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American Fork, Utah
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Covenant Communications, Inc. ou de qualquer outra entidade.

Tradução de Paulo R. Toffanelli


Revisão de Marcelo Leite Silveira
2524 2322 2120 19 10 987654 32 1

ISBN: 978-1-52440-931-9
A não muito tempo atrás, produzi um CD intitulado
“Como Tirar mais Proveito da nossa Adoração no Templo”. Nele sugeri
maneiras de nos prepararmos melhor para frequentar o templo,
explicando como aprender mais enquanto estamos lá, e referindo-me ao
simbolismo que encontramos no próprio templo.
Fiquei tão intrigada com o que aprendi sobre o templo que continuei a
estudar sobre isso e fiquei fascinada com o simbolismo da vestimenta do
templo. Quando fui ao templo pela primeira vez, nunca tinha visto nada
parecido com a roupa do templo e achei que parecia bem incomum. Eu
não tinha ideia de sua origem, porque a estava usando, ou o que
significava.
O que aprendi recentemente é algo que gostaria de ter conhecido antes
de ir ao templo pela primeira vez, porque realmente foi revelador e
esclarecedor para mim. Isso me deu um novo apreço pelas próprias
roupas - pela maneira como elas nos colocam em comunhão com Jesus
Cristo e pela experiência do templo como um todo.
Gostaria de compartilhar um pouco do que aprendi sobre as roupas do
templo, na esperança de que isso os ajude a encontrar mais significado na
sua adoração no templo, assim como eu encontrei.
Antes, porém, quero falar sobre por que o Senhor usa símbolos. Por
que Ele simplesmente não diz o que as coisas significam? Símbolos
podem ser muito frustrantes se não soubermos o seu significado, mas
podem ser algo que transforma nossa vida quando os entendemos.
Gostaria de examinar brevemente três razões pelas quais o Senhor usa
símbolos.
Primeiro, os princípios do evangelho podem ser entendidos em níveis
diferentes. Quando o Senhor usa símbolos, Ele pode nos ensinar
individualmente, em nosso nível atual de espiritualidade.
Então, se estamos apenas começando nosso estudo do evangelho,
entendemos o simbolismo em um nível básico. Mas à medida em que
amadurecemos e temos diferentes experiências de vida, somos capazes de
compreender o evangelho num nível cada vez mais profundo. O mesmo
símbolo pode ter diferentes significados para nós em diferentes momentos
de nossa vida, de acordo com nosso crescimento espiritual e maturidade.
Por exemplo, considere o símbolo do batismo. Para um menino
qualquer de oito anos, significa ter seus pecados lavados e se tornar um
membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Mas à medida que essa criança amadurece, começa a entender esse
símbolo em níveis mais profundos. Por exemplo, ser submerso na água e
depois ser levantado novamente simboliza ser sepultado e então
ressuscitado com Cristo. Ou estar totalmente imerso simboliza estar
totalmente comprometido com o evangelho. São conceitos que se
expandem com o tempo, à medida que amadurecemos espiritualmente.
Por essa razão, um símbolo raramente tem apenas uma interpretação;
portanto, quando chegamos a entender um significado de um símbolo em
particular, não devemos dizer: “Ok, agora eu já entendo isso”, e então parar
de pensar sobre o assunto.
Continuamos a ponderar e estudar porque vamos encontrar outros
significados, à medida que as situações em nossa vida mudam. É por isso
que podemos aprender algo novo toda vez que frequentamos o templo;
Deus pode nos revelar um novo significado ou novas perspectivas de um
símbolo, de acordo com as nossas necessidades.
Segundo, o Senhor quer que saibamos o que os símbolos representam.
Ele quer que estudemos, ponderemos e oremos sobre o seu significado.
Quer que pesquisemos e procuremos,
porque quando estamos buscando, usamos de maneira apropriada nossa
mente para que Ele nos ensine. Quando estamos curiosos e ansiosos,
estamos prontos para que Deus revele uma compreensão mais profunda
desses conceitos, e os apreciaremos ainda mais.
Terceiro, os símbolos podem ser usados para ensinar qualquer indivíduo
- pessoas de qualquer idade, origem e cultura. Os símbolos não são
limitados por costumes ou idiomas. Os símbolos são ilimitados em suas
aplicações e profundidade. Por meio de símbolos, todos podem visualizar
um significado pessoal e específico de características físicas ou de
ordenanças.
O Élder David B. Haight disse: “Permiti que o Espírito vos ensine pela
revelação o que os símbolos podem significar para vós e as realidades
eternas que eles representam” (“Vinde à Casa do Senhor”, A Liahona,
julho de 1992, p.17). Amo essa citação porque ela me diz que um símbolo
pode significar para mim algo que não significa para mais ninguém;
símbolos geralmente têm significados pessoais únicos.
Por favor, lembrem-se, porém, que aprender o significado dos símbolos
não é o principal objetivo ou propósito de frequentar o templo. Enquanto
eles, com certeza, acrescentam riqueza e profundidade à nossa experiência,
nosso principal objetivo é fazer convênios sagrados com nosso Pai
Celestial e –aprender como retornar à Sua presença. Além disso, podemos
disponibilizar essas bênçãos para aqueles que já morreram. Símbolos são
secundários a esses propósitos.
Vamos resumir o que falamos até agora:
1) O Senhor usa símbolos para nos ensinar individualmente em
nosso nível atual de espiritualidade.
2) Ele nos adverte a estudar e ponderar seus significados para que
possamos ser ensinados.
3) Todos, independentemente da idade e da experiência, podem ser
ensinados através de símbolos.
4) Os símbolos têm um significado infinitamente profundo, e é por
isso que podemos aprender algo novo no templo a cada vez que o
frequentamos.
Agora vamos discutir o simbolismo da nossa roupa do templo,
começando com uma visão geral das roupas e seguindo para o significado
mais específico de cada item.
No site ChurchofJesusChrist.org, lemos que pessoas de todas as
religiões têm peças de seu vestuário que consideram sagradas e que os
ajudam a se relacionar melhor com Deus. Essas peças de vestuário os
motivam a fazer o bem e a ser mais semelhantes a Cristo, assim como a
nossa roupa do templo o faz.
Todos nós já sentimos o efeito transformador de uma roupa,
especialmente quando usamos vestimentas bonitas. Elas tendem a melhorar
o modo como nos comportamos, a maneira como nos sentimos em relação
a nós mesmos e a maneira como agimos.
Isto é especialmente verdade no que se refere às belas roupas que
usamos no templo sagrado. Elas não só mudam a maneira como nos
sentimos sobre nós mesmos, mas cada peça também nos ensina algo sobre
nosso relacionamento com Deus.
As escrituras nos ensinam que todas as coisas testificam de Cristo ou O
representam. Todas as ordenanças e todos os convênios, centralizam-se em
Jesus Cristo, e devemos estar constantemente mantendo essa conexão
enquanto servimos no templo - incluindo nossa vestimenta do templo.
Cada item centraliza-se em Jesus Cristo e de certa forma nos relaciona a
Ele.
Nós não usamos nossas roupas templárias para ir à igreja ou a qualquer
outro lugar, a não ser para ir ao templo e quando somos sepultados. Não há
nada secreto sobre as roupas do templo e qualquer um que comparecer ao
funeral de um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias poderá vê-la. Na verdade, elas são muito simples em seu estilo.
Algumas de nossas roupas do templo podem parecer incomuns porque
não representam a moda de hoje. Seu estilo e função são baseados nas
roupas que os antigos sacerdotes usavam no tabernáculo e no templo em
Jerusalém. Isso explica por que, pelo menos para mim, as roupas do templo
têm uma aparência muito antiga, relembrando o Oriente Médio.
Recentemente, tive uma experiência que me trouxe uma coisa à mente.
Sou professora do Seminário, o que aprecio muito. Certo dia, estávamos
falando sobre como o Livro de Mórmon pode resolver os problemas que
temos na vida e o manual sugeria que eu poderia trazer alguns itens que
resolvem os problemas do dia-a-dia. E eu o fiz.
Mostrei aos alunos um tubo de pasta de dente e discutimos os problemas
que a pasta de dente resolve. Então mostrei-lhes um sabonete ainda
embalado em sua caixinha antiga. Eu segurei a caixa e houve um silêncio
completo. Finalmente, um dos alunos disse: “O que é isso?” “É um
sabonete Gessy”, disse eu.
Eles continuaram me olhando fixamente.
Então, eu perguntei: “Algum de vocês usa esse sabonete?” Todos
balançaram a cabeça negativamente.
E finalmente, uma moça disse: “Só na casa da minha avó!”
Desse modo, não só fui incluída na categoria “velha”, mas também
percebi que, para eles, a caixa do sabonete era desatualizada e
desconhecida. E, por causa disso, não tinham muito apreço pela
embalagem ou pelo poder do que estava dentro dela.
Isso pode ser semelhante às nossas roupas do templo. Elas têm um estilo
e propósito antigos, por isso são desconhecidos para nós e portanto, é
difícil apreciarmos completamente seu significado e poder.
Há uma base histórica valiosa associada às nossas vestes templárias, e
em Êxodo 29, existe uma descrição das roupas que Arão e seus filhos
usavam no templo, incluindo vestimentas, mantos, éfodes, cintas, véus para
o rosto e mitras.
Hoje, usamos palavras diferentes para alguns desses objetos, que
explicarei à medida que avançarmos, mas o estilo e a finalidade dessas
roupas atualmente são muito semelhantes ao seu estilo e propósito
originais nos tempos antigos. Quando começamos a entender seu
propósito, elas se tornam uma parte sagrada de nossa adoração no templo e
percebemos que é uma honra usá-las.

