Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDUC


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR DE HISTÓRIA DA AMÉRICA I
DOCENTE: TIBÉRIO MAX

PEDRO FEITOZA DA SILVA

ANÁLISE DO FILME 1492 – A CONQUISTA DO PARAÍSO

Campina Grande – PB
Junho de 2022.
O filme em análise, 1492 – A conquista do paraíso (1992), longa dirigido pelo inglês
Ridley Scott e estrelado por Gerard Depardieu, que interpreta Cristóvão Colombo, é
ambientado no contexto da expansão marítima europeia iniciada no século XV. Como
percebemos nas primeiras cenas do filme, nas quais Cristóvão Colombo conversa com seu
filho sobre a forma da terra, conhecer o que havia além daquilo que o horizonte permitia
avistar era algo que o inquietava. Ele desejava ir “além da tormenta”, nas suas palavras “viajar
por todos os mares”. Embasado em relatos do mercador genovês Marco Polo, bem como em
algumas teorias de estudiosos que pensaram sobre coordenadas de navegação ele decide expor
o que pretende para angariar apoio. Nesse sentido, antes de iniciar sua viagem, Colombo
precisa que a nobreza espanhola acredite no seu projeto e invista recursos neste.
No entanto, em uma conferência realizada na Universidade de Salamanca, as ideias do
navegador foram, à primeira vista, rejeitadas, uma vez que até então não havia notícias de
ninguém que tivesse obtido êxito com empreitadas semelhantes. Colombo era ousado e
desafiava até mesmo o fundamentalismo religioso que se impunha como obstáculo ao seu
grande objetivo. A Europa estava passando por um período bastante conturbado, em que os
costumes e crenças, a cultura em um sentido geral, era ditada pela igreja e suas interpretações
dos evangelhos bíblicos. Aqueles que discordassem dos ensinamentos impostos como lei,
seriam torturados até a morte ou queimados como hereges.
Todavia, o interesse dos espanhóis não apenas por rotas comerciais para as índias,
mas, sobretudo, pela possibilidade de se encontrar riquezas imensuráveis em terras
desconhecidas, motiva-os a investir na proposta do navegador. A classe mercantil, visando a
abertura de uma nova rota comercial, também ficou interessada em investir nessa aventura e,
nesse contexto, Colombo conhece Martin Alonso Pinzón, proprietário de barcos e, juntos,
iniciam a primeira expedição. Antes da viagem, Colombo alimentou a expectativa de grande
parte de seus comandados no barco, além de seus investidores, em relação ao tempo e
distância que seriam necessários para se atingir o objetivo, mas, na verdade, o navegador não
sabia ao certo quanto tempo levaria. Após algumas semanas a mais e muita insatisfação por
parte da tripulação, eles avistam a terra e pensam ter chegado às índias como foi estimado e
planejado outrora.
Então, em 12 de outubro de 1492, eles pisam no que chamaram de “Novo Mundo”,
batizam o local de Índias Ocidentais e adentram na mata para explorar e, pouco tempo depois,
estabelecem o primeiro contato com os nativos da ilha. Embora esse encontro tenha sido, a
princípio amistoso, marcado pela curiosidade de ambos os lados. Ensinam a língua espanhola
para que alguns nativos servissem de intérpretes para a comunicação com outras tribos.
Entretanto, posteriormente os europeus deixariam muito claro qual era o seu real interesse:
explorar as terras em busca de ouro além de abusar sexualmente das mulheres nativas.
No retorno de Colombo, este e seus homens são recebidos por uma grande recepção
organizada pela corte espanhola, onde são levadas e apresentadas algumas amostras de ouro e
alguns nativos caracterizados a fim de que a coroa e a nobreza pudessem ver um pouco do
resultado da viagem. Não muito satisfeitos, mas gananciosos pelo possível ouro que poderiam
ainda ser encontrado, a coroa resolve investir em mais uma expedição. Em 28 de novembro de
1493, no retorno de Colombo, os homens que haviam sido deixados pelo navegador para
iniciar algumas construções, foram encontrados mortos. Colombo, temendo retaliações por
parte dos nativos, evitar entrar em conflito com estes e inicia a construção da primeira cidade.
Após algum tempo, o conflito se torna inevitável, não apenas por fatores de ordem
cultural e econômica, mas instigado pelos próprios nobres que viajaram com a tripulação de
Colombo e discordavam das ordens do navegador. Com o conflito, os índios que estavam ao
lado de Colombo, rebelam-se por perceber que o homem europeu é movido pela ambição e
não teria qualquer interesse em cultivar laços pacíficos. Inesperadamente, ocorre uma
tempestade muito forte que acaba destruindo parte das construções da cidade. Nisso chega um
outro explorador, Dom Francisco Bobadilha, recém nomeado para se tornar o novo rei das
Índias ocidentais.
Colombo descobre que navegador italiano, Américo Vespúcio, acabara de descobrir
um novo continente, e retorna para a Espanha ficando preso temporariamente até que a rainha
resolve libertá-lo e confiar mais uma viagem ao seu comando. Essa seria a terceira e última
expedição de Colombo, que zarpou acompanhado de seu filho Fernando para desembarcar no
Panamá, revelando, com essa última viagem, a descoberta de um novo mar: o oceano
pacífico. Contudo, Fernando escreveu uma biografia sobre seu pai que o acabou por devolvê-
lo seu lugar de destaque na história das navegações e conquista do “Novo Mundo”.

Você também pode gostar