula);
Os alcanos são compostos formados por cadeias abertas • utilizar prefiXOS di, tri, tetra etc. para indicar a quantida­
e sa�uradas, contendo somente ligações simples entre âto· de de radicais de mesmo tipo presentes na molécula;
mos de carbono. No caso de alcanos que apresentam cadela • separar números de palavras e palavras de palavras com
normal, a nomenclatura segue as regras anteriormente vis­ hifen.
tas. Exemplos
1. Dar o nome do composto:
fórmula nome
CH3
CH4
-
metano
etano
I
CH3 CH3 (C2H6) H3C - CH2 - CH2 - CH - CH3
• identificação da cadeia carbônica principal:
CH3 - CH2 - CH3 (C 3H8) propano
CH3 - CH2 - CH2 - CH3 (C4H 10) butano
CH2 - CH2 - CH2 - CH3 (CsH 1 2) pentano
I
CH3 - CH3
A nomenclatura de alcanos de cadeia ramificada é feita
lH3C - CH2 - CH2 - CH - CH3I
levando-se em consideração que eles são formados por uma

�meti
cad.eia carbônica principal e radicais ligados a esta cadeia. • identificação dos radicais alquila:
A cadeia catbônica principal é aquela formada pela maior I
quantidade de ãtomos de carbono.
Exemplos · H3C - CH2 - CH2 - CH - CH3
• numeração da cadeia carbônica:
\c - c � c - c ... c\ CH3

c
I I
- H3C - CH2 - CH2 - CH - CH3
150 ® @ ® @ CD
e não CH3 de carbono. A nomenclatura dos alcenos de cadeia normal

I ê feita de maneira semelhante à dos alcanos, bastando so­

H3C - CH2 - CH2 - CH - CH3 ment-e sub�tituir o infixo an por en. Quando for necessário,

<D ® G) @ ®
numerar a cadeià carbônica principal para indicar a locali­
zação da dupla ligação. A numeração começa sempre a par­
tir da extremidade mais próxima da dupla ligação.
• nome do composto:
2-metil- pentano
fórmula nome
2. Dar o nome do composto: CH2 = CH2 (C2H4)
CH3 C2Hs
eteno (*etileno)
CH2 = CH - CH3 (C3H6) propeno

I I CH2 = CH - CH2 - CH3 (C4H8) buteno·l

H3C - CH - CH - CH2 - CH3 CH3 - CH CH - CH3 (C4H8)


=

CH2 = CH - CH� - CH2 - CH3 (C5H 10)


buteno·2
penteno·l
• identificação da cadeia carbônica principal: CH3 - CH = CH - CH2 - CH3 (C5H 10)
CH3 C2Hs
pentcno-2

I I
IH3C - CH - CH - CH2 - CH31
Quando um alceno apresentar ramificação, a cadeia car­
bônica principal deve conter a dupla ligação.
• identificação dos radicais alquila:
--�H3j �
I I
meti! etil

H3C - CH - CH - CH2 - CH3


Exemplos
1. Dar o nome do composto:
• numeração da cadeia carbônica: CH3 CH3
CH3 C2Hs I I
I I CH3 - CH - CH2 - CH - CH = CH2
H3C - CH - CH - CH2 - CH3
G) @ ®
• identificação da cadeia carbônica principal:
<D ® Clh CH3
I I .
e não �H� - CH - CH2 - CH - CH CH21 -

CH3 C2Hs • identificação dos radicais alquila:

I I � �
H3C - CH - CH - CH2 -CH3 I I
meti! -- metil

® <V CD CH3 - CH - CH2 - CH - CH = CH2


• numeração da cadeia
® ®
• nome do composto:
carbônica:
CH3 CH3
I I
2-metil-3-etil-pentano

CH3 - CH - CH2 - CH ·- CH CH2


® ® ® Q)
3. Dar a fórmula estrutural do 3,4,5-trimetil-3-etil-octano: · =

• a cadeia carbônica principal ê formada por oito (o prefixo ® ®

• na molêcula estão presentes 4 radicais (três metil e um etil);


oct indica 8) átomos de carbono;

• desenhando a cadeia carbônica principal e numerando-a


e não

temos:
CH3 CH3
I I I I I I I I I I
c c c c c c c c CH3 - CH - CH2 - CH - CH = CH2
1 I I I I I I I
- - - - - - - - -

Q) ® ® @) ®. ®
CD ® ® ® Cil ® ® ®

• colocando-se os radicais na cadeia carbônica principal ob­


• nome do composto:
C/)

3,5-dimetil-hexeno-1
temos a fórmula estrutural do composto:
CH3 CH3 CH3 z
I I I • a cadeia carbônica principal é · formada por 6 átomos de
2. Dar a f6rmula estrutural do 5,5-dimetil-4-etil-hexeno-1 .
•<

CH3 - CH2 - C - CH - CH - CH2 - CH2 - CH3 �


I ffi
carbono (prefixo hex);
• a dupla ligação está localizada entre o primeiro e o segun·
C2Hs do átomo de carbono; 8
1:2
z

Alcenos
• na molêcula estão presentes 3 radicais alquila (dois metil
e um etil);
-

151
Os alcenos são compostos formados por cadeias abertas • desenhando a cadeia carbônica principal e numerando-a
e insaturadas, contendo uma dupla ligação entre átomos temos:
I I I I I I Exemplos
- C .= C - C - C - C - C -
I I I I
CD Q) ® ® ® ®
• colocando-se os radicais na cadeia carbônica principal, ob·
e não
temos a fórmula estrutural do composto:
C2 Hs CH3
I I
H2C = CH - CH2 - CH - C - CH3
I
CH3
1 -metil-3-etil-ciclopentano
(hidrocarboneto clclico saturado e ramificado)
Alcinos
Os alcinos são compostos formados por cadeias abertas
e insaturadas, contendo uma tripla ligação entre átomos
de carbono. Tanto para compostos de cadeia normal como
ramificada a nomenclatura dos alcinos é semelhante à dos
alcenos, bastando somente trocar o infixo en por in.

fórmula nome

HC = CH (C2H2) etino (*acetileno)


HC = C - CH3 (C3H4) propino
HC = C - CH2 - CH3 (C4H6) butina. l 3, 4-dimetil-ciclohexeno
CH3 - C = C - CH3 (C4H6) butina.2 (hidrocarboneto clclico insaturado e ramificado)

I
CH3
• Hidrocarbonetos aromáticos

I
HC = C - C - CH2 - CH2 - CH3 3,3-dimetil·hexina. l
Estes compostos apresentam um ou mais anéis ou nú·

CH3
cleos benzênicos. O benzeno é o hidrocarboneto aromáti­
co mais simples. Sua molécula é um hexa anel formado por
duplas e simples ligações intercaladas.
Hidrocarbonetos cíclicos
Os hidrocarbonetos cíclicos são compostos formados por H
cadeias carbônicas fechadas. Estas cadeias podem ser sa­ I
turadas ou insaturadas e ramificadas ou não. A nomenclatu· c
11 \
© o;
ra destes compostos é feita colocanda.se o prefixo ciclo an·

? �
tes do nome do alcano correspondente. H - - H
ou ou
fórmula nome H - C C - H
�c /
"' ""

/� I
ciclopropano
CH2 - CH2
H

CH2 - CH2
I
O nome oficial do benzeno é ciclohexatrieno-1,3,5. No
I ciclobutano entanto, para efeito de nomenclatura, os compostos aromá­
CH2 - CH2 ticos são considerados como derivados do benzeno.

/CH2
Exemplos

(/)
<(
CH

� CH2 /
ciclopenteno meti l-benzeno
� CH - CH2 ( *tolueno)
z
•<(
(.!:) etil-benzeno
a::
o No caso de hidrocarbonetos cíclicos ramificados, deve-se
(/)
w numerar o anel partindo-se da ramificação mais simples e
10
seguir o sentido horário ou anti-horário de modo que os ou­ Quando o composto aromático apresentar um único anel

ir

z
tros radicais recebam os menores números. Quando o anel benzênico e várias ramificações, valem as regras discutidas
for insaturado, a numeração da cadeia deve começar pelo car· para os hidrocarbonetos cíclicos: numerar a cadeia a partir
-

152
bono que contém a insaturação e os radicais devem receber do radical mais simples e prosseguir a numeração de modo
. ós menores números possíveis. que os outros radicais fiquem com os menores números.
Exemplos Alguns hidrocarbonetos aromáticos polinucleares impor·
tantes são:

fenil-benzeno naftaleno ( * naftalina)

Compostos oxigenados
1 , 2,3- tri meti l-benzeno 1 , 2-dimetil-3-etil-benzeno
Os compostos orgânicos oxigenados são formados
Quando o hidrocarboneto aromático apresentar um úni­ pelos elementos hidrogênio, carbono e oxigênio.
co anel benzênico e somente duas ramificações, os números
que indicam a localização dos radicais podem ser substitui­
As principais funções oxigenadas são: álcool, fenol, al·
dos por palavras.
deído, cetona, éter, ácido carboxílico e éster.

Álcoois
posição palavra
São compostos que apresentam um ou mais grupos hi·

meta (m)
c 1 - c 2 orto (o) droxila ou oxidrila ( - OH) ligados a átomos de carbono sa­
c 1 - c3 turados. O grupo OH é o grupo funcional dos álcoois e é
c 1 - c4 para (p) responsável pelas propriedades comuns que eles apresentam.
A fórmula geral dos álcoois é R - OH.
A nomenclatura IUPAC dos álcoois é feita segundo as
Exemplos regras anteriormente vistas com as seguintes modificações:
a terminação O dos hidrocarbonetos é substituída por OL
e a numeração da cadeia carbônica, quando for necessária,
deve começar a partir da extremidade mais próxima da hi·
droxila.
Além da nomenclatura IUPAC utiliza-se a nomenclatu­
ra usual onde um álcool é identificado da seguinte maneira:
orto-dimetil -benzeno ou o-dimetil-benzeno
álcool ico
( * orto-xileno ou o- x i leno )
(nome do radical ligado ao grupo OH)
Exemplos

metano! ou âlcool metilico


CH3 - OH

etanol ou álcool etilico


C2Hs - OH

meta-dimetil-benzeno ou m-dimetil-benzeno
propanol-1 ou álcool n-propilico
(* meta-xileno ou m-xileno)
H3C - CH2 - CH2 - OH

propanol-2 ou álcool iso-propílico


H3C - CH - CH3
I
OH

3-metil-pentanol-1

!
CH3
para-dimetil-benzeno ou p-dimetil-benzeno
(* p-xileno ou para-xileno)
H3C - CH2 - CH - CH2 - CH2 - OH

Os principais radicais derivados dos hidrocarbonetos aro· propanotriol-1 ,2,3


CH2 - CH - CH2
I
máticos mononucleares são o fenll e o benzll e são, generi·
camente, representados por Ar. I I
OH OH OH
fenil benzil
Fen6is

@-
Fenóis são compostos que apresentam um ou mais gru·
pos OH ligados diretamente ao anel benzênico. Apresentam -
fórmula geral Ar - OH. 1 5�
Exemplos OH Cetonas

São compostos que apresentam o grupo carbonila ( - C - )


hidróxi-benzeno

(* feno!)
@ como grupo fundamental. O grupo carbonila pode estar
11
o
1-hidróxi-2-metil-benzeno
ligado a dois radicais alquila (R - C - R'), dois radicais
( * ono-cresol)
(orto-hidróxi-tolueno)
11
o
arila (Ar - C - Ar') ou um radical alquila e um arila
11
1 -hidróxi-3-metil-benzeno
o
( * meta-cresol)
(meta-hidróxi-tolueno)
(R - C - Ar').
11
o
A nomenclatura IUPAC das cetonas é feita trocando-se
a terminação O dos hidrocarbonetos por ONA. A numera­
1-hidróxi-3-metil-benzeno
ção da cadeia carbônica é feita a partir da extremidade mais
( * para cresol)
(para-hidróxi-tolueno)
próxima do grupo carbonila.
A nomenclatura usual das cetonas é feita da seguinte
maneira:

_____ cetona
(radical menor) (radical maior)

• Ácidos carboxílicos
Exemplos
São compostos que apresentam o grupo carboxila
.f o
(- C ou - COOU) como grupo funcional. Ao propanona
"

( * acetona)
OH (dimetil-cetona)
grupo carboxila pode estar ligado um radical alquila
o
.f
(R - C ou RCOOH) ou um rad'1caI an'Ia butanona CH3 - C - CH2 - CH3
" ou (metil-etil-cetona) 11
o o
.f
(Ar - C , ou ArCOOH)
CH3
I
OH
A nomenclatura IUPAC é feita substituindo-se a termi­ 2-metil-pentanona-3 CH 3 - CH - C - CH2 - CH3
nação O dos hidrocarbonetos pela terminação ÓICO. A nu­ (etil-isopropril-cetona) 11
meração da cadeia é feita a partir da extremidade que con­ o
tém o grupo carboxila.
Aldeídos
Exemplos São compostos ·que apresentam o grupo aldoxila

(* ácido fórmico)
ácido metanóico ,j� o o
H - c" .f
(- C ou - CHO) como grupo funcional. Ao grupo ai·
oH "u
.f o

(* ácido acético)
ácido etanóico .f o doxila pode estar ligado um radical alquila (R - C '\
CH3 - C H
'\
.f o
� ou RCHO) ou um radical arila (Ar - C '\
OH

©
� .f o ou ArCHO).
ácido benzóico H
z
•<
C "
(.!)
a:
OH A nomenclatura lUPAC dos aldeídos é feita trocando-se
o a terminação O dos hidrocarbonetos por AL. A cadeia car­
cn
w bônica principal é aquela que contém o grupo aldoxila e a
o ácido 3-metil-pentanóico numeração da cadeia é feita a partir deste grupo. A nomen­

z CH3 clatura usual é feita a partir dos nomes dos ácidos carboxíli­
LL
::::>
I o cos correspondentes.
- .f
.54
CH 3 - CH 2 - CH - CH2 . - c ,
OH Exemplos
metanal A nomenclatura IUPAC dos éteres é feita da seguinte

(* formo!)
(aldeído fórmico ou forrnaldeído) maneira:
______ ÓXI ___________

H - C "H
(radical menor)
-f o
(radical maior)

e a nomenclatura usual:
éter ______ ______ ílico
(radical menor) (radical maior)

etanal Exemplos
(aldeído acético ou acetaldeído)

CH3 -C " H.f o

CH3 - CH3
rnetoxi-rnetano (éter dirnetílico)
O -

CH3 CH3 CH2 - CH2 - CH2 - CH3


- -
rnetóxi-butano (éter metil-butílico)
3-rnetil-butanal
O

CH3 - CH - CH2 - C
I f' o

@- o - CHJ
rnétoxi-benzeno

"H
benzaldeído Compostos nitrogenados
(aldeído benzóico)
São compostos que apresentam átomos do elemento
nitrogênio além de hidrogênio, carbono e ou oxigênio.

Os principais compostos nitrogenados são: aminas, ami­


das, nitrilas e nitrocompostos.

Ésteres Aminas

São compostos derivados dos ácidos carboxílicos e que

apresentam corno grupo funcional o grupo ( - C "


.f o
ou
amônia (NH3),
São compostos que podem ser considerados derivados da

mos e hidrogênio por radicais alquila (R - NH2) ou arila


através da substituição de um ou mais áto­

o- (Ar - NH2).
A nomenclatura IUPAC é feita da seguinte maneira:
- COO - ). Ao grupo funcional podem estar ligados radi­
cais alquila ou arila. No caso de radicais alquila ternos ______ arnina

R - C " .
.f
(nome do radical)
o
0 - R Exemplos

A nomenclatura dos ésteres é feita trocando-se a termi­ rnetilarnina


nação ICO do ácido por ATO, seguindo-se o nome do radi­
cal ligado ao oxigênio acrescido da letra A. dietilarnina

Exemplos

(* forrniat? de metila)
rnetanoato de rnetila
dimetiletilarnina

etanoato de rnetila
(* acetato de rnetila)
CJ)
<(
fenilarnina
@-NH2 �
z
•<(

(* acetato de etila)
(!)
etanoato de etila (* anilina)
a:
o
Amidas CJ)
w
Éteres >O

São compostos derivados dos ácidos carboxílicos. Apre­ z
::::>

-
LL

a dois radicais alquila (R - O R'), arila (Ar- O - Ar') sentam fórmula geral R - C "
São compostos que apresentam o átomo de oxigênio ligado f' O -

ou ambos (R - O - Ar'). NH2 15�


ÓICO do ácido carboxilico por AMIDA.
A nomenclatura das amidas é feita trocando-se a termi­ A nomenclatura usual dos haletos orgânicos é feita da se­
nação guinte maneira:
haleto dé --- ;-----;----::--:- --:-:---:--­

Exemplos lnome do radical orgênicol

o Exemplos

metanamida H - C'
(formamida) NH2 cloreto de etila �H5 - Cl

CH3 - c ,
brometo de metila
�o
etanamida
(acetamida) NH2
Séries orgânicas
Nitrilas
Série homóloga é um conjunto de compostos or­
São compostos que podem ser considerados derivados do gânicos, pertencentes à mesma função química, for­

(Ar -
tuído por um radical alquila (R - C • N) ou arila
gás cianidrico (H- C • N).O átomo de hidrogênio é substi­ mados por moléculas que diferem umas das outras em
um ou mais grupos CH2•
C • N).
A nomenclatura das nitrilas é feita dando-se o nome do
Exemplos
hidrocarboneto acrescido da terminação NITRILA.

Exemplos hidrocarbonetos álcoois

etanonitrila CH3 - C • N metano etanol C2Hs - OH


propanonitrila CH3 - CH2 - C • N etano propanol C3H7 - OH

Nitrocompostos
propano butanol C4H9 - OH
butano pentanol CsH11 - OH
São compostos que podem ser considerados derivados do


o Série isóloga é um conjunto de compostos orgâni­
ácido nitrico H - O - N \o cos, pertencentes a diferentes fiirições, fórmados por
o moléculas que diferem umas das outras em um ou mais
O grupo OH é substituído por um radical alquila pares de átomos de hidrogênio.

( R - N ( :) ou arila (Ar- <:) Exemplos

etano C2H6
A nomenclatura dos nitrocompostos é feita colocando-se
o prefixo NITRO antes do nome do hidrocarboneto que ori­ eteno C2H4
gina o nitrocomposto.
etino C2H2
,, Exemplos

@NO,
nitro-etano CH3 - CH2 - N02 Série heteróloga é um conjunto de compostos or­
gânicos, pertencentes a diferentes funções, formados
por moléculas derivadas do mesmo hidrocarboneto
nitro-benzeno (mesmo número de átomos de carbono por molécula).