TROCAR DE ROUPA
A primeira coisa que fazemos quando entramos no templo é a mudança
de nossas roupas comuns para as roupas do templo - vestidos e sapatos ou
sapatilhas brancas para as mulheres, e calças, camisas, gravatas e sapatos
ou sapatilhas brancas para os homens.
Podemos considerar a própria mudança de nossas roupas como algo
simbólico. Não queremos trazer a sujeira e a poeira do mundo exterior para
as salas sagradas do templo. Mesmo quando acontece uma “visitação
pública” para um templo recém-construído ou reformado e convidamos o
público para entrar e conhecê-lo, cada pessoa usa um par de sapatilhas
descartáveis sobre os sapatos para proteger o templo da poeira e da sujeira.
Remover nossas roupas comuns também pode simbolizar que deixamos
a sujeira emocional e a poeira de nossas vidas fora do templo, ou que
deixamos nossas emoções negativas, maus sentimentos e pensamentos
inadequados do lado de fora. É o simbolismo de deixar temporariamente
para trás até nossos pensamentos mundanos e cotidianos, como: “Eu tenho
um monte de roupa suja esperando por mim em casa” ou “Quando vou
consertar o ranger daquela porta?”
Quando vestimos nossas roupas do templo, isso pode representar uma
mudança de foco das inquietações mundanas para as preocupações
celestiais, por exemplo: “Como posso aproximar-me do Salvador” ou
“Como posso cumprir mais plenamente esse convênio específico?” Isso
pode simbolizar a transição que fazemos de pessoas decaídas e carnais para
pessoas mais compassivas e semelhantes a Cristo.
Quando vamos ao templo, uma das ordenanças das quais participamos é
a investidura, na qual recebemos todos os ensinamentos e convênios
necessários para voltarmos à presença do Pai.
O professor da BYU John W. Welch explicou que a raiz grega da
palavra endowment é “enduo”, que tem dois significados: o primeiro é
“vestir ou vestir-se”. Faz sentido colocarmos roupas sagradas durante a
investidura porque esse é o próprio significado da palavra.
O segundo significado é mais simbólico: “assumir características,
virtudes e intenções”. No templo, que é a casa do Senhor, tentamos assumir
as características, virtudes e intenções de Jesus Cristo (“Estudos do Novo
Testamento” - Abril de 1993).
Os autores Santos dos Últimos Dias Don e Jay Parry trouxeram mais luz
sobre este assunto, sugerindo que vestir roupas sagradas representa
“colocar sobre nós” Cristo e Sua santidade; significa que nós O aceitamos
e aceitamos Sua Expiação, o que representa a Expiação. Esta roupa
também pode representar a vestimenta de Cristo e dos anjos (Symbols and
Shadows, Salt Lake City, Utah: Deseret Book Company, 2009).
Ao mudar nossas roupas, também reconhecemos que estamos prestes a
fazer convênios de que vamos mudar nossa vida - convênios de sermos
pessoas novas e diferentes daquilo que temos sido. Como John A. Tvedtnes
escreveu: “Estamos prontos para mudar nosso papel de humanos comuns
para o de sacerdotes ou sacerdotisas, reis ou rainhas” (Priestly Clothing in
Bible Times: Temples of the Ancient World - Salt Lake City, Utah: Deseret
Book Company, 1994).
A troca de roupas pode simbolizar que estamos prontos para deixar para
trás nossos velhos caminhos mundanos e nos tornarmos o que fomos
ordenados para nos tornar - um sacerdote ou sacerdotisa, um rei ou uma
rainha. Também pode simbolizar que estamos prontos para cumprir os
deveres espirituais associados a esses papéis.
As roupas do templo por si só são brancas, o que simboliza o próprio
Deus, em sua pureza, santidade, luz e retidão. Vestirmos branco simboliza
que fomos purificados pela Expiação de Jesus Cristo.
É importante que essa cor pareça branca aos nossos olhos ao refletir
todas as outras cores do arco-íris, assim como nossos pensamentos,
palavras e ações devam parecer puros diante de nós, porque devem
simbolizar todas as características do Salvador e do Seu glorioso
evangelho.
A roupa branca é também um símbolo de igualdade e unidade entre nós
como filhos de Deus. Andrew C. Skinner escreveu:
Dentro das paredes sagradas dos templos, não há preferência por
causa de posição, riqueza, condição, raça ou educação.
Às vezes ouvimos dizer que a vida não é justa. Suponho que seja
verdade. Mas nunca precisamos nos preocupar se isso é verdade no
templo. Ali tudo é justo e todos são iguais. É tão importante essa
condição de igualdade diante de Deus que, no templo, todos
vestem-se da mesma maneira. Ou seja, toda irmã usa roupas
brancas, como as demais irmãs; todo irmão usa roupas brancas,
como os demais irmãos.
O mendigo e o banqueiro, o erudito e o ignorante, o príncipe e o
indigente sentam-se lado a lado no templo e são de igual
importância, se viverem em retidão diante do Senhor Deus. (Temple
Worship - 20 Truths That Will
Bless Your Life. Salt Lake City, Utah: Deseret Book Company,
2007)
Resumindo esta última seção, lembremos que no templo:
1) Trocamos nossas roupas comuns pelas vestes brancas do templo,
significando uma mudança interior ao nos afastarmos dos caminhos
do mundo, e indo em direção aos caminhos do Senhor.
2) Colocar as roupas do templo pode significar nos vestirmos à
maneira de Cristo e de suas características.
3) A cor branca representa a limpeza da Expiação.
4) O branco representa a igualdade que existe entre nós. Vamos ver
agora alguns dos itens individuais da roupa do templo, começando
com o garment.

