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Parcelamento, Uso

e Ocupação do Solo
do Recife
Caderno Preliminar de Propostas
EXPEDIENTE  Secretaria de Infraestrutura e Habitação
Norah Helena dos Santos Neves
Prefeito Luciana Maria Félix de Queiroz Rio
Geraldo Julio de Mello Filho
Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Vice-Prefeito Edna Paula Menezes
Luciano Roberto Rosas de Siqueira Carlos Ribeiro

Secretário de Planejamento Urbano Plano de Regularização das Zonas Especiais de Interesse Social - PREZEIS
Antônio Alexandre da Silva Júnior Degenildo Trajano da Silva

Instituto da Cidade Pelópidas Silveira - ICPS Movimento de Luta Popular e Comunitário de Pernambuco - MLPC/PE
João Domingos Petribú da Costa Azevedo João José da Silva

Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural -DPPC Movimento de Luta e Resistência pelo Teto - MLRT/PE
Lorena Correia Veloso Giancarlo Costa dos Lírios

Secretária da Mulher Organização e Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco - OLMP


Cida Pedrosa Paulo André de Araújo

Secretário de Mobilidade e Controle Urbano Direitos Urbanos - D.U.


João Batista Meira Braga Vítor Araripe Freire Pacheco

Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade Movimento Nacional de Luta pela Moradia - MNLM
José Neves Maria Lúcia da Silva

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque
Guilherme Calheiros Rodrigo Barbosa da Silva

Secretário de Infraestrutura e Habitação Central de Movimentos Populares - CMP/PE


Roberto Duarte Gusmão Osvaldo Alexandre Celestino de Amorim

Secretário de Governo e Participação Social Habitat para a Humanidade Brasil - HABITAT/PE


João Guilherme Ferraz Ronaldo Coelho Filho

Secretário de Saneamento Rede de Ação Política pela Sustentabilidade - RAPS


Oscar Barreto Fernando de Holanda Cavalcanti Corrêa de Andrade

Secretário de Segurança Urbana Universidade Federal de Pernambuco - UFPE


Murilo Rodrigues Cavalcanti Danielle de Melo Rocha

Secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Drogas, e Direitos Humanos Bruno Lima
Ana Rita Suassuna Warderley
Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco - CAU/PE
Procuradoria Geral do Município Cristiana Maria Correia de Araújo Estelita
Rafael Figueiredo
Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/PE
Noé Sérgio Rabelo do Rêgo Barros

Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/PE


Grupo de Trabalho do Plano de Ordenamento
Karla Roberta Maciel Valença
Territorial do Conselho da Cidade
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES/PE
Instituto da Cidade Pelópidas Silveira - ICPS Sérgio Xavier dos Santos
João Domingos Petribú da Costa Azevedo
Maria da Glória de Souza Brandão Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco -
ADEMI/PE
Secretaria de Planejamento Urbano Sandro Ricardo Nascimento Guedes
Fernando José Mendes de Alcântara
Lorena Correia Veloso Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife - CDL Recife
Paulo Monteiro
Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano
Emília Márcia Lapa Teixeira Avelino Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Pernambuco -
Sandra Marília Maia Nunes SINDUSCON/PE
Elka Porciúncula
Secretaria da Mulher
Maria Aparecida Pedrosa Bezerra Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - ABIH/PE
Ana Magalhães Carlos Mauricio Meira de Oliveira Periquito
Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo do Recife
Caderno Preliminar de Propostas


Apresentação

A Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) apresenta o Caderno Preli-


minar de Propostas para revisão das Lei de Parcelamento e da Lei
de Uso e Ocupação do Solo, produto elaborado sob a coordenação
do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira – ICPS, órgão da Secretaria
de Planejamento Urbano.

Esse Caderno, elaborado no âmbito do Plano de Ordenamento Ter-


ritorial do Recife (POT) foi produzido por técnicos da Prefeitura da
Cidade do Recife com o apoio do Consórcio Diagonal/JW Urbana,
subsidiado nos conteúdos apresentados pela sociedade civil, por
meio do processo participativo de construção previsto na Estra-
tégia de Construção Coletiva (ECC), desde a fase de Diagnóstico
Propositivo iniciada em 2018.

O presente documento contempla um conjunto de propostas pre-


liminares para a revisão das Leis de Parcelamento e de Uso e Ocu-
pação do Solo e consolidação das demais legislações pertinentes,
configurando-se como instrumento base para análise, discussão
e ajuste com os diversos atores sociais nas consultas públicas
territoriais. Propõe-se, assim, a apresentar conteúdos conceituais,
análises e as propostas em si, a fim de possibilitar a participação
e contribuição da sociedade nas discussões que têm por objetivo
a revisão das referidas leis, cujas diretrizes baseiam-se no Projeto
de Lei do Plano Diretor em tramitação na Câmara de Vereadores
e que busca a construção de um pacto sobre a cidade para os
próximos anos.

O Caderno é composto dos seguintes itens:

• Para que servem as leis de parcelamento e uso e ocupação do solo


• O Plano Diretor e as diretrizes de parcelamento, uso e ocupação
do solo

• Conceito dos parâmetros de parcelamento do solo


• Conceito dos parâmetros de uso do solo
• Conceito dos parâmetros de ocupação do solo
• Proposta de setorização do zoneamento
• Modelagem ilustrativa de ocupação do solo por setores

04 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS




LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 05


Sumário

APRESENTAÇÃO    04

1. PARA QUE SERVEM AS LEIS DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO?     08

2. O PLANO DIRETOR E AS DIRETRIZES DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO     09


2.1. Estratégia de ordenamento territorial     09
2.2. Zoneamento do Plano Diretor para as Leis de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo     12

3. CONCEITOS E PARÂMETROS DE PARCELAMENTO DO SOLO     14


3.1. Finalidade     14
3.2. Onde Incide     14
3.3. Como se aplica      14
3.4. Áreas públicas e infraestrutura      14
3.5. Dimensão de lotes e quadras      15

4. CONCEITOS E PARÂMETROS DE USO DO SOLO     16


4.1. Classificação dos usos     16

4.1.1. Subcategorização dos usos     16


4.2. Gestão de impactos     17
4.2.1. Empreendimentos de Impacto e Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)     17
4.2.2. Polos Geradores de Viagens ou Tráfego     19
4.2.3. Atividades potencialmente geradoras de incômodo à vizinhança (APGI)     19

5. SETORIZAÇÃO PARA PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO     21


5.1. Dos Setores Inseridos nas Zonas Integrantes da Macrozona de Ambiente Natural e Cultural (MANC)     21
5.1.1. Setores da Zonas de Ambiente Natural      21
5.1.2. Setores da Zona de Desenvolvimento Sustentável     22
5.2. Dos Setores Inseridos nas Zonas Integrantes da Macrozona de Ambiente Construído (MAC)     24
5.2.1. Setores da Zona de Ambiente Construído Planície 1     24
5.2.2. Setores da Zona de Ambiente Construído Planície 2     24
5.2.3. Setores da Zona de Ambiente Construído Morro     24
5.2.4. Setores da Zona de Ambiente Construído Orla     25
5.2.5. Setores da Zona Centro     25
5.2.6. Setores da Zona de Reestruturação Urbana      25
5.3. Das Zonas Especiais      26

5.3.1. Das Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS     26


5.3.2. Da Zona Especial de Centralidade - ZEC     26
5.3.3. Da Zona Especial de Preservação do Patrimônio - ZEPP     26

6. CONCEITOS E PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO     28


6.1. Parâmetros básicos e de incentivo ao adensamento construtivo e populacional     28
Coeficiente de Aproveitamento – CA      28
Limite de áreas privativas      28
Limite de áreas comuns      28
Áreas não computáveis     28
Certificação Ambiental      28
Cota-parte     28
6.2. Parâmetros básicos de controle da volumetria     29
Gabarito (básico e máximo)      29
Afastamentos      29
Alargamento de Calçadas/ Alinhamentos Frontais     30
Permeabilidade Visual do Lote      31
Faixa de Amenização      31
6.3. Parâmetros básicos de qualificação ambiental     34
6.4. Parâmetros qualificadores do espaço público     36
Fachada Ativa     36
Térreo Visitável     37
Fruição da Borda d’Água     37
Fruição Pública     38

7. MODELAGEM ILUSTRATIVA DA OCUPAÇÃO DO SOLO POR SETORES     39


Para que servem as leis de parcelamento, uso e ocupação do solo?

urbanísticos.
1. PARA QUE SERVEM AS LEIS Sob a alçada das leis de parcelamento e de uso e ocupação do
DE PARCELAMENTO, USO E solo encontram-se definidos: (i) a subdivisão de setores por zona

OCUPAÇÃO DO SOLO? em função das estratégias e objetivos previstos, conforme item a


seguir; (ii) o detalhamento do conjunto de regras incidentes em cada
O Plano Diretor (PD) de uma cidade configura-se como principal zona e setor, tais como: parâmetros urbanísticos de parcelamento,
instrumento da política de desenvolvimento urbano do município, uso e ocupação do solo, assim como incentivos para a qualificação
resultante de um pacto social, firmado por meio de processo par- e melhoria da relação entre o espaço público e o privado; e (iii)
ticipativo garantido pelo Estatuto da Cidade. Tem como principal demais ferramentas necessárias para a viabilização das estraté-
objetivo orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada gias de ordenamento e utilização dos instrumentos de indução do
na construção e gestão dos espaços urbanos, visando melhores desenvolvimento urbano sustentável.
condições de vida para a população. Desse modo, como pacto
A Lei de Uso e Ocupação do Solo consiste, portanto no detalhamento
da sociedade sobre o desenvolvimento da cidade, o Plano Diretor
do Plano Diretor, e envolve definições e parâmetros para os pro-
deve ser parte integrante do processo de planejamento municipal,
cessos de produção da cidade, tanto nos espaços públicos quanto
tendo suas diretrizes e prioridades incorporadas na elaboração
privados, classificando os usos, e propondo formas de construção
do plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento
adequadas para cada parte do território municipal. Desta forma, a
anual, motivo pelo qual o Estatuto da Cidade prevê controle social
presente proposta de revisão da lei detalhará o zoneamento proposto
na sua elaboração e implantação.
no projeto de lei do Plano Diretor para a definição de parâmetros e
Assim, o conteúdo do PD deve cuidar da fixação dos objetivos e incentivos para assegurar determinadas densidades populacionais
diretrizes básicas para a cidade, normas ordenadoras e discipli- e construtivas, em prol do bem-estar da coletividade.
nadoras do planejamento territorial, além da definição de áreas
A lei de Parcelamento do Solo estabelece regras para a divisão do
urbanas, urbanizáveis, de expansão urbana, de proteção ambiental
espaço urbano em seus componentes públicos (logradouros) e
e rural, esta última quando pertinente.
privados (lotes), assim como a necessária oferta de áreas verdes e
A revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do equipamentos públicos, objetivando o equilíbrio entre todos esses
Recife (LPUOS), objeto desta proposta, se dá em complemento e elementos. Trata sobre processos de divisão ou redivisão em parcelas
em consonância com a revisão do Plano Diretor (2018), em processo de uma gleba, ou seja, de uma área de terra, ou ainda um terreno que
de aprovação na Câmara Municipal do Recife. Além dos princípios não foi objeto de arruamento ou loteamento. Estabelece, também,
estabelecidos no Estatuto da Cidade (2001), o novo marco regulató- regras para a divisão da quadra em lotes, dimensões de lotes e
rio do Recife levou em consideração as diretrizes traçadas na Nova quadras máximas para a melhoria da fruição pública; regras para
Agenda Urbana (NAU) para os próximos 20 anos1. a implantação de loteamentos, planos de arruamento, abertura de
vias; doação de áreas públicas e implantação de infraestrutura de
No Recife, a proposta de revisão do Plano Diretor contempla o
acordo com a legislação pertinente nos níveis federal e municipal.
macrozoneamento e o zoneamento, que expressam um conjunto de
regras com perímetros específicos e visam a atender as estratégias O estabelecimento desses parâmetros compõe o marco regulatório
de desenvolvimento da cidade. Assim, contempla a definição de do município e configura-se como um dos principais instrumentos de
Coeficientes de Aproveitamento mínimo, básico e máximo para planejamento urbanístico municipal, destinado a realizar na prática
efeito de regulação da intensidade de adensamento e para a aplica- as diretrizes de uso e de ocupação estabelecidas para as zonas do
ção de instrumentos de regulação da função social da cidade e da projeto de lei do Plano Diretor do Recife (2018).
propriedade e redistribuição dos benefícios e dos ônus provenientes
do processo de urbanização.

O Plano poderia contemplar também o detalhamento de parâmetros


e condicionantes para regular o parcelamento, uso e ocupação do
solo, bem como os procedimentos para a operacionalização dos
instrumentos urbanísticos. Entretanto, optou-se por remeter esses
conteúdos para leis específicas, em consonância com a hierarquia
normativa dos diplomas urbanísticos adequados, quais sejam: lei
de parcelamento do solo, lei de uso e ocupação do solo e leis espe-
cíficas para zonas especiais e de regulamentação de instrumentos

1 O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU Habitat)


coordenou a realização da Conferência Habitat III, em Quito, Equador. Tal evento
resultou na construção da NAU que posteriormente foi reconhecido na 68ª
assembleia geral da ONU, realizada em dezembro de 2016.

08 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


O Plano Diretor e as diretrizes de parcelamento, uso e ocupação do solo

o estímulo à criação de fachadas ativas (térreos dos edifícios com


2. O PLANO DIRETOR E AS atividades comerciais e serviços abertos à população); assim

DIRETRIZES DE PARCELAMENTO, como, a melhor distribuição de serviços e equipamentos públicos


pela cidade, e a melhoria da oferta de moradias na região central.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
• Cidade preservada: promover o efetivo respeito ao patrimônio
O Plano Diretor em tramitação na esfera legislativa constitui-se no cultural, ampliando a definição das zonas especiais de proteção
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão cultural, reconhecendo e valorizando as manifestações culturais
urbana do Recife. Ele contempla a visão de futuro construída a partir populares, ampliando o reconhecimento dos conjuntos de arqui-
de um pacto social, elaborado por meio do processo de construção tetura vernacular e incorporando os sistemas de espaços verdes,
coletiva. Portanto, deverá nortear as propostas de revisão das leis praças e parques às zonas de preservação; “usar para preservar e
de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, as quais tratarão dos preservar para usar”: reconhecer a necessidade de utilização dos
conteúdos complementares e/ ou regulamentadores de institutos edifícios históricos e fazer dos usuários agentes ativos da proteção
propostos no Plano. Nesse sentido, é imprescindível retomar a estra- ao patrimônio cultural, evitando o seu esvaziamento.
tégia de ordenamento territorial e as definições do macrozoneamento
• Cidade sustentável: priorizar a sustentabilidade e adotar uma nova
e do zoneamento propostos no Plano para melhor entendimento das
postura de relação e diálogo com o meio ambiente, confirmando
propostas que serão apresentadas nos capítulos subsequentes.
as diretrizes dos planos setoriais como o de Saneamento e Drena-
gem, Mobilidade, Parque Capibaribe etc. Reconhecendo os cursos
d’água como estruturadores da paisagem urbana, e articulando-os
2.1. Estratégia de ordenamento territorial
por meio da implementação de corredores ambientais e culturais,
Conforme estabelecido no Estatuto da Cidade (2001) o desenvolvimento intensificação da arborização de calçadas e ciclovias ampliadas.
do Plano Diretor do Recife se pautou pelos conceitos largamente
• Cidade integrada: reconhecimento e reforço das relações físicas
difundidos do “direito à cidade”, que devem ser contemplados nas
e funcionais do Recife com as cidades vizinhas, fortalecendo o
políticas públicas e suas regulamentações, por meio dos princípios
diálogo para a criação de instrumentos de gestão que valorizem
de reconhecimento da função social da propriedade, visando à garan-
a função pública de interesse comum, segundo o Estatuto da
tia de direitos sociais e do interesse público; o reconhecimento da
Metrópole (Lei Nº 13.089, de 12 de Janeiro de 2015.), e promova
necessidade de superar o quadro urbano de degradação ambiental,
a progressiva integração interurbana a partir da articulação dos
assim como, o desafio do acesso desigual, da população de baixa
sistemas ambientais (rios, córregos e canais, unidades de con-
renda e grupos sociais vulneráveis, aos serviços urbanos e oportu-
servação, mananciais), das infraestruturas e serviços (sistema
nidades decorrentes da urbanização e seu direito à moradia digna.
viário, sistema transportes metropolitanos, coleta e destinação
Assim, procurou-se incorporar no Plano Diretor os instrumentos que
de resíduos e serviços públicos em geral); qualifique os trajetos
podem interferir na lógica de produção e transformação do território,
longos, estimule os de curta distância, aumente a densidade de
permitindo a construção de uma cidade mais sustentável para todos
moradias junto aos corredores com oferta de transporte público.
os habitantes como, também, o estabelecimento de mecanismos
que garantam a gestão democrática e os processos participativos. • Cidade inovadora: viabilizar um ambiente favorável ao desenvolvi-
mento tecnológico (à exemplo das ações do Porto Digital), à atração
Tendo por base o reconhecimento das especificidades socioeco-
de novos investimentos, à potencialização e modernização de
nômicas e culturais e das características urbanas e ambientais
atividades econômicas existentes sejam elas populares ou perten-
do Recife, a LPUOS visa a contribuir para a construção de uma
cente aos circuitos transnacionais. Estimular a implantação de um
sociedade mais justa, ambiental e economicamente sustentável,
ambiente propício ao empreendedorismo junto com a qualificação
pressupondo oportunidades socioterritoriais mais equilibradas, o
da vida dos moradores da cidade: fortalecimento e articulação das
desenvolvimento urbano orientado pelo transporte público susten-
centralidades urbanas. Valorizar o comércio popular, melhorar o
tável, a valorização do patrimônio cultural e ambiental, a ampliação
acesso das mulheres aos postos de trabalho, ampliar as oportuni-
das centralidades e a moradia no centro.
dades de emprego aos jovens e estimular os negócios nos bairros.
Assim sendo, a concepção da LPUOS, que detalha o conjunto de
O processo de revisão das macrozonas, zonas e setores reconhece e
regras estabelecidas no zoneamento do Plano Diretor (em aprovação),
analisa as dinâmicas urbanas, os potenciais e os conflitos identificados
partiu das cinco estratégias ali desenhadas:
nos sistemas ambientais, de mobilidade, infraestruturas, e nas formas
• Cidade humana: promoção da melhor qualidade de vida das de uso e ocupação do solo, cujos aspectos determinantes para o zonea-
pessoas no ambiente urbano e acesso de todos os indivíduos mento, identificados no diagnóstico do Plano Diretor, retoma-se a seguir.
às vantagens da cidade, com respeito às diferentes formas de
A busca de integração desse conjunto de estratégias, suas lógicas e
vivenciar o espaço. Assim, é privilegiada a escala do pedestre esti-
contextos específicos, visando ao processo de produção e gestão da
mulando a mobilidade ativa (deslocamentos a pé ou em veículos
cidade, permitiu agrupar as zonas a seguir propostas nos seguintes
não motorizados), a ampliação das calçadas e passeios públicos,
eixos: zonas voltadas ao adensamento populacional e construtivo

