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Disciplina: Políticas de Educação

Professor: Salomão Ximenes


Discente: Marcela Nogueira Vega – 21061815
Avaliação de Leitura 1

A partir da leitura do texto de Celso Beisiegel (1986) podemos perceber que, de fato, houve
um aumento progressivo, mesmo que lento, do acesso à escola comum em nosso país, entre os
anos de 1930 a 1980.
Mesmo que esse acesso, de certa maneira, não acabasse com a desigualdades educacionais
presentes em todo nosso território, observamos alguns pontos importantes a serem
apresentados aqui.
Nesse período podemos observar um aumento no número relativo de matrículas nos diversos
níveis de ensino oferecidos, e em especial, no de “formação comum”. Inclusive, com o passar
dos anos, esse tipo de “ensino de formação comum” sobre diversas alterações por conta dessa
democratização ao acesso do ensino.
Outro ponto interessante é a “eliminação” de ensinos médios que atendiam a determinadas
clientelas, ou seja, a partir desse momento o que passa a ser considerado é um modelo único
nas escolas.
Conforme os dados apresentados pelo Beisiegel (1986), em números absolutos, houve uma
grande absorção da população total na escola primária. Em 1920 tínhamos uma população de
mais 30 milhões de pessoas, e mais de 1 milhão de matrículas, o que correspondia a 3,4% da
população total; já em 1970, nossa população era acima de 94 milhões de pessoas, e as
matrículas no “primário” era de mais de 13 milhões, ou seja, o que correspondia a 14,7% da
população total daquele período.
Além disso, houve um decrescimento do número de analfabetos em nosso país, conforme os
dados apresentados no estudo: Em 1940 tínhamos uma taxa de 56,17% da população
analfabeta; em 1970, 33,01%.
Também foi constatado um aumento acelerado de matrículas nas universidades, porém,
chamo a atenção para esse ponto, pois durante a aula com o professor Salomão, discutíamos o
quanto era difícil finalizar o ensino médio para aqueles jovens que precisavam ser inseridos
ao mercado de trabalho e até citei o caso da minha mãe, que largou o ensino no primeiro ano
do “colegial”, por precisar trabalhar, e não conseguia acompanhar os estudos, pela dificuldade
de se dedicar, transformando a escola em um espaço de exclusão das camadas pobres da
população, que cada vez mais se dirigiam ao ensino “profissionalizante”, para conseguir
melhores condições de inserção no mercado de trabalho. Nesse sentido, por mais que
houvesse um aumento de matrículas nas universidades, quem tinha acesso a elas eram as
pessoas de determinadas camadas sociais, e, portanto, mantendo assim, a desigualdade de
acesso ao ensino superior.
Ao final do texto, o autor faz menção ao método do Paulo Freire, que fazia com que adultos
que estavam no processo de alfabetização discutissem sobre sua realidade e problemas, a
partir de uma educação reflexiva, mas que acabou por incomodar setores conservadores de
nossa sociedade. Com o golpe de 1964, o Programa Nacional de Alfabetização foi encerrado,
e a educação popular solapada.

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