O GARMENT
A primeira vez que vamos ao templo, começamos com a ordenança da
iniciatória, na qual somos lavados e ungidos, significando nossa limpeza
dos pecados do mundo e nosso potencial para nos tornarmos reis e rainhas,
sacerdotes e sacerdotisas.
No final desta ordenança, recebemos uma roupa especial chamada roupa
do santo sacerdócio, ou o que comumente chamamos de garment. Este é o
único item da roupa do templo que usamos tanto dentro como fora do
templo.
Os garments tiveram origem com Adão e Eva. Em Gênesis 3, lemos que
quando Adão e Eva comeram do fruto proibido, seus olhos espirituais se
abriram e, pela primeira vez, notaram sua nudez e sentiram vergonha de
estar na presença do Senhor. Por causa disso, eles fizeram aventais de
folhas de figueira, o que discutiremos depois.
Quando o Senhor viu que Adão e Eva haviam comido do fruto proibido
e estavam usando esses aventais, Ele lhes fez vestimenta de pele.
As vestes que usamos hoje simbolizam a vestimenta de pele que o
Senhor fez para Adão e Eva. Nós as vestimos sob todas as nossas outras
roupas, sobre a nossa pele, noite e dia, o que pode ser um símbolo de nosso
relacionamento íntimo e pessoal com Deus.
Donald Parry e Stephen Ricks fornecem algumas ideias adicionais sobre
os garments. Eles escreveram que, como as roupas que o Senhor fez para
Adão e Eva eram feitas de pele, obviamente um animal havia sido morto e
possivelmente sacrificado para fazer aquelas roupas. Esse sacrifício
representaria o sacrifício expiatório que Jesus Cristo faria para cada um de
nós.
A tradição antiga era de que o animal sacrificado seria uma ovelha, o
que novamente nos aponta para Jesus Cristo, que também é conhecido
como o Cordeiro de Deus.
Parry e Ricks continuam dizendo que um dos significados da palavra
expiação é “cobrir”. Assim como as vestes cobrem nossa pele, a Expiação
de Jesus Cristo cobre nossos pecados quando nos arrependemos (The
Temple in Time and Eternity. Provo, Utah: Foundation for Ancient
Research e Mormon Studies, 1999).
Nossos garments são também uma lembrança diária dos convênios que
fizemos no templo de viver uma vida limpa e honesta dedicada a construir
o reino de Deus aqui na Terra.
São um lembrete de que no templo somos abençoados com o poder de
Deus para vencer o mal, para resistir às tentações e para permanecer firmes
e inamovíveis no evangelho.
Os garments também são um símbolo do recato e nos fornecem
orientações valiosas sobre como devemos nos vestir.
Essas roupas sagradas têm pequenos símbolos bordados que servem
como lembretes adicionais de que devemos ser fiéis aos convênios que
fizemos com Deus e que devemos cumprir esses convênios com exatidão.
Hugh Nibley ressalta que os símbolos sagrados das vestes antigas dos
sumo sacerdotes eram os mesmos símbolos contidos no véu que ficava
pendurado diante do Santo dos Santos no templo de Jerusalém (The
Collected Works o f Hugh Nibley: Mormonism and Early Christianity, vol.
4. Salt Lake City, Utah: Deseret Book Company, 1987). Hoje, podemos ver
esses símbolos em nossos garments e no véu colocado diante da sala
celestial em nossos templos.
Carlos E. Asay, ex-presidente do Templo de Salt Lake, disse: “Gosto de
pensar nos garments como a maneira do Senhor nos deixar levar parte do
templo conosco ao sairmos. É verdade que levamos da casa do Senhor
ensinamentos inspirados e convênios sagrados escritos em nossas mentes e
corações. No entanto, a lembrança tangível que levamos conosco de volta
ao mundo é o garment. E embora não possamos estar sempre no templo,
uma parte dele pode estar sempre conosco” (“The Temple Garment”,
Ensign, agosto de 1997).
Realmente gosto dessa ideia de que, mesmo que não estejamos no
templo o tempo todo ou na presença física de Deus neste momento, quando
vestimos os garments fielmente, ainda podemos desfrutar da influência
espiritual tanto do Senhor quanto da Sua casa sagrada.
Por usarmos nossos garments diariamente, é fácil enxerga-los apenas
como um par de roupas íntimas comuns, por isso é importante tratá-las
com o respeito apropriado para roupas sagradas.
Quando as vestimos, devemos pensar sobre o que elas representam, para
que possamos ter o poder de nos aproximarmos de Deus.
Vamos resumir o que foi abordado sobre os garments: 1) Eles se
originaram das vestimentas de pele que o Senhor fez para Adão e
Eva.
2) Usá-los sobre nosso corpo pode representar a proximidade com
Cristo.
3) Simbolizam como Sua Expiação cobre nossos pecados
4) Nos lembram dos convênios que fizemos com Deus. 5) Nos
fazem recordar do poder que recebemos no templo para vencer a
tentação e o mal.
6) São a única parte do templo que podemos levar conosco quando
saímos.