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 09


Para que servem as leis de parcelamento, uso e ocupação do solo?

ESTRATÉGIAS DE ORDENAMENTO TERRITORIAL


RECIFE CIDADE MULHER,
CIDADE ACESSÍVEL
Formar uma rede de equipamentos públicos
interligada, conectada, acessível e com ilumina-
ção pública adequada, visando à melhoria da
QUALIFICACÃO DAS ZEIS qualidade de vida nos bairros e a ligação direta
COM VALORIZAÇÃO DO entre eles. Potencializar o uso dos espaços
PATRIMÔNIO IMATERIAL públicos de modo a aumentar a segurança das
mulheres, reconhecendo as diferenças de vivência
e formas de circulação da cidade na perspectiva
de gênero. Condicionar novos projetos urbanos
como operações urbanas à implantação de
creches, viabilizando a equidade de oportunidades
para mulheres acessarem o mercado de trabalho.
Prioridade para o tratamento dos espaços públicos
visando o atendimento das normas de acessibilidade
universal para que as pessoas com deficiência
tenham equidade no acesso e direito à cidade, além
de sua completa fruição.

TRABALHAR NOS BAIRROS

INTEGRAR O PATRIMÔNIO
CULTURAL E AMBIENTAL
EM UMA CIDADE PARQUE

DESENVOLVIMENTO ORIENTADO
PELO TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

Ampliar a rede de linhas de transporte intraurbano


rápido, articulado ao SEI, para garantir que a maior
parte da população tenha acesso ao transporte
público de qualidade, e possa optar por percursos
INCLUSÃO SOCIOTERRITORIAL melhor distribuídos. Associar o adensamento
construtivo e populacional aos sistemas de
transporte de média capacidade, com as estações
Melhorar a distribuição de ônus e bônus dos de transporte coletivo localizadas num raio de 5
investimentos públicos na cidade por meio da minutos de caminhada. Estabelecer parâmetros
definição do coeficiente de aproveitamento residenciais de alta densidade nos novos anéis de
básico, único e unitário de instrumentos como a circulação de transporte público, na medida que
outorga onerosa do direito de construir (OODC), as obras que garantam sua implantação sejam
com associação de recursos à regularização concluídas, bem como a complementação da
urbanística e fundiária. Aplicar os instrumentos de infraestrutura de saneamento para atendimento
desestímulo aos imóveis ociosos ou subutilizados aos novos usos. Desestimular o transporte
na área central para viabilizar programas sociais individual por meio da desobrigatoriedade do
como locação social para moradia no centro atendimento mínimo do número de vagas de ADENSAR OS EIXOS
Ampliar as ZEIS como reconhecimento do direito garagens. DE TRANSPORTE E
à cidade e garantia de habitabilidade, incorporan- MOBILIDADE ATIVA
Incentivar a mistura de usos e a permeabilidade
do áreas de vazios urbanos para viabilizar a das quadras ao longo dos anéis com instrumen-
implantação de novas unidades habitacionais. tos como fachada ativa e fruição pública, bem
Implantar equipamentos sociais acessíveis nos como a mobilidade ativa por meio de incentivo à
bairros e associados à rede de transporte público ampliação de calçadas, atendimento à acessibili-
e priorizar o atendimento às ZEIS associado aos dade universal, implantação de mobiliário urbano,
projetos urbanos como Operação Urbana. ciclofaixas, bicicletários e paraciclos.

10 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


O Plano Diretor e as diretrizes de parcelamento, uso e ocupação do solo

REDUZIR DISTÂNCIAS, AMPLIAR AS


qualificados; zonas de qualificação urbanística ambiental; e zonas
RECIFE CIDADE PARQUE
CENTRALIDADES, OCUPAR O CENTRO de preservação ambiental, social e/ou cultural, conforme quadro
Ampliar as oportunidades de trabalho nos bairros Articular elementos do patrimônio histórico, resumo de Zonas a seguir.
e de moradia no centro, estimular e potencializar cultural e meio ambiente, configurando conecto-
as centralidades existentes e as novas nos res ambientais e culturais numa Macrozona de
cruzamentos dos anéis com as principais radiais; ambiente natural e cultural, como forma de
oferecer incentivos econômicos visando a uma potencializar o tratamento das áreas de PARÂMETROS CONFORME CONTEXTO E OBJETIVOS
melhor distribuição dos empregos na cidade. preservação da cidade, através de instrumentos
Incentivar a potencialização de centralidades nas urbanísticos. Reconquistar a relação com as
áreas de morro vinculadas aos transportes frentes d'água, promover a intensificação da
públicos existentes e previstos (teleféricos), arborização, a ampliação de calçadas e ciclofai-
assim como as atividades culturais. Valorizar o xas e estimular a mobilidade ativa (criando uma
comércio de rua, em parcerias com associação de zona de baixo carbono), de modo a estimular a ZRU
comerciantes. Aplicar os instrumentos de retomada da vivência nos bairros.
desestímulo aos imóveis ociosos ou subutilizados
na área central, tais como PEUC, IPTU progressivo ZEC
no tempo, Dação por Pagamento, Arrecadação de
bens abandonados. Estimular parcerias dos
proprietários de imóveis vazios no centro com o ZONA Centro
Poder Público visando ao aluguel social e definir
diretrizes para viabilizar retrofit de edifícios.

PARÂMETROS QUE INCENTIVAM ADENSAMENTO


ZAC Orla

PARÂMETROS QUE INCENTIVAM PROTEÇÃO


ZAC Planície 1

ZAC Planície 2

ZAC Morro

MORAR NO CENTRO
ZDS Capibaribe

VIVER COM
SEGURANÇA NO
ZDS Tejipó
ESPAÇO PÚBLICO
ZDS Beberibe

ZDS Centro

ZEIS

ZEPH

ZAN

E APROVE
ED IT
NT
CA
AM
E
ICI

ENT
COEF

BÁSICO

1
O

De acordo com o quadro acima, portanto, parâmetros como os


RIO

C
coeficientes de aproveitamento aumentam conforme se caminha

SI

O
ÚNI NI
CO E U
das zonas e setores contidos nos eixos de preservação, passando
pelo de qualificação até o adensamento. Inversamente, as taxas de
contribuição ambiental crescem conforme se vai do eixo de aden-
samento, passando pela qualificação em direção à preservação.

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 11


O Plano Diretor e as diretrizes de parcelamento, uso e ocupação do solo

2.2. Zoneamento do Plano Diretor para as Leis


de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo

12 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


O Plano Diretor e as diretrizes de parcelamento, uso e ocupação do solo

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 13


ConceitoS e parâmetros de parcelamento do solo

de forma a redistribuir as áreas públicas e privadas. Em casos


3. CONCEITOS E PARÂMETROS DE especiais, também pode ser aplicado para regularização de lotea-

PARCELAMENTO DO SOLO mentos implantados em não conformidade com o aprovado pela


Municipalidade, desde que atenda aos requisitos da lei.

3.1. Finalidade 3.4. Áreas públicas e infraestrutura


O parcelamento do solo para fins de urbanização visa regular sua As novas áreas públicas são designadas no momento de parcelar
divisão e redivisão, buscando o melhor aproveitamento urbanístico e o solo em lotes privados, seja para a criação ou extensão de novas
equilíbrio entre áreas públicas e privadas. As diferentes modalidades vias, ciclovias e calçadas, para a criação de parques, praças e áreas
de parcelamento do solo urbano buscam adequar as transforma- verdes ou para a implantação de equipamentos comunitários. A
ções do território aos objetivos de ordenamento territorial do Plano modalidade de parcelamento e o tamanho da gleba a ser parcelada
Diretor, orientando a forma da cidade, a fluidez na mobilidade urbana, definem o tamanho e a destinação de tais áreas, de modo a favorecer
a valorização do patrimônio cultural e ambiental e o fortalecimento os requisitos de qualidade urbanística e ambiental, os objetivos da
da dimensão social. política de desenvolvimento urbano e o cumprimento das estratégias
de ordenamento territorial previstas no Plano Diretor.

Toda forma de parcelamento de glebas a partir de 10.000m² estará


3.2. Onde Incide
sujeita à anuência do Estado, por meio da Agência Condepe/FIDEM,
O parcelamento pode ocorrer em todo o território municipal, podendo
e à destinação de áreas públicas na forma de logradouros, conforme
ser vedado em situações de riscos não mitigáveis e/ou em zonas
mostra o Quadro AA. Nestes casos, ficará reservada uma parcela
de proteção ambiental ou de patrimônio histórico, conforme espe-
de áreas sem destinação específica será estabelecida em função
cificidades de cada caso.
da necessidade e do interesse público. No caso de áreas menores,
incidirão outras ferramentas urbanísticas com a finalidade de qua-
lificar o espaço urbano, detalhadas no Capítulo Ocupação do Solo.
3.3. Como se aplica
Também é dever do loteador prover a gleba parcelada com toda a
A aplicação dos parâmetros está relacionada com as diversas
infraestrutura básica.
modalidades de parcelamento do solo e em função das dimensões
das glebas. As modalidades de parcelamento do solo urbano são: QUADRO AA
Loteamento; Desmembramento; Remembramento; Parcelamento
% Mínima de Destinação de Área Pública
do solo de interesse social e Reparcelamento. LOTE
MÁXIMO   Equipamento condicionantes
Loteamento (m²) Área Urbano e Sistema
Verde Comunitário Viário TOTAL*
O loteamento é a subdivisão de uma gleba ou lote que implique na
sem condicio-
abertura de novas vias de circulação e destinação de áreas púbicas. Até 10.000 N.A. N.A. N.A. N.A.
nantes**
Todo parcelamento do solo de grandes glebas ou lotes (com área
10.000 a
5 N.A. N.A. 10
a partir de 30.000m²) deve prever a abertura de novas vias de cir- 15.000
Anuência
culação e a destinação de áreas públicas, quando destinadas a 15.000 a
10 N.A. N.A. 20 Prévia
30.000
edificações para uso habitacional ou misto. Estadual***
acima de
10 5 15 40
Desmembramento 30.000****
O desmembramento é a subdivisão de gleba ou lote que não implique *A Consulta prévia municipal orientará a destinação das áreas públicas
excedentes ao mínimo exigido por categoria de área para atingir o total
na abertura de novas vias e logradouros públicos.
da destinação prevista nesta Lei.
Remembramento **Incidem pacotes de qualificadores do espaço público, especialmente
nos eixos ZC, ZEC e ZRU
O remembramento é a unificação de dois ou mais lotes contíguos,
***Atender ao Art.13 da Lei Federal 6766/79
ou de parte deles, passando a constituir um ou mais novos lotes.
****Acima de 500.000m²: exigência de Plano Urbanístico.
Parcelamento do solo de interesse social
O parcelamento que tenha características e finalidade de implantação Infraestrutura
de habitação de interesse social (ZEIS 2) deve seguir parâmetros A infraestrutura básica do solo urbanizado deve ser instalada nas novas
especiais definidos nesta lei. vias públicas implantadas e é composta das redes de água, esgoto, dre-
nagem pluvial, energia elétrica, telecomunicações e iluminação pública.
Os casos de parcelamento para fins de regularização fundiária em
ZEIS 1 obedecerão as regras definidas no PREZEIS. Logradouro
Logradouro é a designação genérica de toda superfície de terreno
Reparcelamento
destinada a sistema viário, praça, parque e equipamentos urbanos
O reparcelamento é a forma de redividir um loteamento aprovado
e comunitários incorporados ao uso e domínio públicos.

14 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


ConceitoS e parâmetros de parcelamento do solo

Área Verde
(10%)

Destinação de Área Pública


Sistema viário Área institucional
Área verde
Desmembramento Loteamento
De 10.000m2 a 30.000m2 Acima de 30.000m2 Área verde

Área verde Quadra


A área verde corresponde ao logradouro em que predomina qualquer Quadra é o conjunto contínuo de lotes, cujo perímetro é delimitado
forma de vegetação. A parcela da gleba ou lote destinado à área verde por vias públicas.
deverá ser definida por critérios ambientais, de modo a preservar
A definição de extensão mínima e máxima da quadra deve possi-
e valorizar características ambientais pré-existentes na mesma.
bilitar um equilíbrio entre a flexibilidade formal para adequação
As áreas verdes integram o Sistema Municipal de Unidades Prote- do parcelamento às condições do território e a garantia de uma
gidas - SMUP, nos termos da Lei Municipal nº 18.014/2014. adequada permeabilidade do tecido urbano, que promova fluidez
ao tráfego de pedestres e veículos. A área máxima proposta para
Equipamento comunitário
uma quadra em novos parcelamentos será de 30.000m².
Os equipamentos comunitários são bens especiais destinados
a serviços públicos de uso coletivo, tais como os equipamentos A extensão mínima da face da quadra será de 25m (vinte e cinco
públicos de educação, cultura, saúde, lazer, mercados públicos; metros) e a extensão máxima será de 180m (cento e oitenta metros)
institucionais, a exemplo de sedes de órgãos e entidades públicas;
Lote
e similares.
O lote é o terreno resultante de parcelamento, integrante de uma
Equipamento urbano quadra, com ao menos uma das faces voltada para via pública.
Consideram-se equipamentos urbanos os bens públicos ou pri-
A área mínima do lote resultante do parcelamento do solo no Recife
vados, de utilidade pública, destinados à prestação de serviços
é de 250m², com testada mínima de 10 metros. Nos casos de par-
necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante
celamento para implantação de habitação de interesse social a
autorização do poder público, em espaços públicos e privados.
área do lote mínimo será 125m², com frente mínima de 5 metros.
São exemplos de equipamentos urbanos os espaços destinados
Também podem ser regularizados lotes pré-existentes em situações
a instalação de componentes dos sistemas de abastecimento de
especiais, a exemplo de casas geminadas.
água, esgotamento sanitário, tratamento de resíduos sólidos, de
Na regularização fundiária de interesse social, os lotes resultantes
abastecimento de energia elétrica e de telecomunicações.
de plano urbanístico serão definidos mediante diretrizes do PREZEIS,
Sistema viário
em função das particularidades das situações que exijam maior
O sistema viário é o conjunto das vias oficiais destinadas à circula-
flexibilidade para atender a necessidade de adequação de tecidos
ção de pedestres e veículos. As dimensões do sistema viário devem
urbanos irregulares.
respeitar a hierarquia, larguras e declividades definidas no Plano
Nas zonas definidas com o objetivo de manter padrões de ocu-
de Mobilidade Urbana.
pação de baixa densidade construtiva e populacional, por meio
de parâmetros condizentes com a conservação ambiental de seu
3.5. Dimensão de lotes e quadras território, é necessário o estabelecimento de lotes mínimos com
maiores proporções.
O parcelamento do solo deve seguir parâmetros, como dimensões
Na ZAN Beberibe, o lote mínimo será de 10.000m², admitindo-se a
mínimas e máximas de lotes e quadras, de modo a adequar a inser-
instituição de condomínios nos termos da legislação federal, com
ção de empreendimentos de médio e grande porte em relação ao
o objetivo de manter padrões de ocupação de baixa densidade
entorno, melhorar a oferta de áreas públicas e evitar a descontinui-
construtiva e populacional, com parâmetros de uso, ocupação e
dade do sistema viário.
parcelamento do solo condizentes com a conservação ambiental
Gleba
de seu território.
A gleba é uma porção de terra contínua que ainda não foi parcelada.