Haletos orgânicos Exemplos


H H
I I
São compostos derivados dos hidrocarbonetos a partir da
substituição de um ou mais átomos de hidrogênio por áto­
H - C - C - OH
I I
mos dos elementos da familia dos halogênios (familia 7A): etanol
F, Cl, Br e I.
A fórmula geral dos haletos alitàticos é R·X e dos bale­ H H
tos aromáticos, Ar-X, onde X representa um átomo de ha­

1
H
logênio. o
A nomenclatura IUPAC considera os átomos de halogê­ �

I
etanal H - C - C'
nios como sendo ramificações da cadeia carbônica principal.
H
Exemplos H
H
I
cloro metano CH3 - Cl
�o

1
Cl Cl
I I
ácido etan6ico H - C - C '
-

56
oH
1 ,2-dicloro-propano CH2 - CH - CH3 H
3. (FUVEST-SP) Pentanal, conhecido também como vale­
EXERCÍCIOS raldeído, apresenta a seguinte fórmula molecular:
a) C3H60;
1 . (FES.]. CAMPOS-SP) Das substâncias abaixo, a que con· b) C4H80;
tém maior número de átomos de carbono por molécula é: c) C4H802;
a) metil-ciclobutano; d) pentanóico; d) C5H 1 00;
b) 2-pentino; e) benzeno. e) CsH 1002.
c) 1-pentanol;
Solução
Solução Pentanal é o nome da substância pertencente à função
As fórmulas estruturais e moleculares das substâncias são: aldeído e cuja molécula é formada por cinco átomos de car­
metil-ciclobutano bono. Sua fórmula estrutural é:
CH3
I

I I
CH - CH2 C5H 1 0

CH2 - CH2
e, portanto, sua fórmula molecular é C5H1 00.
A alternativa d é a correta.
4. (FM POUSO ALEGRE-MG) A nomenclatura para a es­
2-pentino
H3C - C = C - CH2 - CH3 C sH s
trutura seguinte:
CH3

I
1-pentanol
CH3 - CH2 - CH2 - CH2 - CH20H
CH3 - CH2 - CH2 - CH2 - CH2 - CH - C - CH2 CH,
I I
-

pentanóico
CH3 CH2 - CH2 - CH3

de acordo com o sistema IUPAC é:


a) 3,4-dimetil-3-n-propilnonano;
b) 4,5-dimetil-4-etil-decano;
c) 6,7-dimetil-7-n-propilnonano;
benzeno d) 6,7-dimetil-7-etildecano;
H e) 3,4-dimetil-3-etilnonano.
I Solução
ú� c " Identificando a cadeia carbônica principal e numerando
H - c c - H
I
os átomos de carbono a partir da extremidade mais próxima
11 de uma ramificação temos: CH3
H - c� /c - H s • I

I
c
CH3 CH2 -CH2 -CH3

0 <D 0
H
A alternativa e é a correta. Vemos que a cadeia carbônica principal é formada por

2. (FM-SANTA CASA-SP) A nomenclatura oficial para de­


10 átomos e que estão ligado a ela dois radicais meti! e um
etil. O nome do composto é 4,5-dimetil-4-etil- decano.
signar o anestésico comumente chamado halotano é: 2-bro­
A alternativa b é a correta.
mo-2-cloro-1�1,1-trifluoretano. Dar a fórmula estrutural dessa
substância. 5. (CESESP-PA) Os compostos de fórmulas moleculares
C2Hs - O - C2H5, C3H1 - CO - CH3,
Solução CH3CH2COOH e CH3NH2 pertencem, respectivamente,
às funções:
cn
O nome do composto nos informa que sua molécula é a) éter, aldeído, éster e amina; <{
u
formada por 2 átomos de carbono, 3 de flúor, 1 de cioro e b) éter, aldeído, ácido carboxílico e amida; 2
1 de bromo. A um átomo de carbono estão ligados os três c) éter, cetona, ácido carboxílico e amina; •<{
(!)
átomos de flúor e ao outro os átomos de cloro e de bromo. d) éster, cetona, ácido carboxílico e amina; a:
o
A fórmula estrutural do composto é: e) éter, cetona, ácido carboxílico e nitrila.
UJ
cn

F Br
I I
•O
Solução U·
2
Escrevendo as fórmulas estruturais das substâncias e iden­
LL
::::>

I I
F - C - C - C! tificando os grupos funcionais temos:
-

F H C2Hs -@- C2H5 éter 157


C3H7 - CD- 11
CH3 cetona

©
o

CH3CH, - áddo ca<boxilico

CH3 -@ amma
T A N u
Portanto, a substância deveria chamar TANUS.
s

A alternativa c é a correta. ·
A alternativa c é a correta.

6. (UC-MG) Com relação aos compostos abaixo: 8. (MEDICINA POUSO ALEGRE-MG) A nomenclatura
correta para o composto abaixo é:
(CH3h CCH = C(CH3h
a) 2,2,4-trimetil penteno-3;
b) 2,4,4-trimetil penteno-2;
é correto afirmar que os horizontais e verticais representam, c) 2,2,4-trimetil penteno-2;
respectivamente, séries: d) 2,4,4-trimetil penteno-3;

a) heterólogas, isólogas;
e) 2,2,4,4-tetrametil buteno-2.
Solução
b) heterólogas, homólogas;
c) homólogas, isólogas; A fórmula estrutural do composto é:
d) isólogas, heterólogas; CH3
I
CH3
e) isólogas, homólogas. I
Solução CH3 - C - CH = C - CH3
As moléculas dos compostos da horizontal diferem entre I
si de um número par de átomos de hidrogênio, portanto, per­ CH3
tencem a uma série isólogà. As moléculas dos compostos da
vertical diferem entre si de um ou mais grupos CH2, per­ Identificando a cadeia carbônica principal e os radicais
tencem a uma série homóloga. presentes nas moléculas temos:
A alternativa e é a correta. radical meti!

7. (MEDICINA POUSO ALEGRE-MG) Assinale a alter·


nativa correta. s) � s
ICH3 - C - CH = C - CH3 f-- cadeia carbônica
Se cada grupo fosse representado por uma letra como in­ I I
0 Q) 0 Q)
dicado abaixo
CD principal

®-
- CH2 - CH3 : S
- CH2 - CH2 : N

I
- C = O:A radical meti!
O nome oficial do composto é 2,4,4-trimetil penteno-2.
I
- CH - : U A alternativa b é a correta.

CH 3 9. (CESGRANRIO-RJ) Dos compostos orgânicos citados,


indique o de oito átomos de carbono que possui a cadeia prin·
- CH3 : T cipal mais longa:
o 5-metil 2-heptanona deveria chamar: a) 2,3,4-trimetil pentano;
a) S-U-N-T-A; b) n-octano;
b) T-A-N-S-U; c) 2-metil heptano;
c) T-A-N-U-S; d) 3-metil heptano;
d) N-A-T-U-S; e) 3-etil decano.
e) T-U-N-A-S. Solução
(/')
<( Solução Apresentam 8 átomos de carbono por molécula os com­
u
z A fórmula estrutural de 5-metil 2-heptanona é: postos:
•<(
(!) C H3 • 2,3,4-trimetil pentano: o composto é formado por três ra·
a: dicais meti! (três átomos de carbono) e a cadeia carbônica
o
U)
I principal, formada por cinco átomos de carbono;
CH3 - C - CH2 - CH2 - CH - CH2 - CH3 • n-octano: composto de cadeia normal formado por 8 áto­
w

li
•O

z mos de carbono;
u..
=> o • 2-metil heptano: composto formado por um radical meti!
-

158
Identificando os grupos relacionados no enunciado do tes­ (um átomo de carbono) e cadeia carbônica principal conten·
te temos: do sete átomos;
(um átomo de carbono) e cadeia carbônica principal conten­
• 3-metil heptano:·composto formado por um radical metil 3. ciclo-butano buteno-1
H '\ /H
do sete átomos. H H H H
Levando-se em consideraçã(}o mesmo número de átomos /c - c
" I I I I
por molécula, apresenta maior cadeia carbônica o composto
não ramificado, no caso o n-octano. �" I I � /
c-e"
H-C =C- C - C -H
I I
A alternativa b é a correta. / H H
H H
Isomeria de posição
lsômeros de posição são aqueles que diferem entre si pe­
la posição de duplas ou triplas ligações e de radicais funcio­
ISOMERIA nais. Os isômeros de posição pertencem à mesma função
química.
Exemplos
1. buteno-1 buteno-2
lsomeria é o fenômeno pelo Qual substâncias apresentam
a mesma fórmula molecular, isto é, seus agregados atômicos
são formados pelo mesmo tipo e quantidade de átomos, mas
possuem fórmulas estruturais diferentes, ou seja, o ar­ 2. propanol-1 propanol-2
ranjo dos átomos na molécula é diferente.
H H H H H H
I
As substâncias que apresentam o fenômeno de isomeria
são chamadas isômeras e apresentam propriedades fisicas I I I I I
H - C - C - C - H H- C - C - C -H
I I I
e químicas diferentes. Existem dois tipos de isomeria: a iso­
roeria plana e a espacial. I I I
OH H H H OH H

Isomeria plana 3. orto-dimetil-benzeno (C8H 10) meta-dimetil-benzeno

lsomeria plana é aquela em que os isômeros podem


ser distinguidos através de suas fórmulas estruturais
planas.

Isomeria de compensação
Os tipos mais comuns de isomeria plana são: isomeria de
Isômeros de compensação diferem entre si pela posição
cadeia, isomeria de posição, isomeria de compensação, iso­
de um átomo, diferente do carbono (heteroátomo), na cadeia
roeria de função e tautomeria.
carbônica. A isomeria de compensação também é chamada
metameria e ocorre entre compostos de mesma função
lsomeria de cadeia
química.
Os isômeros de cadeia pertencem à mesma função quí­
mica e diferem entre si quanto à disposição dos átomos na Exemplos
cadeia carbônica. 1. éter dietílico (C4HwO) éter metil-propílico
H H H H H H H H
I
Exemplos
I I I I I I I
H-C-C-0-C-C-H H - C - 0- C - C - C - H
1 : propeno ciclopropano
I I I I I I I I
H H H H H H H H H H H
I I I
H- C = C - C -H 2. metil-n-propril-amina (C4H 1 1N) dietil-amina
I H H H H H
H
I I I I I

I 1 '\ 1 '\
H- C - C - C H - C - C
I I

/
2 . o-butano (C4H 10) metil-propano H H H H H
N - H N - H

I/
H H H H H
H H
I I I I I H-C H - C - C
I I
H-C-C-C-C-H H- C -H

H
I
H
I I
H
I
H
H
I
I H
I
I
H H
I
H
I

H-C - C - C -H Isomeria de função

159
Isômeros de função diferem entre si por pertencerem a
I I I
H
funções químicas diferentes.
H H
Exemplos: mas, no espaço os átomos de hidrogênio podem ficar no mes­
1. etano! (álcool) (C2H60) éter dimetílico (éter) mo plano ou em planos diferentes.. No primeiro caso o com­
posto é chamado cis-buteno-2:
CH3 - CH2 - OH CH3 - O - CH3
2. propanal (aldeído) (C3H60) propanona (cetona)

I I
H H
0
1'

I I
H - C - C - C CH3 - C - CH3
li
" H H
H
H H o
Tautomeria
Isômeros tautômeros são aqueles que ficam em equilíbrio
dinâmico. Os casos mais comuns de tautomeria ocorrem en­
tre acetona e enol e aldeído e enol. A função enol apresenta
um grupo OH ligado a carbono com dupla ligação. H,C H
• tautomeria aldo-enólica: Os prefixos eis e trans significam, respectivamente, do
mesmo lado e em lados opostos.
1
H '·--
1.-�; o Observe que o buteno-1 não apresenta isomeria cis-trans,

I
H - C - C H - pois um átomo de carbono não está ligado a dois grupos di­
" ferentes.
H
H H H
aldeído acético, eteno! I I

� I I
• tautomeria ceto-enólica: H C - C - H
c = c (
I I
H H
H H H H
""' �

I I I
H --=- C - C - C - H H3C - C = CH2
Outros exemplos de isomeria cis-trans são:
11
H O H OH 1. penteno -2
propanona propenol-2 H H CH3
" / CH3 " /
Isomeria espacial c c
11 11

Isomeria espacial, ou estereoisomeria, é aque­ / c '- / c '-


H C2Hs H5C2 H
la em que os isômeros são distinguidos pelas suas fór­ trans
eis
mulas espaciais. A isomeria espacial pode ser geomé­
trica ou óptica. 2. ácido butenodióico
H
" /
COOH H
" / COOH
lsomeria geométrica c c
A isomeria geométrica, também conhecida como isome­ 11 11
ria cis-trans, ocorre em compostos que contêm dupla liga­ /c / c '-
ção e em compostos cíclicos. H
"
COOH Hooc H
Quando átomos de carbono se unem através de dupla li­ ácido �is-butenodióico ácido trans-butenodióico
gação, a molécula fica dividida em dois planos, um acima ou ácido-maléico ou ácido fumárico

e outro abaixo da dupla.


Em compostos cíclicos podemos considerar que o anel

A;?r<ip
formado pelos átomos de carbono divide o espaço em dois
planos. Grupos de átomos iguais, ligados em carbonos dife­

tes, resultando isômeros eis e trans, respectivamente. É o que


rentes, podem estar no mesmo plano ou em planos diferen­

H H acontece no 1-cloro-2-metil-ciclo-hexano, que apresenta a se­


Quando os átomos de carbono da dupla estão ligados a guinte fórmula estrutural:

mo plano ou em planos diferentes. É o que acontece, por


dois radicais diferentes, pode ocorrer deles ficarem no mes­

exemplo, no buteno-2.
<(
A fórmula estrutural do buteno-2 é:
a:
LU
I I I I
H H H H

o
SQ

I I
H - C - C = C - C - H
-
160 H H
O át�mo de cloro e o radical metil podem estar no mesmo Exemplo
plano formando o cis-1 -cloro-2-metil-ciclo-hexano:
CI

As substâncias que desviam o plano da luz para a direita

da, levógiras. Por convenção utilizam-se os sinais ( ou


são chamadas dextrógiras e as que desviam para a esquer­
+)
d e ( - ) ou f para indicar o desvio à direita e à esquerda,
ou, em planos diferentes, formando o trans-1 -cloro-2-metil­ respectivamente. Os isômeros ópticos, devido à disposição
ciclo-hexano: espacial dos átomos na molécula, desviam o plano da luz po­
larizada para lados diferentes.
Denominam-se antípodas ópticos, ou pares enantio­

zada em ângulos simétricos, isto é, + a e - a. Estas subs­


morfos, as substâncias que desviam o plano da luz polari­

tâncias são formadas por moléculas que, em 'relação a um


espelho plano, são imagem uma da outra, mas não se super­
põem (é o que ocorre com nossas mãos direita e esquerda).
Um exemplo é o ácido lático (ácido hidróxi-propanóico), que
apresenta quatro radicais diferentes:
Isomeria óptica

Isômeros ópticos são aqueles que conseguem des­


viar o plano de oscilação da luz polarizada.

A luz polarizada é obtida fazendo-se passar um feixe de


luz natural por dispositivos chamàdos polarizadores. Um dos
polarizadores mais comuns .é o prisma de NicoL A luz natu­ Existem dois tipos de moléculas do ácido lático: o ácido
ral, onde o campo eletromagnético oscila nos infinitos pla­ d-lático, que desvia a luz polarizada para a direita, e o f-lático,
nos do espaço, ao atravessar o prisma de Nicol é dividida que desvia a luz para a esquerda. Estes dois tipos de molé­
em dois componentes que oscilam em planos perpendicula­ cula formam um par de antípodas ópticos.
res entre si. Um dos componentes é refratado e o outro atra­
vessa o prisma. Esta luz, que atravessou o prisma e que os·
cila num único plano, é a luz polarizada.

t
!!
t
OH OH

luz natural prisma de Nicol luz polarizada ácido d-lático ( + a} ácido 1-láctico (- a)
espelho plano
Substâncias opticamente ativas são aquelas capazes
de desviar o plano de oscilação da luz polarizada, na forma Observe que estas duas formas não se sobrepõem uma
de cristal ou em solução. É o caso, por exemplo, da sacaro­ à outra.
se. Uma solução aquosa de sacarose desvia o plano de osci­ Os antípodas ópticos apresentam as mesmas proprieda­

I
lação da luz polarizada conforme mostra o desenho a seguir: des fisicas e químicas. Eles diferem no entanto em relação
ao sentido do desvio do plano da luz polarizada e na ação

- ·�r
em organismos vivos.

1·-+-t! ----+-8�
·)KJS--r---
a Uma mistura, formada por partes iguais dos antípodas
d e f, não desvia o plano da luz polarizada. A mistura que
'---
. apresenta estas características é chamada mistura racêmica.
Misturas formadas por partes diferentes de d e f, desviam
prisma de N icol
S o plano da luz polarizada.
O número de isômeros opticamente ativos que uma subs­
O ângulo. de desvio que uma substância opticamente ati· tância pode apresentar é dado pela relação:
va confere à luz polarizada é medido num aparelho chamado
polarímetro.
Geralmente, as substâncias opticamente ativas apresentam
um ou mais átomos de carbono assimétricos. Carbono assi­ onde:

161
métrico é aquele ligado a quatro radicais diferentes entre si. N é o número de isômeros;
Representa-se um átomo de carbono assimétrico por C*. n é o número de C* presentes na molécula
Para o ácido 2-cloro-3-hidróxi-butanidióico, que apresenta d) isomeria óptica, cis-trans e de cadeia;
dois átomos de carbono assimétrico: e) apenas isomeria cis-trans.
H H
I I
Solução
o� -f o A fórmula estrutural do 3-metil-penteno-1 é:
C = C* - C* - C
I I
/ "
HO oH
C! OH

Í :t
existem 4 isômeros optipamente ativos:

O composto:
H CI o
Cl H • apresenta um isômero de cadeia: o metil-ciclopentano
c;
..

o'f\ I
CH3
coo'f\
ã.


o
.c; c;
ãi CH
a.
ll
/ "'-
H OH HO H
dl (+ ai Ql ( -ai �

\ I
CH2 CH2

ti k"
CI CI

CH2 -CH2

• não apresenta isomeria cis-trans, pois os átomos de car­

d2 (+/31 Q2 H3l
HO H H OH bono da dupla ligação não estão ligados a dois radicais dife­
rentes;
• apresenta isomeria óptica, pois o terceiro átomo de car­
bono da cadeia carbônica é assimétrico; ele está ligado a
quatro radicais diferentes entre si ou seja: os radicais
EXERCÍCIOS - CH3, H2C = CH - , CH3 - CH2 - e um átomo de hi­
drogênio.
A alternativa a é a correta.
1 . (CESGRANRIO) O ciclo-pentano é isômero do:
3. (CESCEA-SP) Apresenta isomeria óptica:
b) 3-metil-1-butino;
a) 1-penteno;
a) 3-metil-hexano; b) 1, 1-dimetil-ciclobutano;
c) dimetil-propano;
c) I, 2, 3-tri·hidroxipropano; d) I, 2-butadieno.
d) 2-pentino;
e) nenhum deles. Solução
Isômeros ópticos apresentam um ou mais átomos de car­
Solução bono assimétrico. Somente através da análise das fórmulas
Para descobrirmos qual das substâncias é isômera do ci­ estruturais das substâncias é que poderemos saber qual de­
clopentano, é necessário conhecer suas fórmulas molecula­
las apresenta átomo de carbono assimétrico.
res. Isto pode ser feito a partir das fórmulas estruturais.
3-metil-hexano
estrutural molecular
I
substâacia fórm. fórm. CH3
CH2
/ '\. H3C - CH2 - CH - CH2 - CH2 � CH3
ciclopentano CH2 CH2 C5H IO
\ I 1, 1-dimetil-Qi.clobutano
CH2 - CH 2
CH3
l·penteno H2C = CH - CH2 - CH2 - CH3 C5H IO
I
I I
3-nletil·l·butino HC • C - CH - CH3 C5Hs H3C - C - CH2
I
CH 3
H2C - CH2
CH3
I I, 2, 3-tri-hidroxipropano
dimetil-propano H3 C - C - CH3 C5H 1 2

I I I
I H2C - CH - CH2
CH3

2-pentino H3C - C " C - CH2 - CH3 C5 Hs OH OH OH


1, 2-butadienó
:$ A alternativa a é a correta.
a: CH2 = C = CH - CH3
2. (CESCEM-SP) O composto 3-metil-penteno-1 apresenta:
LU

A alternativa a é• a COl'Rt&, .pois o terceiro átomo de car­


:::E
o
§Q
a) apenas isomeria óptica e de cadeia; bono (da esquerda pàra I' direita) está ligado a quatro radi-
-

162
b) apenas isomeria de cadeia; cais diferemes: : . , �·ri! : ·

c) apenas isomeria cis-trans e de cadeia; CH3CH2 - , CH�'!"; H,.- •e CH3- CH2 - CH2 - .
4. (ITA-SP) No total, quantas estruturas isômeras (isôme­ CH3
ros geométricos contados separadamente) podem ser escri­ I
tas para uma molécula constituída de três átomos de carbo­ CH3 - CH - CH2 - CH2 - OH

� � � � � � �� � �
no, cinco átomos de hidrogênio e um átomo de cloro?
A alternativa d é a correta.