O AVENTAL
Um dos itens de vestuário que os antigos sacerdotes do templo usavam
ao oficiar antes de Cristo era chamado de éfode, que a maioria dos
estudiosos da Bíblia concorda que é um avental. Existem alguns símbolos
associados ao avental que, curiosamente, estão todos relacionados.
Como mencionei anteriormente, em Gênesis 3:7, lemos que Adão e
Eva, depois de descobrir sua nudez, “coseram folhas de figueira e fizeram
para si aventais”. Esses foram os primeiros itens de roupa que eles usaram,
e provavelmente tinham um significado religioso para eles, talvez
representando que eles estavam agora em um estado mortal decaído. Seus
aventais podem ter sido o protótipo dos aventais que os sacerdotes do
templo usaram mais tarde.
Quando o antigo sumo sacerdote colocava seu avental, representava sua
disposição para ir ao trabalho, que ele levava a sério a obra do Senhor.
Uma de suas responsabilidades era sacrificar animais no altar, então talvez
seu avental servisse para proteger sua roupa do sangue desses sacrifícios.
Usar um avental é algo que você e eu podemos relacionar com os dias
de hoje. Quando estamos prontos para trabalhar, quer seja na cozinha ou na
oficina, costumamos colocar um avental. Isso mostra que estamos levando
a sério o trabalho e ele também serve para proteger nossas roupas.
Nossos aventais do templo hoje podem representar a mesma coisa -
nossa prontidão para realizar as santas ordenanças para o Senhor. Eles não
servem mais para proteger a nossa roupa do templo dos sacrifícios de
sangue, pois não fazemos esse tipo de oferenda nos templos modernos.
Hoje, o sacrifício que nos é pedido é que ofereçamos um coração
quebrantado e um espírito contrito.
Alonzo L. Gaskill, professor associado de história e doutrina da Igreja
na BYU, escreveu um livro esclarecedor no qual explica que antigamente o
avental representava o sacerdócio. Quando o sumo sacerdote o colocava,
mostrava que ele tinha a devida autoridade de Deus para realizar as
ordenanças no templo (Sacred Symbols. Springville, Utah: Bonneville
Books, 2011).
Nas antigas culturas do Oriente Médio, aventais e figos representavam a
fertilidade e a reprodução. Era costume os jovens usarem apenas uma
camisa solta até atingirem a idade de maturidade sexual. Nesse ponto, eles
começaram a usar um tipo de avental ou tanga.
Acho interessante que no Jardim do Éden, quando Adão e Eva comeram
do fruto proibido e caíram de seu estado imortal para um estado mortal,
foram então capazes de se reproduzir, multiplicar e encher a terra. A
primeira coisa que fizeram foi coser folhas de figueira para fazerem
aventais. Esses aventais podem ser vistos como o símbolo de seu novo
poder reprodutivo.
Me chama a atenção o fato de que todas as roupas que usamos no
templo sejam brancas, exceto o avental, que é verde. O verde é um símbolo
da vida, que agora é possível para cada um de nós, porque Adão e Eva
escolheram comer do fruto proibido. Ao fazerem essa escolha, eles
escolheram produzir vida, ter filhos e dar a cada um de nós a chance de
viver aqui na terra.
Para mim, o avental é um lembrete de que vivemos em um estado
decaído e, por isso, podemos ter filhos e famílias. O fato da primeira peça
de roupa que colocamos durante a investidura no templo ser o avental,
usando-o durante a cerimônia, mesmo na sala celestial, onde tudo mais é
branco, significa para mim a importância das famílias e a sua natureza
eterna.