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 15


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE USO DO SOLO

Usos Habitacionais e Habitação de Interesse Social


4. CONCEITOS E PARÂMETROS DE
USO DO SOLO
Habitação unifamiliar
isolada

Unifamiliar
4.1. Classificação dos usos
No município do Recife os usos urbanos são classificados nas Habitação unifamiliar
seguintes categorias: conjunto

• HABITACIONAL – H: uso para moradia.


• NÃO-HABITACIONAL – NH: uso para desenvolvimento de ativi-
dades comerciais, de serviços e industriais. Habitação multifamiliar
horizontal
É permitida a instalação no mesmo lote ou edificação, de mais de
uma categoria ou subcategoria de uso, de modo combinado: habita-
cional (H) e não-habitacional (NH), combinação esta popularmente
conhecida como uso misto, ou de mais de uma atividade urbana:
não-habitacional (NH) e não-habitacional (NH).
Multifamiliar

Habitação multifamiliar vertical


A classificação dos usos e atividades urbanas em categorias e sub- isolada
categorias tem por objetivo promover a política de desenvolvimento
urbano prevista no Plano Diretor, proporcionando a instalação de
usos ambientalmente compatíveis e adequados à condição atual e
desejada para o território, evitando, ao mesmo tempo, a implantação
de usos incompatíveis entre si e não condizentes com as condições Habitação multifamiliar vertical
conjunto
existentes e previstas para o município do Recife.

Como exemplo de tal estratégia, a implantação de atividades clas-


sificadas como geradoras de impacto ou de incomodidade exigem,
por parte do órgão gestor municipal, o estabelecimento de diretrizes
e condições para a sua implantação, de modo a possibilitar uma
geminadas ou superpostas, agrupadas horizontalmente e com
inserção compatível com a diversidade de usos urbanos, práticas
acesso independente a cada unidade habitacional por vias inter-
sociais e a preservação do meio ambiente.
nas ao conjunto de circulação de veículos ou de pedestres. Fica
vedado o acesso direto pela via oficial de circulação;
4.1.1. Subcategorização dos usos Vertical:

Para efeitos da revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, propõe-se Isolada: constituído por edifício de apartamentos agrupados
que os usos habitacionais e não habitacionais se subdividam nas verticalmente com áreas comuns *
seguintes categorias:
Conjunto: constituído por mais de um edifício de apartamentos.

USOS HABITACIONAIS: a categoria de Uso Habitacional – H tem * Áreas Comuns – são áreas com livre acesso que podem ser utilizadas
como referência a unidade habitacional e divide-se nas seguintes coletivamente por todos os condôminos de conjuntos multifamiliares.
subcategorias:
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: É toda moradia, com condi-
• Habitação Unifamiliar ções adequadas de habitabilidade, destinada à população de baixa
renda mediante programas promovidos pelo poder público. Subdi-
Isolada: corresponde a uma unidade habitacional por lote;
vide-se nas mesmas categorias tipológicas do uso habitacional..
Conjunto: conjunto com duas ou mais unidades habitacionais,
agrupadas horizontalmente ou superpostas, e com acessos
USOS NÃO HABITACIONAIS: a categoria de Uso não Habitacional
independentes para a via oficial.
NH compreende atividades de comércio e serviços, industriais,
• Habitação Multifamiliar institucionais e de infraestrutura que, em função de sua natureza e
dos parâmetros de incomodidade estabelecidos nesta lei, divide-se
Horizontal: constituído por condomínio de casas isoladas,
nas seguintes subcategorias:

16 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE USO DO SOLO

• Comércio Varejista; Usos Não Habitacionais


• Comércio Atacadista;
• Serviços de Educação;
Comércio Varejista
• Serviços de Saúde;
• Serviços Técnicos Especializados, Financeiros e Similares;
• Serviços de Diversão; Comércio Atacadista

• Serviços Religiosos;
• Serviços Públicos em Geral; Serviços de Educação

• Serviços de Infraestrutura;
• Serviços de Hotelaria;
• Serviços Técnicos e de Reparação em Geral; Serviços de Saúde

• Indústria.

$
4.2. Gestão de impactos Serviços Financeiros e Similares

Os usos, quaisquer que sejam a categoria, pelo seu caráter de


incomodidade, podem ser classificados em:

• Empreendimentos de Impacto de Vizinhança; Serviços Diversão

• Polos Geradores de Viagens (PGV) e Polos Geradores de Tráfego


(PGT);

• Geradores de Incômodo à Vizinhança.


Serviços Religiosos

4.2.1. Empreendimentos de Impacto e Estudo de


Impacto de Vizinhança (EIV)
Os Empreendimentos de Impacto são aqueles, públicos ou privados, Serviços Públicos em Geral
habitacionais ou não-habitacionais que, por seu porte ou natureza,
podem causar:

• Alteração significativa no ambiente natural ou construído;


Serviços de infraestrutura
• Alteração significativa na dinâmica socioeconômica;
• Sobrecarga na capacidade de atendimento de infraestrutura básica;
• Sobrecarga nos sistemas de mobilidade urbana.
Serviços de Hotelaria
São considerados Empreendimentos de Impacto:

• As edificações de uso habitacional localizadas em terrenos


com área igual ou superior a 2 ha (dois hectares), ou cuja área
construída seja igual ou superior a 15.000m² (quinze mil metros Usos Industriais
quadrados);

• As edificações de uso não-habitacional localizadas em terrenos

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 17


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE USO DO SOLO

com área igual ou superior a 2 ha (dois hectares), ou cuja área • A identificação dos impactos positivos e negativos decorrentes
construída seja igual ou superior a 10.000m² (dez mil metros da instalação do empreendimento ou da atividade, considerando
quadrados); a análise dos aspectos sobre:

• São considerados Empreendimentos de Impacto, independen- --Meio ambiente;


temente da área de terreno ou construída:
--Mobilidade;
--Shopping Center; --Infraestrutura básica, incluindo saneamento e energia elétrica;
--Terminais ou Centrais de Carga ou Abastecimento; --Equipamentos urbanos e comunitários;
--Estações de Tratamento de água e esgoto; --Estrutura socioeconômica e adensamento populacional;
--Estações de energia elétrica e similares; --Uso e ocupação do solo;
--Terminais de transportes rodoviários, ferroviários e aeroviários; --Valorização imobiliária;
--Parques de diversões; --Conforto ambiental, incluindo ventilação, iluminação, poluição
sonora e atmosférica;
--Cemitérios;
--Necrotérios; --Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;
--Matadouros, abatedouros e similares; • Proposição de soluções e medidas mitigadoras ou compensa-
tórias quanto aos impactos negativos, bem como potencializa-
--Presídios; doras dos impactos positivos, causados pelo empreendimento
--Quartéis e Corpo de Bombeiros; ou atividade a ser implantada, com a justificativa e descrição
dos efeitos esperados.
--Aterros sanitários e usinas de reciclagem de resíduos sólidos;
O EIV de empreendimento de impacto será precedido da solicitação
--Autódromos, hipódromos e similares;
de Orientação Prévia para Empreendimento de Impacto – OPEI,
--Estádios esportivos; por meio da qual serão indicados ao interessado a abrangência e
--Depósitos de materiais inflamáveis, tóxicos e similares; o conteúdo que o EIV deverá apresentar, de acordo com as carac-
terísticas do empreendimento e da região onde se localiza, bem
--Projeto Especial, Operação Urbana Consorciada e obra viária
como informações disponíveis nos bancos de dados do Executivo
de grande porte.
municipal de subsídio a elaboração do EIV.
• Aqueles que por sua natureza ou condições requeiram análise
A OPEI, portanto, consiste na formulação de diretrizes urbanísticas
ou tratamento específico por parte dos órgãos competentes
integradas, por parte do Poder executivo municipal, com a finali-
do Município.
dade de orientar os empreendedores no processo de elaboração
Para subsídio ao licenciamento pelo Município da implantação, fun-
de projetos para empreendimentos de Impacto no território do
cionamento ou ampliação de um empreendimento de impacto será
Recife e seu respectivo EIV. Por meio da OPEI o Poder Público
exigida a aprovação de seu correspondente Estudo de Impacto de
municipal fornecerá roteiro específico para elaboração do EIV ao
Vizinhança (EIV), documento que apresenta o conjunto de estudos e
interessado, indicando quais itens deverão ser apresentados, nos
informações técnicas relativas à identificação, avaliação e definição
termos expostos nesta proposta.
de medidas de adequação dos impactos urbanísticos e ambientais
Deverá ser dada ampla publicidade aos documentos integrantes
de significativa repercussão ou interferência na área de entorno da
do OPEI e do EIV, e da intenção por parte do empreendedor da
instalação do empreendimento.
realização do empreendimento, de modo que os interessados
O objetivo do EIV é possibilitar a inserção, compatível com o ambiente
possam apresentar contribuições e /ou oposição fundamentada
urbano, de usos que configuram impactos urbanísticos de modo
quanto à sua instalação a ser apreciada pelo órgão competente da
a promover a sustentabilidade urbano-ambiental, a diversidade de
municipalidade durante o processo de análise. Em função do porte
práticas sociais e a preservação dos interesses coletivos.
e nível de incomodidade do empreendimento, poderá ser realizada
O EIV deverá conter: Audiência Pública.

O Poder Executivo, baseado no EIV, poderá condicionar a aprova-


• A caracterização do empreendimento, com sua identificação,
ção do empreendimento à execução de medidas, às expensas do
localização, objetivos e justificativas;
empreendedor, para eliminar ou minimizar impactos negativos a
• A caracterização da vizinhança, com definição do perímetro e serem gerados pelo empreendimento ou ainda indeferir a realização
diagnóstico social, econômico, cultural, urbanístico e ambiental do empreendimento proposto.
da área de influência do empreendimento.
Poderão ser determinadas pelo Poder Público municipal, entre outras,
as seguintes medidas a serem cumpridas na área de vizinhança

18 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE USO DO SOLO

identificada no EIV: o Plano de Mobilidade do Recife (em elaboração).

• A. Doação de terreno ou imóvel edificado para instalação de • POLO GERADOR DE TRÁFEGO (PGT): constitui um caso especial
equipamentos públicos, comércio popular ou implantação de de Polo Gerador de Viagem, definido por empreendimento público
habitação de interesse social; ou privado responsável por atrair para a sua área de influência um
número significativo de viagens de veículos motorizados, com
• Implantação ou adequação de aspectos da mobilidade e potencial para causar impactos negativos na circulação viária e
acessibilidade;
grande demanda por vagas em estacionamentos ou garagens.

• Preservação, conservação, recuperação e/ou compensação • Será classificado como Polo Gerador de Tráfego - PGT, segundo
ambiental;
o Plano de Mobilidade do Recife (em elaboração), o empreendi-
mento ou atividade, que apresente um total de área destinada
• Recuperação de imóveis, fachadas ou outros elementos de
ao estacionamento e circulação de veículos motorizados igual
interesse paisagístico e de patrimônio cultural;
ou superior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados) para uso
• Execução de melhorias e ampliação de serviços ou redes de habitacional e 2.500 m² (dois mil e quinhentos metros quadrados)
infraestrutura urbana; para usos não-habitacionais.

Para a sua instalação e funcionamento, os usos classificados como


• Procedimentos que minimizem os incômodos decorrentes das
PGT deverão ser objeto de análise específica pelo órgão municipal
atividades a serem desenvolvidas sobre o ambiente urbano ou
responsável pela gestão da mobilidade de modo a assegurar sua
sobre os imóveis da área de vizinhança;
inserção adequada no ambiente urbano.
• Realização de medidas de redução da emissão de gases de efeito Sem prejuízo da legislação específica, a aprovação de projetos e
estufa (GEE), e outras substâncias nocivas ao ser humano e ao
a renovação do alvará de localização e funcionamento daqueles
meio ambiente;
empreendimentos caracterizados como Polos Geradores de Tráfego
(PGT) podem ser condicionadas à mensuração, avaliação e miti-
• Criação de cotas de emprego, cursos de capacitação profissional
gação de suas respectivas externalidades negativas na mobilidade
e apoio a projetos comunitários envolvendo a população na área
urbana, especialmente nas seguintes hipóteses:
de vizinhança do empreendimento;

• Destinação de recursos mediante contribuição ao fundo muni- • Do licenciamento inicial do empreendimento;


cipal específico correspondente, com destinação específica
• Da mudança de uso;
para o cumprimento de medida mitigadora, compensatória ou
potencializadoras dos impactos positivos. • De reformas com acréscimo de área igual ou superior a 20%
(vinte por cento).
A instalação de empreendimentos sujeitos a EIV no Município de
Recife é condicionada à apreciação, pela Comissão de Controle Urba- A mensuração das externalidades negativas geradas pelos Polos
nístico - CCU - e pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano – CDU, Geradores de Tráfego (PGT) deve seguir as diretrizes do Manual
de Estudos de Tráfego do Recife, que deverá ser desenvolvido pelo
O licenciamento definitivo do empreendimento ou atividade ocorrerá
Executivo Municipal após a publicação do Plano de Mobilidade
após a implementação das medidas mitigadoras, compensatórias
Urbana do Recife.
e potencializadoras estabelecidas.

4.2.2. Polos Geradores de Viagens ou Tráfego 4.2.3. Atividades potencialmente geradoras de


incômodo à vizinhança (APGI)
Os usos pertencentes a quaisquer categorias são classificados em
São considerados usos potencialmente geradores de incômodo
PGV e/ou PGT quando:
à vizinhança:
• POLO GERADOR DE VIAGEM (PGV): empreendimento público
ou privado responsável por atrair para sua área de influência um • Usos potencialmente geradores de sons e ruídos;
número significativo de viagens, em qualquer modo de transporte,
• Usos potencialmente geradores de poluição atmosférica;
com potencial para causar impactos negativos na mobilidade
urbana. Os Polos Geradores de Viagens - PGV devem promover • Usos que envolvem riscos de segurança;
a caminhada e o uso da bicicleta como modo de transporte
desejável para o acesso de seus usuários. Os PGVs devem dis- • Usos potencialmente geradores de resíduos com exigências
sanitárias.
ponibilizar infraestruturas de apoio ao pedestre e ao ciclista, de
acordo com o seu tipo de uso e porte, a serem definidos segundo O objetivo da definição destes usos é buscar a compatibilidade entre

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 19


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE USO DO SOLO

os usos preexistentes e os usos a serem instalados no território do


Município considerando:

• O nível de incomodidade;
• A localização;
• Os requisitos de instalação.
A instalação de Atividades Potencialmente Geradoras de Incômodo
à Vizinhança (APGI) deverá atender aos requisitos de instalação em
função de seu nível de incomodidade e localização.

A APGI que também for classificada como empreendimento de


impacto terá seu processo de análise e estabelecimento de requi-
sitos de instalação incorporados no processo de análise do EIV
correspondente.

São exemplos de APGI: oficinas mecânicas, armazéns de material


de construção, bares e casas noturnas, comércio de produtos quí-
micos, templos religiosos, academias de ginástica, dentre outros.

20 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


SE TORIZ AÇÃO PAR A PARCE L AME NTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

especiais, como as ZEIS e o setor de controle mais rigoroso da ZEPP


5. SETORIZAÇÃO PARA (antiga ZEPH), a serem definidos no âmbito dos planos específicos.

PARCELAMENTO, USO E São Zonas Especiais:

OCUPAÇÃO DO SOLO • Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS)


Aos setores correspondem conjuntos de parâmetros de parcela- • Zona Especial de Centralidade (ZEC);
mento, uso e ocupação do solo, estabelecidos nos quadros desta • Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural
proposta, definidos para porções específicas do território. (ZEPP).