6. (CESCEM-SP) A hidrogenação de qual ou de quais com­


Solução - Existem cinco isômeros:
postos abaixo formulados:

I. H2C = C - CH2 - CH2 - CH3


I
cloro-ciclopropano CH2
I
CH3

H
I
2-cloro-propeno

11. H3C - CH2 - C = C - CH2 - CH3


I
3-cloro-propeno CH3
H
I
III. H3C - C = C - CH2 - CH2 - CH3
I
4. trans-1-cloro-propeno CH3
IV. H3C CH3
'\ /
C = C - C
I
/
5. H3C I '\ CH3
cis-1 -cloro-propeno H H
formaria hidrocarbonetos opticamente ativos?
a) somente I; d) somenteiV;
A alternativa c é a correta.

c) somente I, li e III;
b) somente I e li; e) todos.
5. (CESCEM-SP) O álcool primário, de menor peso mole­
cular, que apresenta isomeria óptica é o: Solução
a) butano!; d) 2-metil-1 -butanol; As fórmulas estruturais dos compostos formados após a
b) 2-metil-1-propanol; e) 3-metil-1 -butanol. hidrogenação são:
c) 1-metil-1-etanol;

-<t-
H
Solução
As fórmulas estruturais dos compostos são: I. H1C CH2 - CH2 - CH3
a) butano! - não apresenta átomo de carbono assimétrico:

CH} - CH2 - CH2 - CH2 - OH CH2


I
b) 2-metil-1-propanol - não apresenta átomo de carbono as­
CH3
simétrico:
CH3 H H
I
CH3 - CH - CH2 - OH Il. H3C - CH2 -©- �I I
- CH2 - CH3

c) 1 -metil-etanol - não apresenta átomo de carbono assi­


CH3 H
métrico:

f �-
CH3 H H
I
CH3 - CH - OH III. H,C - - CH2 - CH2 - CH3
d) 2-metil- 1-butanol - apresenta átomo de carbono assi­
H CH3
métrico:
CH3
I
H H

CH3 - CH2 -©f - CH2 - OH


IV. H3C CH3
'\ I I
carbon�ssimétrico
/
C - C - C
/ "
H3C I I CH3

163
e) 3-metil-1-butanol - não apresenta átomo de carbono as­ H H
simétrico: A alternativa c é a correta.
• reação do etanal com ácido cianídrico:
H
�o I
REAÇÕES ORGÂNICAS H3C - C
"
H
+ HCN --. H3C - C - OH
I
CN

Para facilitar o estudo, as reações orgânicas são classifi­


cadas em vários tipos. Os principais são: Reações de eliminação

• reações de substituição; Reação de eliminação é aquela em que ocorre a saída de


• reações de adição; átomos ou radicais da molécula orgânica, dando origem a li­
• reações de eliminação;
gações duplas ou triplas.
• reações de oxi-redução; As reações de eliminação são normalmente utilizadas pa­
• reações de polimerização.
ra introduzir ligações duplas carbono-carbono em molécu�
las e como método de preparação de alcenos.
Exemplos
Reações de substitui_ção
• desidratação de álcoois - nesta reação os álcoois são con­
Reação de substituição é aquela onde ocorre a substitui­
ção de um átomo, ou grupo de átomos, por outro átomo ou vertidos em alcenos por desidratação, ou seja, pela elimina-
·

grupo de átomos. ção de uma molécula de água:


H+
H3C - CH - CH - CH3 - H3C - C H = CH - CH3 + H20
Exemplos
I I
OH H
• cloração do metano - nesta reação um ãtomo de hidrogê­
nio é substituído por um átomo de cloro:
• desalogenação dos di-haletos vicinais (compostos que apre­
H H
I I
sentam átomos de halogêníos ligados a átomos de carbono
adjacentes) - nesta reação hã a eliminação de dois átomos
H - C - H + O - O � H - C -O + H - 0
I I
de halogênio devido à ação do zinco:
+ Zn ..... H3C - CH CH2 + ZnCI2
I I
H3C - CH - CH2 =
H H
metano cloro metano
Cl Cl
• reação de brometo de etila com hidróxido de sódio - nes­
ta reação um átomo de bromo é substituído por um grupo
- OH:
Reações de oxi-redução

I I L I
H H H H Reação de oxi-redução é aquela que ocorre com variação
+ NaOH H - C - C - H + NaBr
do número de oxidação dos átomos de carbono.

I I I I
H- C - C-H -+ Na oxidação da substância orgânica ocorre, normalmen­
te, um aumento do número de átomos de oxigênio ou uma
H Br H OH eliminação de átomos de hidrogênio da molécula. Na redu­
ção, ao contrário, ocorre uma diminuição de átomos de oxi­
gênio ou um aumento de átomos de hidrogênio.
Reações de adição
Exemplos
Reação de adição é aquela onde duas moléculas se com­
binam para formar uma única molécula resultante, ou seja, • combustão de álcoois: nesta reação ocorre a queima da subs­
o reagente é adicionado à molécula orgânica. tância na presença de oxigênio.
A adição ocorre apenas em compostos que contêm dupla combustão do metanol:
(/)
<(
ou tripla ligação.
u
:z
•<( Exemplos
a: • oxidação de aldeídos: nesta reação o aldeído, reagindo com
(!)
o
f:3
• cloração do eteno: oxidantes como permanganato de potássio em meio ácido,
o H H é .convertido em ácido carboxílico.
� I I
u- oxidação de metanal :
H H
'\ /
a: =
C C + Cl2 � H - C - C - H o �o
I I
KMn04
"H
- / " /

l 64
H H H _C H -C
"
Cl Cl H+ oH
• redução de aldeidos: esta reação pode ser realizada com hi­ H H
drogênio na presença de catalisador. O aldeido é reduzido .I 6+ I 6+ 6-
a álcool. c -+ Cl
I
H - C -+
redução do metanal:
I
H H
.f o
+
catalisador
H - c, H2 O efeito indutivo pode ser transmitido através da cadeia
H carbônica, no entanto, à medida que a distância aumenta,
o efeito diminui. Normalmente o efeito toma-se bastante pe·
queno para ser notado a partir do segundo carbono.
Reações de polimerização
I I I I
Reação de polimerização é aquela em que moléculas maio­ - C - C - C -+ C -+Cl
res são formadas a partir da reunião de moléculas menores.
Os compostos macromoleculares são chamados políme­
I I I ® I <D
ros e as unidades que os constituem, monômeros. Tornando como referência o efeito do ligante mais comum
da cadeia carbônica - o hidrogênio, o efeito indutivo pro­
Exemplos vocado por outros ligantes pode ser classificado em dois tipos:

• trimerização do acetileno formando o benzeno: • efeito indutivo 1: ocorre quando o átomo, ou radical,
-

@
mais eletronegativo que o hidrogênio atrai o par eletrônico
3 HC = CH para si, diminuindo a densidade eletrônica do átomo de
carbono.

• polimerização do etileno
Exemplo
formando o polietileno:
H
1 6+ 1\ ­
H - C -+ Cl

Mecanismos das reações orgânicas I -I


H

Chamamos de mecanismo de reação ao conjunto de eta­


O átomo de cloro atrai o par de elétrons da ligação para
pas pelas quais uma reação se processa.
si, aumentando a sua densidade eletrônica e diminuindo a
O mecanismo de reação é, na verdade, um modelo que
do átomo de carbono.
pretende explicar os fatos experimentais. O estudo das rea­
Exercem efeito - I os seguintes radicais:
ções através dos mecanismos de reação nos possibilita com­
preender os princípios gerais que orientam as reações orgâ­ -F - Cl - Br -I
nicas e prever os produtos esperados para uma determinada - OH - NH2 -N02 - COOH
reação. Iremos, a seguir, discutir alguns destes princípios
orientadores. • efeito indutivo + 1: ocorre quando o átomo, ou radical,
menos eletronegativo que o hidrogênio repele elétrons e es­
· Efeitos eletrônicos tes se deslocam para os átomos de carbono, que têm sua den­
A reatividade de uma substância frente a certos reagen­ sidade eletrônica aumentada.
tes é determinada pela disponibilidade relativa dos elétrons
em ligações, ou pelos átomos da substância. Exemplo
Alterações na disponibilidade eletrônica de uma molécu­ H
la podem ser provocadas pela introdução de átomos, ou gru­ I
pos de átomos, substituintes na molécula. Isto determina uma H - c +- o -
alteração na reatividade da substância.
Os efeitos provocados pelos substituintes são chamados
I +I
H
de efeitos eletrônicos, que podem ser de dois tipos: efeito
indutivo e efeito mesoméric:o. O oxigênio, possuindo carga negativa, tende a repelir os
elétrons da ligação para o carbono que, em conseqüência,
Efeito indutivo tem sua densidade eletrônica aumentada.
O efeito indutivo é resultante dos deslocamentos de elé­ A influência do efeito indutivo na reatividade das subs­
trons em ligações covalentes. Esses deslocamentos ocorrem tâncias orgânicas, toma-se mais evidente ao compararmos a
devido à diferença de eletronegatividade dos átomos que efe­ acidez de algumas substâncias:
tuam a ligação. O par eletrônico que forma a ligação é atrai­
do mais fortemente pelo átomo mais eletronegativo. Assim, .f o
por exemplo, no cloreto de etila a densidade eletrônica ten­ ácido fórmicó H - c , Ka = l B, l x l 0 - 5
de a ser maior perto do átomo de cloro, pois este é mais ele­ 0 - H
tronegativo que o carbono:
H Exercem efeito -M os seguintes radicais:
I 0 f' o
\.
ácido acético H - c -+ c -f
/
'li /C = O -c
\.
0 -+ H OH
H carbonila carboxila
Efeito + 1

H f' o f' o
1 �o
5
- c R - C
� 1 55 x 1 O -
"
1
=
\.
ácido cloro-acético Cl � C � C K. oR
o� H éster acila
H
Efeito - 1 f' o
-C=N -N
'��
Como se pode constatar pelos valores da constante de io­ o
nização (Ka ), o ácido fórmico ê mais forte que o ácido acéti­ ci ano nitro
co. Isto porque o ácido acético possui o radical - CH3 que
"empurra" elétrons (efeito + I) para o carbono. Este efeito •efeito mesomérico + M: quando um átomo ou radical
propaga-se através das ligações e cQmo conseqüência a liga­ "doa" um par de elétrons para a cadeia carbônica.
ção O - H torna-se menos polarizada, dificultando a ioni­
zação do ácido. Exemplo
H, n
A substituição de um átomo de hidrogênio por um áto­ e
. .
mo de cloro é responsável pela maior acidez do ácido cloro­
H e
�-+ "
C = C C = N H2
acético em relação ao ácido acético. O átomo de cloro atrai / / c
elétrons (efeito - I) para si. O efeito propaga-se através das H I H I
ligações e como conseqüência .a ligação O - H toma-se mais H H
polarizada, facilitando a ionização do ácido.
Exercem efeito + M os seguintes radicais:
Efeito mesomérico
O efeito mesomérico caracteriza-se pela redistribuição dos - NH2 - OH
elétrons, através de orbitais 1t, em compostos insaturados. amino hidroxi

Por exemplo, no grupo carbonila ocorre um deslocamento


dos elétrons na direção do átomo de oxigênio mais eletrone­ - OR - F, - Cl, - Br, - I
gativo: alcoxi halogênios

" n " G) e Rompimento de ligações


/
c = o .... /
c o As reações químicas envolvem sempre rompimento e for­
mação de ligações. O rompimento de uma ligação covalente
(I) (li)
pode ocorrer de duas maneiras:
• cisão homolítica: cada átomo se separa acompanhado de
A estrutura da carbonila é intermediária entre duas es­
um elétron da ligação. Formam-se entidades altamente rea­
truturas extremas I e 11. Diz-se que o grupo carboni1a é um
tivas chamadas radicais livres.
híbrido de ressonância das duas formas, chamadas formas
canônicas. Exemplo
O efeito mesomérico pode se propagar através de cadeias
H H
que apresentem duplas ligações conjugadas. Ao contrário do
efeito indutivo, no entanto, o efeito mesomêrico não sofre I I
diminuição muito pronunciada com o aumento da distância. H - C -H - H - C· + ·H

0
I I
H H � 8
.-.
\. � . \. \ti
H H

I
/ C = C - C = O +-+ /C - C = C - 0
H H I I Cl - Cl - 2 Cl ·
H H H H
cn.
<( • cisão heterolítica: um dos átomos "apossa-se" do par ele­

z O efeito mesomérico pode ser de dois tipos: trônico da ligação. Formam-se íons: um positivo e um ne­
•<(
(!) gativo.
a:: efeito mesomérico - M: quando o átomo, ou radical,
o
f3

Exemplo
atrai os elétrons da ligação para si.
•O

� 10
(..)-
H H
Exemplo
E)
Ji -
I
a::
� �o C - Cl - H - C + :Cl
- =
I
L66
H2C CH - c I
,
OH H H
Uma molêcula orgânica, ao sofrer cisão heterolítica pode Mecanismo com a formação de radicais livres
formar dois tipos de íons: o íon carbônio, quando o carbo· Este tipo de mecanismo caracteriza-se por formar, inter­
no transporta carga positiva, e o íon carbânio, quando o mediariamente, radicais livres, altamente reativos. Vejamos
carbono transporta carga negativa. como exemplo a cloração do metano.
Os radicais livres ou os íons são formados transitoriamente • etapa iniciadora (fase lenta) - consiste na cisão homolíti­
em um grande número de reações orgânicas. ca do cloro, com formação de radicais livres:

Natureza dos reagentes Cl � 2 Cl ·


2 ou luz .

Vimos, anteriormente, que uma molêcula orgânica pode


• etapa propagadora (fase rápida) - consiste no ataque às
apresentar uma distribuição heterogênea de elêtrons, isto é,
moléculas de metano pelos radicais livres:
efeitos eletrônicos, provocados por certos átomos ou grupos
de átomos, podem tornar um local da molécula rico ou defi·
ciente em elétrons. Isto irá, evidentemente, determinat os
tipos de reagentes com os quais o composto irá reagir com
maior ou menor facilidade. Assim, temos:
• reagentes ávidos por elêtrons, os reagentes eletróftlos,
como íons positivos ou espêcies deficientes em elêtrons, rea­
girão mais facilmente com compostos ricos em elétrons. Os radicais livres formados podem reagir entre si extin­
guindo a reação. Exemplos dessas reações são:

Cl · + Cl ·
Exemplo

t_:tJ
-+ Cl2

H,c - �

Os reagentes eletrófilos são considerados ácidos, segun·


do o conceito de Lewis. São exemplos de reagentes eletrófilos: Mecanismo com a formação de íons
H+, Fe3 +, NO;, Ag+ , A1Cl3, BF3, FeC13 etc. Caracteriza-se pela formação intermediária de íons, atra·
vés da cisão heterolítica.
• reagentes ricos em elétrons, os reagentes nucleóftlos, co­
mo íons negativos ou espécies que possuem elétrons dispo­ Exemplos
níveis para formar ligações, reagirão mais facilmente com
• substituição nucleófila:
compostos que possuam centro deficiente em elétrons.

I I
H H
Exemplo

v I
H3C - C -CH3 - H3C - C - CH3 + Cl - cisão
-
H3 1 O�
� +_ � +A)i0 - H3C - OH + cp·
CI
� heterolftica

Os reagentes nucleófilos são bases de Lewis. São exem· H H


plos de reagentes nucleófilos:

Cl - , CN - , OH -, NH3 etc.

• Tipos de mecanismos de reação

É praticamente impossível adquirir informações completas


• adição eletrófila

muitos os fatores envolvidos. É possível, no entanto, verifi­


sobre o caminho seguido por uma reação química, pois são cisão heterolftica

car se os mecanismos propostos são compatíveis com os da­ cn


<(
dos experimentais ou se um mecanismo é mais provável que ressonância u
outro. z
•<(
Estudos acerca da cinética das reações, da estrutura dos c.?
a:

ffi
produtos ou subprodutos formados, bem como a utilização ataque eletrófilo o
de isotópos radiativos têm contribuído muito para solucio­
I()


nar uma série de problemas sobre os mecanismos das reações. fon carbônio <..>
O estudo dos mecanismos das reações possibilita a previ­
são de alterações de velocidade das reações e dos produtos H2��-+ H2 ? - CH3 ataque nucléofilo
a:
-

16�
formados quando as condições experimentais em que a rea­
ção se processa são alteradas. Cl
EXERCÍCIOS
Podemos notar o aparecimento de:
a) homólise/radicais livres/reações em cadeia;
b) fotólise/reagente nucleófilo/reações de eliminação;
1. (FESP) A reação entre 1,2-dicloro-etano e zinco em pó c) heterólise/reagente eletrófilo/reações de adição;
corresponde a uma reação de: d) homólise/íons/reações de halogenação;
a) adição; e) heterólise/radicais livres/reações de adição.
b) substituição;
c) rearranjo; Solução
d) eliminação; Na primeira etapa da reação, as moléculas de cloro, atra­
e) síntese. vés da energia da luz, se decompõem em dois átomos. Esta
etapa é exemplo de fotólise, decomposição pela luz, e homó­
Solução lise, decomposição em partes iguais.
A reação de 1,2-dicloro-etano e zinco produz eteno e clo­ Na segunda etapa da reação, estão presentes os átomos
reto de zinco: de cloro produzidos na primeira etapa. Estes, por terem va­
lência livre, são radicais livres.
Na terceira etapa da reação, o radical metil, produzido
na segunda etapa, reage com uma molécula de cloro origi­
nando outro átomo de cloro que repetirá a segunda etapa da
reação, formando assim, uma reação em cadeia.
Verifica-se que átomos de cloro deixam a molécula do A alternativa a é a correta.

4. (CESCEM-SP) Considere as duas etapas de uma reação


composto orgânico e uma dupla ligação entre os átomos de
carbono é formada. Esta é uma reação de eliminação.
A alternativa d é a correta. de adição ao etileno:
A
H2C :: CH2 + A:B � H2 C : CH2 + :B
2. (PUC-SP) Qual é a alternativa errada?
a) CH2 = CH2 + Cl2 -> CH2Cl - CHzCl é uma reação
de adição;
b) CH3 - CH3 --. CH2 = CH2 + H2 é uma reação de eli­ t (2)
minação; A B
c) CH4 + Cl2 --> CH3Cl + HCl é uma reação de adição;
H 2 C C H2
d) CH3 - CH20H --. CH2 = CH2 + H20 é uma reação
de eliminação; Analisando o processo descrito, pode-se concluir que
e) CH2 = CH2 + H2 --. CH3 - CH3 é uma reação iônica. a) se formam intermediariamente partículas iônicas;
b) A:B pode estar representando cloreto de sódio;
Solução c) o átomo A é mais eletronegativo do que B;
Na reação a, átomos de cloro se ligaram aos átomos de d) a etapa (2) envolve um processo de eliminação;
carbono do eteno, ou seja, é uma reação de adição. e) a etapa (1) envolve uma cisão homolítica.

É uma reação de eliminação.