Em resumo, o avental pode simbolizar:


1) Prontidão para fazer a obra do Senhor.
2) A capacidade de realizar esse trabalho pela autoridade do
sacerdócio.
3) Fertilidade e reprodução.
Como mencionei anteriormente, esses três conceitos estão relacionados:
o avental pode mostrar que estamos nos preparando para fazer a obra do
Senhor pelo poder do sacerdócio, e uma parte importante desse trabalho é
ter famílias eternas. Tudo se encaixa em um grande todo.

COBERTURAS PARA A CABEÇA


Vamos falar em seguida sobre as coberturas para a cabeça. A cabeça em
si é um símbolo. Geralmente simboliza a liderança ou o governo, no
sentido de que o cabeça de uma casa é responsável por liderar e orientar os
membros da família.
Além disso, o cabeça muitas vezes representa todo o corpo, assim como
o presidente de uma organização fala ou representa toda a organização.
Com relação às ordenanças, o que quer que seja aplicado na cabeça se
aplica ao corpo inteiro. Por exemplo, quando as mãos são colocadas sobre
a nossa cabeça e somos abençoados ou designados, ou ungidos, todo o
nosso corpo recebe essa ordenança, mesmo que as mãos sejam colocadas
apenas em nossa cabeça.
Antigamente, uma cobertura na cabeça simbolizava várias coisas, e
quero que consideremos que elas podem simbolizar essas mesmas coisas
para nós hoje:
Primeiro, uma cobertura de cabeça representava nobreza e, com cada
um de nós é filho de um Pai Celestial e de uma Mãe Celestial, somos de
nascimento nobre.
Segundo, significava a liberdade e, através do plano de salvação, cada
um de nós foi abençoado com a liberdade; especificamente, liberdade de
escolha ou aquilo que definimos como arbítrio.
Terceiro, uma cobertura de cabeça representava poder e autoridade, e
hoje, quando realizamos as ordenanças no templo, fazemos isso pelo poder
e autoridade concedidos a nós por Deus.
Em quarto lugar, a cobertura da cabeça simbolizava a santidade e a
justiça. Hoje, para entrarmos no templo, somos entrevistados duas vezes
para determinar nossa santidade e retidão, ou o que chamamos de nossa
dignidade para entrar no templo e fazer a obra do Senhor.
Tanto homens como mulheres usam coberturas de cabeça no templo, os
homens usam um barrete e as mulheres usam um véu. Vamos falar sobre
cada um deles.
O BARRETE DOS HOMENS
Antigamente, o chapéu que o sumo sacerdote usava no templo era
chamado de mitra. Em Êxodo 29: 6, o Senhor diz: “A mitra porás sobre a
sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra”. Isso sugere que a
mitra foi projetada de tal forma que poderia suportar uma coroa,
significando que o barrete provavelmente era plano no topo.
E é assim que é o barrete usado pelos homens no templo hoje -
relativamente plano no topo. Então, quando nos lembramos de que os
homens são separados para se tornarem reis, talvez o propósito do topo
chato em seus chapéus seja aguardar a colocação de uma coroa futura
quando eles se tornarem reis celestiais.
Hugh Nibley escreveu que os mantos e os barretes com o topo plano
usados nas formaturas escolares parecem similares aos mantos e barretes
que os portadores do sacerdócio hebraico usavam nos tempos antigos.
Aparentemente, em algum momento, o sistema acadêmico copiou o estilo
dos sacerdotes do templo.
Até mesmo o costume de transferir o pendão de um barrete de formatura
de um lado para o outro pode ter sido copiado. No universo acadêmico,
mover o pendão simboliza a passagem de uma pessoa de um nível de
educação ou grau para outro nível.
Os homens hoje não têm pendão nos barretes do templo, mas esse
costume é representado ao transferirmos nossas vestes de um ombro para o
outro, significando a mudança de um nível espiritual ou um nível do
sacerdócio para outro (“Leaders to Managers: The Fatal Shift.” Dialogue
1614, BYU Commencement Address, 1983).
No Antigo Testamento, outra palavra usada para chapéu é barrete.
Curiosamente, um dos significados da palavra barrete é “elevar ou
levantar”’. Então o simbolismo de usar um barrete do templo também pode
significar que os homens são elevados ou levantados por Cristo e lhes é
dado capacidade adicional para se tornarem reis e sacerdotes e para realizar
Sua obra sob Sua autoridade.
Êxodo 29: 6 diz: “A mitra porás sobre a sua cabeça. A tradução hebraica
de “pôr” é “amarrar ou ligar”. Segundo Don e Jay Parry, parece que o
antigo chapéu do sacerdote estava, de alguma forma, amarrado ou ligado a
outra parte de sua roupa, provavelmente o manto, assim como os barretes
dos homens estão amarrados com um cordão em suas vestes hoje.
O cordão que vai do chapéu até o manto pode ser simbólico. Talvez
represente a conexão direta entre as mentes dos homens e seus corpos,
entre seus pensamentos e suas ações, entre o que eles pensam e o que
fazem.
Como a cabeça simboliza dirigir ou governar, isso indica que nossos
pensamentos precisam ser controlados e governados se quisermos agir e
viver de maneira justa. Controlar nossos pensamentos é o primeiro passo
para viver uma vida justa. Isso me lembra Provérbios 23:7, que diz: “Pois
como imagina... assim ele é”.

