Você está na página 1de 10

Os Modelos Antecessores

O Marco Regulatório de Energia até a Década de 1990

1
• O Novo Modelo do Setor Elétrico é melhor compreendido sob a
seguinte perspectiva:

1. O domínio estatal do setor elétrico no período 1930 – 1990;


2. Abertura do setor elétrico a iniciativa privada, frente a crise
financeira setorial e o contexto político-econômico mundial;
3. Necessidade de reforma do setor, com a transição entre o
modelo estatal e as ocorrências dos anos 1990;
4. Deficiências da reforma dos anos 1990, resultando na crise de
abastecimento do ano 2001.
2
Modelo Estatal

• Do início do séc. XX até 1940 a indústria elétrica brasileira


era dominada por empresas estrangeiras, destaque para a
Light (canadense) e Amforp (norte-americana).

• Os primeiros anos não tiveram uma legislação específica.

• Até 1934 a regulação era feita por contratos entre municípios


e empreendedores.
3
• Contratos restritos ao uso e ocupação de bens públicos, por
vezes o potencial hidráulico.

• A participação político-institucional da União era


basicamente, outorga de potenciais hidráulicos de rios
federais.

• Após o Código das Águas e CF 1934, a União passa a


centralizar a outorga de todas as fases: geração, transmissão
e distribuição.

4
• Atos normativos garantiram o “domínio regulatório” da
União.

• Então o Estado (União, Estados Membros e Municípios),


passaram a regular e também empreender.

• O pensamento da época garantiu a criação de Cias como


Chesf (1945), numa nova ordem de geração e distribuição.

• A União assumiu a construção de grandes usinas e o sistema


de transmissão.

5
• Os Estados, com algumas exceções ficaram responsáveis pela
distribuição.

• Em alguns casos o Estado garantiu as grandes usinas: Cemig, Cesp,


Copel, CEE, entre outras.

• Em 1952, foi fundado o BNDES, posteriormente administrando o


Fundo Federal de Eletrificação (FFE) e o Imposto Único de Energia
Elétrica (IUEE) – Lei 2.308/54.

• Medidas que constituem o marco histórico do setor energético,


fundamentais para o financiamento e expansão da oferta na
década de 1950.
6
• A criação da Eletrobras (1950) e o empréstimo compulsório
(1964) consolidou o domínio do Estado na expansão do setor
elétrico.

• Eletrobras centralizou o planejamento, financiamento e


expansão da oferta.

• Modelo bem sucedido, aumentando a oferta de energia


elétrica a taxas de 9% ao ano (1955-1960) e acima de 8% ao
ano entre 1960-1965.

7
• Pela política tarifária, no início da década de 1970, foi
garantida uma remuneração de 10 a 12%.

• Institui-se uma equalização tarifária para concessionárias,


garantindo um reajuste, por meio da transferência de
recursos excedentes de empresas superavitárias para
deficitárias.

• No modelo estatal recursos como Imposto Único e


empréstimo compulsório constituíram uma receita garantida
para o financiamento da expansão do setor elétrico.

8
• Modelo funcionou bem até o fim da década de 1970,
quando a União passou a usar as tarifas do setor elétrico
como instrumento de política monetária – conter inflação.

• Em 1980 eclodiu a grande crise do setor elétrico, com a


extinção do Imposto Único e o uso das tarifas como política
monetária para controlar a inflação.

• O Estado em função da crise econômica fiscal tornou-se


incapaz de financiar a expansão do sistema.

9
• Na mesma época diversos países fizeram uma revisão do
papel do Estado.

• A nova concepção prega o Estado enquanto agente


regulador, incentivando o setor privado a assumir a atividade
empresarial do setor energético.

• No Brasil a partir da crise da década de 1980, teve início uma


ampla reforma do setor elétrico.

10

Você também pode gostar