• Os perímetros dos setores estão delimitados no Mapa de Seto-


rização desta proposta.
5.1. Dos Setores Inseridos nas Zonas
• Os parâmetros atribuídos aos setores, constantes da planilha X desta
Integrantes da Macrozona de Ambiente
proposta, estão organizados de modo a conformar três eixos de
atuação da LPUOS: setores voltados ao Adensamento populacional Natural e Cultural (MANC)
e construtivos qualificados; setores de Qualificação urbanística
Os setores localizados na MANC, tanto aqueles derivados das ZAN
ambiental, e; setores de proteção ambiental, social ou cultural.
quanto das ZDS, representam as áreas da cidade do Recife pertencen-
tes ao eixo de Proteção e Qualificação desta proposta, onde incidem
Os setores do Município têm suas características definidas a partir
ferramentas e parâmetros que priorizam os aspectos ambientais,
das definições do macrozoneamento e do zoneamento estabelecidos
sociais e culturais existentes no território, mobilizando ferramentas
no Plano Diretor, na seguinte conformidade:
de qualificação do território no sentido de usar para preservar.
Os setores integrantes das zonas inseridas na Macrozona de
Ambiente Natural e Cultural (MANC), pertencentes aos eixos de
Proteção e Qualificação desta proposta, caracterizam-se pela pre- 5.1.1. Setores da Zonas de Ambiente Natural
sença de maciços vegetais preservados, das águas, e do patrimônio
As Zonas de Ambiente Natural (ZAN) têm predominância de áreas
histórico e cultural como elemento estruturador do território. Tem por
não urbanizadas, forte presença de remanescentes de matas nativas
objetivos gerais valorizar, proteger e recuperar, de forma sustentável
e Unidades de Conservação da Natureza (UCN), sendo identificadas
e estratégica, os recursos naturais e culturais da cidade, de modo
e compartimentadas de acordo com as bacias onde se localizam.
a formar um sistema integrado, compreendendo:
As Zonas de Ambiente Natural (ZAN), pertencentes ao Eixo de
• Zonas de Ambiente Natural (ZAN), pertencentes ao Eixo de Proteção;
Proteção, têm por objetivo recuperar áreas degradadas, garantir
• Zonas de Desenvolvimento Sustentável (ZDS), pertencentes aos padrões sustentáveis de ocupação, sustentabilidade na produção
Eixos de Proteção e Qualificação. eco comunitária, integração de espaços verdes e promoção da
educação ambiental, sendo subdivididas em:
Os setores integrantes das zonas inseridas na Macrozona de
Ambiente Construído (MAC) abrangem as áreas intensamente urba- • ZAN Beberibe;
nizadas, caracterizadas pela predominância do conjunto edificado
ou com aptidão para edificação, com intensidade de ocupação e • ZAN Capibaribe;
diversidade de usos e tipologias. Os setores da MAC estão distribu-
• ZAN Tejipió;
ídos entre os Eixos de Qualificação e Adensamento desta proposta.
Tem por objetivos gerais valorizar, conservar, adequar, qualificar e • ZAN Orla;
reestruturar o espaço edificado da cidade, compreendendo: O Setor Zona de Ambiente Natural Beberibe (ZAN Beberibe) cor-
responde à porção da bacia do Rio Beberibe com predominância
• Zonas de Ambiente Construído (ZAC), pertencentes ao Eixo de
de áreas não urbanizadas, forte presença de remanescentes de
Qualificação;
matas nativas, Unidades de Conservação da Natureza (UCN), nas-
• Zona Centro (ZC), pertencentes ao Eixo de Qualificação; centes, mananciais, sítios, granjas e chácaras, onde também se
• Zona de Reestruturação Urbana (ZRU), pertencentes ao Eixo de encontram ocupações de baixa renda. Tem por objetivo a proteção
Adensamento. e a contribuição ambiental.

As Zonas Especiais estabelecem parâmetros urbanísticos para O Setor ZAN Beberibe tem sua porção leste limitada pela BR-101 e, em
parcelas específicas do território, tendo em vista sua especial função de sua localização estratégica, terá possibilidade de implan-
condição social, urbanística ou ambiental, independentemente tação de atividades produtivas de baixo impacto ambiental, sempre
da regulação geral das macrozonas ou zonas em que se insiram. que condizentes com as características ambientais do território e a
legislação ambiental municipal, estadual e federal incidentes. Dessa
Por suas características os setores destas zonas pertencem ao Eixo
maneira, a faixa lindeira à rodovia, numa extensão de até 400 metros de
de Proteção desta proposta e atendem a condições e parâmetros

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 21


SE TORIZ AÇÃO PAR A PARCE L AME NTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

distância da BR-101, terá parâmetros urbanísticos e usos diferenciados. • ZDS Tejipió


O Setor Zona de Ambiente Natural Capibaribe (ZAN Capibaribe), • ZDS Centro
corresponde à porção da bacia do Rio Capibaribe a oeste da BR-101
A Zona de Desenvolvimento Sustentável Beberibe (ZDS Beberibe)
e quase integralmente a norte do Rio. Possui grande incidência de
corresponde ao território de influência da rede hídrica do Rio Beberibe
áreas não urbanizadas, forte presença de remanescentes de matas
que penetra no espaço urbano do Recife pelos morros da porção
nativas e de Unidades de Conservação da Natureza (UCN). Tem por
norte do Município.
objetivo a proteção e a contribuição ambiental.
Em função de suas características morfológicas e do padrão de
Em função de sua localização estratégica e da presença da BR-101
ocupação incidente pertence ao Eixo de Proteção, o setor tem como
em sua porção norte, terá possibilidade de implantação de atividades
objetivo a regularização urbanística e fundiária da área para manu-
produtivas de baixo impacto ambiental, sempre que condizentes com
tenção de baixo/médio adensamento populacional e construtivo,
as características ambientais do território e a legislação ambiental
sendo subdividida nos seguintes setores:
municipal, estadual e federal incidentes. Dessa maneira, a faixa
lindeira à rodovia, numa extensão de até 400 metros de distância • ZDS Beberibe Setor A, com parâmetros de ocupação condizentes
com as características ambientais do território para a melho-
da BR-101, terá parâmetros urbanísticos e usos diferenciados.
ria da relação com os corpos hídricos, ampliação da fruição e
O Setor Zona de Ambiente Natural Tejipió (ZAN Tejipió) corres-
conexão das áreas livres públicas e implantação de programas
ponde à porção da bacia do Rio Tejipió em três áreas na Região Sul
de regularização urbanística e fundiária nas áreas vulneráveis.
do Recife a oeste da BR-101, por onde cruza a BR-232; na região da
Mata do Barro e do Engenho Uchoa, e; o Parque dos Manguezais. • ZDS Beberibe Setor B, com o objetivo de manutenção da média e
baixa densidade construtiva e populacional existente no território,
O Setor Zona de Ambiente Natural Tejipió (ZAN Tejipió) tem predomi-
conformando um setor de transição entre as bordas d’água e as
nância de áreas não urbanizadas, forte presença de remanescentes
zonas da Macrozona de Ambiente Construído (MAC).
de matas nativas e Unidades de Conservação da Natureza (UCN).
Tem por objetivo a proteção e a contribuição ambiental.
A Zona de Desenvolvimento Sustentável Capibaribe (ZDS Capiba-
As áreas próximas às rodovias BR-101 e BR-232, em função de suas ribe), em função de sua extensão e da diversidade morfotipológica
localizações estratégicas, admitirão a implantação de atividades de suas áreas, pertence aos Eixos de Qualificação e Proteção e fica
produtivas de baixo impacto ambiental, sempre que condizentes com dividida em duas categorias:
as características ambientais do território e a legislação ambiental
Setores de Frentes D’Água, dos quais são integrantes os Setores
municipal, estadual e federal incidentes com a definição de parâmetros
A, B e C, com parâmetros de ocupação condizentes com as carac-
urbanísticos diferenciados para as faixas lindeiras às rodovias, com-
terísticas ambientais do território, especialmente:
posta pelas áreas de até 400 metros de distância das apontadas vias.
• Parâmetros de contribuição ambiental que deverão ser observa-
O Setor Zona de Ambiente Natural Orla (ZAN Orla) se caracteriza
dos no momento de solicitação da autorização de construção,
pela faixa litorânea, que vai da calçada das avenidas à beira mar
variando a sua incidência conforme o tamanho do lote;
até as águas com 10 metros de profundidade, incluindo os recifes
costeiros, situada entre o limite do Município de Jaboatão dos Gua- • Parâmetros de controle da volumetria, com a determinação de
gabarito máximo mais restritivo, visando a conformação de uma
rarapes e o Município de Olinda e caracterizada pela faixa de praia.
paisagem mais amena nas proximidades do rio;

• Ferramentas de melhoria da interface entre áreas públicas e


5.1.2. Setores da Zona de Desenvolvimento Sustentável privadas e a diversificação de usos (ampliação das calçadas
por permuta, fachada ativa e térreo visitável)
As Zonas de Desenvolvimento Sustentável (ZDS) incidem no território
de influência da rede hídrica principal e secundária que penetra no • Ferramentas que contribuem para a viabilização de áreas para
espaço urbano do Recife, com setores pertencentes aos Eixos de conformação do Parque Capibaribe (Fruição da borda d’água).
Qualificação e Proteção.
Setores de transição dos quais são integrantes os Setores D, E, e
As Zonas de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo arti- F, que tem por objetivo a manutenção da média e baixa densidade
cular os elementos do patrimônio cultural e do meio ambiente por construtiva e populacional existente, com incentivo ao uso misto
meio dos corpos hídricos principais e secundários que atravessam e a utilização de Parâmetros Qualificadores do Espaço Urbano,
o Município, de modo a reconquistar a relação da cidade com as tais como ampliação das calçadas por permuta, fachada ativa e
frentes d’água, garantir qualidade ambiental e uma rede de conexão térreo visitável.
urbana, sendo subdivididas em:
Esses setores exercem uma função de transição entre as bordas
• ZDS Beberibe d’água e as zonas da Macrozona de Ambiente Construído, gerando
uma gradação de gabaritos, que se tornam maiores na medida em
• ZDS Capibaribe
que se distanciam do Rio Capibaribe.

22 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


SE TORIZ AÇÃO PAR A PARCE L AME NTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A ZDS Capibaribe fica assim subdividida em: função de sua extensão e da diversidade morfotipológica de suas
áreas, pertence aos Eixos de Qualificação e Proteção e fica dividida
• ZDS Capibaribe Setor A, correspondente ao setor lindeiro ao
em duas categorias:
Rio Capibaribe desde sua região mais central, no Derby, até o
limite com a BR-101, no bairro de Apipucos, incluindo a região do Setores de frentes d’água, caracterizados pela proximidade dos
entorno do açude. Parte significativa deste perímetro pertencia corpos hídricos, especialmente os rios Tejipió, Jiquiá e Jordão, o que
aos perímetros da ARU (Lei dos 12 Bairros n. 16.719/01), tem acarreta a demanda por parâmetros de ocupação condizentes com
como objetivo a baixa densidade construtiva e populacional as características ambientais do território, sendo mais relevantes:
associada a mecanismos de estreitamento da relação com as
• Incidência da contribuição ambiental, observados no momento
frentes d’água e ampliação de fruição e áreas públicas, visando
de solicitação da autorização de construção, variando a sua
contribuir com a implantação do Parque Capibaribe.
incidência conforme o tamanho do lote.

• ZDS Capibaribe Setor B, correspondente ao setor lindeiro ao Rio • Parâmetros de controle da volumetria, com a determinação de
Capibaribe, margem direita, desde a região de Afogados até o bairro
gabarito máximo mais restritivo.
da Torre, e tem como objetivo a baixa e média densidade cons-
trutiva e populacional associada a mecanismos de estreitamento • Ferramentas de melhoria da interface entre áreas públicas e
da relação com as frentes d’água e ampliação de fruição e áreas privadas e a diversificação de usos (ampliação das calçadas por
públicas, visando contribuir com o Parque Linear do Capibaribe. permuta, fruição da borda d’água por permuta, fachada ativa e
térreo visitável)
• ZDS Capibaribe Setor C, correspondente ao setor lindeiro ao Rio
Capibaribe, margem direita, desde a região do bairro da Torre Setores de transição, que tem o objetivo de manutenção da média
até a Várzea, passando pelo bairro de Iputinga e atravessando a densidade construtiva e populacional existente no território, con-
BR-101. Tem como objetivo a baixa densidade construtiva e popu- formando um setor de transição entre os setores de bordas d’água
lacional associada a mecanismos de estreitamento da relação e as zonas da Macrozona de Ambiente Construído, gerando uma
com as frentes d’água e ampliação de fruição e áreas públicas, gradação de gabaritos que se tornam mais flexíveis na medida em
visando contribuir com a implantação do Parque Capibaribe. que se distancia do corpo hídrico.

A Zona de Desenvolvimento Sustentável do Tejipió (ZDS Tejipió)


• ZDS Capibaribe Setor D, correspondente às demais áreas da
fica subdividida nos seguintes setores:
ZDS Capibaribe localizadas à margem esquerda do Rio, entre o
setor de borda da margem esquerda do Capibaribe (setor A) e • ZDS Tejipió Setor A, correspondente à faixa urbanizada dos
a MAC. A quase totalidade da ZDS Capibaribe Setor D pertencia rios Tejipió e Jiquiá, com exceção do entorno do Rio Jordão,
aos perímetros da ARU (Lei dos 12 Bairros n. 16.719/01), de onde se objetiva a manutenção das densidades populacionais
onde derivam os parâmetros a elas aplicados e tem por objetivo e construtivas mais baixas, com parâmetros de controle da
a manutenção da média densidade construtiva e populacional volumetria associados às ferramentas de ampliação da fruição e
existente no território, através da aplicação de parâmetros de dos espaços públicos para conformação de parques lineares. Em
volumetria que façam a transição entre as áreas de maior e função de suas características ambientais, incide a “contribuição
menor controle de gabarito. ambiental” com o objetivo de contribuir para a minimização das
questões de drenagem urbana da bacia.
• ZDS Capibaribe Setor E, correspondente às áreas de adensamento
mais consolidado dos bairros da Torre e Madalena, entre o Setor B • ZDS Tejipió Setor B, pertence ao Eixo de Qualificação desta
de borda da margem direita do Capibaribe e a ZRU da MAC, e que proposta e correspondente às faixas lindeiras ao Rio Jordão, na
tem por objetivo a manutenção da média densidade construtiva região de Boa Viagem até o limite sul do Município, e que tem
e populacional existente no território, através da aplicação de como objetivo incentivar a multiplicidade de usos no espaço
parâmetros de volumetria que façam a transição entre as áreas urbano, bem como qualificar a relação entre os espaços públicos
de maior e menor controle de gabarito. e privados por meio de ferramentas Qualificadoras do Espaço
Público, tais como ampliação das calçadas por permuta, fruição
• ZDS Capibaribe Setor F, correspondente às demais áreas da ZDS da borda d’água por permuta, fachada ativa e térreo visitável.
Capibaribe, incluindo tanto as lindeiras aos setores das frentes
d’água da margem direita do Capibaribe (setores B e C), quanto Zona de Desenvolvimento Sustentável Centro (ZDS Centro), corres-
aquelas que recobrem seus afluentes nas áreas de planície pondente às áreas da ZDS localizadas na região central do Recife com
do Recife, que têm o objetivo de manutenção da média/baixa parte significativa de suas áreas protegidas pelas Zonas Especiais
densidade construtiva e populacional existente no território com de Patrimônio Histórico e Cultural (ZEPP), portanto pertence ao Eixo
parâmetros de volumetria que façam a transição entre as áreas de de Qualificação desta proposta e tem o objetivo de manutenção da
maior e menor controle de gabarito dos setores da MANC e MAC. média densidade construtiva existente no território com parâmetros
de volumetria e de incentivo à diversificação de usos e ampliação
A Zona de Desenvolvimento Sustentável Tejipió (ZDS Tejipió), em

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 23


SE TORIZ AÇÃO PAR A PARCE L AME NTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

da fruição e dos espaços públicos. entre as áreas de maior controle de volumetria e os setores de
adensamento nas Zonas de Reestruturação Urbana.