Resumindo, os barretes dos homens podem simbolizar:


1) Um lugar para receber uma futura coroa celestial.
2) A elevação ou aumento da capacidade de um indivíduo através
do poder de Cristo para fazer a Sua obra.
3) Como os pensamentos de uma pessoa afetam diretamente suas
ações.
O VÉU DAS MULHERES
As mulheres não usam chapéus no templo; ao invés disso, elas usam
véus. A primeira imagem que nos vem à mente em relação a um véu é
geralmente um véu de noiva. O véu tem sido parte integrante das
cerimônias de casamento ao longo do tempo e, originalmente, era um sinal
da virtude e da pureza moral da noiva.
Em Gênesis, lemos sobre Jacó ter sido enganado para se casar com Lia,
ao invés de sua irmã mais nova, Raquel, a quem ele amava. Estudiosos da
Bíblia acham que isso poderia ter acontecido como resultado de Lia ter se
coberto com um véu da cabeça aos pés e Jacó, não percebeu que era Lia
com quem ele estava se casando, e não Raquel.
Os historiadores acham que essa pode ser a origem do costume de se
levantar o véu do rosto da noiva - então o noivo pode ver sua noiva cara a
cara, para ter certeza de que está se casando com a mulher certa!
Em algumas culturas, o noivo cobria o véu da noiva com um véu, o que
significava sua disposição de proteger e cuidar dela. Cobri-la com o véu
era um símbolo de sua promessa de cobri-la com sua proteção. Talvez seja
o mesmo simbolismo no templo hoje que, quando as mulheres cobrem seus
rostos, o Senhor está prometendo que Ele as cobrirá com Sua proteção.
Temos um outro pedido de casamento aqui. Ao longo das escrituras,
Cristo é muitas vezes referido como o noivo, e os membros da Igreja, tanto
homens como mulheres, são referidos como a noiva, como descrito na
parábola das dez virgens.
O véu, neste exemplo, é um símbolo de todos nós como um povo do
convênio, tornando-nos a noiva de Cristo - em outras palavras, tendo um
relacionamento de convênio com Ele, onde ambos são completamente
fiéis, leais, constantes e unidos, assim como um marido e uma esposa
dignos devem ser.
Na antiguidade, o uso de um véu também era um sinal de respeito,
humildade e submissão da noiva ao seu marido. Hoje, no templo, o véu
também pode simbolizar respeito e humildade diante de Deus e submissão
à autoridade exercida em retidão.
No templo, pede-se às mulheres que se submetam à vontade de seus
maridos assim como seus maridos se submetem à vontade de Deus. Se um
homem é verdadeiramente submisso a Deus, é como se a mulher estivesse
submetendo sua vontade ao próprio Deus.
Vestir o véu não representa a opressão das mulheres por homens que
não se submetem à vontade de Deus ou que exercem injusto domínio; ao
contrário, simboliza a cooperação e o apoio mútuo de homens e mulheres
enquanto trabalham juntos para retornar ao Pai.
Os véus eram também um símbolo de uma mulher que renunciava ou
rejeitava os pecados e o mal do mundo e se mantinha afastada dessas
coisas. Vestindo um véu, ela mostrava que estava tentando evitar as
influências mundanas, podendo assim, concentrar-se no desenvolvimento
de características e atributos divinos. Para as mulheres de hoje, o véu pode
representar essa mesma renúncia ao mal, concentrar no Senhor.
Antigamente, outro uso tradicional do véu era para cobrir objetos
sagrados, como o pão e o vinho do sacramento, para mantê-los limpos e
puros. No antigo tabernáculo e do templo de Jerusalém, um véu também
cobria o Santo dos Santos, protegendo-o do olhar das pessoas pecadoras.
Hoje, procedemos da mesma maneira usando um véu ou uma toalha,
para cobrir o pão e a água sacramental colocados nos altares de nossas
capelas. Nós também usamos um véu para cobrir a sala celestial em nossos
templos modernos. Talvez um véu seja usado para cobrir as cabeças das
mulheres porque o Senhor as vê como sagradas. Uma vez que
compreendamos que o Senhor cobre as coisas sagradas com um véu, torna-
se uma honra usar o véu do templo, conhecendo a alta estima que o Senhor
tem pelas mulheres.
Véus também eram usados para cobrir recipientes sagrados, ou vasos -
por exemplo, as placas e xícaras que continham o pão e o vinho do
sacramento. Então, pense nisto: Deus abençoou as mulheres com a sagrada
responsabilidade de serem vasos - vasos que sustentam a vida. Vasos
sagrados que carregam e sustentam seus filhos. Então, novamente, como as
mulheres usam o véu, isso pode ser visto como outra honra que Deus lhes
concedeu.
Encontramos outro uso do véu em 1 Coríntios 11:10, onde Paulo diz que
uma mulher “deve ter poder sobre a cabeça, por causa dos anjos.” A
tradução grega da palavra poder é “autoridade”. Se trocássemos as
palavras, a escritura diria que uma mulher “deve ter autoridade sobre a
cabeça”.
Sob esta luz, podemos ver o véu como um símbolo de poder, e uma
mulher está agindo sob a autoridade de Deus durante as santas ordenanças
no templo, especialmente durante a oração.
Agora, como eu nunca fui de usar chapéu, usar um véu no templo era
algo desconfortável no começo. Mas isso mudou quando comecei a
entender o que poderia simbolizar. Para mim, o véu cria uma sensação de
feminilidade, lembrando-me que Deus me ama e me tem em grande estima
como uma mulher com poderes e habilidades exclusivos das mulheres,
diferente da dos homens, mas complementares em todos os sentidos.
Ao cobrir o rosto com o véu, sinto a proteção de meu Pai Celestial e, ao
desvelar meu rosto, sinto a esperança de vê-lo face a face algum dia.
Resumindo, o véu pode ser um símbolo:
1) De pureza e virtude.
2) Da disposição de uma mulher se submeter à vontade de seu
marido, quando ele se submete à vontade de Deus.
3) De uma mulher renunciando ao mundo e dedicando sua vida a
Deus.
4) De uma cobertura para objetos e vasos sagrados, que o Senhor
espera que as mulheres sejam.
5) De um lembrete de que as mulheres têm poder e autoridade de
Deus para realizar Seu trabalho e participar de Suas santas
ordenanças.
O MANTO
Outra parte da roupa do templo que vestimos é o manto. Ao longo das
escrituras, quando os anjos aparecem, eles são descritos como vestindo
mantos. Quando Morôni apareceu a Joseph Smith, Joseph disse que ele
usava um manto que era extremamente branco. Quando o Cristo
ressuscitado apareceu aos nefitas neste continente, Ele vestia um manto
branco. Parece que os mantos brancos são parte da vestimenta dos seres
celestiais.
Em Levítico 8:7, Moisés colocou um manto em Aarão e seus filhos
como parte de sua preparação para trabalhar no templo. O manto
representava sua limpeza, pureza e autoridade para participar das
ordenanças do templo. Talvez hoje usemos um manto no templo pelas
mesmas razões, como um sinal de que nos arrependemos, fomos
purificados pela Expiação de Jesus Cristo e somos autorizados por Ele a
participar das ordenanças do templo.
Desse modo, o manto é chamado de “o manto do santo sacerdócio” ou
“o manto da justiça”. Isaías, Néfi e o próprio Cristo falaram do “manto da
justiça”. Em 2 Néfi 9:14, Néfi registra: “E os justos terão um conhecimento
perfeito de sua alegria, e sua retidão, estando vestidos com pureza, sim,
com o manto da retidão”.
Os mantos também costumam simbolizar a realeza e, ao longo da
história, reis e rainhas usaram grandes mantos, às vezes de cor púrpura ou
vermelha e enfeitadas com pele de arminho branco. Novamente, quando
somos designados no templo para sermos reis e rainhas, o manto pode ser
um ornamento apropriado para representar nossa linhagem real como filhos
de Deus e de nossa preparação para as responsabilidades divinas que
teremos como reis e rainhas celestiais.
Os mantos que usamos hoje no templo não são de cor púrpura nem
vermelha, nem mesmo revestidas de pele. De fato, eles são completamente
brancos e não têm nenhum símbolo de graduação ou posição neles, o que
indica que somos todos iguais aos olhos de Deus.
Richard McBrien, autor e professor de teologia, escreveu que,
antigamente, a colocação do manto indicava a posição do portador do
sacerdócio e que movê-lo do ombro esquerdo para o ombro direito
simbolizava possuir uma ordem mais elevada do sacerdócio (The
HarperCollins Encyclopedia of Catholicism. New York: Harper Collins,
1995).
Nós seguimos esse mesmo padrão hoje quando participamos da sessão
de investidura. A mudança do manto de um ombro para o outro é um
símbolo de nosso avanço no sacerdócio e em nossa compreensão e
compromisso com o evangelho.
De todas as roupas que vestimos durante a sessão de investidura, o
manto é o maior item e, quando o coloco no ombro, sinto a autoridade que
ele representa e as obrigações que acompanham o privilégio de usá-lo.
Minha responsabilidade de viver fielmente o evangelho, de servir os outros
e de construir o reino de Deus aqui na Terra é real, e sinto-me honrada por
Ele ter me confiado esses sagrados privilégios.