Na reação b, o etano perde dois átomos de hidrogênio.
Solução
Na reação c, ocorre a substituição de um átomo de hi­ Na etapa (1) ocorre um processo de cisão heterolítica. O
drogênio por um átomo de cloro. átomo B, por ser mais eletronegativo do que o átomo A, fica
com o par de elétrons originando o ânion B - . O cátion A+
deixam a molécula de etano!. É uma reação de eliminação.
Na reação d dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
se liga ao átomo de carbono de etileno através dos elétrons
A reação e envolve íons, sendo, portanto, uma reação presentes na dupla ligação e origina o íon carbônio
A
iônica. Q
A alternativa c é a correta. H2C : C H 2
A notação A:B indica que um par de elétrons está sendo
3. (PUC-SP) Na seqüência de reações: compartilhado entre os átomos A e B. Portanto, A:B não pode
Cl2 � 2 Cl ·
representar o cloreto de sódio, um composto iônico.
A etapa (2) representa a última etapa da adição do com­
Cl · + CH4 -­ HCl + CH3 · posto A:B ao etileno.
CH3 · + Cl2 -- CH3Cl + Cl · A alternativa a é a correta.

u
z
•<(
C!)
o::
o
(J)
w


•O
u-

o::

l 68
ESTUDO DE FUNÇAO ORGÂNICA
Exemplos
• estrutura do metano:

HIDROCARBONETOS

Neste item estudaremos a estrutura, as propriedadesJi­


sicas e as reações químicas que caracterizam os hidrocarbo·
netos, bem como as reações utilizadas na sua identificação.
Como já vimos, os hidrocarbonetos são compostos for·
mados exs;lusivamente por átomos de carbono e hidrogênio.
Os milhares de hidrocarbonetos conhecidos diferenciam-se • estrutura do etano:
um dos outros, pela estrutura das suas moléculas e, conse·
qüentemente, pelas propriedades que apresentam. Com o ob­
jetivo de facilitar o estudo, os hidrocarbonetos foram agru­
pados em função de suas estruturas e propriedades.

Ale anos
O fato dos alcanos não apresentarem duplas ou triplas
Os alcanos são hidrocarbonetos que apresentam apenas ligações entre átomos de carbono confere livre rotação às suas
ligações simples, isto é, são saturados em cadeias abertas. ligações.
Apresentam fórmula geral C 0H20 + 2 onde n corresponde
ao número de átomos de carbono da cadeia. Propriedades físicas
Os alcanos apresentam pontos de fusão e de ebulição bai­
Exemplos xos, que aumentam à medida que aumenta o número de áto­
mos de carbono na cadeia.
Os pontos de fusão e ebulição das substâncias são deter·
minados pelas forças que mantêm as moléculas unidas nos
estados sólidos e líquidos: as forças intermoleculares. Os ai­

I
H
canos, sendo formados por moléculas apoiares, apresentam
forças intermoleculares fracas, chamadas forças de Van der

I
metano CH4 H - C - H n = I Waals. Estas, por atuarem apenas entre as superficies de con­
tato das moléculas, aumentam de intensidade à medida que
H o tamanho das moléculas aumenta.
etano C2 H6 H3C - CH3 n = 2 Exemplos

propano C3Hs H3C - CH2 - CH3 n = 3


aicano ponto de ebulição (0C)
butano C4H 10 H3C - CH2 - CH2 - CH3 n = 4
metano CH4 - 162
isobutano n = - 88,5
I
C4H 10 H3C - CH - CH3 4 etano Cz H 6
propano C3Hs - 42
CH3 n-butano C4H 10 o
n-pentano CsH 1 2 36
As fontes naturais mais importantes dos alcanos são os n-hexano C6 H 1 4 69
gases naturais, mistura de alcanos de menor massa molecu­
lar, e o petróleo, mistura de milhares de compostos orgâni· Os alcanos são solúveis em solventes apoiares, ou fraca­ (J)
o
cos com predominância dos hidrocarbonetos. mente polares, como o benzeno, éter, clorofórmio; e são in­ L.&.J
1-

solúveis em solventes altamente polares como a água. z


o
Estrutura co
c:
Reações <(
u
Os alcanos são praticamente inertes. Apresentam poucas o
c:
reações que ocorrem apenas sob condições energéticas. Isto o
:J:
Nos alcanos, os átomos de carbono encontram-se sempre porque os átomos de carbono dos alcanos apresentam qua­
-

1 69
no centro de um tetraedro, pois o carbono sofre hibridiza· tro ligações simples, extremamente estáveis e dificeis de se­
ção sp3. O ângulo entre as ligações do carbono é de 109°28'. rem rompidas.
As reações típicas dos alcanos são as reações de substi· grandes de frações do pettóleo em moléculas menores. O cra­
tuição. As principais são: que produz alcanos menores e vários alcenos.
Exemplo
Halogenação: C H + H2
/ s 16

·i ----- ---
H C8H 18 --.;;;:::: C4H 10 + C4H8
C4H 1 0 + CH4 + C2H4 + C
temperatura de 250 a 400 ° C
n-octano
H - C -l'--------'
H + CH - Cl
o u luz ultravioleta
I
H Alcenos
metano cloro Os alcenos são hidrocarbonetos de cadeia aberta que con­
H têm uma dupla ligação. Sua fórmula geral é CnHzn .
I Exemplos
H - C - Cl + HCl
I eteno C2H4 H2C = CH2 n=2
H
propeno C3H6 H2C = CH - CH3 n=3
cloro metano
buteno-1 C4Hs H:iC = CH - CH2 - CH3 n=4

Nitração: buteno-2 C4Hs H3C - CH = CH - CH3 n=4

penteno-2 CsH w H3C - CH = CH - CH2 - CH3 n = 5

- - - -...
H H
I --- -

I
H - C -l, H + HO:_. - N02 --+ H - C - N02 + H20 Os alcenos são obtidos em escala industrial, principalmente,
I
___ _____

I através do craqueamento do petróleo. Pode-se também obter


H H alcenos a partir de reações onde ocorre eliminação de átomos
ou de grupos funcionais ligados a átomos de carbono vizinhos.
ácido
metano Exemplo
nltrico nitro metano

H3C - C H - C H2� H3C - CH � CH2 + H20


Sulfonação:
I I
H OH

Estrutura
H H
I - - - ----- ·

I
H - C -:'-H + HO: - S03H --+ H - C - S03H + H20
- - - - ---· Os alcenos possuem estrutura plana na porção da molécu­
I I la que contém a dupla ligação. Isto porque para formar a du­
H H pla ligação, os átomos de carbono sofrem hibridização sp2,
metano ácido sulfúrico ácido metano-sulfônico
resultando três orbitais híbridos situados no mesmo plano e
separados por ângulos de 1 20°.
Uma �as mais importantes reações dos alcanos é a'com·
bustão. E através da combustão do gâs engarrafado, formado
principalmente por C3H8 e C4H 10, que obtemos a enetgia ne­
cessária para cozer nossos alimentos; e é através da combus­
tão da gasolina, formada principalmente por;C7HH; e C8H 18,
que conseguimos movimentar nossos veícrilos automotivos.
A combustão pode ser total ou incompleta. No primeiro
caso os átomos de carbono atingem seu Nox máximo, isto é,
+ 4 e no segundo, N0x inferiores, O e + 2. H, H
Exemplos /
molécula de eteno: /C = C,
• combustão total: H H
. CH4 + 202 -- C02 + H20
! ! A dupla ligação é formada por uma ligação sigma, forte,
U) N ox = -4 Nox = +4 resultante da interpenetração dos orbitais híbridos sp2 dos
o
L.U
1- átomos carbonos, e por uma ligação pi, mais fraca, resultante

-@ +®
z • combustão incompleta: da interação de orbitais p puros dos átomos de carbono.
o
a:l
a:. Dois importantes aspectos do comportamento dos alcenos,
<( CH4 + 3!20z -- CO + 2 H20 a sua peculiar reatividade e o isomerismo, são conseqüências

- @) @
u
o
a:.
da presença da insaturação na cadeia.

Propriedades físicas
c
:E CH4 + 02 -- C + 2 H20
-
Outra reação de grande importância industrial é õ craquea· As propriedades fisicas dos alcenos são bastante semelhantes
170 mento. Esta reação consiste na fragmentação de moléculas à dos alcanos. Eles são insolúveis em água, mas solúveis em
solventes apoiares como o benzeno, éter, clorofórmio. Possuem Oxidação energética:
pontos de fusão e ebulição relativamente baixos, mas que, co­ R
'-. MnOJH•
mo nos alcanos, aumentam à medida que o número de átomo• �
/ C = CH2
de carbono, ou a ramificação da cadeia, aumenta. R

Reações Ozonólise: reação do alceno, dissolvido em CCI4, com gás


Os alcenos são bastante reativos� Isto se deve à presença ozônio 03, seguida de hidrólise na presença de Zn em pó.
de uma região de alta densidade eletrônica na molécula: a du­
O '-.
C =. C , + O3
/O /
-
'-. '-.
,
pla ligação. Assim, a reação típica dos alcenos é a reação de / CCI4 H20/Zn
/
adição, onde um reagente ávido por elétrons (reagente ele­ C C"
/ ' _....
trófilo) ataca a dupla ligação e adiciona-se à molécula. Generi­ o
camente, teríamos: alceno ozoneto

" / I I
" /
/ C = C " + AB --+ - C - C - =
/C O + O = C,
I I
aldefdos e/ou cetonas
A B

Alguns reagentes que são capazes de se adicionar às molé­ Na ozonólise ocorre a ruptura da dupla ligação formando­
culas de alcenos são: se duas moléculas menores que, dependendo da estrutura do
alceno, podem pertencer à função aldeído, cetona ou a ambas.
Hidrogênio:
Combustão:

Halogênios:
H2C = CH2 + Cl2 -- H2C - CH2
Aleinos
I I Os alcinos são hidrocarbonetos de cadeia aberta que con­
Cl Cl têm uma tripla ligação. Obedecem à fórmula geral CnHzn 2 • _

Exemplos
Haletos de hidrogênio:
H2C = CH2 + HCI -- H2C - CH2 etino C 2H 2 HC :!: CH n = 2
I I propino C3H4 HC :!: C - CH3 n = 3
H C!
butino-1 C4H6 HC :!: C - CH2 - CH3 n = 4
Água:
butino-2 C4H6 H3C - C :!: C - CH3 n = 4
H2C = CH2 + HOH -- H2C - CH2
I I Estrutura
H OH
Os alcinos apresentam uma estrutura linear na porção da
molécula que contém a tripla ligação. Isto se deve à hibridiza­
Ácido sulfúrico:
ção sp dos átomos de carbono, que promove a formação de
H2C = CH2 + H2S04 -- H2C - CH2 dois orbitais híbridos sp, separados por um ângulo de 1 80° .
I I

«>c �:e;::.� c 3
1 80 °
H OS03H

No caso da adição de água, haletos de hidrogênio e ácido


sulfúrico, o hidrogênio adiciona-se ao átomo de carbono mais
hidrogenado da dupla ligação. Esta observação foi realizada por molécula de acetileno H - C :!: C - H
Markownikoff e é chamada de Regra de MarkownikofT.
Além das reações de adição, os alcenos também sofrem rea­ cn
A tripla ligação é formada por uma ligação sigma, resul­ o
ções de oxidação. Essas reações são importantes porque, atra­ 1-
tante da interação dos orbitais hibrídos, e por duas ligações w
vés da identificação dos produtos oxigenados formados, po­ pi que resultam da interação dos quatro orbitais p puros. z
o
IXl
demos determinar a posição da insaturação na cadeia. a:
<(
Propriedades físicas u
As propriedades fisicas dos alcinos são bastante semelhan­ o
Oxidação branda: a:
Cl
tes à dos alcanos e alcenos. Eles são insolúveis em água, mas
KMn04 di! I
R - CH = CH2 R - CH - CH2 solúveis em solventes apoiares. Possuem pontos de fusão e ebu­
-

1 71
I I lição relativamente baixos e que aumentam ã medida que o
OH OH número de átomos de carbono por molécula aumenta.
• Reações Uma vez que os dienos apresentam duplas ligações, suas
Os alcinos, assim como os alcenos, têm sua reatividade propriedades são essencialmente as mesmas que as dos alce­
acentuada em função da presença da tripla ligação na cadeia. nos. Sofrem reações de adição de hidrogênio, halogênios
Sofrem, assim, as mesmas reações de adição dos alcenos. etc. e reações de oxidação por KMn04 etc.
Genericamente, temos: Os dienos com duplas acumuladas e isoladas comportam­
se, na adição, da mesma forma que os alcenos. Os dienos
A B
I I
com duplas conjugadas, além da adição 1,2, apresentam uma

odiçao-t,2
adição diferente, chamada adição 1,4. Observe o exemplo a
- C = C - + 2AB -- - C - C -
I I
seguir:

A B f - fH - CH = CH2

C
H2
onde AB podem ser: hidrogênio, halogênio, haleto de hidro­ H2C � CH - CH = CH2 + Br Br Br
gênio, água etc.
3,4-dibromo-buteno-1
Os alcinos também apresentam reações de oxidação: H2C - CK = CH - CH2

(
t I
Oxidação branda:

\
Br Br
1 .4-dibromo-buteno-2

f-f-
OH OH

passa a existir uma dupla ligação entre os carbonoª- 2 e 3.


/
Neste exemplo, o reagente se ligou aos carbonos 1 e 4 e

R - C = CH R - OH Uma das reações mais importantes dos dienos conjugados


é a polimerização. A borracha sintética, por exemplo, é resul­
OH OH tante da polimerização de dienos.
OH Exemplo
/
-+ R - C - C
� CH - CH2 - . ..).
n o nH2C = CH - CH = CH2 -. ( ... - CH2 - CH =

polibutadieno
o (borracha sintétical

Oxidação energética:
o o Ciclanos ou cicloalcanos
KMn04 .f
R - C = C - R' R- C + R' - C .f
H +) Au " " Ciclanos, ou cicloalcanos, são hid,rocarbonetos cíclicos que
OH OH
contêm apenas ligações simples. Obedecem à fórmula geral:
Combustão: CnHZn·
Exemplos
3n - l

/ rn\
CnH2n - 2 + -- 02 -- nC02 + (n - l )H20
2
ciclopropano C3H6 ou i). n = 3
H2C - CH2
Dienos e alcadienos
ciclobutano C4Hs H2C - CH2
Os alcadienos são hidrocarbonetos de cadeia aberta que
apresentam duas duplas ligações. Obedecem à fórmula ge­
I I ou O n = 4
H2C - CH2
ral C..Hzn-Z·
Exemplos OI2

propadieno C3H4 H2C = CH = CH2 n = 3 ciclopentano Cs Hw H2



9
I
"
CH2
I
ou () n = 5

butadieno- 1 ,3 C4H6 H2C = CH - CH = CH2 n = 4 H2C - CHz

Conforme a posição das duas duplas li�ções, os dienos


• Propriedades físicas
são classificados em:
• dienos com duplas acumuladas: as duas duplas encon­ Os ciclanos são compostos apoiares ou fracamente pola­
tram-se no mesmo carbono. res. Apresentam, portanto, propriedades semelhantes às dos
a!canos: pontos de ebulição baixos, porêm ligeiramente mais
H2C = C = CH - CH2 - CH3
altos do que dos alcanos correspondentes; solubilidade em sol­
pentadieno- 1 , 2
cn ventes apoiares ou fracamente polares como o éter, letrado­
duplas conjugad..:
o
LU
t­ • dienos com as duplas estão separa­ reto de carbono etc., e insolubilidade em solventes altamente
:z das por uma ligação ,Simples. polares como a água.
o
CD
a: H2C = CH - CH = CH - CH3

g pentadieno-1 , 3 •
<(
Reações
a: O comp<;�rtamento químico dos ciclanos também deveria
• dienos com duplas isoladas: as duplas estão separadas
o ser semelhalllte ao dos alcanos, uma vez que apresentam ape­
:I: por mais de uma ligação simples.
nas ligações.Simples. Observa-se, no entanto, que além das r.ea­
-

1 72
H2C = CH - CH2 - CH = CH2 ções de substituição, características dos alcanos, os cicia­
pentadieno-1 . 4 nos, espeéialmente o ciclopropano e o ciclobutano, apresen-
tam reações de adição. Nestas reações, a estrutura anelar cia em participar, preferencialmente, de reações de substi·
das moléculas é destruída, originando produtos de cadeia tuição.
aberta. O ciclohexano apresenta ângulos maiores que o tetraêdri·
Exemplos co. Baeyer considerou, neste caso erradamente, que esse anel
também deveria apresentar tensio. Segundo Baeyer, anéis com
seis ou mais átomos de carbono deveriam apresentar tensões
que aumentavam com o número de átomos na cadeia) pois
o desvio angular tomava-se progressivamente maior.
ciclopropano n-propano Com esta teoria Baeyer procurou explicar a grande ten·
dência dos anéis peq)lenos em sofrer reações com abertura
do anel e a grande dificuldade que existia em sintetizar ci·
danos com mais de seis ãtomos de carbono no anel.

va errada quanto às previsões do comportamento químicO dos


Posteriormente, verificou-se que a teoria das tensões esta­

ciclo butano n-butano


ciclanos com seis ou mais átomos de carbono no anel. Isto
porque constatou-se experimentalmente que o ciclohexano é
Os ciclanos com anéis maiores que do ciclobutano apre·
mais estável que o ciclopentano.
sentam comportamento químico esperado, isto é, sofrem, pre­
Foram Sachese e Mohr que, em 1 890, conseguiram ex·
ferencialmente, reações de substituição; apenas sofrem rea·
plicar a maior estabilidade dos ciclohexanos e ciclanos supe­
ções de adição, com ruptura do anel, em condições energéticas.
contravam no mesmo plano. Assim, os ângulos de ligação con­
ri!>res. Eles admitiram que os carbonos do ciclo não se en­
Exemplos
tinuavam a ser tetraédricos. Atualmente, sabe-se que o ciclo­
hexano apresenta duas conformações extremas, denominadas
cadeira e barco.

CH2
/ '\
H2 � �H2 + H2 :i muito dificil

H2C '\ / CH2


CH2

Esse aspecto do comportamento quimico dos ciclanos foi


explicado pela Teoria das TeiiiÕes de Baeyer, em 1885,
por Adolfo von Baeyer. Segundo essa teoria, os anéis do ci·
clopropano e do ciclobutano apresentavam certa "tensio" que Hidrocarbonetos aromáticos
provocava instabilidade e, conseqüentemente, maior mcilidade
em reagir com abertura do anel . A "tensio" dos anéis Os hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis ben·
era devida a desvios que o ângulo formado entre duas liga· zênicos são chamados hidrocarbonetos aromáticos. Esta de­
ções apresentava em relação ao âiigulo tetraédrico esperado nominação surgiu do mto de uma série de substâncias desse
(109°28'). tipo, conhecidas no inicio do século passado, apresentarem

é o benzeno, CJ{6•
cheiro agradável. O hidrocarboneto aromático mais simples

H
I
c,

H - C� C-H

H-c
I

11
/c - H
ou
o
c
I
O ciclopropano apresenta estrutura triangular, com ân·

H ê
gulos de 60� e o ciclobutano apresenta estrutura quad..rangu·
lar, com ângulos de 90°. O ciclopropano apresenta, portanto, 1.1.1
em relação ao ângulo tetraêdrico de 109°28� um desvio maior
z

CH3 CH CH2
o
e, conseqüentemente, uma tensio maior que a do ciclobuta· Outros exemplos de hidrocarbonetos aromáticos: al
a:
=
no. Dessa forma justifica-se a maior reatividade do ciclopro­
pano em rela_ção ao ciclobutano. g
6 ó co
a:
O ciclopentano apresenta estrutura semelhante a um pen­ º
::::1:
tágono regular, com ângulos de 108°. O desvio em relação
-

1 73
ao ângulo tetraêdrico é muito pequeno e o anel praticamente
não apresenta tensio. Isso explica sua estabilidade e tendên· tolueno estireno naftaleno
Estrutura do benzeno
O benzeno foi descoberto em 1925. No entanto, apenas
CzH5 CH3 NHz
@ @ @
em 1965 foi proposta, por Kekulé, uma fórmula estrutural
mais coerente com suas propriedades. Segundo Kekulé, o ben­
zeno poderia ser representado por duas estruturas cíclicas:

O� .&- o....
...... ...
...... l
OH
etil-benzeno tolueno anilina

Nessas estruturas o benzeno apresenta três ligações sim­


ples e três ligações duplas, distintas e intercaladas.
Posteriormente, medidas de comprimento de ligação atra­
vés de raios X mostraram que todas as seis ligações são iguais
@ feno I

e possuem comprimento intermediário entre uma ligação sim­ • polinudeares - apresentam dois ou mais anéis benzênicos:

c§@ @:§@
ples e uma ligação dupla: Atualmente, o benzeno é conside­
rado um híbrido de ressonância, cujas formas canônicas

CH3
correspondem às duas estruturas de Kekulé.