5.2. Dos Setores Inseridos nas Zonas • ZAC Planície 1 Setor B, correspondente aos bairros do Espinheiro e
dos Aflitos, integrantes do antigo Setor de Reestruturação Urbana
Integrantes da Macrozona de Ambiente 1 (SRU1) da Lei de Reestruturação Urbana (ARU), mantendo o
Construído (MAC) Coeficiente de Aproveitamento equivalente ao indicado para o
SRU1, bem como mesma limitação de gabarito.
As Zonas de Ambiente Construído (ZAC) incidem nas áreas de
planície, orla e morros com diversidade morfotipológica, diferentes • ZAC Planície 1 Setor C, correspondente à porção da ZAC P1
usos, densidades construtivas e populacionais e assimetrias em localizada a oeste e ao sul do Rio Capibaribe, região do Prado.
relação às infraestruturas instaladas e equipamentos públicos. Em função da predominância de usos horizontais da região, o
coeficiente de aproveitamento máximo da área e o gabarito
As Zonas de Ambiente Construído têm por objetivo ordenar o aden-
máximo, assim como no Setor B, ficam reduzidos.
samento territorial em consonância com a infraestrutura urbana
instalada nas diferentes áreas da planície, da orla e dos morros,
aplicando-se parâmetros qualificadores do espaço público (amplia-
5.2.2. Setores da Zona de Ambiente Construído
ção das calçadas por permuta, fachada ativa e térreo visitável) e
Planície 2
sendo subdivididas nas Zonas:
Zona de Ambiente Construído Planície 2 (ZAC Planície 2/ ZAC P2)
• ZAC Planície 1;
corresponde às áreas de planície mais distantes da região central,
• ZAC Planície 2; com carência de infraestrutura, equipamentos, serviços públicos
e baixa oferta de empregos que, em função das diferenças mor-
• ZAC Morros; fotipógicas, geomorfológicas e seu rebatimento nas questões de
drenagem urbana do Recife, fica subdividida nos Setores:
• ZAC Orla.
• ZAC Planície 2 Setor A, correspondente ao trecho de ZAC P2
Parte significativa dos setores localizados na MAC, especialmente
localizado ao sul do Rio Tejipió, no entorno da Lagoa do Araçá
nas ZAC Planície 1, 2 e Orla, representam as áreas da cidade do
que, em função das questões de drenagem incidentes na região,
Recife pertencentes ao eixo de Qualificação desta proposta, onde
além de estar envolta pela ZDS Tejipió, tem por objetivo a manu-
incidem ferramentas e parâmetros que priorizam a qualificação do
tenção do adensamento construtivo e populacional médio e
território, consolidando as dinâmicas pré-existentes.
baixo, com especial atenção à “contribuição ambiental”, estímulo
A ZAC Morro enquadra-se no eixo de Proteção desta proposta, em à diversificação de uso e melhoria da interface entre os usos
função das fragilidades ambientais da área dos morros e das carac- públicos e privados.
terísticas socioeconômicas das comunidades que moram na região.
• ZAC Planície 2 Setor B, bacia do Capibaribe, Tejipió e do Beberibe,
correspondente às demais áreas da ZAC Planície 2, localizadas
5.2.1. Setores da Zona de Ambiente Construído nas porções norte e oeste do Recife e que tem por objetivo a
Planície 1 manutenção das baixas e médias densidades construtivas e
populacionais associadas à qualificação do espaço público e a
A Zona de Ambiente Construído Planície 1 (ZAC Planície 1/ ZAC P1)
qualificação ambiental do território.
corresponde aos bairros no entorno da região central, com oferta
de infraestrutura, equipamentos, serviços públicos e apresentam
• ZAC Planície 2 Setor C, correspondente às áreas da ZAC Planície
significativa diversidade morfotipológica. Para essas áreas será
2 onde incidem os perímetros de ZRU2, vinculados aos futuros
estimulado adensamento construtivo médio, associado às ferra-
eixos principais de mobilidade sustentável do Recife. Pela sua
mentas qualificadoras do espaço público e à diversificação de usos.
potencialidade para adensamento construtivo e populacional
Em função da necessidade de adequação dos parâmetros de uso,
vinculado à futura operação de transporte público sustentável,
ocupação e parcelamento do solo dessas áreas, a ZAC Planície 1
ainda não implantado e pela pouca infraestrutura de saneamento,
fica subdividida nos Setores:
apresenta parâmetros urbanísticos intermediários entre o Setor A
• ZAC Planície 1 Setor A, correspondente à porção da ZAC P1 e o Setor B da ZAC P2. Após a complementação da infraestrutura
localizada nas proximidades e ao norte da Avenida Norte Miguel de saneamento ambiental e implantação dos anéis de mobilidade,
Arraes de Alencar, nos bairros do Rosarinho e Campo Grande. essas áreas serão convertidas em Setor ZRU, conforme disposto
Tem por objetivo o adensamento médio por meio de ferramentas no projeto de lei do Plano Diretor.
de qualificação da interface entre os usos públicos e privados
que visem a diversificação de usos, a ampliação da fruição e dos
5.2.3. Setores da Zona de Ambiente Construído
espaços públicos. O controle da volumetria gera uma transição

24 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


SE TORIZ AÇÃO PAR A PARCE L AME NTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Morro ambientais, culturais e disponibilidade de infraestrutura instalada.


Por suas características e vocações, a ZC pertence aos eixos de
Setor Zona de Ambiente Construído Morro (ZAC Morro), corres-
Adensamento e Qualificação.
pondente às áreas dos morros da zona norte e zona sul do Recife.
O objetivo dos setores da ZC é qualificar a relação entre os usos
Em função da significativa carência de infraestrutura, serviços e
públicos e privados por meio de estímulos ao uso misto, à contribui-
equipamentos públicos, além das fragilidades decorrentes de suas
ção ambiental, e dos qualificadores do espaço público, tais como a
características geomorfológicas, esse setor pertence ao eixo de
ampliação das calçadas por permuta, fachada ativa e térreo visitável.
Proteção da proposta de revisão das Leis de Parcelamento, Uso e
Em função de sua diversidade funcional e morfotipológica, a ZC
Ocupação do Solo.
fica subdividida nos seguintes setores:
Com parte significativa recoberta por Zonas Especiais de Interesse
Social (ZEIS), a ZAC Morro restringe adensamento por meio de coefi- • ZC Setor A, correspondente às áreas da Zona Centro mais pró-
ximas aos eixos de desenvolvimento orientados pelo transporte
ciente de aproveitamento reduzido e gabarito máximo mais restritivo.
sustentável, tanto nas proximidades da Av. Governador Agamenon
Magalhães, quanto da Av. Cruz Cabugá, e que tem por objetivo
5.2.4. Setores da Zona de Ambiente Construído Orla promover a mistura de usos, especialmente no que tange ao
incentivo de usos habitacionais e à requalificação do parque
Zona de Ambiente Construído Orla (ZAC Orla), correspondente à
edificado, além da promoção de adensamento construtivo asso-
porção litorânea sul do Recife, onde há ocupação intensiva, sistemas
ciado ao adensamento populacional, com limitações de gabarito
de infraestrutura instalados e rede de equipamentos e serviços
máximo em função da proximidade das ZEPP.
públicos, pertence ao Eixo de Qualificação.

As áreas da ZAC Orla penetram no território desde a via costeira • ZC Setor B, que recobre as demais áreas inseridas na ZC, com
exceção da Ilha de Antônio Vaz, e que tem por objetivo a confi-
até as áreas mais próximas à ZDS Tejipió. Dessa maneira a ZAC
guração de um setor de transição entre as áreas de maior aden-
Orla fica dividida em dois setores:
samento do Setor A e as demais áreas do eixo de Preservação
• ZAC Orla Setor A, corresponde às áreas mais próximas à via cos- localizados na região, a saber: ZC Setor C e as Zonas Especiais
teira, onde a ocupação se apresenta mais intensiva e consolidada.
de Interesse Social e de Preservação do Patrimônio Cultural.
Os parâmetros urbanísticos consideram o contexto de intensa
verticalização, buscando a qualificação da relação entre os usos • ZC Setor C, correspondente às áreas das vilas do Centro, for-
públicos e privados por intermédio de estímulos ao uso misto madas por conjuntos de edificações relevantes para a memória
e dos qualificadores do espaço público, tais como a ampliação arquitetônica, paisagística e urbanística da cidade e cuja mor-
das calçadas por permuta, fachada ativa e térreo visitável. fologia é característica, apresentando parâmetros urbanísticos
mais restritivos.
• ZAC Orla Setor B, correspondente às demais áreas da ZAC Orla
na sub-bacia do Rio Jordão, entre os setores de ZDS na MANC • ZC Setor D, correspondente às áreas da Zona Centro localizadas
e o Setor A da ZAC Orla na MAC, e que tem o objetivo de manu- na Ilha de Antônio Vaz, entre Zonas Especiais (ZEPP e ZEIS) e a ZDS
tenção da média densidade construtiva e populacional existente, Capibaribe Centro. As áreas integrantes do Setor D contêm lotes de
com incentivo ao uso misto e a qualificadores do espaço urbano, maiores dimensões, parque edificado com potencial de ampliação
tais como ampliação das calçadas por permuta, fachada ativa e de usos em função de ociosidade e subocupação, onde se pretende
térreo visitável. A ZAC Orla Setor B exerce a função de transição promover a mistura de usos, especialmente no que tange ao incen-
entre as frentes d’água do Rio Jordão e as zonas da Macrozona de tivo de usos habitacionais e a requalificação do parque edificado.
Ambiente Construído, promovendo a gradação de gabaritos, que se
Na Zona Centro será obrigatória a implantação de bicicletário e ves-
tornam maiores na medida em que se distanciam do Rio Jordão.
tiário para usos não habitacionais de médio e grande portes, tendo
suas áreas consideradas como não computáveis como incentivo
5.2.5. Setores da Zona Centro à sua implantação. Os usos habitacionais multifamiliares verticais
devem ter a previsão de bicicletários, cujas áreas construídas serão
A Zona Centro (ZC) corresponde à região central do Recife, densa-
consideradas não computáveis.
mente construída, com forte presença de elementos do patrimônio
cultural da cidade, forte incidência de usos institucionais, de comércio
e serviços, baixa incidência de usos residenciais, grande diversidade 5.2.6. Setores da Zona de Reestruturação Urbana
morfotipológica, dotada de infraestrutura urbana disponível e com
A Zona de Reestruturação Urbana (ZRU) tem incidência no território
alta obsolescência edilícia.
dos principais eixos de mobilidade urbana em transporte público,
A Zona Centro (ZC) tem por objetivo promover um desenvolvimento
prioritários e projetados e pertence ao Eixo de Adensamento.
urbano que priorize a ocupação de áreas vazias ou subutilizadas
O Setor Zona de Reestruturação Urbana (ZRU) tem por objetivo
de seu parque edificado, em consonância com suas características

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 25


SE TORIZ AÇÃO PAR A PARCE L AME NTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

promover o adensamento populacional e construtivo, com incentivos edificações relevantes para a memória arquitetônica, paisagís-
a uso misto, fachadas ativas, térreo visitável, estímulo à mobilidade tica e urbanística da cidade, sejam eles conjuntos antigos, vilas
ativa, qualificação dos espaços públicos e interface entre os espaços ou loteamentos, conjuntos de origem industrial ou ferroviária,
públicos e privados. ou áreas de preservação da morfologia;

Será obrigatória a implantação de bicicletário e vestiário para usos não


• Edifícios isolados: exemplares isolados de arquitetura cuja pre-
habitacionais de médio e grande portes, tendo suas áreas consideradas
servação, conjuntamente com a ambiência de seu entorno, é
como não computáveis como incentivo à sua implantação. Os usos
relevante para a memória arquitetônica, paisagística e urbanís-
habitacionais multifamiliares verticais devem ter a previsão de bicicle-
tica da cidade;
tários, cujas áreas construídas serão consideradas não computáveis.
• Patrimônio imaterial: lugares onde se estabelece relação ter-
ritorial decisiva para a preservação da memória, tradições ou
5.3. Das Zonas Especiais realização de práticas, representações, conhecimentos e técnicas
relacionadas a expressões culturais que compõem a identidade
5.3.1. Das Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS sociocultural recifense.

Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) incidem em áreas As ZEPP podem ser objeto de transformações sustentáveis e ade-
de assentamentos habitacionais carentes de infraestrutura, com quadas aos valores identificados e à paisagem dos sítios históricos,
população de baixa renda, surgidos espontaneamente, consolida- de forma compatível com a categoria em que for classificada.
dos ou propostos pelo Poder Público, onde haja possibilidade de
Os atuais Setores de Preservação Rigorosa e Ambiental serão
urbanização, regularização fundiária e construção de habitação
reclassificados de forma transitória na LPUOS de modo a conter
de interesse social.
ao menos um dos seguintes setores (podendo ter mais de um do
As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) subdividem-se em: mesmo setor ou setores de tipos diferentes):

• Zonas Especiais de Interesse Social 1 (ZEIS 1); • Setor de Preservação Rigorosa (SPR), utilizados nas áreas nas
quais a morfologia urbana, as características dos espaços públi-
• Zonas Especiais de Interesse Social 2 (ZEIS 2). cos, e a tipologia, características estilísticas e os materiais
de revestimento das edificações são os principais objetos de
As ZEIS 1 terão parâmetros urbanísticos referentes ao parcelamento,
preservação.
uso e ocupação do solo definidos pelos seus Planos de Urbanização
e Regularização Fundiária, estabelecidos via PREZEIS.
• Setor de Preservação da Morfologia (SPM), incidentes nas áreas
As ZEIS 2 obedecerão ao estabelecido no Plano Diretor e nesta nas quais a morfologia urbana é o principal objeto de preservação;
LPUOS.
• Setor de Preservação do Patrimônio Imaterial (SPPI), utilizados
nas áreas onde o principal objeto de preservação são lugares
5.3.2. Da Zona Especial de Centralidade - ZEC de importância estratégica para a salvaguarda de referências
culturais relevantes para a memória e a identidade da cidade;
A Zona Especial de Centralidade (ZEC) incide em território carac-
terizado pela concentração de atividades econômicas, tendo como • Setor de Preservação da Ambiência (SPA), nova denominação do
suporte a articulação do sistema de mobilidade urbana para promover Setor de Preservação Ambiental, que tem incidência em áreas
o fluxo de pessoas e mercadorias de distintas partes da cidade. de transição entre o setor protegido e as áreas circunvizinhas.

O Plano de Preservação do Patrimônio Cultural poderá reconfigurar


5.3.3. Da Zona Especial de Preservação do os perímetros e classificação dos setores ou ratificá-los.
Patrimônio - ZEPP Em quaisquer dos Setores da ZEPP pode ser identificada a presença
de edificações em que incidirá maior restrição, com o objetivo de
As Zonas Especiais de Proteção do Patrimônio Cultural (ZEPP),
garantir a preservação de suas características originais, no que diz
atualmente denominadas “ZEPH”, subdividem-se nas seguintes
respeito ao gabarito, características arquitetônicas e estilísticas,
categorias e descrições:
implantação no lote, forma e inclinação da coberta, materiais de
• Sítios arqueológicos: compreendem os vestígios arqueológicos, revestimento das paredes e da cobertura, vãos de circulação, ven-
entre depósitos estratificados, estruturas, construções, agrupa-
tilação, iluminação e insolação voltados para o espaço externo.
mentos arquitetônicos, ruínas, bem como o respectivo contexto em
As edificações referidas neste item serão classificadas como Imóveis
que se inserem, cuja preservação e estudo permitam compreender
de destaque, a serem definidos nos Planos de Preservação de
a formação urbana e sejam representativos da memória da cidade;
cada Zona.
• Conjuntos: complexos urbanos formados por conjuntos de

26 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 27


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

As áreas comuns ou não privativas dos edifícios são aquelas


6. CONCEITOS E PARÂMETROS DE utilizadas para circulação vertical e horizontal, além das áreas

OCUPAÇÃO DO SOLO sociais e para estacionamento de veículos.

Este limitador das áreas comuns, não computáveis para efeito do


Os parâmetros de ocupação do solo foram agrupados, segundo sua cálculo da Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC), variará
natureza, em: parâmetros básicos e de incentivo ao adensamento de acordo com o setor onde se insere, a depender da infraestrutura
construtivo e populacional; parâmetros básicos de controle da volu- de mobilidade disponível no território.
metria, parâmetros básicos de qualificação ambiental, parâmetros
A proposta para revisão das Leis de Parcelamento e de Uso e Ocupa-
qualificadores do espaço público
ção do Solo do Recife, considerando a necessidade de se promover
outras formas de circular na cidade, retira a obrigatoriedade do
número mínimo de vagas para usos habitacionais.
6.1. Parâmetros básicos e de incentivo ao
adensamento construtivo e populacional Áreas não computáveis
Visando o desenvolvimento orientado pelo transporte sustentável
Coeficiente de Aproveitamento – CA e a qualificação do Recife como Cidade Parque, consideram-se
não computáveis as áreas construídas destinadas a bicicletários
Limite de áreas privativas e vestiários para ciclistas como estímulo à mobilidade ativa, além
de suas ofertas se tornarem condicionantes para empreendimen-
O Coeficiente de Aproveitamento é o índice que, multiplicado pela área
tos não habitacionais de médio e grande porte e habitacionais
do terreno, resulta na área de construção privativa computável permitida
verticais multifamiliares.
em cada lote, definido também como potencial construtivo máximo.
São consideradas também áreas não computáveis, privativas ou
Os coeficientes de aproveitamento apresentados para cada setor
de uso comum, aquelas oriundas de parâmetros de incentivo à
serão adequados às características do território, sem nunca exceder
qualificação urbana, tais como Fachada Ativa, Térreo Visitável,
os coeficientes de aproveitamento máximos apresentados no PL do
Fruição Pública, dentre outros.
Plano Diretor.