Resumindo, os mantos:
1) São usados por seres celestiais.
2) Representam retidão, pureza e a autoridade do sacerdócio.
3) Podem simbolizar nossa preparação para sermos reis e rainhas
celestiais.
4) Podem simbolizar nosso progresso espiritual quando os
mudamos de um ombro para o outro.

A FAIXA
Outro item das vestimentas do templo mencionado em Êxodo é o cinto,
que hoje chamamos de faixa. De acordo com o irmão Gaskill, os antigos
sacerdotes amarravam uma faixa em volta da cintura como um símbolo de
elo espiritual ou vínculo com Deus.
A faixa pode ter esse mesmo significado para nós hoje. Quando atamos
a faixa em volta da cintura, isso pode ser um sinal de nosso elo ou de nosso
compromisso de vivermos fiéis a Deus e ao Seu evangelho.
A maneira mais significativa de nos unirmos a Deus é fazendo
convênios com Ele no templo - convênios para vivermos com integridade e
moralidade, estando dispostos a fazer sacrifícios para ajudar a edificar o
reino de Deus aqui na Terra. Portanto, a faixa pode ser um símbolo de nos
ligarmos a Deus vivendo de acordo com esses convênios.
Os antigos sumos sacerdotes colocavam a faixa quando se preparavam
para desempenhar as suas funções no templo, por isso alguns estudiosos da
Bíblia acham que a faixa também pode ser um símbolo do trabalho,
semelhante ao avental.
Quando a faixa era colocada ao redor da cintura, era amarrada em um
nó ou um arco. Em algumas culturas, amarrar um nó era um costume
matrimonial que representava unir duas pessoas, e é daí que vem a
expressão popular: “Eles se amarraram”.
Hugh Nibley sugeriu que o templo é “o nó (laço) que une a terra e o
céu” (The Collected Works of Hugh Nibley: Eloquent Witness: Nibley on
Himself, Others and the Temple, vol. 17. Salt Lake City, Utah: Deseret
Book Company, 2008). O templo é definitivamente um lugar onde o céu e
a terra se encontram. E quando amarro o laço na minha faixa, gosto de
pensar nisso como amarrando o meu “eu” terreno ao meu Pai Celestial.
Há um outro significado para nos amarrarmos. Na época de Cristo, os
servos amarravam-se ou cingiam-se com uma toalha. A toalha cingida
significava servidão. Cristo cingiu-se com uma toalha antes de lavar os pés
de seus discípulos e depois usou-a para secá-los - um ato de humilde
servidão.
Nós vemos esse simbolismo hoje. Quando realizamos as ordenanças do
templo para pessoas que já morreram, em essência, nos tornamos seus
servos porque estamos fazendo um trabalho para eles que eles não podem
fazer por si mesmos. E amarrar, ou cingir, aquela faixa em volta da cintura
pode representar o fato de nos tornarmos um servo para eles.
Amarrar a faixa em volta da minha cintura lembra-me de Doutrina e
Convênios 112:7: “Portanto, cinge os teus lombos para o trabalho”. No
antigo Oriente Próximo, os homens usavam túnicas longas e, quando se
preparavam para ir ao trabalho ou à batalha, seguravam as túnicas entre as
pernas, agarrando a barra de trás da túnica e trazendo-a para a frente,
dobrando-a. na frente do cinto para que não fosse um obstáculo.
Hoje, costumamos dizer: “Arregace as mangas”, em vez de “Cinge teus
lombos”; no entanto, a ideia ainda é a mesma - nós prendemos nossas
roupas, para que não nos atrapalhem enquanto realizamos ordenanças
sagradas.
Há duas coisas que eu gosto no fato atar a faixa: primeiro, a sensação de
que estou me ligando a Cristo e me comprometendo a fazer o Seu trabalho.
Em segundo lugar, como é o último item que eu coloco, para mim, ele
ajusta todos os outros artigos da vestimenta e os mantém no lugar, para que
eles não escorreguem ou caiam. É semelhante a cumprir nossos convênios,
que mantém nossas vidas no lugar, permite-nos estar mais perto de Deus, e
nos dá autoridade para fazer a Sua obra. Manter nossos convênios garante
que não escorreguemos ou abandonemos o evangelho.