[0 OJ 00"-CH,
naftaleno antraceno

As duas estruturas, tendo entre-si uma seta com os dois


sentidos, dão idéia de que as duplas não têm localização es­
pédfica. No entanto, por simplificação, podemos represen­ 1 , 2 dimetil -naftaleno bifenilo
tar o benzeno por apenas uma das estruturas ou ainda pela
seguinte representação 'simplificada: Reações dos hidrocarbonetos aromáticos
Apesar da presença de insaturações, a reação caracterís­
tica dos hidrocarbonetos aromáticos é a reação de substi·
tuição. Este comportamento dos hidrocarbonetos aromáti­
Do ponto de vista da teoria dos orbitais, os átomos de cos mostra que o anel benzênico é bastante estável e se opõe
carbono do benzeno apresentam hibridização sp2 • Cada áto­ às reações onde ocorre quebra de suas duplas ligações, ou se·
mo de carbono apresenta, portanto, três orbitais híbridos ja, às reações de adição.
sp21 que se situam no plano, e um orbital p puro, perpen­ Quando o hidrocarboneto aromático for um derivado mo­
dicular ao plano. Os seis átomos de carbono e os seis átomos nossubstituído do benzeno, o grupo ou radical presente no
de hidrogênio situam-se no mesmo plano e ligam-se através anel determina a posição de uma nova substituição. Depen·
de ligações sigma. Devido ao caráter plano da molécula, os dendo da natureza do grupo, podemos ter:
orbitais p se entrosam completamente dando origem à liga­ • substituição nas posições orto e para. Esta substituição

ção pi, formada por duas nuvens eletrônicas contínuas, _uma ocorre quando o grupo, ou radical, torna o composto aro­
situada acima' e outra abaixo do plano do anel. Esta deslo­ mático mais reativo que o benzeno. Diz-se que são grupos
calização dos elétrOJ:?.S pi, que caracteriza a ressonância, cOII­ ou radicais ativantes do anel ou orto-para dirigentes.

@
fere grande estabilidade à molécula. Exemplos

- NH2 - OH - OR

- R -F - Cl - Br - I

Os halogênios, apesar de desativantes do anel, são orto·


para dirigentes.
• substituição na posição meta. Esta substituição ocorre
quando o grupo, ou radical, presente no anel dificulta a subs·
tituição, ou seja, desativa o anel aromátiCo. São os grupos,
ou radicais, meta-dirigentes.
'
cn ' Exemplos
o
w
1- >-- -• elétrons pi deslocalizados
, - N02 - CN - COOH
, - COOR
z
o
a:l
a:
<( - S03H - COH - COR
u
o
a:
Q As principais reações de substituição aromática são:
:I:
Os hidrocarbonetos aromáticos e seus derivados podem ·

1 74
ser classificados quanto ao número de anéis benzênicos: Halogenação: a halogenação com cloro ou bromo ocorre
• mononucleares - apresentam apenas um anel benzênico: na presença de catalisadores como Fe, FeCl3 etc.
&em;Jo OH OH
H C1 �SOM
© + 02 FeCJ}

©
+ HCl
© � + HP
benzeno
fenoI ácido o-hidroxi-benzeno­
cloro benzeno sulfônico

Condições mais energéticas promovem a substituição de AlquDação e �o de Fricclcl-Crafts: esta reação per­
mais de um átomo de hidrogênio: mite introduzir radicais alquila e acila em "aDéis benzêoico5..
&emplos

© + Ha

o-di cloro­
cloreto de metila
p-dicloro­
benzeno metil-benzeno

Nitração: os hidrocarbonetos aromáticos reagem com áci­


-benzeno -benzeno

do nítrico concentrado, em presença de ácido sulfúrico con­


o
I
H
centrado.

C - CH3

© © + HO

nitro-benzeno

��NOz
benzeno
benzeno cloreto de acetil'! metil-fenil-cetona

CH.1
Devido à grande estabilidade do anel benzênico, as oD­
CH.�
o-nitro-tolueno

� l,�
daçõcs ocorrem, normalmente, na cadeia lateral.

l8J
HN03(CODC)

HzS04(CODC) CHl

·� �NOz p-nitro-tolueno
@
metil-benzeno ãcido benzóico
O prosseguimento da substituição fornece o derivado tri­
substituído 2,4,6 trinitro-tolueno, conhecido por T.N.T.:

Sulfoaação: os hidrocarbonetos aromáticos reagem com áódo


(I)
o
propil-benzeno
......
sulfúrico concentrado, formando ácidos sulfõnicos aromáti­ w
:z
cos. o
m
a:
c:(
u

@- o
a:
o
:i:

17�
-

benzeno ácido benzeno-sulfônico ácido benzóico


A reação de combustão, no entanto, como para qualquer Reações
hidrocarboneto, ocorre com facilidade.
Combustão total: Os haletos alifaticos são compostos muito reativos; sofrem
diversos tipos de reações produzindo importantes produtos
orgânicos. Os haletos de arila, ao contrário, não apresentam
muitas reações.
Combustão parcial: Os principais tipos de reações dos haletos alifáticos são:

C6 H6 + i_ 02 -+ 6 CO + 3 H20 Substituição do halogênio: através de reação com solu­


2
�0
ções aquosas de hidróxidos alcalinos, com alcoóxidos de só­
C6 H6 + 2 -+ 6 C + 3 H20 dio, com cianeto de potássio etc.

Fontes de compostos aromáticos Exemplos


A principal fonte de hidrocarbonetos aromáticõs .é o car­ NaOH
vão de pedra ou hulha. Esta é uma massa compacta, prove­ R - OH (álcool)

niente da lenta deterioração de vegetais superiores, ricos NaOR'


R - O - R' (éter)
em celulose.
R - X- NaCN
Através da destilação da hulha obtém-se o alcatrão, que, R - CN (cianetos)
por destilação fracionada, fornece frações ricas em hidrocar­ NH3 R - NH2 (aminas)
bonetos aromáticos como o benzeno, tolueno, xileno, fenóis,
L...NaC
:..;.;:.
..; � • C - R'
....;..._
..;; ....;;.; ..
anilinas, cresóis, antraceno etc. R - C = C .... R' (alcino)
Eliminação do halogênio: através de reação com soluções

I I
akoólicas de hidróxidos alcalinos, formando alcenos.

álcool '\ /
KX
I I
/ '\
- C - C - + KOH C=C + + H20

IH XI
alceno
HALETOS ORGÂNICOS
haleto de alqUIIa

Reações com metais alcalinos: formando alcanos, e com


Estudaremos agora as propriedades e reações dos princi­ magnésio, formando compostos de Grignard.
pais haletos orgânicos. 2 R - X + 2Na -- R - R + 2NaX
Haletos orgânicos são compostos derivados de hidrocar­
haleto de alquila hidrocarboneto
bonetos pela substituição de um ou mais átomos de hidrogê­
nio por halogênios (F, C!, Br e 1).
Os haletos orgânicos são classificados em:
R - X + Mg � R - Mg - X
composto de Grignard
• haletos de alquila: quando o halogênio se encontrar ligado
a uma cadeia carbônica alifática saturada. Os haletos de ai­ Reação com zinco: os di-haletos isolados reagem com o
quita podem ser primários, secundários e terciários, confor­ metal zinco, eliminando o halogênio e formando uma cadeia
me o tipo de carbono a que o halogênio se encontra ligado. cíclica:

I I
Exemplos H2C - CH2

I I
H2 C - CH2 - CH2 - CH2 + Zn -+ + ZnBr2
H2C - CH2
Br Br cadeia cfclica

os di-haletos vicinais, por sua vez, reagem com zinco, elimi­


nando o halogênio e produzindo um alceno:
haleto primário haleto secundário haleto terciário H3C - C H - C H - CH3 + Zn -
• haletos de arila: quando o halogênio se encontra ligado di­ I I
retamente ao anel benzênico. Cl Cl
Exemplo Br H3C - C = CH - CH3 + ZnC12


©
alceno

u
:z
•<(
(!)
a:
o
Propriedades físicas COMPOSTOS
U) Os haletos mais simples são gases. Conforme a massa mo­
w
o
1- lecular aumenta os haletos passam a ser líquidos e, em se­
OXIGENADOS
-'
<( guida, sólidos. Os pontos de ebulição aumentam com o au­
:I:
mento da massa molecular.
-

l 76
Os haletos líquidos são incolores, de odor característico, A grande maioria dos compostos orgânicos conhecidos
insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos. co11tém, além de carbono e hidrogênio, o elemento oxigê-
nio. Estes compostos, ditos oxigenados, podem ser conside­ na estrutura dos radicais alquila podem, no entanto, interfe­
rados como produtos intermediários da oxidação de um hi­ rir na velocidade da reação ou na natureza da reação.
drocarboneto até dióxido de carbono e água. Na seqüência
a seguir, os compostos encontram-se dispostos em ordem cres­ c '"
cente de oxidação:

H Nox = -3 H N0x = - 1
li li A alta polaridade do grupo - OH confere aos álcoois pro­
R- C - H --+ R - C - OH --+
priedades bem diferentes dos hidrocarbonetos. Os álcoois
I I apresentam pontos de ebulição mais altos que os dos hidro­
H H carbonetos de mesmo número de carbonos. No entanto, tal
hidroca rboneto álcool aldefdo como as outras funções, à medida que a cadeia carbônica au­

+4
menta, os pontos de fusão e ebulição também aumentam.
?ox = Álcoois de baixa massa molecular são extremamente solú­
veis em água. A solubilidade, porém, diminui com o aumento
..... O = C = O +
da cadeia carbônica.
Os altos pontos de ebulição e a solubilidade em água dos
ácido· carboxnico dióxido de carbono água álcoois deve-se à sua capacidade de formar pontes de hidro­
A seguir estudaremos as características estruturais, as pro­ gênio. No primeiro caso, as pontes de hidrogênio ocorrem
priedades e as reações químicas dos compostos oxigenados entre moléculas de álcoois e, no segundo caso, entre molé­
mais importantes. culas de álcool e moléculas de água.
·... õ - õ-
/
R
Álcoois / o '' Õ+ .
•• o ' õ+
'
Os álcoois, como já vimos, são compostos orgânicos que R H· H ..
•,

contêm um ou mais grupos hidroxilas ligados a carbonos sa­ ponte de hidrogênio álcool-álcool
turados. Õ+
Os álcoois podem ser classificados quanto: H /
õ-
·. Õ- /
• ao tipo de cadeia carbônica em: alifáticos, cicloalifáti­
;o"
@CH,-OH
cos e aromáticos: ,... o "
R H H. •.•
õ+ Õ+
H3C - CH2 - OH
ponte de hidrogênio álcool-água
alifático
Reações
cicloalifático aromático
As reações dos álcoois são determinadas pelo grupo hi­
droxila, que polariza a molécula. As principais reações são:

la: nestas reações ocorre a ruptura RO f H, mostrando que


• à natureza do átorno de carbono a que se liga a hidroxila
Reações de substituição do hidro_gênio da hidroxi­
em: primário, secundário e terciário:

I
C H3 o álcool possui um caráter ácido fraco.
Exemplos

I
H 3C - C - CH 3

OH

f' o
álcool primário álcool secundário álcool terciário

•ao número de hidroxilas em: monoálcoois ou monóis, R - OH + R' - C " --


diálcoois ou glicóis e triálcoois ou trióis etc . : oH

I
H3C - C H - CH3 H2C - CH - CH3 A ordem de reatividade do álcool nessas reações é a se­
I I guinte: álcool primário > secundário > terciário.
OH OH OH
C/)

re a ruptura R f OH, mostrando que o álcool também pos­


monol glicol Reações de substituição da hidroxila: nestas reações ocor­ o
propanol-2 propanodiol - 1 - 2 o
<{
:z
H2 C - CH - CH2 sui um caráter básico fraco. w
(!)
I I I H3C - OH + HCl -- H3C - Cl + H20 X
o
OH O H OH C/)
trio I 3H3C - OH + PC13 -- 3H3C - C! + H3P03 o

propanotriol - 1 , 2 , 3 C/)
A ordem de reatividade do álcool nessas reações é: álcool o
a..
( * glicerol o u glicerina)
primário < secundário < terciário. :2:
o
Estrutura e propriedades físicas Reação de desidratação: esta reação ocorre principalmente
u
-

1 77
A presença do grupo funcional - OH nos álcoois deter­ com álcoois primários, podendo ser intramolecular ou inter­
mina as propriedades que caracterizam a função. Alteraç_ões molecular.
• desidratação intramoleculan das moléculas através de pontes de hidrogênio.
O tenol de maior importância industrial, o fenol comum,
- c - c -
1 I
é relativamente solúvel em água, os outros são praticamente

IH OHI
insolúveis.
alceno
Reações
• desidratação intermolecular:
Os fenóis são compostos que apresentam caráter ácido fra­
co, pois se ionizam segundo a equação:

@ @
éter OH 08
Reações de oxidação: os álcoois podem ser oxidados por
soluçt>es aquosas de KMn04 ou K2Cr20 7 . Dependendo da , H• K. "' w - "
natureza estrutural do álcool obtemos diferentes produtos.
Estas reações podem, portanto, ser utilizadas para diferen·
ciar álco01s primários de secundários e de terciários. Assim íon fenóxi

temos que: Devido a esse caráter ácido, o fenol também é chamado


• álcoois primários são oxidados a aldeídos ou ácidos carbo­ de ácido fénico.
xílicos: A presença do grupo hidroxila confere ao anel benzênico
-to elevada reatividade em relação às reações de substituição ele­
oxidante oxidante
R - C trófilas. Isto porque, como já vimos anteriormente, o grupo
"a hidroxila é ativante do anel e, portanto, orto-para dirigente.
álcool aldeído
É possível obter-se produtos di ou tri substituídos.
-t o
R - c OH
"
OH

R
ácido carboxnico

álcoois secundários são oxidados a cetonas:


_ CH _ R'
oxidante
R - C - R'
@ N02
I 11
OH álcool O cetona O fenol é empregado industrialmente na obtenção de ba­
• álcoois terciários não se oxidam. Podem, no entanto, desi­
quelite. Este último é um polímero obtido através de reação

- L$r � - -
dratar-se em meio ácido, formando alcenos que são facilmente de condensação dos fenóis:

@ :
oxidados: OH OH OH
CH3
1 oxi-
I
CH3
< CH,
� H3C
+ H, -
H 3C - C - CH3 - C = CH2 + H20 -
I
OH alceno
CH2

-� -
álcool CH3
I
--. H3C - C = O + C02
cetona OH
Combustão: os álcoois queimam-se produzindo gás carbô· Aldeídos e Cetonas
nico e água. Quanto menor a cadeia carbônica, com maior
facilidade ocorre a combustão. Os aldeídos e as cetonas são compostos que contêm o gru­
po carbonilo C = O, sendo, por isso, freqüentemente de­
C2H50H + 302 --+ 2C02 + 3H20
sign'ados por compostos carbonilicos.
etano I

Fenóis Estrutura e propriedades físicas


Os fenóis, assim como os álcoois, contêm em sua estru­ A diferença entre aldeído e cetona é estrutural. No aldeí­
cn
o tura o grupo hidroxila. Diferem, no entanto, dos álcoois por do o grupo carbonila liga-se a um átomo de hidrogênio e a
Cl
<( possuírem o grupo - OH diretamente ligado ao anel ben· um radical orgânico, enquanto na cetona o grupo carbonila
w encontra-se ligado a dois radicais orgânicos.
z
zênico.

>-""õ".t,
(!J
X OH R 1 20• R )..- - � 1 2o•
õ- I Ô �\ Õ -

o

,..
1 2o•l C ::b O 1 20 0 � c ;- o

cn
a..
o
:::i!!
o Propriedades físicas
@ H --- 1 20•
;'

aldeído
y

cetona
I

R' t" · ·'1 2o•

u As propriedades dos aldeídos e cetonas devtm-se à pre­


-

L 78
Os fenóis são sólidos incolores de baixo ponto de fusão, sença do grupo carbonila. No entanto, a diferença estrutu­
porém com pontos de ebulição elevados devido à associação ral entre eles é responsável por diferenças nas suas proprie-
dades. Os aldeídos, por exemplo, oxidam-se com facilidade facilmente, formando ácidos carboxílicos, enquanto as ceto-
e as cetonas não; os aldeídos sofrem reação de adição nucleó­ · nas não.
fila com mais facilidade que as cetonas. ó� o oxidante
ó� o
2 R - c" R - c"
O carbono da carbonila apresenta hibridização sp , que
origina uma molécula plana na região do grupo funcional. H oH
As ligações sigma, separadas por ângulos de 120°, encontram­ aldeído ácido carboxflico
se no plano e a ligação pi encontra-se acima e abaixo do plano. o .
Como o oxigênio e o carbono têm eletronegatividades bas­ .f OXIdante
R -c não reage
tante.- diferentes, a carbonila encontra-se permanentemente "R
polarizada. Devido a essa polaridade, os aldeídos e cetonas cetona
apresentam pontos de fusão e ebulição mais altos que com­
postos apoiares de massa molecular próxima. No entanto, A diferença de comportamento entre aldeídos e cetonas
como não são capazes de formar pontes de hidrogênio, pos­ perante oxidantes é utilizada para distinguir um aldeído de
suem pontos de ebulição mais baixos que os álcoois de mas­ uma cetona isômera. Para isso, utiliza-se, normalmente, um
sa molecular semelhante. oxidante fraco, como, por exemplo, o reagente de Tollens.
Os aldeídos e cetonas são solúveis em solventes orgâni­ Este � constituído de uma solução de nitrato de prata amo­
cos usuais e, na sua maioria, insolúveis em água. Os aldeí­ niacal, que contém íons complexos de Ag + . Estes íons, na
dos e cetonas com até cinco átomos de carbono são solúveis presença de aldeídos, são reduzidos a prata metálica, Ag.
em água, provavelmente, devido à formação de pontes de o
hidrogênio de suas moléculas com moléculas de água. .f
R - C + 2 [Ag(NH3)2j + + 30H - �
Os aldeídos têm cheiro agradável, sendo encontrados, com "
H
freqüência, em essências vegetais.
.f o
Reações � R-C " + 2Ag + 4NH3 + 2H20
o-
Os aldeídos e cetonas são compostos multo reativos, sen­ A reação de aldeídos com reagente de Tollens também
do, no entanto, de maneira geral, os aldeídos mais reativos é utilizada na obtenção de espelho de prata.
que as cetonas.
A reação característica dos aldeídos e cetonas é a adição Ácidos carboxílicos
ao grupo carbonila, com quebra da ligação pi, ou seja, a adi­ Os ácidos carboxílicos apresentam o grupo funcional car­
ção nucleófila. O
.f
boxila - C " , que se encontra apenas na extremidade
Reações de adição à carbonlla: OH
da cadeia.