Limite de áreas comuns Certificação Ambiental


Visando estimular a incorporação de tecnologias e procedimen-
Para efeito do cálculo da área total de construção, deverá ser obser-
tos construtivos sustentáveis, o empreendimento que adotar tais
vado o limite máximo adicional de até 50% do potencial construtivo
medidas pode receber a Certificação Ambiental e consequente
máximo estabelecido para a zona (apresentado no PL do Plano
incentivo em áreas privativas não computáveis.
Diretor), desde que exclusivamente para áreas não privativas, a
depender do setor onde o lote se encontra. A adoção do Selo de Certificação Ambiental aplica-se a proprieda-
des comerciais e residenciais através do Programa de Certificação
em Sustentabilidade Ambiental, Lei Municipal nº 18.011, de 28 de
Coeficiente de Aproveitamento CA
abril de 2014 e Decreto Municipal nº 29.573, de 11 de abril de 2016.

Área do Lote Áreas Privativas A adoção do Selo de Certificação Ambiental bonificará em até 10%
de área privativa não computável adicional, dependendo da categoria
Áreas Comuns de certificado obtido, conforme a planilha abaixo:

Categoria do certificado Bonificação

×CA Diamante 10,00%

Ouro 7,50%

Prata 5,00%

Bronze 2,50%

Cota-parte
A cota-parte é um índice que determina o número mínimo de uni-
dades habitacionais pretendida para um dado empreendimento,

28 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Gabaritos

ADENSAMENTO QUALIFICAÇÃO PROTEÇÃO QUALIFICAÇÃO ADENSAMENTO

possibilitando a associação entre densidade construtiva, dada pelo pavimento térreo e a laje de coberta do último pavimento, não
CA, e densidade populacional, dada pela cota-parte. sendo consideradas as casas de máquinas, reservatórios superio-
res e platibandas.
A cota-parte será utilizada na LPUOS do Recife como forma de induzir o
desenvolvimento orientado pelo transporte sustentável, especialmente O Gabarito Máximo é a altura máxima para uma edificação, alcançada
nas áreas com grande incidência de transporte público e dotadas de a partir da adesão às ferramentas qualificadoras do espaço público,
infraestrutura, mas especificamente nas áreas próximas aos eixos estímulo à diversificação de usos e a melhoria da interface entre os
de mobilidade localizados nas Zonas de Reestruturação Urbana, na espaços públicos e privados da cidade, ou seja, a adesão às ferra-
Zona Centro e nas Zonas Especiais de Centralidades. mentas qualificadoras urbanas (fachada ativa ou térreo visitável).

No exemplo da imagem, o empreendimento da direita ampliou a


6.2. Parâmetros básicos de controle da calçada por meio de permuta e aderiu ao Térreo Visitável, com usos
não habitacionais no térreo e fruição pública do lote em horário
volumetria
equivalente ao período de visita dos parques públicos da cidade.

Gabarito (Básico e Máximo)


Afastamentos
O estabelecimento de gabaritos básicos e máximos, especialmente nos
setores de proteção e qualificação da cidade contribui para a confor- O afastamento indica qual a distância mínima que a edificação deve
mação da volumetria pretendida para o território do Recife. Este índice respeitar em relação aos limites do terreno.
varia de acordo com a proximidade dos corpos d’água e a presença de
São definidos afastamentos diferenciados em função da natureza
Zonas Especiais de Preservação Cultural da cidade, onde os gabaritos
e quantidade de pavimentos das edificações, onde se destacam
básicos e máximos são mais restritivos, e dos eixos de desenvolvimento
maiores diferenças para os pavimentos enterrados e semienterrado,
orientado pelo transporte sustentável, onde não há limitação.
assim como os dois primeiros pavimentos da edificação acima do
O Gabarito Básico é a altura estabelecida para uma edificação, nível do solo (embasamento). São também estabelecidas condições
expressa em metros, contados a partir da cota de soleira do diferenciadas para tipologias até 08 pavimentos.

Gabarito Básico e Máximo

Ga mo
ba
rito M áxi
Bá rito
sic ba sic
o
o Ga Bá
rito
ba
Ga

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 29


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Afastamentos

Afastamentos da Torre Afastamentos do


torre relação ao embasamento em relação
limite do lote ao limite do lote

Embasamento

Lote Lote

Os afastamentos são assim definidos: A intenção é viabilizar a ampliação dos espaços públicos da cidade,
com calçadas qualificadas, arborizadas e com dimensão capaz de
Afastamento Frontal - afastamento mínimo para o logradouro público sem
receber mobiliário urbano e garantir a faixa livre para circulação de
exigência de variação conforme o número de pavimentos da edificação.
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Afastamento Lateral e de Fundos – afastamento mínimo inicial para
Dessa maneira, os lotes superiores a 500m² que sofrerão reforma
os primeiros quatro pavimentos e calculado através de fórmula em
com acréscimo de 50% de área construída ou novas edificações2 ,
função do número de pavimentos da edificação. O afastamento
deverão oferecer a faixa frontal do lote necessária para se confor-
aumenta conforme mais pavimentos tiver a edificação.
mar calçadas de 5m (desde o meio-fio) em vias com função de
QUADRO RESUMO – PROPOSTA DE PARÂMETROS DE
corredor de transporte público e nas classificadas como “vias de
AFASTAMENTO
infiltração” para o Parque Capibaribe. As demais vias do município
Afastamento Frontal – Para logradouros públicos – Mínimo – deverão ter suas calçadas ampliadas, na mesma lógica de permuta
Gabarito ≤ 24 metros = 5 metros e Gabarito > 24 metros = 7 metros. e obrigatoriedade vinculada ao volume de transformação no lote,
para conformação de passeios de 2,5m.
Afastamentos Laterais e de Fundos – Para confrontantes – Calculado
em função do número de pavimentos – Afi+ (n-4)*0,25, onde Afi = 3,0
2 Não se aplica a usos habitacionais unifamiliares.
Afastamentos diferenciados para:

• Semienterrado: Frontal = 3m / Lateral e Fundos = NULO Alargamento de Calçadas


• 2 Primeiros pavimentos: Frontal = 5 ou 7 / Lateral e Fundos = NULO
para 2/3 do perímetro das respectivas divisas, respeitadas as dis- Situação
Original
posições do Código Civil para aberturas, e limite de altura de 7,5m. l
nta
fro


to
en
Fachada Ativa: Frontal = NULO stam gin
al
afa ori
da
lça
• Pavimento de Lazer na Cobertura: Não contabilizado como
ca

pavimento para fins de gabarito, afastamento calculado lateral


e de fundos, desde que não exceda a 50% da lâmina.

Alargamento de Calçadas/ Alinhamentos Frontais


Os alinhamentos frontais são o limite da testada do lote com o
Situação após
logradouro público. l conformação do
nta
nto
fro Novo Alinhamento
Como forma de incentivar a mobilidade ativa e a promoção da aces- me uta
sta rm
pe
afa or
op al
sibilidade universal nas vias públicas, a revisão das Leis de Parcela- plia
çã
ori
gin
am da
lça
mento e Uso e Ocupação do Solo do Recife apresenta um importante ca

condicionante para se edificar na cidade: a ampliação das calçadas via


permuta de faixa frontal do lote em troca de áreas construídas adicio-
nais não computáveis, além da regra de permuta já existente em vigor.

30 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Novo Alinhamento Permeabilidade visual do lote


permeabilidade visual
por elementos vazados elementos divisórios
Exemplo de mudança de alinhamento ou transparentes do lote com até 2m
frontal por permuta em vias corredor de altura
ou de infiltração do Parque Capibaribe

Calçada
original
Ampliação
por permuta
2m
Afastamento
Frontal

5m

3m

2m

Faixa de Amenização
Deverá ser exigida Faixa de Amenização com largura nunca inferior
Deverá ser respeitada a largura mínima da calçada em projetos de a 3 metros para os alinhamentos frontais, inclusive os resultantes
arruamento existentes quando estes forem superiores ao estabe- do alargamento de calçadas, em usos não habitacionais e/ou habi-
lecido nesta disposição. tacionais multifamiliares.

Como contrapartida, aplicam-se as seguintes regras: As Faixas de Amenização são áreas que devem ser tratadas em
solo natural e arborizadas, sendo vedada a sua utilização para
• o Novo Alinhamento conformará a calçada de 5,00m ou 2,5m, de fins de estacionamento, depósitos de lixo, central de gás, guaritas,
acordo com a função da via ou conforme projeto viário incidente
escadas, rampas e similares.
na mesma, prevalecendo a maior dimensão.
Nas Faixas de Amenização, fica permitida apenas a pavimentação,
• para efeito do cálculo do potencial de áreas privativas, conside- preferencialmente permeável, dos acessos de pedestres, veículos,
ra-se a área do lote original, anterior à permuta.
ao depósito de lixo e à central de gás.
• como benefício, o lote recebe adicionalmente a área da faixa
Elementos divisórios, quando houver, devem respeitar o afastamento
permutada, multiplicada pelo Coeficiente de Aproveitamento
mínimo de 3,0 metros da divisa frontal e o disposto quanto à sua
Máximo, como potencial construtivo adicional não computável,
permeabilidade visual.
ou seja, sua utilização não “consome” o potencial construtivo
das áreas privativas do empreendimento.
Faixa de Amenização

Permeabilidade Visual do Lote Faixa de Amenização

A Permeabilidade Bisual do Lote é estabelecida através de critérios a


serem atendidos para os elementos divisórios voltados para os logra-
douros em usos não habitacionais e/ou habitacionais multifamiliares.

Esse dispositivo já existe no regramento atual e contribui para a


qualificação das calçadas no que diz respeito à integração visual
com os espaços privados.

Para promover a permeabilidade do lote, fica estabelecido que os


elementos divisórios frontais dos lotes devem ter:

• até 2,00 metros de altura;


• manter a permeabilidade visual em ao menos 70% de sua super-
fície por elementos vazados ou transparentes.

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 31


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

PARÂMETROS URBANÍSTICOS DE OCUPAÇÃO DO LOTE (EXCETO CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL)


PARÂMETROS BÁSICOS
CONTROLE DE ADENSAMENTO CONSTRUTIVO E
CONTROLE DA VOLUMETRIA
POPULACIONAL
AFASTAMENTOS MÍNIMOS (6) (7)
ZONA SETORIZAÇÃO Coeficiente de LIMITADOR GABARITOS (3)
Aproveitamento (CA) COTA- (4) (5) LATERAL E
DE ÁREAS FRONTAL (8)
PARTE FUNDOS (9)
COMUNS
(1) básico máximo ≤ 24 > 24 Afi
mínimo básico máximo (2) Af (4)
(m) (m) metros metros (10)
ZRU 1 Setor ZRU1 0,4 1 4 20 0,4 N/A N/A 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZEC Setor ZEC 0,5 1 4 20 0,4 N/A N/A 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZC Setor A 3 25 0,4 75 84 5m 7m Afi+(n-4)*0,25
ZC Setor B 2,5 N/A 0,5 48 57 5m (a) 7m Afi+(n-4)*0,25
ZONA CENTRO 0,5 1 3m
ZC Setor C 1,5 N/A N/A 9 N/A 5m (a) N/A N/A
ZC Setor D 2,5 30 0,4 60 69 5m 7m Afi+(n-4)*0,25
ZAC Orla Setor A 3 90 99
MAC

ZAC ORLA 0,3 1 N/A 0,5 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25


ZAC Orla Setor B 2,5 75 84
ZAC P1 Setor A 3 75 84
ZAC PLANÍCIE 1 ZAC P1 Setor B 0,3 1 2,5 N/A 0,5 60 69 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZAC P1 Setor C 2,5 60 69
ZAC P2 Setor A 2 60 69
ZAC PLANÍCIE 2 ZAC P2 Setor B 0,1 1 2 N/A 0,5 60 69 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZAC P2 Setor C 2 48 57
ZDS CENTRO Setor ZDS Centro 0,1 1 2 N/A 0,5 48 57 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZDS Capib. Setor A 1,5 24 33
ZDS Capib. Setor B 1,5 24 33
ZDS Capib. Setor C 1,5 24 33
ZDS CAPIBARIBE 0,1 1 N/A 0,5 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZDS Capib. Setor D 2 48 57
ZDS Capib. Setor E 2 48 57
ZDS Capib. Setor F 1,5 48 57
ZDS Beber. Setor A 15 N/A N/A
MANC

ZDS BEBERIBE 0,1 1 1,5 N/A 0,5 5m 3m Afi+(n-4)*0,25


ZDS Beber. Setor B 48 57 7m
ZDS Tejipió Setor A 15 24 N/A
ZDS TEJIPIO 0,1 1 1,5 N/A 0,5 5m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZDS Tejipió Setor B 48 57 7m
ZAC MORRO Setor ZAC Morro 0,1 1 1,5 N/A 0,5 15 N/A 5m N/A 3m Afi+(n-4)*0,25
ZAN BEBERIBE Setor ZAN Beberibe
ZAN CAPIBARIBE Setor ZAN Capibaribe N/A 1 1 N/A 0,5 15 N/A 5m 7m 3m Afi+(n-4)*0,25
ZAN TEJIPIÓ Setor ZAN Tejipió
ZEIS 1 0,3 1 2 N/A 0,5 7 (e) N/A c o n f o r m e P l a n o d e
ZEIS 2 0,5 1 4 N/A 0,5 15 N/A 5m N/A 3m Afi+(n-4)*0,25

1. A cota-parte é o índice que determina o número mínimo de unidades habitacionais para frontal do terreno, que deve ser tratado em solo natural e arborizado, sendo vedada sua
um dado empreendimento, possibilitando a associação entre densidade construtiva, dada utilização para fins de estacionamento, depósitos de lixo, central de gás, guaritas, escadas,
pelo CA, e densidade populacional, dada pela cota-parte. O número mínimo de unidades rampas e similares. Fica permitida apenas a pavimentação, preferencialmente permeável,
resultantes é dado pela área do terreno dividida pela cota-parte indicada para o setor. dos acessos de pedestres, veículos, ao depósito de lixo e à central de gás. Em caso de
2. O limitador de áreas comuns é o índice que multiplicado pelo potencial construtivo máximo Fachada Ativa, o trecho frontal correspondente à mesma, caso recuada do paramento,
do setor, indica o limite de áreas comuns não incidentes no cálculo da Outorga Onerosa poderá ser tratado com piso.
do Direito de Construir (OODC). As áreas comuns podem ultrapassar o potencial indicado 9. Os dois primeiros pavimentos poderão colar nas divisas laterais e de fundos até a altura
pelo limitador, entretanto passam a ser consideradas computáveis para o cálculo da OODC de 7,5 metros contados a partir do meio fio, em até 2/3 da extensão de seu perímetro,
e do limite de Coeficiente Máximo. respeitadas as condições estabelecidas no Código Civil Brasileiro quanto a aberturas
3. O gabarito básico é a altura estabelecida para uma edificação, expressa em metros, conta- para os vizinhos.
dos a partir da cota de soleira do pavimento térreo e a laje de coberta do último pavimento, 10. O Afi (Afastamento inicial) se aplica aos quatro primeiros pavimentos e para o cálculo do
não sendo consideradas as casas de máquinas, reservatórios superiores e platibandas. O Afastamento Calculado, ressalvadas as condições especiais para os dois primeiros pavimentos.
gabarito máximo é a altura máxima para uma edificação, alcançada a partir da adesão às 11. A fruição da borda d'água se aplica a lotes ou glebas maiores que 500m², com laterais ou
ferramentas qualificadoras da interface com o espaço público com a adição do equivalente fundos lindeiros aos corpos hídricos. A área equivalente à faixa non aedificandi localizada
a três pavimentos adicionais ao gabarito básico. no interior do lote é permutada com a municipalidade com os seguintes incentivos: lote
4. O pavimento de Lazer na cobertura da edificação, de uso comum, acessível, ocupando até original considerado para fins do cálculo do potencial construtivo; TCA calculada a partir
50% da área da lâmina, será dispensado do cômputo para fins de gabarito e afastamento do lote resultante, podendo a área permutada ser contabilizada para atendimento da TSN.
calculado lateral e de fundos. 12. Para viabilizar o alargamento da calçada via permuta, lotes ou glebas com área superior
5. Os pavimentos enterrados ou semienterrados não serão computados para fins de gaba- a 500m² em que haja novas edificações ou reformas com acréscimo de área construída
rito, desde que a cota do pavimento térreo, acessível, não exceda a 1,5 metros contados a partir de 50% (excluídos os usos unifamiliares), devem oferecer a faixa frontal do lote
a partir do nível do meio fio. para compor calçadas de 5m (a partir do o meio-fio) em vias com função de corredor de
6. Os afastamentos são dados em metros e contados a partir das divisas de fundos, laterais transporte público (ver lista em anexo) e nas classificadas como "vias de infiltração" para o
e do alinhamento frontal definido em função da necessidade ou não de alargamento das Parque Capibaribe. Os lotes nas demais vias do Recife devem conformar calçadas de 2,5m,
calçadas por permuta. devendo ser respeitada a largura mínima da calçada definida em projetos viários existentes
quando forem superiores ao estabelecido nesta lei. Para efeito do cálculo do potencial de
7. Para o pavimento enterrado ou semienterrado o afastamento frontal mínimo, excepcional- áreas privativas, considera-se a área do lote original, anterior à permuta. Como benefício,
mente, reduz-se para 3 metros e os afastamentos mínimos laterais e de fundos são nulos. o lote recebe adicionalmente a área da faixa permutada, multiplicada pelo Coeficiente de
8. Deverá ser exigida faixa de amenização, com largura mínima de 3,00 metros, no limite Aproveitamento Máximo, como potencial construtivo adicional não computável de uso comum.