Resumindo, a faixa pode simbolizar:


1) Atar-nos espiritualmente ou nos ligar a Deus.
2) A preparação de nossos lombos para fazer o trabalho de Deus.
3) Nossa disposição para servir ao próximo
4) Um lembrete para não “escorregarmos” ou nos afastarmos de
nossos convênios
OS SAPATOS
Os antigos israelitas tinham um costume muito incomum com relação
aos sapatos. Quando uma pessoa vendia uma propriedade a outra pessoa,
era costume o vendedor remover o sapato e entregá-lo ao comprador. Esse
era um gesto que eles faziam junto com os anciões da cidade que serviam
como testemunhas da transação, e que selava o compromisso. (The Old
Testament Student Manual for Institute. Salt Lake City, Utah: A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1981, 263; ver também Reader’s
Digest. “Great People in the Bible and How They Lived.” Pleasantville,
NY: The Reader’s Digest Association, Inc, 1974). Em Rute 4:7-8, nós
lemos sobre Boaz praticando isso.
A renúncia ao sapato simbolizava que o vendedor estava desistindo de
seu direito de pisar naquele pedaço de propriedade, que já não era parte
dele ou de sua vida.
Atualmente, na cerimônia da investidura, há um momento em que
removemos nossos sapatos e, alguns minutos depois, os colocamos de
volta. Considere que removê-los pode simbolizar nossa disposição de
abandonar nosso velho eu e deixar para trás aquele patrimônio, ou modo
antigo de vida. Nós abandonamos nossos pecados, nossos erros, nossos
caminhos egoístas e mundanos.
Quando colocamos nossos sapatos de volta, isso pode significar assumir
um novo eu, uma nova vida ou uma nova propriedade. Nós nos tornamos
uma nova pessoa por meio de Cristo, andando em Seus caminhos e nos
esforçando para nos tornar como Ele.
Quando removo meus sapatos no templo, lembro-me de quando o
Senhor apareceu a Moisés no meio da sarça ardente e ordenou-lhe que
tirasse os sapatos porque estava em terra santa. Como o templo é um lugar
sagrado, tirar meus sapatos parece apropriado como um modo de manter
esse lugar puro e santificado. E colocar meus sapatos de volta me dá
esperança de que um dia serei digno de estar na presença de Deus.
Resumindo:
1) Remover nossos sapatos do templo pode representar deixarmos
nosso velho e mundano eu para trás.
2) Colocar os sapatos de volta pode simbolizar assumir um novo eu
e revestir-se da retidão de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO
Ao examinarmos cada item das vestimentas do templo, vimos algumas
das qualidades sagradas que elas compartilham.
Vimos que vestir roupas do templo pode representar revestir-se de
Cristo e de Sua santidade.
Vimos que muitas das peças da vestimenta apontam para a Expiação de
Cristo e nos lembram dela de alguma forma.
As roupas do templo simbolizam autoridade - autoridade dada por Deus
para representá-lo como fazemos em Sua obra sagrada.
Elas representam nossa prontidão para ir trabalhar, especificamente para
fazer o trabalho de ordenanças dentro do templo e construir o reino de
Deus também fora de suas paredes.
E elas representam a realeza. Não nos tornaremos reis e rainhas aqui na
terra, mas porque somos filhos de pais celestes, teremos a oportunidade de
nos tornarmos reis e rainhas celestes.
Espero que este estudo das vestimentas do templo tenha sido edificante
e que agora elas pareçam mais familiares e convidativas. E eu espero que,
quando você vestir cada uma dessas peças, elas irão lembrá-los da
Expiação de Jesus Cristo e ajudá-los a sentir uma conexão com Ele.
Sei que, ao orar e ponderar sobre cada item das roupas do Templo, o
Espírito Santo dará a vocês discernimento adicional que irá aumentar seu
testemunho do trabalho do templo e os aproximarão do Salvador.
Testifico dessas coisas em nome de Jesus Cristo. Amém.
Sobre a Autora

Kim Gibbs converteu-se à A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos


Últimos Dias aos dezenove anos. É graduada em comunicação pela
Universidade de Utah, qualificação que fez bom uso como oradora, tanto
profissionalmente como na Igreja. Até o momento, Kim gravou quatro
CDs pela Covenant Communications. Ela adora jogar golfe, pescar e
praticar jardinagem, mas não se declara como perita em nenhuma dessas
atividades. Kim e seu marido, Brad, têm três filhos adultos e moram em
Stevensville, Montana.

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