R - MgX " /R Estrutura e propriedades físicas
c
.------7 "
OMgX O grupo carboxila confere às moléculas dos ácidos car­
boxílicos uma grande polaridade. A presença de um átomo
" /R de hidrogênio altamente polarizado permite aos ácidos car­
-/ c + Mg(OH)X boxílicos a formação de pontes de hidrogênio entre si, ou
'-
OH com moléculas de outras substâncias. Devido às pontes de
álcool hidrogênio, os ácidos carboxílicos apresentam pontos de ebu­
lição mais altos que os álcoois correspondentes. Possuem tam­
I bém solubilidade semelhante à dos álcoois, ou seja, até qua­
HCN/H + C - CN
tro átomos de carbono são solúveis em água, os superiores
I
ô+ ô_
são praticamente insolúveis.
OH
IL
cianidrina
"
c o-
/ = OH & o . . . H - o " ô+
+ .f
I R - C .f C - R
ô_ ô_
"
ô+
C - S03Na + o - H ... O cn
o
I pontes de hidrogênio
c

ô+
<(
ácido carboxílico-ácido carboxílico :z
w

ô_ õ+ õ_ / H
I t!)
C - NH - OH � X
o
I
&_ t;
& .f o . . . H - o cn
OH + o
R - c"

o_
"
õ+
o
0 - H . . . O - H õ+ o..
� /C = N - OH + H20 :i!:
I
o+
o
oxima
H u
-

1 79
Reações de oxidação, como já foi dito, devido à diferença pontes d e hidrogênio
estrutural entre os aldeídos e as cetonas, os aldeídos oxidam-se ácido carboxflico-água
Reações • - Cl fornece o cloreto de ácido. Os reagentes mais em­
pregados na preparação dos cloretos de ácidos, são: SOC12,
Dentre as substâncias orgânicas, os ácidos carboxílicos
PCI3, PCI5•
possuem caráter ácido mais pronunciado.

@- e -f' o
Exemplos
;.:: o
� R - C� + H+
o .f o
R - C�
H3C - c ,
o - H o- C! \. CI
os ácidos carboxílicos são, no entanto, considerados co­ cloreto de etanóila cloreto de
mo ácidos fracos em relação à acidez de ácidos minerais. Ob­ benzóila
serve a ordem relativa de acidez: ácidos minerais > ácidos • - NH3 fornece a amida. Esta é preparada aquecendo­
carboxílicos > ácido carbônico > feno! > água > álcool se o ácido na presença de amoníaco.
> alcinos verdadeiros > amônia > hidrocarbonetos. Exemplos
•' A força do ácido carboxílico diminui com o aumento da
.f o
cadeia carbônica. No entanto, a introdução de radicais ele­ H3C - c ,
tronegativos nos carbonos próximos à carboxila provocará NH2
um aumento na força do ácido. etanamida benzamida
As principais reações dos ácidos carboxílicos são:
• - OR fornece o éster que, como vimos anteriormente,
Reação com bases Assim como os ácidos inorgânicos, os é preparado através da reação de esterificação, isto é, da rea·
ácidos carboxílicos reagem com bases, formando sais e água. ção de ácidos com álcoois, na presença de ácido sulfúrico con­
O sal formado tem características semelhantes aos sais inor­ centrado.
gânicos.

�c�o
Exemplos
#o
+ NaOH � H - C
' ocH3
� O - CH3
ácido carboxílico sal orgânico
metanoato de metila benzoato de metila
Reação de esterificação Os ácidos carboxílicos reagem com • - OOCR fornece o anidrido. Este é obtido aquecendo­
álcoois na presença de ácido sulfúrico concentrado ou ácido se um ácido carboxílico na presença de P20s.
clorídrico seco, formando ésteres e água: Exemplo
o o
/j � .f o
R - C + H - O - R' R - C + H20
" �
-+

0 - H O - R'
H3C C
\.
ácido carboxflico álcool éster o
/
Reação de desidratação Sob a ação de desidratantes, co­ H3C - C �
mo o pentóxido de fósforo, P 205; os ácidos carboxílicos for­ o
mam anidridos: anidrido etanóico
.f o
H3C - c , Estrutura e propriedades físicas
OH Pp5 Os derivados funcionais dos ácidos carboxílicos possuem
à caráter polar devido à presença do grupo C = O . Den­
tre eles, as amidas são as que apresentam maiores pontos de
/ OH
H3C - C � ebulição. Isto porque suas moléculas podem se associar atra­
o vés de pontes de hidrogênio.
ãcido etanóico anidrido etanóico Reações
Apenas o ácido fórmico não forma anidrido. Cada função derivada de ácido possui um conjunto de

H - C :7
;.:: o
� CO + H20
reações características. No entanto, em virtude de todas
essas funções apresentarem na sua estrutura ·o grupo
' oH à C = O, muitas propriedades lhes são comuns. Observa­
se, por exemplo, que todos sofrem facilmente substituição
Reação com haletos de fósforo Esta reação produz clo­ nucleófila, na qual o grupo - OH, - NH2, - OR, - C! ou
retos de ácidos, também denominados cloretos de acila. - OOCR é substituído por outro grupo que apresente cará·
rJ)
o
o
#o #o ter básico. Todos os derivados podem também se converter
<( 3R - C + PC13 � 3 R - C + P(OHh novamente no ácido carboxílico de origem através da hi­
:z
w
C)
" OH \. C! drólise.
X cloreto de ácido Exemplos
o

H+ .f o
rJ) o
o
1- Derivados funcionais R .- C
.f
+ H20 ---+ R -C + R'OH
rJ)
c...
o dos ácidos carboxílicos ' oR' ' oH
::2:
o Chamamos de derivados dos ácidos carboxílicos a compos­
(.) tos resultantes da substituição do grupo - OH da carboxi- ·

180
la por outros grupos. + + HX
A substituição do grupo - OH por:
Éteres são líquidas e cheiram "a peixe"; as aminas com mais de 12
carbonos são sólidas e não apresentam cheiro.
Éteres são compostos que contêm um átomo de oxigênio
As aminas são compostos polares capazes de formar pon­
ligado a dois radicais orgânicos.
tes de hidrogênio. Apresentam, portanto, pontos de ebuli­
Propriedades físicas ção mais altos que compostos apoiares de massa molecular
Os éteres são compostos incolores, de odor agradável e próxima.
característico. Têm pontos de ebulição baixos, ligeiramente As aminas são solúveis em solventes pouco polares como
superiores aos dos alcanos de massa molecular semelhante, o éter, o álcool, o benzeno etc. As aminas formadas por mo­
porém bastante inferiores aos pontos de ebulição dos álcoois léculas pequenas são solúveis em água, pois formam pontes
isômeros. Isto porque os éteres não são capazes de formar de hidrogênio com as moléculas de água.
pontes de hidrogênio. Reações
Os éteres são pouco solúveis em água. Os éteres de baixa
massa molecular, no entanto, possuem solubilidade semelhan­ As aminas apresentam caráter básico fraco pois, como a
te à dos álcoois. Acredita-se que isso se deva à formação de amônia, contêm nitrogênio com um par de elétrons não com­
pontes de hidrogênio entre moléculas de água e moléculas partilhados. Assim como a amônia, as aminas transformam­
de éteres. se nos respectivos sais ao reagirem com ácidos minerais.
Exemplo
Reações
Os éteres são compostos muito pouco reativos. São, de­
vido a isso, utilizados freqüentemente como solventes iner­ metil-amina cloridrato de metil-amina
tes em reações orgânicas; os éteres são, no entanto, altamen­ (sal)
te inflamáveis. Os tipos de reações mais comuns são:
Reação com ácido sulfúrico: Os sais formados na reação das aminas com ácido são de­
H compostos por bases fortes.
R - O - R' + H2S0r-+ [R - � - R] HS09 Exemplo
[H3C - NH3t Cl -
NaOH
([H3C - NH3t OH -) -+
éter sal de oxônio
instável
Formação de peróxidos:

R - O - R + - 02
1 lm
---+ R-O- O- R A ordem decrescente de basicidade das aminas é:
2
éter peróxido

R - O - R + HI -+ R - OH + R - I
Cisão na presença de ácidos:
Reação com ácido nitroso Esta reação das aminas permi­
éter álcool haleto de alquila te distinguir suas diferentes classes. As aminas primárias pro­
duzem álcoois e liberam nitrogênio gasoso:

COMPOSTOS as aminas secundárias produzem compostos de cor amarela


NITROGENADOS chamados nitrosaminas:

R2NH + HNOz -+ R2N - N = O + H20


nitrosaminas
As aminas, as nitrilas e os nitrocompostos são exemplos
de funções nitrogenadas, que serão agora caracterizadas atra­ as aminas terciárias não reagem com ácido nitroso.
vés de suas propriedades, estruturas e reações. As aminas aromáticas primárias reagem com ácido nitro­
so, em meio ácido e em temperaturas baixas, formando sais
Aminas de diazônio; compostos bastante importantes na produção

Aminas são compostos derivados do NH3, pela substi­


de corantes sintéticos e na síntese de inúmeras substâncias �
orgânicas. Cl
tuição de um, dois ou três hidrogênios por radicais orgâni­ <(
LLI
z
cos. As aminas podem, portanto, ser primárias, secundárias (!:I
ou terciárias. Nitrilas ou cianetos orgânicos o
a::
As nitrilas são compostos orgânicos derivados do HCN 1--
pela substituição do átomo de hidrogênio por um radical or­
z
(J)
gânico. o

As nitrilas se hidrolisam formando ácidos carboxílicos: U)
o
amina primária amina secundária amina terciária
a..
H
+ �
-----. o
Propriedades físicas ou OH -
(J
-

181
As metilaminas e etilaminas são gasosas e têm cheiro se­
melhante ao do amoníaco; as aminas com 3 a 12 carbonos nitrila amida
f' o 2-cloro-2-metil-butano
R - c, + NH3 CH3
OH I
ácido carboxllico H3C - C - CH2 - CH3
I
e se reduzem formando aminas: C!
Ni l-cloro-3-metil-butano
R - C a N + 2 H2 - R - CH2 - NH2
nitrila amina CH3 Cl
I I
Nitrocompostos H3C - CH - CH2 - CH2

São compostos que apresentam o grupo - N02. 2-cloro-3-metil-butano


Os nitrocompostos podem ser reduzidos por hidrogena-
·
CH3 Cl
ção catalítica, formando aminas: I I
H3C - CH - CH - CH3
� R - NH2
#o
R -N � + 3 H2 + 2 H20 1-cloro-2-metil-butano
o Cl CH3
I I
H2C - CH - CH2 - CH3
3. (EEM-SP) Sabe-se que 1,60 g de bromo reage completa­
EXERCÍCIOS
mente com 0,42 g de um alceno para originar o correspon­
dente produto de adição. Determine a fórmula molecular des­
1 . (FAAP-SP) Com relação aos alcanos é correto afirmar:
se alceno e a fórmula estrutural de um seu isômero.
a) podem sofrer reações de adição;
b) aumentando o número de átomos de carbono, aumenta Solução
a tendência ao estado sólido; A reação de adição pode ser representada, genericamen­
c) a maioria deles é formada por compostos insaturados; te, por:
d) são produzidos industrialmente através do gás dos Br Br
pântanos; I I I I
e) são compostos bastante reativos. - C = C - + Br2 -. - C - C -
Solução Sabendo-se que 1,60 g de bromo reage completamente
Os alcanos são hidrocarbonetos saturados de cadeia aberta. com 0,42 g de alceno e que a massa de 1 moi de bromo é
São compostos pouco reativos. A reação que os caracteriza 1 60 g, podemos determinar a massa de cada moi do alceno.
é a reação de substituição. 1,60 g - 0,42 g
Como as moléculas de alcanos são apoiares, as forças que 160 g/mol - M
as mantêm unidas nos estados sólido e líquido são muito fra­ M = 42 g/mol
cas (forças de Van der Waals). Estas forças, no entanto, au­ A fórmula geral de um alceno é CnH2n·
mentam de intensidade à medida que o tamanho das molé­
culas aumenta. Assim, a tendência ao estado sólido aumenta Para determinarmos a fórmula molecular é necessário co­
com o aumento do tamanho, ou seja, do número de átomos nhecer o valor de n. Isto pode ser conseguido através da ex­
de carbono da molécula. pressão que determina a sua massa molecular: M = (massa
As fontes naturais dos alcanos são os gases'naturais e o atômica do C x n) + (massa atômica do H x 2n)
petróleo. A partir deste último, são obtidos industrialmente 42 g = 12n + 2n
através da destilação fracionada. 42 g = 14n
A alternativa b é a correta.
In = 31
2. (FUVEST-SP) Uma mistura de 2-metil butano e cloro
A fórmula molecular do alceno é C3H6•
é irradiada com luz solar. Há formação de HCl e de uma
A fórmula estrutural de um seu isômero é:
mistura de compostos com fónnula molecular C5HuCI. Es­
creva a fórmula estrutural e o nome dos possíveis compos­ CH2
tos formados. I ......._
Solução CH2 - CH2
Nessa reaçao ocorre a substituição de um átomo de hi­ ciclopropano
drogênio da molécula de 2-metil butano por um átomo de
cloro, segundo a reação: 4. (CESCEM-SP) A adição de brometo de hidrogênio a
Cs H 1 2 + Cl2 ...,. CsH1 1Cl + HCI
cn
o
.u 3,4-dimetil-2-penteno forma o composto:
u
a: a) 2-bromo-4-metilexano;
b) 2-bromo-3-etilpentano;
w
X
Há a formação de uma mistura de isômeros, pois a subs- c) 3-bromo-2,3-dimetilpentano;
w
-
·

tituição pode ocorrer em qualquer um dos hidrogênios pre­ d) 3-bromo-3-metilexano;


1 82 sentes na molécula. Os possíveis isômeros formados são: e) 2-bromo-3,4-dimetilpentano.
Soluçá� d) 4,5-dibromo-penteno-1 ;
Esta adição ocorre segundo a regra de Markownikoff. O .e) · 1 , 2, 3 , 4-tetrabromo-pentano.
hidrogênio adiciona-se ao átomo de carbono mais hidroge­ Solução
nado da dupla ligação, produzindo o 3-bromo-2,3-dimetil- Através da fórmula estrutural verifica-se que o pentadie­
pentano. no- 1,3 apresenta duplas conjugadas:
CH3 CH3 H

H3C - CH = C - CH - CH3 + HBr -+


I I I
C = C - C - H
CH3 CH3 I I I
H H H
I I
H3C - CH2 - C - CH - CH3 Os dienos com duplas conjugadas apresentam a adição
I 1, 4, isto é, o reagente fixa-se não apenas no par de átomos
Br de carbono adjacente, mas também nos átomos de carbono
A alternativa c é a correta. das extremidades do sistema conjugado.
S. (UM-SP) Um alceno, por ozonólise seguida de hidróli­ H2C = CH - CH = CH - CH3 + Br2 -+
se, produz metanal e metil-etil-cetona. O alceno utilizado foi: H2C - CH = CH - CH - CH3
a) 2-metil-buteno-2;
b) metil-propeno;
I I
Br Br
c) penteno-2;
d) 2-metil-buteno-1 ; Forma-se, portanto, neste caso, como produto o 1,4-di­
e ) 3,3-dimetil-buteno-l . bromo-penteno-2.
Solução A alternativa b é a correta.
Nesta ozonólise ocorre a ruptura da dupla ligação C = C
e a formação de dupla ligação C = O, resultando nas mo­ 8 . (FUVEST-SP) Duas substâncias diferentes têm fórmula
léculas: molecular C6H12. Uma delas, quando submetida à atmos­
fera de hidrogênio, na presença de catalisador, reage com o
no gás e a outra não. Qual é a razão dessa diferença de compor­
H - C Ç' H3C - C - CH2 - CH3 tamento?
"
H 11
Solução
o
A diferença de comportamento na presença de hidrogê­
metanal metil -etil-cetona
nio indica que as substâncias, apesar de apresentarem a mes­
Através das fórmulas estruturais dos compostos forma­ ma fórmula molecular, devem apresentar estruturas totalmen­
dos, podemos compor a estrutura do alceno original: te diferentes. O hexeno e o ciclohexano são os possíveis isô­
CH3 meros para esta fórmula' molecular.
I H3C - CH = CH - CH2 - CH2 - CH3
H2C = C - CH2 - CH3 hexeno-2

O alceno utilizado é o 2-metil-buteno-1 .


CH2
A alternativa d é a correta. / "
H2C CH2
6. (UFJF-MG) O enlace triplo dos alcinos apresenta: I I
a) orbitais híbridos de arranjo trigonal; H2C CH2
'\ /
b) 1 orbital s e 2 orbitais p; CH2
c) 1 ligação õ e 2 ligações n; ciclohexano
d) nuvem 1t de forma tetraédrica;
e) 2 ligações covalentes e 1 coordenada. O hexeno reage com hidrogênio, na presença de catalisa­
Solução dor, formando o hexano:
cat.
A região da molécula, que contém a tripla ligação, apre­ H3C - CH = CH - CH2 - CH2 - CH3 + H2 --.
senta estrutura linear devido à hibridização sp dos átomos
H3C - CH2 - CH2 - CH2 - CH2 - CH3
de carbono. Cada átomo de carbono apresenta dois orbitais
híbridos sp, separados por um ângulo de 180°, e dois orbi­ O ::iclohexano não reage com hidrogênio, nestas condi­
tais p puros. A tripla ligação é formada através de uma liga­ ções, pois possui um anel estável.
ção sigma resultante da interpenetração dos orbitais híbri­ CH2
dos e por duas ligações pi resultantes da interação dos qua­ / '\

I
H2C CH2
tro orbitais p puros.
A alternativa c é a correta. I + H2 -+ não reage cn
H2C CH2 o
" / ,U
7 . (FFLCHUSP) Na reação pentadieno-1,3 com bromo, CH2 u
a:
LU

9. (CESCEM-SP) Nesta questão são apresentadas três afir­


obtém-se, como produto: ><
LU
a) 1 ,2-dibromo-penteno-3;
-

183
b) 1 ,4-dibromo-penteno-2; mativas, designadas por I, II e III. Responda-a, obedecendo
c) 3,4-dibromo-penteno-1 ; ao seguinte código:
a) somente a afirmativa I é correta; no, mas a todos os átomos do anel. A nuvem eletrônica está
b) somente a afirmativa II é correta; deslocalizada (ressonância), fato que confere grande estabi­
c) somente a afirmativa III é correta; lidade ao anel. O benzeno pode ser representado pelas es­
d) somente as afirmativas II e III são corretas; truturas de ressonância:
e) as afirmativas I, II e III são corretas.
A nitração do benzeno:
I) Produz, principalmente, compostos ortosubstituídos.
II) Representa um processo de substituição aromática.
III) Ocorre com cisão homolítica das ligaçêes C - H.
[ O � O]
Analisando estas estruturas vemos que a molécula é forma­
da por três ligações pi (entre átomos de carbono) e 12 liga­
Solução
ções sigma (6 entre átomos de carbono e seis entre átomos
A nitração do benzeno é feita utilizando-se ácidos nítrico
de carbono e hidrogênio).
e sulfúrico concentrados. Neste processo um átomo de hi­
A alternativa a é a correta.
drogênio do benzeno é substituído por um grupo - N02•
A equacão que representa o processo é: 12. (CESGRANRIO-RJ) A reação de sódio metálico com
N02 uma mistura de 2-cloro-propano e cloroetano produz:

@ + HN02 H ,SO,

A alternativa b é a correta.
© + H20
a) 2-propilato de sódio, etilato de sódio e cloreto de sódio;
b) cloreto de sódio, butano, 2-metil-butano e 2,3-dimetil­
butano;
c) hidróxido de sódio, cloreto de hidrogênio, propino e etino;
d) propanoato de sódio, cloreto de hidrogênio, propino e
10. (MAPOFEI-SP) A vanilina é um composto constituí­ etino;
do por um núcleo benzênico, ao qual se ligam, apenas, um e) cloreto de sódio e 2-metil-butano.
grupo hidroxila, um grupo aldeído e um grupo metoxila (me­ Solução
tóxi). O primeiro grupo está em posição para, com relação A reação de haletos de alquila com sódio metálico pro­
ao segundo, e em posição orto, com relação ao terceiro. Es­ duz alcanos e cloreto de sódio. Os alcanos formados são re­
creva sua fórmula estrutural. sultado da união dos radicais aos quais estão unidos os áto­

@
Solução mos de halogênio. Assim, neste exercício temos:
A vanilina é formada por: H3C
\.
• anel bemênico' 2-cloro-propano H3C - CH - CH3 radical: / CH - (A)

I H3C
C!
• grupo hidroxila: - OH
cloroetano H3C - CH2 - C! radical: H3C - CH2 - (B)
,f o
• grupo aldeído: - C \. Fazendo as combinações possíveis temos:
H
I
A + A H3C - CH - CH - CH3 2,3-dimetii-butano
• grupo metóxi: - OCH3
I
O grupo hidrmdla e aldeído estão em posição para e o CH3 CH3