32 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

INCENTIVOS URBANÍSTICOS (MELHORIA DA INTERFACE COM O ESPAÇO


CONDICIONANTES DE OCUPAÇÃO
PÚBLICO)

FACHADA ATIVA (14) OU TÉRREO VISITÁVEL (15) FRUIÇÃO PÚBLICA


ALARGAMENTO DA TÉRREO VISITÁVEL (15) (g) (16)
FRUIÇÃO DA BORDA PERMEABILIDADE
CALÇADA (PERMUTA)
D’ÁGUA (11) VISUAL (13)
(12)
At ≤ 5.000 5.000> At > 10.000 5.000> At > 10.000

N/A obrigatória obrigatória obrigatória (b) (f) obrigatório obrigatória


N/A obrigatória obrigatória obrigatória (b) (f) obrigatório obrigatória
obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (b) (f) condição Gab. Máx. obrigatória
obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (b) (f) condição Gab. Máx. obrigatória
N/A
N/A N/A N/A N/A N/A
obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

N/A obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

N/A obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

N/A obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

facultativa obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

obrigatória obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

obrigatório (d) facultativo (c) (g) N/A N/A


facultativa obrigatória
obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

facultativa obrigatória obrigatória condição Gab. Máx. (c) (g) condição Gab. Máx. obrigatória

N/A obrigatório (d) N/A N/A N/A N/A

facultativa facultativo obrigatória N/A N/A N/A

U r b a n i z a ç ã o d a Z E I S - P R E Z E I S
facultativa obrigatória obrigatória facultativa (c) (g) N/A obrigatória

13. A Para atendimento à permeabilidade visual, os elementos divisórios dos edifícios não universal. Deve ser averbada no cartório de imóveis e compreender área nunca inferior a
habitacionais e/ ou habitacionais multifamiliares devem estar afastados no mínimo 3 250m². As áreas cobertas destinadas à fruição pública são consideradas não computáveis
metros do paramento respeitando a faixa de amenização, atender a uma altura máxima para fins de aplicação da outorga onerosa do direito de construir.
de 2,00m e ter pelo menos 70% de sua superfície vazada, assegurando a integração visual
entre o espaço do logradouro e o interior do terreno.
14. A fachada ativa incentiva a instalação de usos não-habitacionais de comércio e serviço
(a) O afastamento frontal nesses casos, excepcionalmente, poderá ser reduzido a zero quando
em faixa de até 8m do alinhamento frontal de lote, podendo ocupar o afastamento frontal.
configurado como alinhamento dominante.
Os usos não-habitacionais devem ter acesso direto para o logradouro público, desnível de
até 1,5m e acessibilidade universal. Como benefício, a área construída nesta faixa será (b) Para se beneficiar da área não computável e do gabarito máximo que dá direito a pavimentos
considerada não computável para o cálculo do potencial construtivo dado pelo Coeficiente adicionais, a fachada ativa deve ocupar no mínimo 50% da testada do lote. Ocupação inferior
de Aproveitamento Máximo. Nos setores ZEC e ZRU, assim como nos A e B da ZC, para a 50% pode ocupar o afastamento frontal apenas com o benefício de área não computável.
alcançar o gabarito máximo, devem ocupar no mínimo 50% da testada do lote; nos setores (c) Para se beneficiar da área não computável e do gabarito máximo que dá direito a pavimentos
de qualificação, o mínimo será 30% da testada. adicionais, a fachada ativa deve ocupar no mínimo 50% da testada do lote. Ocupação inferior
15. O térreo visitável é caracterizado pela instalação de usos não-habitacionais no pavimento a 30% pode ocupar o afastamento frontal apenas com o benefício de área não computável.
térreo, com conexão aos logradouros públicos por meio da livre circulação interna ao
(d) Alargamento da calçada via permuta se aplica para lotes com testada igual ou superior
lote, coberta ou descoberta em horário compatível ao de funcionamento de parques no
a 20 metros.
Recife ou regulamentação específica para este fim. Os pisos das áreas previstas para
circulação devem ter, no mínimo, 3 metros de largura e no mínimo 50% da Taxa de Solo (e) Para edificações habitacionais multifamiliares de interesse social o gabarito máximo
Natural apresentada no lote ou gleba deve estar na área destinada ao térreo visitável, com pode alcançar 15 metros.
arborização que contribua para sombreamento. Como incentivo, as áreas ocupadas por
(f) Para enquadramento em térreo visitável, e consequente incentivo em áreas não compu-
usos não habitacionais, assim como as áreas de circulação cobertas da porção visitável
táveis e gabarito máximo, a porção do terreno de livre acesso, conforme definição deverá
do térreo serão consideradas não computáveis para o cálculo do potencial construtivo
representar no mínimo 50% da área do lote ou gleba.
dado pelo Coeficiente de Aproveitamento Máximo e Limitador de Áreas Comuns. A fração
do terreno visitável, para se acessar os benefícios dados pelo uso incentivado, varia de (g) Para enquadramento em térreo visitável, e consequente incentivo em áreas não compu-
acordo com o setor onde se insere. táveis e gabarito máximo, a porção do terreno de livre acesso, conforme definição deverá
representar no mínimo 30% da área do lote ou gleba.
16. A fruição pública caracteriza-se pelo uso público de área localizada no pavimento térreo,
com acesso diretos aos logradouros públicos lindeiros, para livre circulação de pedestres
com largura mínima de 3 metros e pleno atendimento aos critérios de acessibilidade

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 33


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

escoamento pluvial, contribuindo para a drenagem e para redução


6.3. Parâmetros básicos de qualificação da temperatura de superfície urbana.
ambiental 4. Jardineira: elemento de composição de fachadas com largura
e profundidade suficientes para o plantio de vegetação que
A qualificação ambiental se dá por meio da Taxa de Contribuição
contribua na redução do retardo das águas pluviais.
Ambiental (TCA), que consiste em um conjunto de parâmetros de
ocupação dos lotes de modo a proporcionar ganhos ambientais 5. Fachada Verde: jardim vertical em uma ou mais fachadas da
relacionados à melhoria da drenagem urbana, redução das ilhas edificação com o propósito especial de redução da temperatura.
de calor, ampliação da biodiversidade e qualificação da paisagem
6. Preservação de árvores e palmeiras: preservação de árvores de
urbana.
médio e grande porte e palmeiras existentes.
Este instrumento surge como resposta a duas grandes questões que
7. Plantio de árvores: plantio de novas árvores de médio e grande
se colocam ao ordenamento territorial de grandes aglomerações
porte.
urbanas no Brasil:
Além disto, estabelece-se como obrigatória a implantação de reser-
1. a necessária mitigação do impacto gerado pelas mudanças
vatório de retardo e/ou de reuso de águas pluviais com exceção
climáticas, o que requer, dentre outras medidas, a melhoria na
aos empreendimentos em terrenos com área inferior a 500m² e de
gestão das águas no ambiente urbano, a redução das ilhas de
uso habitacional unifamiliar. Os reservatórios de águas pluviais são
calor, a redução do consumo de energia poluente e a racionali-
destinados a captação e acúmulo de águas das chuvas no imóvel
zação do consumo de água;
para descarga posterior na rede pública de drenagem ou reapro-
2. a necessária qualificação ambiental do adensamento constru- veitamento com fins não potáveis. Os reservatórios deverão ter
tivo, uma vez que os preceitos de sustentabilidade (universais, seu volume dimensionado segundo a fórmula V = 0,015 x AT, onde
nacionais e locais) apontam para uma forma urbana compacta V = volume do reservatório em m³, e AT = área do terreno em m².
e para o adensamento populacional junto ao transporte público.
A Taxa de Contribuição Ambiental (TCA) é definida por Zona/Setor,
pelo uso e pela área do lote ou gleba, calculado em metros quadra-
A TCA agrega parâmetros e soluções ambientais, tais como:
dos em função de percentual da área do referido lote ou gleba. Com
1. Solo Natural: exigência de uma porção mínima do terreno em exceção da Taxa de Solo Natural Mínima exigida para cada Zona/
suas condições naturais recoberta de vegetação natural e livre Setor e dos reservatórios de retardo e/ou reuso, a TCA poderá ser
de edificação/pavimentação de qualquer natureza. atendida por meio da adoção de uma ou mais soluções ambientais,
observadas as equivalências entre as soluções estabelecidas.
2. Solo Permeável: superfície do terreno tratada com pisos per-
meáveis, que permitam a infiltração direta de águas pluviais no
solo.

3. Telhado Verde: camada de vegetação aplicada sobre as cobertas


ou lajes de edificações que visa melhorar os aspectos paisa-
gístico e ambiental das edificações, além de absorver parte do
Taxa de Contribuição Ambiental (TCA)

Reservatório de
Jardineiras Retardo ou Reuso

Telhado Verde Área ajardinada sobre


Solo Natural (TSN)

Arborização
Fachada Verde

Piso Permeável

34 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

1. TAXA DE CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL (TCA) - ZONEAMENTO

T<500m² HAB.
T<500m² 500m²≤T<2000m² T>2000m²
UNIFAMILIAR
MACRO-
ZONA SETORIZAÇÃO ESTRATÉGIA TCA TSN Mín. TCA TSN Mín. TCA TSN Mín. TCA TSN Mín.
ZONAS
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

ZRU 1 Setor ZRU1


ZEC Setor ZEC
Adensamento
ZC Setor A
N/A 20 30 10 40 15 40 20
ZC Setor B
ZONA CENTRO
ZC Setor C Proteção
ZC Setor D Adensamento
ZAC Orla Setor A
MAC

ZAC ORLA
ZAC Orla Setor B
ZAC P1 Setor A
ZAC PLANÍCIE 1 ZAC P1 Setor B
Qualificação N/A 25 40 15 40 20 40 25
ZAC P1 Setor C
ZAC P2 Setor A
ZAC PLANÍCIE 2 ZAC P2 Setor B
ZAC P2 Setor C
ZDS CENTRO Setor ZDS Centro Qualificação / Proteção N/A 25 40 20 50 25 50 30
ZDS Capib. Setor A Proteção 30 50 30 60 40 60 50
ZDS Capib. Setor B Qualificação / Proteção 25 40 20 50 25 50 30
ZDS Capib. Setor C Proteção 30 50 30 60 40 60 50
ZDS CAPIBARIBE N/A
ZDS Capib. Setor D
ZDS Capib. Setor E Qualificação / Proteção 25 40 20 50 25 50 30
ZDS Capib. Setor F
MANC

ZDS Beber. Setor A Proteção 30 50 30 60 40 60 50


ZDS BEBERIBE N/A
ZDS Beber. Setor B Qualificação / Proteção 25 40 20 50 25 50 30
ZDS Tejipió Setor A Proteção 30 50 30 60 40 60 50
ZDS TEJIPIO N/A
ZDS Tejipió Setor B Qualificação / Proteção 25 40 20 50 25 50 30
ZAC MORRO Setor ZAC Morro N/A 30 50 30 60 40 60 50
ZAN BEBERIBE Setor ZAN Beberibe
Proteção
ZAN CAPIBARIBE Setor ZAN Capibaribe N/A 50 60 50 60 50 60 60
ZAN TEJIPIÓ Setor ZAN Tejipió

2. TABELA DE EQUIVALÊNCIA

SOLUÇÃO AMBIENTAL EQUIVALÊNCIA


1. Solo Natural 1m² p/ 1m² de TCA
2. Piso Permeável 2m² p/ 1m² de TCA

3. Telhado Verde 2m² p/ 1m² de TCA


4. Jardineira 3m² p/ 1m² de TCA
5. Fachada Verde 10m² p/ 1m² de TCA

Grande Porte | Afastamento Frontal 1 árvore p/ 50m² de TCA

Grande Porte 1 árvore p/ 38m² de TCA


6. Preservação de Árvore existente
Médio Porte | Afastamento Frontal 1 árvore p/ 30m² de TCA

Médio Porte 1 árvore p/ 20m² de TCA

7. Plantio de Árvore de Médio ou Grande Porte 1 árvore p/ 10m² de TCA

8. Preservação de Palmeira 1 palmeira para 10m² de TCA

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 35


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

3. SIMULAÇÃO DA TAXA DE CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL


6.4. Parâmetros qualificadores do espaço
EXEMPLO 1
público
Terreno com 1000 m² localizado na Zona de Requalificação Urbana 1
(ZRU 1).
TCA = 40% | (400m²) Fachada Ativa
TSN Mínima = 15% | (150m²)
A Fachada Ativa é um instrumento de incentivo à diversificação
CALCULADORA DA TAXA DE CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL (TCA)
de usos e atividades, “aproximando” a relação entre as áreas
Área Terreno 1000
públicas e privadas. Serão considerados como fachada ativa os

Equivalente (m²)
Equivalência
Projeto (m²)

Pontuação

TCA (m²)
Zona ZRU TCA % (m²) 40% 400 usos não-habitacionais implantados no alinhamento frontal do
lote, com abertura para a calçada. Usos com essas características
TSN MIN serão considerados como não computáveis para o cálculo de
Setor ZRU 15% 150
(% - m²)
consumo do Coeficiente de Aproveitamento do lote atendendo os
Soluções Ambientais
seguintes critérios, dependendo dos setores onde se implantam:
Solo Natural (m²) 150 1 150
Piso Permeável (m²) 50 0,50 25 • ocupar no mínimo 50% da extensão da testada nos lotes locali-
Telhado Verde (m²) 250 0,50 125 zados nos setores de incentivo ao adensamento (setores ZEC e
Jardineira (m²) 0 0,33 0 ZRU), além dos Setores A e B localizados na Zona Centro.
Fachada Verde (m²) 0 0,10 0
• ocupar no mínimo 30% da extensão da testada nos lotes locali-
Grande Porte No Recuo Frontal (unid.) 2 50 100
zados nos setores de qualificação tanto nos inseridos nas ZAC
Preservação
Grande Porte (unid.) 0 38 0
Árvore Planície 1, 2, ZAC Orla, quanto nas ZDS;
Existente Médio Porte no Recuo Frontal (unid.) 0 30 0
Médio Porte (unid.) 0 20 0 • são considerados como fachada ativa os usos de comércio e
serviços:
Plantio Árvore (unid.) 0 10 0
Preservação Palmeira (unid.) 0 10 0 -- com acesso direto para o logradouro público;
TOTAL TCA 400
-- sem obstáculos;
-- com desnível de até 1,5m, desde que apresente acessibilidade
universal;
4. SIMULAÇÃO DA TAXA DE CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL Os usos não habitacionais implantados em faixa de até 8m do alinha-
EXEMPLO 2 mento do lote serão considerados não computáveis para o cálculo
do potencial construtivo dado pelo Coeficiente de Aproveitamento.
Terreno com 1000 m² localizado na ZDS Capibaribe - Setor A.
TCA = 60% | (600m²)
TSN Mínima = 40% | (400m²)
Fachada Ativa
CALCULADORA DA TAXA DE CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL (TCA)
Área Terreno 1000 Fachada Ativa
Equivalente (m²)
Equivalência
Projeto (m²)

Pontuação

ZDS
TCA (m²)

Zona TCA % (m²) 60% 600


Capib.