�0-CH,
grupo hidroxila e metóxi em posição orto. A fórmula do com-
B + B H3C - CH2 - CH2 - CH3 butano
posto é: OH
A + B H3C - CH - CH2 - CH3 2-metil-butano
I

H
CH3
,{/ o A alternativa b é a correta.
c "
13. (UF-PA) Podemos prever que o glicerol,

I I
1 1 . (UMC-SP) Assinale a alternativa incorreta com relação CH2 - CH - CH2, deve ser um composto:
ao benzeno: I
a) a distância entre 2 carbonos vizinhos não -é constante; OH OH OH
2
b) a hibridização dos átomos de carbono é do tipo sp ; a) insolúvel em água, por apresentar pouca afinidade com
c) no benzeno, temos 3 ligações 1t e 12 ligações o; esta;
d) a ressonância das ligações 1t traz uma grande estabilidade b) de alto ponto de ebulição, devido à facilidade em formar
ao composto; pontes de hidrogênio;
e) o benzeno corresponde a um híbrido de duas estruturas c) de baixo ponto de ebulição, pelo fato de possuir baixo peso
de ressonância. molecular;
cn
o Solução d) solúvel em hexano, por apresentar grande afinidade com
.u No benzeno, os átomos de carbono apresentam hibridi­ este;
u e) de alta volatilidade, por apresentar interações intermole­
a: zação sp? Isto faz com que tanto os átomos de carbono como
w
>< os de hidrogênio se situem no mesmo plano. No entanto, culares fracas.
w
as ligações pi são formadas por duas nuvens eletrônicas si- · Solução
L 84
-
tuadas acima e abaixo do pl'ano do anel. Os elétrons pi não A molécula de glicerol é formada por três grupos hidro­
pertencem exclusivamente a dois únicos átomos de carbo- xila altamente polares. Conseqüentemente o glicerol é solú-
vel em solventes polares e possui elevado ponto de ebulição 16. (FUVEST-SP) O desinfetante fenol e o veneno de tra­
por apresentar ligações intermoleculares fones. ças para-dicloro-benzeno têm as seguintes fórmulas estru­

@-oH c1-@-c1
A alternativa b é a correta. turais:

14. (CESESP-PE) Quando o propanol-1 reage com ácido


sulfúrico concentrado a 160°C, forma-se um composto in­
saturado A e um outro produto B. O composto A reage, em a) escreva as fórmulas estruturais dos possíveis isômeros de
seguida, com HBr, fornecendo C. Qual o nome do compos­ posição de cada uma dessas substâncias;
to C? b) escreva a equação da reação que ocorre quando fenol é

h) 1,2-dibromo-propano;
a) 1 -bromo-propano; d) 1 ,3-dibromo-propano; tratado com solução de hidróxido de sódio.
e) bromo-etano. Solução
c) 2-bromo-propano; a) somente o para-dicloro-benzeno apresenta isômeros de
Solução posição. Estes são o meta-dicloro-benzeno e o ono-dicloro-
A adição de um álcool com ácido sulfúrico concentrado benzeno: Cl Cl
produz uma reação de desidratação. Esta pode ser intramo­

©c, @a
lecular originando um alceno ou intermolecular originando
um éter:

meta-dicloro-benzeno orto-dicloro-benzeno
b) a equação da reação entre fenol e solução de hidróxido

@ @
de sódio é: OH O Na

+ NaOH � + H20

17. (ACAFE-SC) Os álcoois primários, sofrendo oxidação


branda, produzem, inicialmente, aldeídos que se transfor­
mam, gradativamente, em ácidos carboxílicos. Partindo do
pentanol-1, escreva o nome oficial (IUPAC) do aldeído e do
No caso, o composto A é o propeno e o B, o éter dipropílico. ácido.
A reação de um alceno (composto A) com HBr produz Solução
um haleto de alquila.O hidrogênio do HBr é adicionado ao O pentanol-1 origina o pentanol e este o ácido pentanóico.
átomo de carbono insaturado que contém maior número de H3C - CH2 - CH2 - CH2 - CH2 - OH -+
átomos de hidrogênio a ele ligado.
® ©
0
4'
-+ H3C - CH2 - CH2 - CH2 - C -+
= CH2 + HBr -+ H3C. - CH - CH3 "
H3C - CH H
I 0
Br 4'
2-bromo-propano
-+ H3C - CH2 - CH2 - CH2 - C
"
oH
A alternativa c é a correta. 18. (OSEC-SP) Em relação aos ácidos carboxílicos, afirma­
15. (PUC-SP) 1, 8 g de um álcool, de massa molecular 90, se:
reage com sódio metálico, produzindo 448 ml de gás hidro­ I) Os ácidos orgânicos, geralmente, são ácidos fracos.
gênio, nas condições normais de pressão e temperatura. O 11) Os ácidos monocarboxílicos atacam os carbonatos, e os
número de oxidrilas (OH) existentes no álcool em questão é: fenóis, não.
a) 1; b) 2; c) 3; d) 4; e) 5. III) A substituição de átomos de hidrogênio dos ácidos or­

A reação de um álcool com sódio metálico produz gás hi­


Solução gânicos por átomos de elementos mais eletronegativos
afeta o Ka dos ácidos.
drogênio e alcoôxido de sódio. A equação genérica do pro- São corretas as afirmativas:
cesso é: a) I, 11 e III;
R - OH + Na -+ NaR + 112H2 b) I e 11;
A equação nos mostra que cada moi de grupos hidroxila c) I e III;
produz 112 moi de gás hidrogênio. Como na reação do exer· d) 11 e III;
cicio foram produzidos 448 ml de gás hidrogênio (CNTP), e) n.d.a.
ou seja, 0,02 moi, em 1,8 g de álcool (0,02 moi) estão pre· Solução
sentes 0,04 moi de grupos - OH. Fazendo a relação Os ácidos orgânicos são mais fracos do que os ácidos mi· cn
o
0,04 moi de grupos OH 0,02 moi de álcool
--
nerais mas mais fortes do que o fenol. Eles reagem com car· .u
bonatos, enquanto o fenol não o faz. A substituição de áto­ u
a:
n -- 1,0 moi de álcool w
mos de hidrogênio por átomos de elementos eletronegativos X
w
encontramos o valor 2 para n, ou seja, em cada moi de ál­ aumenta a acidez do ácido devido ao aumento de polaridade
-

185
cool existem dois mols de grupos OH. do radical carboxila.
A alternativa b é a correta. A alternariva a é a correta.
""

QUIMICA DESCRITIVA
O conhecimento das leis que regem as transformações quí­ é separado do nitrogênio graças à diferença de temperatura
micas permite prever quais reações ocorrerão em um siste­ de ebulição que esses dois elementos apresentam. As partí­
ma e ainda explicá-las e controlá-las no sentido de obter os culas sólidas em suspensão no ar atmosférico são separadas

É de fundamental importância na indústria química sa­


produtos que nos interessam. por filtração e o dióxido de carbono e vapor d'água são eli­
minados durante o processo de separação do N2 e do 02•
ber se uma reação atinge ou não o estado de equilíbrio e até
que ponto o rendimento dessa reação depende das condições Água
experimentais em que é realizada. A moderna indústria está
equipada com aparelhos de medição acoplados a mecanis­ A água é formada por moléculas contendo três átomos:
mos automáticos que acompanham e controlam a tempera­ dois de hidrogênio e um de oxigênio. Esses átomos formam
tura, a pressão, a concentração e outras variáveis das reações, um ângulo aproximado de 105°, o que, juntamente com a
de modo a mantê-las em valores adequados para a maior efi­ diferença de eletronegatividade entre os átomos de hidrogê­
ciência na fabricação de um produto. nio e oxigênio, confere às moléculas de água caráter polar.
Na fabricação de um produto, a matéria-prima utilizada A polaridade das moléculas da água é responsável pelas pro­
é de grande importância. A partir dela é escolhido o método priedades de solvente que ela apresenta.
de preparação mais adequado, tanto do ponto de vista técni­ A água é encontrac!& na natureza nos três estados fisicos:
co quanto do econômico. Algumas substâncias utilizadas co­ sólido, líquido e gasoso. Por ter a propriedade de dissolver
mo matéria-prima são obtidas da natureza por meio de pro­ muitas substâncias, qualquer amostra de água na natureza
cessos fisicos (entre eles a liquefação fracionada e a destila­ apresenta substâncias dissolvidas e em suspensão. Em vista
ção), como por exemplo, os gases oxigênio e nitrogênio. Ou­ disso, antes de ser utilizada, ela deve ser tratada. O trata­
tras substâncias, como o álcool etílico, são obtidas através mento que a água deve sofrer depende do fim a que ela se
de processos químicos. destina.
A seguir estudaremos os métodos de obtenção e as pro­ Para o consumo em residências, a água passa por uma
priedades de algumas matérias-primas e substâncias impor­ rede, nas estações de tratamento, que detém as impurezas
tantes nos dias de hoje. maiores. Depois é submetida a um processo de decantação
em tanques especiais, onde as partículas em suspensão, de
tamanho grande, são eliminadas. A seguir a água é filtrada
para eliminação das partículas 3ólidas de tamanho reduzido.
COMPOSTOS A última etapa do processo é o tratamento com cloro, para
destruir os microorganismos, e com flúor, para previnir cá­
INORGÂNICOS ries dentárias.
A água utilizada na indústria farmacêutica, I)ara a fabri­
cação de medicamentos, deve ser praticamente pura. Neste
Nitrogênio e oxigênio caso, a água é destilada a fim de se retirar as substâncias que.
O nitrogênio é um gás incolor, inodoro e insípido que, estão nela dissolvidas.
a - 195°C, se liquefaz e adquire aspecto semelhante ao da Na indústria, a água pode ser utilizada como matéria­
CJ) prima para a fabricação de gás hidrogênio (H2) e do gás
o água. É formado por moléculas diatômicas (N2) e é o prin­

sobre carvão aquecido. A equação da reação que ocorre é:


u d'água. Para isso é necessário, a 600°C, passar vapor d'água
z cipal componente do ar atmosférico (78% em volume).

que, a - 183°C, se transforma num líquido azul-claro. É,


•c(
l!)
O oxigênio também é um gás incolor, inodoro e insípido
a:
o

a maior parte dos elementos químicos, formando óxidos. É


� ao contrário do nitrogênio, muito reativo, combinando-se com H20 + C + 3 1 1,4 kcal --+ CO + H2
CJ) gás d ' água
o
1- também o responsável pelas combustões e o elemento mais
� abundante na Terra.
Tanto o nitrogênio quanto o oxigênio são obtidos por fra­
O gás d'água é utilizado como combustível e a equação que
::::!!:
o
representa a sua combustão é:
u cionamento do ar atmosférico a alta pressão. O ar é liquefei- ·

- CO + H2 + 02 --+ C02 + H20 + 125,4 kcal


to através do aumento de pressão e diminuição de tempera­
186 tura. Uma vez no estado líquido, o ar é destilado e o oxigênio A água, em grandes quantidades, é empregada como lí-
quido .refrigerante de caldeiras, como meio de separação de postos voláteis. O composto volátil formado pela reação en­
misturas (flotação) e como um dos meios mais importantes tre nitrogênio e hidrogênio é a amônia (NH3), um gás inco­
para reações químicas. lor, menos denso que o ar e que apresenta odor característi­
Uma das propriedades características da água é a redu· co. A amônia, dissolvida em água, se comporta como base
ção de volume quando passa do estado sólido para o estado de Arrhenius:
líquido (todas as substâncias aumentam de volume quando
NH3 + H20 -+ NHt + OH -
fundem). As pontes de hidrogênio existentes entre as molé·
cuias de água são responsáveis por esse seu comportamento Na natureza, a amônia é formada pela decomposição de
anômalo. No estado sólido as moléculas de água estão dis· substâncias nitrogenadas de origem animal ou vegetal. A amô­
postas de maneira a formar anéis hexagonais. nia assim formada pode se ftxar no solo ou passar para a at­
mosfera. Vale a pena lembrar que antigamente ela era obti­
da da destilação seca de resíduos animais e do lignito e da
bulha.
Atualmente, o processo de obtenção da amônia é o méto­
do de Haber-Borh, através do qual ela é sintetizada direta·
mente a partir de hidrogênio e nitrogênio.
N2 + 3Hz � 2NH3
O nitrogênio, como já vimos, é obtido do ar atmosterico,
e o hidrogênio pode ser obtido a partir de gases combustí·
veis ricos em metano. A reação que ocorre é:
CH4 + HzO -+ CO + 3H2
Quando um sólido é aquecido, o calor fornecido aumen­ Hoje em dia, são fabricadas milhões de toneladas de amô­
ta a vibração das partículas, estas se afastam e o volume au­ nia que são utilizadas como matéria-prima para a obtenção
menta. No caso da água, o aumento de temperatura, ao rom· de todos os outros compostos de nitrogênio.
per a estrutura cristalina do gelo, rompe as pontes de hidro­ A reação de síntese da amônia, exotérmica, ocorre a altas
gênio. Conseqüentemente as moléculas se aproximam umas temperaturas, em presença de um catalisador formado por
das outras e o volume diminui. ferro metálico e pequenas quantidades de Al203, K20 e
CaO. Realizar a reação de síntese a altas temperaturas faz
com que a amônia seja produzida rapidamente, mas com um
rendimento baixo (em temperaturas altas o equilíbrio se des­
loca no sentido da reação endotérmica, neste caso, dos rea­
gentes). Um maior rendimento é obtido realizando-se a rea­
ção em altas pressões (pre sões altas deslocam o equilibrio
no sentido da contração do lume, neste caso, no da forma­
ção de NH3). As condições e erimentais de produção de
amônia que favorecem um ren 'mento razoável no menor
intervalo de tempo são: pressão entre 100 e 1000 atm e tem·
Este fenômeno ocorre no intervalo de temperatura de 0° peratura entré 400°C e 600°C.
a 4°C, temperatura na qual o volume ocupado pela água é Ácido nítrico
mínimo. A partir de 4°C, o aumento de temperatura provo­
O ácido nítrico (HN03) é o ácido mais estável do nitro­
ca maior agitação molecular e o volume volta a aumentar.
gênio. Na forma pura é um líquido incolor,. muito corrosi­
volume vo, que apresenta ponto de fusão - 41,3°C, e ferve a 86 °C
sofrendo decomposição e originando água, oxigênio e óxi­
dos do nitrogênio.
agua sólida O ácido nítrico pode ser obtido pela oxidação da amônia
(gelo) -<i9ua (método de Ostwald). Inicialmente, a amônia é misturada com
l íquida ar filtrado na proporção 1:1 O. A mistura passa, dentro de
um fomo a 800°C, através de uma malha fina de platina.
O oxigênio do ar oxida a amônia a NO. O NO é oxidado
-2 -1 o 2 3 4 5 temperatura
a NOz pelo excesso de ar e o N02, à temperatura ambien­
( oC)
te, dimeriza formando o Nz04. O Nz04, em contato com
Uma das conseqüências do fato do volume do gelo ser a água, forma HN03 e HN02• O HN02 é instável e se de­
maior do que uma amostra de mesma massa de água líquida compõe formando mais HN03• As equações das reações que
é que a densidade do gelo se torna menor do que a da água ocorrem no processo são:
líquida. Em vista disso o �lo flutua sobre a água; e nas re­
giões onde os invernos são rigorosos ele atua como isolante 4 NH3 + 5 02 -+ 4 NO + 6 H20
térmico, impedindo o congelamento total das águas dos la­ 2 NO + 02 -+ 2 N02
gos e rios e a conseqüente morte dos animais que aí vivem. 2 N02 -+ N204
Amônia N204 + H20 -+ HN03 + HN02
O nitrogênio, ao reagir com os não-metais, forma com- 3 HN02 -+ HN03 + 2 NO + H20
O NO liberado na última reação é reciclado para obten­ dos cuidados, o H3P04 sólido absorve umidade do ar e se
ção de mais N02 e conseqüentemente maior produção de dissolve, formando uma solução.
HN03• Um dos métodos de preparação do H3P04 é o tratamen­
O ácido nítrico é um dos produtos mais importantes na to da rocha fosfática (rica em Ca3(P04h) com ácido sul­
indústria química. É utilizado na fabricação de fertilizantes fúrico:
e explosivos, na decapagem de metais (remoção de crostas
Ca3(P04h + 3 H2S04 � 3 CaS04 + 2 H3P04
formadas por óxidos metálicos) etc.
O ácido fosfórico obtido está em solução de concentra­
Nitrato de amônio ção ao redor de 40% em massa. Para concentrá-la é necessá­
rio evaporar a água.
O nitrato de amônio (NH4N03) é um sal muito utiliza­ O adubo chamado superfosfato simples é obtido de uma
do na fabricação de adubos nitrogenados. Ele é formado na reação semelhante à anterior:
reação de neutralização entre amônia e ácido nítrico. Essa
Ca3(P04h + 2 H2S04 � Ca(H2P04)2 + 2 CaS04
reação é exotérmica e apresenta rendimento lOOo/o; sua equa­
ção é: O ácido fosfórico também é utilizado na obtenção do su­
NH3 + HN03 � NH40H perfosfato duplo:
Ca3(P04h + 4 H3P04 � 3 Ca(H2P04)2
O reator onde a reação ocorre é continuamente alimenta­
do com ácido nítrico diluído e amônia gasosa. O calor libe­ Tanto na obtenção do superfosfato simples como do su­
rado na reação faz a água evaporar, aumentando, desta for­ perfosfato duplo, a rocha fosfática é triturada e misturada
ma, a concentração da solução; se fornecermos mais calor com ácidos sulfúrico ou fosfórico.
à solução, a concentração se intensifica, o que causa a crista­ A vantagem dos fertilizantes fosfatados está na solubili­
lização do sal nitrato de amônio. O sal obtido é moído no dade. O fertilizante, sendo mais solúvel que o fosfato natu­
cimo de uma torre e os grãos são lançados contra uma cor­ ral, tem sua absorção pela planta facilitada.
rente de ar que acaba de solidificá-los com um diâmetro apro­
ximado de 2 mm. Cloro, hidróxido de sódio e sódio
Ácido sulfúrico O cloro é um gás amarelo esverdeado, com cheiro irri­
tante, grande poder oxidante e densidade, aproximadamen­
O ácido sulfúrico é um líquido incolor, denso e viscoso te, 2,5 vezes maior do que a do ar. Diss9lve-se bem em água

dústria e por isso sua produção cresce constantemente. É uti·


como o óleo vegetal. Tem importância fundamental na in­ reagindo conforme as equações:
Cl2 + H20 ---. HCl + HCIO
lizado na produção de adubos, na purificação de derivados
de petróleo, na obtenção de sais e de outros ácidos, na meta· HClO -+ HCl + 1/2 02
!urgia etc. A grande parte dos compostos coloridos reage com o clo­
O método de fabricação mais importante do ácido sulfú­ ro, formando compostos incolores. Em presença de água ou
rico é o método de contato através da oxidação do so2 a vapor d'água ele atua como alvejante, sendo utilizado. no bran­
so3. o so2 é obtido a partir da queima de enxofre ou de queamento de tecidos e papéis. É conhecida ainda sua ação
minérios sulfurados como a pirita (FeS2): bactericida no tratamento da água.
s + o2 ---. so2 O cloro não existe livre na natureza, pois é muito reati­
vo. O seu composto mais comum é o cloreto de sódio que
4 FeS2 + 1 1 02 � 2 Fe203 + 8 S02 pode ser extraído do mar ou de minas de sal-gema, forma­
o so2 produzido é oxidado pelo oxigênio atmosférico, das em tempos remotos por lagos que secaram.
em presença de um catalisador formado por vanaqato de po­ O cloreto de sódio (NaCl) é matéria-prima para muitos
tássio e dióxido de silício, dando origem ao trióxido de produtos como o cloro, o sódio e o hidróxido de sódio (soda
enxofre: cáustica).
S02 + 1/2 02 <=± S03 + 27,6 kcal A eletrólise ígnea do NaCl produz sódio e gás cloro:
fusão
A reação é realizada em temperaturas entre 400°C e 550°C, NaCL\S) + + el-
N�f) (f)
pois acima de 600°C o so3 se decompõe. Na + + l e - � Na0
o so3 é pouco solúvel em água e por isso deve ser mis­ 2 C! - � Cl2 + 2e -
U)
o turado ao ácido sulfúrico concentrado onde se dissolve mui­
u eletrólise
:z to bem, formando o "óleo". Para se preparar soluções mais reação global: 2 NaCl 2 Na + Cl2
•<(
(.!:)
diluídas, o "óleo" deve ser misturado com H2S04 80-90%
a: em massa, até chegar ao ácido sulfúrico isento de S03. Este O sódio é um metal extremamente reativo, com pF

róxido de sódio e de cianeto de sódio. É também utilizado


o
z ácido pode então ser misturado com água até que se obte· 97,8°C e densidade 0,97 g/mi. É usado na obtenção de pe­
U)
o
nha a solução com a concentração desejada.
l­ em algumas reduções orgânicas, na produção de algumas li­
U)
o Ácido fosfórico e adubos fosfatados ga&, na fabricação de lâmpadas de vapor de sódio e, atual­
a..
::::?! mente, como transportador de calor nos reatores nucleares.
o Na eletrólise de solução aquosa concentrada de NaCl ob­
u O ácido fosfórico puro é um sólido à temperatura am­
temos o gás cloro, o hidróxido de sódio e o gás hidrogênio.
2 NaOH + Cl2 + H2
-