TSN MIN
Setor A 40% 400
(%- m²) 8m

Soluções Ambientais
Solo Natural (m²) 400 1 400
Piso Permeável (m²) 100 0,50 50
Telhado Verde (m²) 100 0,50 50
Jardineira (m²) 0 0,33 0
Fachada Verde (m²) 0 0,10 0
Grande Porte no Recuo Frontal (unid.) 2 50 100 ão a

pli mut l
Preservação Am r per ina
Grande Porte (unid.) 0 38 0 o rig
p ao
Árvore lçad
Ca
Existente Médio Porte no Recuo Frontal (unid.) 0 30 0
Médio Porte (unid.) 0 20 0
Plantio Árvore (unid.) 0 10 0
Preservação Palmeira (unid.) 0 10 0
TOTAL TCA 600

36 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Térreo Visitável Fruição da Borda d’Água


O Térreo Visitável, assim como a fachada ativa, visa estimular a A ferramenta da Fruição da Borda d’Água, assim como a ampliação
diversificação de usos e a melhoria da interface público-privada das calçadas pelo recuo dos alinhamentos dos lotes, faz parte do con-
dos lotes urbanos. junto de ferramentas qualificadoras dos espaços públicos do Recife.

O Térreo Visitável é caracterizado por:


Fruição da Borda d’Água
• existência de uso não habitacional localizado no pavimento
térreo com conexão aos logradouros públicos por meio da livre
circulação interna ao lote, coberta ou descoberta;

• o uso não habitacional e a livre circulação interna ao lote devem


ocupar no mínimo 50% do lote nos setores de incentivo ao aden- Faixa non
aedificandi
samento (setores ZEC e ZRU), além dos Setores A e B da Zona Rio

Centro;

• o uso não habitacional e a livre circulação interna ao lote devem en


to
am
ocupar no mínimo 30% do lote nos setores de qualificação; alinh
vo
no

• os pisos das áreas previstas para circulação devem ter, no mínimo,


3 metros de largura;

• no mínimo 50% da Taxa de Solo Natural apresentada no lote deve


estar na área destinada ao térreo visitável, com arborização que
contribua para sombreamento;

• as áreas ocupadas em usos não habitacionais, assim como as


áreas de circulação cobertas, atendendo aos critérios acima,
A intenção é viabilizar a ampliação dos espaços públicos e retomar
serão consideradas não computáveis para o cálculo do potencial
e fortalecer a relação da cidade com suas águas. Como uma das
construtivo dado pelo Coeficiente de Aproveitamento e Limitador
principais estratégias de ordenamento territorial apresentada como
de Áreas Comuns;
diretriz do PL do Plano Diretor, o Recife Cidade Parque tem na
• é facultado ao empreendimento o fechamento do térreo no limite Fruição da Borda d’Água um de seus principais mecanismos para
da faixa de amenização fora do horário de funcionamento de a viabilização de parques lineares associados aos rios urbanos.
parques no Recife ou regulamentação específica para este fim.
Os lotes ou glebas lindeiros aos corpos hídricos não canalizados,
parcialmente inseridos em suas faixas non aedificandi, poderão
ou deverão, a depender dos setores onde se localizam, utilizar a
Térreo Visitável “Fruição da Borda d’Água”. Essas faixas no entorno dos rios terão a
função de recuperação das matas ciliares, formação de corredores
ecológicos e conformação de parques lineares, contribuindo para a
melhoria das condições ambientais da cidade e da resiliência urbana.

A faixa non aedificandi é a superfície de terreno onde não é permitida


construção. No Recife, os terrenos localizados nas margens de rios
e canais devem respeitar essa condição numa faixa de 20,00m (vinte
metros), mesmo que parcialmente no interior de um lote privado.

Dessa maneira, os lotes superiores a 500m² que sofrerão reforma


com acréscimo a partir de 50% de áreas construídas ou novas
el edificações e que tenham algum de seus limites voltados para os
itáv
o Vis rios (laterais ou fundos) se enquadram nas condições de permuta
re
Tér ão
liaç uta
p m para Fruição da Borda d’Água. Para tanto, deverão oferecer a faixa
Am r per l
po ina
rig do lote voltada para o rio pertencente à faixa non aedificandi dos
dao
lça
Ca
corpos hídricos por “permuta” à municipalidade. Como benefício:

• as áreas dos lotes originais, anteriores à permuta para Fruição


da Borda d’Água, serão consideradas para efeito do cálculo do
potencial construtivo dado pelos Coeficientes de Aproveitamento
(CA) dos setores onde se inserem;

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 37


CONCEITOS E PAR ÂME TROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Fruição da Borda d'Água associada à Fachada Ativa Fruição Pública

Alteração do limite Fruição


Fachada Ativa do lote via Fruição Pública
da Borda d’Água

8m

nto
me
ha
o alin
v
no

atendimento aos critérios de acessibilidade universal. O fechamento


dessas áreas de circulação é facultado ao empreendedor apenas fora
dos horários de funcionamento de parques no Recife ou regulamen-
di
an
fic
di

tação específica para este fim, nos limites da faixa de amenização.


ae
n
no
ixa
fa

Rio Para fins de enquadramento, a Fruição Pública deve, além do acima


exposto:

• a Taxa de Contribuição Ambiental (TCA) será calculada a partir • resultar em área de no mínimo 250m² e ser averbada em cartório de
da área do lote resultante, posterior à diminuição da área em
imóveis para tal uso, podendo ser contabilizada áreas ajardinadas,
função da permuta da Fruição;
desde que integradas à circulação de pedestres e/ou ciclistas;
• as áreas de faixa non aedificandi permutadas com a municipalidade • ter como incentivo a área equivalente à utilizada para circulação de
poderão ser utilizadas para atender às determinações da Taxa de
pedestres e/ou ciclistas, coberta ou descoberta, como potencial
Solo Natural - TSN, ainda que fora do lote resultante da permuta;
construtivo não computável ao empreendimento, ou seja, não
• a Fruição da Borda d’Água fica obrigatória em todos os lotes considerado para fins de aplicação do limitador de áreas comuns;
maiores ou iguais a 500m², com laterais ou fundos lindeiros aos
• Os pisos das áreas previstas para circulação devem ter, no mínimo,
corpos hídricos em todos os setores da ZDS Capibaribe para
3 metros de largura;
viabilizar a implantação do Parque Capibaribe; para os demais
Nos casos em que os lotes lindeiros aos corpos hídricos tenham
setores sua utilização é facultativa;
limites voltados para ruas e rios deverá ser utilizada a ferramenta
• a ferramenta da Fachada Ativa pode ser utilizada em conjunto da Fruição Pública em conjunto com a Fruição da Borda d’Água.
com a Fruição da Borda d’Água, incluindo incentivos, com edifi-
cação que abrigue usos não habitacionais no novo alinhamento.

Fica proibida a utilização das faixas non aedificandis para estacio-


Fruição Pública de acesso à frente d'água
namento de veículos.
Fruição
Pública
Fruição Pública
A Fruição Pública, assim como a Fruição de Borda d’Água e ampliação
das calçadas, faz parte do conjunto de ferramentas qualificadoras
dos espaços públicos voltada para a melhoria da circulação, acessi-
bilidade e mobilidade ativa no Recife, conforme a estratégia Recife
Cidade Parque do PL do Plano Diretor. Entretanto, diferentemente
da Borda d’Água e da alteração dos Alinhamentos Frontais para
ampliação dos passeios públicos por “permuta”, a Fruição Pública Faixa non
aedificandi
não pressupõe a alteração dos limites do lote.
Rio

A Fruição Pública se caracteriza pelo uso público de área localizada no


pavimento térreo, para livre circulação de pedestres, não podendo ser
obstruída por edificações, instalações ou equipamentos, e com pleno

38 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

7. MODELAGEM ILUSTRATIVA
DA OCUPAÇÃO DO SOLO POR
SETORES
A simulação espacial da aplicação dos parâmetros de ocupação
do solo propostos está apresentada a seguir em modelagens ilus-
trativas nas quadras-modelo localizadas nos diferentes setores.
Representadas as características de parcelamento e ocupação do
solo atuais, foram aplicadas as estratégias do Plano Diretor (PL
28/2018) e os novos parâmetros de ocupação do solo propostos
neste Caderno de Propostas Preliminar para a revisão das Leis de
Parcelamento e de Uso e Ocupação do Solo.

O rebatimento territorial das diretrizes urbanísticas apresentadas


no PL 28/2018 se consolida com a setorização de algumas das
zonas definidas pelo PL, em consonância com as intenções e estra-
tégias de transformação e/ou preservação de cada zona e setor,
em função da capacidade de suporte dos sistemas ambientais, de
saneamento, mobilidade, padrões morfotipológicos etc. A esses
setores são atribuídos parâmetros urbanísticos, cujos conceitos e
valores propostos estão apresentados neste Caderno.

O modelo paramétrico foi desenvolvido com o conjunto de propostas


de parâmetros do PL 28/2018 do Plano Diretor e neste Caderno de
Propostas Preliminar para revisão das Leis de Parcelamento, Uso
e Ocupação do Solo, a saber: Parâmetros básicos e de incentivo
ao adensamento construtivo e populacional - Coeficientes de Apro-
veitamento (incluindo as determinações para as áreas privativas,
comuns e não computáveis); Cota Parte; Parâmetros de controle
da volumetria – Gabaritos máximo e básico, afastamentos, alar-
gamento de calçadas e permeabilidade visual do lote; parâmetros
básicos de qualificação ambiental, e; Parâmetros qualificadores do
espaço público - Fachada Ativa, Térreo Visitável, Fruição da Borda
d’Água e Fruição Pública.

Esses parâmetros foram simulados para lotes de diferentes dimen-


sões, em diversos setores. Na modelagem da ocupação foram
utilizados três padrões construtivos diferentes, utilizando tipologias
habitacionais comumente empregadas pelo mercado imobiliário,
variando implantação, áreas das unidades habitacionais e quantidade
de unidades por pavimento tipo. Na modelagem, as edificações novas
apresentam preenchimento na cor azul; as existentes, na cor branca.

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 39


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZAC P1 Setor A

térreo visitável

novo alinhamento

fachada ativa

C.A. Máximo 3,0

Gabarito Básico 75m

Gabarito Máximo 84m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

40 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZAC P1 Setor B

fachada ativa

térreo visitável

novo alinhamento

C.A. Máximo 2,5

Gabarito Básico 60m

Gabarito Máximo 69m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 41


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZAC P1 Setor C

permuta

novo alinhamento

térreo visitável

fachada ativa

C.A. Máximo 2,5

Gabarito Básico 60m

Gabarito Máximo 69m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

42 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZAC P2 Setor B

novo alinhamento
térreo visitável

fachada ativa

C.A. Máximo 2,0

Gabarito Básico 60m

Gabarito Máximo 69m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 43


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZAC Orla Setor A

fachada ativa

novo alinhamento

C.A. Máximo 3,0

Gabarito Básico 60m

Gabarito Máximo 69m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

44 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZDS Capibaribe Setor A

fachada ativa

térreo visitável

novo alinhamento

C.A. Máximo 1,5

Gabarito Básico 24m

Gabarito Máximo 33m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 45


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZRU 1

fachada ativa

novo alinhamento

C.A. Máximo 4,0

Gabarito Básico N/A

Gabarito Máximo N/A

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

46 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZDS Capibaribe Setor D

fachada ativa

permuta

novo alinhamento

C.A. Máximo 2,0

Gabarito Básico 48m

Gabarito Máximo 57m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 47


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZDS Centro

novo alinhamento

térreo visitável

fachada ativa

C.A. Máximo 2,0

Gabarito Básico 48m

Gabarito Máximo 57m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água X

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

48 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

ZDS Capibaribe Setor C

térreo visitável

fachada ativa

permuta

C.A. Máximo 1,5

Gabarito Básico 24m

Gabarito Máximo 33m

Novo alinhamento X

Fruição da Borda d'Água X

Fachada Ativa X

Térreo Visitável X

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 49


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

FICHA TÉCNICA – PREFEITURA DO RECIFE DIRETORIA DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL


– DPPC
Fernando Antônio Duarte Barros Júnior
COORDENAÇÃO GERAL
Lorena Correia Veloso
João Domingos Azevedo
Larissa Rodrigues de Menezes
Maria Cecilia Vargas de Alcantara
COORDENAÇÃO TÉCNICA Maria Cicilia de Oliveira Melo
João Domingos Azevedo Yasmin Regis de Oliveira
Mariana Asfora de Medeiros
Cezar Augusto Saraiva de Menezes Lopes
SECRETARIA DE MOBILIDADE E CONTROLE URBANO -
Leta Vieira de Sousa
SEMOC
José Fernandes Alves de Carvalho Júnior
Emília Avelino (Mana)
Paula Soares Bittencourt
Taciana Sotto-Mayor
Ubirajara Ferreira da Paz
Sandra Marília Maia Nunes

INSTITUTO DA CIDADE PELÓPIDAS SILVEIRA - ICPS


SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Ana Patrícia Uchoa de Queiroz Guimarães
Carlos Ribeiro
Arnaldo Umbelino de Santana Júnior
Edna Paula Mota Menezes
Cesar Cavalcanti de Oliveira
Rômulo Farias
Cecília Leite Sabat
Henrique dos Santos Ferreira SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E HABITAÇÃO - SIHAB
Jéssica Yale Carneiro da Cunha
Leonardo Barcelar de Araújo
Jonas Pahmelin Bailey Athias
Maria Eduarda Campos
Lea de Barros Cavalcanti
Norah Neves
Lucia Helena Ferraz Cordeiro
Rúbia Campelo
Luciano Ferraz de Araújo
Valéria Rangel
Maria Augusta Rodrigues de Holanda
Maria da Graça de Albuquerque Torreão SECRETARIA DE GOVERNO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL -
Maria da Glória de Souza Brandão SEGOV
Marcelo Olimpio dos Santos
Sérgio Campelo
Marilia Gabriela Pina Moreira Telles
Tiago Henrique de Oliveira
Yasmin Menezes Castro PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPO - PGM

Vitor Henrique Coelho Ramos Andréa Galiza


Eugênia Simões
ESTAGIÁRIOS Silvio Lins de Albuquerque
Bárbara Góes Bium Ferragut
Claudionor da Silva Natário Neto SECRETARIA DA MULHER
Letícia Machado Barbosa Silva Ana Magalhães
Maria Pollyana Abreu Machado Rêgo
Raíssa Cindy Ferreira Rodrigues SECRETARIA DE SANEAMENTO - SESAN
Augusto Itapoã
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO URBANO - SEPLAN Felipe Cury
Carlos Alberto Monteiro Luciana Félix
Eliane Cabral
Fernando José Mendes de Alcântara
Jane Toscano
João Victor Mulatinho
Maria do Socorro Cavalcanti
Tarciana Medeiros

50 CADE RNO PRE LIMINAR DE PROPOSTAS


Modelagem ilustrativa da ocupação do solo por setores

FICHA TÉCNICA DA CONSULTORIA EM APOIO ESPECIALISTAS 


À EQUIPE DA PCR
Ana Lígia de Carvalho Magalhães
Especialista em arquitetura e urbanismo
CONSÓRCIO DIAGONAL-JW
Bhakta Krpa
EQUIPE GERENCIAL  Especialista em Design Gráfico
Álvaro Jucá
Catarina Leite Jucá
Sócio-Diagonal
Especialista em direito urbano e ambiental
Kátia Mello
Daniel Todtmann Montandon
Sócia-Diagonal
Especialista em políticas públicas
Lígia Rocha Rodrigues
Daniel Spinasco
Sócia-JW Urbana
Especialista em editoração e formatação
Márcia Grosbaum
Edla Farias
Sócia-JW Urbana
Especialista em Cartografia
Deise Coelho
José Antônio Apparecido Júnior
Diretora de Negócios
Especialista em Direito Urbano
Catarina Leite Jucá
Lígia Rocha Rodrigues
Gerente de Projetos
Especialista em arquitetura e urbanismo

Marta Maria Lagreca de Sales


EQUIPE TÉCNICA  Especialista em arquitetura e urbanismo
COORDENAÇÃO TÉCNICA GERAL
Patrícia Pontes
Marta Maria Lagreca de Sales Especialista em meio ambiente
Coordenação
Renan Rodrigues Ferreira
Lígia Rocha Rodrigues Especialista em arquitetura e urbanismo
Coordenação
Rodrigo Callou
COORDENAÇÃO TÉCNICA Especialista em processo participativo

Catarina Leite Jucá Rodrigo de Oliveira Tavares


Coordenação Especialista em sociologia e processo participativo

Rodrigo de Oliveira Tavares Thaís Marques


Coordenação Especialista em administração

Thatiana Lima Vasconcelos


ESPECIALISTAS PRINCIPAIS Especialista em geografia e cartografia
Márcia Grosbaum
Consultor arquiteto urbanista sênior
ESTAGIÁRIOS
Ivan Maglio
Fernando Lourenço
Consultor Engenheiro Civil Sênior
Estagiário em engenharia cartográfica
Paulo Villela Lomar 
Pamella Clericuzzi
Consultor Jurista Sênior
Estagiária em arquitetura e urbanismo
Sylvio Wey
Consultor engenheiro civil sênior

LEI DE PARCE L AME NTO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO RECIFE 51

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