188
biente. No entanto, ele é muito higroscópico (propriedade
eletrólise
de absorver umidade do ar) e solúvel e, se não forem toma- 2 NaCl + 2 H20 •
O hidróxido de sódio é utilizado na fabricação de sabão O petróleo cru passa por um forno aquecido a tempera­
e agentes de limpeza; nas indUstrial! de algodão; de. seda ar­ turas que variam de 350°C a 400°C. A seguir é enviado pa­
tificial; de plásticos e na fabricação de outros produtos quí­ ra a torre de fracionamento que é formada por pratos dis­
micos. postos uns sobre os outros e que estão a temperatura s dife­
rentes.
O petróleo aquecido entra na torre em um ponto situado
pouco acima de sua base. Os componentes que apresentam
menores pontos de ebulição ascendem pela torre e os menos
voláteis descem pela mesma. Os vapores que ascendem pela
coluna encontram na base da torre os pratos com as maiores
PETRÓLEO temperaturas e no alto os que possuem as temperaturas mais
baixas. Os componentes mais voláteis são condensados na
parte superior da torre de fracionamento e retirados; os me­
nos voláteis são retirados na parte inferior da torre e transfe­
ridos para outras torres de fracionamento, onde são separa­
Supõe-se que o petróleo existe na natureza há 50 milhões
dos em misturas mais simples.
de anos. Ele começou a ser formado quando restos de ani­
A primeira torre de fracionamento (destilação primária)
mais e vegetais, juntamente com lama e pedaços de rochas
apresenta na sua base temperatura de aproximadamente
trazidos pelos rios, se depositaram no fundo dos oceanos for­
300°C, enquanto na parte superior a temperatura está em
torno de 30°C. É ela quem faz a primeira separação entre
mando grandes camadas de lodo. Com o passar do tempo
outros tipos de sedimentos se acumularam no fundo dos ocea­
nos, recobrindo o antigo lodo e comprimindo-o com seu pe­ gás, gasolina, óleo diesel e a parte menos volátil do petróleo.
so. Os restos de animais e vegetais ficaram, então, submeti­ Esta última vai para a base da torre pois necessita de tempe­
ratura superior a 300°C para vaporizar.
dos a grande pressão. Este fato, aliado à alta temperatura lo­
cal e à ausência de oxigênio, permitiu que bactérias, lenta­ O quadro seguinte mostra as principais frações obtidas
mente, transformassem os restos desses organismos em pe­ na destilação do petróleo e sua utilização.
tróleo.
O petróleo é encontrado tanto na forma líquida quanto
como consistência semelhante a graxas. O petróleo é uma Peb átomos de carbono

mistura de hidrocarbonetos que apresentam propriedades fi­


fração utilização
(OC) por molécula

sicas e químicas semelhantes. Devido à grande quantidade gás < 20 I a4 gás de aquecimento
de substâncias presentes no petróleo é dificil, tecnicamente, éter de petróleo 20.60 5·6 solvente industrial
isolar todos seus constituintes. Na prática esta separação é nafta leve 60-100 6·7 solvente industrial
. feita através da destilação fracionada, processo através do qual gasolina 40-200 5 a 10 combustível
misturas mais simples, isto é, contendo substâncias com pon­ querosene 175-325 4 a 18 combustível de jato

tos de ebulição próximos, são obtidas. A figura a seguir mostra gasól� 275·500 15 a 40 combustível diesel
o esquema de um destilador de petróleo. óleo lubrificante > 400 15 a 40 lubrificante

asfalti> não 15 a 40 isolamento de lajes


condensador volátil e construção de estradas
gases

coletor de
'-----,--..../ condensados

Gasolina

A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos contendo


5 a 10 átomos de carbono por molécula. A qualidade da ga­
solina é dada por sua resistência à compressão nos motores
dos veículos automotivos. Quanto mais resistente à com­
pressão for a gasolina, de melhor qualidade ela será.
Para se medir a resistência da gasolina à compressão,
criou-se uma medida chamada octanagem ou índice de oc­
tana. Atribui-se o valor:
• zero para um hidrocarboneto pouco resistente à compres­
são: o n-heptano (composto de cadeia normal contendo 7 áto­
mos de carbono por molécula);
• cem para um hidrocarboneto muito resistente à compres­
são: o 2,2,4-trimetil pentano. o
w
-I
Assim, uma gasolina, formada por panes iguais de n­ -o
a:
heptano e 2,2,4-trimetil pentano, apresentará octanagem 50; 1-
w
.._ _,,�--l�r\---- OLEO PESADO uma gasolina que apresenta octanagem 70 se comporta co­
a..
_____

-
+-+-------- PETRÓLEO CRU mo se fosse constituída por 70 partes de 2,2,4-trimetil pen­
18�
....-----------''-
.
recuperador de calor tano e 30 partes de n-heptano.
+
3 Fe203 + CO -+ 2 Fe304 + C02 + calor
Fe304 CO -+ 3Fe0 + C02 + calor
FeO + CO -+ Fe + C02 + calor

Na verdade o óxido de ferro 1II pode ser reduzido pelo


METAIS coque, mas como a superficie de contato deste último é pe­
quena, o processo torna-se dificil. Utiliza-se então como re­
dutor o monóxido de carbono, que é obtido através da com­
bustão do coque no alto-forno.
A obtenção do ferro em alto-fomo é equematizada a seguir.
O setor da indústria que trata da obtenção de metais é
dividido em dois grandes campos: a siderurgia, que traba­
lha com o ferro e sua ligas; e a metalurgia, que atua com
os metais não-ferrosos. Os metais não-ferrosos são divididos
em grupos:
• metais leves: titânio, manganês, aluminio, metais alcalinos
e metais alcalinos terrosos;
• metais pesados: cobre, zinco, chumbo e estanho;
• metais preciosos: ouro, prata e platina.
Atualmente são produzidos cerca de 75 metais e milha­
res de ligas utilizando diferentes métodos experimentais. A
seguir discutiremos alguns desses métodos.
� ar quente

Alumínio
A obtenção do alumínio é feita através do método eletro­
litico. Por este método, o alunúnio é formado a partir do óxido
de alumfnio (Al203), cuja matéria-prima principal é o mi­
nério bauxita.
Como o lon alunúnio não sofre eletrólise em solução aquo­
sa, pois o íon H + apresenta maior capacidade de ganhar elé­ O minério de ferro é misturado com o coque e o calcâreo
3
trons do que o Al +, toma-se necessãrio fundir o óxido de e a mistura é colocada no alto-fomo. Este recebe um jato con­
3
alumínio para que a reação de redução do Al + ocorra. Co­ tinuo de metano que ao queimar produz âgua e dióxido de
mo o ponto de fusão do A1203 é elevado (2050°C), é feita carbono, que reage com o coque produzindo uma quantida­
uma mistura dessa substância com criolita (Na3AlF6), pois de extra de monóxido de carbono.

CH4 + 02 -+ C02 + H20


assim o ponto de fusão da mistura cai para 950°C. Devido
à alta temperatura do processo são utilizados eletrodos de c + co2 .... 2 co
grafite.
H20 + C -+ H2 + CO
Durante a eletrólise o alumínio liquido é formado no
catodo: A função do calcâreo, cujo principal componente é o car­
3 bonato de câlcio (CaC03) é retirar o conjunto das impure­
Al + + 3 e - -+ AI
zas do minério de ferro: a ganga, constituída principalmen­
enquanto no anodo de carbono formam-se óxidos de carbo­ te por dióxido de silício, Si02. A ganga é retirada na escó­
no (CO e C02). Estas reações desgastam o eletrodo que, de ria, sob a forma de silicato de câlcio.
tempos em tempos, deve ser trocado.
!::.. l'
O alumínio é utilizado na redução de óxidos metâlicos. CaC03--+ CaO + C02
Esse processo é chamado aluminotermia e libera grande CaO + Si02 -+ CaSi03
quantidade de calor, podendo ser utilizado, por exemplo, na
O ferro resultante desse processo é o chamado (erro-gusa,
obtenção de crômio:

+ 2 Al -+ 2 Cr +
que contém 4% de carbono e é quebradiço, não resistindo
Cr203 Al203 a altas temperaturas.
O ferro-gusa pode ser transformado em aço através da eli­
Ferro minação do carbono e outras impurezas como Mn, S, P e
Na produção de ferro e de muitos metais não-ferrosos, Si. Esta eliminação é feita através da oxidação desses elemen­
como o zinco, chumbo, cobre etc., trata-se o minério do me­ tos com o oxigênio, em altas temperaturas.
tal com carvão e monóxido de carbono. O aço comum contém, em média, 0,5% a 1,5% de carbo­

do de ferro III (principal componente da hematita) a óxido


A primeira·etapa na obtenção do ferro é a redução do óxi­ no e pode ser convertido em aços especiais como o aço ino­

misto de ferro 11 e ferro III. A seguir esses óxidos são trans­


xidâvel que contém metais como crômio e níquel.

formados em óxido de ferro 11 e, finalmente, em ferro: Galvanoplastia


SQ

w
Fe203 Fe304 FeO Fe
Os metais estão submetidos à ação de agentes químicos
e fisicos que, atuando sobre eles, originam a deterioração dos
:::E
O principal redutor dessa seqüência de transformações · mesmos. Esta deterioração, chamada corrosão, é responsâ­
-

190
é o monóxido de carbono. As equações das reações que ocor­ vel pela perda anual de milhões de toneladas de materiais
rem são: metâlicos.
O processo de corrosão envolve reações de oxi-redução, mínio com cobre, manganês e magnésio resultam no dura·
que são lentas, porém continuas; e o metal ê o agente redu· lumínio que apresenta grande dureza. O mesmo acontece
tor do processo. como o ouro que é muito mole, deformando-se com faci
Existem várias maneiras de proteger um metal contra a lidade. Em joalheria são utilizadas ligas de ouro e cobre
corrosão; o uso de graxas anti-corrosivas e a pintura das su· para aumentar a dureza do material.
perficies metálicas são algumas delas. Uni método impor· A maleabilidade e a dureza das ligas metálicas estão rela­
tante de proteção consiste em depositar eletroliticamente so· cionadas com o tamanho dos átomos dos componentes da
bre a superficie do metal a ser protegido um outro metal me· mesma. Quanto maior for a diferença entre o tamanho dos
nos reativo. O ferro, por exemplo, pode ser recoberto por átomos formadores da liga, maior a dureza e menor a plasti·
crômio, estanho, cobre, níquel, zinco, cãdmio e chumbo. Este cidade da mesma.
método de proteção de metais ê chamado galvanoplastia. A seguir estão relacionadas algumas ligas metálicas, sua
Na galvanoplastia sã;> utilizados banhos eletroliticos, nos composição e utilização.
quais o Il),etal a ser recoberto ê ligado ao catodo e o metal
protetor ao anodo. A corrente aplicada durante o processo Liga Principal
é importante na formação da película metálica protetora; se componente . Compoaiçlo ('KI) ApHcaç6ea

a corrente ê muito intensa a película fica porosa, o que pre· 94,6 AI; 4 Cu;
0,8 Mg; 0,6 Mn
duralumlnio alumlnio aeronavês e foguetes
judica a proteção contra a corrosão.
estrutura de
Muitas vezes a película protetora não adere bem ao me· aço ferro 99,9 Fe; 0,1 C construções,
tal, como por exemplo na aplicação do crômio sobre o ferro. ferr$mentas.
Nestes casos utiliza-se uma camada intermediária que adere 92 Fe; 3,3 C;
blocos c freios de
ferro-gusa ferro 2,2 Si; 0,8 Mn;
muito bem aos dois metais. 0,3 Cr; O,7 Ni
automóveis

O níquel e o crômio são os metais mais utilizados na gal·


aço inoxid!vel ferro 70 Fe; 19 Cr;
vanoplastia. Isto porque, além de possuirem alta capacidade ferramentas,
9 Ni; I Cu; I Mo;
de proteção, conferem aparência bonita à peça recoberta. O 0,2 C
talheres

zinco e o cádmio, embora não conferindo aparência bonita bronze cobre 90 Cu; 10 Sn armas
à peça, também são muito utilizados: têm boa capacidade
latão cobre 67 Cu; 33 Zn inst�entos
de proteção e são mais baratos.
musicais,
ornamentos
ouro 75 Au; 12,5 Ag;
ouro joalheria
Ligas metálicas 18 quilates 12,5 Cu
As ligas metálicas, devido às propriedades que apresen·
tam, são mais utilizadas que os metais puros. Por exemplo, . As ligas metálicas são fabricadas por simples fusão de se11s
o aluminio é um metal de baixa densidade, mas que não apre· componentes ou submetendo-se os metais à alta pressão, se·
senta grande dureza e resistência. No entanto, ligas de alu· guida de aquecimento da· mistura.

bebidas alcoólicas (cerveja, uísque, aguardente), além do ál­


cool etilico.
OUTROS COMPOSTOS Em muitos países o álcool etílico ê obtido do etileno.
IMPORTANTES Borbulhando-se etileno em âcido sulfúrico concentrado
obtêm-se sulfato de etila, segundo a equação:
CH2 = CH2 + H2S04 -+ CH3 - CH2 - O - S03H
O sulfato de etila (êster etílico do ácido sulfilrico) ê mis­
Álcool etílico (etanol) turado com âgua e aquecido atê a ebulição, destilando, as·
A fermentação do açücar por leveduras, formando o ál· sim, o ãlcool etílico formado:
cool etilico, ê conhecida desde a Antiguidade. Este proces· CH3 - CH2 - O - S03H + H20 -+
so, no entanto, era utilizado somente na preparação de bebi· -+ CH3 - CH2 - OH + H2S04
das alcoólicas, pois não era conhecida a técnica de separar
álcool de água. O álcool etilico só foi obtido quando o ho­ O álcool obtido ê redestilado e o ãcido sulfúrico é purifi·
cado e desidratado, voltando ao ciclo de fabricação. Este mê·


mem desenvolveu a técnica de destilação fracionada.
A fermentação do açúcar é causa,da por um fermento, se· todo é rentável quando a indústria dispõe de grande quanti·
gundo a equação: dade de etileno a bom preço.
O álcool etílico também pode ser obtido pela redução do :E
C6H l206 -+ 2 H3C - CH2 - OH + 2 C02 o
acetaldeído com hidrogênio: u
O álcool etilico pode ser obtido ainda pela fermentação �
f=
�o
do amido, que tambêm é um hidrato de carbono como o açú·
-+

5
CH3 - C '\ + H2 CH3 - CH2. - OH
car, só que formado por macromoléculas. Neste caso, é ne·
cessário que o amido seja primeiro transformado em açúcar
H
-

191
através de um fermento existente nos cereais em germina­ A mistura reativa é aquecida a 180°C e catalisada por ní·
ção, a diastase. O açúcar obtido é então usado para fabricar quel à pressão normal.
Benzeno CaO + 3 C --+ CaC2 + CO
O benzeno, C6H6> é um líquido incolor de ponto de ebu·
lição 80°C e densidade 0,87 g/ml a 20°C. Misturado à ga·
cal viva coque carbeto de cálcio
(carbureto)
solina é usado como combus�ível; na indústria é usado co­
CaC2 + 2 H2 0 --+ Ca(OHh + C2H2
mo solvente e também como matéria-prima na fabrição de
medicamentos, explosivos e corantes. acetileno
A maior parte do benzeno é obtida do gás dos fomos de
Etileno
coque e do alcatrão da hulha.
Atualmente, os hidrocarbonetos que apresentam uma du­
O benzeno é utilizado:
pla ligação têm grande importância comercial; são utiliza­
• para fabricar anilina (produto básico da indústria de co­
dos como matéria-prima para obtenção de polímeros como

@NO,
rantes sintéticos):
plásticos e borrachas. O etileno que possui fórmula molecu­
lar C2H4 e estrutural

@ H�SO�
HN03
I

H
/
K,
/H
'
C = C
H

@NO,
benzeno

redução
@NH,
n itrobenzeno pode ser produzido pela hidrogenação seletiva do acetileno.
Esse método consiste em injetar num forno acetileno e hi­
drogênio em excesso. A reação ocorre na presença de um ca­
talisador seletivo que contém níquel. Este catalisador pro­
move a hidrogenação do acetileno a etileno impedindo, no
anilina entanto, a transformação do etileno em etano (C2H6), ape­
sar do hidrogênio em excesso:
• para fabricar o BHC, poderoso inseticida: Ni
C2H2 + H2 ---+ C2H4
C6H6 + 3 Cl2 --+ C6H6C16 Neste processo todo acetileno é praticamente convertido
hexaclorobenzeno
em etileno, que é matéria-prima na fabricação do plástico
polietlleno. A polimerização do etileno pode ser explicada
admitindo a quebra de uma ligação da dupla ligação de sua
Acetileno molécula. Esta quebra permite que diversas moléculas se
O acetileno era utilizado antigamente apenas como gás unam para formar as macromoléculas do plástico polietileno.

H, /H H, /H H, /H
1'
de iluminação. Mais tarde passou a ser utilizado em soldas,

' + /C
pois sua chama alcança altas temperaturas. A partir de 19 1 7
C = C = C + C = C +
H H H H H H
/ / '
o acetileno passa a ser utilizado como matéria-prima n a ob­ +
tenção de ácido acético e acetaldeído.

H, /H H, /H H, /H
O método utilizado na obtenção de acetileno é o carbeto­

-/ C -/ C - -/ C
' ' '
carbotérmico. Em um forno de aço revestido de material re­
- C - +
t1
C - + - C -
H H
+
H H H H
fratário coloca-se cal viva. Ao redor da cal é colocada grande
quantidade de coque. Na parte inferior do forno o ar enri­

H H H H H H
quecido com oxigênio é injetado por tubos. O coque quei­

I I I I I I
ma na presença do ar, alcançando temperaturas superiores

a 2000°C. Essa temperatura possibilita a reação entre o co­


- C - C - C - C - C - C -

1 I I I I I
que e a cal, formando carbeto de cálcio. O carbeto de cálcio

H H H H H H
formado reage com água, formando acetileno. As equações
destas reações são:

cn
o


I-

CL.
::::ãi!
o
(.)
cn


o

:::1
o
-

1 92
r:fJ CURSOS PRÁTICOS
� NOVA CULTUML I VESTIBULAR I

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